Infância, Adolescência e Malestar Na Escolarização
Infância, Adolescência e Malestar Na Escolarização
Infância, Adolescência e Malestar Na Escolarização
Mal-estar na escolarização
RESUMO
O artigo é fruto de uma pesquisa em andamento realizada na interface da
psicanálise com a educação. A pesquisa tem como objetivo contribuir para o en-
frentamento das dificuldades vividas por educadores e alunos no que diz respeito
à instituição escolar através de uma investigação sobre o “mal-estar na escolari-
zação de crianças e adolescentes”. Sustentando-nos na perspectiva psicanalítica
e entendendo que a educação e a subjetivação humanas se dão no campo da
linguagem, podemos afirmar que, na transmissão, reedita-se o processo inaugural
de nascimento do sujeito, do qual participa sempre um outro/educador. Entre-
tanto, constatando que tal processo é hoje fortemente orientado pelo discurso da
ciência em detrimento da palavra autorizada de pais e profissionais da educação,
propomos uma discussão acerca do referido mal-estar através do estudo de casos
de crianças e adolescentes encaminhados ao serviço de psiquiatria (IPUB/UFRJ)
pela escola, realizado nos moldes de uma pesquisa-intervenção. Ao final do artigo,
apresentamos o extrato de um dos casos acompanhados pela pesquisa que nos
permite uma discussão acerca do diagnóstico de TDAH e da medicalização da
vida escolar.
Palavras-chave: psicanálise; psiquiatria; educação; estudo de casos; escola.
ABSTRACT
The article is the result of a research in progress conducted in the interface
of psychoanalysis with Education. The research aims to contribute to tackling the
difficulties experienced by educators and students with regard to the educatio-
nal institution through an investigation of the “malaise in schooling for children
and adolescents”. Sustaining us in psychoanalytical perspective and believing that
education and human subjectivity are given in the field of language, we can say
that the transmission replays the inaugural process of birth of the subject, in
which always participates an other/educator. However, noting that such a process
is now strongly driven by the discourse of science rather than by the word of
parents and education professionals, we propose a discussion about this malaise,
through a case study of children and adolescents referred to the psychiatry (IPUB
/ UFRJ) by the school, carried out by a research intervention. At the end of the
article, we present an extract of one case followed by the research that allows us to
a discussion about the diagnosis of ADHA and the medicalization of school life.
Keywords: psychoanalysis; psychiatry; education; case studies; school.
RESUMEN
El artículo es el resultado de una investigación en curso realizada en la in-
terfaz del psicoanálisis a la educación. La investigación tiene como objetivo con-
tribuir a hacer frente a dificultades experimentadas por educadores y estudiantes
con respecto a la institución educativa mediante una investigación del “malestar
en la escolarización de los niños y adolescentes”. Sustentándonos en la perspectiva
psicoanalítica, y creyendo que la educación y la subjetividad humana se dan en el
campo del lenguaje, podemos decir que en la transmisión se reproduce el proce-
so de nacimiento del sujeto, en el cual siempre participa el otro / educador. Sin
embargo, teniendo en cuenta que tal proceso está fuertemente impulsado por el
discurso de la ciencia, en lugar de la palabra autorizada de los padres y los profe-
sionales de la educación, proponemos una discusión acerca de este malestar, a tra-
vés del estudio de casos de niños y adolescentes enviados a la unidad psiquiátrica
(IPUB / UFRJ) por la escuela, hecho a través de una investigación-intervención.
Al final del artículo, presentamos un extracto de uno de los casos seguidos por la
investigación que nos permite una discusión sobre el diagnóstico del TDAH y la
medicalización de la vida escolar.
Palabras clave: psicoanálisis; psiquiatría; educación; estudios de cas; escuela.
Introdução
pelo qual a criança dá um sentido a ele, bem como a maneira como aqueles que
lidam com a criança se relacionam com ela e com suas dificuldades. O que, em
última instância, vai ter consequências no modo pelo qual aquele sujeito lidará
com o problema.
