Dissertacao Leonel
Dissertacao Leonel
Dissertacao Leonel
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ENGENHARIA MECÂNICA
Dissertação submetida à
MESTRE EM ENGENHARIA
_________________________________
Fernando Cabral Ph. D.
Coordenador do Curso
_______________________________________
André Ogliari, Dr. Eng.
Orientador
BANCA EXAMINADORA
_________________________________ _________________________________
Nelson Back, Ph. D. Prof. Acires Dias, Dr. Eng.
PPGEM-UFSC PPGEM-UFSC
_________________________________
Prof. Antônio Rogério de Souza, Dr. Eng.
PPGMat-UFSC
“A mente que se abre a uma nova idéia
jamais voltará ao seu tamanho original.”
Albert Einstein
A Deus, pela força, persistência e inspiração para realização de mais esta tapa na
preciosa vida nos proporcionada por Ele.
Ao meu orientador Prof. André Ogliari pelas inestimáveis horas de discussão, leitura e
compartilhamento de conhecimento ao longo de todo o trabalho, pela preciosa orientação.
Às empresas participantes da pesquisa e especilistas, pelo valioso tempo dedicado dos
empresários e profissionais que contribuiram de sobremaneira para o trabalho.
Aos amigos Fábio Santana e Ivo montanha Jr., pela amizade, companheirismo, e pelas
incansáveis horas de discussão e preciosas dicas para condução do trabalho.
Aos engenheiros e colegas de longa data Frederic Dabbas, Kleber Paiva, Tales,
Henrique Gaspari, Marcus Rodrigo Coelho, Luís Fernando Clasen, pelo desafio
compartilhado do mestrado e demais colegas da turma EMC 982 de Engenharia Mecânica.
Aos colegas do NeDIP, Marcelo Grijó, Marcio Giacomim, Marcio Carrafa, Eduardo
Biasotto, Washington, Ronaldo de Oliveira, Calil, Paulo do Carmo, Roberto Perez, Viviane
V. F. Grubisic, Cindy, Aldrwin, Marcio Catapan, Antônio Domingues Brasil, Marcelo
Gitirana, Andréa Cristina, Gunther, Paulo Silveira, Everton Farina, Oscar e Luis Fernando,
que colaboraram direta ou indiretamente com alguma informação desde o início do trabalho.
Aos colegas de disciplinas e laboratórios correlatos André (Labsolar), Fernando
Peixoto, Luís Pereira, Cristiano Kulman, Félix, Matias e Maurício.
Aos amigos Paulo Broggio, Mario Mello, Fabricio Brasil, Toninho, Carlos Henrique
(meio Xará/ Siri), juntamente com todos os demais colegas pelas horas de descontração,
sessões trash e conversas filosóficas.
Ao querido amigo Almir Pigari pelos ensinamentos e dedicação ao nosso grupo de
estudos.
À instituição UFSC, pelo espaço, ao Departamento de Engenharia Mecânica e ao
POSMEC pelo programa, pelo suporte e condições para realização desta pesquisa e à CAPES,
que financiou este trabalho.
Aos Professores da banca que avaliaram este trabalho Dr. Eng. Acires Dias, Prof.
Nelson Back - Ph. D, e Dr. Eng. Antônio Rogério de Souza.
À Elizandra, minha noiva e futura mulher, pelo amor, pela paciência, pela dedicação
incondicional durante todo o tempo que nos conhecemos, e principalmente durante todo o
trabalho, dando total apoio nos momentos de dificuldade.
Por fim à toda minha família, minha mãe Eliete, meu pai Carlos, meu avô Deolindo
(em memória) e minha avó Pedrina, a todos pelo suporte, educação e orações.
SUMÁRIO
CAPÍTULO I ................................................................................................................................ 1
Introdução ................................................................................................................................. 1
1.1. Problemática ...................................................................................................................1
1.2. Objetivos do Trabalho .................................................................................................... 5
1.3. Justificativa do Trabalho.................................................................................................6
1.4. Caracterização da Pesquisa............................................................................................. 8
1.5. Questões Orientativas da Pesquisa ................................................................................. 9
1.6. Limitações e Abrangência do Trabalho ........................................................................ 10
1.7. Estrutura do Trabalho ................................................................................................... 10
CAPÍTULO II ............................................................................................................................. 13
Processo de Desenvolvimento de Produtos e Gestão da Inovação: Revisão
Bibliográfica ............................................................................................................................ 13
2.1. Introdução ..................................................................................................................... 13
2.2. Processo de Desenvolvimento de Produtos .................................................................. 13
2.3. Gerenciamento de Projetos .......................................................................................... 17
2.4. Gestão da Inovação e Gestão Tecnológica .................................................................. 22
2.4.1. Abordagens de Gestão Tecnológica ................................................................... 24
2.4.2. Modelos de Gestão Tecnológica e Gestão da Inovação .................................... 28
2.5. Considerações Finais do Capítulo ................................................................................ 32
CAPÍTULO IV............................................................................................................................ 62
Estudos de Caso ...................................................................................................................... 62
4.1. Introdução ..................................................................................................................... 62
4.2. Planejamento dos Estudos de Caso ............................................................................. 64
4.2.1. Mapeamento dos Assuntos Abordados .............................................................. 65
4.3. Execução dos Estudos de Caso .................................................................................... 69
4.4. Análise dos Resultados ................................................................................................ 70
4.4.1. Caracterização das Empresas Pesquisadas ........................................................ 71
4.4.2. Estrutura para o Desenvolvimento de Produtos ................................................. 73
4.4.3. Mapeamento do PDP das Empresas Pesquisadas ..............................................75
4.4.4. Diagnóstico do Planejamento de Produtos nas Empresas Pesquisadas .............80
4.4.5. Necessidades das Empresas-Alvo ...................................................................... 94
4.4.6. Lições das Empresas-Referência .....................................................................100
4.5. Diretrizes para a Sistematização do Planejamento da Inovação em Produtos ........... 100
4.5.1. Diretrizes Gerais com Base no Diagnóstico das Empresas-Alvo e
Referência ...................................................................................................... 101
4.5.2. Diretrizes Relacionadas às Necessidades das Empresas-Alvo Quanto à
Sistemática e sua Implementação ..................................................................102
4.5.3. Diretrizes Relacionadas às Lições das Empresas-Referência em Relação à
Metodologia Consolidada e Etapas de Implementação .................................104
4.6. Considerações Finais do Capítulo .............................................................................. 106
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS
AF - Administrativo Financeiro
ALCA - Área de Livre Comércio das Américas
ANPEI – Associação Nacional de Pesquisa, Engenharia e Inovação das Empresas Inovadoras
APL - Arranjo Produtivo Local
BCG - Boston Consulting Group
DNP – Desenvolvimento de Novos Produtos
DP – Dependabilidade
EBT – Empresas de Base Tecnológica
EDT - Estrutura de Desdobramento de Trabalho
GE - Gestão Empresarial
GP - Gerenciamento de Projetos
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
INPI – Instituto Nacional de Propriedade Intelectual
MK - Marketing
NeDIP – Núcleo de Desenvolvimento Integrado de Produtos (UFSC)
OECD - Organization for Economic Cooperation and Development
P&D - Pesquisa e Desenvolvimento
PDP – Processo de Desenvolvimento de Produtos
PE – Planejamento estratégico
PEI - Planejamento estratégico da inovação
PINTEC – Pesquisa de Inovação Tecnológica
PME – Pequenas e Médias Empresas
PP – Processo de Projeto
PR – Produção
PT - Previsão Tecnológica
PV - Pós-Venda
QU - Qualidade
ix
SC – Santa Catarina
SE - Segurança
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SU – Suprimentos
UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina
x
RESUMO
ABSTRACT
Capítulo I
I NTRODUÇÃO
1.1 P R O B LE M Á T I C A
O problema que a presente pesquisa aborda diz respeito à dificuldade das pequenas
e médias empresas em relação inovação tecnológica em seus produtos. Segundo um estudo
realizado pela ANPEI1 (2004), baseado na pesquisa nacional realizada pelo IBGE (2002), a
PINTEC 2 indica que esta problemática, num sentido geral, tem origem em questões
econômicas, desdobrada em questões macro e microeconômicas.
Com relação às questões macroeconômicas pode-se citar: a relativamente recente
abertura de mercados, permitindo uma maior competitividade entre as empresas nacionais e
estrangeiras; a falta de instrumentos de política para estimular a estruturação tecnológica
das empresas; a falta de políticas de estímulo ao desenvolvimento tecnológico nacional; a
incerteza macroeconômica e falta de direcionamento e alinhamento estratégico, e de
programas de longo prazo do governo; os juros elevados (elevado custo do
dinheiro/financiamento para se investir em atividades com maior risco em relação ao
retorno do investimento); o câmbio instável; a escassez de fontes apropriadas de
financiamento e programas adequados a estas empresas; a necessidade de interação entre o
setor público e privado, entre outros.
A respeito das questões microeconômicas, como reflexo das questões
macroeconômicas, pode-se citar: a falta de preparo e cultura das empresas para lidar com
ambientes de extrema competitividade; o desconhecimento dos mercados em que atuam
(pela comparação com empresas estrangeiras); a falta de competência gerencial na
aplicação do conhecimento aos produtos ou aos meios de produção para a disputa de
mercados; a falta de interação da empresa com universidades e institutos de pesquisa; a
1
ANPEI - Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras.
2
PINTEC é a Pesquisa Industrial – Inovação Tecnológica, realizada pelo IBGE em conjunto com o Ministério
de Ciência e Tecnologia Brasileiro.
Capítulo I - Introdução 2
Quadro 1.1 Classificação das empresas por número de empregados (SEBRAE, 2005).
Até hoje, medidas tomadas para solução de problemas relacionados à inovação nas
PMEs foram no sentido da solução de gargalos tecnológicos, os quais são necessidades de
desenvolvimento tecnológico que não permitem que as empresas ou os produtos delas
sejam aperfeiçoados. Esforços feitos neste sentido, que resultaram em soluções pontuais,
mesmo se levadas a efeito com sucesso não são suficientes para as PMEs passarem a
inovar, pois após o problema tecnológico solucionado não há mudança de postura delas em
relação à introdução de inovações nos seus produtos não gerando mudanças significativas
no patamar competitivo das mesmas (ANPEI, 2004).
Ainda com relação ao estudo realizado pela ANPEI, em ações feitas em muitos
3
Arranjos Produtivos Locais (APLs), constatou-se que institutos de pesquisa e
universidades trabalham pouco para as pequenas e médias empresas. Quando se aproximam
das mesmas, demonstram dificuldade e pouco conhecimento sobre como trabalhar com
elas, e acabam por sugerir ações inadequadas à solução de seus problemas. Nesse sentido
que a presente pesquisa pretende buscar um maior conhecimento de como as empresas
trabalham e propor uma sistemática para o planejamento da inovação de produtos adequada
às suas reais necessidades.
Com relação à problemática do planejamento da inovação de produtos, como se
pode constatar pelas pesquisas realizadas, as PMEs de um modo geral não tratam
explicitamente da inovação de produtos no planejamento estratégico e não planejam
adequadamente seus produtos, muitos menos planejam a introdução de inovações nesses,
não, pelo menos, de forma sistematizada, formalizada e com o apoio de uma sistemática de
referência. O planejamento, se ocorre, é intuitivo e muitas vezes são ações esporádicas e
3
Os APLs são aglomerações territoriais de empresas e de outros agentes públicos e privados dedicados a um
conjunto de atividades econômicas com vínculos entre si.
Capítulo I - Introdução 4
1.2. O B J E T I V O S DO TRABALHO
1.3 J U S T IF I C A T I V A DO TRABALHO
1.4. C A R AC T E R I Z A Ç Ã O DA PESQUISA
Segundo Gil (2002) o critério mais usual para classificação das pesquisas é de
acordo com seus objetivos gerais, e segundo este as pesquisas podem ser classificadas em
exploratórias, descritivas e explicativas. De acordo com Yin (2001) as pesquisas podem
ser: exploratórias, descritivas ou explanatórias. E, ainda, segundo Ruiz (1989), as pesquisas
podem ser classificadas em exploratórias, teóricas ou aplicadas.
Mesmo pela divergência com relação às terminologias empregadas para se
classificarem as pesquisas, percebe-se que estas possuem os mesmos fundamentos. E,
adotando a terminologia empregada por Yin (2001), a presente pesquisa pode ser
classificada como pesquisa explanatória (no mesmo sentido de aplicada ou explicativa),
pois segundo seu objetivo geral visa explicar “como” deve ser configurada uma sistemática
para ser aplicada em PMEs, para solução de problemas relativos ao planejamento da
inovação de produtos.
Como procedimentos técnicos de pesquisa se utilizará da técnica de estudos de caso,
pois segundo Yin (2001) é o procedimento/estratégia preferida quando a pesquisa trata de
questões do tipo “como” e “por que”. Nesta pesquisa a questão principal é: “como” deve
ser configurada uma sistemática de planejamento da inovação de produtos a ser aplicada
em PMEs? Segundo o mesmo autor este é o procedimento recomendado quando o
pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e quando o foco contempla fenômenos
contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real. Yin (2001) ainda indica que
esse é o método usual quando se trata de estudos organizacionais e gerenciais, se
adequando, assim, ao contexto da presente pesquisa.
O procedimento de pesquisa adotado (estudo de caso) será empregado para
levantamento de informações, mais precisamente das características e necessidades das
empresas que se utilizarão da sistemática formulada, e levantamento de práticas de
empresas referência no assunto (onde estas serão utilizadas na forma de diretrizes para
Capítulo I - Introdução 9
1.5. Q U E S T Õ E S O R IE N T A T I V A S DA PESQUISA
1.7. E S T RU T U R A DO TRABALHO
O presente trabalho está estruturado em sete capítulos: (i) Introdução; (ii) Processo
de Desenvolvimento Integrado de Produtos, Gerenciamento de Projetos, Gestão
Tecnológica e Gestão da Inovação: Revisão Bibliográfica; (iii) Planejamento Estratégico da
Inovação e Planejamento de Produtos: Revisão Bibliográfica; (iv) Estudo de Caso nas
Empresas-Alvo e Referência; (v) Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos;
(vi) Avaliação da Sistemática; e (vii) Conclusões e Recomendações. Após os capítulos há a
Capítulo I - Introdução 11
Capítulo II
P ROCESSO DE D ESENVOLVIMENTO DE P RODUTOS E G ESTÃO
DA I NOVAÇÃO : R EVISÃO B IBLIOGRÁFICA
2.1 – I NT RO D U Ç Ã O
Figura 2.1 - Macro fases e fases do PDP. Fonte: adaptado de ROMANO (2003).
representadas são: Gestão Empresarial (GE); Gerenciamento de Projetos (GP); Marketing (MK),
Projeto do Produto (PP); Projeto da Manufatura (PM); Suprimentos (SU); Qualidade (QU);
Segurança (SE); Dependabilidade (DP); Administrativo-Financeiro (AF); Produção (PR) e Pós-
Venda (PV).
De acordo com Romano (2003), a fase de Planejamento do Projeto destina-se ao
planejamento de um novo projeto tendo em vista às estratégias de negócio da empresa, e à
organização do trabalho a ser desenvolvido ao longo do PDP (esta atividade será melhor
detalhada no tópico 2.3 – Gerenciamento de Projetos).
O Projeto Informacional é a primeira fase da macro fase Processo de Projeto. Esta
consiste das etapas da transformação de todas as informações disponíveis relacionadas ao produto
em especificações de projeto do produto, onde a lista hierarquizada de especificações de projeto
do produto é o resultado final (saída) desta fase. As atividades da fase em questão para se atingir
o objetivo final são: (i) definição dos fatores de influência no projeto; (ii) identificação das
necessidades dos clientes; (iii) desdobramento das necessidades em requisitos dos clientes; (iv)
transformação dos requisitos dos clientes em requisitos de projeto do produto; (v) comparação de
atendimento dos requisitos (dos clientes e do projeto do produto) pelos produtos semelhantes
disponíveis no mercado; e (iv) definir as especificações de projeto do produto. Ao final estas
especificações são avaliadas e então tomadas como referência para a próxima fase do processo,
que é a fase de obtenção da concepção.
O Projeto Conceitual destina-se ao desenvolvimento da concepção do produto para
atender às especificações de projeto. Como atividades para esta fase têm-se: (i) estabelecer a
estrutura funcional do produto (definição da função global e sub-funções); (ii) definição dos
princípios de solução disponíveis para as funções definidas; (iii) estudar as estruturas funcionais
alternativas; seleção da estrutura funcional; (iv) definição de concepções alternativas para o
produto; (v) seleção da concepção final; e (vi) identificação dos processos de fabricação. Ao final
a concepção é avaliada segundo o escopo definido para o projeto e parte-se para a próxima fase.
O Projeto Preliminar destina-se ao estabelecimento do leiaute final do produto e ao
detalhamento da viabilidade econômica. Como atividades relacionadas a esta fase tem-se: (i)
identificação das especificações de projeto que relacionam os requisitos de forma, leiaute,
material, segurança, ergonomia e manufatura; (ii) definição dos componentes e/ou módulos
existentes a serem utilizados; (iii) revisão das patentes e considerações sobre aspectos legais e de
Capítulo II – Processo de Desenvolvimento de Produtos e Gestão da Inovação: Revisão Bibliográfica 16
segurança; (iv) definição e seleção de leiautes alternativos, (v) estabelecimento das principais
dimensões dos componentes, seleção de material, processo de fabricação, tolerâncias; (vi)
realização de clínicas com mock ups; (vi) avaliação dos leiautes dimensionais; e (vii)
estabelecimento do leiaute final do produto. Definido o leiaute final inicia-se o plano de
fabricação e teste do protótipo. A partir disso é realizado o cálculo inicial de custo e elaborada a
viabilidade econômica do produto. Aprovada a viabilidade econômica, parte-se para a próxima
fase.
O Projeto Detalhado destina-se a vários propósitos, dentre eles: aprovação do protótipo,
finalização das especificações dos componentes, detalhamento do plano de manufatura e
preparação da solicitação de investimento. Como atividades desta fase têm-se: (i) construção do
protótipo e testes; (ii) otimização das especificações dos componentes; (iii) finalização da
documentação do produto (desenhos técnicos, manual de uso, manual de assistência técnica,
catálogo de peças); (iv) detalhamento do plano de manufatura; (v) solicitação de investimento; e
(vi) avaliação quanto ao atendimento do plano estratégico da empresa. Aprovando-se a
solicitação de investimento, parte-se para a macro fase de Implementação.
A Preparação da Produção destina-se a realização da produção do lote piloto e
preparação para produção do produto em escala comercial. Como atividades têm-se: elaboração
da documentação de montagem do produto; liberação para construção de ferramental; preparação
da instalação; implementação da linha de produção; desenvolvimento do plano de produção e
programação do lote piloto. Em paralelo ainda ocorrem atividades como: revisão do plano de
manufatura; implementação do plano de qualidade; elaboração dos procedimentos de assistência
técnica; treinamento da área de vendas e pós-venda. Revisada a documentação do produto é
elaborada a liberação do produto, após a aprovação desta parte-se para a próxima fase.
Na fase de Lançamento é realizada a produção do lote inicial do produto, em paralelo é
emitido o material promocional para divulgação comercial do produto. Iniciada a produção na
fábrica e nos fornecedores, é realizado acompanhamento da produção do lote inicial para
verificação de não conformidades. Estando o produto dentro dos padrões de qualidade, é
elaborada a liberação do lote inicial do produto. Aprovado o lote inicial parte-se para a fase
seguinte.
A última fase da Implementação destina-se à Validação do produto junto aos clientes, e à
auditoria e validação do projeto junto aos clientes diretos e patrocinadores. Nesta fase é realizado
Capítulo II – Processo de Desenvolvimento de Produtos e Gestão da Inovação: Revisão Bibliográfica 17
2.3 – G E R E N CI A M E N T O DE PROJETOS
Portanto, segundo PMI (2004, p. 37) o gerenciamento de projetos pode ser definido como
a aplicação de conhecimento, habilidades, ferramentas técnicas às atividades do projeto a fim de
atender aos seus requisitos. O gerenciamento de projetos é realizado através de processos, usando
conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas do gerenciamento de projetos que recebem
entradas e geram saídas. Para que um projeto seja bem-sucedido, a equipe do projeto deve:
• Selecionar os processos adequados dentro dos grupos de processos de gerenciamento de
projetos (também conhecidos como grupos de processos) necessários para atender aos
objetivos do projeto;
Capítulo II – Processo de Desenvolvimento de Produtos e Gestão da Inovação: Revisão Bibliográfica 18
Planejamento do Projeto
Desenvolvimento
do Plano de
Geranciamento
do Projeto
Planejamento do
Escopo
Sequenciamento
das Atividades Desenvolvimento
do Cronograma
Definição das
Desenvolvimento
Definição do Atividades
do Plano do
Escopo
Estimativa de Projeto
Duração das
Atividades
Orçamento dos
Planejaemtno dos custos
Elaboração da
Recursos das
EAP
Atividades
Estimativa dos
Custos
Figura 2.3 – Atividades principais do planejamento do projeto. Fonte: adaptado de PMI (2004).
organiza, define e mostra graficamente tanto o produto a ser feito como o trabalho a ser realizado
para obtê-lo.
