QUESTÃO RACIAL E SERVIÇO SOCIAL: Relato de Experiência Do Estágio
QUESTÃO RACIAL E SERVIÇO SOCIAL: Relato de Experiência Do Estágio
QUESTÃO RACIAL E SERVIÇO SOCIAL: Relato de Experiência Do Estágio
1
II Seminário Nacional de Serviço Social, Trabalho e Políticas Sociais
Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis – 23 a 25 de outubro de 2017
1- INTRODUÇÃO
O racismo sofrido pela população negra é parte das expressões da questão social e:
Dentre as expressões da―questão social‖, as desigualdades sofridas
pela população negra na históriabrasileira apresentam um padrão de
dominação e exploração dos negros voltados à acumulação de capital,
assegurando a manutenção de privilégios da classe branca dominante
(CONCEIÇÃO, 2013. p.65).
2
II Seminário Nacional de Serviço Social, Trabalho e Políticas Sociais
Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis – 23 a 25 de outubro de 2017
haveria racismo no Brasil, pois todos são o ―mesmo povo‖. Sabemos que o mito da
democracia racial mascara a essência racistada sociedade brasileira, que nasceu
racista e que ainda fecha os olhos diante da discriminação racial:
O racismo está presente de diversas formas na sociedade brasileira, e não é
diferente nas instituições, portanto, é importante entender como o Racismo Institucional se
configura no Sistema Único de Saúde (SUS) e como afeta os usuários desse sistema.
A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (2009) fez uma análise da
situação de saúde da população negra e seus determinantes sociais. Como resultados,
mostrou que a população negra faz parte dos piores indicadores referentes à saúde. Como
por exemplo, na educação, com a menor média de anos de estudo (IPEA,2002); referente à
pobreza, fazendo parte dos 65% da população pobre e 70% da população extremamente
pobre (HENRIQUES, 2003 apud OLIVEIRA & FIGUEIREDO, 2005); o risco de uma pessoa
negra morrer é 56% maior que de uma pessoa branca, e se o homem for branco o risco é de
70% Brasil. 2005); as mulheres negras morrem mais de causas maternas, e as crianças
negras morrem mais por doenças infecciosas e desnutrição (BRASIL, 2005). Esses dados
são apenas alguns que mostram como população negra vivencia iniquidades geradas pelo
racismo.
No que se refere à intervenção do serviço social na política de saúde, é necessário
compreender as formas de manifestação do racismo e como estas são reproduzidas no
SUS. O Serviço Social precisa produzir evidências de como o assistente social no campo da
saúde pode inserir a temática da questão racial nas intervenções realizadas,
compreendendo-a como expressão da questão social. Como aponta Ramos (2016):
Portanto, para ocorrer uma mudança societária, como pretende o Serviço Social,
numa sociedade racializada tal qual o Brasil, é fundamental que ocorram estudos
aprofundados acerca da questão racial, sobretudo em relação à branquitude, e
comprometido com a luta antirracista. Afinal, não falar sobre o racismo não garante
sua superação. É necessário desvelar e assumir a racialização da sociedade brasileira
como oriunda da estrutura da branquitude que perpassa toda a história do Brasil, para
que assim, entendida como tal, o status de poder atribuído ao branco possa ser um
objeto de estudo para a categoria e para as correntes contra-hegemônicas (p.54).
3
II Seminário Nacional de Serviço Social, Trabalho e Políticas Sociais
Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis – 23 a 25 de outubro de 2017
2- METODOLOGIA
As oficinas foram pensadas em três momentos: a) momento inicial, feito por meio de
atividades, brincadeiras, ou relaxamento; b) momento intermediário, facilitando a reflexão e
elaboração do tema trabalhado, envolvendo: técnicas lúdicas, de sensibilização,
compartilhamento de sentimentos e ideias, e uma exposição e análise de informações sobre
o tema; e c) sistematização e avaliação do trabalho do dia.
3- RESULTADOS/DISCUSSÃO
4
II Seminário Nacional de Serviço Social, Trabalho e Políticas Sociais
Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis – 23 a 25 de outubro de 2017
4- CONCLUSÃO
5
II Seminário Nacional de Serviço Social, Trabalho e Políticas Sociais
Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis – 23 a 25 de outubro de 2017
As ações desenvolvidas nas oficinas foram orientadas pelos princípios do SUS, pelos
direitos das crianças e dos adolescentes e em consonância com as atribuições do serviço
social, relacionado aos preceitos legais que o norteiam. O Serviço Social enquanto profissão
pouco tem estudado a questão racial, sendo destacada uma perspectiva racista da análise
classista de diversos autores.
REFERÊNCIAS
Batista, L.E et al. Mortalidade da População Negra Adulta no Brasil. In: Brasil.
Fundação Nacional de Saúde (FUNASA). Saúde da População Negra no Brasil:
contribuições para a equidade. Brasília: Funasa; 2005. p. 237-314.
6
II Seminário Nacional de Serviço Social, Trabalho e Políticas Sociais
Universidade Federal de Santa Catarina
Florianópolis – 23 a 25 de outubro de 2017
RAMOS, D.O. Capítulo 1. A branquitude enquanto estrutura da questão social brasileira. In:
A Branquitude como uma estrutura e a Questão Social Negra no Brasil: a análise da
produção científica do Serviço Social no ENPESS e CBAS. Monografia de Conclusão de
Curso, 2016.
SOUZA, R.S.B. O Plano Juventude Viva sob a perspectiva dos/as gestores/as municipais do
Distrito Federal e da Região Integrada de Desenvolvimento do DF e Entorno. 2015. 64 f.
Monografia (Bacharelado em Serviço Social)—Universidade de Brasília, Brasília, 2015.