No sentido de ampliar uma leitura sobre os impasses na escolarização, ele-
gemos a estratégia do estudo de caso (Yin, 2005), bastante utilizada para pesqui-
sar fenômenos sociais complexos nos quais intervêm múltiplas variáveis, como
possibilidade de construir uma via de interlocução entre a psicanálise, a educação
e a psiquiatria em torno das diversas queixas escolares encaminhadas para atendi-
mento. O projeto, em andamento desde 2013, é norteado também pela perspec-
tiva da pesquisa-intervenção (Castro & Besset, 2008), já que propõe o acompa-
nhamento de oito casos eleitos para a pesquisa durante dois anos1. A elegibilidade
dos casos foi definida a partir de um estudo piloto de seis meses, feito a partir de
casos encaminhados ao serviço durante o primeiro semestre de 2012, no qual as
pesquisadoras levantaram as principais queixas em relação às crianças/adolescen-
tes encaminhados para o serviço. A escolha desses oito casos se deu a partir desse
levantamento das queixas escolares prevalentes direcionadas à psiquiatria nesse
período; a “dificuldade de aprendizagem” e a “agitação” então foram eleitas como
critérios para a escolha dos casos estudados pela pesquisa.
O mal-estar na escolarização, nomeado na queixa clínica enquanto difi-
culdade de aprendizagem e/ou agitação, foi a condição para a escolha dos casos,
ainda que ela fosse enunciada por diferentes fontes responsáveis pelo encaminha-
mento da criança. Outra condição era que a criança/adolescente estivesse sendo
atendida no Instituto de Psiquiatria da UFRJ e que tenha sido encaminhada para
tratamento pela escola, portanto que a psiquiatria tenha sido convocada a tratar
da mesma. Assim, buscamos sustentar na pesquisa uma abordagem interdiscipli-
nar da questão, visando integrar vários discursos, mais especificamente a família,
a escola, especialistas e a própria criança/adolescente.
Dessa forma, o projeto visa, no seu viés mais estrito de pesquisa, investigar
como o mal-estar na escolarização presente nos oito casos escolhidos é nomeado
pelos diferentes agentes que dele participam e, no seu caráter mais amplo – in-
terventivo e clínico –, mobilizar esses diferentes agentes para repensar a situação
da criança/adolescente situando um lugar de endereçamento para suas angústias
e questões. No âmbito da intervenção, o pesquisador situa-se também como um
mediador entre esses vários agentes, possibilitando, muitas vezes, que eles sejam
confrontados com diferentes perspectivas sobre a criança/adolescente e que, as-
sim, o mal-estar na escolarização possa ser mapeado e pensado a partir do entre-
cruzamento de diversos discursos.
sempre inclui o Outro, ele se desenvolve com um Outro e para um Outro. Ele
se manifesta então como uma forma da criança falar.
Se a criança tem a impressão de que todo acesso a uma fala verdadeira lhe
é vedado, pode, em certos casos, procurar na doença uma possibilidade de
expressão [...]. Isso coloca o problema da linguagem em certo modo de
relação com o Outro e consigo mesmo. A ruptura com um discurso que se
pode qualificar de alienado, à medida que é dos outros e da opinião, repre-
senta para o sujeito uma aventura penosa. O papel do analista é ajudá-lo a
assumir essa aventura (Manonni, 1999, p. 60).
A pesquisa
ses da pesquisa sobre o mal-estar, mas também daquilo que surge de inusitado e
espontâneo no encontro com aquele ou aqueles que são entrevistados. São feitas
também reuniões mensais no SPIA/IPUB com as famílias em conjunto e en-
trevistas ou reuniões com os especialistas e com a escola. As reuniões de equipe
multidisciplinar, composta por professores e alunos das áreas da psicologia e da
educação, além de psicólogos e psiquiatras do SPIA que são eventualmente con-
vidados, são entendidas como eixo importante para o estudo de casos já que os
diferentes discursos podem, em um mesmo ambiente, circular de forma articula-
da bem como divergir em certos pontos. As entrevistas e reuniões são gravadas e
registradas em relatórios que servirão como material para análise.
