Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Embrapa

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 51

on line

ISSN 1808-9992
Dezembro, 2011 240

Ecofisiologia do umbuzeiro (Spondias


tuberosa Arr. Cam.)
ISSN 1808-9992
Dezembro, 2011
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Semiárido
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Documentos 240

Ecofisiologia do Umbuzeiro
(Spondias tuberosa Arr. Cam.)

José Moacir Pinheiro Lima Filho

Embrapa Semiárido
Petrolina, PE
2011
Esta publicação está disponibilizada no endereço:
http://www.cpatsa.embrapa.br
Exemplares da mesma podem ser adquiridos na:
Embrapa Semiárido
BR 428, km 152, Zona Rural
Caixa Postal 23 56302-970 Petrolina, PE
Fone: (87) 3866-3600 Fax: (87) 3866-3815
sac@cpatsa.embrapa.br
Comitê de Publicações da Unidade
Presidente: Maria Auxiliadora Coêlho de Lima
Secretário-Executivo: Anderson Ramos de Oliveira
Membros: Ana Valéria de Souza
Andrea Amaral Alves
Gislene Feitosa Brito Gama
José Maria Pinto
Juliana Martins Ribeiro
Magna Soelma Bezerra de Moura
Patrícia Coelho de Souza Leão
Sidinei Anunciação Silva
Vanderlise Giongo
Welson Lima Simões
Supervisor editorial: Sidinei Anunciação Silva
Revisor de texto: Sidinei Anunciação Silva
Normalização bibliográfica: Sidinei Anunciação Silva
Tratamento de ilustrações: Nivaldo Torres dos Santos
Foto(s) da capa: José Moacir Pinheiro Lima Filho
Editoração eletrônica: Nivaldo Torres dos Santos
1a edição (2011): Formato digital

Todos os direitos reservados.


A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação
dos direitos autorais (Lei no 9.610).
É permitida a reprodução parcial do conteúdo desta publicação desde que citada a fonte.
CIP - Brasil. Catalogação na publicação

Embrapa Semiárido

Lima Filho, José Moacir Pinheiro.


Ecofisiologia do umbuzeiro (Spondias tuberosa, Arr. Cam.) / José Moacir
Pinheiro Lima Filho. --- Petrolina: Embrapa Semiárido, 2011.

24 p. (Embrapa Semiárido. Documentos, 240).

1. Fisiologia. 2. Umbu. 3. Região semiárida. 4. Spondias tuberosa. I. Título.

CDD 634.44

© Embrapa 2011
Autor

José Moacir Pinheiro Lima Filho


Engenheiro-agrônomo, M.Sc. em Ecofisiologia Vegetal,
pesquisador aposentado da Embrapa Semiárido,
Petrolina, PE.
zemoa5@hotmail.com
Apresentação

O umbuzeiro (Spondias tuberosa) é uma planta de grande ocorrência


no Semiárido brasileiro, principalmente no Bioma Caatinga. Sobrevive
em períodos secos prolongados, graças aos xilopódios que armazenam
água e outros elementos necessários à sua nutrição.

O fruto do umbuzeiro, conhecido como imbu, ambu ou umbu, é muito


apreciado e, por isso, constitui-se em uma opção de complemento de
renda para produtores rurais. O umbu possui polpa agridoce e pode ser
consumido in natura ou processado na forma de suco, sorvetes, geleias
, vinagre entre outros.

Geralmente, o umbu é comercializado em feiras livres e em pequenas


cooperativas. O extrativismo intensificou a pressão sobre a espécie,
reduzindo, assim, a sua densidade na Caatinga. Diante do potencial
comercial do fruto, estão sendo realizados estudos com o objetivo
de se conhecer melhor a espécie a fim de se elaborar e implementar
medidas para aumentar o número de plantas, não apenas por causa de
seu potencial comercial mas, principalmente, para a preservação da
espécie, já que a mesma corre risco de extinção.
Este trabalho constitui-se em uma importante publicação sobre o
umbuzeiro por tratar, dentre outros, de aspectos como a distribuição
geográfica, morfologia, fenologia e comportamento hídrico da espécie.
Traz, portanto, informações importantes para o conhecimento da
planta, principalmente quando objetiva o desenvolvimento de medidas
que viabilizem sua preservação.

Natoniel Franklin de Melo


Chefe-Geral da Embrapa Semiárido
Sumário

Introdução .........................................................................6
Distribuição Geográfica........................................................7
Aspectos Morfológicos ......................................................7
Fenologia ..........................................................................9
Características do Dossel ..................................................10
Comportamento Hídrico do Umbuzeiro.................................12
Trocas Gasosas ............................................................. ..19
Considerações Finais .........................................................21
Referências .....................................................................22
Ecofisiologia do Umbuzeiro
(Spondias tuberosa Arr. Cam.)
José Moacir Pinheiro Lima Filho

Introdução

O umbuzeiro (Spondias tuberosa) é uma espécie do gênero Spondias,


família Anacardiaceae, nativa do Semiárido brasileiro (PRADO; GIBBS,
1993), não existindo relatos da sua ocorrência em outras regiões do
planeta. É uma espécie de grande importância para o Bioma Caatinga,
pois além de sobreviver sob as condições hostis do clima semiárido,
consegue produzir uma grande quantidade de frutos que, segundo Mors
(1994), são ricos em carboidratos e vitamiana C (ácido ascórbico),
apresentando ainda, teores significativos das vitaminas A, B1 e
sais minerais (ALMEIDA; VALSECHI, 1966; EPSTEIN, 1998). Além
de desempenhar papel nutricional, a comercialização dos frutos do
umbuzeiro é a principal fonte de renda para a maioria dos pequenos
agricultores durante a época de safra.
Este trabalho tem o objetivo apresentar informações sobre o
comportamento ecofisiológico do umbuzeiro dentro das condições
climáticas da região semiárida do Nordeste brasileiro. Serão também
abordadas algumas características morfológicas e aspectos da fenologia
que contribuem para o desempenho desta espécie durante seu ciclo
anual. Os resultados apresentados são provenientes de trabalhos
realizados nas áreas do Campo Experimental da Caatinga da Embrapa
Semiárido, Petrolina, PE.
7 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Distribuição Geográfica
A área de vegetação natural do umbuzeiro é limitada pela Mata Atlântica,
pelo Cerrado e pela região pré-amazônica (SANTOS, 1997). É encontrado
nas caatingas elevadas da Serra da Borborema, serras do Seridó norte-
riograndense, Agreste piauiense e Caatingas pernambucanas e baianas
e no norte de Minas Gerais (MENDES, 1990), principalmente nas áreas
com temperaturas entre 13 oC a 38 oC, umidade relativa entre 30% e
80%, pluviosidade anual de 400 mm a 800 mm e 2.000 a 3.000 horas
de insolação (DUQUE, 1980). Esta região é conhecida como centro de
alta diversidade e domesticação da espécie, classificada por Giacometti
(1993) como Centro 6: Centro Nordeste/Caatinga, onde vários autores
constataram a ocorrência de elevado número de umbuzeiros.
O umbuzeiro se desenvolve nos mais variados tipos de solos do Nordeste
brasileiro, principalmente dentro da grande unidade de paisagem
Depressão Sertaneja, onde há uma maior ocorrência dos solos Brunos
não Cálcicos, Podzólicos Distróficos e Estróficos. Neste cenário, o
umbuzeiro desenvolve o seu ciclo anual juntamente com o sisal (Agave
sisalana Perr.) da imburana de cheiro (Fonesea cearensis Fr. All.) e de
outras espécies do mesmo habitat (DUQUE, 1980), necessitando de
um período de estresse hídrico para iniciar o seu ciclo reprodutivo anual
(CAVALCANTI et al., 2000).

Aspectos Morfológicos
O umbuzeiro é uma árvore com altura que varia de 4 m a 6 m e copa
umbeliforme, podendo atingir um diâmetro em torno de 10 m a 15 m
(CARVALHO, 1986). Apresenta sistema radicular especializado formado
por raízes longas, espalhadas horizontalmente, próximas à superfície
do solo, com túberas ou batatas (xilopódios) que se caracterizam
como intumescências, providas de tecido lacunoso e celulósico. Estas
estruturas podem atingir 20 cm de diâmetro e são, geralmente,
encontradas entre 10 cm e 30 cm de profundidade. A principal
função destas formações é o armazenamento de água, minerais e
outros solutos importantes para a manutenção de um balanço hídrico
favorável, sob condições de deficiência hídrica (LIMA FILHO; SILVA,
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 8