De acordo com PMI (2004) no contexto do projeto, o termo escopo pode se referir a:
• Escopo do produto. As características e funções que descrevem um produto, serviço ou
resultado;
• Escopo do projeto. O trabalho que precisa ser realizado para entregar um produto,
serviço ou resultado com as características e funções especificadas.
A descrição do escopo do produto (que na presente pesquisa pode ser tratado como o
plano do produto – resultado do planejamento do produto), nos processos de gerenciamento de
projetos está inserido no processo de iniciação, sendo definido no termo de abertura do projeto.
Neste documento o escopo do produto é definido na declaração do trabalho do projeto.
recursos para os projetos selecionados, relacionando-se assim com o assunto tratado na presente
pesquisa.
Este mesmo conceito quando interpretado pela Lei de Inovação, que dispõe sobre
incentivos à pesquisa científica e tecnológica e à inovação em âmbito nacional, se dá de forma
simplificada pelo seguinte: “Inovação: introdução de novidade no ambiente produtivo ou social,
que resulte em novos produtos, processos ou serviços” (Lei de Inovação, 2004).
Os conceitos de tecnologia, inovação e suas implicações e relações ajudam na
compreensão de muitos fatores que envolvem a inovação na gestão tecnológica e a importância e
necessidade de relacioná-las a outros fatores culturais e sociais. Com relação ao conceito adotado
para o termo tecnologia tem-se:
Quadro 2.1 - Etapas do ciclo de vida da tecnologia. Fonte: adaptado de Martino (1993).
Etapa Descrição
A inovação somente existe na forma da compreensão de um fenômeno
científico, propriedades de um material, comportamento de uma substância,
Descoberta científica
etc. A descoberta ainda não pode ser utilizada para solucionar problemas ou
realizar funções.
A inovação consiste numa solução específica para um problema e já existe na
Viabilidade em
forma de um modelo de laboratório. O modelo funciona adequadamente, mas,
laboratório
somente nas condições do laboratório e operado por pessoal especializado.
A inovação foi aperfeiçoada e implementada de forma robusta o suficiente
Protótipo operacional para funcionar adequadamente no ambiente de operação, operada pelos
usuários.
Introdução comercial A inovação é não somente tecnicamente viável, mas, também,
ou uso operacional economicamente viável.
A utilidade da inovação é reconhecida pelo mercado, que passa a substituir a
Adoção em larga
solução anteriormente utilizada para realizar a mesma função e adotar a
escala
inovação de forma ampla.
Difusão para áreas A inovação passa a ser utilizada em novas aplicações, para as quais as
diferentes da original soluções anteriores nunca foram utilizadas.
Impacto econômico e A inovação gerou mudanças econômicas e sociais, possivelmente com a
social criação de uma nova indústria.
Vigilância tecnológica
1
Segundo PORTER (1991), os entrantes potenciais são todas aquelas indústrias que podem iniciar alguma atividade
em um mercado específico.
Capítulo II – Processo de Desenvolvimento de Produtos e Gestão da Inovação: Revisão Bibliográfica 26
devido ao seu impacto sobre a qualidade dos produtos e serviços, o conhecimento do mercado e o
planejamento estratégico.
Entretanto, o monitoramento do ambiente externo não é uma atividade desconhecida para
a maioria das empresas, pois se pode dizer que seria impossível para qualquer empresa sobreviver
sem praticar uma ou outra forma de vigilância, que lhe permita obter o mínimo de informações
necessárias para permanecer atuando no mercado. Porém, em termos de vantagem competitiva, o
que faz a diferença é a quantidade e a qualidade dos recursos investidos por uma determinada
empresa nesta vigilância, assim como a credibilidade obtida pelo sistema de vigilância, a partir
dos resultados dele (BRANÍCIO et al, 2001).
Mapeamento tecnológico
2
Do inglês technology roadmapping.
Capítulo II – Processo de Desenvolvimento de Produtos e Gestão da Inovação: Revisão Bibliográfica 27
dando-se ênfase aos efeitos não-intencionais indiretos e retardados do impacto (PORTER, 1998
apud CARVALHO, 2002).
Esta análise serve para subsidiar decisões em pesquisa e desenvolvimento, onde se pode
decidir, por exemplo, alongar o cronograma de desenvolvimento ou até mesmo interrompê-lo,
estimular o desenvolvimento de medidas de contingência referentes aos efeitos adversos da
tecnologia, entre outras decisões (CARVALHO, 2002).
Para realizar tal análise, PORTER (1998) apud CARVALHO (2002) sugere um processo
que consiste em três etapas: identificação dos impactos, avaliação dos impactos e análise dos
impactos.
Previsão tecnológica
Figura 2.4 – O Processo de Previsão. Fonte: adaptado de Twiss (1992) apud Carvalho (2002).
3
Entenda-se como áreas que estão carentes de certa tecnologia.
Capítulo II – Processo de Desenvolvimento de Produtos e Gestão da Inovação: Revisão Bibliográfica 28
Existem diversas formas de classificar os métodos de PT, mas a forma mais simples
divide os métodos em duas categorias: métodos extrapolativos e métodos normativos. Os
métodos extrapolativos partem de dados e tendências atuais e examinam para onde estes
direcionarão a tecnologia. Já os métodos normativos partem de uma solução atual e de um
possível futuro e examinam os possíveis caminhos que podem levar da situação atual ao possível
futuro (PORTER et al, 1991 apud CARVALHO, 2002).
Para Jonash & Sommerlatte (1999), a gestão da tecnologia consiste na gestão da inovação
dentro da chamada empresa ampliada – fornecedores, clientes e parceiros. Esse processo focaliza
em redes de inovação, que permeiam várias organizações e não simplesmente em equipes
interfuncionais. A gestão por meio das redes de inovação configura a gestão de P&D chamada
pelos autores "de geração mais avançada", que corresponde à geração da gestão da P&D. O
modelo geral de Jonash & Sommerlatte (1999) para a gestão da tecnologia é apresentado na Fig.
2.5.
Capítulo II – Processo de Desenvolvimento de Produtos e Gestão da Inovação: Revisão Bibliográfica 29
Figura 2.5 - Estrutura da inovação "de geração mais avançada". Fonte: Jonash & Sommerlatte (1999).
Modelo do TEMAGUIDE
De acordo com o TEMAGUIDE (1998), tipicamente, em empresas que não possuem uma
cultura e ambiente propício à inovação, o aprendizado ocorre de uma situação em que a inovação
é um processo traumático na organização (por necessitar de uma mudança de cultura, postura e
comportamento das pessoas) para uma situação de que a inovação é um processo comum e
assimilado à cultura da organização.
Com relação a essas abordagens da gestão tecnológica e modelos, tratando do assunto de
planejamento da inovação de produtos, percebe-se a necessidade de serem considerados esses
conceitos e abordagens para embasamento de uma sistemática de planejamento da inovação de
produtos, tratando esses como uma filosofia de gestão, onde a inovação intrinsecamente depende
da melhor utilização possível das tecnologias. Os modelos e abordagens contribuem fornecendo
diretrizes para se basear os processos que envolvem a inovação.
Capítulo II – Processo de Desenvolvimento de Produtos e Gestão da Inovação: Revisão Bibliográfica 32
Figura 2.7 – Visão geral do Planejamento da Inovação de Produtos em relação aos conteúdos estudados. Fonte:
Autor.
A partir da Fig. 2.7 é possível visualizar como se integram os assuntos revisados até este
capítulo, e como estes se relacionam com o planejamento da inovação de produtos (que será visto
em maiores detalhes no capítulo 3, específico da revisão dos conceitos de planejamento
estratégico da inovação e planejamento de produtos), onde de modo geral da macro fase de
planejamento estratégico saem as diretrizes e estratégias que serão implementadas através do
planejamento e desenvolvimento de produtos. A gestão da tecnologia, bem como o
gerenciamento de projetos dão suporte durante todo o processo fornecendo diretrizes, suportando
o processo por atividades, métodos e ferramentas, contribuindo nas tomadas de decisão e
auxiliando no correto planejamento, execução e controle das atividades a serem realizadas para se
ir desde as estratégias até o lançamento dos produtos no mercado.
Capítulo II – Processo de Desenvolvimento de Produtos e Gestão da Inovação: Revisão Bibliográfica 33
Capítulo III
P LANEJAMENTO E STRATÉGICO DA I NOVAÇÃO E
P LANEJAMENTO DE P RODUTOS : R EVISÃO B IBLIOGRÁFICA
3.1 - I NT RO D U Ç Ã O
3.2 – P L A N E J A M E N T O E S T R A T É G I C O DA INOVAÇÃO
Figura 3.1 - Etapas do Planejamento Estratégico da Inovação de Produtos. Fonte: adaptado de Baxter (2000).
Figura 3.2 – Atividades do Planejamento Estratégico do Desenvolvimento de Produtos. Fonte: Penso (2003).
associa a estas perguntas alguns métodos (que serão melhor comentados no tópico a seguir). O
autor ainda sintetiza os métodos em respostas a serem entregues e por fim no que representam as
decisões. Estes aspectos estão ilustrados no Quadro 3.1.
Quadro 3.1 - Aspectos a serem considerados no planejamento estratégico da inovação de produtos. Fonte: Baxter
(2000).
Questões
Métodos Respostas Decisões
específicas
Qual a necessidade de
desenvolvimento de
produtos?
Em que fases do ciclo Análise da
de vida se situam os maturidade dos
produtos atuais? produtos
A necessidade de
Como os produtos
desenvolvimento de Objetivos do
atuais se situam em Análise dos
novos produtos é desenvolvimento de
relação aos concorrentes
importante, urgente produtos
concorrentes?
ou ambos
Qual a velocidade de
Análise do mercado
mudança dos
estático/dinâmico
negócios/ produtos?
Qual é a capacidade
para desenvolvimento
de novos produtos?
Pessoal?
Auditoria de risco do
Procedimentos?
desenvolvimento de
Dinheiro?
produtos
Outros recursos?
De acordo com o Quadro 3.1, Baxter (2000) afirma que existem três técnicas básicas que
podem ser usadas na estratégia de inovação de produtos. A primeira delas examina a linha atual
de produtos da empresa e analisa a “maturidade” dos mesmos, ou seja, as fases dos respectivos
ciclos de vida em que se encontram. Quando o produto se aproxima de sua maturidade no
mercado, espera-se que suas vendas comecem a declinar. Então, esses produtos maduros devem
ser substituídos por novos produtos, para manter o poder competitivo da empresa. Em uma
Capítulo III – Planejamento Estratégico da Inovação e Planejamento de Produtos: Revisão Bibliográfica 38
Matriz SWOT
A análise SWOT tem por objetivo promover a integração entre os aspectos levantados nas
análises dos ambientes externo e interno da organização, que identificaram os pontos fortes
(Strengths), os pontos fracos (Weaknesses), as oportunidades (Opportunities) e as ameaças
(Threats), característicos da empresa (BRADFORD et al, 1999).
A análise SWOT é um modelo simples e direto que fornece direção e serve como
catalisador para o desenvolvimento de estratégias viáveis (FERREL et al, 2000). Ela exerce o
papel de estruturar a adequação entre o que uma organização pode (forças) e não pode
Capítulo III – Planejamento Estratégico da Inovação e Planejamento de Produtos: Revisão Bibliográfica 39
(fraquezas) realmente fazer, e as condições ambientais que atuam a seu favor (oportunidades) e
contra (ameaças).
Matriz BCG
De acordo com Pureza (2004), dentre as diversas técnicas para a análise de portfólio,
aquela desenvolvida pelo Boston Consulting Group (BCG) é uma das mais difundidas. A Fig. 3.3
apresenta a classificação dos produtos segundo a classificação BCG, de modo que cada quadrante
corresponde a uma situação estratégica diferente.
Novas áreas
de atuação
Figura 3.4 – Matriz aplicações x grupos de consumidores. Fonte: adaptado de Cooper (2001).
Capítulo III – Planejamento Estratégico da Inovação e Planejamento de Produtos: Revisão Bibliográfica 41
Atividades de Inovação
Nível gerencial
Requisitos Aplicação Resultados
Administração Prioridade e critérios Uso dos procedimentos
Plano estratégico indicando
superior da para aceitação de novas formais de desenvolvimento de
os produtos desejados
empresa idéias produtos
Envolvimento e compromisso
Liberdade de criar e Reconhecimento e
Indivíduo para apresentação de novas
apresentar suas idéias recompensas pelo sucesso
idéias
A matriz apresentada no Quadro 3.2 pode ser utilizada para serem claramente definidos os
papéis e responsabilidades dos colaboradores da empresa em relação ao processo de inovação,
indicando-se os requisitos, a aplicação e os resultados para cada um dos grupos (nível gerencial)
apresentados.
3.3 – P L A N E J A M E N T O DE PRODUTOS
Apesar de ser um assunto bastante estudado e difundido, quando se faz uma revisão do
processo de planejamento de produtos, percebem-se sutis diferenças nos conceitos adotados por
vários autores. Também se percebe que na indústria há certo desentendimento a respeito deste
processo. Em geral esse assunto é tratado informalmente nos demais processo da empresa, de
modo que não se não explora ao máximo os benefícios que este processo pode proporcionar.
Capítulo III – Planejamento Estratégico da Inovação e Planejamento de Produtos: Revisão Bibliográfica 42
do processo é uma proposta de produto mais detalhada do que apenas uma idéia abstrata. Neste
sentido o planejamento de produto é similar à procura de soluções para um problema, e os
mesmos métodos reconhecidos de solução de problemas podem ser utilizados. Sendo a diferença,
que nesta fase os problemas (de se planejar os produtos da empresa) se encontram em um nível
qualitativo e abstrato (PAHL & BEITZ, 1996).
Segundo Page (1993) a variedade de modelos, juntamente com as diferenças de
terminologia, apresentam as dificuldades na pesquisa de processos de planejamento de produtos.
Segundo Pahl & Beitz (1996), existem várias abordagens de planejamento de produtos e todas
elas têm vários pontos em comum, sendo estes, objeto de estudo dessa revisão.
Segundo Booz, Allen, and Hamilton (1968) citado por Feldman e Page (1984), o processo
de desenvolvimento de novos produtos é descrito como um processo de seis estágios, consistindo
de: (i) exploração – busca por idéias de novos produtos; (ii) seleção – eliminação de idéias
obviamente não promissoras; (iii) análise do negócio – avaliação das idéias promissoras numa
perspectiva do negócio; (iv) desenvolvimento – conversão da idéia em um produto funcional; (v)
teste – experimento para determinar a comercialidade do produto; e finalmente (vi)
comercialização. No presente capítulo de revisão aborda-se os conceitos relativos aos estágios de
planejamento, que se refere aos três primeiros citados: exploração, seleção e análise do negócio,
pois os demais estágios são tratados no processo de projeto e implantação, segundo o modelo de
referência (ROMANO, 2003), apresentado no Capítulo 2.
Pahl & Beitz (1988), relatam que os cinco principais passos do processo de planejamento
de produtos são: (i) análise da situação da empresa e dos produtos (objetivos dos produtos); (ii)
formulação de estratégias de busca (campos de busca); (iii) busca (descoberta) de idéias de
produtos; (iv) seleção de idéias de produtos; e (v) definição dos produtos. Uma visão geral do
processo pode ser vista na Fig. 3.5.
Para Baxter (2000) o planejamento do produto inclui: (i) identificação de uma
oportunidade; (ii) pesquisa de mercado; (iii) análise dos produtos concorrentes; (iv) proposta do
novo produto; (v) elaboração da especificação da oportunidade; e (vi) elaboração da
especificação do projeto.
Segundo a VDI 2220 (1980) apud Sell (1994) uma visão geral do processo é dada pelas
etapas: (i) exploração do potencial da empresa e áreas de pesquisa identificadas; (ii) procura de
idéias; (iii) avaliação e seleção de idéias; (iv) definição do produto.
Capítulo III – Planejamento Estratégico da Inovação e Planejamento de Produtos: Revisão Bibliográfica 46
Mercado Empresa
Informação Informação
externa interna
Política Novas
econômica tecnologias
CAMPO DE BUSCA
Leis, Outras
normas informações
Seleção do produto
Definição do produto
Liberação para o
desenvolvimento de produtos
O modelo desenvolvido por Sidén (2000) apresentado no Fig. 3.6, chamado de modelo
genérico para o planejamento estratégico de produtos, apresenta as etapas: (i) gerar e coletar
idéias; (ii) analisar idéias, (iii) priorizar idéias e (iv) alocar tempo e recursos. Este apresenta três
componentes principais: processos, métodos e ferramentas e gerenciamento.
Os processos são a essência do modelo, que apontam quais atividades devem ser
executadas. Muitos dados relativos ao mercado e competências-chave da empresa devem ser
coletados e analisados durante o planejamento do produto. Estes são suportados por diferentes
métodos e ferramentas indicados pelas setas na figura. As estratégias são aplicadas como
direcionadoras da geração de idéias e como critério para seleção das mais promissoras.
Capítulo III – Planejamento Estratégico da Inovação e Planejamento de Produtos: Revisão Bibliográfica 47
Para Phaal et al (2004) o processo de planejamento de produtos pode ser entendido como
o processo de criação do mapa tecnológico da empresa, conforme mostra a Fig. 3.8, onde as
etapas para a criação do mapa tecnológico são: (i) análise do ambiente interno e externo (análise
de informações de mercado e identificação das tecnologias disponíveis/viáveis/possíveis); (ii)
análise do mercado-produto e avaliação das tecnologias; (iii) avaliação de opções da tecnologia
do produto; (iv) criação do mapa tecnológico; (v) definição de metas para os produtos e (vi)
propostas de projetos.
Figura 3.8 – Etapas do planejamento de produtos (criação do mapa tecnológico). Fonte: Phaal et al (2004).
Capítulo III – Planejamento Estratégico da Inovação e Planejamento de Produtos: Revisão Bibliográfica 49
Mapa de Competências
negócios que podem ser derivados das plataformas, e no último os produtos derivados dos
negócios da empresa (PRAHALAD & HAMEL, 1990).
PRODUTOS FINAIS
Produto-chave
Produto-chave
Figura 3.9 – Mapa de competências essenciais. Fonte: Prahalad & Hamel (1990).
Pesquisa de mercado
Estilo de pesquisa comportamental que vêm sendo usado por muitas empresas para
descobrir necessidades desconhecidas, não articuladas e oportunidades para novos produtos. Esse
Capítulo III – Planejamento Estratégico da Inovação e Planejamento de Produtos: Revisão Bibliográfica 51
Consiste em realizar uma análise mais aprofundada do perfil médio dos consumidores do
segmento, nicho de mercado ou produto em questão. Visa descrever as características da média
dos consumidores do produto. Também visa fornecer dados sobre o comportamento, estilo de
vida e vários aspectos com relação ao consumidor, o que gosta, o que não gosta, o que o motiva a
comprar, o que o desmotiva a comprar determinado produto, o que as confunde, etc. Esse pode
ser realizado por pesquisas realizadas internamente pela empresa (desk research) o por pesquisas
de mercado e entrevistas (KELLEY e LITTMAN, 2001).
Segundo Carvalho (2002), para uma nova tecnologia, o crescimento de desempenho segue
um padrão similar a um S. Cada parâmetro técnico tem um limite, definido por leis científicas,
que estabelecem seu desempenho máximo. Inicialmente, o crescimento da tecnologia é lento.
Capítulo III – Planejamento Estratégico da Inovação e Planejamento de Produtos: Revisão Bibliográfica 52
Então, ele aumenta a uma dada taxa, voltando a diminuir próximo do limite. A adoção de uma
tecnologia diferente significa a mudança para uma nova curva S. As curvas S podem ser
utilizadas para prever como e quando uma dada tecnologia atingirá seu limite.
A curva S é traçada a partir de dados históricos e com uso de uma técnica como a análise
de regressão, por exemplo. Um dos usos das curvas S é a análise de substituição, ou seja, a
previsão da taxa segundo a qual uma nova tecnologia substituirá uma tecnologia antiga numa
determinada aplicação.
Método Delphi
O método Delphi tem como objetivo obter uma previsão consensual de um grupo de
especialistas. Para tanto, uma seqüência de questionários é aplicada, sendo mantido o anonimato
dos participantes. O procedimento do Delphi, através de várias iterações (chamadas rodadas) com
os profissionais através do envio de questionários, procura incentivar a participação de todo o
grupo de especialistas selecionado e evitar que algumas opiniões tenham peso muito grande ou
muito pequeno nos resultados (CARVALHO, 2002).
