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Doença de McArdle

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Doença de McArdle

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A doença de McArdle[1] é um distúrbio metabólico, mais especificamente
uma doença de armazenamento de glicogênio muscular, causada por uma
deficiência da enzima miofosforilase.[2][3] Estima-se que ela afeta 1 a cada
100.000 pessoas.[4]

Sinais e sintomas
Os sinais do início desta doença geralmente são notados ainda na infância,
[5]
 mas, muitas vezes ela segue sem ser diagnosticada até a vida adulta. Os
sintomas incluem intolerância ao exercício físico com dor muscular, fadiga
precoce, cãibras dolorosas e mioglobinúria, que consiste na eliminação de
mioglobina pela urina, causando uma coloração marrom. A mioglobinúria pode
resultar da quebra de tecido muscular esquelético conhecida
como rabdomiólise, uma condição na qual as células musculares se quebram,
enviando seu conteúdo para a corrente sanguínea. 
Pacientes podem exibir uma melhoria na tolerância de exercícios aeróbicos
como caminhar ou pedalar após praticá-los por cerca de 10 minutos. Isso é
atribuido a dois fatores: o aumento do fluxo sanguíneo e a capacidade do corpo
de encontrar fontes alternativas de energia, como ácidos graxos e proteínas. A
longo prazo, pacientes podem exibir insuficiência renal devido à mioglobinúria.

Genética
Ocorrem duas formas autossômicas recessivas desta doença, uma tem início
na infância e a outra na idade adulta. O gene da miofosforilase, PYGM, está
localizado no cromossomo 11q13. De acordo com as publicações mais
recentes, já foram relatadas 95 mutações diferentes. As formas das mutações
podem variar entre os grupos étnicos. Por exemplo, a mutação
R50X (Arg50Stop) (anteriormente referida como R49X ) é mais comum na
América do Norte e na Europa Ocidental, e a mutação Y84X é mais comum na
Europa Central. 
O método exato pelo qual ocorre a ruptura de proteínas já foi esclarecido para
certas mutações. Por exemplo, R138W é conhecida por romper o local de
ligação do fosfato de piridoxal.[6] Em 2006, foi descoberta outra mutação
(c.13_14delCT) que pode contribuir para um aumento dos sintomas, além da
mutação comum Arg50Stop.[7]

Fisiopatologia
A miofosforilase está envolvida na quebra do glicogênio em glicose, que será
usada nos músculos. A enzima remove resíduos de 1,4-glicosil das
ramificações externas do glicogênio e adiciona fosfato inorgânico para
formar glicose-1-fosfato . Células formam glicose-1-fosfato em vez de glicose
durante a quebra do glicogênio porque a glicose polar fosforilada não pode
deixar a membrana celular e, portanto, é marcada para catabolismo
intracelular.
A miofosforilase existe na sua forma ativa quando fosforilada. A enzima
fosforilase quinase desempenha um papel na fosforilação da glicogênio
fosforilase para ativá-la e outra enzima, a proteína fosfatase-1, inativa a
glicogênio fosforilase através da desfosforilação.

Diagnóstico
Existem alguns exames laboratoriais que podem auxiliar no diagnóstico de
GSD-V. Uma biópsia muscular detectará a ausência de miofosforilase nas
fibras musculares. Em alguns casos, o glicogênio tingindo com ácido-
Schiff pode ser visto na microscopia. 
O sequenciamento genético do gene PYGM (que codifica a isoforma muscular
da glicogênio fosforilase[8][9] ) pode ser realizado para determinar a presença
de mutações genéticas, determinando se a doença de McArdle está presente.
Este tipo de exame é consideravelmente menos invasivo do que uma biópsia
muscular.[10]

Tratamento
Pequenos estudos mostraram que programas de exercícios supervisionados
podem melhoram consideravelmente a capacidade de exercício físico dos
pacientes.[11][12]
O tratamento oral com sacarose (por exemplo, uma bebida esportiva de 660mL
com 75 gramas de sacarose) ingerido 30 minutos antes do exercício
demonstrou ajudar a melhorar a tolerância, manter uma frequência cardíaca
mais baixa e reduzir o nível percebido de esforço quando comparado com
placebo.[13]
Um tratamento com baixa dosagem de creatina mostrou uma melhora
significativa dos problemas musculares em comparação ao placebo em um
pequeno estudo clínico.[14]

