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Umbu Pinheiro

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Capítulo 21

Utnbu

Francisco Pinheiro de Ara/fjo


Carlos Antônio Fernandes dos Santos
Nilton de Brito Cavalcanti
Clovis Eduardo de Souza Nascimento
José Moacir Pinheiro Lima Filho
Natoniel Franklin de Meio
Lúcia Helena Piedade Rtill
Flávia Rabelo Barbosa Moreira
José Barbosa dos A,?jos
Capítulo 21 - Umbu 459

Introdução Trópico Semiárido, foram identificadas quatro


causas que contribuem para o desaparecimento
o umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) da vegetação nativa: 1) formação de pastagens;
é uma árvore que está integrada há bastante 2) implantação de projetos de irrigação; 3) uso
tempo aos hábitos alimentares da população para a produção de energia para atividades
do Semiárido brasileiro. No Brasil colonial, era diversas, como padarias, olarias e calcina-
chamado de "ambu", "imbu", "ombu", corru- doras; e 4) queimadas (QUEIROZ et al., 1993).
telas da palavra tupi-guarani y-mb-u, que significa Outro fator de forte pressão sobre a produção
"árvore que dá de beber". Pela importância de do umbuzeiro, é a pecuária extensiva praticada na
suas raízes, foi chamada de "árvore sagrada do região, que tem dificultado a substituição natural
Sertão", por Euclides da Cunha (1985). das plantas velhas por novas plantas da espécie.
Essas causas, em conjunto ou isoladamente, têm
Informações sobre plantas de imbu com
contribuído não só para a diminuição da coleta
frutos de maior tamanho, de melhor sabor, mais
do umbu, como também para o desaparecimento
produtivas -e com produção fora de período
paulatino da variabilidade genética da espécie.
normal, entre outras características, são trans-
mitidas e referenciadas de uma geração de
agricultores para outra. Sistemática e
este capítulo, é apresentado um conjunto
descrição botânica
de informações e tecnologias desenvolvidas com
umbuzeiro, pela Embrapa Semiárido.
Sistemática

Origem e distribuição A família Anacardiaceae é composta por


60 a 80 gêneros, com cerca de 600 espécies,
o umbuzeiro é uma árvore xerófita em distribuição pantropical predominante
endêmica do Semiárido brasileiro, não existindo (CRO QUIST, 1986). A presença de disco intra-
relatos da sua ocorrência em outras regiões do estaminal dotado de canais resiníferos, cuja seiva
planeta (PRADO; GIBBS, 1993). É encontrado adquire coloração preta em contato com o ar, de
naturalmente nas caatingas elevadas da Serra ovário comumente unilocular e de fruto drupáceo
da Borborema (paraíba) , nas serras do Seridó permite distinguir essa família daquelas que lhe
Norte-Riograndense, no Agreste piauiense, nas são mais próximas (LAWRENCE, 1977).
caatingas pernambucanas e baianas (MENDES, São poucas as revisões taxonômicas feitas
1990) e na região Semi-Árida de Minas Gerais com a família Anacardiaceae, a qual conta
(EPSTEIN,1998). com cerca de 15 gêneros e aproximadamente
Santos (1997) caracterizou 340 árvores 68 espécies (pIRES, 1990). Muitos de seus
nativas do umbuzeiro em 17 regiões ecogeográ- representantes são conhecidos por seu potencial
ficas, distribuídas em sete estados do polígono da frutífero, como o cajueiro (Anacardium occiden-
seca, e concluiu que as ecorregiões de Tanquinho, tale L.), o umbuzeiro (Spondia tuberosa Arruda), o
Jeremoabo e Ipupiará (BA), Petrolina (PE) e Pio cajazeiro (Spondia mombin L.), a cajarana (Spondia
IX (PI), por apresentarem o maior número de cytberea Sonn.), a seriguela (Spondia purpurea L.),
indivíduos similares, são prováveis pontos de entre outras aOLY, 1985).
dispersão e/ou especiação do umbuzeiro.
O gênero Spondias é composto por 10 a
A pressão antrópica vem contribuindo para 15 espécies, distribuídas pela América Tropical e
a redução das populações de umbuzeiro. No pela Indo-Malásia. De acordo com Pires (1990),
460 Fruticultura Tropical: espécies regionais e exóticas