1988; LIMA FILHO, 2001). Segundo Cavalcanti et al. (2002), o sistema


radicular de plantas adultas pode apresentar cerca de 367 túberas com
um peso médio de 683,5 kg por planta.
O caule apresenta de 3-5 ramificações principais, que podem ocorrer
desde a base ou até a 1 m de altura do solo (PIRES, 1990). Apresenta
casca morta de espessura média entre 2 mm a 5 mm, áspera e rígida,
de cor cinza claro a negro e uma casca viva, de espessura média entre 5
mm e 12 mm, avermelhada internamente e que, por incisão, apresenta
exsudado transparente e resinoso (LIMA, 1982).
As folhas são pecioladas, alternas, imparipenadas, com folíolos oblongo-
ovalados, com base obtusa ou cordada, ápice agudo ou obtuso,
com cerca de 2-4 cm de comprimento, 2-3 cm de largura e margens
serrilhadas ou inteiras lisas (GOMES, 1990; PIRES, 1990), podendo
apresentar pilosidades (LIMA, 1994). Esta última característica facilita
os mecanismos de dissipação de energia, mantendo a temperatura das
folhas próxima à do ar (LARCHER, 2000 ).
As flores, dispostas em panículas terminais de 10 cm a 15 cm são
actinomorfas com 7 cm a 8 cm de diâmetro, cálice com 4 a 5 sépalas e
uma corola com 4 a 5 pétalas valvadas. Os ramos da inflorescência e o
pedicelo são finamente pilosos. (LIMA, 1989). A abertura das flores se
dá durante a madrugada, entre 0h e 4h, ocorrendo o pico de abertura às
2h (PIRES; OLIVEIRA, 1986).
O fruto, com diâmetro entre 2 cm a 4 cm e pesando 10 g a 20 g, é uma
drupa elipsoidal, glabra ou levemente pilosa, com a extremidade próxima,
em relação ao pedúnculo, mais afunilado do que a distal (SILVA; SILVA,
1974). Normalmente, o fruto, quando maduro, é de coloração amarela-
esverdeada, com pericarpo coriáceo e polpa suculenta. O endocarpo
ou caroço, de tamanho variado de consistência denso-fibrosa, é muito
resistente e contém a semente propriamente dita. Apresenta orifícios
por onde penetra a água e saem o eixo embrionário e os cotilédones, por
ocasião da germinação das sementes (MENDES, 1990).
9 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Fenologia
Uma das estratégias utilizadas pelo umbuzeiro para sua sobrevivên-
cia durante a estação seca é a abscisão de suas folhas para reduzir a
superfície transpiratória e, consequentemente, a perda de água. Resul-
tados apresentados por Lima Filho (2008) relativos ao ciclo produtivo
1994-1995 (Figura 1), indicam que as folhas do umbuzeiro entram
em processo de senescência logo no início da estação seca, quando
a planta fica totalmente desfolhada e em dormência vegetativa até a
ocorrência das primeiras chuvas.
A abscisão total das folhas do umbuzeiro ocorre cerca de 1 a 2 meses
após a última precipitação e o lançamento das primeiras flores pode ser
observado ainda sob condições de seca. De acordo com Cavalcanti et al.
(2000), o início do ciclo reprodutivo do umbuzeiro ocorre na ausência de
precipitações e no período em que a temperatura do ar e a umidade rela-
tiva alcançam os valores mais críticos. É possível que a data de início da
floração do umbuzeiro esteja associada à duração e intensidade do deficit
hídrico sofrido anteriormente durante a época seca, como ocorre com ou-
tras espécies do Bioma Caatinga apresentadas em Barbosa et al. (2003).

Figura 1. Relação entre a precipitação, densidade foliar e as fases fenológicas do


umbuzeiro (1- queda de folhas; 2- floração; 3- frutificação; 4- maturação), observada
durante o ciclo produtivo 1994-1995, em Petrolina, PE.
Fonte: Lima Filho (2008).
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 10

Logo após a formação das inflorescências aparecem as primeiras folhas


localizadas à base do pedicelo. Estas folhas, ao atingirem a maturidade
fisiológica irão, provavelmente, prover os fotossintatos necessários ao
crescimento e desenvolvimento inicial dos novos frutos. O crescimento
vegetativo do umbuzeiro é exponencialmente incrementado logo após
as primeiras chuvas alcançando, no ciclo 1994-1995, um valor máximo
de densidade foliar em torno de 1,45 m2/m3 no período de ocorrência
da maior precipitação (Figura 1). Este valor poderá, também, variar
anualmente, de acordo com a intensidade e distribuição da precipitação.
Nas observações de Lima Filho (2008), a floração do umbuzeiro
teve início cerca de 36 dias após a queda das folhas do ciclo anterior
e antes das primeiras precipitações. A frutificação plena ocorreu a
aproximadamente 25 dias após o início da floração e a maturação dos
frutos, em torno de 120 dias (Figura 1). Estes resultados estão de acordo
com os obtidos por Cavalcanti et al. (2005), nas safras de 1999 e 2002,
na região de Petrolina, PE. Entretanto, as datas de início e duração das
fases fenológicas do umbuzeiro poderão variar de ano a ano, de acordo
com as ocorrências dos eventos climáticos observados em cada região.
Por exemplo, no Sertão de Pernambuco, o período de floração ocorre
entre os meses de outubro e dezembro, enquanto na região do Agreste,
este período é entre janeiro e março, com a frutificação entre março e
junho (PIRES, 1990).
Segundo Guerra (1981), o período de frutificação do umbuzeiro é de
aproximadamente 2 meses e meio. Mais informações sobre períodos de
brotação, floração e frutificação do umbuzeiro em regiões distintas são
encontradas em Duque (1980), Mendes (1990), Pires (1990) e Cavalcanti
et al. (2000).

Características do Dossel
De maneira geral, a estrutura do dossel do umbuzeiro adulto é de
formato hemisférico, onde a radiação solar é bastante atenuada.
Infelizmente, publicações envolvendo o umbuzeiro, nesta linha de
pesquisa, são praticamente inexistentes. Porém, observações recentes
realizadas com plantas adultas apresentando uma densidade foliar em
torno de 2 m2/m3, obtida com auxílio de um analisador de dossel LI-2000
(LICOR) descrito por Welles e Norman (1991), indicam que, ao penetrar
no dossel, cerca de 80% da radiação fotossinteticamente ativa (PAR) é
atenuada na primeira camada de 1 m da parte superior de copa. Segundo
11 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Lima Filho (2008), apenas 4,4 % da PAR alcança as folhas localizadas


na camada mais inferior (Figura 2). As folhas localizadas na camada
superior do dossel apresentam maiores índices de clorofila -- índices
obtidos com um clorofilômetro portátil -- atingindo valores em torno de
32,1 com tendência a decrescer com a altura das observações (Figura 3).

Figura 2. Porcentagem da radiação fotossinteticamente ativa (PAR), interceptada pelo


umbuzeiro, em função da altura das observações no dossel.
Fonte: Lima Filho (2008).

Figura 3. Variação no índice de clorofila observada em falhas de umbuzeiro em função da


localização no dossel.
Fonte: Lima Filho (2008).
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 12

Com uma densidade foliar observada em torno de 1,2 m2/m3, esta


camada é provavelmente a mais importante no que diz respeito às trocas
gasosas do umbuzeiro. Resultados obtidos por Lima Filho (2008), sobre
trocas gasosas realizadas nas camadas de folhas expostas à radiação
solar (PAR = 1750 µmol m-2 s-1), com auxílio de um IRGA (LONG et
al., 1996), indicaram valores de condutância estomática, transpiração
e fotossíntese em torno de 0,16 mol m-2 s-1, 6,5 mmol m-2 s-1 e 8,79
µmol m-2 s-1, respectivamente. Já nas camadas mais inferiores (PAR =
30 µmol m-2s-1), tanto a condutância como a transpiração apresentaram
valores significativamente mais baixos, em torno de 0,05 mol m-2 s-1 e
2,2 mmol m-2 s-1, respectivamente.
A fotossíntese apresentou taxa negativa da ordem de 2,56 µmol m-2 s-1,
sugerindo que as folhas da camada mais baixa do dossel do umbuzeiro,
sob condições de baixa iluminação, apresentam-se como drenos de
fotossintatos. Entretanto, alguma radiação poderá, eventualmente,
penetrar no dossel, beneficiando algumas folhas que por estarem menos
expostas a altas temperaturas e ventos secos, poderão realizar alguma
fotossíntese e manter suas demandas energéticas básicas.

Comportamento hídrico do
umbuzeiro
O comportamento hídrico do umbuzeiro foi inicialmente estudado
por Ferri e Laboriau (1952) e Ferri (1953,) tomando-se com base
o comportamento estomático. Estes autores observaram que a
transpiração, obtida pelo método de pesagem, atingiu o ponto máximo
diário às 9h, antecipando em 7 horas o momento de evapotranspiração
máxima. Em outro estudo, a taxa de transpiração máxima foi registrada
às 7h, entretanto, os valores foram tão baixos que foram considerados
como transpiração cuticular (FERRI, 1953). Ferri (1978) salienta que
os estômatos do umbuzeiro são pequenos, não possuem qualquer
mecanismo de proteção e fecham-se rapidamente ao primeiro sinal de
deficiência hídrica.
A velocidade de fechamento dos estômatos do umbuzeiro pode ser
monitorada inserindo-se folhas em uma câmara de assimilação de ¼ L
(IRGA LI-6200), destacando-as dos ramos logo após equilíbrio (Figura
4). Este procedimento visa interromper o fluxo de água para as folhas,
provocando, assim, o fechamento dos estômatos. Com este
13 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

procedimento, observa-se uma rápida queda na condutância estomática,


caindo de 0,13 mol m-² s-¹ para cerca de 0,02 mol m-²s-¹ em
aproximadamente 5 minutos, expressando de alguma forma a velocidade
de fechamento dos estômatos (Figura 4). Neste mesmo período, a
transpiração do umbuzeiro cai de 8,8 mmol m-2 s-1 para aproximadamente
2,3 mmol m-2 s-1, representando cerca de 80% do valor inicial obtido
imediatamente antes do destaque das folhas (Figura 4). Os valores
abaixo deste ponto podem ser considerados como condutância cuticular
já que as folhas do umbuzeiro possuem cutícula bastante delgada,
possibilitando após o fechamento dos estômatos, alguma transpiração
(FERRI, 1978). De acordo com Grisi (1976), espécies da Caatinga como a
baraúna (Schinopsis brasiliensis) e a catingueira (Caesalpinia pyramidalis)
apresentaram, no final do período das chuvas e nos momentos mais
críticos do dia, redução na transpiração da ordem de 24,3% e 33%,
respectivamente, 5 minutos após destaque da folha. Segundo Lima Filho
e Silva (1988), o umbuzeiro exerce rígido controle sobre a transpiração
através dos estômatos, mesmo sob condições de boa disponibilidade
hídrica, assegurando uma significativa economia de água.
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 14

Figura 4. Redução na condutância estomática e transpiração das folhas do


umbuzeiro em função do tempo, após excisão.
15 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Lima Filho (2001) estudou as relações hídricas do umbuzeiro através


do monitoramento do potencial hídrico e seus componentes (TURNER,
1981) para compreender os mecanismos pelos quais esta espécie
mantém seu balanço hídrico interno durante as estações seca e
chuvosa. Este autor salienta que, sob condições de seca, os valores
mais baixos de potencial hídrico e potencial osmótico foram observados
em torno das 8h, atingindo, respectivamente, –0,97 MPa e –1,17 MPa,
resultando em uma pressão de turgor de 0,2 MPa. A pressão mais
baixa ocorreu às 16h, atingindo 0,16 MPa (Figura 5).

