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Aula 04

PM-PB e CBM-PB (Soldado) Noções de


Direito Penal - 2023 (Pós-Edital)

Autor:
Renan Araujo

13 de Agosto de 2023

11162568941 - Geraldo Souza bezerra


Renan Araujo
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Índice
1) Concurso de Pessoas
..............................................................................................................................................................................................3

2) Questões Comentadas - Concurso de Pessoas - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
22

3) Lista de Questões - Concurso de Pessoas - Multibancas


..............................................................................................................................................................................................
54

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​ CONCURSO DE PESSOAS

Conceito, natureza e características

O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração de dois ou mais


agentes para a prática de um delito ou contravenção penal.

O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de
um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter
sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Mas como compreender a natureza jurídico-penal de uma conduta criminosa praticada


por diversas pessoas? Três teorias surgiram:

● Pluralista (ou pluralística) - Para esta teoria cada pessoa responderia por um crime
próprio, existindo tantos crimes quantos forem os participantes da conduta
delituosa, já que a cada um corresponde uma conduta própria, um elemento
psicológico próprio e um resultado igualmente particular1.
● Dualista (ou dualística) – Segundo esta teoria, há um crime para os autores, que
realizam a conduta típica emoldurada no ordenamento positivo, e outro crime para
os partícipes, que desenvolvem uma atividade secundária.
● Monista (ou monística ou unitária) – A codelinquência (concurso de agentes) deve
ser entendida, para esta teoria, como CRIME ÚNICO, devendo todos responderem

1
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, São Paulo, 2015, p. 548

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pelo mesmo crime. É a adotada pelo CP. Isso não significa que todos que
respondem pelo delito terão a mesma pena. A pena de cada um irá corresponder à
valoração de cada uma das condutas (cada um responde “na medida de sua
culpabilidade). Em razão desta diferenciação na pena de cada um dos infratores,
diz-se que o CP adotou uma espécie de teoria monista temperada (ou mitigada).

O concurso de pessoas pode ser, basicamente, de duas espécies:

● EVENTUAL – Neste caso, o tipo penal não exige que o fato seja praticado por mais
de uma pessoa. Isso não impede, contudo, que eventual ele venha a ser praticado
por mais de uma pessoa (Ex.: Furto, roubo, homicídio).
● NECESSÁRIO – Nesta hipótese o tipo penal exige que a conduta seja praticada por
mais de uma pessoa. Divide-se em: a) condutas paralelas (crimes de conduta
unilateral): Aqui os agentes praticam condutas dirigidas à obtenção da mesma
finalidade criminosa (associação criminosa, art. 288 do CPP); b) condutas
convergentes (crimes de conduta bilateral ou de encontro): Nesta modalidade os
agentes praticam condutas que se encontram e produzem, juntas, o resultado
pretendido (ex. Bigamia); c) condutas contrapostas: Neste caso os agentes praticam
condutas uns contra os outros (ex. Crime de rixa)

Requisitos

Mas quais são os requisitos para que se possa falar em concurso de pessoas? Cinco são os
requisitos para que seja caracterizado o concurso de pessoas. Vejamos:

Pluralidade de agentes

Para que possamos falar em concurso de pessoas, é necessário que tenhamos mais de uma
pessoa a colaborar para o ato criminoso. É necessário que sejam agentes culpáveis? A doutrina
se divide, mas prevalece o entendimento de que todos os comparsas devem ter discernimento,
de maneira que a ausência de culpabilidade por doença mental, por exemplo, afastaria o
concurso de agentes, devendo ser reconhecida a autoria mediata.

Assim, se uma pessoa, perfeitamente mental e maior de 18 anos (penalmente imputável)


determina a um doente mental (sem qualquer discernimento) que realize um homicídio, não há
concurso de pessoas, mas autoria mediata, pois o autor do crime foi o mandante, que se valeu
de uma pessoa sem vontade como mero instrumento2 para praticar o crime. Não há concurso,
pois um dos agentes não era culpável.