sete espécies são registradas para o Brasil (Spondias 50% de flores funcionalmente masculinas, que
lutea L., S. purpura L., S. mobim L., S. cytberera apresentam gineceu rudimentar, sendo a espécie
Sonn., S. venulosa ex. Engl., S. tuberosa Arruda e considerada, sob o aspecto reprodutivo, como
Spondias sp.), havendo poucas informações taxo- andromonoica (pIRES; OLIVEIRA, 1986).
nômicas sobre o grupo, o que tem dificultado a
Morfologicamente, as flores são pediceladas,
delimitação das espécies desse gênero.
actinomorfas, pentâmeras, de coloração branca,
e apresentam pré-Boração valvar. O cálice
Descrição botânica apresenta coloração verde, sépalas pilosas, de
formato triangular, enquanto a corola é dialipé-
Spondias tuberosa é uma árvore de pequeno tala, de formato raso-campanulado. O androceu é
porte, com 4 m a 8 m de altura e copa umbeli- formado por dez estames heterodínamos, sendo
forme, com 10m a 15 m de diâmetro. Apresenta os maiores alternos aos menores. Os estames
sistema radicular formado por raízes longas, estão distribuídos em círculo e inseridos abaixo
espalhadas horizontalmente, próximas à super- do disco nectarífero; as anteras são ditecas, reni-
fície do solo, com túberas que se caracterizam formes e medi fixas, e apresentam deiscência
como intumescências redondas e escuras, com longitudinal. O gineceu é formado por um ovário
cerca de 20 cm de diâmetro e 50 cm de compri- súpero, pentacarpelar, uniovulado, com cinco
mento, providas de tecido lacunoso e celulósico, estiletes e estigmas curtos e espatulados. Nas
que podem ser encontradas entre 10 em e 30 cm flores masculinas, essas estruturas são rudimen-
de profundidade. tares. O nectário é intra-estaminal , cupuliforme ,
decalobado, de cor creme a amarela e aspecto
O caule apresenta de três a cinco ramifica-
esponjoso (PIRES, 1990).
ções principais, podendo estas ocorrer desde
a base até 1 m de altura do solo. Apresenta O fruto é uma drupa elipsoidal, glabra ou
casca extena morta, de espessura entre 2,0 mm levemente pilosa, que apresenta epicarpo de
e 5,0 mm, áspera e rígida, de cor cinza-claro a espessura variável, de cor amarelo-esverdeada,
preto, e uma casca interna viva, de espessura mesocarpo de sabor adocicado e endocarpo de
entre 5,0 mm e 12,0 mm, avermelhada, e que, tamanho variado, com a extremidade proximal,
por incisão, exibe exsudato transparente e em relação ao pedúnculo, mais afunilada do que a
resinoso (LIMA, 1982). As folhas são compostas distal (SILVA; SILVA, 1974). Diferenças quanto
pecioladas, alternas, imparipenadas, com quatro às dimensões e às formas dos frutos foram
a sete jugas. Os folíolos são curto peciolados, registradas, variando de 26,5 mm a 42,9 mm
oblongo-ovalados, com base obtusa ou cordada, de comprimento e de 22,4 mm a 39,1 mm de
ápice agudo ou obtuso, com cerca de 2 cm a 4 cm diâmetro. A semente apresenta tegumento
de comprimento, com 2 cm ou 3 cm de largura constituído por testa, e tegumento de consis-
e margens serrilhadas ou inteiras lisas (GOMES, tência membranácea, que, juntamente com o
1990; LEÓN, 1987; PIRES, 1990). endocarpo, forma o caroço, o qual pode variar
de 15,2 mm a 25,6 mm de comprimento e de
As flores estão reunidas em inflorescên- 11,1 mm a 16,5 mm de diâmetro (pIRES, 1990).
cias terminais, do tipo panícula, composta por
nove fascículos, opostos, que contêm, em média,
11 flores. O tamanho do fascículo, bem como o Importância socioeconômica
número de Bores/ fascículo diminui da base para
o ápice da inflorescência, que confere formato Na região Semi-Árida do Nordeste brasi-
piramidal a essa estrutura. As inflorescências são leiro, uma das fontes de renda da maioria dos
compostas por 50% de flores hermafroditas e pequenos agricultores é o extrativismo vegetal,
Capítulo 21 - Umbu 461

com a exploração de espécies vegetais nativas da É frequentemente encontrado nas áreas de


Caatinga, entre as quais o umbuzeiro (ANUÁRIO Caatinga, em regiões com pluviosidade anual que
ESTATÍSTICO DA BAHIA, 1995). varie de menos de 400 mm a 800 mm, tempe-
ratura entre 13 °C e 38°C, umidade relativa
Em estudo realizado no período de
do ar entre 30% e 80% e insolação de 2.000 a
dezembro de 1999 a janeiro de 2001, sobre as
3.000 horas por ano (DUQUE, 1980). Nesse
origens e o valor das rendas obtidas por famílias
ambiente, o umbuzeiro vegeta e produz, graças
de agricultores das comunidades de Fazenda
a mecanismos fisiológicos de resistência e fuga à
Brandão, no município de Curaçá, e de Sítio
seca, que lhe permite sobreviver a situações de
Caladinho, no município de Uauá, na região
déficit hídrico severo.
Semi-Árida do Estado da Bahia, cuja tradição
é o extrativismo do fruto do umbuzeiro, foi Durante a estação seca, suas folhas entram
constatado que 77% das famílias participaram em processo de senescência e a planta permanece
do extrativisrno do fruto do umbuzeiro, e que a em estado de dormência vegetativa até a ocor-
renda média -obtida com essa atividade contri- rência das primeiras chuvas. A sobrevivência da
buiu com 42% da renda familiar. Por seu turno, planta durante a estação seca é assegurada por
um sistema radicular especializado.
a agricultura e a pecuária daquela região propor-
cionaram rendas menores que a do extrativismo O sistema radicular do umbuzeiro adulto
e do assalariamento temporário, mesmo que é pouco profundo, sendo composto de raízes
o ano de 2000 tenha sido contemplado com lenhosas e tuberosas (xilopódios). Os xilopó-
chuvas regulares. Para as famílias que não têm dios - intumescências redondas, de consistência
renda da Previdência Social, o extrativismo esponjosa, ricas em água e sais minerais - podem
chega a alcançar até 60% da renda total. Esses ser encontrados entre 10 cm e 30 cm de profun-
resultados demonstram que a renda proveniente didade, podendo atingir em torno de 20 cm de
do extrativismo vegetal do fruto do umbuzeiro diâmetro e 50 cm de comprimento. Sua principal
é significativa na composição da renda familiar função é o armazenamento de água, minerais e
nas comunidades analisadas (CAVALCANTI outros solutos a serem utilizados durante a época
et al., 2001a). seca na manutenção do metabolismo da planta e
na iniciação do processo reprodutivo. A presença
de xilopódios novos e em decomposição garante a
Clima, solo e ecofisiologia reposição de nutrientes em quantidade suficiente
para o desenvolvimento do ciclo reprodutivo do
A área de vegetação natural do urnbuzeiro umbuzeiro (CAVALCANTI; RESENDE, 2006).
está limitada pela Mata Atlântica, pelo Cerrado e Fisiologicamente, o umbuzeiro tem as
pela região Pré-Amazônica, e sabe-se que as dife- mesmas exigências do sisal (Agave sisalana Perr.),
renças edafoclimáticas e as distâncias geográficas da imburana-de-cheiro (Amburana cearensis A. C.
dentro da área de ocorrência não interferiram de Smith) e de outras espécies próprias do mesmo
forma marcante na evolução e na diferenciação habitat (DUQUE, 1980). O xeromorfismo
feno típica do umbuzeiro (SANTOS, 1997). dessa espécie é propiciado pelos xilopódios,
O umbuzeiro desenvolve-se nos mais variados pelo mecanismo de fechamento dos estômatos
tipos de solos do Nordeste brasileiro, principal- nas horas mais quentes do dia e pela queda de
mente no âmbito da grande unidade de paisagem folhas durante a estação seca (MENDES, 1990).
da Depressão Sertaneja, onde há uma maior Os estômatos do umbuzeiro são pequenos enão
ocorrência de Luvissolos, Agrissolos Distróficos possuem qualquer mecanismo de proteção, ou
e Eutróficos (EMBRAPA, 1999). seja, fecham-se rapidamente ao primeiro sinal de
.-,
462 Fruticultura Tropical: espécies regionais e exóticas