Figura 5. Valores de potencial hídrico e osmótico, e pressão de turgor das folhas do umbuzeiro
observados durante a estação seca.
Fonte: Lima Filho (2001).

Sugere-se que, sob condições de deficiência hídrica, o umbuzeiro


mantém um balanço hídrico relativamente estável durante o dia,
por apresentar baixa densidade foliar e por exercer rígido controle
estomático. A interação destes fatores provoca uma redução drástica
da transpiração da água armazenada nas túberas (LIMA FILHO, 2001).
Durante a estação chuvosa, observou-se, no período diurno, um maior
desequilíbrio no balanço hídrico interno do umbuzeiro, em comparação
à estação seca (Figura 6).
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 16

Figura 6. Valores de potencial hídrico e osmótico, e pressão de turgor das folhas do


umbuzeiro observados durante o período chuvoso.
Fonte: Lima Filho (2001).

Os valores mais baixos de potencial hídrico foram obtidos às 14h,


quando foram detectados –1,55 MPa. Neste momento, o potencial
osmótico atingiu –1,57 MPa, culminando com uma pressão de turgor
de 0,02 MPa. Este baixo valor pode ser resultado do incremento da
densidade foliar e, consequentemente, da superfície transpiratória,
provocando efeitos negativos sobre o balanço hídrico interno. Isso
sugere que o fluxo de água através da planta pode não ter sido
suficiente para manter um balanço hídrico satisfatório no momento
de maior demanda evapotranspiratória, por causa das resistências
impostas ao fluxo da água no interior da planta descritas por Taiz e
Zeiger (1991).
Ainda de acordo com Lima Filho (2001), o umbuzeiro apresenta uma
queda progressiva no potencial osmótico, mesmo após a recuperação
do potencial hídrico da planta ao final do dia, resultando em valores de
pressão de turgor semelhante aos observados no início do dia sugerindo
a ocorrência de um ajustamento osmótico das folhas. Assim, durante a
época chuvosa, a recuperação do balanço hídrico interno do umbuzeiro
ocorreu às 18h.
17 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

O papel das túberas sobre o balanço hídrico do umbuzeiro foi evidenciado


por Lima Filho (2007), após estudar o comportamento hídrico de
plantas jovens propagadas por sementes e por estaquia, e submetidas
a estresse hídrico durante 20 dias (Figura 7). Segundo este autor, as
plantas propagadas por sementes atingiram -0,56 MPa e -0,88 MPa,
respectivamente, no quarto e 20o dia, indicando uma queda de 0,16 MPa
no período.

Figura 7. Potencial hídrico de mudas de umbuzeiros propagadas por sementes e estaquia.


Fonte: Lima Filho (2007)

Com relação às mudas propagadas por estaquia, os valores de potencial


hídrico decresceram de -0,72 MPa para -1,3 MPa resultando em uma
diferença de 0,58 MPa. Ainda segundo Lima Filho (2007), as plantas
propagadas por sementes desenvolveram um sistema radicular mais
eficiente para manutenção de um balanço hídrico interno favorável sob
condições decrescentes de disponibilidade de água no solo. Porém,
as plantas propagadas por estaquia foram incapazes de manter um
balanço hídrico adequado por causa da ausência de túberas no sistema
radicular. De acordo com Nascimento et al. (1993), plantas propagadas
por estaquia dificilmente formam túberas no sistema radicular. Estes
autores verificaram, 24 meses após o transplante para o campo, que
mudas de umbuzeiro propagadas por sementes apresentaram um índice
de sobrevivência na ordem de 100%, enquanto aquelas propagadas por
estaquia atingiram apenas 6%.
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 18

Espécies do gênero Spondias, como umbu-cajá (Spondias sp.),


umbuguela (Spondias sp.), cajá (S. lutea L.), cajá-manga (S. cytherea
Sonn.) e ceriguela (S. purpurea L.), enxertadas em umbuzeiro (S.
tuberosa Cam. Arr.), apresentaram, durante a progressão de estação
seca, um comportamento hídrico semelhante ao observado para o
umbuzeiro pé-franco, por causa da presença de túberas no sistema
radicular do porta-enxerto (LIMA FILHO; SANTOS, 2009). Apesar
da redução na disponibilidade de água no solo, ao longo do período
experimental, o potencial hídrico das espécies estudadas, obtido no
início e no final dos trabalhos, situou-se em torno de –1,4 MPa e
–0,9 MPa, respectivamente, sugerindo uma recuperação hídrica de
todas as espécies (Figura 8). Para os autores, a recuperação decorreu
da redução da condutância estomática e da queda progressiva da
superfície transpiratória, mantendo maior volume de água armazenada
nas túberas, utilizada para manutenção de um balanço hídrico
satisfatório durante a estação seca. Entretanto, a melhoria observada
no balanço hídrico das espécies não causou reflexos positivos em
relação à condutância estomática, transpiração e fotossíntese. (Figura
9).

Figura 8. Potencial hídrico de espécies de Spondias observado sob condições progressi-


vas de deficiência hídrica.
19 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Figura 9 . Valores de condutância estomá-


tica transpiração e fotossíntese de espécies
de Spondias, observados sob condições
progressivas de deficiência hídrica.
Fonte: Lima Filho e Santos (2009).

Trocas Gasosas
O comportamento ecofisiológico envolvendo as trocas gasosas do umbuzeiro
durante as estações seca e chuvosa foi estudado por Lima Filho (2004). Durante
a estação seca, o umbuzeiro apresentou uma baixa condutividade estomática
logo no início do dia, decrescendo à medida que aumentou o deficit de pressão
de vapor. De acordo com este autor, os valores mais altos para condutância,
transpiração e fotossíntese foram observados em torno de 6h, decrescendo
até atingir os valores mais baixos entre 10h e 14h. (Figura 10).
Embora muito baixa, a transpiração foi mantida, reforçando a importância
das túberas na estabilização do balanço hídrico do umbuzeiro. Já a
assimilação de dióxido de carbono (CO2) foi mais afetada que a transpiração,
atingindo valores próximos a 0 µmol m-2s-1 nas horas de maior demanda
evapotranspiratória. Ainda segundo Lima Filho (2004), pelo fato de o
umbuzeiro apresentar mecanismo de fixação de Carbono tipo C3, é possível
que as altas temperaturas tenham desencadeado o processo fotorespiratório
que, juntamente com a baixa condutância estomática, contribuiu para a
queda da assimilação fotossinética. Observa-se que a concentração interna
de CO2 aumentou de 250 ppm, pela manhã, para 370 ppm às 14h, quando
a condutância e a fotossíntese atingiram valores baixíssimos sugerindo que
parte do CO2 liberado pela fotorespiração tenha ficado retida no interior da
folha em consequência de fechamento dos estômatos.
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 20

Figura 10. Variação diurna da condutância estomática, transpiração, fotos-


síntese e concentração interna de CO2 do umbuzeiro observada durante as
épocas seca e chuvosa.
Fonte: Lima Filho (2004).
21 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Durante a estação chuvosa, de modo geral, a condutividade estomática,


transpiração e fotossíntese foram significativamente maiores, atingindo
os valores mais altos entre 8h e 10h e os mais baixos em torno das 14h.
(Figura 10). Constatou-se, também, principalmente durante a estação
chuvosa, um pequeno acréscimo destas variáveis às 16h, sugerindo
que o umbuzeiro apresenta dois picos diários de trocas gasosas. Este
comportamento pode ser notado mesmo em plantas sob boas condições
de disponibilidade de água, por causa de variações na temperatura e
umidade relativa do ar durante o dia (SCHULZE et al., 1975).
O melhor desempenho do umbuzeiro durante a época chuvosa em
relação à assimilação fotossintética pode ser visualizado através
do comportamento horário da concentração interna de CO2, que
tipicamente situa-se em torno de 220 ppm em plantas C3. De acordo
com Lima Filho (2004), a concentração interna de CO2 observada
situou-se em torno deste valor durante a maior parte do dia.