Mapeamento Tecnológico
Figura 3.10 – Mapeamento tecnológico genérico (technology roadmapping). Fonte: Phaal et al (2004).
O Método do retorno sobre o investimento foi desenvolvido pela DuPont, e consiste numa
medida de desempenho financeira. O ROI é uma combinação de duas medidas: medida de
Capítulo III – Planejamento Estratégico da Inovação e Planejamento de Produtos: Revisão Bibliográfica 54
Exploração de Oportunidades: nessa fase devem ser avaliados os diversos fatores que
têm influência na criação/desenvolvimento de novos produtos, analisando-se as informações
externas e internas buscando-se definir campos de oportunidades, que serão de base para a fase
posterior. A Fig. 3.12, adaptada de Pahl & Beitz (1988), fornece uma visão geral de quais
informações devem ser analisadas nessa exploração.
Figura 3.12 – Campos de Busca de Oportunidades. Fonte: (Adaptado de Pahl e Beitz, 1988).
deve haver um consenso entre estes. Podem ser utilizados os mais variados critérios de seleção
como técnicos, financeiros, e de mercado de acordo com os elementos da fase de exploração em
complemento aos aspectos utilizados atualmente pela empresa.
Definição do Produto: nesta fase as idéias de produtos que parecem promissoras são
elaboradas em maiores detalhes. Aqui, ao menos os departamentos de vendas, marketing,
pesquisa e desenvolvimento, e projeto trabalham ativamente juntos. Isso pode ser encorajado
envolvendo esses grupos nas etapas de avaliação e seleção de idéias de produtos (PAHL &
BEITZ, 1996).
Segundo VDI 2220(1980) apud Sell (1994), nessa fase descreve-se a função, o princípio
de funcionamento, e os dados característicos do novo produto, que, de acordo com os resultados
da avaliação, deve ser proposto à gerência como idéia a ser implementada. Esta descrição, que
consiste, sobretudo, dos requisitos técnicos do produto (além dos financeiros e de mercado), é o
cerne da proposta de desenvolvimento do produto. O documento serve de referência durante todo
o desenvolvimento para sempre se ter em mente as informações que geraram a proposta e para,
principalmente, efeito de análise, caso haja a necessidade de alteração ou acréscimo de alguma
característica no decorrer das fases posteriores.
Capítulo IV
E STUDOS DE C ASO
4.1 – I NT RO D U Ç Ã O
Conforme comentado no capítulo 1 o método que será adotado para a pesquisa nas
empresas será o método de estudos de caso, com objetivo de pesquisar as empresas que são o
alvo da sistemática (denominadas na pesquisa como empresas-alvo), levantando suas
necessidades e limitações e um diagnóstico da maturidade do processo atual de planejamento da
inovação de produtos.
O estudo de caso tem o propósito também de investigar as práticas atuais de empresas de
grande porte (denominadas na pesquisa como empresas-referência) e que possuem um processo
consolidado de inovação, pesquisando o processo atual e as lições aprendidas na implementação
e uso deste processo. A síntese das contribuições dos dois estudos de casos serão tomadas como
diretrizes para as proposições do trabalho.
O planejamento e execução dos estudos de caso foram estruturados segundo o método de
estudo de caso de Yin (2001) apresentado na Fig. 4.1. Este procedimento também é apresentado
em Montanha Jr. et al (2005) em uma proposta de questionário semi-estruturado para pesquisas
de campo em gestão da inovação tecnológica.
De acordo com a Fig. 4.1, as etapas da pesquisa foram: (i) elaboração da teoria base; (ii)
planejamento dos estudos de caso; (iii) elaboração dos questionários para coleta de dados; (iv)
seleção dos casos; (v) condução dos estudos de caso; (vi) elaboração dos relatórios individuais; e
(vii) análise dos resultados e conclusões.
Capítulo VI – Estudos de Caso 63
ANÁLISE E
DEFINIÇÃO E PLANEJAMENTO PREPARAÇÃO, COLETA E ANÁLISE CONCLUSÃO
Chega a
Escreve um conclusões de
Conduz primeiro
relatório de caso casos cruzados
estudo de caso
individual
Seleciona os Modificar a
casos teoria
Escreve um
Conduz segundo
relatório de caso
Desenvolve estudo de caso Desenvolve
individual
a teoria implicações
Projeta o políticas
protocolo de
coleta de dados ... Conduz estudos Escreve um Escreve um
de caso relatório de caso relatório de
remanescentes individual casos cruzados
Na primeira etapa foi elaborada a teoria base de forma macro (síntese do conceito geral de
planejamento da inovação de produtos apresentada no capítulo 3), onde foram estudados os
assuntos e aspectos a serem questionados.
Na segunda etapa foram estruturados os assuntos a serem questionados e também foi
planejada a forma de análise dos resultados (na forma de gráficos e tabelas), visando como
resultado final a elaboração de diretrizes.
A terceira etapa foi a elaboração dos questionários, um voltado às empresas-alvo, e outro
voltado às empresas-referência, cada um com objetivos específicos, conforme comentado no
início do capítulo.
A quarta etapa foi a seleção e o contato com as empresas para agendamento das
entrevistas.
A quinta etapa foi a condução das entrevistas (as entrevistas duraram duas horas e meia na
média), onde para cada empresa foi enviado previamente o questionário para conhecimento dos
assuntos que seriam tratados na entrevista.
A sexta etapa foi a elaboração dos relatórios individuais para cada empresa, os quais
foram remetidos as mesmas, principalmente como retribuição da oportunidade proporcionada por
terem aceito participar da pesquisa.
A etapa final foi a análise e compilação dos resultados, os quais foram agrupados para
facilitar as conclusões do estudo. O detalhamento dos estudos de caso serão apresentados nos
itens a seguir.
Capítulo VI – Estudos de Caso 64
Com o objetivo de coletar diretrizes para a sistemática que está sendo proposta foi
investigado como as empresas-alvo planejam e desenvolvem seus produtos, se elas utilizam
alguma sistemática formalizada ou padronizada, que ferramentas e métodos de apoio conhecem e
utilizam para esses processos. Investigou-se também como cada empresa trata cada fase do
processo de planejamento de produtos, e também as etapas anteriores e posteriores ao processo
estudado (planejamento estratégico e planejamento do projeto, respectivamente) com perguntas
específicas relacionadas a cada fase.
O planejamento dos estudos de caso constituiu das seguintes etapas: mapeamento dos
assuntos, planejamento da forma de análise e apresentação dos resultados. A partir disso a
elaboração dos questionários, seleção dos casos e agendamento das entrevistas.
Para a decisão do número de casos, foi utilizado o conceito de Gil (2002, p. 140), onde o
autor comenta que não há um número ideal de casos, mas para os estudos de casos múltiplos, que
é o caso da presente pesquisa, costuma-se utilizar de quatro a dez casos. Segundo o mesmo autor
com menos de dez casos é pouco provável que se gere uma teoria, pois o contexto da pesquisa
pode ser inconsistente; com mais de dez casos fica muito difícil lidar com a quantidade e
complexidade das informações.
Na presente pesquisa foram realizados dez casos, sendo seis nas empresas-alvo (PMEs), e
quatro nas empresas-referência. A seleção dos tipos de empresas, independente do setor, foi
baseada naquelas que desenvolvem produtos (bens duráveis/bens de capital), onde o
desenvolvimento de novos produtos é crucial para o seu crescimento, sustentabilidade e
competitividade, e a necessidade do planejamento dos produtos se torna relevante, tendo em vista
a competitividade e a necessidade de inovação perante os concorrentes. Adotando esta posição
exclui-se do foco da presente pesquisa empresas que fabricam produtos com especificações
definidas (exclusivamente fornecedoras de outras empresas), onde a empresa não tem muita
flexibilidade sobre os requisitos definidos para o produto.
As empresas-alvo puderam ser classificadas segundo a sua natureza em empresas de base
tecnológica e tradicionais. Esta diferenciação permitiu uma análise mais abrangente, tendo-se em
vista a distância (“gap”) entre as empresas de alta tecnologia e as empresas tradicionais, com
relação ao planejamento de seus produtos. Coletando-se informações de empresas com diferentes
Capítulo VI – Estudos de Caso 65
necessidades e dificuldades, possibilita-se dar uma maior flexibilidade e uma maior abrangência
de aplicação da sistemática às PMEs, pois nas diretrizes que serão obtidas estará se englobando
necessidades relativas à empresas das duas naturezas comentadas, que independente da
classificação necessitam planejar e desenvolver seus produtos cada vez mais eficientemente.
Para guiar a elaboração dos questionários, os quais foram diferenciados para as empresas-
alvo e para as empresas-referência, utilizou-se uma diretriz dada por Yin (2001) para se
diferenciar o caráter do estudo de caso. Segundo o autor, quando há a predominância de
perguntas do tipo “o que”, este possui um caráter exploratório, e quando há predominância de
perguntas do tipo “como”, este possui um caráter descritivo.
Portanto nas empresas-alvo visa-se entender “o que” elas fazem atualmente e “o que”
necessitam para que a sistemática seja mais facilmente implementada, e “quais” são os problemas
e dificuldades encontradas. E nas empresas-referência há a predominância de perguntas do tipo
“como”, visando entender “como” elas executam cada fase, “como” chegaram ao processo atual,
e “como” seria o melhor caminho para ser percorrido pelas PMEs.
Com essas orientações foram desenvolvidos os dois questionários, caracterizados como
questionários semi-estruturados utilizando-se de questões abertas e fechadas. Foi utilizado nos
dois questionários a mesma estrutura dos assuntos mapeados (item 4.2.1), mas se alterando o
enfoque a ser dado nas questões conforme o tipo de empresa.
Nos dois questionários há perguntas em comum, as quais permitiram uma comparação
direta das respostas das empresas em questões que fossem relevantes à comparação, e questões
específicas para cada enquadramento (alvo/referência) de empresa. A estruturação dos assuntos e
elaboração das questões foi feita de questões gerais para específicas. Os questionários elaborados
encontram-se no Apêndice I. O mapeamento dos assuntos de cada questionário será apresentado
no item a seguir.
Figura 4.2 – Mapeamento dos assuntos abordados nos estudos de caso. Fonte: Autor.
Necessidades
das PMEs
SISTEMÁTICA
FASES Cultura e
Organização
ATIVIDADES ENTRADAS
SAÍDAS
MÉTODOS/ FERRAMENTAS
INDICADORES
DIAGNÓSTICO Implementação
e uso contínuo
Limitações e
Barreiras à
Inovação
Figura 4.3 – Aspectos a serem considerados para as diretrizes e sistematização (sistemática e condições de contorno).
Fonte: Autor.
comentada a retribuição pela participação na pesquisa por intermédio do relatório individual que
seria enviado após a realização da entrevista, o qual também serviu para averiguação das
informações coletadas pelos entrevistados, permitindo efetuarem correções no conteúdo se
achassem pertinentes.
A segunda etapa constitui da aplicação do questionário em si, onde o entrevistado
respondia as questões, que foram tomadas como roteiro para entrevista, já que muitas delas se
tratavam de questões abertas e durante a entrevista outros pontos relevantes não contidos no
questionário eram levantados, contribuindo significativamente para o estudo.
A terceira etapa, relativa à visita às instalações, foi realizada, em alguns casos, onde
houve uma disponibilidade maior do entrevistado para esta atividade.
Quanto às dificuldades encontradas para esta etapa da pesquisa, ressalta-se a dificuldade
de condução das entrevistas, sem que houvesse uma desmotivação dos entrevistados, sendo que
as entrevistas em média duraram duas horas e meia, levando-se em conta que na maioria das
PMEs os entrevistados foram os próprios donos e presidentes das empresas, onde estes estão
sempre sobrecarregados.
Após cada entrevista foi mencionado que as informações coletadas seriam analisadas e
repassadas aos entrevistados individualmente na forma de relatórios (conforme sugere a Fig. 4.1).
4.4 – A N Á L I S E DOS R E S UL T AD O S
Realizadas as entrevistas, partiu-se para a análise das informações coletadas e síntese das
informações na forma de diretrizes para guiar o detalhamento da sistemática.
Primeiramente será apresentada a caracterização das empresas estudadas, as quais
conforme o planejamento, foram agrupadas em dois grandes grupos (alvo e referência). As
empresas-alvo foram classificadas de acordo com sua natureza em: empresas de base tecnológica
e empresas tradicionais; e as empresas-referência, que são as de grande porte, pela diversidade de
setores, foram classificadas como diversos.
Após a caracterização são apresentados os resultados das análises das informações e
conclusões, por fim é apresentada a síntese dos resultados na forma de diretrizes. As diretrizes
foram coletadas de duas maneiras:
Capítulo VI – Estudos de Caso 71
uma preocupação com novos desenvolvimentos e a proteção destes, caracterizando também uma
relativa importância dada à inovação. Apesar de muitos dos entrevistados estarem desmotivados a
fazerem novos registros devido à lentidão dos órgãos responsáveis (INPI) e devido à rapidez da
evolução tecnológica; quando os registros são obtidos os produtos já estão obsoletos.
Algumas das grandes empresas que deram recentemente maior enfoque à inovação em
seus produtos chegam a registrar 10 patentes por ano e relatam que este número está em
constante crescimento.
A maioria das grandes empresas possui a certificação ISO 9000, indicando maiores
patamares de desenvolvimento e conscientização em relação à importância da padronização dos
processos internos. Duas das empresas alvo também possuem, e uma terceira está em processo de
preparação para certificação, indicando também a importância que está sendo dada a este critério,
também nas PMEs.
somente de empresas de base tecnológica. Já as empresas referência possuíam cem, sete, setenta e
sete e duzentas e noventa pessoas, nas empresas R1, R2, R3 e R4, respectivamente, e em grande
parte delas com dedicação exclusiva às atividades de DP e P&D, as quais são tomadas
separadamente.
A formação predominante dos envolvidos nas atividades em questão é de graduação em
engenharia, sendo que em uma das pequenas empresas e na média empresa a formação
predominante é de nível médio. Nas empresas de base tecnológica algumas das pessoas possuem
mestrado. Nas empresas referência a formação predominante é de graduação em engenharia,
onde algumas pessoas possuem especialização e mestrado.
Todas as empresas responderam possuir experiência no trabalho em equipe, que
trabalham com equipes multifuncionais e que a forma de trabalho é integrada, visando antecipar
problemas ao longo das fases de projeto (engenharia simultânea). Questiona-se aqui, até que
ponto o trabalho em equipe relatado é efetivo, pois seria difícil para a empresa afirmar que não
sabe trabalhar em equipe. Na visão e percepção do pesquisador as empresas buscam trabalhar
dessa forma, mas ainda não tem técnica e cultura impregnada. As empresas referência estão em
um estágio avançado de integração, trabalhando eficientemente com o conceito de engenharia
simultânea.
Em geral, as áreas envolvidas com o DP nas empresas-alvo são: engenharia (DP/ P&D),
produção, vendas/comercial (que agregam as funções de marketing), administrativo (financeiro).
Em uma das empresas a área de produção é envolvida somente a partir da fase de construção do
protótipo. As empresas referência envolvem, praticamente, todas as áreas no PDP, e possuem
áreas mais bem definidas, como marketing, design, entre outras.
Com relação aos envolvidos com o planejamento e geração de idéias de novos produtos,
em algumas das empresas-alvo a mesma equipe era envolvida, mas na maioria das empresas
estava mais ligada aos sócios/direção e a área comercial; em algumas com a participação da área
de engenharia (DP/P&D). Nas empresas referência há uma maior participação dos funcionários
de várias áreas com estas atividades, sendo que há uma contribuição maior das áreas de
marketing, comercial, e P&D, sendo, também, estas atividades diretamente vinculadas à alta
direção.
De modo geral, metade das empresas-alvo não possui uma metodologia formalizada para
o processo de desenvolvimento de produtos. Das que possuem, em uma das empresas pequenas e
Capítulo VI – Estudos de Caso 75
na média empresa, a metodologia está baseada nos procedimentos exigidos pela ISO 9000. Uma
das micro empresas possui um profissional com mestrado em desenvolvimento de produtos,
utilizando uma metodologia formalizada, mas bastante simplificada – adaptada à realidade da
empresa. As empresas-referência possuem metodologias formalizadas e bastante aperfeiçoadas,
porém tendo sido implementadas recentemente, tendo em vista os anos de existência da empresa
(em média tendo sido implementada há 5 anos).
Em geral, quando questionadas sobre métodos e ferramentas de apoio ao PDP, as
empresas-alvo, em geral, citaram ferramentas para o gerenciamento de projetos (cronograma e
alocação de recursos) e ferramentas de CAD. As empresas-referência utilizam um número maior
de ferramentas do que as empresas-alvo para as atividades em questão (como poderá ser visto a
seguir), mas também apresentam oportunidades de melhoria em relação a este aspecto.
Conforme descrito anteriormente, onde metade das empresas alvo não possuem uma
metodologia formalizada, o conhecimento a respeito do PDP é intuitivo e baseado na experiência
e conhecimento dos responsáveis. Portanto, nesse tópico, com base na pesquisa, procurou-se
mapear o processo de desenvolvimento de todas as empresas pesquisadas.
Em algumas empresas o processo foi descrito com maior desdobramento (detalhamento)
numa ou outra fase.
Nos mapas que serão apresentados na Fig 4.4 e Fig. 4.5 foram destacadas as atividades
relacionadas ao planejamento de produtos, que as empresas já realizam, visando-se o foco da
presente pesquisa. Neste caso as atividades estão representadas com um contorno da caixa de
texto em tom mais forte.
Como pode ser visto na Fig. 4.4, as empresas de base tecnológica realizam e dão grande
ênfase às etapas de avaliação, pois, se tratando de produtos de maior complexidade e alta
tecnologia, a viabilidade (principalmente técnica) é um fator limitante para o desenvolvimento de
novos produtos. Como pode ser visto no mapa do PDP da empresa BT3, onde avaliada a idéia e
alocados os recursos, a primeira etapa é a construção de um protótipo funcional para daí, então,
se fazer uma análise de mercado. Isso mostra a necessidade de se confirmar a viabilidade técnica
antes de se investir maiores recursos no desenvolvimento.
Com relação à Fig. 4.6, pode-se perceber que a grande diferença é o detalhamento com
que são apresentados os processos de desenvolvimento de produtos, e a incorporação explícita
dos pontos de decisão (gates) no processo, onde são formalmente verificados os resultados
parciais atingidos até o momento e tomadas decisões de se continuar ou de se parar o projeto.
Uma diferença que pode ser vista pela comparação dos processos das empresas-referência
é que na empresa R1, além de haver uma etapa explícita de classificação das idéias, segundo as
linhas de produtos da empresa, a etapa de avaliação é realizada em dois passos: primeiramente é
realizada uma avaliação inicial da idéia, a qual é uma avaliação qualitativa, visando dar uma
resposta rápida e realizar uma primeira seleção, excluindo as idéias que não passam nos critérios
iniciais, evitando perda de tempo em análises mais detalhadas de idéias com menores chances de
sucesso, e após, é realizada uma avaliação mais detalhada com estudos mais aprofundados e
dados quantitativos.
Todas as empresas realizam as etapas de planejamento, alocação de recursos e elaboração
do cronograma, relacionadas ao gerenciamento de projetos, demonstrando a importância que é
dada a essas atividades nas empresas-referência. O detalhamento das atividades de planejamento
de produtos nas empresas pesquisadas será apresentado no tópico a seguir.
elaborado um mapa com a síntese geral das práticas das empresas, que são apresentados em
maiores detalhes no Apêndice II.
De acordo com dados coletados no estudo de caso, na Tabela 4.1, é apresentada a
classificação geral de importância dada pelas empresas-alvo em relação às fases de planejamento
de produtos, considerando:
1 – Exploração/monitoramento de oportunidades;
2 – Avaliação de idéias;
3 – Geração de idéias;
4 – Seleção e priorização.
Tabela 4.1 – Hierarquização da importância das etapas do planejamento de produtos percebida pelas empresas-alvo.
Grau de Importância 1º 3º 2º 4º
Pelos resultados mostrados na Tabela 4.1, atenta-se para a ordem de importância dada às
etapas, na visão das empresas entrevistadas. Há evidência, aqui, da expectativa das empresas
quanto ao que é mais importante sistemática relativo às fases de planejamento de produtos.
De acordo com a situação atual das empresas-alvo em relação ao processo de
desenvolvimento de produtos, também foi investigado, através de uma questão fechada, por que
costumam passar rapidamente as etapas acima mencionadas de planejamento de produtos. O
resultado para a população estudada está mostrado na Fig. 4.7. O percentual indicado no gráfico
se refere ao número de respostas das seis empresas-alvo.
Capítulo VI – Estudos de Caso 82
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0
Figura 4.7 – Motivos pelos quais as empresas não executam as etapas de planejamento de produtos. Fonte: Autor.