O intuito é possibilitar, para além da coleta de dados, a interlocução com
os pais e os diversos profissionais da educação e da saúde envolvidos nos casos,
pela qual diferentes olhares e discursos possam ser delineados e articulados. Con-
tamos em nossa equipe com a participação de alunos de graduação em psicologia
e pedagogia, que fazem visitas regulares (semanais, quinzenais ou mensais, de
acordo com a disponibilidade da escola e/ou do professor, com duração aproxi-
mada de uma hora e meia a cada vez) a cada uma das escolas em que estão ma-
triculadas as crianças/adolescentes a fim de realizar observações participantes du-
rante o período dos dois anos em que se dará a pesquisa de campo. Nessas visitas
é possível tanto observar em sala de aula o modo como as crianças e adolescentes
interagem com seus professores e demais alunos, quanto intervir nas especificida-
des de cada caso em seu contexto escolar, a partir de um diálogo constante com
as equipes pedagógicas.
Deve-se destacar, contudo, que adotamos diferentes formas para o acom-
panhamento escolar dessas crianças e adolescentes de acordo com a particulari-
dade dos casos e a disponibilidade das escolas. Nos casos de crianças, são feitas
observações dentro das salas de aula, o que vem garantindo a possibilidade de
interlocução com os professores que lidam cotidianamente com essas crianças.
Já nos casos de adolescentes, o contato com os mesmos vem se estabelecendo em
momentos diversificados, como no horário do intervalo, em reuniões conjuntas
com a coordenação da escola e até mesmo da CRE, e também em encontros mar-
cados no SPIA para diálogo com esses jovens sobre os conflitos vividos na escola.
Nesse sentido, nossa pesquisa possui também um viés clínico, sustenta-
do nos pressupostos da psicanálise apresentados anteriormente sobre o mal-estar
inerente à vida social e sobre a constituição do sujeito na relação com um outro,
nos quais situa-se e mesmo se fundamenta o processo de escolarização de crianças
e jovens. Se supomos que o mal-estar se produz no encontro com um outro, na
medida em que é dada a possibilidade de se falar dele a alguém com escuta qua-
trabalha o dia todo cuidando de uma menina com paralisia motora. Quando re-
torna da escola, G. fica na casa de uma vizinha, junto com mais cinco crianças, até
que a mãe retorne do trabalho. Há relatos de muitas brigas entre os pais e do pai
com pessoas de fora da família. O menino já viu o pai voltar para casa machucado
e ensanguentado após um desses episódios.
Depois de nossa primeira visita à escola em que o menino inicia seus estu-
dos no ensino fundamental, pudemos constatar uma intensa inquietação da es-
cola com seu comportamento, traduzida em uma demanda de um laudo médico
em que constasse o diagnóstico de TDAH para que o aluno pudesse ser deslocado
de sua turma para uma “sala de recursos”. Quando é interpelado pela diretora da
escola sobre seu comportamento, que lhe pergunta se ele gosta que sua mãe seja
chamada na escola, ele abaixa a cabeça e assente que sim. Em outra ocasião, quan-
do é repreendido pela professora, ameaça: “vou chamar meu pai aqui”.
Ao tomarmos contato com o caso de G., que atualmente é acompanha-
do em nossa pesquisa, convocamos a psiquiatra que é responsável pelo caso e
descobrimos que há controvérsias em sua equipe sobre a necessidade de iniciar
a medicação do menino ou não. Enquanto o médico residente que atendia a
criança disse “acho que é um caso que precisa de medicação” e “preenche muito
os critérios de TDAH” (sic), sua supervisora achou conveniente esperar mais um
tempo para tomar uma posição. Diante da demanda escolar pelo diagnóstico e
pelo tratamento psiquiátrico, na reunião com a psiquiatra fica estabelecido que a
orientação atual para o atendimento de G. seria o encaminhamento do menino
para uma psicoterapia individual, paralela ao seu acompanhamento familiar e es-
colar pela nossa equipe. Dessa forma, foi feita uma aposta na possibilidade de que
ele não precise entrar na medicação já, ou que pelo menos esta não seja a única
forma de tratamento apontada como necessária tanto para a família quanto para
a escola. De fato, o adiamento do tratamento medicamentoso foi fundamental
nesse caso, pois, a partir da observação participante no contexto escolar, foi pos-
sível verificar uma importante mudança no comportamento sem a interferência
medicamentosa.