Todavia, é bom ressaltar que, nos crimes plurissubjetivos3, se um dos colaboradores não é
culpável por qualquer razão, mesmo assim permanece o crime. Nos crimes eventualmente
plurissubjetivos (crime de furto, por exemplo, que eventualmente pode ser um crime qualificado
pelo concurso de pessoas, embora seja, em regra, unissubjetivo) também não é necessário que

2
WELZEL, Hans. Derecho Penal, parte general. Ed. Roque Depalma. Buenos Aires, 1956, p. 106
3
Aqueles em que necessariamente deve haver mais de um agente, como no crime de associação criminosa,
por exemplo – art. 288 do CP

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todos os agentes sejam culpáveis, bastando que apenas um o seja para que reste configurado o
delito em sua forma qualificada.

EXEMPLO: José, maior e capaz, perfeitamente imputável, combina de realizar um


roubo juntamente com Paulo, adolescente de 17 anos de idade e, portanto,
inimputável. O roubo se realiza. Neste caso, não podemos falar em autoria
mediata entre José e Paulo, eis que Paulo não foi mero instrumento nas mãos de
José. Paulo quis participar da empreitada criminosa, e responderá por isso, de
acordo com as regras próprias do ECA4. Neste caso, como não houve autoria
mediata, José deverá responder pelo crime roubo com a majorante de ter sido o
crime praticado em concurso de pessoas5, ainda que Paulo responda de acordo
com o ECA, e não de acordo com a Lei Penal.

Nessas duas últimas hipóteses, no entanto, não há propriamente concurso de pessoas, mas
o que a Doutrina chama de concurso impróprio, ou concurso aparente de pessoas. Contudo,
essa ressalva só se aplica ao caso de concurso entre culpável e “não culpável que possui
discernimento”. Assim, se o agente culpável se vale de alguém sem culpabilidade como mero
instrumento, sem que ele possua qualquer discernimento, teremos sempre autoria mediata.

Autoria mediata

A autoria mediata ocorre quando o agente (autor mediato) se vale de uma pessoa como
instrumento (autor imediato) para a prática do delito.

EXEMPLO: José, maior e capaz, entrega uma arma de fogo a uma criança de 05
anos, dizendo que ela deve colocar a arma na cabeça de Maria e fazer uma
brincadeira, pois ao apertar o gatilho, sairá água da arma. A criança aperta o
gatilho e Maria morre. Neste caso, temos autoria mediata, pois José (autor
mediato) se valeu da criança (executor) como mero instrumento para a prática do
delito.

Todavia, não basta que o executor seja um inimputável, ele deve ser um verdadeiro
INSTRUMENTO do mandante, ou seja, ele não deve ter qualquer discernimento no caso
concreto.

Ex.: José e Pedro (este menor de idade, com 17 anos) combinam de matar Maria.
José arma o plano e entrega a arma a Pedro, que a executa. Neste caso, Pedro é

4
Estatuto da Criança e do Adolescente.
5
Art. 157, §2º, II do CP.

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inimputável por ser menor de 18 anos, mas possui discernimento, não se pode
dizer que foi um mero “instrumento” de José. Assim, aqui não teremos autoria
mediata, mas concurso aparente de pessoas.
Ex.2: José, maior e capaz, entrega a Mauro (um doente mental sem nenhum
discernimento) uma arma e diz para ele atirar em Maria, que vem a óbito. Neste
caso há autoria mediata, pois Mauro (o inimputável) foi mero instrumento nas
mãos de José.

⇒ Mas esta é a única hipótese de autoria mediata? A resposta é negativa. A melhor Doutrina
divide a autoria mediata em três hipóteses, basicamente6:

1 – Autoria mediata por erro do executor – Neste caso, aquele que pratica a conduta foi induzido
a erro pelo mandante (erro de tipo ou erro de proibição). Ex.: Médico que entrega à enfermeira
uma injeção contendo determinada substância tóxica, e determina que esta aplique no paciente,
alegando que se trata de morfina, para aliviar a dor7. A enfermeira, aqui, não atua dolosamente
(do ponto de vista “finalístico”), pois apesar de dar causa à morte do paciente (causalidade física,
pois foi ela quem injetou a substância), não dirigiu sua conduta a este resultado. O domínio do
fato pertencia ao médico, o real infrator.