Pela análise do gráfico, percebe-se que para a população estudada, o motivo principal de
se passar rapidamente pelas etapas de planejamento do produto é reduzir o tempo total de
desenvolvimento. Isso é seguido pela redução do custo de desenvolvimento, que poderia ser
considerado uma conseqüência da redução do tempo total de desenvolvimento, e o
desconhecimento de métodos e ferramentas para apoio ao planejamento de produtos. Metade das
empresas, não vêem grandes benefícios com um melhor planejamento, e não acham necessário
planejar muito. Isso mostra uma cultura imediatista e de visão de curto prazo, desconsiderando a
probabilidade de se ter um produto com maiores chances de sucesso comercial pelo melhor
planejamento.
Capítulo VI – Estudos de Caso 83
Outros 16,7
%
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0
Como pode ser visto na Fig. 4.8, para a população estudada, os maiores estímulos para as
empresas estarem desenvolvendo novos produtos (excluindo-se o lucro) são: mudanças nos
requisitos de mercado (por isso a importância dada à etapa exploração/monitoramento sistemático
de oportunidades); superioridade técnica e econômica dos produtos concorrentes; novas idéias e
resultados de pesquisas na empresa e novas funções para ampliar ou satisfazer as necessidades do
mercado. Analisando-se os resultados conclui-se que todos os principais motivos estão
associados às atividades do planejamento de produtos, e podem ser tomados como referência para
se planejar os novos produtos das empresas.
Relacionado, também, aos estímulos para o desenvolvimento de novos produtos, foi
questionado às empresas-alvo, quais os resultados negativos mais comuns ao final do
desenvolvimento, visando coletar informações referentes à percepção de problemas internos
relacionados ao PDP. Os resultados estão mostrados na Fig. 4.9.
Outros 16,7
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0 70,0 80,0 90,0
Figura 4.9 – Resultados negativos mais comuns ao final do desenvolvimento de novos produtos. Fonte: Autor.
Capítulo VI – Estudos de Caso 85
Como pode ser visto na Fig. 4.9, a grande maioria das empresas apresenta problemas
relacionados ao planejamento de produtos e gerenciamento de projetos, onde dos resultados
negativos mais comuns, ao final do desenvolvimento, para população estudada, é o volume de
vendas abaixo do estimado. Isso indica falhas nas estimativas relacionadas ao volume de vendas,
onde na maioria dos casos é muito otimista. O desempenho deste item impacta diretamente no
item tempo de retorno do investimento acima do esperado. Associado a esse também está o custo
de fabricação acima do esperado, que acarreta na redução da margem de lucro planejada, ou
repasse do aumento ao valor final do produto, impactando negativamente no tempo de retorno do
investimento.
Em todos esses casos o planejamento de produtos visa amenizar os problemas, pois, com
um melhor planejamento inicial, podem ser obtidos dados mais apurados e realistas, e também
por se planejar melhor o produto a ser desenvolvido, atendendo mais eficientemente às
necessidades dos consumidores. Com o planejamento, também possibilita-se uma maior
vantagem competitiva e um possível maior volume de vendas.
A partir das informações obtidas por intermédio dos questionários foram realizadas
análises específicas em relação a cada fase estudada do planejamento de produtos, bem como das
etapas anteriores e posteriores ao planejamento de produtos (Planejamento estratégico e
planejamento do projeto respectivamente) que apresentam as entradas e saídas do processo, os
quais serão apresentados nos tópicos a seguir.
interação não é apoiada por métodos e ferramentas específicos para este fim. Considera-se, assim,
que as empresas não estão aproveitando ao máximo o potencial da interação, tendo maiores
dificuldades de interpretação e tradução das necessidades e prospecção de tendências do
mercado.
Com relação à interação com universidades e institutos de pesquisa, outro item muito
importante na etapa de exploração de oportunidades (com maior enfoque tecnológico – entenda-
se oportunidade tecnológica), as empresas-alvo de base tecnológica apresentam intensa interação
na forma de parcerias e projetos em conjunto (para as EBTs esse item é facilitado já que muitas
destas surgiram do meio acadêmico). No caso das empresas-alvo tradicionais possuem pouca
interação, onde os motivos apontados por algumas destas foram: a distância dos centros de
pesquisa e a dificuldade de negociação pelo excesso de formalismo, burocracia, definição de
prazos e cronogramas e definição dos direitos de propriedade intelectual sobre os
desenvolvimentos.
No campo elementos específicos, foram investigados os assuntos: elementos monitorados
(de acordo com a Fig. 3.12, de Pahl & Beitz (1988), tratado na questão 8.01 do questionário das
empresas-alvo e 7.01 do questionário das empresas-referência, apresentadas no Apêndice I) e
fontes de informação consultadas.
Com relação aos elementos monitorados as empresas, de modo geral, responderam que
praticamente monitoravam todos os elementos relacionados, mas, principalmente nas empresas-
alvo, o monitoramento não era sistemático. Ou seja, não eram verificados todos os elementos em
cada projeto. O momento e área em que eram consultados também eram diferentes, dificultando a
comunicação (chegada da informação aos tomadores de decisão) e associação do impacto da
análise dos elementos em cada projeto de novo produto.
Em relação às fontes de informação monitoradas foram comparadas as respostas das
empresas-alvo com as empresas-referência, cujos resultados estão mostrados na Fig. 4.10. O
percentual indicado no gráfico se refere ao numero de respostas das empresas, tratando-se das
seis empresas-alvo e das quatro empresas-referência. Os elementos foram hierarquizados pela
ordem decrescente de utilização das fontes pelas empresas-alvo.
Capítulo VI – Estudos de Caso 88
100,0
Internet
100,0
100,0
Consumidores
100,0
100,0
Feiras, congressos, seminários 100,0
100,0
Revistas técnicas, artigos científicos
100,0
100,0
Observação da concorrência
75,0
83,3
Fornecedores
100,0
50,0
Serviços de informação
75,0
50,0
Distribuidores
50,0
50,0
TV, rádio
50,0
33,3
Outros
50,0
33,0
Consultores externos
25,0
%
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0 100,0
Figura 4.10 – Comparação das fontes de informação utilizadas pelas empresas alvo e referência. Fonte: Autor.
Através do gráfico da Fig. 4.10, é possível observar, para a população estudada, quais são
as fontes de informação mais utilizadas pelas empresas-alvo e a comparação com as empresas-
referência. Onde, as quatro primeiras são as fontes mais utilizadas por todas as empresas.
Conclui-se, também, que nem todas as empresas-referência se utilizam da observação da
concorrência (uma destas comentou estar muito à frente da concorrência). É possível perceber,
também, que nem todas as empresas-alvo consultam seus fornecedores para exploração de
oportunidades de DNP. Nota-se, também, uma menor utilização dos serviços de informação por
Capítulo VI – Estudos de Caso 89
parte das empresas alvo, que pode ser devido a maior limitação de recursos financeiros. Nota-se,
ainda, uma subutilização de fontes de informação, como de distribuidores, TV, radio, e outras
fontes, sendo a menos utilizada, a de consultores externos.
Com relação aos envolvidos no monitoramento e exploração de oportunidades, nas
empresas-alvo há uma presença mais representativa da área comercial e de P&D (engenharia). E,
nas empresas-referência, as áreas de predominância são as de P&D, engenharia, marketing,
vendas e comercial.
Nas empresas-referência todos os aspectos descritos anteriormente se encontram bem
desenvolvidos, bem como a utilização de métodos, ferramentas e documentos e, em alguns casos,
com auxílio de sistemas de informação automatizados (Business Intelligence).
Os métodos e ferramentas citados pelas empresas-referência para esta fase foram:
observação em campo, grupos focados, entrevistas individuais (consumidores), pesquisa interna,
clínica com mock ups e análise de mercado. E, os documentos citados foram: relatórios de
monitoramento, dossiê para projetos, relatórios de análises, levantamentos estratégicos, relatórios
de Business Intelligence e relatórios de visitas técnicas.
Neste item foi questionado às empresas-alvo e referência quais são as principais barreiras
para a inovação e desenvolvimento de novos produtos - baseado nas barreiras pesquisadas na
PINTEC (IBGE, 2005). As respostas permitiram a comparação das diferenças entre as
dificuldades encontradas pelos dois tipos de empresas, as que estão num estágio mais evoluído e
as que estão num nível menor de maturidade. A importância das barreiras está ordenada de
acordo com a maioria de respostas das empresas-alvo, conforme mostra a Fig. 4.11.
Capítulo VI – Estudos de Caso 95
Figura 4.11 – Comparação das barreiras à inovação das empresas-alvo e referência. Fonte: Autor.
Além dessas barreiras, também foi questionado como as empresas costumam superar as
barreiras tecnológicas encontradas durante o desenvolvimento de novos produtos. O resultado
desta questão é mostrado na Fig. 4.12.
Figura 4.12 – Solução de barreiras tecnológicas ou desenvolvimento de novas tecnologias. Fonte: Autor.
Percebe-se, nesse quesito, que para a população estudada as soluções são buscadas
internamente, via capacitação/treinamento e na forma de conhecimento externo, num mesmo
patamar. Sendo estas também consideradas como características das empresas-alvo, de cultura de
resolução de problemas na própria empresa.
Figura 4.13 – Forma de implementação de uma sistemática de planejamento da inovação de produtos. Fonte: Autor.
Figura 4.14 – Motivos pelos quais a empresa decidiria implementar uma sistemática de planejamento da inovação de
produtos. Fonte: Autor.
Como pode ser visto na Fig. 4.14, os motivos mais importantes são os de garantia de
competitividade com novos produtos e atualização dos produtos atuais, maiores probabilidades
de chance de sucesso comercial, ter um portfólio de maior valor, se diferenciar dos concorrentes e
reduzir o tempo e os custos de desenvolvimento, sendo estes então os motivos que devem guiar a
elaboração da sistemática, visando se ao final demonstrar o potencial desta na contribuição para o
alcance destes objetivos.
Como os resultados finais da aplicação de uma sistemática de planejamento da inovação
em produtos são de médio e longo prazo, foi questionado às empresas, em uma questão fechada,
Capítulo VI – Estudos de Caso 99
Figura 4.15 – Resultados parciais que levariam a empresa a decidir implementar uma sistemática de planejamento da
inovação de produtos. Fonte: Autor.
Pela Fig. 4.15 conclui-se que os principais resultados que levariam as empresas a
implementar a sistemática são: melhorar a visualização do ambiente a ser explorado e
monitorado, melhorar a visualização/ organização de dados e informações para apoio a tomada de
decisão em relação ao desenvolvimento de novos produtos ou aperfeiçoamento de existentes e
visualizar a eficiência do método em avaliar e selecionar as idéias com maiores chances de
Capítulo VI – Estudos de Caso 100
sucesso comercial. Estes são os principais resultados parciais a serem visualizados com a
aplicação da sistemática nas empresas, também servindo como diretriz para elaboração desta.
Neste tópico são apresentados os resultados finais, objetos do estudo de caso, que são as
diretrizes para a sistematização do processo de planejamento da inovação de produtos,
considerando o conteúdo para a sistemática, condições de contorno, a implementação e o uso
contínuo na empresa.
Capítulo VI – Estudos de Caso 101
Quadro 4.2 – Síntese das necessidades das empresas-alvo quanto à sistemática de planejamento da inovação de
produtos.
O que a sistemática deve Deve introduzir os conceitos e estar alinhada com os princípios e
conter/considerar conceitos do gerenciamento de projetos.
Deve indicar o caminho que se deve seguir, aonde se quer chegar, que
resultados vai alcançar com a sua operacionalização.
Na sistemática deve ser visível seu impacto no lucro. Que, com a sua
execução, seja possível ver a coisa acontecendo, para ir ganhando
confiança da alta direção.
Como possíveis resultados da utilização da sistemática deve se
comentar: redução dos tempos e custos de desenvolvimento,
Quais foram os
cumprimento dos prazos, facilidade de consulta a projetos anteriores,
resultados alcançados
existência de históricos, para se ter estimativas mais balizadas,
desde a implementação
desenvolvimento de um número maior de novos produtos e o
planejamento antecipado dos produtos sucessivos também.
Direcionar a sistemática a quem "faz acontecer" dentro da empresa,
mostrar a parte prática da sistemática, e adaptar esta para cada tipo de
empresa (porte/ cultura/ etc.). Diretores devem perceber que é mais
Como sistematizar este prático, que se adapta ao estilo de decisão e forma de trabalho da
processo em empresas empresa.
com recursos limitados
Deve-se considerar para a implementação o treinamento intensivo na
sistemática e o acompanhamento de facilitadores e disseminadores
para apoio a implementação e uso continuado na empresa.
4.6 – C O N S I DE R A Ç Õ E S F I N A I S DO CAPÍTULO
Julga-se, ao final deste estudo, com o diagnóstico realizado e definição das diretrizes para
a elaboração da sistemática de planejamento de produtos, que os resultados serão bastante úteis
para os objetivos da pesquisa. Percebe-se, pelo apresentado, a complexidade de se estar
elaborando uma sistemática adaptada às necessidades das PMEs, e a complexidade de se
formular uma sistemática de modo geral com tantos fatores envolvidos, e, que devem ser
considerados para se aumentar a probabilidade de utilização e a obtenção de resultados positivos
com sua aplicação. Acredita-se que o atendimento das diretrizes na elaboração da sistemática de
planejamento aumentará a chance de sucesso, ou seja, de sua aceitação por parte das empresas.
As diretrizes expostas no texto também ficam como contribuição para auxiliar no
entendimento de como as PMEs funcionam, ajudando a orientar soluções adequadas às
Capítulo VI – Estudos de Caso 107
características deste tipo de empresa. Espera-se que com os estudos de caso poucas evidências
relevantes tenham permanecido intocadas, e que as partes importantes tenham recebido atenção.
No próximo capítulo será apresentada a sistemática desenvolvida, à qual foi guiada pelas
diretrizes apresentadas.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 108
Capítulo V
S ISTEMÁTICA DE P LANEJAMENTO DA I NOVAÇÃO DE
P RODUTOS
5.1 – I NT RO D U Ç Ã O
5.2 – R E P R E S E N T A ÇÃ O DA S I S T E M ÁT I C A
Figura 5.1 – Representação gráfica genérica do modelo de referência. Fonte: Romano (2003).
Figura 5.2 – Representação genérica das atividades de cada fase. Fonte: Autor.
Para o detalhamento dos demais elementos da sistemática foi elaborada uma estrutura
para a representação de cada fase, em uma planilha eletrônica, mostrando as atividades, métodos,
ferramentas e áreas de conhecimento associadas a cada atividade da sistemática, bem como as
saídas da fase. A estrutura elaborada foi baseada nos modelos de Romano (2003) e Montanha Jr.
(2004) e é mostrada na Fig. 5.3. O detalhamento geral dessa estrutura encontra-se no Apêndice
III.
Figura 5.3 – Estrutura para representação dos elementos da sistemática. Fonte: Autor.
5.3 – F A S E S DA S I S T E M ÁT I C A DE P L A NE J A M E N T O DA I NO V AÇ Ã O EM PRODUTOS
Plano
Plano Estratégico Plano do Plano do Especificações Viabilidade Solicitação de
Estratégico da Concepção
da Inovação Produto Projeto de Projeto Econômica Investimento
Organização
Plano Plano do
Estratégico da Produto
Inovação
Figura 5.4 – Visão geral da sistemática de planejamento da inovação de produtos. Fonte: Autor.
Figura 5.5 – Modularidade da sistemática de acordo com os objetivos de cada fase. Fonte: Autor.
Figura 5.6 – Lógica de transformação das informações ao longo do processo de planejamento da inovação de
produtos. Fonte: Autor.
PRODUTOS
Figura 5.7 – Visão geral das interações e relação entre fases e atividades da sistemática de planejamento da inovação
de produtos. Fonte: Autor.
Por se tratar de informações que apresentam dependências fortes entre si, pressupõe-se
que durante os processos de análise e síntese (conforme mostrado na Fig. 5.7) em cada fase,
vislumbrem-se informações de fases posteriores. Por exemplo, quando se está definindo áreas de
atuação para a empresa, já se pode vislumbrar ou imaginar oportunidades explícitas e também
produtos para atender aquelas oportunidades. Estas informações devem ser documentadas para
serem analisadas nas fases posteriores, conforme os métodos propostos. Da mesma forma pode-
se retornar para fases anteriores redefinindo-se informações quando necessário.
que essas decisões estejam alinhadas com o planejamento estratégico da organização, o qual se
considera como a entrada para a sistemática proposta.
A fase inicial ainda trata das decisões sobre a divisão dos investimentos através das áreas
definidas como de foco estratégico, bem como as estratégias de atuação a serem definidas para
cada uma destas áreas.
A fase de planejamento da inovação de produtos é subdividida em quatro subfases:
Exploração de Oportunidades, Geração de Idéias de Novos Produtos, Avaliação e Seleção das
Idéias e Caracterização do Produto.
A seguir será apresentada a síntese das atividades de cada uma destas fases, apresentando
seus objetivos, métodos e ferramentas.
Figura 5.8 – Síntese das atividades da fase de planejamento estratégico da inovação. Fonte: Autor.
1
Análise de lacunas (gap analysis) - Consiste em analisar as metas e avaliar o estágio atual da empresa, comparar
estas duas situações e identificar a distância/lacuna (gap) entre as duas situações. No caso de inovação, esta lacuna
pode ser preenchida pelo desenvolvimento de novos produtos, desenvolvimento de novas tecnologias ou atuação em
novos mercados (COOPER, 2001).
2
Matriz SWOT – Strenghts, Weakness, Opportunities e Threats (matriz para identificação de pontos fortes e pontos
fracos da empresa e oportunidades e ameaças do mercado e concorrentes).
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 117
Um exemplo de matriz SWOT (F2) para esta atividade é mostrado na Fig. 5.9, onde, para
a definição das metas e objetivos para a inovação de produtos, analisam-se os pontos fortes,
fracos, oportunidades e ameaças elaborados no PE da organização.
Pontos fortes da organização quanto ao Pontos que empresa tem que melhorar quanto à
desenvolvimento de produtos inovação e ao desenvolvimento de novos produtos
Oportunidades Ameaças
Quais oportunidades para empresa em relação à Quais são as ameaças para a organização quanto
inovação e desenvolvimento de novos produtos? as desenvolvimento de novos produtos
Figura 5.9 – Estrutura típica de uma matriz SWOT. Fonte: adaptado de Montanha Jr. (2004).
• Prospectores – inovadores:
− Porcentagem de lucro vindo de novos produtos;
− Porcentagem de vendas vindas de novos produtos;
− Habilidade de abrir novas janelas de oportunidade.
• Analíticos – seguidores rápidos com vantagem competitiva:
− Retorno do investimento vindo dos esforços de desenvolvimento;
− Se o esforço de inovação está alinhado ou suporta a estratégia geral da empresa;
− Porcentagem de lucro vindo de novos produtos;
− Taxas de sucesso/falha.
• Defensores:
− Retorno do investimento vindo dos esforços de desenvolvimento;
− Se o esforço de inovação se encaixa ou suporta a estratégia da empresa.
• Reativos:
− Retorno do investimento vindo dos esforços de desenvolvimento;
− Taxas de sucesso/falha;
− Se o esforço de inovação está alinhado ou suporta a estratégia geral da empresa.
Na atividade (1.3) de definição de áreas de atuação de foco estratégico, o objetivo é
analisar as atuais áreas de atuação da empresa e prospectar possíveis novas áreas. Segundo
Cooper (2001) uma área de atuação pode ser definida em termos das seguintes dimensões:
• Mercados ou segmentos de mercado;
• Tipos de produtos, linhas de produtos ou categorias de produtos; e
• Tecnologias e plataformas tecnológicas.
Como tarefas para esta atividade têm-se:
i) Avaliar a situação atual da empresa, do mercado e concorrentes. Podem, nesta, ser
utilizadas as ferramentas: matriz produto x mercado 3 (F3) (exemplificada na Fig. 5.10, pela
representação genérica de uma linha de refrigeradores) e matriz BCG4 (F4), para avaliação do
3
Matriz produto x mercado - matriz elaborada pelo autor onde em um dos eixos é representado o mercado ou faixa
de preço do produto e no outro os produtos através de alguma característica principal que permita classificá-los. O
tamanho da bolha pode ser a lucratividade, volume de vendas, ou outro indicador financeiro relevante para empresa.
4
Matriz BCG – ferramenta desenvolvida pelo Boston Consulting Group, onde um dos eixos representa a
participação relativa no mercado em relação aos produtos da empresa e, no outro eixo, a taxa de crescimento do
mercado. Os quadrantes formados, relacionados aos produtos, são denominados de estrelas, “vacas leiteiras”,
“animais de estimação” ou interrogações.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 119
Figura 5.10 – Matriz produto x mercado de uma linha genérica de refrigeradores. Fonte: Autor.