deficiência hídrica (FERRI, 1978). Em um estudo novas e de sementes poliernbriônicas (PÁDUA,


para avaliação do comportamento fisiológico do 1983; SIMÃO, 1971).
umbuzeiro durante a estação seca e a chuvosa,
Por sua vez, a utilização da propagação
foi observado que a resistência estomática
vegetativa vem assumindo um papel relevante,
começou a aumentar em torno das 7h nos dois
principalmente na multiplicação de genótipos
períodos, porém, de forma mais brusca durante
com características produtivas desejáveis. Entre
a seca, resultando em baixa transpiração (LIMA
os processos vegetativos mais utilizados na
FILHO; SILVA, 1988). Durante a época seca,
propagação de plantas frutíferas, destacam-se a
tanto a transpiração quanto a fotos síntese foram
enxertia e a estaquia, graças aos altos percentuais
drasticamente reduzidas em virtude do aumento
de sucesso alcançado, aliado à rapidez e à facili-
da resistência dos estômatos às trocas gasosas, e
dade de execução desses métodos (HARTMANN
as maiores taxas transpiratórias e fotos sintéticas
et al., 1990).
foram observadas imediatamente após o nascer
do sol, decrescendo até atingir valores mínimos Por fim, a técnica de cultura de células,
em torno do meio-dia, ou seja, no momento de tecidos ou órgãos vegetais tem se tornado uma
maior demanda evapotranspiratória. Durante importante ferramenta para a propagação de
a época chuvosa, os valores obtidos para essas espécies florestais, frutíferas, olerícolas, orna-
variáveis foram significativamente mais elevados, mentais e medicinais (pERES, 2002).
ocorrendo as maiores taxas entre 8h e 10h, e as
mais baixas às 14h (LIMA FILHO, 1995). Propagação por semente
° umbuzeiro apresenta várias estratégias
Para a produção de porta-enxertos de
para a manutenção do seu equilíbrio hídrico.
Durante a época seca, quando a densidade foliar umbuzeiro, é recomendado o uso de sementes,
é baixíssima, o equilíbrio hídrico é mantido pela facilidade que apresentam de formação de
pelas reservas dos xilopódios, Já durante a época raízes modificadas (tipo xilopódio). As sementes
chuvosa, o aumento da superfície transpiratória utilizadas para plantio devem ser retiradas de
provoca uma queda mais acentuada no potencial frutos maduros, secadas ao sol, sem polpa e sem
hídrico da planta. Entretanto, a planta mantém casca, e armazenadas por 180 a 360 dias, para
um balanço hídrico interno favorável graças à a completa maturação fisiológica. Depois desse
ocorrência de um ajustamento osmótico (LIMA período, elas podem ser semeadas em substrato
FILHO, 2001). de areia lavada, com uma camada de 3 cm de
cobertura, e devem ser irrigadas diariamente.

Alguns estudos têm procurado esclarecer os


Propagação motivos da quebra de dormência em sementes
de umbuzeiro. Constatou-se que um corte em
Os métodos de propagação de plantas
forma de bisel na parte distal da semente foi
podem ser agrupados em sexuado, que se baseia
eficiente na quebra de dormência (CAMPOS,
no uso de sementes, e assexuado, realizado com
1986). A superação da dormência de sementes
o uso de estruturas vegetativas.
consiste na retirada da mucilagem da parte mais
Na fruticultura, a utilização de sementes larga da semente, chegando ao tegumento interno
para a obtenção de plantas é restrita e limitada do endocarpo, que é rompido, sem danificar
aos casos de plantas que não podem ser propa- o embrião. Facilita-se, assim, a germinação
gadas por outros meios, de plantas cultivadas (NASCIMENTO et al., 2000). As sementes de
para a obtenção de porta-enxertos, de variedades umbuzeiro com maior tempo de armazenamento
Capítulo 21 - Umbu 463