2 – Autoria mediata por coação do executor – Aqui o infrator coage uma terceira pessoa a
praticar um delito. Em se tratando de coação MORAL irresistível, teremos um agente não
culpável (a coação moral irresistível afasta a culpabilidade). Desta forma, aquele que executa o
faz em situação de não culpabilidade. A culpabilidade recai apenas sobre o coator, não sobre o
coagido. Ex.: Médico que determina à enfermeira que aplique sobre o paciente uma dose cavalar
de veneno. O médico, porém, não esconde da enfermeira que se trata de veneno, ao contrário
deixa isso bem claro. Porém, diz à enfermeira que se ela não fizer o que foi determinado, irá
matar sua filha. Vejam que, neste caso, a enfermeira sabe que está injetando o veneno, de forma
que age dolosamente, mas ainda assim sem culpabilidade, por inexigibilidade de conduta
diversa.

3 – Autoria mediata por inimputabilidade do agente – Nesta hipótese o infrator se vale de uma
pessoa inimputável para a prática do delito. A inimputabilidade, aqui, pressupõe que o executor
(inimputável) não tenha discernimento necessário8. Caso o executor, mesmo inimputável, possua
discernimento, não haverá autoria mediata. Ex.: José, 20 anos, organiza um plano para furtar uma
loja de eletrônicos, e combina com Marcelo, de 17, a execução do plano. Neste caso, não há
autoria mediata, pois Marcelo, a despeito de sua inimputabilidade legal, tem discernimento para
não ser considerado como “objeto”. Por outro lado, no mesmo exemplo, imaginemos que
Marcelo tenha 30 anos, mas seja absolutamente incapaz de entender o que se passa (doente
mental completo). Neste caso, a inimputabilidade de Marcelo afasta o reconhecimento do
concurso de pessoas com José, que responderá como autor mediato do crime.

6
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 560
7
O exemplo é de Hans Welzel. (cf. WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 106)
8
WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 107-108

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É cabível autoria mediata nos crimes próprios e de mão própria? Em relação aos crimes
próprios se admite a autoria mediata, desde que o autor MEDIATO reúna as condições especiais
exigidas pelo tipo penal.

EXEMPLO: Paulo, servidor público, coage moralmente Maria (coação irresistível),


obrigando-a a subtrair 10 notebooks da repartição em que ele, Paulo, exerce
suas funções. Paulo, para a execução do delito, se valeu de sua função para
facilitar a subtração. Neste caso, Paulo poderá responder por peculato-furto na
qualidade de autor mediato.

Mas, e se Maria é quem fosse a servidora e Paulo fosse um particular? Poderia haver autoria
mediata? Não, neste caso não poderíamos falar em autoria mediata.

Contudo, se não há autoria mediata e não há concurso de pessoas (pois não há concurso
de pessoas entre coator e coagido), Paulo ficará impune? Não, a Doutrina desenvolveu, para tais
casos, a figura da AUTORIA POR DETERMINAÇÃO. Consiste, basicamente, em punir aquele
que, embora não sendo autor nem partícipe, exerce sobre a conduta domínio EQUIPARADO à
figura da autoria.9

Não se pode considerar o agente como autor por não reunir os elementos necessários para
tanto. Também não se pode considerá-lo como partícipe, eis que a participação pressupõe o
crime praticado por outro autor (e não há). Ele será punido, portanto, por ser o autor da
determinação para a conduta (ter sido o responsável por sua ocorrência).

Em relação aos crimes de mão própria, contudo, não se admite a figura da autoria mediata,
eis que o crime não pode ser realizado por interposta pessoa (Ex.: A testemunha, no crime de
falso testemunho, não pode coagir alguém a depor em seu lugar, prestando testemunho falso).

Neste caso, porém, exemplificativamente, se a testemunha for coagida por terceira pessoa,
esta terceira pessoa poderá ser considerada AUTOR por determinação, conforme explicado
anteriormente.

Relevância causal da colaboração

A participação do agente deve ser relevante para a produção do resultado, de forma que a
colaboração que em nada contribui para o resultado é um indiferente penal.

Além disso, a colaboração deve ser prévia ou concomitante à execução, ou seja, anterior à
consumação do delito. Se a colaboração for posterior à consumação do delito, como o fato já
ocorreu, não há concurso de pessoas, podendo haver, no entanto, outro crime (favorecimento
real, receptação, etc.).