A matriz produto x mercado mostrada na Fig. 5.10 pode ser utilizada como a matriz de
portfólio de produtos da empresa, onde deve ser elaborada para cada linha de produtos ou
unidade de negócio. Através desta tem-se a visualização dos produtos, que podem ser avaliados
pela comparação dos preços, ou faixa de mercado (eixo vertical), e pelo tamanho da bolha (que
pode representar rentabilidade, lucratividade, volume de vendas, etc.). Nesta forma de
representação, que mostra uma “foto” da situação atual dos produtos da empresa, podem ser
prontamente identificadas lacunas não preenchidas, já apresentando oportunidades para novos
produtos ou aperfeiçoamento de algum produto existente. A matriz permite também a
representação dos concorrentes simultaneamente com os produtos da empresa. Neste caso podem
ser feitas análises de posicionamento dos produtos concorrentes, auxiliando, também, na
identificação da estratégia e foco de atuação.
A matriz BCG (Fig. 5.11) complementa esta tarefa, mostrando a posição competitiva dos
produtos e permitindo avaliar o potencial de crescimento do mercado dos produtos existentes.
Permite identificar, também, os mercados onde a empresa tem a oportunidade de aumentar a
participação, ou reduzi-la, de acordo com a taxa de crescimento do mercado.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 120
Estrelas Interrogação
“Vacas “Animais de
leiteiras” estimação”
Figura 5.11 – Matriz BCG para os produtos/linha de produtos de uma empresa genérica.
Para elaboração da matriz BCG devem ser estimadas a fatia de mercado relativa e a taxa
de crescimento de mercado de cada produto da empresa, e o tamanho da bolha pode representar a
rentabilidade atual do produto para a empresa, onde novamente podem ser representados
simultaneamente estimativas dos concorrentes para comparação. A partir da matriz podem ser
identificadas lacunas e oportunidades para novos produtos ou aperfeiçoamento dos produtos
existentes. Sendo também uma “foto” da situação atual dos produtos da empresa.
ii) Mapear as áreas de atuação de foco estratégico nas dimensões: mercados ou segmentos
de mercado/tipos de produtos; linhas de produtos ou categorias de produtos/tecnologias; e
plataformas tecnológicas. As áreas de atuação devem ser mapeadas de forma geral para o ramo
de atuação da empresa e devem ter como ponto de partida o mercado de atuação base da empresa.
Para esta atividade pode ser utilizada a ferramenta matriz aplicações x grupos de consumidores5
(F5) ilustrada na Fig. 5.12. Na figura é apresentado um exemplo da aplicação da matriz com a
indicação de áreas potenciais para a atuação da empresa (atuais e novas).
5
Matriz aplicações x grupos de consumidores - matriz onde nas linhas são colocadas as aplicações atuais e possíveis
novas aplicações dos produtos da empresa e nas colunas os grupos de consumidores atuais e possíveis novos grupos
de consumidores, onde nos cruzamentos surgem novas possibilidades de áreas de atuação (COOPER, 2001).
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 121
Figura 5.12 – Exemplo de uma matriz aplicações x grupos de consumidores. Fonte: adaptado de Cooper (2001).
iii) Avaliar as áreas de atuação mapeadas, empregando-se uma matriz multicritério (F6)
conforme ilustrado na Fig. 5.13. Nessa matriz, para cada critério deve ser dado um peso de
acordo com o grau de importância do critério percebido pela empresa, e, para cada área de
atuação analisada deve ser dado um valor (nota de 1 a 10) para o critério. Na matriz os critérios
são divididos em dois grandes grupos: atratividade da área de atuação (que se subdivide em
atratividade de mercado – oportunidade de mercado e oportunidade tecnológica) e pontos fortes
da empresa (que se subdivide em: capacidade de tirar o máximo proveito das competências
tecnológicas da empresa; capacidade de tirar o máximo proveito das competências de mercado; e
alavancagem estratégica). O procedimento de pontuação deve ser replicado para cada área de
atuação a ser avaliada (conforma ilustrado na Fig. 5.13 para “Área de Atuação X”).
Os valores obtidos nos subgrupos são somados e, ao final, se obtém dois valores: um para
atratividade da área de atuação e um para pontos fortes da empresa. Estes são representados num
gráfico de quadrantes (Figura 5.14) onde o eixo vertical representa a atratividade da área de
atuação e o eixo horizontal representa os pontos fortes da empresa (gráfico de atratividade de área
de atuação x pontos fortes da empresa – ferramenta F7).
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 122
O gráfico elaborado nesta atividade (Fig. 5.14) representa (círculos) as áreas de atuação
avaliadas e permite a comparação entre estas, com o objetivo de apoiar a seleção das áreas. Os
quadrantes formados são denominados de: boas apostas, apostas de alto risco, más apostas e
apostas conservadoras. Com este gráfico, ainda, a empresa pode definir a linha de corte para
seleção das áreas de atuação. No gráfico, esta linha é ilustrada indicando o limite em que as áreas
de atuação serão consideradas.
100
Continua...
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 123
100
Figura 5.13 – Matriz multicritérios de avaliação de áreas de atuação. Fonte: adaptado de Cooper (2001).
Aeradores para
7 papel e celulose
Aeradores para papel
Aeradores de células Área de atuação
6 e celulose
base
flutuantes
5
4 Bombas químicas
Área de atuação base
3 especiais
2
1 Más Apostas Apostas Conservadoras
0
0 2 4 6 8 10
Pontos fortes da empresa
Figura 5.14 – Gráfico de atratividade de área de atuação x pontos fortes da empresa. Fonte: adaptado de Cooper
(2001).
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 124
Figura 5.15 – Síntese das atividades da etapa de Exploração de Oportunidades. Fonte: Autor.
A estrutura dos fatores a serem explorados e monitorados é mostrada na Fig. 5.16, onde o
fator tecnologia foi subdividido em fatores tecnológicos internos e externos à empresa,
permitindo uma melhor explicitação das possíveis influências deste fator. Os fatores externos
chamados de “outras informações”, além daqueles colocados como exemplo, dizem respeito a
informações específicas do ramo de atuação da empresa, como, por exemplo, crescimento da
inclusão digital para uma empresa do ramo de informática, ou crescimento das áreas para plantio,
numa empresa do ramo de implementos agrícolas.
Figura 5.16 – Fatores de influência a serem explorados em busca de oportunidades. Fonte: adaptado de Pahl & Beitz
(1988).
Para essa atividade pode ser utilizada como ferramenta uma planilha eletrônica com um
mapa dos fatores de influência (F8), mostrada na Fig. 5.17. Nessa, organiza-se os fatores
mapeados para as condições estabelecidas, em função das áreas de atuação. Para cada área de
atuação pode ser criada uma planilha onde são listados os fatores e o que deve ser monitorado.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 127
Figura 5.17 – Planilha para mapeamento dos fatores de influência da área de atuação. Fonte: Autor
Figura 5.18 – Mapa de competências essenciais para uma empresa genérica de produtos para refrigeração comercial.
Fonte: Autor.
A Fig. 5.19 apresenta uma planilha como proposta de ferramenta para o mapeamento das
principais tecnologias internas dos produtos da empresa (F14), a qual pode ser tomada com um
desdobramento dos produtos (focado nas tecnologias internas do produto) apresentados
anteriormente no mapa de competências, o qual termina nos produtos da empresa. Esta
ferramenta parte do produto, desdobrando-o em funções e tecnologias, com a previsão de
tecnologias alternativas conhecidas para as mesmas funções.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 129
Câmeras e tela de
computador
Figura 5.19 – Mapa de tecnologia interna dos produtos para refrigeradores comerciais. Fonte: Autor
Com o uso destas ferramentas ter-se-á sistematizado uma visão geral das competências da
empresa, seu desdobramento até os produtos e uma visão geral das tecnologias utilizadas nos
produtos, bem como tecnologias alternativas. Assim, podem ser identificadas oportunidades
internas para desenvolvimento de novos produtos utilizando-se das competências atuais ou
planejamento de novos produtos ou linhas de produtos através do desenvolvimento de novas
competências (por exemplo, conhecimento de hardware e software para incorporação de
programas de computador para controle das funções dos produtos). Também se facilita o
monitoramento das tecnologias dos produtos da empresa em relação aos concorrentes e em
relação às tecnologias emergentes, atividade pertinente ao próximo item de identificação de
oportunidades externas.
Em paralelo, devem-se identificar as oportunidades externas (2.4), com base nos
fatores de influência mapeados na atividade 2.1. Segue-se basicamente as mesmas
recomendações para a atividade anterior (2.3), porém tratando com informações do mercado e
concorrentes, quando possíveis.
A atividade de identificação de oportunidades externas faz parte do conjunto de atividades
associadas à área de conhecimento do planejamento de marketing e planejamento tecnológico e
visa: identificar necessidades de mercado de forma mais geral para um determinado tipo de
produto e necessidades para características de uma linha específica de produtos; identificar
lacunas de mercado e tecnológicas; tendências de mercado e tecnológicas; problemas ou gargalos
tecnológicos ainda não resolvidos (tanto nas áreas de atuação, quanto para uma categoria de
produtos em geral); análise de patentes de produtos e sistemas relacionados aos produtos da
empresa; e, também, possíveis ameaças aos negócios identificadas nas áreas de atuação
investigadas.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 130
As ferramentas típicas para a execução desta atividade são: pesquisa de mercado (F12),
entrevista individual com consumidores (F15), questionários (F16), observação em campo (F17),
análise do perfil dos consumidores (F18), e abordagem de usuários avançados (F19). O quadro
5.1 apresenta os principais objetivos de cada ferramenta.
Quadro 5.1 – Relação das ferramentas com o seu respectivo objetivo na identificação de oportunidades de mercado.
Fonte: Autor.
Figura 5.20 – Representação do mapeamento tecnológico (technology roadmapping – F22) e ferramentas auxiliares.
Fonte: adaptado de Phaal (2004).
barras representam a expectativa de vida dos produtos onde se iniciam com o seu lançamento e
terminam com a retirada do mercado.
As setas na Fig. 5.20 representam a origem dos produtos, os quais podem ser produtos
“puxados pelo mercado” (market pull) ou “empurrados pela tecnologia” (technology push),
onde nas empresas pode haver a predominância de um dos tipos, indicando a estratégia
predominante da empresa. Se há a predominância de produtos “puxados pelo mercado”, a
estratégia tecnológica da empresa pode ser considerada reativa, pois somente reage quando é
afetada pelas mudanças explícitas (latentes) do mercado; se há a predominância de produtos
“empurrados pela tecnologia” a estratégia tecnológica pode ser considerada como prospectora,
se antecipando, lançando na frente dos concorrentes e ditando tendências. As outras estratégias
(analíticos e defensores) seriam estratégias intermediárias, apresentando uma combinação das
estratégias comentadas.
Identificadas as oportunidades internas e externas, a próxima fase da sistemática visa a
geração de idéias de novos produtos para aproveitamento das oportunidades identificadas, onde o
objetivo é preencher a camada relativa aos produtos indicada na Fig. 5.20. Os produtos a serem
desenvolvidos e lançados passarão pelo processo de análise e seleção proposto, que serão
detalhados no decorrer do capítulo.
Como atividade final da fase (2.5) tem-se a elaboração da lista de oportunidades
internas, de mercado e tecnológicas, que devem ser classificadas com base nas áreas de atuação
de foco estratégico definidas. Como ferramenta de apoio para essa atividade recomenda-se a
elaboração de um quadro com as oportunidades identificadas e que serão analisadas para a fase
de geração de idéias de novos produtos ou aperfeiçoamento dos produtos existentes.
O quadro 5.2 mostra a proposta para a documentação das oportunidades, apresentando
também as possíveis informações relacionadas a cada categoria de oportunidade.
A sistematização da identificação de oportunidades, e posterior monitoramento destas
informações, permite à empresa a busca contínua por oportunidades, e, deste modo, perceber
rapidamente as oportunidades antes da concorrência. Se eventualmente deixar passar algumas
destas, vai permitir à empresa reagir mais rapidamente.
Ao final desta fase identifica-se a primeira interação da sistemática mostrada na Fig. 5.7,
onde no processo de identificação de oportunidades pode-se ter visualizado outras áreas de
atuação importantes, o que realimenta a fase de definição de áreas de atuação. Ou, na atividade de
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 133
definição de áreas de atuação já podem ter sido identificadas oportunidades, as quais vão compor
a tabela de oportunidades mostrado no Quadro 5.2.
Quadro 5.2 – Classificação das oportunidades nas áreas de atuação definidas. Fonte: Autor.
Esta fase visa potencializar a capacidade de geração de idéias nas empresas, podendo ter
duas abordagens: a geração de idéias de maneira formalizada (com um processo formalizado,
utilização de métodos e ferramentas, eventos específicos para geração de idéias); e a geração de
idéias de maneira informal. A proposta de distinção da maneira de como as idéias podem ser
geradas visa flexibilizar e permitir que todas as formas de geração de idéias possam ser
consideradas. Nesse ponto é importante entender que, independente da maneira que a idéia foi
gerada, esta deve ser considerada no processo sistemático e estruturado, onde serão
documentadas, avaliadas e classificadas.
A abordagem formalizada apresenta uma oportunidade de maximizar a geração de idéias,
para posteriormente selecionar as idéias com maiores chances de sucesso. A segunda abordagem
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 134
(informal) é também abordada visando a captação de idéias, tanto dos colaboradores (fontes
internas), quanto de fontes externas à empresa (clientes, fornecedores, distribuidores etc.).
Também nesta segunda abordagem visa-se potencializar a captação de idéias de fontes internas,
de colaboradores que não trabalham diretamente com o processo de planejamento e
desenvolvimento de produtos.
O objetivo nessa fase é captar idéias na sua forma mais simples possível, para não criar
uma barreira à proposição de idéias, mas que tenha dados suficientes para que seja possível o
entendimento e avaliação. De modo geral o objetivo é selecionar as idéias mais promissoras para
as quais valham a pena investir mais tempo e recursos no estudo e desenvolvimento.
A proposta de uma idéia na sua forma mais simples de representação é dada pelos
seguintes elementos:
• Título da idéia: Frase ou nome que representa sinteticamente a idéia do produto, com a
qual o leitor consiga entender do que trata a idéia proposta;
• Palavras-chave: Palavras que estejam diretamente associadas à idéia proposta, com o
objetivo de facilitar o registro, a busca, comparação e agrupamento de idéias similares;
• Descrição da idéia do produto (O quê): Descrição das características desejáveis ao
produto, descrição funcional do produto (função global e parciais, preliminarmente
idealizadas), descrição dos princípios de funcionamento e demais características
secundárias relevantes (novidade, diferenciação, design (estética/forma/cor/textura),
materiais, etc.). Podendo ser estes apresentados na forma textual/gráfica ou ambas;
• Problema/Situação atual: Necessidade, aplicação ou problema detectado que necessita
do novo produto ou produto aperfeiçoado, ou melhor executado (com melhor
desempenho);
• Benefício proporcionado (Por que): O que o consumidor vai ter de benefício em
relação à solução atual ou benefício em relação ao problema atual que não é resolvido
por nenhum outro produto ou é resolvido parcialmente por produto similar. Em síntese
descrever a vantagem que o consumidor perceberá ao adquirir o produto, em relação aos
concorrentes ou produtos similares disponíveis.
Uma proposta de formulário (que pode ser adaptado para cada empresa) para proposição
de idéias é ilustrada na Fig. 5.21.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 135
Classificação da idéia:
Nova linha de produtos/novo tipo de produto/novo negócio para a empresa
Novo produto (não existente na empresa). Linha: ________ (caso se relacione a alguma linha existente)
Aperfeiçoamento de um produto existente. Caso existente indicar linha/produto: __________________
Palavras-chave: _______________________________________________________________________
As atividades prescritas para a fase de geração de idéias são mostradas na Fig. 5.22.
Figura 5.22 – Síntese das atividades da etapa de Geração de Idéias. Fonte: Autor.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 136
As principais atividades desta fase, que podem ser executadas em paralelo, conforme
mostra a Fig. 5.22, são: gerar idéias de novas linhas de produtos/novos negócios para a
empresa (3.1), gerar idéias de novos produtos (3.2), gerar idéias de aperfeiçoamentos de
produtos existentes (3.3) e captar idéias de fontes internas e externas (3.4).
A atividade de gerar idéias de novas linhas de produtos ou novos negócios para a empresa
está relacionada à proposição de criação de uma linha de produtos adicional às linhas de produtos
fabricadas atualmente. Conforme mostra a Fig. 5.22 caso sejam geradas idéias de novas linhas de
produtos, deve-se realimentar o processo e gerar idéias de novos produtos para compor esta nova
linha.
A atividade de gerar idéias de novos produtos diz respeito à proposição de idéias de
produtos novos para a empresa. Nesse caso, produtos substancialmente diferentes dos produtos
produzidos atualmente, que não sejam possíveis de serem fabricados com apenas algumas
alterações nos produtos atuais.
A atividade de gerar de idéias para aperfeiçoamento de produtos existentes está
relacionada à proposição de idéias de melhorias e diferenciações nos produtos existentes na
empresa visando melhoria de desempenho, mudança em algum atributo, requisito ou
especificação, agregação de alguma nova função, etc. Essa atividade visa atender as
oportunidades identificadas, como preencher uma lacuna de mercado ou tecnológica identificada,
atender as necessidades de outro nicho de mercado, etc.
Com relação a captação de idéias de fontes internas e externas à empresa, sem
necessariamente estarem associadas às oportunidades identificadas, ou às áreas de atuação de
foco estratégico, tem-se a oportunidade de enriquece o processo de geração de idéias. Estas
devem ser formalizadas conforme sugerido na Fig. 5.21, seguindo-se o processo de avaliação e
seleção. Neste ponto é que se observa a segunda iteração ilustrada na Fig. 5.7, onde as idéias
captadas, que não foram geradas pela seqüência do processo proposto, devem ser verificadas em
relação às oportunidades e às áreas de atuação previamente definidas.
O objetivo desta fase é gerar o máximo de idéias possíveis baseado nas oportunidades
identificadas (ou readequadas), visando-se aumentar as chances de uma idéia inovadora, original
e criativa, e de sucesso comercial para a empresa. Nesta fase é importante pensar em formas
diferentes de resolver o problema proposto, na forma de oportunidades – lacuna de mercado ou
tecnológica, necessidade identificada, problema ainda não resolvido, etc.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 137
Quadro 5.3 – Descrição e aplicação dos métodos de criatividade propostos. Fonte: Autor.
tem-se as seguintes alternativas, que podem ser apoiadas e potencializadas através da aplicação
dos métodos comentados:
• Na geração de idéias de novos produtos pode-se inovar através de novos produtos com
melhorias criativas (inovações não tecnológicas que são baseadas no julgamento
subjetivo e pessoal, por exemplo, estética – inovação no desenho industrial, ou moda –
uma tendência futurista) ou através de novos produtos tecnologicamente novos (com
novas tecnologias com desempenho comprovadamente superior às anteriores -
mensurável).
• Também se pode inovar através do aperfeiçoamento de produtos existentes com
melhorias criativas ou aperfeiçoamento de produtos existentes com aperfeiçoamentos
tecnológicos (com desempenho superior aos produtos anteriores, ou agregação novas
funções/novas tecnologias aos produtos).
Uma síntese das possibilidades de inovação de produtos é apresentada no Quadro 5.4.
Inovação através do
aperfeiçoamento Inovação através de Inovação através Inovação através
tecnológico dos melhorias criativas de novos produtos de novos produtos,
Descrição
produtos existentes nos produtos com melhorias tecnologicamente
ou acréscimo de existentes. criativas. novos.
funções.
de um banco formalizado de idéias (F30), que pode ser implementado em uma planilha eletrônica
ou um banco de dados em software específico (de acordo com a disponibilidade e necessidade da
empresa). Numa fase posterior, as idéias armazenadas serão avaliadas, selecionadas e
classificadas. A avaliação é realizada em várias etapas e para isto o banco de idéias é composto
de várias pastas, como sugere a Figura 5. 23 e explicado mais adiante.
Desenvolvimento
Aprovadas
Avaliações
Entrada
Figura 5.23 – Representação das pastas e dados da pasta de entrada do banco de idéias (F30). Fonte: Autor.
A fase de avaliação e seleção de idéias visa determinar as idéias com maiores chances de
sucesso para a empresa. A avaliação das idéias nesta fase é qualitativa, tendo em vista a natureza
das informações que caracterizam as idéias geradas.
O objetivo desta fase é padronizar o processo de avaliação e seleção de idéias, e definir
critérios para esta avaliação. Em síntese o objetivo desta fase é analisar se vale à pena a empresa
empreender mais recursos e esforços na idéia proposta.
Como benefício da execução dessa fase tem-se uma melhor formalização, padronização e
documentação do processo de avaliação, permitindo uma maior transparência no processo, e que
as decisões sejam tomadas com base em critérios, dados e informações.
A saída da fase é a lista de idéias aprovadas para a fase de caracterização, onde serão
empreendidos mais tempo e recursos para confirmar as idéias, consistindo também dos estudos
de viabilidade técnica, econômica e comercial.