Considerações Finais
Os resultados observados neste trabalho indicam que o umbuzeiro
apresenta estratégias para sobreviver e produzir frutos nas condições
do seu habitat natural. Além das características morfo-anatômicas que
lhes são peculiares, o desenvolvimento de túberas no sistema radicular,
a abscisão das folhas e o controle estomático do fluxo transpiratório,
parecem ser os mecanismos que mais influenciam o desempenho do
umbuzeiro sob tais condições. Com isso, é possível delinear o seguinte
cenário: no início da época seca, quando a disponibilidade de água no
solo declina rapidamente, a redução brusca da condutância estomática
restringe drasticamente a transpiração da planta e as folhas iniciam o
processo da abscisão.
À medida que a superfície transpiratória é reduzida, o balanço hídrico
interno tende a entrar em equilíbrio, por causa da água presente nas
túberas. Este equilíbrio é mantido, e isso favorece o lançamento das
primeiras folhas ao final da época seca. Estas folhas apresentam
baixíssima condutância estomática às trocas gasosas, indicando
um rígido controle da transpiração. Com a chegada das primeiras
chuvas, o rápido crescimento da superfície transpiratória provoca um
desequilíbrio entre a absorção de água e a transpiração em momentos
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 22

de grande demanda evapotranspiratória. Assim, no final da estação


chuvosa, quando a densidade foliar alcança o valor máximo, o
umbuzeiro apresenta um balanço hídrico em desequilíbrio durante a
maior parte do dia com valores muito mais negativos que durante a
época seca. Apesar disso, a turgescência dos tecidos foliares é mantida
por causa de uma queda muito mais acentuada no potencial osmótico
dos tecidos, permitindo que a planta se ajuste osmoticamente e

Referências

ALMEIDA, J. R.; VALSECHI, O. Guia de composição de frutas. Piracicaba: USP, 1966.


(USP. Boletim, 21)

BARBOSA, D. C. A.; BARBOSA, M. C. A.; LIMA, L. C. M. Fenologia de espécies


lenhosas da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.). Ecologia e
conservação da Caatinga. Recife: Universitária UFPE, 2003. p. 657-693.

CARVALHO, V. C. de. Structure et dynamique de la végetation en milieu tropical Semi-


aride: la Caatinga de Quixaba (Pernambuco, Brésil) du terrain a l’analyse des donnees
MSS/Landsat. 1986. 332 f. These (Doctoract) – Université de Toulouse – Le Mirail,
Toulouse.

CAVALCANTI, N. de B.; LIMA, J. L. S.; RESENDE, G. M.; BRITO, L. T. de L. Ciclo


reprodutivo do imbuzeiro (Spondias tuberosa, Arr. Cam.) no Semi-Árido do Nordeste
brasileiro. Revista Ceres, Viçosa, MG, v. 47, n. 272, p. 421-439, 2000.

CAVALCANTI, N. de B.; REZENDE, G. M.; BRITO, L. T. de L. Levantamento da produção


de xilopódios e os efeitos de sua retirada sobre a frutificação e persistência de plantas
nativas de imbuzeiros (Spondias tuberosa Arr. Cam. ). Ciência Agrotécnica, Lavras, v. 26,
n. 5, p. 927-942, 2002.

CAVALCANTI, N. de B.; REZENDE, G. M.; BRITO, L. T. de L. Período de ocorrência da


frutificação do imbuzeiro na região semi-árida de Pernambuco. Caatinga, Mossoró, v. 18,
n. 2, p. 129-135, 2005.

DUQUE, G. O Nordeste e as lavouras xerófilas. 3. ed. Mossoró: Fundação Guimarães


Duque, 1980. 316 p. (Fundação Guimarães Duque. Coleção Mossoroense, 142).

EPSTEIN, L. A riqueza do umbuzeiro. Bahia Agrícola, Salvador, v. 2, n. 3, p. 31-34,


1998.
FERRI, M. G.; LABOURIAU, L. G. Water balance of plants from “Caatinga” I.
Transpiration of some of the most frequent species of the “Caatinga”of Paulo Afonso
(Bahia) in the rainy season. Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, SP, v. 3, n. 12, p.
301-312, 1952.
23 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

FERRI, M. G. Water balance of plants from Caatinga II. Further information on


transpiration and stomate behavior. Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, SP, v. 3,
n.13, p. 237-244, 1953.
FERRI, M. G. Ecologia comparada del “Cerrado” y da la “Caatinga”. In: CONGRESO
VENEZOLANO DE BOTANICA, 5., 1978, Barquisimeto, Lara. Anais… [Barquisimeto]:
Universidad Centro Occidental, 1978. p. 189-243.
GIACOMETTI, D. C. Recursos genéticos de fruteiras nativas do Brasil: In: SIMPÓSIO
NACIONAL DE RECURSOS GENÉTICOS DE FRUTEIRAS NATIVAS, 1992, Cruz das
Almas. Resumos... Cruz das Almas: Embrapa-CNPMF, 1993. p.13-27.

GOMES, R. P. O umbuzeiro. In: GOMES, P. Fruticultura brasileira. 11. ed. São Paulo:
Nobel, 1990. p. 426-428.

GRISE, B. M. Ecofisiologia da Caatinga: comportamento hídrico de Caesalpinia


pyramidalis Tul. e Schinopsis Brasiliensis Engl., Ciência e Cultura, Campinas, v. 28, n. 4,
p. 417-425, 1976.

GUERRA, P. de B. O. O umbuzeiro: a civilização da seca. Fortaleza: DNOCS, 1981. p.


186, 187, 188.

LARCHER, W. Ecofisiologia vegetal. São Carlos, SP: RiMa, 2000. 531 p.

LIMA, D. de A. Imbuzeiro: plantas da Caatinga. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de


Ciências, 1989. p. 166-169.

LIMA, J. L. S. Reconhecimento de trinta espécies arbóreas e arbustivas da Caatinga


através da morfologia da casca. 1982, 144 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) –
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.

LIMA FILHO, J. M. P. Internal water relations of the umbu tree under semi-arid
conditions. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 23, n. 3, p. 518-521, 2001.

______. Gas exchange of the umbu tree under semiarid conditions. Revista Brasileira de
Fruticultura, Jaboticabal, v. 26, n. 2, p. 206-208, 2004.

______. Water status and gas exchange of umbu plants (Spondias tuberosa Arr. Cam.)
propagated by seeds and stem cuttings. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.
29, n. 2, p. 355-358, 2007.

______. Ecofisiologia do umbuzeiro: In : LEDERMAN, E.; LIRA JÚNIOR , J. S. de; SILVA


JÚNIOR, F. da. (Ed.). Spondias no Brasil: umbu, cajá e espécies afins. Recife: IPA: UFPE,
2008. p. 31-39.

LIMA FILHO, J. M. P.; SILVA, C. M. M de S. Aspectos fisiológicos do umbuzeiro.


Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 10, n. 23, p. 1.091-1.094, 1988.

LIMA FILHO, J. M. P.; SANTOS, C. A. S. Avaliações fenotípicas e fisiológicas de


espécies de Spondias tendo como porta-enxerto o umbuzeiro (Spondias tuberosa Cam.).
Revista Caatinga, Mossoró, v. 22, n. 1, p. 59-63, 2009.

LIMA, R. S. de. Estudo morfo-anatômico do sistema radicular de cinco espécies arbóreas


de uma área de Caatinga do Município de Alagoinha- PE. 1994. 103 f. Dissertação
(Mestrado) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 24

LONG, S. P.; FARAGE, D. K.; GARCIA, R. L. Measurement of Leaf and Canopy


Photosynthetic CO2 Exchange in the Field. Journal of Experimental Botany, [London], v.
47, p. 1.629-1.642, 1996.
MENDES, B. V. Umbuzeiro (Spondias tuberosa, Arr. Camara): importante fruteira do
Semi-Árido. Mossoró: ESAM, 1990. 67 p. (ESAM. Coleção Mossoroense, série C, 564).
MORS, W. B. A social function for the flora of the Cerrado and the Caatinga. Anais da
Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, v. 66, p. 85-89, 1994. Suplemento.

NASCIMENTO, C. E. de S.; OLIVEIRA, V. R. de; NUNES, R. F. de; ALBUQUERQUE,


T. C. S. de. Propagação vegetativa do umbuzeiro. In: CONGRESSO FLORESTAL
PANAMERICANO, 1.; CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 7., 1993, Curitiba.
Resumos... Curitiba: SBS: SBEF, 1993. v. 2, p. 454-456.

PIRES, I. E.; OLIVEIRA, V. R. de. Estrutura floral e sistema reprodutivo do umbuzeiro.


Petrolina: Embrapa, 1986. 2 p. (EMBRAPA-CPATSA. Pesquisa em Andamento, 50).
PIRES, M. G. M. Estudo taxonômico e área de ocorrência de Spondias tuberosa Arr. Cam.
(umbuzeiro) no estado de Pernambuco - Brasil. 1990. 290 f. Dissertação (Mestrado em
Botânica) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.

PRADO, D. E.; GIBBS, P. E. Patterns of species distribution in the dry seasonal forests of
South America. Annals of Missouri Botanical Garden, St. Louis, n. 80, p. 902-927, 1993.
SANTOS, C. A. F. Dispersão da variabilidade fenotípica do umbuzeiro no Semi-Árido
brasileiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 32, n. 9, p. 923-930, set.
1997.

SCHULZE, E. D.; LANGE, O. L; KAPPEN, L.; EVENARI, M.; BUSHBON, U. The role of
air humidity and leaf temperature in controlling stomatal resistance of Prunus armeniaca
L. under desert conditions. II. The significance of leaf water status and internal carbon
dioxide concentration. Oecologia, Heldelberg, v. 18, p. 219-233, 1975.

SILVA, A. Q. da; SILVA, A. da. Observações morfológicas e fisiológicas sobre Spondias


tuberosa Arr. Câm. In: CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA, 25., 1974, Mossoró.
Anais... Recife: SBB, 1974. p. 5-15.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Plant physiology. California: The Benjamin–Cummings, 1991. 559 p.
TURNER, N. C. Techniques and experimental approaches for the measurement of plant
water status. Plant and Soil, Dordrecht, v. 58, p. 339-366, 1981.
WELLES, J. M.; NORMAN, J. M. Instrument for indirect measurement of canopy
architecture. Agronomy Journal, Madison, v. 83, p. 818-825, 1991.
25 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

CGPE 9651
ISSN 1808-9992
Dezembro, 2011
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Embrapa Semiárido
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Documentos 240

Ecofisiologia do Umbuzeiro
(Spondias tuberosa Arr. Cam.)