Porém, se a colaboração for posterior à consumação, mas combinada previamente, há


concurso de pessoas. Ex: Imagine que Poliana decide matar seus pais, e combina com seu
namorado para que ele esteja às 20h em ponto na porta de sua casa para lhe ajudar na fuga.

9
PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT. São
Paulo, 2008, p. 580/581

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Assim, a conduta do namorado (auxiliar na fuga) é posterior à consumação, mas fora combinada
anteriormente, havendo, portanto, concurso de pessoas. Diversa seria a hipótese, no entanto, se
o namorado tivesse ido à casa da namorada sem saber que deveria lhe ajudar na fuga. Lá
chegando, a namorada conta o ocorrido e ele, a partir daí, concorda em auxiliá-la na fuga. Nessa
hipótese, o namorado comete o crime de favorecimento pessoal (nos termos do art. 348 do CP).
Cuidado com isso!

Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo)

Também é conhecido como concurso de vontades. Assim, para que haja concurso de
pessoas, é necessário que a colaboração dos agentes tenha sido ajustada entre eles, ou pelo
menos tenha havido adesão de um à conduta do outro.

Deste modo, a colaboração meramente causal, sem que tenha havido combinação entre os
agentes, não caracteriza o concurso de pessoas. Trata-se do princípio da convergência. Caso haja
colaboração dos agentes para a conduta criminosa, mas sem vínculo subjetivo entre eles,
estaremos diante da autoria colateral, e não da coautoria.

Identidade de infração penal

Também conhecido como unidade de infração penal para todos os agentes, está
fundamentado no art. 29 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984).

Daí podemos perceber que, se 20 pessoas colaboram para a prática de um delito


(homicídio, por exemplo), todas elas respondem pelo homicídio, independentemente da conduta
que tenham praticado (um apenas conseguiu a arma, o outro dirigiu o veículo da fuga, outro
atraiu a vítima, etc.). As condutas dos agentes, portanto, devem constituir algo juridicamente
unitário10.

Existência de fato punível

Trata-se do princípio da exterioridade. Assim, é necessário que o fato praticado pelos


agentes seja punível, o que de um modo geral exige pelo menos que este fato represente uma
tentativa de crime, ou crime tentado.

Para a caracterização do crime tentado, é necessário que seja dado início à execução do
crime. Se o fato ficar meramente no plano abstrato, no plano da cogitação, não há fato punível,
nos termos do art. 14, II do CP.

O art. 31 do CP determina, ainda, de modo específico para a hipótese de concurso de


pessoas, que a colaboração só é punível se o crime for, ao menos, tentado:

10
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 553

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Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição


expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984).

Importante ressaltar que, em alguns casos, os atos preparatórios já configuram fato punível,
seja porque a lei assim expressamente determina, seja porque eles constituem tipo penal
autônomo.

Modalidades

Coautoria

Para entendermos o fenômeno da coautoria, devemos, primeiramente, estudar o que seria


a autoria do delito.

Várias teorias, ao longo do tempo, procuraram definir o conceito de AUTOR.

O conceito extensivo de autor não diferencia autor e partícipe, considerando que todos
aqueles que concorrem para o crime são autores do delito. Esse conceito é baseado numa
premissa “causal-naturalista” de que todo aquele que dá causa ao delito (por qualquer forma),
deve ser considerado autor do crime.

Contudo, como pelo conceito extensivo de autor não era possível definir quem era autor e
quem era partícipe, surgiu a teoria subjetiva da participação, que considerava como autor aquele
que pratica o fato como próprio, que quer o crime “como próprio”, como seu, e partícipe aquele
que quer o fato como alheio, pratica uma conduta acessória ao “crime de outra pessoa”.11 Isso
era fundamental para a fixação da pena de cada um, já que aos autores deveriam ser aplicadas
penas, em tese, mais severas.

Como o conceito extensivo apresentou mais problemas que soluções, surgiu o conceito
restritivo de autor12. Para esta teoria restritiva13, autor e partícipe não se confundem. Autor será
aquele que praticar a conduta descrita no núcleo do tipo penal (subtrair, matar, roubar, etc.).
Todos os demais, que de alguma forma prestarem colaboração (material ou moral), serão
considerados partícipes. Esta foi a teoria adotada pelo CP.