A síntese das atividades da fase de avaliação e seleção das idéias é mostrada na Fig. 5.24.
Figura 5.24 - Síntese das atividades da etapa de Avaliação e Seleção de Idéias. Fonte: Autor.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 141
Figura 5.25 – Matriz de avaliação qualitativa das idéias geradas. Fonte: adaptado de Cooper et al, 2001.
De acordo com a Fig. 5.25, quando for atribuído para uma determinada idéia, pelo menos
um valor zero, esta será eliminada. As demais serão consideradas para a classificação.
Para a avaliação de múltiplas idéias as últimas colunas da matriz devem ser replicadas de
acordo com o número de idéias analisadas.
Após a avaliação, e com base nos escores obtidos, o avaliador deve dar o parecer final
sobre cada idéia (aprovada, para estudo, em espera ou rejeitada – neste último deve ser indicado o
critério eliminatório).
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 143
Com base nos resultados dessa avaliação deve-se classificar e hierarquizar as idéias
aprovadas (4.3), registrando-as no banco de idéias (F30) por ordem de classificação. As idéias
mais promissoras devem ser encaminhadas para a caracterização.
O critério para definição de quantas idéias aprovadas serão caracterizadas (elaborado o
plano do produto) vai depender das metas e objetivos da inovação de produtos definido no
planejamento estratégico da inovação, que pode ser pelo limite de recursos financeiros alocados
para cada área de atuação, disponibilidade de pessoal e número de novos produtos a serem
desenvolvidos.
Na fase de caracterização as idéias aprovadas na fase anterior são mais bem estudadas e
caracterizadas. Além do detalhamento da descrição, o problema atual e o benefício proposto na
proposição da idéia são mais bem estudados. Realiza-se, aqui, o estudo inicial de viabilidade
técnica, econômica e comercial, resultando no plano do produto.
Para cada uma das idéias analisa-se a viabilidade para determinar seu prosseguimento no
processo de desenvolvimento, ou seja, para determinar se um projeto será, ou não, iniciado com
base naquela idéia.
Esta caracterização deve ser realizada sem apresentar soluções fechadas, dando liberdade
para soluções criativas durante o processo de projeto. Podem ser feitos pressupostos ou
estimativas para certas características das idéias para facilitar o estudo de viabilidade, que podem,
ou não, serem confirmados na fase do processo de projeto.
A saída da fase de caracterização das idéias é o plano do produto, cujas categorias de
informações sugeridas são:
• Descrição do produto – onde, com base no formulário de proposição (Fig. 5.21),
deve-se descrever em maiores detalhes as informações para o estudo de viabilidade
técnica, econômica e comercial;
• Resultado da análise de viabilidade comercial – o qual consiste na definição de
atributos do produto relativos ao mercado como: estimativas de tamanho de mercado,
potencial de crescimento, fatia de mercado, volume de vendas;
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 144
Figura 5.26 - Síntese das atividades da etapa de Caracterização da Idéia do Produto. Fonte: Autor.
bebês, e, como benefício proporcionado, a facilidade no aperto e regulagem o qual poderia ser
feito com uma das mãos.
Partindo-se desta idéia, a elaboração inicial do produto pode-se dar na forma das funções
principais do produto, como: cadeira para bebês - função de assentar o bebê com conforto na
cadeira; e com aperto fácil com uma das mãos – função de permitir aperto fácil.
Com estas definições, e tendo melhor estudado o problema de projeto e o benefício
proposto, pode-se empregar a matriz de mapeamento das principais tecnologias (F14), conforme
ilustra a Fig. 5.27. Nesta, registra-se inicialmente as tecnologias dominadas e conhecidas pela
empresa.
O objetivo da definição inicial do produto, definindo as funções principais e secundárias
relevantes (diferenciais) e possíveis tecnologias do produto neste estágio da sistemática, é
possibilitar a realização dos estudos de viabilidade, podendo-se definir melhor os atributos
necessários para os estudos de viabilidade e se ter melhores estimativas destes.
Figura 5.27 – Exemplo de utilização do mapeamento das principais tecnologias internas dos produtos para descrição
inicial da idéia do produto. Fonte: baseado em Baxter (2000).
A Fig. 5.28 apresenta as saídas da presente atividade que é dada através dos seguintes
documentos: formulário de proposição da idéia, mapa das principais tecnologias internas do
produto e o relatório de análise do problema e benefício.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 147
Relatório de
análise do
problema e
benefício
Figura 5.28 – Documentos que compõe a definição inicial do produto. Fonte: Autor.
Quadro 5.5 – Resultado final da caracterização da idéia do produto apresentando exemplos de atributos.
Fonte: Leonel et al (2005).
Figura 5.29 – Métodos de subtração do preço-teto e adição de custos para definir o preço meta para o consumidor.
Fonte: Baxter (2000).
O preço-teto pode ser estabelecido com base na análise de produtos dos concorrentes,
utilizando-se de ferramentas como: pesquisa na internet (F10), e pesquisa em catálogos (F38).
Assim, pode-se construir o mapa do preço-valor (F37), como ilustrado na Fig. 5.30, onde, no eixo
horizontal, são colocados os preços dos diversos produtos concorrentes, que representam os
preços finais pagos pelo consumidor. No eixo vertical registra-se o valor dos produtos, ou seja,
uma valoração da equipe sobre como ele é percebido pelos consumidores. Essa valoração segue
procedimento similar ao da matriz de avaliação (Fig. 5.25) onde, a partir de critérios
estabelecidos, estabelecem-se os valores para cada produto concorrente. Os critérios devem estar
relacionados com as características desejadas pelos consumidores e podem ser ponderados em
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 150
importância. A escala de valoração pode ser de um (1) a cinco (5), sendo 1 = muito ruim; 2 =
ruim; 3 = regular; 4 = bom; e 5 = excelente. O Valor total de cada produto é obtido pela
multiplicação do valor atribuído pela equipe ao critério e o peso do critério, somando-se os
valores parciais para cada critério.
Figura 5.30 – Exemplo do mapa preço-valor (F38) para a cadeira de segurança para bebês. Fonte: Baxter (2000).
Projeto
Projeto
Projeto
Preliminar
Necessidades do Conceitual
Projeto
Descarte Detalhado
te
Necessidades para a car
De s
Desativação/Reciclagem
Especificações
em de Projeto Proje
to
Necessidades de
lag
Fa
cic
br Fabricação
Re
Problema de ic aç
Projeto ã o
ão
Necessidades para
utenç
Mon
a Manutenção Necessidades da
M an
Montagem
tage
m
Setores de Consumo Setores Produtivos
.
Fun
az e n
Necessidades Necessidades da
çã o
A rm
Funcionais Armazenagem
Setores de Mercado
te
or
Trabalho de
Us
sp Necessidades de
an
o
Marketing
Tr
Necessidades do Transporte
Uso Com a
pra Vend
vii) Aceitação da idéia: quando se trata de produtos inovadores, para avaliar a viabilidade
comercial, torna-se pertinente, dependendo do limite de recursos e tempo, realizar
testes de aceitação da idéia. Isso pode ser feito para uma função ou atributo específico
do produto, como uma nova cor, por exemplo, por meio de entrevistas individuais de
consumidores (F15) e questionários (F16).
Na atividade realizar estudo de viabilidade econômica, o objetivo principal é avaliar, de
acordo com as estimativas de viabilidade comercial, se o investimento é realmente uma opção
interessante para a empresa. As informações a serem determinadas nessa atividade são:
i) Estimar o custo de fabricação unitário do produto, que deve ser recuperado da
definição do preço meta, com base no método de subtração do preço teto (F35) e o método da
adição de custos (F36). Também, podem ser usadas as seguintes ferramentas: consulta aos
documentos da empresa (F11), métodos de estimativa (F32), analogias com projetos anteriores
(F33) e analogias com produtos similares (F34);
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 152
definição deste atributo o mapa de competências essenciais (F13) para os produtos existentes na
empresa, conforme mostrado na Fig. 5.18;
iii) Previsão tecnológica para as funções do produto, onde o objetivo é evitar que a
empresa invista em uma tecnologia que está no fim do seu ciclo de vida, podendo comprometer a
expectativa de vida do produto no mercado, comprometendo assim o retorno do investimento
planejado, podem ser utilizados para esta atividade os métodos análise de curvas “S” (F20),
métodos de prospecção tecnológica (F23), método DELPHI (F24);
iv) Disponibilidade das tecnologias mapeadas com o objetivo de verificar o quanto a
tecnologia está disponível para o desenvolvimento em termos de: oferta, custo, formas de
aquisição ou desenvolvimento em parceria. As ferramentas recomendadas para a definição deste
atributo são: pesquisas bibliográficas (F9), pesquisas na internet (F10), análise de patentes (F25),
pesquisas em catálogos (F38);
v) Domínio tecnológico para a fabricação do produto, com a análise das competências
existentes na empresa para a fabricação do produto, visando não só o domínio tecnológico das
tecnologias internas do produto, mas também o domínio do processo de fabricação necessário;
recomenda-se o mapa de competências essenciais (F13) para a definição desse atributo;
vi) Avaliar a necessidade de capacitação de assistência técnica para o novo produto,
por exemplo, se uma empresa trabalha com produtos com componentes eletrônicos e começa a
desenvolver produtos com softwares integrados, a rede de assistência técnica pode não ser
capacitada a este novo tipo de competência e pode ser inviável o treinamento de toda a rede,
inviabilizando tecnicamente o projeto;
vii) Necessidade do desenvolvimento de fornecedores e parceiros, com base na
disponibilidade das tecnologias, verificar se será necessário comprar ou desenvolver
(internamente ou com parceiros) a tecnologia;
A próxima atividade da fase é sintetizar o plano do produto (5.5), onde, de posse das
informações coletadas, pesquisadas e analisadas, deve ser preparado um documento reunindo
essas informações, que servirá de base para a avaliação quantitativa de cada proposta.
Para esta atividade de síntese do plano do produto deve ser utilizado uma lista de
verificação (F43) para avaliar se todos os itens (atributos) do plano do produto foram
identificados (e, dependendo do atributo, quantificados). A Fig. 5.32 apresenta a lista de
verificação dos atributos do produto (plano do produto).
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 154
Figura 5.32 – Lista de verificação dos atributos do produto (plano do produto). Fonte: Autor.
Após a elaboração do plano do produto parte-se para realizar a avaliação final da idéia
produto (5.6), no sentido de formalizar o resultado final dos estudos e encaminhar as idéias para
aprovação, ou não. De posse dos dados do plano do produto (estimativas) propõe-se a utilização
de uma matriz multicritérios para a avaliação final (F44), conforme a Fig. 5.33.
Capítulo V – Sistemática de Planejamento da Inovação de Produtos 155
Figura 5.33 – Matriz de avaliação final das idéias caracterizadas (F44). Fonte: adaptado de Cooper et al, 2001.
Com a avaliação, o objetivo final é selecionar e aprovar as idéias com maiores chances de
sucesso para desenvolvimento posterior, evitando que a empresa invista no desenvolvimento de
produtos com alguma característica crítica para o insucesso no mercado.
Com o final da avaliação se procede com a atividade de classificar e hierarquizar as
idéias (5.7) com base na pontuação final obtida para cada uma delas. Junto com a hierarquização
deve ser dado o parecer final quanto à aprovação, ou não, das idéias. Aquelas aprovadas são
registradas na pasta “desenvolvimento” do banco de idéias (F30) ordenadas conforme a
classificação obtida, aguardando a definição em forma de projeto e alocação de recursos para o
seu desenvolvimento.
A proposta procura mostrar o fluxo de informações, que vai desde aquelas gerais e
qualitativas, até a definição dos produtos a serem desenvolvidos na forma das melhores
alternativas de investimento em novos produtos para a empresa, com o foco na inovação.
Ressalta-se também a associação das fases e atividades da sistemática ao banco de idéias,
o que proporciona uma de registro das informações processadas e histórico para
desenvolvimentos futuros.
Com o plano do produto definido e a idéia aprovada para o desenvolvimento, conforme o
modelo de referência tomado por base para o desenvolvimento deste trabalho, segue-se com o
planejamento de projeto e o processo de projeto do produto, para a efetivamente implementação
das idéias.
No próximo capítulo será apresentada a forma pela qual a sistemática foi avaliada: por
especialistas; uma empresa de pequeno porte; uma empresa de médio porte, e a verificação do
autor com base nas diretrizes estabelecidas no capítulo 4.
Capítulo VI – Avaliação da Sistemática 158
Capítulo VI
A VALIAÇÃO DA S ISTEMÁTICA
6.1 – I NT RO D U Ç Ã O
6.2 – P R O C E D I M E NT O DE A V AL I A Ç Ã O
parcialmente (dois), atende em poucos aspectos (um) e não atende (0). O questionário de
avaliação elaborado encontra-se no Apêndice IV.
Para a primeira forma de avaliação proposta, quatro empresas que participaram do estudo
de caso foram contatadas para a apresentação da sistemática e avaliação. Destas, duas se
disponibilizaram a participar, sendo elas: uma empresa de pequeno porte de base tecnológica
(empresa BT1) e uma empresa de médio porte (empresa T3). As apresentações foram realizadas
em uma hora e trinta minutos onde a sistemática foi exposta aos participantes apresentando todas
as atividades, ferramentas e documentos relacionados. Ao final foi entregue o questionário aos
participantes para responderam e redigiram seus comentários.
O perfil dos participantes dessa avaliação é apresentado no Quadro 6.1.
Quadro 6.1 – Perfil dos profissionais das empresas que avaliaram a sistemática.
6.3 – A N Á L I S E DOS R E S UL T AD O S
Neste tópico são apresentadas duas análises: primeiro, com relação às questões fechadas,
que foram aplicadas aos respondentes; e, segundo, com relação aos comentários gerais dos
avaliadores para a questão aberta.
respostas de nível quatro e três, pois sugerem que a sistemática atende totalmente, ou em muitos
aspectos, o critério questionado.
Nas tabelas que seguem, na primeira linha, é apresentado o respectivo critério e seu
enfoque, conforme a questão proposta. Nas colunas são apresentados os níveis de atendimento do
critério.
Critério: aplicabilidade (Questão 1) – O resultado da questão 1 é mostrado na Tabela
6.1.
Tabela 6.1 – Avaliação das empresas e dos especialistas sobre a questão 1.
Como pode ser observado na Tabela 6.1, quanto a necessidade da empresa, a sistemática
foi avaliada positivamente, obtendo 100% de atendimento na soma dos níveis três e quatro. A
maioria da pontuação três pode ser explicada pela generalidade da sistemática e a possibilidade
de adaptação a cada empresa.
Critério: aplicabilidade (Questão 2) – O resultado da questão 2 é mostrado na Tabela
6.2.
Tabela 6.2 – Avaliação das empresas e dos especialistas sobre a questão 2.
Como se observa, nesse caso, houve boa aceitação, tanto da parte das empresas, quanto
dos especialistas. Cem por cento das respostas ficaram entre os níveis três e quatro. Da mesma
Capítulo VI – Avaliação da Sistemática 162
forma que o resultado da questão 1, os avaliadores percebem generalidade suficiente para aplicar
as ferramentas propostas aos seus propósitos. Também mostra que a seqüência proposta, ou a
lógica do processo, encontra-se adequada.
Critério: clareza/compreensão (Questão 3) – O resultado da questão três é mostrado na
Tabela 6.3.
Tabela 6.3 – Avaliação das empresas e dos especialistas sobre a questão 3.
Com relação à clareza e compreensão do processo pode se observar uma variação nas
respostas das empresas e dos especialistas. Os especialistas avaliaram que a sistemática atende
plenamente esse quesito, enquanto, que, a resposta dos avaliadores das empresas variou do nível
dois ao quatro. Procura-se explicar essa variação em função da não uniformidade de
conhecimentos sobre o assunto entre os avaliadores. Ou seja, pressupõe-se que a especialização e
experiência no assunto levam a um melhor entendimento das propostas e, se adequadas, melhor
avaliação. Por outro lado, isso remete a necessidade de rever certos aspectos da sistemática para
que sua abrangência de entendimento seja maior e não dependa somente de conhecimentos
especializados no assunto.
Outro fator que pode ser considerado é o fato de que nas empresas a sistemática foi
apresentada em uma hora e meia aproximadamente e logo em seguida houve o processo de
avaliação. No caso dos especialistas houve um tempo maior para assimilar o conteúdo com o
estudo do material e posterior avaliação.
Critério: clareza/compreensão (Questão 4) – O resultado da questão quatro é mostrado
na Tabela 6.4.
Capítulo VI – Avaliação da Sistemática 163
Como pode ser observado há um melhor entendimento por parte dos avaliadores das
empresas no que diz respeito às relações entre as informações ao longo do processo apresentado
na sistemática, onde somente um avaliador avaliou este critério no nível três. Conclui-se que a
relação entre as informações ao longo do processo foi bem entendida tanto pelos especialistas
quanto para os avaliadores das empresas, indicando pontos positivos para a sistemática com
relação a este aspecto.
Critério: contribuição (Questão 5) – O resultado da questão cinco é mostrado na Tabela
6.5.
Tabela 6.5 – Avaliação das empresas e dos especialistas sobre a questão 5.
Como pode ser observado, com relação ao critério documentação, apenas dois avaliadores
(um avaliador das empresas e um especialista) pontuaram o critério no nível três, indicando que
para estes a sistemática não atende totalmente ao critério. Pela pontuação percebe-se que a
sistemática atende ao quesito tendo pontuado somente nos níveis três e quatro. Mas pode se
concluir também que a sistemática ainda necessita de ferramentas mais adequadas para o registro
das informações geradas, ou que foram propostas muitas ou poucas ferramentas para o registro
das informações, sendo necessário um aperfeiçoamento da sistemática neste quesito.
demais consideram que atende plenamente. Indicando que na visão de dois avaliadores das
empresas a sistemática atende a este critério em muitos aspectos, mas ainda faltam elementos
para percepção plena dos benefícios diretos com a utilização da sistemática. Outra observação
que pode ser ter é que a apresentação não demonstrou claramente os benefícios levando os
avaliadores a pontuar esta no nível de atendimento três. Pode se concluir que de modo geral a
pontuação ficou entre os níveis três e quatro, ficando, portanto no nível considerado satisfatório
de atendimento a este critério.
Critério: redução de incertezas (Questão 8) – O resultado da questão oito é mostrado na
Tabela 6.8.
Tabela 6.8 – Avaliação das empresas e dos especialistas sobre a questão 8.
Com relação a este critério todos os avaliadores das empresas consideram que a
sistemática atende-o em muitos aspectos. Na avaliação dos especialistas dois avaliaram que
atende totalmente ao critério. Isso fornece indicadores positivos de contribuição da sistemática
para aumentar a chance de sucesso dos produtos se o planejamento for sistematizado.
Avaliador 01
“Trabalhando em empresa de base tecnológica, como é o nosso caso, percebe-se após
a apresentação da metodologia, a necessidade de sistematização dos processos de
desenvolvimento de produtos. Com certeza muitos dos problemas que a empresa enfrentou
Capítulo VI – Avaliação da Sistemática 166
ultimamente teriam sido minimizados se tivesse sido aplicada uma metodologia sistematizada
no que diz respeito a novos produtos”.
Com base nesse comentário percebe-se, que há necessidade de sistematização dos
processos de desenvolvimento de produtos na empresa e que isso levaria a redução de problemas.
Isso remete a importância e benefícios que a sistemática pode proporcionar, como meio de
orientar a resolução de problemas. Embora não esteja implícito na declaração, infere-se que o
avaliador apresentou esse comentário pensando auxílio a processos de decisão durante o
desenvolvimento do produto.
Avaliador 03
“Acredito que os comentários estão todos contidos nas questões e indagações do
questionário respondido. Quanto às sugestões, identicamente acredito que seriam oportunas
aplicando-se as ferramentas propostas”.
Do comentário exposto pode-se inferir que as questões colocadas para o avaliador foram
relevantes e puderam ser valoradas. Pode ser entendido, ainda, que o avaliador remete a
necessidade de aplicação das ferramentas propostas. De um lado, isso indica a necessidade de
visualizar resultados para sugestões mais precisas; de outro, aceitação de processo de aplicação
da sistemática na empresa.
Especialista A
“Divisão de investimentos – uma outra possibilidade é que esta tarefa ocorra no
momento em que se tem um bom nível de detalhamento do plano de produto. Com este nível de
detalhamento, os planos concorrem entre si para a divisão de recursos...” (continua).
Especialista A - (continuação)
“...Uma ferramenta didática, do tipo pocket card (consulta rápida), auxilia a
visualizar os processos, interdependências, ferramentas, dada a extensão da sistemática.
Para facilitar a compreensão da sistemática, a sugestão é representar graficamente
as saídas (deliverables) de cada fase (Fig. 5.8, por exemplo), a busca desta informação no
texto torna-se cansativa. (referencia é a Fig. 5.4 que sintetiza as fases, tarefas e saídas).....”