Um das pesquisadoras de nossa equipe passou a frequentar a escola de G.
quinzenalmente, estando presente na sala de aula e participando de reuniões com
a equipe pedagógica. A pesquisadora notou inicialmente que foi colocada pela
professora no lugar de uma testemunha para os atos agressivos e despropositados
de G. Assim a professora orientava o seu olhar apenas para o comportamento
agitado e agressivo de G., anulando qualquer outra possibilidade de interação
com o menino. Isso ficava evidente no discurso da professora já que, no primeiro
semestre de 2013, uma das formas predominantes de apresentar o aluno para a
pesquisadora era utilizando a palavra “defeito”. Como falou em fevereiro “ele não
para, é muito agitado e às vezes é agressivo, não respeita as regras, quando dá de-
feito, já era” (sic), ou no mês seguinte: “ta vendo como ele é? Viu, fez de novo, ele
é assim... ainda bem que você tá aqui pra ver, porque ele sempre dá defeito” (sic).
Ou ainda, dois meses depois, no relatório de uma das pesquisadoras: a professora
relatou que ele não apresentou nenhum “defeito” desde as duas últimas semanas.
A ideia de que um remédio “consertaria” o defeito era recorrente na escola.
Pouco a pouco, porém, a pesquisadora notou que, a partir de suas interro-
gações e de sua presença como alguém que a acompanhava no trato com aquele
menino, a professora passou a prestar mais atenção a outros aspectos de G., tais
como suas dificuldades específicas nos exercícios e suas questões familiares. Ao
mesmo tempo, a professora passa a dirigir-se à pesquisadora para lhe pedir ajuda
sobre como proceder com ele. Ainda que a pesquisadora não tenha respondido a
essa demanda, parece que algo se modificou na relação da professora com o aluno,
já que havia um interesse maior em tentar auxiliá-lo em suas dificuldades. Para-
lelamente, G., que inicialmente oscilava entre momentos de bastante agitação,
agressão aos colegas e uma certa apatia durante a aula, passou a tentar enfrentar
suas dificuldades em fazer os exercícios e até a pedir ajuda à professora. Em rela-
ção à pesquisadora, G. mostrou um interesse e aproximação também graduais.
Já o discurso da família, mais especificamente da mãe, enaltecia a impor-
tância do atendimento médico numa possível identificação do tal comportamen-
to à doença. Diz a mãe: “nunca para, pula o tempo todo, imitando bichos, está
com mania de cuspir nas mãos e na cama” (sic), precisa de um remédio para se
acalmar. A compreensão da agitação como doença parecia já instalada quando da
chegada ao serviço através de uma indicação da escola, como veremos a seguir.
Durante o ano de 2013, estivemos em contato com a mãe de G. em reu-
niões mensais com os pais das crianças acompanhadas e em entrevistas indivi-
duais. Inicialmente, ela se mostrou bastante fechada e nervosa ao falar do filho,
revelando aos poucos que reconhecia em si uma dificuldade em se aproximar do
filho e lhe dar carinho. Notamos, progressivamente, uma maior abertura da mãe
e disponibilidade para falar, mencionando, inclusive o desejo de fazer uma terapia
individual para tentar resolver suas dificuldades de relacionamento com o filho.
Em uma entrevista individual, a mãe acabou revelando ter sofrido abuso sexual
em sua adolescência, atribuindo a essa situação suas dificuldades na relação com
G. Em paralelo, a mãe passa a exigir uma maior participação do pai no cuidado
do filho, e ambos acabam decidindo trocar o turno escolar de G. para a tarde, de
forma que ele pudesse ficar de manhã com o pai e, assim, passasse menos tempo
com a vizinha.
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Nota
1
Dos oito casos eleitos inicialmente, somente cinco permaneceram sendo acompanhados pelo
projeto até o final de dois anos e apenas esses serão utilizados para os fins da pesquisa.
2
A pesquisa obteve a autorização do Comitê de Ética em Pesquisa, tendo a Faculdade de Edu-
cação da Universidade Federal Fluminense como proponente (número do parecer: 789.946)
e das CREs (Coordenadoria Regional de Educação), que nos possibilitou a entrada nas esco-
las municipais onde algumas das crianças/adolescentes estavam estudando durante o período
de sua participação da pesquisa. Os participantes ou seus responsáveis foram informados so-
bre os objetivos e métodos da pesquisa e autorizaram o uso das informações colhidas através
de termos de consentimento livre e esclarecido.