TCC Final - Lediane Muniz
TCC Final - Lediane Muniz
TCC Final - Lediane Muniz
NITERÓI
2020
LEDIANE LIMA MUNIZ
Niterói
2020
LEDIANE LIMA MUNIZ
Banca Examinadora
A Deus por ser sempre o meu sustento nas horas mais difíceis e por me permitir
chegar até aqui. A Maria Santíssima por interceder pela minha vida e caminhada.
Aos meus pais por todo apoio durante todos esses anos de graduação, em especial
a minha mãe Beatriz que sempre esteve ao meu lado em todas as situações.
A minha amada vó Maria Auxiliadora por ser um grande exemplo para mim e por ser
meu porto seguro.
Ao meu namorado João Marcos Divino por todo apoio, amizade e incentivo durante
esta jornada que foi de muita luta.
A minha orientadora Flávia Soares por toda paciência e dedicação durante a escrita
desse trabalho de conclusão.
Aos meus amigos que estiveram comigo seja os que trilharam o mesmo caminho
rumo a licenciatura em Matemática ou até mesmo os que apenas me viam correr
atrás deste sonho. Em especial a minha amiga Tahyz Pinto por ser um grande
presente que recebi com está graduação e aos meus amigos do “Foca no diploma”
que foram meu sustento nos últimos semestres. E por muitas amizades que
conquistei ao longo dessa jornada.
RESUMO
The present monograph proposal aims to make considerations regarding the use of
the calculator in the teaching of mathematics with favorable and opposite arguments.
In addition, present suggestions for activities using the calculator in the classroom. A
bibliographic study will be made based on works already published on the subject,
seeking to discuss the use and non-use of calculators in the school, identifying what
they are used in textbooks, what are the official guidelines for their use in teaching
and what is the teachers' opinions regarding the insertion of the calculator in the
classroom and in mathematical tasks.
Keywords: Basic Education, Mathematics Teaching, Technology, Calculator.
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO ................................................................................. 11
2 USO DAS CALCULADORAS NO ENSINO DE MATEMÁTICA 15
2.1 Recomendações de documentos legais ...................................... 15
2.2 Usos das calculadoras em livros didáticos para a educação
básica .............................................................................................. 27
3 CALCULADORAS EM SALA DE AULA? ....................................... 66
3.1 Opiniões sobre o não uso da calculadora ................................... 66
3.2 Em defesa do uso da calculadora em sala de aula ..................... 68
4 SUGESTÕES E PROPOSTAS PARA A SALA DE AULA COM O
USO DA CALCULADORA .............................................................. 72
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 81
6 REFERÊNCIAS ................................................................................ 83
11
1 INTRODUÇÃO
Inicialmente, não era esse o tema que eu tinha em mente para esta
monografia. Entretanto, quando minha orientadora sugeriu o tema do uso de
calculadora no ensino da Matemática, me fez lembrar de uma de minhas aulas na
disciplina de Pesquisa e Prática de Ensino I, quando ela sugeriu uma atividade que
utilizava a calculadora e o quanto este fato despertou a minha curiosidade e encanto
pela abordagem deste uso em sala de aula.
O tema em questão, de certa forma, está ligado a outros temas que eu tinha
em mente e agora posso escrever de forma mais ampla. Além disso, atualmente já
trabalho na área como professora de Matemática e tenho o desejo de fazer essa
abordagem em minhas aulas. Sendo assim, nada mais justo do que me aprofundar
em algo que eu desejo trabalhar um dia.
Depois de optar por este tema e conversar com algumas pessoas a respeito,
foi possível perceber o quanto algumas ainda são resistentes ao uso da calculadora
nas aulas de Matemática. E eu por muitas vezes expliquei que a calculadora é
apenas mais um recurso que pode ser um aliado nas aulas de Matemática, assim
como os jogos didáticos e outros materiais também são.
E por que não a tornar uma aliada nas aulas de Matemática? D’Ambrósio
(1986) ressalta que a calculadora é uma ferramenta muito importante para o
aprendizado da Matemática.
“pois julgam que a calculadora fará todo o trabalho no lugar do estudante, e este,
assim, não desenvolverá sua compreensão de conceitos matemáticos” (p. 52-53).
Por isso, cabe ao professor incentivar seu uso consciente a fim de explorar
suas potencialidades nas aulas.
Silva (apud LORENTE 2008), ainda aponta que existem muitas vantagens no
uso da calculadora e que este fato permite ao professor desenvolver um trabalho
voltado para compreensão e construção de conceitos, para o desenvolvimento do
raciocínio e para a resolução de problemas. Além disso, a calculadora pode ajudar
na compreensão de conceitos tais como: números (inteiro, decimal, racional,
irracional,...), sucessão, série, convergência, média, arredondamento e
aproximação, probabilidade, função, etc.