José Moacir Pinheiro Lima Filho

Embrapa Semiárido
Petrolina, PE
2011
Esta publicação está disponibilizada no endereço:
http://www.cpatsa.embrapa.br
Exemplares da mesma podem ser adquiridos na:
Embrapa Semiárido
BR 428, km 152, Zona Rural
Caixa Postal 23 56302-970 Petrolina, PE
Fone: (87) 3866-3600 Fax: (87) 3866-3815
sac@cpatsa.embrapa.br
Comitê de Publicações da Unidade
Presidente: Maria Auxiliadora Coêlho de Lima
Secretário-Executivo: Anderson Ramos de Oliveira
Membros: Ana Valéria de Souza
Andrea Amaral Alves
Gislene Feitosa Brito Gama
José Maria Pinto
Juliana Martins Ribeiro
Magna Soelma Bezerra de Moura
Patrícia Coelho de Souza Leão
Sidinei Anunciação Silva
Vanderlise Giongo
Welson Lima Simões
Supervisor editorial: Sidinei Anunciação Silva
Revisor de texto: Sidinei Anunciação Silva
Normalização bibliográfica: Sidinei Anunciação Silva
Tratamento de ilustrações: Nivaldo Torres dos Santos
Foto(s) da capa: José Moacir Pinheiro Lima Filho
Editoração eletrônica: Nivaldo Torres dos Santos
1a edição (2011): Formato digital

Todos os direitos reservados.


A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação
dos direitos autorais (Lei no 9.610).
É permitida a reprodução parcial do conteúdo desta publicação desde que citada a fonte.
CIP - Brasil. Catalogação na publicação

Embrapa Semiárido

Lima Filho, José Moacir Pinheiro.


Ecofisiologia do umbuzeiro (Spondias tuberosa, Arr. Cam.) / José Moacir
Pinheiro Lima Filho. --- Petrolina: Embrapa Semiárido, 2011.

24 p. (Embrapa Semiárido. Documentos, 240).

1. Fisiologia. 2. Umbu. 3. Região semiárida. 4. Spondias tuberosa. I. Título.

CDD 634.44

© Embrapa 2011
Autor

José Moacir Pinheiro Lima Filho


Engenheiro-agrônomo, M.Sc. em Ecofisiologia Vegetal,
pesquisador aposentado da Embrapa Semiárido,
Petrolina, PE.
zemoa5@hotmail.com
Apresentação

O umbuzeiro (Spondias tuberosa) é uma planta de grande ocorrência


no Semiárido brasileiro, principalmente no Bioma Caatinga. Sobrevive
em períodos secos prolongados, graças aos xilopódios que armazenam
água e outros elementos necessários à sua nutrição.

O fruto do umbuzeiro, conhecido como imbu, ambu ou umbu, é muito


apreciado e, por isso, constitui-se em uma opção de complemento de
renda para produtores rurais. O umbu possui polpa agridoce e pode ser
consumido in natura ou processado na forma de suco, sorvetes, geleias
, vinagre entre outros.

Geralmente, o umbu é comercializado em feiras livres e em pequenas


cooperativas. O extrativismo intensificou a pressão sobre a espécie,
reduzindo, assim, a sua densidade na Caatinga. Diante do potencial
comercial do fruto, estão sendo realizados estudos com o objetivo
de se conhecer melhor a espécie a fim de se elaborar e implementar
medidas para aumentar o número de plantas, não apenas por causa de
seu potencial comercial mas, principalmente, para a preservação da
espécie, já que a mesma corre risco de extinção.
Este trabalho constitui-se em uma importante publicação sobre o
umbuzeiro por tratar, dentre outros, de aspectos como a distribuição
geográfica, morfologia, fenologia e comportamento hídrico da espécie.
Traz, portanto, informações importantes para o conhecimento da
planta, principalmente quando objetiva o desenvolvimento de medidas
que viabilizem sua preservação.

Natoniel Franklin de Melo


Chefe-Geral da Embrapa Semiárido
Sumário

Introdução .........................................................................6
Distribuição Geográfica........................................................7
Aspectos Morfológicos ......................................................7
Fenologia ..........................................................................9
Características do Dossel ..................................................10
Comportamento Hídrico do Umbuzeiro.................................12
Trocas Gasosas ............................................................. ..19
Considerações Finais .........................................................21
Referências .....................................................................22
Ecofisiologia do Umbuzeiro
(Spondias tuberosa Arr. Cam.)
José Moacir Pinheiro Lima Filho

Introdução

O umbuzeiro (Spondias tuberosa) é uma espécie do gênero Spondias,


família Anacardiaceae, nativa do Semiárido brasileiro (PRADO; GIBBS,
1993), não existindo relatos da sua ocorrência em outras regiões do
planeta. É uma espécie de grande importância para o Bioma Caatinga,
pois além de sobreviver sob as condições hostis do clima semiárido,
consegue produzir uma grande quantidade de frutos que, segundo Mors
(1994), são ricos em carboidratos e vitamiana C (ácido ascórbico),
apresentando ainda, teores significativos das vitaminas A, B1 e
sais minerais (ALMEIDA; VALSECHI, 1966; EPSTEIN, 1998). Além
de desempenhar papel nutricional, a comercialização dos frutos do
umbuzeiro é a principal fonte de renda para a maioria dos pequenos
agricultores durante a época de safra.
Este trabalho tem o objetivo apresentar informações sobre o
comportamento ecofisiológico do umbuzeiro dentro das condições
climáticas da região semiárida do Nordeste brasileiro. Serão também
abordadas algumas características morfológicas e aspectos da fenologia
que contribuem para o desempenho desta espécie durante seu ciclo
anual. Os resultados apresentados são provenientes de trabalhos
realizados nas áreas do Campo Experimental da Caatinga da Embrapa
Semiárido, Petrolina, PE.
7 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Distribuição Geográfica
A área de vegetação natural do umbuzeiro é limitada pela Mata Atlântica,
pelo Cerrado e pela região pré-amazônica (SANTOS, 1997). É encontrado
nas caatingas elevadas da Serra da Borborema, serras do Seridó norte-
riograndense, Agreste piauiense e Caatingas pernambucanas e baianas
e no norte de Minas Gerais (MENDES, 1990), principalmente nas áreas
com temperaturas entre 13 oC a 38 oC, umidade relativa entre 30% e
80%, pluviosidade anual de 400 mm a 800 mm e 2.000 a 3.000 horas
de insolação (DUQUE, 1980). Esta região é conhecida como centro de
alta diversidade e domesticação da espécie, classificada por Giacometti
(1993) como Centro 6: Centro Nordeste/Caatinga, onde vários autores
constataram a ocorrência de elevado número de umbuzeiros.
O umbuzeiro se desenvolve nos mais variados tipos de solos do Nordeste
brasileiro, principalmente dentro da grande unidade de paisagem
Depressão Sertaneja, onde há uma maior ocorrência dos solos Brunos
não Cálcicos, Podzólicos Distróficos e Estróficos. Neste cenário, o
umbuzeiro desenvolve o seu ciclo anual juntamente com o sisal (Agave
sisalana Perr.) da imburana de cheiro (Fonesea cearensis Fr. All.) e de
outras espécies do mesmo habitat (DUQUE, 1980), necessitando de
um período de estresse hídrico para iniciar o seu ciclo reprodutivo anual
(CAVALCANTI et al., 2000).

Aspectos Morfológicos
O umbuzeiro é uma árvore com altura que varia de 4 m a 6 m e copa
umbeliforme, podendo atingir um diâmetro em torno de 10 m a 15 m
(CARVALHO, 1986). Apresenta sistema radicular especializado formado
por raízes longas, espalhadas horizontalmente, próximas à superfície
do solo, com túberas ou batatas (xilopódios) que se caracterizam
como intumescências, providas de tecido lacunoso e celulósico. Estas
estruturas podem atingir 20 cm de diâmetro e são, geralmente,
encontradas entre 10 cm e 30 cm de profundidade. A principal
função destas formações é o armazenamento de água, minerais e
outros solutos importantes para a manutenção de um balanço hídrico
favorável, sob condições de deficiência hídrica (LIMA FILHO; SILVA,
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 8

