Trabalho Parcial em Grupo
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MANAUS
2021
1. Qual é o entendimento de Claude Lévi-Strauss sobre a “passagem da
natureza para a cultura” e a “proibição do incesto”, no texto “As estruturas
elementares do parentesco” (1982)?
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Pode-se afirmar que o pensamento dito selvagem é carregado de sensibilidade e sentido. Ao
mesmo tempo que é mais próximo da natureza é também cercado de inteligibilidade
por Lévi-Strauss “A indiferença que o indígena tem em relação àquilo que não lhe é
útil é a mesma que um especialista em nossa civilização tem com fenômenos que
não estão diretamente ligados ao seu domínio.” (p.16).
Sendo assim, a lógica do pensamento primitivo não é única e exclusivamente
dos povos ditos primitivos. Através de vários exemplos, ele busca convencer o leitor
que quando os povos primitivos têm o interesse de fazer as distinções daquilo que
eles já têm um amplo conhecimento, em busca de melhorar o entendimento de sua
realidade, equiparam-se ao nível da ciência moderna, isso implica em métodos de
observação semelhantes.
A ciência não é dividida em primitiva e moderna, elas coexistem. Uma é a
ciência do concreto (sociedades simples) e a outra a ciência moderna (sociedades
complexas). A ciência do concreto assume seu caráter científico classificando, e
formulando teorias e explicações. Diferencia-se da ciência moderna na medida que
utiliza do raciocínio metafórico e analógico, e pode oferecer acalento e respostas às
dificuldades enfrentadas pelos integrantes da sociedade. Posto isso, Lévi-Strauss
consegue expor que um dos expoentes da ciência do concreto é sua preocupação
com os eventos naturais e humanos.
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O autor finaliza “A Estrutura dos Mitos” com a possibilidade de que a lógica operante do
pensamento mítico pode ser a mesma do pensamento científico. Ou seja, não há estágios de
evolução do pensamento humano e o homem sempre pensou igualmente bem (1975, p. 248)
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Ao pertencer à fala isso permite que possam ser analisados. E pertence à língua pois é partir dela
que os mitos são formulados
As mitologias, sempre em construção, sem início ou fim definidos, são agora
analisadas da mesma forma que se analisa uma partitura musical. Tanto o mito
quanto a música são linguagens que transcendem o plano da linguagem articulada e
também a antinomia do tempo histórico (p.35). Além disso, são duas expressões
que acionam aos seus ouvintes as mesmas estruturas mentais: “A música expõe o
indivíduo seu enraizamento fisiológico, a mitologia faz o mesmo com o seu
enraizamento social. Uma nos pega pelas entranhas, a outra (...), pelo grupo” (p.
48).
Em suma, ao reconhecer no pensamento mítico uma lógica completa e
própria, ainda que possa ser comparada a outras formas de linguagem, como a
música, Lévi-Strauss também expõe métodos complexos para a análise estrutural
dos mitos, levando em conta os seus componentes fisiológicos e sociais. A análise
mítica do autor não busca explicitar como pensam os homens, mas sim como os
mitos se pensam nos homens.
REFERÊNCIAS