Agora que já sabemos que o CP diferencia autor e partícipe, precisamos saber qual é o
critério para se diferenciar um do outro. Três teorias surgiram.

A primeira teoria, a teoria objetivo-formal, estabelece que autor é quem realiza a conduta
prevista no núcleo do tipo, sendo partícipes todos os outros que colaboraram para isso, mas não
realizaram a conduta descrita no núcleo do tipo. Para esta teoria, por exemplo, no crime de
homicídio, somente seria autor aquele que efetivamente praticasse a conduta de “matar”

11
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 555
12
PIERANGELI, José Henrique. ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Manual de Direito Penal Brasileiro. Ed. RT. São
Paulo, 2008, p. 572.
13
Também chamada por alguns de teoria dualista ou objetiva.

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alguém. Todos os outros colaboradores seriam partícipes. O grande problema desta teoria é
considerar o autor intelectual (mandante) como partícipe, e não como autor. Mais que isso: Essa
teoria não explica o fenômeno da autoria mediata (quando alguém se vale de um inimputável
para cometer um crime).

A segunda teoria, a teoria objetivo-material, entende que autor é quem colabora com
participação de maior importância para o crime, e partícipe é quem colabora com participação
reduzida, independentemente de quem pratica o núcleo do tipo (verbo que descreve a conduta
criminosa – matar, subtrair, etc.).

A terceira e última teoria, a teoria do domínio do fato, criada pelo pai do finalismo, Hans
Welzel14, e posteriormente desenvolvida por Claus Roxin, defende que autor é todo aquele que
possui o domínio da conduta criminosa, seja ele o executor (quem pratica a conduta prevista no
núcleo do tipo) ou não15. Para esta teoria, o autor seria aquele que decide o trâmite do crime, sua
prática ou não, etc. Essa teoria explica, satisfatoriamente, o caso do mandante, por exemplo, que
==2ef49d==

mesmo sem praticar o núcleo do tipo (“matar alguém”), possui o domínio do fato, pois tem o
poder de decidir sobre o rumo da prática delituosa.

Para esta teoria, o partícipe existe, e é aquele que contribui para a prática do delito16,
embora não tenha poder de direção sobre a conduta delituosa. O partícipe só controla a própria
vontade, mas a não a conduta criminosa em si, pois esta não lhe pertence.

A teoria do domínio do fato tem por finalidade estabelecer uma diferenciação entre autor e
partícipe a partir da noção de “controle da situação”. Aquele que, mesmo não executando a
conduta descrita no núcleo do tipo, possui todo o controle da situação, inclusive com a
possibilidade de intervir a qualquer momento para fazer cessar a conduta, deve ser considerado
autor, e não partícipe.

O controle (ou domínio) da situação pode se dar mediante17:

1 - Domínio da ação - O agente realiza diretamente a conduta prevista no tipo penal

14
WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p. 105
15
MUÑOZ CONDE, Francisco. Teoría general del delito. Ed. Temis Editorial. Bogotá, 1999, p. 155-156
16
WELZEL, Hans. Op. Cit.___, p.117-119
17
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 557-558

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2 - Domínio da vontade - O agente não realiza a conduta diretamente, mas é o "senhor do


crime", controlando a vontade do executor, que é um mero instrumento do delito (hipótese de
autoria mediata).

3 - Domínio funcional do fato - O agente desempenha uma função essencial e


indispensável ao sucesso da empreitada criminosa, que é dividida entre os comparsas, cabendo a
cada um uma parcela significativa, essencial e imprescindível.

Em todos estes casos, o agente será considerado autor do delito.

A teoria do domínio do fato, porém, não se aplica aos crimes culposos, pois neste não há
domínio final do fato, pois o fato final (resultado) não é buscado pelos agentes, que pretendiam
outro resultado18.

A teoria adotada pelo CP é a teoria objetivo-formal, considerando autor aquele que


realiza a conduta descrita no núcleo do tipo, já que denota sua “vontade de autor” (animus
auctoris), em contraposição à “vontade de colaboração” do partícipe (animus socii). Entretanto,
considera-se adotada a teoria do domínio do fato para os crimes em que há autoria mediata,
autoria intelectual, etc., de forma a complementar a teoria adotada.