Especialista A - (continuação)
“....Na atividade 1.2, acredito que há uma relação de precedência entre as tarefas
citadas. Inicialmente, define-se a estratégia tecnologia predominante, a partir do
desdobramento do PE, para depois fazer uma análise de gaps/SWOT....”
Especialista A - (continuação)
“...Existem riscos/ameaças associadas a cada idéia aprovada, e que mudam suas
características (severidade e probabilidade de ocorrência) ao longo do tempo. A sua
identificação e monitoração aumenta as chances de sucesso das idéias aprovadas. Esta seria a
proposta da identificação dos fatores de influencia (Fig. 5.16). Entretanto, gostaria de ver
mais explicito como esta informação suporta o processo decisório nas fases seguintes. Em
geral, esta informação não é explicitada corretamente e/ou tende a se perder ao longo do
planejamento. Neste sentido, na figura 5.17, poderia ser complementado, além do fator de
influencia e o que deve ser monitorado, com os “riscos/ameaças” associados a este fator, é um
importante canal de comunicação para evidenciar potenciais incertezas, causas de
insucesso....”
Especialista A - (continuação)
“....O processo de identificação de idéias encontra-se claramente separado (interno x
externo), isso facilita a compreensão de quais são interfaces organizacionais devem participar
destas tarefas e de que modo.
Excelente representação da Fig. 5.20, é uma ferramenta fundamental para suportar o
gerenciamento da inovação tecnológica, sob a perspectiva de um processo corrente (como o
PDP).
Capítulo VI – Avaliação da Sistemática 169
Especialista A - (continuação)
“....Conclusão: Considerando a minha experiência profissional em desenvolvimento
de produto como gerente de projetos e relevando as lições aprendidas que vivenciei, a leitura
inicial do texto me alarmou para uma série de questionamentos que a sistemática deveria
contemplar. Ao final da leitura, fiquei satisfeito da forma que a proposta apresentada
respondeu de modo objetivo aos questionamentos existentes. Primou pelo encadeamento
lógico, simplicidade, coerência, integração das ferramentas sugeridas, principalmente,
visualizou a organização como um conjunto de processos dinâmicos afetado por fatores
internos e externos. Há uma grande oportunidade para desenvolvimento de ferramenta para
automatizar o processo, o que daria ainda mais robustez a sistemática, dada a agilidade e
Capítulo VI – Avaliação da Sistemática 170
Especialista B
“Na minha opinião, existem conflitos entre as fases de Planejamento do Produto e as
fases de Processo de Projeto. Por exemplo, algumas ferramentas utilizadas na etapa de
“Avaliação e seleção de idéias” encontram-se também na etapa “Projeto Conceitual” do
Processo de Projeto....” (continua)
Especialista B - (continuação)
“....A fase de Planejamento do Produto deveria ser resumida de tal forma que não
entrasse então em conflito com a fase de Planejamento do Projeto, quando então sua
Capítulo VI – Avaliação da Sistemática 172
existência seria questionada. Será que existiria realmente a necessidade de haver estas duas
fases (Planejamento do Produto e Planejamento do Projeto)? Não seria “burocratizar”
demais a sistemática? Este mesmo comentário vale para o parágrafo anterior.
Em suma, muitas etapas de Planejamento Estratégico, Planejamento e Processo de
Projeto eu vejo como conflitantes e precisam ser simplificadas....”
Com relação à sugestão de simplificar a sistemática de tal modo que as referidas fases não
tivessem “conflito” (entendido como sobreposição) não se teria a definição clara de que um
processo (planejamento do produto) se destina o definir “o que” desenvolver, e o planejamento
do projeto “como” desenvolver, como se planejar as etapas (o empreendimento) para desenvolver
o que foi definido no planejamento do produto. Quanto ao questionamento das necessidades de
simplificação se retoma a contradição relatada nos comentários relativos aos questionamentos do
especialista A.
Especialista B - (continuação)
“....A aplicabilidade da sistemática proposta para a minha empresa não recebeu nota
4 pelo fato de atuar no segmento de mercado B2B (Business to Business). Acredito que teria
melhor aplicabilidade para empresas do ramo C2C (Customer to Customer).”
Especialista C
“Acho que a sistemática reflete bem como deveria funcionar o planejamento da
inovação de produtos numa empresa com este fim.
Na minha empresa, apesar de ser considerada uma empresa grande, essa é uma área
nova e ainda não temos um processo descrito com tal nível de detalhes. Acho que esse material
irá servir bastante para podermos estruturar nossas atividades e entendermos nosso papel
diante do processo de desenvolvimento de produtos.
Um comentário que eu coloco e que ocorre muito nas organizações é a respeito da
cultura da empresa. Muitas vezes os tomadores de decisão das empresas não gostam de muita
Capítulo VI – Avaliação da Sistemática 173
formalidade para a tomada de decisão. Baseados em suas experiências muitas pessoas tomam
decisões de maneira mais informal munidos de “meia dúzia de informações” bastante
estimadas. Essa situação tende a manifestar-se mais em empresas menores devido muitas
vezes a falta de recursos, mas, também ocorre em empresas maiores. Portanto, processos
novos dentro da empresa devem ter patrocinadores ligados à alta direção.
Um outro ponto a ser considerado é o quão clara está a estratégia da empresa na
cabeça das pessoas. Estratégia, na minha vivência, é algo muito dinâmico. Uma hora ela
aponta para um lado e outra hora aponta para outro, o qual muitas vezes era negado
anteriormente. Isso não quer dizer que as razões para a existência dessa dinâmica não sejam
justas. Normalmente, elas são. Mas o que eu quero dizer é que essas mudanças de direção
devem estar bem claras na cabeça de quem decide para que aqueles que irão operacionalizá-
las possam desenvolver um bom trabalho. Apesar disso, acho que a sistemática contribui
bastante para possibilitar a maior clareza e definição possíveis na fase de planejamento
estratégico da inovação.
As ferramentas sugeridas na sistemática me parecem bastante adequadas. São
ferramentas simples e que exigem pouco investimento, mas, nem por isso deixam de cumprir
bem seus objetivos. Podem ser aplicadas em empresas de todos os portes e proporcionam uma
coisa muito importante e bastante ausente durante os processos de tomada de decisão das
empresas: o registro.
Creio que na aplicação prática da sistemática será constado que para os diversos
tipos de inovação teremos tempos de execução distintos para cada fase proposta. Isso
dependerá se as informações necessárias para cada etapa já estarão disponíveis ou tenham
ainda que ser buscadas. Não quero dizer com isso que etapas devam ser deixadas de lado, pois
considero todas importantes para o “funil de decisões”.
Por fim, acho que uma aplicação prática da proposta seria muito importante para a
sua validação. Verificando se ela se encaixaria da mesma forma para empresas de todos os
portes - pequena, média e grande - e de todos os ramos de atividade, tais como: industrial,
serviços, projetos, etc...”
saber a direção ou o motivo que está levando a empresa a desenvolver um novo produto, o que
favorece o desalinhamento de ações que contribuam para o alcance de um objetivo comum. Estas
questões culturais foram colocadas como variáveis que afetam o desempenho da sistemática,
apontados na Fig. 4.3.
De modo geral com relação ao comentado pelo especialista C percebe-se a aceitação da
sistemática e avaliação positiva desta com relação às atividades e ferramentas propostas.
CRITÉRIOS
Atende parcialmente
Atende totalmente
Não atende
DIRETRIZES GERAIS
Quadro 6.4 – Avaliação das diretrizes das necessidades das empresas-alvo propostas para a sistemática.
Atende parcialmente
Atende totalmente
CRITÉRIOS
Não atende
DIRETRIZES DAS NECESSIDADES DAS EMPRESAS-ALVO
_
Indicar responsáveis, áreas/departamentos que devem ser envolvidos em cada x
etapa
Dividir responsabilidades, não deve centralizar o processo em uma pessoa x
Deve ter fácil visualização dos resultados, fácil visualização que facilita e otimiza
o trabalho. Não deve ser muito complexo. Deve ser simples e claro. Deve ser x
constituída de etapas, atividades, formulários e exemplos
Deve demonstrar a confiabilidade das informações (estimativas - x
pessimista/otimista)
Quadro 6.5 – Avaliação das diretrizes das lições das empresas-referência propostas para a sistemática.
Atende em poucos aspectos
Atende em muitos aspectos
Atende parcialmente
Atende totalmente
CRITÉRIOS
Não atende
O plano do produto deve conter somente informações relevantes e que vão ser
utilizadas naquele momento (planejamento do produto), informações necessárias x
para a análise e tomada de decisão quanto ao desenvolvimento ou não do novo
produto (aprovação da diretoria).
A sistemática deve padronizar a forma de análise (pontuação) das idéias. As
idéias devem ser hierarquizadas e priorizadas de acordo com a sistemática x
segundo os mesmos critérios
Deve utilizar ferramentas disponíveis na empresa/baixo custo (planilhas/software x
disponíveis e livres).
O principal enfoque da sistemática deve ser estudar o mercado. x
Por meio das três formas empregadas na avaliação da sistemática, apesar da limitação do
número de participantes, acredita-se que o procedimento foi satisfatório. Propiciou muitos
subsídios para a avaliação sob o ponto de vista de profissionais das empresas de pequeno e médio
porte (representados pelas duas empresas participantes da avaliação), sob o ponto de vista de
profissionais especialistas na área e a verificação de atendimento das diretrizes elaboradas a partir
do estudo de caso em dez empresas.
Pelo procedimento adotado foi possível a identificação de pontos positivos e lacunas que
precisam ser exploradas em estudos futuros, principalmente pelos ricos comentários dos
especialistas. Também foi possível a comparação entre as respostas dos avaliadores das empresas
e dos especialistas, identificando variáveis que afetam o entendimento e a assimilação dos
conteúdos propostos na sistemática, e as diferenças nas opiniões tendo em vista os conhecimentos
diferenciados em relação ao processo de desenvolvimento de produtos.
Todos os comentários e demais conclusões são de suma importância para o
aperfeiçoamento da sistemática, os quais serão apresentados como recomendações e propostas de
trabalhos futuros. No próximo capítulo serão apresentadas as conclusões gerais do trabalho,
respondendo-se as questões de pesquisa propostas no primeiro capítulo e ao final apresentadas as
recomendações e propostas de trabalhos futuros.
Capítulo VII – Conclusões e Recomendações 180
Capítulo VII
C ONCLUSÕES E R ECOMENDAÇÕES
7.1 – I NT RO D U Ç Ã O
7.2 – C O N C L U S Õ E S
Com relação aos recursos humanos, entende-se que há necessidade, tendo em vista a
natureza das atividades e informações que devem ser processadas, de pessoal devidamente
capacitado em processos de desenvolvimento de produtos. Deve-se contar, também, com pessoal
das várias áreas da empresa, ou que representem essas áreas de conhecimento. Caso contrário,
haverá dificuldade de realizar, por exemplo, as estimativas que são previstas no estudo de
viabilidade do produto.
Com relação aos recursos materiais, prevê-se que computadores, planilhas eletrônicas e
processadores de texto, sejam suficientes para conduzir o processo.
Por último, e como um dos critérios mais críticos segundo as empresas, é a
disponibilidade de recursos financeiros para pesquisa, desenvolvimento e implementação dos
produtos e tecnologias idealizadas. Do ponto de vista de aplicação da sistemática, os recursos
financeiros necessários não são muitos. Trata-se, basicamente de pessoal.
Porém, para o caso de por em prática as idéias geradas e selecionadas, se faz necessário
maior investimento. Isso vem aos poucos sendo solucionado pelo maior volume de financiamento
voltados à inovação por meio de programas governamentais. Embora a questão de
financiamentos não seja própria da sistemática proposta, entende-se que sua estrutura pode
contribuir para que a empresa apresente propostas de projetos aos editais sob uma estrutura
devidamente fundamentada, aumentando-se as chances de sucesso do projeto de inovação.
Conclui-se também tendo em vista a avaliação geral positiva, tanto das empresas quanto
dos especialistas (apresentada no capítulo 6), que a sistemática de planejamento da inovação de
produtos proposta fornece subsídios concretos ao planejamento da inovação de produtos nas
empresas.
Uma constatação importante, durante o processo de elaboração e evidenciada no capítulo
de avaliação pelos comentários dos especialistas, foi a da dificuldade de elaborar uma sistemática
genérica o suficiente para abranger vários tipos de empresa (negócios) e, ao mesmo tempo,
simples e completa o suficiente para não inviabilizar o seu uso. A decisão tomada nesse caso foi a
de organizar e sugerir um conjunto mínimo de atividades, métodos e ferramentas para o processo
de planejamento, mas suficientes para um encadeamento lógico e evolutivo das informações para
o plano do produto. Nesse caso, da maneira como proposta pode ser facilmente adaptada a
diferentes situações.
Salienta-se, também, que a implementação da sistemática nas empresas deve ser tratada
Capítulo VII – Conclusões e Recomendações 184
7.3 – R E CO M E N D A Ç Õ E S E PROPOSTAS DE T R AB AL H O S F U T UR O S
R E F E RÊ NC I A S B I B L I O G R Á F I C A S
BAXTER, M. Projeto de Produtos: Guia prático para o design de novos produtos. Editora
Edgard Blücher. 2ª Edição. São Paulo, 2000.
BOOZ, ALLEN AND HAMILTON. Management of New Products. 4ª ed., New York, 1968.
BRADFORD R.W., DUNCAN P.J. e TRACY B., Simplified strategic planning – a no-
nonsense guide for busy people who want results fast. Chandler House Press, 1999.
COOPER, R. G. Selecting Winning New Product Projects: using the NewProd system. Journal
of Product Innovation Management 2: 34-44, 1985.
___________. Winning at New Products: accelerating the process from idea to launch. Third
Edition, Basic Books, 2001.
FELDMAN, L. P., PAGE, A. L. Principle vs. Practice in New Product Planning. Journal of
Product Innovation Management 1: 43-55, 1984.
FERREL, O.C., HARTLINE, M.D., LUCAS JR, G.H. e LUCK, D. - Estratégia de marketing.
São Paulo: Atlas, 2000.
Referências Bibliográficas 187
GIL, A. C., Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4º Edição, Editora Atlas, São Paulo, 2002.
MARTINO, J. P. Technology Forecasting for Decision Making. New York: Elsevier, 1993.
OZER, M. Factors which influence decision making in new product evaluation. European
Journal of Operational Research 163: 784-801, 2005.
PAHL, G. & BEITZ, W. Engineering Design: a Systematic Approach. Spring Verlag, Berlin,
1988.
PRAHALAD, C. K., & HAMEL, G. The core competence of the corporation. Harvard
Business Review, 68 (May-June): 79-91, 1990.
RUIZ, J. A., Metodologia Científica: guia para eficiência nos estudos. 2ª Edição, Editora Atlas,
São Paulo, 1989.
SIDÉN, J.; LINDSTRÖM, P.; PAULI, M. Strategic product planning: a case study exploring
the process and its development. Proceedings of International Design Conference – DESIGN
2000: Dubrovnik. 6p. 2000
TOMALA, F., Innovation management: a synthesis of academic and industrial points of view.
International Journal of Project Management 22. 2004.
YIN, R. K., Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 2a Ed., Editora Bookman, Porto Alegre,
2001.
Referências Bibliográficas 190
B I B L I O G RA F I A
GRIPP, P. Pesquisa mostra avanço tecnológico de empresas na década de 90. Disponível em:
<http://www.radiobras.gov.br/materia.phtml?materia=43926&editoria=>. Acesso em: 17 Nov. de
2002. Agência Brasil: Brasília, 08 Agosto de 2002.
LEONEL, C. E. L., DIAS, A., LICURSI, R. V. B., SANTANA, F. E., STARR, R. - Importance of
the Reliability Requirements Evaluation in the Inicial Phases of the Development of an
Equipment for the Mechanization of the Mariculture. 18 th COBEM – International Congress
of Mechanical Engineering. November 6 – 11, Ouro Preto, 2005.
Apêndices
PROPÓSITO DA PESQUISA – A presente pesquisa visa levantar necessidades das empresas de pequeno e médio porte e
mapear os processos atuais da empresa com relação ao processo de inovação em produtos, visando formular uma sistemática de
apoio a essas empresas tendo em vista suas potencialidades e limitações, com enfoque no planejamento de produtos e
gerenciamento do portfolio de novos produtos.
SIGILO DAS INFORMAÇÕES – O presente pesquisador garante a confidencialidade das informações fornecidas. Serão
usadas somente para fins de pesquisa, o nome das empresas será mantido em completo sigilo e não será mencionado na
pesquisa sendo colocado este na forma de código (p.ex. Empresa D). Antes de serem finalizados os resultados da pesquisa, um
relatório com os resultados será enviado à correspondente empresa e também será solicitada a aprovação do conteúdo que será
publicado.
1. Informações iniciais
2. Caracterização da Empresa
3. Inovação de produto
Produto tecnologicamente novo (bem ou serviço industrial) é um produto cujas características fundamentais
(especificações técnicas, usos pretendidos, software ou outro componente imaterial incorporado) diferem
significativamente de todos os produtos previamente produzidos pela empresa.
Significativo aperfeiçoamento tecnológico de produto (bem ou serviço industrial) refere-se a um produto
previamente existente, cujo desempenho foi substancialmente aumentado ou aperfeiçoado. Um produto simples
pode ser aperfeiçoado (no sentido de se obter um melhor desempenho ou um menor custo) através da utilização de
matérias-primas ou componentes de maior rendimento. Um produto complexo, com vários componentes ou
subsistemas integrados, pode ser aperfeiçoado via mudanças parciais em um dos componentes ou subsistemas.
Não são incluídas: as mudanças puramente estéticas ou de estilo e a comercialização de produtos novos
integralmente desenvolvidos e produzidos por outra empresa.
3.01 - A empresa implementou inovações em seus produtos nos últimos 3 anos: (S/N)
3.04 - Dê um breve descritivo da evolução dos produtos da empresa até os dias de hoje.
Houveram grandes mudanças em algum produto ou numa linha de produtos em algum período?
Quais foram as principais mudanças que permitem classificá-lo(s) como tecnologicamente
novo(s) ou aprimorado(s)? Estas ocorreram por ter antecipado alguma tendência tecnológica ou
de mercado, ou para não se atrasar/defasar em relação à concorrência?
3.05 - Se a empresa não inova nos seus produtos, quais são as principais dificuldades/barreiras
que leva a empresa a não desenvolver novos produtos ou aperfeiçoar os existentes? Porque a
empresa não desenvolve novos produtos?
( ) Risco comercial excessivo (alto gasto sem visualização de retorno) ( ) Riscos econômicos
excessivos ( ) Elevados custos de pesquisa e/ou desenvolvimento ( ) Escassez de fontes
apropriadas de financiamento ( ) Rigidez organizacional (falta de flexibilidade) ( ) Falta de
pessoal qualificado ( ) Falta de informação sobre tecnologia ( ) Falta de informação sobre
mercados ( ) Escassas possibilidades de cooperação com outras empresas/instituições ( )
Dificuldade para se adequar a padrões, normas e regulamentações ( ) Fraca resposta dos
consumidores quanto a novos produtos ( ) Escassez de serviços técnicos externos adequados
( ) Outros _________________________________
4.02 - A empresa tem experiência com trabalho em equipe? (S/N) ___As equipes de
desenvolvimento são multifuncionais? (S/N) ___Quais áreas são envolvidas? A forma de trabalho
é integrada (Eng. Simultânea) visando antecipar problemas ao longo das fases do projeto? (S/N)
As pessoas envolvidas com o desenvolvimento de produtos participam das etapas de
planejamento e geração de idéias de novos produtos? (S/N) ___
6.01 - Qual é o principal motivo que leva a empresa a desenvolver um novo produto ou
aperfeiçoar os existentes? Por que a empresa desenvolve novos produtos?
Mercado
( ) posição técnica e econômica dos produtos no mercado, em particular quando ocorrem
mudanças, como queda da fatia de mercado (market share)
( ) mudanças nos requisitos de mercado, por exemplo, novas funções e tendências/observação
de uma oportunidade de mercado
( ) sugestões e reclamações de consumidores
( ) superioridade técnica e econômica dos produtos concorrentes/concorrência dos produtos
existentes(concorrentes)
Internos
( ) Novas idéias e resultados de pesquisas na empresa, aplicadas no desenvolvimento e
produção/observação de uma oportunidade tecnológica interna
( ) novas funções para ampliar ou satisfazer as necessidades do mercado
( ) racionalização da escala de produtos e produção
( ) nível crescente de diversificação de produtos
Outras
( ) mudanças políticas e econômicas
( ) novas tecnologias e resultados de pesquisas/observação de uma oportunidade tecnológica
externa
( ) necessidades ambientais e de reciclagem
( ) Outras ______________________________
6.08 - A empresa sente a necessidade de algum método ou ferramenta para auxiliar neste
processo a seguir de referência para se executar e operacionalizar as atividades relacionadas à
inovação e desenvolvimento de novos produtos? (S/N) ____
6.09 - A sua empresa costuma passar rapidamente (“queimar”) as etapas citadas anteriormente
de planejamento de produtos e gestão de portfólio e partir diretamente para o desenvolvimento?