apresentam maiores percentuais de germinação Propagação vegetativa


(ARAÚJO et al., 2001a) (Tabela 1).
A propagação do umbuzeiro pode ser feita
A germinação geralmente ocorre entre 9
por meio de plantio de estacas com 13 mm de
e 210 dias depois da semeadura. Sessenta dias
depois da germinação, as mudas podem ser trans-
diâmetro (SILVA, 1974, 1979). período mais °
propício para a retirada de estacas é aquele em
plantadas para sacos de plástico, que contenham que a planta se encontra em repouso vegeta-
substrato composto por solo e matéria orgânica, tivo, armazenando ou já tendo armazenado suas
onde deverão permanecer por 180 dias, quando, substâncias de reservas. As estacas com 40 cm de
então, estarão prontas para a enxertia. comprimento são mais viáveis (CAZÉ FILHO,
1983). As estacas de umbuzeiro são de difícil
Plantas do umbuzeiro obtidas de sementes
enraizamento e devem ser tratadas com ácido
apresentam grande variabilidade entre indivíduos,
indolbutírico, numa concentração de 200 ppm
especialmente com relação às características dos (GONZAGA NETO et al., 1989). Outro
frutos, em virtude da segregação e da recombi- inconveniente na propagação por estacas é a difi-
nação gênica, e levam mais de 10 anos para iniciar culdade de formação de raízes modificadas, tipo
a produção (MENDES, 1990). xilopódios (GONDIN et al., 1991).

Tabela 1. Valores médios das características avaliadas em plântulas de umbuzeiro provenientes de sementes
de diferentes períodos de armazenamento. Petrolina, PE, 1999.(1)

Características'ê'
Tratamento
GER DX CX ALP PTP NF CR
24 meses 73,6a lOJa 3,3a 13,la 2,9a 4,Oa 6,8a

12 meses 27,7b 10,5a 3,2a 12,9a 2,8a 4,la 6,Oa


Recém-colhidas 22,8c 11,3a 3,3a 13,4a 2,9a 4,la 6,la

CV (%) 4,7 5,4 7,8 4,3 11,8 4,2 29,8


Valores seguidos de letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. (2) G ER = germinação das sementes (%);
(1)

DX = diâmetro dos xilopódios (mm); CX = comprimento dos xilopódios (em); ALP = altura da plântula (em); PTP = peso total da plânrula (g); NF
~ número ele folhas; CR = comprimento de raiz (em),

Outras técnicas de propagação vegeta- Os garfos usados para a enxertia devem ter de
tiva do umbuzeiro podem ser utilizadas, como três a quatro gemas. °
amarrio dos enxertos
a alporquia, com índice de pega de até 80% deve ser feito com fita de polietileno apropriada
(LEDERMAN et al., 1991), a borbulhia em para enxertia. Sessenta dias depois da enxertia,
janela aberta (PEDROSA et al., 1991), a garfagem as mudas estarão prontas para serem transplan-
tadas para o local definitivo. essa ocasião, os
no topo em fenda cheia e à inglesa simples
enxertos deverão ser desamarrados (ARAÚJO,
(ARAÚJO, 1999; NASCIMENTO et al., 2000).
1999; NASCIMENTO et al., 2000).
° processo de enxertia por garfagem no
Os métodos de garfagem no topo em
topo em fenda cheia pode ser feito em qualquer
fenda cheia e à inglesa simples não diferiram
época do ano. A enxertia deve ser feita quando os estatisticamente entre si, nas diferentes épocas
porta-enxertos apresentarem 0,6 cm a 0,8 cm de estudadas, e foram significativamente superiores
espessura, espessura esta que as plantas atingem à borbulhia, para todas as épocas (Tabela 2).
aproximadamente 280 dias depois da semeadura. Portanto, a enxertia do umbuzeiro pode ser
464 Fruticultura Tropical: espécies regionais e exóticas

Tabela 2. Porcentagem de pegamento de enxertos in vitro (BONGA, 1987). Um dos maiores


em umbuzeiro, conforme a época do ano e os problemas está relacionado à maturidade dos
métodos de enxertia. Petrolina, PE, 1998(1). tecidos que não respondem à indução exógena
Métodos de enxertia (%) provocada pelos agentes dos meios nutri-
Época de tivos. esse caso, deve-se recorrer à cultura de
Garfagem Borbulhia
enxertia embriões, que consiste no isolamento e no cres-
Fenda cheia Inglesa simples T invertido
cimento in vitro, em condições estéreis, de um
Janeiro 94,6aA 85,7aA 53,5bAB embrião imaturo, com a finalidade de obter uma
Março 96,4aA 96,4aA 51,7bAB planta viável. Embriões, em geral, têm caracterís-
Maio
ticas juvenis, podendo ser usados como material
96,4aA 87,4aA 67,8bA
para propagação vegetativa.
Julho 98,2aA 94,6aA 35,7bB
Quando, porém, se contorna a dormência das
Setembro 100aA 98,2aA 67,8bA
gemas meristemáticas da parte aérea das plantas
Média 97,la 92,4a 55,3b lenhosas, a cultura in vitro de ápices e nós cauli-
(I)Valoresseguidos peja mesma letra minúscula na linha e pela mesma nares pode dar uma contribuição adicional para
letra maiúscula na coluna nào diferem entre si, pelo teste de Tukey, ao
nível de 5% de probabilidade.
a multiplicação de muitas espécies, a exemplo
do que ocorre em Eucafyptus (IKEMORI,
1987). Além disso, a donagem de acessos supe-
feita em qualquer época do ano, utilizando-se riores pode contribuir para o estabelecimento
esses métodos de garfagem, independentemente de bancos de germoplasma de indivíduos com
do estádio fenológico que a planta-matriz se maior potencial econômico.
encontre (ARAÚJO, 1999). Em relação ao umbuzeiro, poucos trabalhos
utilizando o cultivo in vitro foram relatados até
Micropropagação do umbuzeiro o momento. Oliveira et al. (1989) utilizaram
explantes de folhas jovens que mediam apro-
A cultura de tecidos é uma alternativa bastante ximadamente 4,5 cm de comprimento por
útil ao processo de propagação e contribui com 2,0 cm de largura, segmentos nodais e ápices
os programas de melhoramento. Assim, a meto- caulinares que foram cultivados em meio MS
dologia de cultivo in vitro do umbuzeiro pode (MURASHIGE; SKOOG, 1962) acrescido de
ser utilizada para selecionar e multiplicar dones cinetina (2,3 ~M; 4,6 ~M; 6,9 ~M) e vitaminas.
de indivíduos com características agronômicas Os explantes de folhas apresentaram formação
desejáveis. de calo, a maioria a partir da nervura central, e a