Esta é, portanto, a posição doutrinária a respeito da posição do CP sobre a diferença entre


autor e partícipe.

Desta maneira, após entendermos quem seria considerado autor do delito para o CP,
podemos definir a coautoria como a espécie de concurso de pessoas na qual duas ou mais
pessoas praticam a conduta descrita no núcleo do tipo penal. Assim, no crime de roubo, se duas
ou mais pessoas entram num banco, portando armas, e anunciam um assalto, todas elas
praticaram a conduta descrita no núcleo do tipo do art. 157, § 2°, I e II do CP (subtrair para si ou
para outrem, mediante violência ou grave ameaça...). Logo, todas são coautoras do delito. No
mesmo exemplo, porém, o dono do carro, que emprestou o veículo para a fuga, é mero
partícipe.

Não confundam coautoria com autoria colateral. Na coautoria, deve haver vínculo subjetivo
ligando as condutas de ambos os autores. Na autoria colateral, ambos praticam o núcleo do tipo,
mas um não age em acordo de vontades com o outro. Imaginem que A e B, desafetos de C, sem
que um saiba da existência do outro, escondem-se atrás de árvores esperando a passagem de C,
a fim de matá-lo. Quando C passa, ambos atiram, e C vem a óbito. Nesse caso, não houve
coautoria, mas autoria colateral. Entretanto, aí vai mais uma informação: Imaginem que o laudo
identifique que apenas uma bala atingiu C, direto na cabeça, levando-o a óbito. Nesse caso, o

18
Idem, p. 558

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laudo não conseguiu apontar de qual arma saiu a bala que matou C. Nesse caso, como não se
pode definir quem efetuou o disparo fatal, ambos respondem pelo crime de homicídio
TENTADO, pois não se pode atribuir a nenhum deles o homicídio consumado, já que o laudo é
inconclusivo quanto a isto. Este é o fenômeno da autoria incerta. No entanto, se ambos
estivessem agindo em conluio, com vínculo subjetivo, ou seja, se houvesse concurso de pessoas,
ambos responderiam por crime de homicídio CONSUMADO, pois nesse caso seria irrelevante
saber de qual arma partiu a bala que levou C a óbito.

A coautoria pode ser funcional (ou parcial), que é aquela na qual a conduta dos agentes
são diversas e se somam, de forma a produzir o resultado. Assim, se Ricardo segura a vítima para
que Poliana a espanque, ambos são coautores do crime de lesão corporal, mediante coautoria
funcional.

Porém, a coautoria pode ser, ainda, material (direta), que é a hipótese em que ambos os
coautores realizam a mesma conduta. Assim, no exemplo acima, se Ricardo e Poliana
espancassem a vítima, ambos seriam coautores mediante coautoria material.

Abaixo vou mostrar para vocês algumas hipóteses polêmicas de aplicação do instituto da
coautoria:

⮚ Admite-se a coautoria nos crimes próprios, desde que ambos os agentes possuam a
qualidade exigida pela lei, ou que, aqueles que não a possuem, ao menos tenham ciência
de que o outro agente age nessa qualidade.
⮚ Não se admite a coautoria nos crimes de mão-própria, pois são considerados de conduta
infungível, só podendo ser praticados pelo sujeito especificamente descrito pela lei.
⮚ A Doutrina se divide quanto à possibilidade de coautoria em crimes omissivos, da
seguinte forma:

1 – Parte entende que NÃO HÁ POSSIBILIDADE DE COAUTORIA OU


PARTICIPAÇÃO (Concurso de agentes), pois TODAS AS PESSOAS PRATICAM O
NÚCLEO DO TIPO, DE MANEIRA AUTÔNOMA;

2 – Outra parte da Doutrina entende poderia haver concurso de pessoas, na


modalidade de coautoria, mas é minoritário;

3 – A Doutrina ligeiramente majoritária entende que é possível PARTICIPAÇÃO, mas


NÃO COAUTORIA.