1988; LIMA FILHO, 2001). Segundo Cavalcanti et al. (2002), o sistema


radicular de plantas adultas pode apresentar cerca de 367 túberas com
um peso médio de 683,5 kg por planta.
O caule apresenta de 3-5 ramificações principais, que podem ocorrer
desde a base ou até a 1 m de altura do solo (PIRES, 1990). Apresenta
casca morta de espessura média entre 2 mm a 5 mm, áspera e rígida,
de cor cinza claro a negro e uma casca viva, de espessura média entre 5
mm e 12 mm, avermelhada internamente e que, por incisão, apresenta
exsudado transparente e resinoso (LIMA, 1982).
As folhas são pecioladas, alternas, imparipenadas, com folíolos oblongo-
ovalados, com base obtusa ou cordada, ápice agudo ou obtuso,
com cerca de 2-4 cm de comprimento, 2-3 cm de largura e margens
serrilhadas ou inteiras lisas (GOMES, 1990; PIRES, 1990), podendo
apresentar pilosidades (LIMA, 1994). Esta última característica facilita
os mecanismos de dissipação de energia, mantendo a temperatura das
folhas próxima à do ar (LARCHER, 2000 ).
As flores, dispostas em panículas terminais de 10 cm a 15 cm são
actinomorfas com 7 cm a 8 cm de diâmetro, cálice com 4 a 5 sépalas e
uma corola com 4 a 5 pétalas valvadas. Os ramos da inflorescência e o
pedicelo são finamente pilosos. (LIMA, 1989). A abertura das flores se
dá durante a madrugada, entre 0h e 4h, ocorrendo o pico de abertura às
2h (PIRES; OLIVEIRA, 1986).
O fruto, com diâmetro entre 2 cm a 4 cm e pesando 10 g a 20 g, é uma
drupa elipsoidal, glabra ou levemente pilosa, com a extremidade próxima,
em relação ao pedúnculo, mais afunilado do que a distal (SILVA; SILVA,
1974). Normalmente, o fruto, quando maduro, é de coloração amarela-
esverdeada, com pericarpo coriáceo e polpa suculenta. O endocarpo
ou caroço, de tamanho variado de consistência denso-fibrosa, é muito
resistente e contém a semente propriamente dita. Apresenta orifícios
por onde penetra a água e saem o eixo embrionário e os cotilédones, por
ocasião da germinação das sementes (MENDES, 1990).
9 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Fenologia
Uma das estratégias utilizadas pelo umbuzeiro para sua sobrevivên-
cia durante a estação seca é a abscisão de suas folhas para reduzir a
superfície transpiratória e, consequentemente, a perda de água. Resul-
tados apresentados por Lima Filho (2008) relativos ao ciclo produtivo
1994-1995 (Figura 1), indicam que as folhas do umbuzeiro entram
em processo de senescência logo no início da estação seca, quando
a planta fica totalmente desfolhada e em dormência vegetativa até a
ocorrência das primeiras chuvas.
A abscisão total das folhas do umbuzeiro ocorre cerca de 1 a 2 meses
após a última precipitação e o lançamento das primeiras flores pode ser
observado ainda sob condições de seca. De acordo com Cavalcanti et al.
(2000), o início do ciclo reprodutivo do umbuzeiro ocorre na ausência de
precipitações e no período em que a temperatura do ar e a umidade rela-
tiva alcançam os valores mais críticos. É possível que a data de início da
floração do umbuzeiro esteja associada à duração e intensidade do deficit
hídrico sofrido anteriormente durante a época seca, como ocorre com ou-
tras espécies do Bioma Caatinga apresentadas em Barbosa et al. (2003).

Figura 1. Relação entre a precipitação, densidade foliar e as fases fenológicas do


umbuzeiro (1- queda de folhas; 2- floração; 3- frutificação; 4- maturação), observada
durante o ciclo produtivo 1994-1995, em Petrolina, PE.
Fonte: Lima Filho (2008).
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 10

Logo após a formação das inflorescências aparecem as primeiras folhas


localizadas à base do pedicelo. Estas folhas, ao atingirem a maturidade
fisiológica irão, provavelmente, prover os fotossintatos necessários ao
crescimento e desenvolvimento inicial dos novos frutos. O crescimento
vegetativo do umbuzeiro é exponencialmente incrementado logo após
as primeiras chuvas alcançando, no ciclo 1994-1995, um valor máximo
de densidade foliar em torno de 1,45 m2/m3 no período de ocorrência
da maior precipitação (Figura 1). Este valor poderá, também, variar
anualmente, de acordo com a intensidade e distribuição da precipitação.
Nas observações de Lima Filho (2008), a floração do umbuzeiro
teve início cerca de 36 dias após a queda das folhas do ciclo anterior
e antes das primeiras precipitações. A frutificação plena ocorreu a
aproximadamente 25 dias após o início da floração e a maturação dos
frutos, em torno de 120 dias (Figura 1). Estes resultados estão de acordo
com os obtidos por Cavalcanti et al. (2005), nas safras de 1999 e 2002,
na região de Petrolina, PE. Entretanto, as datas de início e duração das
fases fenológicas do umbuzeiro poderão variar de ano a ano, de acordo
com as ocorrências dos eventos climáticos observados em cada região.
Por exemplo, no Sertão de Pernambuco, o período de floração ocorre
entre os meses de outubro e dezembro, enquanto na região do Agreste,
este período é entre janeiro e março, com a frutificação entre março e
junho (PIRES, 1990).
Segundo Guerra (1981), o período de frutificação do umbuzeiro é de
aproximadamente 2 meses e meio. Mais informações sobre períodos de
brotação, floração e frutificação do umbuzeiro em regiões distintas são
encontradas em Duque (1980), Mendes (1990), Pires (1990) e Cavalcanti
et al. (2000).

Características do Dossel
De maneira geral, a estrutura do dossel do umbuzeiro adulto é de
formato hemisférico, onde a radiação solar é bastante atenuada.
Infelizmente, publicações envolvendo o umbuzeiro, nesta linha de
pesquisa, são praticamente inexistentes. Porém, observações recentes
realizadas com plantas adultas apresentando uma densidade foliar em
torno de 2 m2/m3, obtida com auxílio de um analisador de dossel LI-2000
(LICOR) descrito por Welles e Norman (1991), indicam que, ao penetrar
no dossel, cerca de 80% da radiação fotossinteticamente ativa (PAR) é
atenuada na primeira camada de 1 m da parte superior de copa. Segundo
11 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Lima Filho (2008), apenas 4,4 % da PAR alcança as folhas localizadas


na camada mais inferior (Figura 2). As folhas localizadas na camada
superior do dossel apresentam maiores índices de clorofila -- índices
obtidos com um clorofilômetro portátil -- atingindo valores em torno de
32,1 com tendência a decrescer com a altura das observações (Figura 3).

Figura 2. Porcentagem da radiação fotossinteticamente ativa (PAR), interceptada pelo


umbuzeiro, em função da altura das observações no dossel.
Fonte: Lima Filho (2008).

Figura 3. Variação no índice de clorofila observada em falhas de umbuzeiro em função da


localização no dossel.
Fonte: Lima Filho (2008).
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 12

Com uma densidade foliar observada em torno de 1,2 m2/m3, esta


camada é provavelmente a mais importante no que diz respeito às trocas
gasosas do umbuzeiro. Resultados obtidos por Lima Filho (2008), sobre
trocas gasosas realizadas nas camadas de folhas expostas à radiação
solar (PAR = 1750 µmol m-2 s-1), com auxílio de um IRGA (LONG et
al., 1996), indicaram valores de condutância estomática, transpiração
e fotossíntese em torno de 0,16 mol m-2 s-1, 6,5 mmol m-2 s-1 e 8,79
µmol m-2 s-1, respectivamente. Já nas camadas mais inferiores (PAR =
30 µmol m-2s-1), tanto a condutância como a transpiração apresentaram
valores significativamente mais baixos, em torno de 0,05 mol m-2 s-1 e
2,2 mmol m-2 s-1, respectivamente.
A fotossíntese apresentou taxa negativa da ordem de 2,56 µmol m-2 s-1,
sugerindo que as folhas da camada mais baixa do dossel do umbuzeiro,
sob condições de baixa iluminação, apresentam-se como drenos de
fotossintatos. Entretanto, alguma radiação poderá, eventualmente,
penetrar no dossel, beneficiando algumas folhas que por estarem menos
expostas a altas temperaturas e ventos secos, poderão realizar alguma
fotossíntese e manter suas demandas energéticas básicas.

Comportamento hídrico do
umbuzeiro
O comportamento hídrico do umbuzeiro foi inicialmente estudado
por Ferri e Laboriau (1952) e Ferri (1953,) tomando-se com base
o comportamento estomático. Estes autores observaram que a
transpiração, obtida pelo método de pesagem, atingiu o ponto máximo
diário às 9h, antecipando em 7 horas o momento de evapotranspiração
máxima. Em outro estudo, a taxa de transpiração máxima foi registrada
às 7h, entretanto, os valores foram tão baixos que foram considerados
como transpiração cuticular (FERRI, 1953). Ferri (1978) salienta que
os estômatos do umbuzeiro são pequenos, não possuem qualquer
mecanismo de proteção e fecham-se rapidamente ao primeiro sinal de
deficiência hídrica.
A velocidade de fechamento dos estômatos do umbuzeiro pode ser
monitorada inserindo-se folhas em uma câmara de assimilação de ¼ L
(IRGA LI-6200), destacando-as dos ramos logo após equilíbrio (Figura
4). Este procedimento visa interromper o fluxo de água para as folhas,
provocando, assim, o fechamento dos estômatos. Com este
13 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

procedimento, observa-se uma rápida queda na condutância estomática,


caindo de 0,13 mol m-² s-¹ para cerca de 0,02 mol m-²s-¹ em
aproximadamente 5 minutos, expressando de alguma forma a velocidade
de fechamento dos estômatos (Figura 4). Neste mesmo período, a
transpiração do umbuzeiro cai de 8,8 mmol m-2 s-1 para aproximadamente
2,3 mmol m-2 s-1, representando cerca de 80% do valor inicial obtido
imediatamente antes do destaque das folhas (Figura 4). Os valores
abaixo deste ponto podem ser considerados como condutância cuticular
já que as folhas do umbuzeiro possuem cutícula bastante delgada,
possibilitando após o fechamento dos estômatos, alguma transpiração
(FERRI, 1978). De acordo com Grisi (1976), espécies da Caatinga como a
baraúna (Schinopsis brasiliensis) e a catingueira (Caesalpinia pyramidalis)
apresentaram, no final do período das chuvas e nos momentos mais
críticos do dia, redução na transpiração da ordem de 24,3% e 33%,
respectivamente, 5 minutos após destaque da folha. Segundo Lima Filho
e Silva (1988), o umbuzeiro exerce rígido controle sobre a transpiração
através dos estômatos, mesmo sob condições de boa disponibilidade
hídrica, assegurando uma significativa economia de água.
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 14

Figura 4. Redução na condutância estomática e transpiração das folhas do


umbuzeiro em função do tempo, após excisão.
15 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Lima Filho (2001) estudou as relações hídricas do umbuzeiro através


do monitoramento do potencial hídrico e seus componentes (TURNER,
1981) para compreender os mecanismos pelos quais esta espécie
mantém seu balanço hídrico interno durante as estações seca e
chuvosa. Este autor salienta que, sob condições de seca, os valores
mais baixos de potencial hídrico e potencial osmótico foram observados
em torno das 8h, atingindo, respectivamente, –0,97 MPa e –1,17 MPa,
resultando em uma pressão de turgor de 0,2 MPa. A pressão mais
baixa ocorreu às 16h, atingindo 0,16 MPa (Figura 5).