°
processo de propagação permite ainda:
ocorrência de uma raiz sem ramificações, depois
de aproximadamente 30 dias. Os explantes de
reduzir o tempo de frutificação, multiplicar
segmentos nodais, além da formação de calo,
indivíduos superiores com características dese-
desenvolveram várias plântulas. Os ápices cauli-
jáveis, garantir a produção durante todo o ano,
nares desenvolveram-se por alongamento, sem
maximizar a produção de plantas por área e
manter o controle ambiental e fitossanitário de
°
formar calo. uso de cinetina a 4,6 ~M mostrou-
se o mais adequado para o desenvolvimento
materiais genéticos (HU; WANG, 1983).
de todos os tipos de explantes. Por seu turno,
De uma maneira geral, o estudo de métodos Melo et al. (1997), utilizando segmentos nodais
de micropropagação em espécies arbóreas tem obtidos a partir de plântulas com um ano de
enfrentado dificuldades para o estabelecimento idade, relataram a regeneração e a multiplicação
de protocolos de multiplicação e regeneração em meio MS suplementado com AIB (ácido
Capítulo 21 - Umbu 465

indolbutírico) e BAP (benzilaminopurina). Nesse no estádio de torpedo (2 mm de comprimento)


caso, em meio de cultura contendo 0,1 mg LI de podem ser isolados por meio de uma incisão na
BAP, foram produzidas 2,2 brotações/ explante porção terminal do saco embrionário, junto à
(Figura 1). Altas concentrações de BAP e AIB micrópila, seguida da aplicação de uma pressão
inibiram o crescimento vegetativo, observando- manual na outra extremidade, para forçar sua
se vitrificação, formação de calos e oxidação dos expulsão através do corte. O desenvolvimento
explantes, em razão do acúmulo de polifenóis. Em de novas plântulas ocorre 30 dias depois da intro-
experimentos recentes, Alencar (1999) relatou a dução em meio de cultura (Figura 2).
eficiência do AgN03 no controle da senescência
foliar, e do AlB no rejuvenescimento de tecidos
em fase madura e na formação de raizes.

O uso de explantes jovens apresenta algumas


vantagens, do ponto de vista experimental, na
determinação de um protocolo de propagação
para uma espécie arbórea. A grande disponi-
bilidade de explantes sem contaminação e a
pronta capacidade de crescimento em resposta
à aplicação de fitorreguladores dos tecidos
juvenis permitem a condução de inúmeros testes
de meios nutritivos e condições ambientais -"'"
Figura 2. Cultivo in vitro de embriões zigóticos imaturos
de cultura (TElXElRA et al., 1993). Contudo,
de umbuzeiro: corte transversal do fruto imaturo e detalhe
a variabilidade com relação ao genótipo e às de embriões zigóticos (A); introdução em meio de cultura
diferenças fisiológicas entre os tecidos de uma (B); cultivo em placa de Petri (C); e várias fases de desen-
plântula e os de um meristema isolado de tecido volvimento de plântulas in vitro (D e E).

menos juvenil limitam a eficiência dessa estra-


tégia (GRATTAPAGLIA; MACHADO, 1990). Finalmente, cumpre lembrar que existem
diferenças na capacidade de regeneração in vitro
Nesse caso, a utilização de frutos imaturos de
entre genótipos distintos, e que são contro-
umbuzeiro, coletados 60 dias depois da floração,
ladas por alguns genes. Esses genes parecem
onstituem uma ótima fonte de explantes para
estar relacionados com a presença de receptores
o estabelecimento do cultivo in vitro. Embriões
para hormônios vegetais e/ou podem codificar
alguma enzima chave no metabolismo hormonal
o (CHRISTlANSON; WARNlCK, 1988). Dessa
v
z forma, o conhecimento detalhado sobre o meta-
.","
c bolismo hormonal em relação ao cultivo in vitro
'..:.:
-"
c:
C
u,
facilitará o entendimento dos processos de desen-
v
.g volvimento vegetal para a cultura do umbuzeiro.
~
Z
8
:Z
, Implantação do pomar
O umbuzeiro desenvolve-se nos mais
variados tipos de solo, mas devem ser evitados
Figura 1. Multiplicação e enraizamento in vitro do aqueles de baixadas que encharcam com facili-
umbuzeiro mediante cultivo de segmentos nodais. dade durante período prolongado.
466 Fruticultura Tropical: espécies regionais e exóticas