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⮚ Na autoria mediata não há concurso de pessoas entre autor mediato autor imediato,
respondendo apenas o autor mediato, que se valeu de alguém sem culpabilidade para a
execução do delito.
⮚ Entretanto, é possível coautoria e também participação na autoria mediata, desde que
haja colaboração entre os agentes mediatos. NUNCA HAVERÁ CONCURSO DE PESSOAS
ENTRE AUTOR MEDIATO E AUTOR IMEDIATO.
⮚ CUIDADO! Na coação física irresistível, não há autoria mediata, mas autoria direta, pois o
agente que realiza a ação não possui conduta, já que não há vontade. Nesse caso, aquele
que pratica a coação física irresistível é autor direto, não mediato;
⮚ Admite-se a autoria mediata nos crimes próprios, mas não nos crimes de mão própria (há
alguns doutrinadores que entendem ser possível).

Participação

Conforme estudamos, no Brasil adotou-se o conceito restritivo de autor, distinguindo-se


autor e partícipe. Adotou-se, ainda, a teoria objetivo-formal, de forma que podemos definir a
participação como a modalidade de concurso de pessoas na qual o agente colabora para a
prática delituosa, mas não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal.

A participação pode ser:

⇒ Moral – É aquela na qual o agente não ajuda materialmente na prática do crime, mas
instiga ou induz alguém a praticar o crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no
psicológico do autor do crime, reforçando a ideia criminosa, que já existe na mente deste.
O induzimento, por sua vez, ocorre quando o partícipe faz surgir a vontade criminosa na
mente do autor, que não tinha pensado no delito;
⇒ Material – A participação material é aquela na qual o partícipe presta auxílio ao autor, seja
fornecendo objeto para a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. É
também chamada de cumplicidade. Este auxílio não pode ser prestado após a
consumação, salvo se o auxílio foi previamente ajustado.
⇒ Já que o partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo penal, como puni-lo?

A punibilidade do partícipe não pode ser realizada diretamente pela descrição do fato
típico. De fato, aquele que empresta uma arma para que alguém mate outra pessoa, não poderia
responder por homicídio, pois o art. 121 do CP diz: “matar alguém”. Aquele que empresta a
arma não está “matando”, por isso se diz que não há, aqui, adequação típica imediata.

Contudo, a punibilidade do partícipe é possível porque há normas de extensão da


adequação típica (no caso, o art. 29 do CP), que permitem a extensão do raio de aplicação do
tipo penal para aqueles que, de alguma forma, tenham contribuído para o delito. Trata-se da
chamada adequação típica mediata.

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Como a conduta do partícipe é considerada acessória em relação à conduta do autor (que


é principal), o partícipe é punido em razão da teoria da acessoriedade19. Porém, existem quatro
teorias da acessoriedade:

● Teoria da acessoriedade mínima – Entende que a conduta principal deva ser um


fato típico, não importando se é ou não um fato ilícito. EXEMPLO: Imagine que
Marcio e João combinam de matar Paulo. Na data combinada para a execução,
Marcio guia o carro até o local e fica esperando do lado de fora. João se dirige até
Paulo e, após uma discussão, Paulo começa a agredir João, que na verdade mata
Paulo em legítima defesa. João matou Paulo em legítima defesa e não em razão do
ajuste com Marcio (não tendo praticado fato ilícito, mas apenas típico), mas por esta
teoria, mesmo assim Marcio responderia como partícipe do crime. Veja que João,
de fato, matou Paulo. Contudo, o fato não é ilícito, pois João agiu em legítima
defesa. Porém, para esta teoria, ainda que a conduta de João seja considerada
apenas típica, mas não ilícita, Marcio deveria ser punido. O pior de tudo é que,
neste caso, Márcio, que não praticou a conduta seria punido, mas João seria
absolvido pela legítima defesa.
● Teoria da acessoriedade limitada – Exige que o fato praticado (conduta principal)
seja pelo menos uma conduta típica e ilícita. Assim, no exemplo dado acima, a
conduta do partícipe Marcio não é punível, pois a conduta principal, apesar de
típica, não é ilícita. Veja que, para esta corrente Doutrinária, se o fato praticado
pelo autor NÃO FOR ILÍCITO (Ainda que seja um fato típico), em razão de legítima
defesa, etc., o partícipe não deve ser punido.
● Teoria da acessoriedade máxima – Para esta teoria, o partícipe só será punido se o
fato for típico, ilícito e praticado por agente culpável. Essa teoria faz exigência
irrazoável, pois a culpabilidade é uma questão pessoal do agente, não guardando
relação com o fato. Assim, imagine que Carlos, maior de idade, seja partícipe de um
roubo praticado por Lucas, menor de idade. Para esta corrente, Carlos não poderia
responder pelo roubo praticado (na qualidade de partícipe), pois Lucas (o autor
principal) é inimputável (não tem culpabilidade), sendo o fato apenas típico e ilícito,
sem o complemento da culpabilidade.
● Teoria da hiperacessoriedade – Exige que, além de o fato ser típico e ilícito e o
agente culpável, o autor tenha sido efetivamente punido para que o partícipe
responda pelo crime. É ainda mais irrazoável que a última. Imagine que José seja
partícipe de um roubo praticado por Marcelo. No decorrer do processo, Marcelo
vem a falecer (o que gera a extinção da punibilidade de Marcelo, nos termos do
CP). Para esta corrente, como houve extinção da punibilidade em relação a Marcelo
(o autor do delito), o partícipe (José) não poderá mais ser punido.