O quarto capítulo traz sugestões e propostas para a sala de aula com o uso
da calculadora. E por fim, as considerações finais e referências.
15
a ênfase maior ou menor que deve ser dada a cada item, ou seja,
que pontos merecem mais atenção e que pontos não são tão
essenciais; assim, por exemplo, o estudo da representação decimal
dos números racionais é fundamental devido à disseminação das
calculadoras e de outros instrumentos que a utilizam (BRASIL, 1998,
p. 53).
18
Os recursos didáticos podem ser grandes aliados no ensino, desde que bem
utilizados. Além da calculadora, a televisão, vídeos, jogos entre outros, podem ajudar
no desenvolvimento de um processo mais crítico nos alunos durante seu
aprendizado.
A BNCC (BRASIL, 2017) destaca que nos anos iniciais há uma expectativa de
que os alunos resolvam problemas com números inteiros e racionais. Espera-se que
desenvolvam habilidades estratégicas para a resolução de problemas com esse
conteúdo utilizando, além de estimativas, cálculo mental, algoritmos e a calculadora.
24
Dessa forma, entendemos que a calculadora poderá ser mais utilizada se:
Local da
Coleção citação no Citação
Guia
A AVENTURA DO – Análise Os recursos didáticos mais explorados são
SABER – MATEMÁTICA as calculadoras simples, o ábaco de pinos,
o material dourado, o quadro valor de lugar,
AUTORIA: Iracema Mori o tangram e alguns jogos. Esses recursos
são aproveitados adequadamente e de
acordo com o nível de escolaridade
proposto. (p. 39)
AUTORIA: Eduardo
Sarquis Soares, Denise
Alves de Araújo – Sala de aula A calculadora é uma ferramenta bastante
explorada na obra, seja para aprender a
manuseá-la, para conferir cálculos
mentais, para validar as estratégias de
jogos, ou para resolver problemas cujo foco
não são os algoritmos, mas sim as
estratégias de raciocínio. (p.93)
MEU LIVRO DE – Visão geral Propõe o desenvolvimento de habilidades
MATEMÁTICA e competências matemáticas destinadas
aos alunos desta etapa de escolaridade. O
AUTORIA: Antônio uso de materiais manipulativos e da
Nicolau Youssef, Oscar calculadora tem como objetivo promover a
Augusto Guelli Neto reflexão sobre o conteúdo e o estímulo à
troca de experiências entre os alunos.
(p.94)
– Análise
O uso da calculadora predomina na obra
em atividades de natureza investigativa,
mas o uso da tecnologia é restrito a esse
recurso. (p.97)
31
1
O objetivo aqui não é fazer uma análise exaustiva das coleções, mas apenas fornecer alguns
exemplos para melhor entendimento do tipo de uso que vem sendo proposto pelos autores.
33
Nos comentários sobre esta outra questão (Figura 3), o livro sugere que o
professor proponha aos alunos a fazer esta operação utilizando o algoritmo usual
inicialmente e depois questione o aluno de qual forma “Giovana” poderia fazer esta
conta. No item b, espera-se que o aluno perceba porque foi preciso subtrair 32
unidades do resultado final.
Esse tipo de uso confirma a visão do autor que defende “não o uso da
calculadora para substituir os procedimentos, os algoritmos ou o cálculo mental, e
sim como um recurso a mais para auxiliar o desenvolvimento do raciocínio
matemático” (GIOVANNI JÚNIOR, 2018, 5º ano, p. XXVII).
Local da
Coleção citação no Citação
Guia
A CONQUISTA DA – Análise Em algumas obras, há incentivo ao uso de
MATEMÁTICA tecnologias, com predomínio do uso de
calculadora e softwares educacionais, com
AUTORIA: José Ruy especial atenção aos de geometria dinâmica.
Giovani Júnior, Benedicto Entretanto, o uso de tecnologias de
Castrucci informação e comunicação poderia ser mais
valorizado e incentivado nas obras. (p. 95)
Local da citação no
Coleção Citação
Guia
MATEMÁTICA - – Metodologia do A calculadora é, geralmente,
CONTEXTO & ensino e empregada para a realização de
APLICAÇÕES aprendizagem cálculos, em especial no trabalho com
a matemática financeira. (p. 49)
AUTORIA: Luiz Roberto
Dante
QUADRANTE – Visão geral A importância do uso das tecnologias
MATEMÁTICA no ensino e aprendizagem é ressaltada
ao final de cada volume, em seções
AUTORIA: Diego Prestes com formato tutorial. As orientações
Eduardo Chavant estão voltadas ao emprego da
calculadora científica e de um software
gratuito. (p. 51)
Em outro momento, o autor explica um pouco mais sobre como inserir ângulos
na calculadora científica e para mostrar seu uso no cálculo de razões trigonométricas
(Figura 28).