° cultivo do umbuzeiro pode ser feito em de 1,5 m, para que o umbuzeiro atInja altura
áreas desmatadas e em áreas com cobertura vegetal. ideal, e, assim, receba luminosidade. preparo °
No cultivo em áreas desmatadas, se existir declivi- do solo, a adubação e o plantio são os mesmos
dade na área de até 3,5%, deve-se traçar curvas recomendados para o sistema em áreas já desma-
de nível nas linhas de plantio. Na parte superior tadas. Esse sistema não permite o consórcio com
da curva de nível, recomenda-se a construção de culturas anuais.
sulcos para armazenamento da água no período
Em avaliação preliminar de adubação reali-
das chuvas. As covas devem ficar na parte inferior
zada por pesquisadores da Embrapa Semiárido,
dos sulcos, em espaçamentos de 8 m x 8 m, com
foi possível recomendar 45 g de P20s' 48 g de
dimensões de 0,40 m x 0,40 m x 0,40 m, com
pode ser visto na Figura 3. °plantio das mudas
K.20 e 5 L de húmus de minhoca, ou 15 L de
esterco de curral curtido, misturados à primeira
deve ser feito no início do período chuvoso.
camada de terra da superfície e colocados no
Para reduzir os custos de implantação, fundo da cova. Deve-se fazer uma bacia ao redor
podem-se plantar culturas anuais entre as da cova do umbuzeiro para ampliar a capacidade
linhas do umbuzeiro, como feijão-de-corda, de armazenamento de água no solo, no período
feijão-guandu e sorgo, para se obter uma renda das chuvas. É recomendável o uso de cobertura
suplementar e proteger o solo da erosão. vegetal na projeção da bacia. °
material para
cobertura usado na região de Petrolina é o bagaço
No cultivo do umbuzeiro em áreas com
da cana-de-açúcar.
cobertura vegetal, não há necessidade de desma-
tamento total da área. Esse sistema, implantado Uma estimativa de custos operacionais de
no Campo Experimental da Caatinga da Embrapa implantação de 1 ha de umbuzeiro é apresentada
Semiárido, encontra-se em fase de avaliação. na Tabela 3.
Segundo Araújo et al. (2001b), o plantio deve ser
feito abrindo-se picadas ou trilhas na caatinga,
°
em espaçamentos de 1 m, correspondendo
Tratos culturais
ao espaçamento entre ruas para o umbuzeiro.
Para as mudas enxertadas, devem-se eliminar
As covas são feitas ao longo das trilhas, também
os brotos abaixo do ponto da enxertia. É neces-
com espaçamento de 10 m entre si. Nos locais
sário fazer uma poda de formação da planta,
de cada cova, recomenda-se fazer a retirada das
quebrando-se a dominância apical dos ramos
plantas herbáceas ou semi-arbóreas até um raio
laterais que estão próximos ao solo. As capinas
devem ser feitas em redor da planta e em toda
área da bacia de captação de água. Sempre que
necessário, as bacias devem ser reformadas, prin-
cipalmente no início das chuvas. Recomenda-se
o uso de cobertura morta na área das bacias,
para a proteção do solo, para a conservação da
umidade e para a diminuição da incidência de
ervas daninhas.

Pragas

Figura 3. Detalhe do cultivo do umbuzeiro em condições ° potencial socioeconômico do umbuzeiro


de sequeiro no período das chuvas. tem despertado o interesse dos agricultores e de
Capítulo 21 - Umbu 467

Tabela 3. Estimativa dos custos de implantação de pragas que normalmente afetam as plantas nas
1 ha de umbuzeiro. condições naturais.
Discriminação Unidade Quantidade A seguir, é feito um relato das pragas do
Mão de obra umbuzeiro identificadas no seu ambiente natural.

Preparo do solo

Área desmatada Cascudo (Philoclaenia sp.) -


Aração h/t 4 (COLEOPTERA: SCARABAEIDAE)
Gradagem h/t 3
Com o início das primeiras chuvas, a tempe-
Sulcamento h/t
ratura e a umidade relativa do ar aceleram o
Área não desmatada metabolismo do umbuzeiro e surgem as primeiras
Abertura de picadas H/D 10 flores e folhas. Nessa ocasião, o umbuzeiro
destaca-se de outras plantas da Caatinga e é
Plantio
nesse momento que ocorre o ataque do cascudo
Demarcação H/D (Philoclaenia sp.), causando a queda das flores, das
Preparo das covas H/D 12 folhas novas e dos frutos em formação.