Figura 5. Valores de potencial hídrico e osmótico, e pressão de turgor das folhas do umbuzeiro
observados durante a estação seca.
Fonte: Lima Filho (2001).

Sugere-se que, sob condições de deficiência hídrica, o umbuzeiro


mantém um balanço hídrico relativamente estável durante o dia,
por apresentar baixa densidade foliar e por exercer rígido controle
estomático. A interação destes fatores provoca uma redução drástica
da transpiração da água armazenada nas túberas (LIMA FILHO, 2001).
Durante a estação chuvosa, observou-se, no período diurno, um maior
desequilíbrio no balanço hídrico interno do umbuzeiro, em comparação
à estação seca (Figura 6).
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 16

Figura 6. Valores de potencial hídrico e osmótico, e pressão de turgor das folhas do


umbuzeiro observados durante o período chuvoso.
Fonte: Lima Filho (2001).

Os valores mais baixos de potencial hídrico foram obtidos às 14h,


quando foram detectados –1,55 MPa. Neste momento, o potencial
osmótico atingiu –1,57 MPa, culminando com uma pressão de turgor
de 0,02 MPa. Este baixo valor pode ser resultado do incremento da
densidade foliar e, consequentemente, da superfície transpiratória,
provocando efeitos negativos sobre o balanço hídrico interno. Isso
sugere que o fluxo de água através da planta pode não ter sido
suficiente para manter um balanço hídrico satisfatório no momento
de maior demanda evapotranspiratória, por causa das resistências
impostas ao fluxo da água no interior da planta descritas por Taiz e
Zeiger (1991).
Ainda de acordo com Lima Filho (2001), o umbuzeiro apresenta uma
queda progressiva no potencial osmótico, mesmo após a recuperação
do potencial hídrico da planta ao final do dia, resultando em valores de
pressão de turgor semelhante aos observados no início do dia sugerindo
a ocorrência de um ajustamento osmótico das folhas. Assim, durante a
época chuvosa, a recuperação do balanço hídrico interno do umbuzeiro
ocorreu às 18h.
17 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

O papel das túberas sobre o balanço hídrico do umbuzeiro foi evidenciado


por Lima Filho (2007), após estudar o comportamento hídrico de
plantas jovens propagadas por sementes e por estaquia, e submetidas
a estresse hídrico durante 20 dias (Figura 7). Segundo este autor, as
plantas propagadas por sementes atingiram -0,56 MPa e -0,88 MPa,
respectivamente, no quarto e 20o dia, indicando uma queda de 0,16 MPa
no período.

Figura 7. Potencial hídrico de mudas de umbuzeiros propagadas por sementes e estaquia.


Fonte: Lima Filho (2007)

Com relação às mudas propagadas por estaquia, os valores de potencial


hídrico decresceram de -0,72 MPa para -1,3 MPa resultando em uma
diferença de 0,58 MPa. Ainda segundo Lima Filho (2007), as plantas
propagadas por sementes desenvolveram um sistema radicular mais
eficiente para manutenção de um balanço hídrico interno favorável sob
condições decrescentes de disponibilidade de água no solo. Porém,
as plantas propagadas por estaquia foram incapazes de manter um
balanço hídrico adequado por causa da ausência de túberas no sistema
radicular. De acordo com Nascimento et al. (1993), plantas propagadas
por estaquia dificilmente formam túberas no sistema radicular. Estes
autores verificaram, 24 meses após o transplante para o campo, que
mudas de umbuzeiro propagadas por sementes apresentaram um índice
de sobrevivência na ordem de 100%, enquanto aquelas propagadas por
estaquia atingiram apenas 6%.
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 18

Espécies do gênero Spondias, como umbu-cajá (Spondias sp.),


umbuguela (Spondias sp.), cajá (S. lutea L.), cajá-manga (S. cytherea
Sonn.) e ceriguela (S. purpurea L.), enxertadas em umbuzeiro (S.
tuberosa Cam. Arr.), apresentaram, durante a progressão de estação
seca, um comportamento hídrico semelhante ao observado para o
umbuzeiro pé-franco, por causa da presença de túberas no sistema
radicular do porta-enxerto (LIMA FILHO; SANTOS, 2009). Apesar
da redução na disponibilidade de água no solo, ao longo do período
experimental, o potencial hídrico das espécies estudadas, obtido no
início e no final dos trabalhos, situou-se em torno de –1,4 MPa e
–0,9 MPa, respectivamente, sugerindo uma recuperação hídrica de
todas as espécies (Figura 8). Para os autores, a recuperação decorreu
da redução da condutância estomática e da queda progressiva da
superfície transpiratória, mantendo maior volume de água armazenada
nas túberas, utilizada para manutenção de um balanço hídrico
satisfatório durante a estação seca. Entretanto, a melhoria observada
no balanço hídrico das espécies não causou reflexos positivos em
relação à condutância estomática, transpiração e fotossíntese. (Figura
9).

Figura 8. Potencial hídrico de espécies de Spondias observado sob condições progressi-


vas de deficiência hídrica.
19 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Figura 9 . Valores de condutância estomá-


tica transpiração e fotossíntese de espécies
de Spondias, observados sob condições
progressivas de deficiência hídrica.
Fonte: Lima Filho e Santos (2009).

Trocas Gasosas
O comportamento ecofisiológico envolvendo as trocas gasosas do umbuzeiro
durante as estações seca e chuvosa foi estudado por Lima Filho (2004). Durante
a estação seca, o umbuzeiro apresentou uma baixa condutividade estomática
logo no início do dia, decrescendo à medida que aumentou o deficit de pressão
de vapor. De acordo com este autor, os valores mais altos para condutância,
transpiração e fotossíntese foram observados em torno de 6h, decrescendo
até atingir os valores mais baixos entre 10h e 14h. (Figura 10).
Embora muito baixa, a transpiração foi mantida, reforçando a importância
das túberas na estabilização do balanço hídrico do umbuzeiro. Já a
assimilação de dióxido de carbono (CO2) foi mais afetada que a transpiração,
atingindo valores próximos a 0 µmol m-2s-1 nas horas de maior demanda
evapotranspiratória. Ainda segundo Lima Filho (2004), pelo fato de o
umbuzeiro apresentar mecanismo de fixação de Carbono tipo C3, é possível
que as altas temperaturas tenham desencadeado o processo fotorespiratório
que, juntamente com a baixa condutância estomática, contribuiu para a
queda da assimilação fotossinética. Observa-se que a concentração interna
de CO2 aumentou de 250 ppm, pela manhã, para 370 ppm às 14h, quando
a condutância e a fotossíntese atingiram valores baixíssimos sugerindo que
parte do CO2 liberado pela fotorespiração tenha ficado retida no interior da
folha em consequência de fechamento dos estômatos.
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 20

Figura 10. Variação diurna da condutância estomática, transpiração, fotos-


síntese e concentração interna de CO2 do umbuzeiro observada durante as
épocas seca e chuvosa.
Fonte: Lima Filho (2004).
21 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

Durante a estação chuvosa, de modo geral, a condutividade estomática,


transpiração e fotossíntese foram significativamente maiores, atingindo
os valores mais altos entre 8h e 10h e os mais baixos em torno das 14h.
(Figura 10). Constatou-se, também, principalmente durante a estação
chuvosa, um pequeno acréscimo destas variáveis às 16h, sugerindo
que o umbuzeiro apresenta dois picos diários de trocas gasosas. Este
comportamento pode ser notado mesmo em plantas sob boas condições
de disponibilidade de água, por causa de variações na temperatura e
umidade relativa do ar durante o dia (SCHULZE et al., 1975).
O melhor desempenho do umbuzeiro durante a época chuvosa em
relação à assimilação fotossintética pode ser visualizado através
do comportamento horário da concentração interna de CO2, que
tipicamente situa-se em torno de 220 ppm em plantas C3. De acordo
com Lima Filho (2004), a concentração interna de CO2 observada
situou-se em torno deste valor durante a maior parte do dia.

Considerações Finais
Os resultados observados neste trabalho indicam que o umbuzeiro
apresenta estratégias para sobreviver e produzir frutos nas condições
do seu habitat natural. Além das características morfo-anatômicas que
lhes são peculiares, o desenvolvimento de túberas no sistema radicular,
a abscisão das folhas e o controle estomático do fluxo transpiratório,
parecem ser os mecanismos que mais influenciam o desempenho do
umbuzeiro sob tais condições. Com isso, é possível delinear o seguinte
cenário: no início da época seca, quando a disponibilidade de água no
solo declina rapidamente, a redução brusca da condutância estomática
restringe drasticamente a transpiração da planta e as folhas iniciam o
processo da abscisão.
À medida que a superfície transpiratória é reduzida, o balanço hídrico
interno tende a entrar em equilíbrio, por causa da água presente nas
túberas. Este equilíbrio é mantido, e isso favorece o lançamento das
primeiras folhas ao final da época seca. Estas folhas apresentam
baixíssima condutância estomática às trocas gasosas, indicando
um rígido controle da transpiração. Com a chegada das primeiras
chuvas, o rápido crescimento da superfície transpiratória provoca um
desequilíbrio entre a absorção de água e a transpiração em momentos
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 22

de grande demanda evapotranspiratória. Assim, no final da estação


chuvosa, quando a densidade foliar alcança o valor máximo, o
umbuzeiro apresenta um balanço hídrico em desequilíbrio durante a
maior parte do dia com valores muito mais negativos que durante a
época seca. Apesar disso, a turgescência dos tecidos foliares é mantida
por causa de uma queda muito mais acentuada no potencial osmótico
dos tecidos, permitindo que a planta se ajuste osmoticamente e

Referências

ALMEIDA, J. R.; VALSECHI, O. Guia de composição de frutas. Piracicaba: USP, 1966.