(S/N) ___ Por que a sua empresa costuma passar rapidamente estas etapas?
( ) Falta de tempo para planejar melhor
( ) Reduzir o tempo total de desenvolvimento
( ) Reduzir o custo do desenvolvimento
( ) Não vêem grandes ganhos/benefícios com um melhor planejamento do produto
( ) Não acham necessário planejar muito o produto a ser desenvolvido, acha que é perda de
tempo – parte-se da idéia direto para o desenvolvimento
( ) Não conhecem métodos e ferramentas para apoio ao planejamento
( ) Outros motivos __________________________
6.10 - Em que tipo de atividades você percebe maior carência na sua empresa? O que acha que
não tem e deveria ter? Quais são as atividades mais críticas? Quais atividades gostaria de ter
mais ferramentas? Enumerar de 1 a 4 conforme a importância.
( ) Busca/Exploração de oportunidades para novos produtos ou aperfeiçoamento de existentes;
6.11 - Quem seriam os responsáveis? Qual o nível de formação predominante? Quais áreas da
empresa estariam envolvidas?
6.13 - Seria uma atividade contínua durante o ano, ou atividades pontuais executadas segundo a
decisão do desenvolvimento de um novo produto ou preparação para dar suporte às decisões do
planejamento estratégico?
6.15 - Por que você acha importante executar este processo na empresa? Que resultados
visualiza com a adoção deste processo?
6.17 - Quais barreiras, limitações e dificuldades você veria para efetivamente implementar na
empresa o planejamento da inovação em produtos e o gerenciamento de portfólio (carteira de
projetos) de novos produtos?
Apêndice I – Questionários dos Estudos de Caso (Empresas-alvo e Referência) 198
6.18 - Sua empresa decidiria por implantar o processo de inovação (consistindo das etapas:
Exploração, Geração de idéias, Avaliação, Seleção e Classificação de idéias de produtos) se este
fosse implementado de que forma:
6.20 – Por quais motivos principais a empresa decidiria implementar um Processo de Inovação
em Produtos na empresa:
6.21 – Que resultados mínimos (parciais) deste processo teriam de ser apresentados para
empresa, para decidir implementar este processo de inovação em produtos (a serem apresentados
como resultados possíveis ou resultados de uma aplicação piloto/teste).
( ) Melhorar a visualização do ambiente a ser explorado e monitorado (mapeamento do
campo de busca de oportunidades)
( ) Aumento do número de idéias geradas de novos produtos e aperfeiçoamento de existentes
( ) Mapeamento/definição da evolução dos produtos no tempo, podendo se alocar recursos e
se iniciar no tempo certo os desenvolvimentos de médio e longo prazo
( ) Melhor visualização de dados e informações necessárias para tomar decisão pelo
desenvolvimento de novos produtos ou aperfeiçoamento de existentes
( ) Visualizar a eficiência do método em avaliar e escolher as idéias com maiores chances de
sucesso
( ) Visualizar a eficiência do método para estimar os investimentos, riscos etc. (aumentar a
eficiência estimado/planejado x realizado)
( ) Visualização da possibilidade de ampliação ou focalização da gama de produtos a serem
ofertados pela empresa (melhor balanceamento do portfólio de produtos)
( ) Visualizar a possibilidade de desenvolvimento de projetos de parceria (universidades,
fornecedores, etc..) para desenvolvimento de produtos inovadores e novas tecnologias
( ) Outros _________________________
7. Planejamento Estratégico
7.01 - A empresa realiza o Planejamento Estratégico (PE)? (S/N) ___ Qual a periodicidade?
Quais são os resultados/saídas do PE (gráficos/tabelas)? A estratégia é desdobrada para o nível
operacional/departamentos? (S/N) ____ Quem participa do PE? A empresa utiliza ferramentas
de apoio para elaboração do PE?
7.02 - A empresa define nichos de mercado ou segmentos a serem destinados os produtos? (S/N)
___A inovação em produtos e o desenvolvimento de novos produtos é um direcionador do PE,
ou é pelo menos um elemento considerado neste? (S/N) ____Caso afirmativo, são definidos
metas e objetivos de inovação em produtos? (S/N) ___O PE destina recursos para
desenvolvimento de novos produtos ou aperfeiçoamento dos existentes? (S/N) ____ A empresa
(alta gerência) reconhece a inovação de produtos como fator de sobrevivência e competitividade
da empresa?
Fontes externas
8.03 - Quem são os responsáveis pela exploração do ambiente externo e interno em busca de
oportunidades e ameaças para o desenvolvimento de novos produtos ou aperfeiçoamento dos
existentes?
8.04 - A empresa interage com universidades ou órgãos de apoio para projetos de parceria?
(S/N) A empresa envolve fornecedores no desenvolvimento de novos produtos? (S/N)___
8.05 - A empresa faz pesquisas de mercado, ou pesquisas entre seus colaboradores internos?
(S/N)___ Qual é o grau de interação da empresa com seus consumidores? A empresa interage
diretamente com seus consumidores? (S/N)___ A empresa busca observar seus consumidores no
ambiente de compra e utilização de seus produtos? (S/N) ___ A empresa desenvolve os produtos
Apêndice I – Questionários dos Estudos de Caso (Empresas-alvo e Referência) 201
9.01 - Como surgem as idéias de novos produtos ou aperfeiçoamento dos existentes na empresa?
A empresa realiza atividades específicas, ou procedimento formal para geração de idéias de
novos produtos, ou aperfeiçoamento dos existentes? (S/N) ___ A empresa utiliza métodos e
ferramentas para geração de idéias? (S/N)___Quais?
( ) A empresa disponibiliza mecanismos para qualquer funcionário propor alguma idéia de novo
produto ou aperfeiçoamento dos existentes
( ) As pessoas podem levar adiante idéias inovadoras, recebendo suporte da empresa (autonomia
dada para desenvolvimento de idéias)
( ) A empresa observa o comportamento de compra e utilização dos seus produtos para geração
de idéias de novos produtos ou aperfeiçoamento de existentes
9.03 - A empresa documenta, armazena as idéias de produtos já propostas? (S/N) ___A empresa
possui um banco de idéias? (S/N) ___A empresa mantém e atualiza este constantemente? (S/N)
A empresa trabalha com documentos do tipo lista de idéias? (S/N) ___ A empresa monitora a
taxa de idéias geradas x implementadas? (S/N) ___
Apêndice I – Questionários dos Estudos de Caso (Empresas-alvo e Referência) 202
10.01 - A empresa sabe que elementos considerar para desenvolver um novo produto com
sucesso? (S/N)___Quais? Quais são as principais barreiras/dificuldades que a empresa encontra
quando decide desenvolver um novo produto ou quando está desenvolvendo um novo produto?
10.06 - Quais são os critérios/atributos analisados para a seleção de idéias? A empresa analisa os
dados e critérios do planejamento estratégico para análise, seleção ou priorização das idéias
propostas? (S/N) __ A empresa utiliza matrizes para avaliação (matriz multicritérios, produto x
mercado, preço x valor etc.)? (S/N)___ A empresa utiliza métodos de análise de investimentos
(ROI – Retorno sobre Investimento, Taxa interna de retorno, análise do fluxo de caixa etc.)
(S/N) ____Quais?
10.07 - A empresa analisa a atratividade das idéias propostas? (S/N)__ A empresa analisa os
riscos e incertezas associadas às propostas de novos produtos ou aperfeiçoamento de existentes?
(S/N)__ A empresa armazena estruturadamente as informações de projetos anteriores? (S/N)___
Estas informações são disponibilizadas para consulta?(S/N)___
Apêndice I – Questionários dos Estudos de Caso (Empresas-alvo e Referência) 203
11.01 - A empresa possui algum documento ou formulário padrão para descrição inicial do
produto a ser desenvolvido? (S/N) ___Quais as mínimas informações sobre o produto a ser
desenvolvido que a empresa analisa antes de iniciar o desenvolvimento?
11.03 - A empresa utiliza métodos de estimativas para tentar obter dados mais prováveis
algumas destas características dos produtos (p. ex. volume de vendas, tempo de
desenvolvimento, etc..)? Quais?
11.05 - O que a empresa vê como diferencial competitivo, o que a faz se manter no mercado e
crescer:
( ) Produtos competitivos com baixo preço ( ) Produtos com alta qualidade (preço maior)
12.02 - Há muitas mudanças de escopo (delimitação do que contempla e o que não contempla o
projeto – características do produto, abrangência do projeto etc.) durante a execução do projeto?
Em geral produto final reflete realmente o que foi inicialmente planejado? (S/N) __
12.03 - Qual é a taxa de abandono dos projetos (projetos iniciados x projetos implementados)? E
a taxa de sucesso (Projetos finalizados x projetos implementados no mercado – todos os projetos
concluídos estão no mercado)?
Agradecimento
Agradeço a atenção despendida na execução desta entrevista, tendo a certeza que será de grande
valia para Sistematizar a Inovação em Produtos visando apoiar as empresas de pequeno e médio
porte brasileiras na visualização de possibilidades de inovação em seus produtos, possibilitando
aumentar a introdução de novos produtos e produtos inovadores no mercado.
Apêndice I – Questionários dos Estudos de Caso (Empresas-alvo e Referência) 205
PROPÓSITO DA PESQUISA – A presente pesquisa visa levantar práticas e o estágio atual do processo de inovação em
produtos de grandes empresas, visando comparar os processos utilizados com os processos encontrados na literatura,
disponibilizando esta comparação às empresas pesquisadas. O objetivo final da presente pesquisa é formular uma sistemática
de apoio a empresas de pequeno e médio porte tendo em vista suas potencialidades e limitações, com enfoque no planejamento
de produtos e gerenciamento do portfólio de novos produtos.
SIGILO DAS INFORMAÇÕES – O presente pesquisador garante a confidencialidade das informações fornecidas, onde estas
serão usadas somente para fins de pesquisa, o nome das empresas será mantido em completo sigilo e não será mencionado na
pesquisa sendo colocado este na forma de código (p.ex. Empresa D). Antes de serem finalizados os resultados da pesquisa, um
relatório com os resultados será enviado a correspondente empresa e também será solicitada a aprovação do conteúdo que será
publicado.
1. Informações iniciais
2. Caracterização da Empresa
3. Inovação de produto
Produto tecnologicamente novo (bem ou serviço industrial) é um produto cujas características fundamentais
(especificações técnicas, usos pretendidos, software ou outro componente imaterial incorporado) diferem
significativamente de todos os produtos previamente produzidos pela empresa.
Significativo aperfeiçoamento tecnológico de produto (bem ou serviço industrial) refere-se a um produto
previamente existente, cujo desempenho foi substancialmente aumentado ou aperfeiçoado. Um produto simples
pode ser aperfeiçoado (no sentido de se obter um melhor desempenho ou um menor custo) através da utilização de
matérias-primas ou componentes de maior rendimento. Um produto complexo, com vários componentes ou
subsistemas integrados, pode ser aperfeiçoado via mudanças parciais em um dos componentes ou subsistemas.
Não são incluídas: as mudanças puramente estéticas ou de estilo e a comercialização de produtos novos
integralmente desenvolvidos e produzidos por outra empresa.
3.01 - A empresa implementou inovações em seus produtos nos últimos 3 anos: (S/N)
3.04 - Dê um breve descritivo da evolução dos produtos da empresa até os dias de hoje.
Houveram grandes mudanças em algum produto ou numa linha de produtos em algum período?
Quais foram as principais mudanças que permitem classificá-lo(s) como tecnologicamente
novo(s) ou aprimorado(s)? Estas ocorreram por ter antecipado alguma tendência tecnológica ou
de mercado, ou para não se atrasar/ defasar em relação à concorrência?
3.05 - Quais são as principais dificuldades/barreiras que a empresa que a empresa enfrenta com
relação ao desenvolvimento de novo produtos ou aperfeiçoamento dos existentes?
( ) Risco comercial excessivo (alto gasto sem visualização de retorno) ( ) Riscos econômicos
excessivos ( ) Elevados custos de pesquisa e/ou desenvolvimento ( ) Escassez de fontes
apropriadas de financiamento ( ) Rigidez organizacional (falta de flexibilidade) ( ) Falta de
pessoal qualificado ( ) Falta de informação sobre tecnologia ( ) Falta de informação sobre
mercados ( ) Escassas possibilidades de cooperação com outras empresas/instituições ( )
Dificuldade para se adequar a padrões, normas e regulamentações ( ) Fraca resposta dos
consumidores quanto a novos produtos ( ) Escassez de serviços técnicos externos adequados
( ) Outros _________________________________
6. Planejamento Estratégico
6.02 – Como a empresa define nichos de mercado ou segmentos a serem destinados os produtos?
(S/N) ___Quais são os direcionadores do PE? De que maneira são definidas as metas e objetivos
de inovação em produtos? O PE destina recursos para desenvolvimento de novos produtos ou
aperfeiçoamento dos existentes? (S/N) ____ A empresa (alta gerência) reconhece a inovação de
produtos como fator de sobrevivência e competitividade da empresa?
Fontes externas
7.04 - Quem são os responsáveis pela exploração do ambiente externo e interno em busca de
oportunidades e ameaças (mercado e tecnológicas) para o desenvolvimento de novos produtos
ou aperfeiçoamento dos existentes? Como são armazenadas e consultadas estas informações?
Apêndice I – Questionários dos Estudos de Caso (Empresas-alvo e Referência) 210
7.05 – Como a empresa interage com universidades ou órgãos de apoio para projetos de
parceria? Como a empresa envolve fornecedores no desenvolvimento de novos produtos?
7.06 - A empresa faz pesquisas de mercado, ou pesquisas entre seus colaboradores internos?
(S/N)___ A empresa interage diretamente com seus consumidores? (S/N)___Como a empresa
interage com seus consumidores? Que ferramentas e métodos são utilizados para se coletar as
necessidades dos consumidores? A empresa busca observar seus consumidores no ambiente de
compra e utilização de seus produtos? (S/N) ___
8.01 - Como surgem as idéias de novos produtos ou aperfeiçoamento dos existentes na empresa?
A empresa realiza atividades específicas, ou procedimento formal para geração de idéias de
novos produtos, ou aperfeiçoamento dos existentes? (S/N) ___ A empresa utiliza métodos e
ferramentas para geração de idéias? (S/N)___Quais?
Como são envolvidas todas as áreas no processo de geração de idéias de novos produtos?
Que mecanismos a empresa disponibiliza para qualquer funcionário propor alguma idéia de
novo produto ou aperfeiçoamento dos existentes?
Apêndice I – Questionários dos Estudos de Caso (Empresas-alvo e Referência) 211
A empresa disponibiliza um formulário padrão para descrição da idéia pelos funcionários? (S/N)
Quais os campos deste formulário?
As pessoas podem levar adiante idéias inovadoras, recebendo suporte da empresa (autonomia
dada para desenvolvimento de idéias)? Como isto é conduzido na empresa?
A empresa envolve fornecedores e clientes no processo de geração de idéias? (S/N) ___ Em que
fase do processo de desenvolvimento de produtos?
8.03 - A empresa documenta, armazena as idéias de produtos já propostas? (S/N) ___ Como? A
empresa possui um banco de idéias de novos produtos? (S/N) ___A empresa mantém e atualiza
o banco de idéias constantemente? (S/N) A empresa trabalha com documentos do tipo lista de
idéias? (S/N) ___ Como é este procedimento? A empresa monitora a taxa de idéias de novos
produtos geradas x implementadas? (S/N) ___
9.06 - Quais são os critérios/atributos analisados para a priorização de idéias? A empresa analisa
os dados e critérios do planejamento estratégico para análise, seleção ou priorização das idéias
propostas? (S/N) __ A empresa utiliza matrizes para avaliação (matriz multicritérios, produto x
mercado, preço x valor etc.)? (S/N)___ A empresa utiliza métodos de análise de investimentos
(ROI – Retorno sobre Investimento, Taxa interna de retorno, análise do fluxo de caixa etc.)
(S/N) ____Quais?
9.07 – Como a empresa analisa a atratividade das idéias propostas? Que elementos compõe a
atratividade e como estes são quantificados?
10.01 - A empresa possui algum documento ou formulário padrão para descrição inicial do
produto a ser desenvolvido? (S/N) ___Quais são as mínimas informações sobre o produto a ser
desenvolvido que a empresa analisa antes de iniciar o desenvolvimento?
Apêndice I – Questionários dos Estudos de Caso (Empresas-alvo e Referência) 213
10.03 - A empresa utiliza métodos de estimativas para tentar obter dados mais prováveis
algumas destas características dos produtos (p. ex. volume de vendas, tempo de
desenvolvimento etc.)? Quais? E como obter estimativas de produtos novos/inovadores sem um
histórico?
10.05 - O que a empresa vê como diferencial competitivo, o que a faz se manter no mercado e
crescer:
( ) Produtos competitivos com baixo preço ( ) Produtos com alta qualidade (preço maior)
11.02 - Há muitas mudanças de escopo (delimitação do que contempla e o que não contempla o
projeto – características do produto, abrangência do projeto etc.) durante a execução do projeto?
Em geral produto final reflete realmente o que foi inicialmente planejado? (S/N) __
11.03 - Qual é a taxa de abandono dos projetos (projetos iniciados x projetos implementados)? E
a taxa de sucesso (Projetos finalizados x projetos implementados no mercado – todos os projetos
concluídos estão no mercado)?
12.02 – Quais foram as experiências que deram certo e as que não deram certo?
12.03 – Qual é o caminho que as empresas com menos recursos terão de percorrer para ser bem
sucedidas quanto a um processo sistemático de inovação? Quais são as mudanças e as etapas
graduais que tem que ocorrer?
12.04 – Qual é o caminho para convencimento das outras empresas para estas passarem a
acreditar na inovação como diferencial competitivo? Como convencer os empresários que a
inovação é o caminho?
12.07 – Quais são as maiores vantagens que a empresa vê em se ter um processo sistematizado e
formalizado? Qual é o conselho para se sistematizar este processo em empresas com recursos
limitados como as PMEs? O que seria o mínimo a se fazer para se ter resultados visíveis no
desempenho e competitividade da empresa?
Apêndice I – Questionários dos Estudos de Caso (Empresas-alvo e Referência) 215
12.08 - Como o Processo de Inovação da empresa se integra aos outros processos existentes e
outras áreas?
12.09 – Em sua opinião, qual é o principal motivo para que uma PME utilize um processo
sistemático de inovação em produtos?
12.10 – Qual a principal lacuna dos processos sistematizados e formalizados que se encontra na
literatura, qual a real distância entre o processo ideal com todas as atividades e a prática no dia-
a-dia?
Agradecimento
Agradeço a atenção despendida na execução desta entrevista, tendo a certeza que será de grande
valia para Sistematizar a Inovação em Produtos visando apoiar as empresas de pequeno e médio
porte brasileiras na visualização de possibilidades de inovação em seus produtos, possibilitando
aumentar a introdução de novos produtos e produtos inovadores no mercado por estas.
Apêndice II – Mapas dos Processos de Desenvolvimento de Produtos das Empresas e Mapa de Síntese 216
P R O D U T O S (O F I C I A L )
Cargo: __________________
Formação: ____________________________
Máximo Mínimo
Atende totalmente
Atende em muitos
parcialmente ( 2 )
Não atende ( 0 )
Atende poucos
aspectos ( 3 )
aspectos ( 1 )
Questões
Critérios1
Atende
Favor marcar as respostas com um “X”
(4)
Q.1. A sistemática aplicar-se-ia às necessidades de sua
empresa quanto ao planejamento da inovação de
produtos?
Aplicabilidade
Q.2 As ferramentas propostas, bem como a sua seqüência de
utilização são reconhecidas e aplicáveis aos seus
propósitos de planejamento?
Q.3. O entendimento do processo de planejamento da
inovação de produtos, desde a definição de áreas de
atuação e oportunidades até a caracterização do produto
Clareza/ é compreensível e válida?
Compreensão
Q.4. A sistemática aborda as relações entre as informações,
desde a estratégia para a inovação até a definição dos
produtos a serem desenvolvidos?
Documen-
Q.6. A sistemática propõe ferramentas adequadas para o
tação dos
registro das informações geradas durante o processo de
conheci-
planejamento da inovação?
mentos
Q.7. Você percebe benefícios diretos na utilização da
Benefícios
sistemática proposta?
Q.8. A sistemática proposta apresenta elementos para a
Redução de
redução das incertezas durante o processo de
incertezas
planejamento da inovação de produtos?
Comentários:
1
Baseados no questionário de avaliação apresentado em Montanha Jr. (2004) e em critérios propostos por
Vernadat (1996) citado por Romano (2003) para a validação de modelos de referência.
Contato do autor: carlos.leonel@yahoo.com.br