Referências
1. ↑ Nagaraju, Kanneboyina; Lundberg, Ingrid E. (1 de janeiro de 2013), Firestein,
Gary S.; Budd, Ralph C.; Gabriel, Sherine E.; McInnes, Iain B., eds.,  «85 -
Inflammatory Diseases of Muscle and Other Myopathies», ISBN 978-1-4377-1738-
9, Philadelphia: W.B. Saunders,  Kelley's Textbook of Rheumatology (Ninth
Edition) (em inglês): 1404–1430.e5,  doi:10.1016/b978-1-4377-1738-9.00085-2,
consultado em 3 de novembro de 2020
2. ↑ Rubio JC, Garcia-Consuegra I, Nogales-Gadea G, et al. (2007). «A proposed
molecular diagnostic flowchart for myophosphorylase deficiency (McArdle disease)
in blood samples from Spanish patients».  Hum. Mutat.  28  (2): 203–
4.  PMID  17221871. doi:10.1002/humu.9474
3. ↑ Valberg, Stephanie J. (1 de janeiro de 2008), Kaneko, J. Jerry; Harvey, John W.;
Bruss, Michael L., eds.,  «Chapter 15 - Skeletal Muscle Function», ISBN 978-0-12-
370491-7, San Diego: Academic Press,  Clinical Biochemistry of Domestic Animals
(Sixth Edition)  (em inglês): 459–484, doi:10.1016/b978-0-12-370491-7.00015-5,
consultado em 3 de novembro de 2020
4. ↑ De Castro, Mauricio; Johnston, Jennifer; Biesecker, Leslie (dezembro de
2015).  «Determining the prevalence of McArdle disease from gene frequency by
analysis of next-generation sequencing data».  Genetics in Medicine: Official
Journal of the American College of Medical Genetics  (12): 1002–
1006. ISSN 1530-0366.  PMC 4561039 . PMID 25741863.  doi:10.1038/
gim.2015.9. Consultado em 2 de abril de 2022
5. ↑ Wolfe GI, Baker NS, Haller RG, Burns DK, Barohn RJ (2000). «McArdle's disease
presenting with asymmetric, late-onset arm weakness».  Muscle Nerve. 23 (4):
641–5.  PMID  10716777. doi:10.1002/(SICI)1097-4598(200004)23:4<641::AID-
MUS25>3.0.CO;2-M
6. ↑ Martín MA, Rubio JC, Wevers RA, et al. (2004). «Molecular analysis of
myophosphorylase deficiency in Dutch patients with McArdle's disease».  Ann.
Hum. Genet.  68  (Pt 1): 17–22. PMID 14748827.  doi:10.1046/j.1529-
8817.2003.00067.x
7. ↑ Rubio, JC; et al. (agosto de 1996). «Novel mutation in the PYGM gene resulting in
McArdle disease.». Arch. Neurol. 63 (12): 1782–
4.  PMID  17172620. doi:10.1001/archneur.63.12.1782
8. ↑ NCBI Gene ID 5837: PYGM phosphorylase, glycogen, muscle, consultado em 22
de maio de 2013
9. ↑ «PYGM», NLM Genetics Home Reference, consultado em 22 de maio de 2013
10. ↑ Martín, Miguel A.; Lucía, Alejandro; Arenas, Joaquin; Andreu, Antonio L. (1 de
janeiro de 1993). «Glycogen Storage Disease Type V». In: Pagon, Stephanie E.;
Adam; Ardinger; Wallace; Amemiya; Bean; Bird; Fong; Mefford.  GeneReviews.
Seattle (WA): University of Washington, Seattle. PMID 20301518update 2014
11. ↑ Pérez M, Moran M, Cardona C, et al. (janeiro de 2007). «Can patients with
McArdle's disease run?». Br J Sports Med. 41 (1): 53–4.  PMC 2465149
.  PMID  17000713. doi:10.1136/bjsm.2006.030791
12. ↑ Haller, Ronald G.; Wyrick, Phil; Taivassalo, Tanja; Vissing, John (1 de junho de
2006). «Aerobic conditioning: An effective therapy in McArdle's disease».  Annals
of Neurology  (em inglês).  59  (6): 922–928.  ISSN  1531-
8249. PMID 16718692.  doi:10.1002/ana.20881
13. ↑ Vissing, John; Haller, Ronald G. (25 de dezembro de 2003). «The Effect of Oral
Sucrose on Exercise Tolerance in Patients with McArdle's Disease». New England
Journal of Medicine.  349  (26): 2503–2509. ISSN 0028-
4793. PMID 14695410.  doi:10.1056/NEJMoa031836
14. ↑ Vorgerd et. al.: Creatine therapy in myophosphorylase deficiency (McArdle
disease): a placebo-controlled crossover trial. In: Arch Neurol. 2000; 57 (7), S.
956–963. PMID 10891977 (Volltext)

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