(USP. Boletim, 21)

BARBOSA, D. C. A.; BARBOSA, M. C. A.; LIMA, L. C. M. Fenologia de espécies


lenhosas da Caatinga. In: LEAL, I. R.; TABARELLI, M.; SILVA, J. M. C. (Ed.). Ecologia e
conservação da Caatinga. Recife: Universitária UFPE, 2003. p. 657-693.

CARVALHO, V. C. de. Structure et dynamique de la végetation en milieu tropical Semi-


aride: la Caatinga de Quixaba (Pernambuco, Brésil) du terrain a l’analyse des donnees
MSS/Landsat. 1986. 332 f. These (Doctoract) – Université de Toulouse – Le Mirail,
Toulouse.

CAVALCANTI, N. de B.; LIMA, J. L. S.; RESENDE, G. M.; BRITO, L. T. de L. Ciclo


reprodutivo do imbuzeiro (Spondias tuberosa, Arr. Cam.) no Semi-Árido do Nordeste
brasileiro. Revista Ceres, Viçosa, MG, v. 47, n. 272, p. 421-439, 2000.

CAVALCANTI, N. de B.; REZENDE, G. M.; BRITO, L. T. de L. Levantamento da produção


de xilopódios e os efeitos de sua retirada sobre a frutificação e persistência de plantas
nativas de imbuzeiros (Spondias tuberosa Arr. Cam. ). Ciência Agrotécnica, Lavras, v. 26,
n. 5, p. 927-942, 2002.

CAVALCANTI, N. de B.; REZENDE, G. M.; BRITO, L. T. de L. Período de ocorrência da


frutificação do imbuzeiro na região semi-árida de Pernambuco. Caatinga, Mossoró, v. 18,
n. 2, p. 129-135, 2005.

DUQUE, G. O Nordeste e as lavouras xerófilas. 3. ed. Mossoró: Fundação Guimarães


Duque, 1980. 316 p. (Fundação Guimarães Duque. Coleção Mossoroense, 142).

EPSTEIN, L. A riqueza do umbuzeiro. Bahia Agrícola, Salvador, v. 2, n. 3, p. 31-34,


1998.
FERRI, M. G.; LABOURIAU, L. G. Water balance of plants from “Caatinga” I.
Transpiration of some of the most frequent species of the “Caatinga”of Paulo Afonso
(Bahia) in the rainy season. Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, SP, v. 3, n. 12, p.
301-312, 1952.
23 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

FERRI, M. G. Water balance of plants from Caatinga II. Further information on


transpiration and stomate behavior. Revista Brasileira de Biologia, São Carlos, SP, v. 3,
n.13, p. 237-244, 1953.
FERRI, M. G. Ecologia comparada del “Cerrado” y da la “Caatinga”. In: CONGRESO
VENEZOLANO DE BOTANICA, 5., 1978, Barquisimeto, Lara. Anais… [Barquisimeto]:
Universidad Centro Occidental, 1978. p. 189-243.
GIACOMETTI, D. C. Recursos genéticos de fruteiras nativas do Brasil: In: SIMPÓSIO
NACIONAL DE RECURSOS GENÉTICOS DE FRUTEIRAS NATIVAS, 1992, Cruz das
Almas. Resumos... Cruz das Almas: Embrapa-CNPMF, 1993. p.13-27.

GOMES, R. P. O umbuzeiro. In: GOMES, P. Fruticultura brasileira. 11. ed. São Paulo:
Nobel, 1990. p. 426-428.

GRISE, B. M. Ecofisiologia da Caatinga: comportamento hídrico de Caesalpinia


pyramidalis Tul. e Schinopsis Brasiliensis Engl., Ciência e Cultura, Campinas, v. 28, n. 4,
p. 417-425, 1976.

GUERRA, P. de B. O. O umbuzeiro: a civilização da seca. Fortaleza: DNOCS, 1981. p.


186, 187, 188.

LARCHER, W. Ecofisiologia vegetal. São Carlos, SP: RiMa, 2000. 531 p.

LIMA, D. de A. Imbuzeiro: plantas da Caatinga. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de


Ciências, 1989. p. 166-169.

LIMA, J. L. S. Reconhecimento de trinta espécies arbóreas e arbustivas da Caatinga


através da morfologia da casca. 1982, 144 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) –
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.

LIMA FILHO, J. M. P. Internal water relations of the umbu tree under semi-arid
conditions. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 23, n. 3, p. 518-521, 2001.

______. Gas exchange of the umbu tree under semiarid conditions. Revista Brasileira de
Fruticultura, Jaboticabal, v. 26, n. 2, p. 206-208, 2004.

______. Water status and gas exchange of umbu plants (Spondias tuberosa Arr. Cam.)
propagated by seeds and stem cuttings. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.
29, n. 2, p. 355-358, 2007.

______. Ecofisiologia do umbuzeiro: In : LEDERMAN, E.; LIRA JÚNIOR , J. S. de; SILVA


JÚNIOR, F. da. (Ed.). Spondias no Brasil: umbu, cajá e espécies afins. Recife: IPA: UFPE,
2008. p. 31-39.

LIMA FILHO, J. M. P.; SILVA, C. M. M de S. Aspectos fisiológicos do umbuzeiro.


Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 10, n. 23, p. 1.091-1.094, 1988.

LIMA FILHO, J. M. P.; SANTOS, C. A. S. Avaliações fenotípicas e fisiológicas de


espécies de Spondias tendo como porta-enxerto o umbuzeiro (Spondias tuberosa Cam.).
Revista Caatinga, Mossoró, v. 22, n. 1, p. 59-63, 2009.

LIMA, R. S. de. Estudo morfo-anatômico do sistema radicular de cinco espécies arbóreas


de uma área de Caatinga do Município de Alagoinha- PE. 1994. 103 f. Dissertação
(Mestrado) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.
Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.) 24

LONG, S. P.; FARAGE, D. K.; GARCIA, R. L. Measurement of Leaf and Canopy


Photosynthetic CO2 Exchange in the Field. Journal of Experimental Botany, [London], v.
47, p. 1.629-1.642, 1996.
MENDES, B. V. Umbuzeiro (Spondias tuberosa, Arr. Camara): importante fruteira do
Semi-Árido. Mossoró: ESAM, 1990. 67 p. (ESAM. Coleção Mossoroense, série C, 564).
MORS, W. B. A social function for the flora of the Cerrado and the Caatinga. Anais da
Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, v. 66, p. 85-89, 1994. Suplemento.

NASCIMENTO, C. E. de S.; OLIVEIRA, V. R. de; NUNES, R. F. de; ALBUQUERQUE,


T. C. S. de. Propagação vegetativa do umbuzeiro. In: CONGRESSO FLORESTAL
PANAMERICANO, 1.; CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 7., 1993, Curitiba.
Resumos... Curitiba: SBS: SBEF, 1993. v. 2, p. 454-456.

PIRES, I. E.; OLIVEIRA, V. R. de. Estrutura floral e sistema reprodutivo do umbuzeiro.


Petrolina: Embrapa, 1986. 2 p. (EMBRAPA-CPATSA. Pesquisa em Andamento, 50).
PIRES, M. G. M. Estudo taxonômico e área de ocorrência de Spondias tuberosa Arr. Cam.
(umbuzeiro) no estado de Pernambuco - Brasil. 1990. 290 f. Dissertação (Mestrado em
Botânica) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife.

PRADO, D. E.; GIBBS, P. E. Patterns of species distribution in the dry seasonal forests of
South America. Annals of Missouri Botanical Garden, St. Louis, n. 80, p. 902-927, 1993.
SANTOS, C. A. F. Dispersão da variabilidade fenotípica do umbuzeiro no Semi-Árido
brasileiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 32, n. 9, p. 923-930, set.
1997.

SCHULZE, E. D.; LANGE, O. L; KAPPEN, L.; EVENARI, M.; BUSHBON, U. The role of
air humidity and leaf temperature in controlling stomatal resistance of Prunus armeniaca
L. under desert conditions. II. The significance of leaf water status and internal carbon
dioxide concentration. Oecologia, Heldelberg, v. 18, p. 219-233, 1975.

SILVA, A. Q. da; SILVA, A. da. Observações morfológicas e fisiológicas sobre Spondias


tuberosa Arr. Câm. In: CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA, 25., 1974, Mossoró.
Anais... Recife: SBB, 1974. p. 5-15.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Plant physiology. California: The Benjamin–Cummings, 1991. 559 p.
TURNER, N. C. Techniques and experimental approaches for the measurement of plant
water status. Plant and Soil, Dordrecht, v. 58, p. 339-366, 1981.
WELLES, J. M.; NORMAN, J. M. Instrument for indirect measurement of canopy
architecture. Agronomy Journal, Madison, v. 83, p. 818-825, 1991.
25 Ecofisiologia do Umbuzeiro (Spondias tuberosa Arr. Cam.)

CGPE 9651

Você também pode gostar