57
Neste capítulo vamos tratar sobre algumas opiniões sobre o não uso da
calculadora em sala de aula nas aulas de Matemática. Ou seja, alguns dos motivos
que leva os professores e algumas pessoas a não serem a favor desse meio
tecnológico nas aulas de Matemática.
Além disso, neste capítulo também vamos abordar quais são as opiniões em
defesa desse uso em sala de aula.
➢ Você acredita ser importante usar a calculadora em sala de aula? Por quê?
O mesmo foi observado por Luna e Lins (2017) em uma pesquisa feita com
quatro dos sete professores do Ensino Fundamental e Médio de uma escola pública
localizada na Paraíba. A pesquisa tinha como problemática a seguinte pergunta:
Quais os saberes docentes de professores de Matemática dos anos finais do Ensino
Fundamental sobre o uso da calculadora? e teve por objetivo descrever esses
saberes. Além disso, eles levavam em consideração o que diz o autor Tardif (2014),
no que diz respeito ao saber disciplinar que em seu livro Docentes e Formação
Profissional destaca que existem quatro tipos de saberes na atividade docente:
saberes de formação inicial, disciplinares, curriculares e experienciais Tardif (2014,
apud LUNA, LINS, 2017).
Argumento 2: “Mas os que desejam aprender vão se esforçar para não se tornarem
dependentes”.
Argumento 5: “Até o sexto ano, ele deveria estar sabendo as quatro operações, como
isso não acontece a calculadora ajuda na correção mais rápida dos exercícios.”
Argumento 6: “Eles ficam muito dependentes e não querem pensar. Até poderia usar
em algumas atividades, mas não todas.”
Argumento 8: “Eu permito em algumas situações, mas não para uso contínuo. Só a
partir do 9° ano.
Argumento 10: “A calculadora não deve ser usada porque são proibidas no vestibular
e demais concursos.”
Para
Assim como na pesquisa de Borba e Selva (2009), a fala parece mostrar que
os professores possuem conhecimento sobre conteúdos viáveis de se trabalhar com
a calculadora em sala de aula, “mas restringem, em geral, esse uso ao trabalho com
números e operações e não evidenciam reconhecer que conteúdos de outros eixos
matemáticos também possam ser trabalhados com esse recurso” (p.55-56).
Basta o professor fazer uma análise da turma e ver qual será a melhor
abordagem, o momento propício para tal uso, ao invés de não permitir o uso em sala
de aula.
A calculadora não deve ser proibida pelo fato de não ser permitida em
concursos, segundo Medeiros (2010), mas sim ser uma aliada. O professor precisa
71
Vimos no capítulo 2 várias atividades que podem ser utilizadas com o uso da
calculadora propostas em livros didáticos brasileiros.
Em seu texto, Borba e Selva (2009, p. 57-58) sugerem atividades com o uso
da calculadoras que visam:
• à exploração/manuseio do teclado e das funções da calculadora;
• ao alívio de carga operacional por meio do uso da calculadora;
à conferência/comparação/confronto de resultados obtidos por
outros
procedimentos de cálculo;
• à exploração de conceitos;
• à diversão.
números deverão ser retirados para concluir a soma. Isso fará com que ele trabalhe
as operações de soma e subtração. E, na segunda pergunta desse, o aluno terá que
relacionar a soma e a multiplicação. Sendo assim, o uso da calculadora facilitará o
desenvolvimento das operações, mas não “impedirá o raciocínio do aluno”.
Nesta outra proposta (Figura 51), o aluno utilizará seus próprios dados e a
calculadora o auxiliará e talvez até o professor possa sugerir que os alunos
comparem suas respostas.
2
A atividade é originalmente em língua inglesa e foi traduzida pela autora.
78
Nesta outra atividade com auxílio da calculadora, o aluno pode identificar qual
o padrão para que os números sejam os maiores possíveis.
Figura 57 – Produtos
5 Considerações Finais
Ao longo desse trabalho vimos que muitos livros didáticos propõem algumas
atividades com a calculadora, porém não o suficiente para fazer um trabalho mais
efetivo. Algumas atividades encontradas eram para trabalhar aproximação, valor
posicional, cálculo mental, algumas aplicações na Geometria para cálculo de áreas.
Um outro fato, é que nem todos os livros orientavam como fazer a utilização das
teclas da calculadora.
6 Referências
IEZZI, G. et al. Matemática: ciência e aplicações. 9. ed. São Paulo: Saraiva, 2016.
SILVEIRA, E. Matemática – Compreensão e Prática. 5. ed. São Paulo: Moderna,
2018.