Plantio H/D 3 O Philoclaenia sp. foi encontrado inicialmente


Replantio
na comunidade de Lagoa do Saco, município de
H/D
Jaguarari, BA, onde esse inseto, conhecido como
Adubação
"cascudo", ataca os ramos novos dos umbuzeiros,
Tratos culturais destruindo-lhes as inflorescências e as folhas
Coroamento H/D 6 novas, e, em algumas plantas, provoca a queda dos
pequenos frutos recém-formados, ou causa lesões
Confecção de bacia H/D 10
em sua casca. Foram capturados alguns exem-
Insumos plares e enviados ao Laboratório de Entomologia
Mudas nidade 105 da Embrapa Semiárido, onde foram identificados
como um coleóptero da fanúlia Scarabaeidae,
Fertilizan tes
gênero Philoclaenia, medindo aproximadamente
kg 25 8,89 mm de comprimento e 3,24 mm de largura,
1(,0 kg 8 de coloração marrom-clara (Figura 4).
Húmus/esterco de curral L 500

h/t = hora/trator; HD = homem/dia.

pequenas agroindústrias processadoras de polpa,


mesmo sendo sua produção oriunda do extrati-
vismo. O plantio em escala comercial começa a
ser estabelecido, principalmente na região Semi-
Árida, onde os cultivos das lavouras tradicionais
são sempre afetados pelas baixas produções e
pela perda parcial ou total das culturas. A implan-
tação de cultivos comerciais de umbuzeiro Figura 4. Cascudo (Philoc!aenia sp.) atacando os ramos
poderá favorecer o aumento da incidência das novos do umbuzeiro.
468 Fruticultura Tropical: espécies regionais e exóticas

o ataque é feito de madrugada, durante a nas sementes. Constatou-se que as sementes


abertura das flores do umbuzeiro, que ocorre provenientes dos frutos colhidos na planta e
entre Ohe 4h, com pico de abertura às 2h (pIRES; armazenados não foram danificadas pelo inseto,
OLIVEIRA, 1986). não havendo, portanto, problemas na germi-
nação. Contudo, 93% das sementes oriundas dos
frutos caídos no chão foram danificadas pelo
Amblycerus dispar Sharp, 1885 inseto, o que comprometeu sua germinação.
(COLEOPTERA: BRUCHIDAE) Em média, 82% das sementes continham larvas
e 15%, adultos. Esse resultado indica que uma
O Ambfycerus dispar Sharp, 1885 (COLEOP- das causas da baixa germinação das sementes do
TERA: BRUCHIDAE) é um coleóptero que umbuzeiro em seu ambiente natural é ocasionada
mede aproximadamente 5,67 cm de comprimento por esse inseto, o que prejudica a dispersão dessa
e 2,12 mm de largura, de coloração marrom- espécie (Figura 5).
escura (Figura 5). Esse coleóptero é responsável
por severos danos ao umbuzeiro e a outras
Colheita, aproveitamento
Spondias, na região Semi-Árida do Nordeste. Seus
danos são decorrentes da alimentação das larvas e comercialização
no interior das sementes, provocando lesões ao
embrião, o que resulta em redução ou perda total Em condições de vegetação espontânea, as
estimativas de produção de frutos de umbuzeiro
do poder germinativo.
são muito variadas, haja vista que dependem da
Uma avaliação dos danos causados por idade, da variabilidade genética das plantas e do
Ambfycerus dispar em sementes de umbuzeiro ambiente. A produção média encontrada em
em seu ambiente natural, nos estados da Bahia 16 árvores do umbuzeiro de ocorrência espon-
e de Pernambuco, foi realizada no período de tânea situadas na Caatinga da Embrapa Serniárido
fevereiro a junho de 2000. Nessas observações, foi da ordem de 73,12 kg planta:' ano', consi-
foram avaliadas a porcentagem de sementes derando-se que a produção depende das
danificadas e a presença de larvas e/ou adultos caraterísticas químicas e do teor de umidade do
solo (SANTOS, 1998) podendo atingir mais de
360 kg de frutos/planta/ano (CAVALCANTI
et al., 1999).
A colheita é feita manualmente. Os frutos,
colhidos no estádio de maturação "de vez" para
facilitar o transporte, são colocados em sacos ou
caixas, e levados para os centros consumidores.
A comercialização é feita COm atravessadores,
nas comunidades que fazem o extrativisrno do
umbu, e também às margens das rodovias e nas
feiras livres.

Produção de doce de umbu


Figura 5. Larvas de Ambfyceru dispar Sharp, 1885 (COLE-
OPTERA: BRUCHIDAE) encontrada na semente do O umbuzeiro é uma planta de múltiplos
umbuzeiro. usos, servindo para a alimentação do homem
Capítulo 21 - Urnbu 469

e dos animais. São feitas inúmeras receitas Produção de picles


com esse fruto, como a tradicional umbuzada, de xilopódio de umbuzeiro
consumida no interior do Nordeste, e doces
finos vendidos fora da região. As pesquisas A perda considerável de sementes, prove-
desenvolvidas pela Embrapa Semiárido estão nientes das pequenas agroindústrias de proces-
centradas no melhor aproveitamento dos frutos, samento, e dos frutos que não são colhidos
para a fabricação de doces e de suco concen- ou são consumidos pelos animais no campo,
trado, e para o aproveitamento do xilopódio demandou uma pesquisa na Embrapa Semiárido
de plantas jovens cultivadas em viveiros para a sobre o aproveitamento racional do excedente da
fabricação de picles. produção, que resultou na geração de tecnologia
O fruto do umbuzeiro em diferentes estádios de aproveitamento dessas sementes.
de maturação e os respectivos doces proces- A solução proposta foi o cultivo de plântulas
sados com cada tipo de fruto são mostrados na de umbuzeiro em condições de viveiro, para a
Pigura 6. O processo de aproveitamento em dife- retirada dos xilopódios para a produção de picles.
rentes estádios possibilita maior valorização do Aos 120 dias de crescimento, as plântulas foram
fruto do umbuzeiro pelos pequenos agricultores, colhidas e foram retirados os xilopódios para o
visto que, tradicionalmente, apenas os frutos no processamento dos picles (Figura 7).
primeiro estádio de maturação (inchados) são
Para a avaliação dos xilopódios, foi feita uma
comercializados. Os frutos maduros e os muito
análise sensorial, mediante testes de degustação,
maduros costumam apodrecer embaixo das
com um painel composto por 84 degustadores
árvores.
não treinados, para a avaliação da aparência,
J\ análise sensorial indicou que os doces do sabor e da textura, utlizando-se uma escala
processados com os frutos do umbuzeiro em hedônica de nove pontos (MORAES, 1990).
diferentes fases de maturação preservam as carac- As formas testadas para utilização do picles
terísticas organolépticas dos frutos. Os doces foram: picles do xilopódio in natura, picles
processados com os frutos maduros e os muito com ácido cítrico (C6HsC7) e picles com ácido
maduros são os preferidos pelos provadores, nos ascórbico (C6HsOJ
critérios de aparência, sabor e acidez (CAVAL-
CANTI et al., 2001b).

DOCE DO FRUTO DO
IMBUZEIRO

c
:2

INCHADO MUITO INCHADO MADURO MUITO MADURO

Tipo 1 Tipo 2 Tipo 3 Tipo 4


Figura 7. Produção de picles de xilopódio de umbuzeiro,
Figura 6. Frutos do umbuzeiro em diferentes estádios de provenientes de plânrulas cultivadas a partir de sementes,
maturação e respectivos doces: depois de 120 dias de crescimento.
470 Fruticultura Tropical: espécies regionais e exóticas

A preferência dos provadores pelo xilopódio extrativismo de frutos, o espírito empreendedor


in natura foi da ordem de 41,67%, para o atributo e de conservação do meio ambiente. A utilização
sabor. O processamento com ácido cítrico e com dessas unidades poderá trazer uma substancial
ácido arcórbico altera positivamente as caracte- elevação de renda dos pequenos agricultores,
rísticas organolépticas do picles, com destaque com a agregação de valor ao fruto do umbuzeiro,
para a textura, proporcionando menor dureza e a par de diversificar as atividades no estabeleci-
melhor mastigabilidade ao picles. mento agrícola. O aumento de processamento
poderá também levar ao cultivo sistemático
do umbuzeiro e ao incentivo a sua industriali-
Produção de suco de umbu zação, trazendo, com isso, mais emprego e mais
renda para a região Semi-Árida do Nordeste, ao
O aproveitamento de frutos do umbuzeiro criar frentes de absorção de mão de obra e de
para a extração de suco (pasteurizado), utili- geração de renda no período de entres safra do
zando vapor d'água saturado, é uma outra linha umbuzeiro.
de pesquisa que vem sendo desenvolvida pela
No Sertão nordestino, o cultivo em escala
Embrapa Semiárido. O processo, que permite
agronômica do umbuzeiro poderá viabilizar
o armazenamento do produto à tempera-
uma fruticultura competitiva e diversificada,
tura ambiente, torna-o disponível ao longo do
em condições de sequeiro absoluto ou com
período de entressafra. O fruto pode também ser
diretamente vendido ou transformado em doces algumas irrigações no ano, seja ocupando áreas
e geleias, e comercializado conforme as exigên- em processo acentuado de degradação, seja
cias e as demandas do mercado, assegurando-se, ocupando áreas de difícil irrigação.
assim, uma renda no período de entres safra, que
coincide com o período de estiagem.
Referências
Os resultados obtidos demonstraram, com
base em análises químicas, que a maior parte dos
ALENCAR, A. P. Estabelecimento do cultivo in
sólidos solúveis vão para o suco (6,75%), resul-
vitro do umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda).
tando em uma pequena quantidade no resíduo
Recife: Universidade Federal Rural de Pernambuco,
(0,73%). Com relação à acidez, o pH do suco
1999. 87 p. Dissertação Mestrado.
foi de 2,21, e o do resíduo, de 2,76. A acidez
total titulável para o resíduo foi de 1,34%, e para ANJOS,]. B. dos. Extrator de sucos vegetais a
o suco, de 0,85%. O teor de sacarose no suco vapor. Petrolina: Embrapa-CPATSA, 1999. 3 p. il.
foi de 1,8 g/100 g, e no resíduo, de 2,6 g/100 g (Embrapa-CPATSA. Comunicado Técnico, 85).
(RESENDE et al., 2000).
AN ÁRlO ESTATÍSTICO DA BAHIA. Produção
A vantagem principal desse método de das espécies florestais nativas. Salvador: SEI, 1995.
processamento é a conservação, pois o suco v. 9,418 p.
(pasteurizado) é engarrafado e armazenado à
ARAÚJO, F. P. de. Métodos de enxertia na
temperatura ambiente (A J OS, 1999), dispen-
propagação do umbuzeiro (Spondias tuberosa
sando a cadeia de frio composta de equipamentos
Arr. Câm.) em diferentes épocas do ano. Cruz das
que requerem energia elétrica, nem sempre dispo- Almas: Universidade Federal da Bahia, 1999. 71 p.
nível na maioria dos estabelecimentos agrícolas Dissertação Mestrado.
do Semiárido do Nordeste.
ARAÚJO, F. P. de; CAVALCANTI, N. de B.; PORTO,
A instalação de unidades de processamento E. R.; SANTOS, C. A. F. dos. Enriquecimento da
de frutos de umbu em comunidades rurais e/ou caatinga com clones de umbuzeiro (Spondias tuberosa
familiares desperta, na população que realiza o Arruda) selecionados para maior tamanho de fruto.
Capítulo 21 - Umbu 471

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