O Nosso CP não adotou expressamente nenhuma das quatro teorias, mas com certeza
não adotou a teoria da acessoriedade mínima nem a teoria da hiperacessoriedade (as extremas).

19
A teoria da acessoriedade deriva de uma das teorias dos FUNDAMENTOS da punibilidade do partícipe, que
é a TEORIA DO FAVORECIMENTO (ou da CAUSAÇÃO), que diz que o partícipe deve ser punido por ter
coloborado para que o delito fosse realizado. Em contraposição a esta, havia a teoria da participação na
culpabilidade, que defendia que o partícipe deveria ser punido apenas por exercer “influência negativa” sobre
o autor. Esta última foi abandonada pela Doutrina há algumas décadas.

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A Doutrina entende que a teoria que mais se amolda ao nosso sistema é a teoria da
acessoriedade limitada20, exigindo que o fato seja somente típico e ilícito para que o partícipe
responda pelo crime.

Questões interessantes acerca da participação:

⮚ A lei admite a redução da pena de 1/6 a 1/3 se a participação é de menor importância (art.
29, § 1° do CP). Isto não se aplica às hipóteses de coautoria, mas apenas à participação;
⮚ A Doutrina admite a participação nos crimes comissivos por omissão, quando o partícipe
devia e podia evitar o resultado (art. 13, § 2° do CP).
⮚ A participação inócua não se pune. Assim, se A empresta uma faca a B, de forma a
auxiliá-lo a matar C, e B mata C usando seu revólver, a participação de A foi
absolutamente inócua, pois em nada auxiliou no resultado. Da mesma forma, se A instiga
B a matar C, e B realiza a conduta porque já estava determinado a isso, a instigação
promovida por A não teve qualquer eficácia, pois B já mataria C de qualquer forma.
⮚ Participação em cadeia é possível: Assim, se A empresta uma arma a B, para que este a
empreste a C, a fim de que este último mate D, tanto A quanto B são partícipes do crime,
por prestarem auxílio material em cadeia.
⮚ A participação em ação alheia ocorre quando o partícipe, sem qualquer liame subjetivo
com o autor, contribui de maneira culposa para a prática do delito. Assim, o funcionário
público que não tranca a porta da repartição ao final do expediente, e esta vem a ser
furtada por um particular na madrugada, responde por peculato culposo (art. 312, § 2° do
CP), enquanto o particular responde por furto. Não há concurso de pessoas pois falta o
liame subjetivo entre ambos (coerência de vontades).

Comunicabilidade das circunstâncias

O art. 30 do CP estabelece que:

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,


salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

Antes de estudarmos a comunicabilidade ou não das circunstâncias, devemos diferenciar a


mera circunstância da circunstância elementar do crime.

20
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. Cit.___, p. 565

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A circunstância elementar é aquela que se refere a algo indispensável para a


caracterização do crime. Assim, a circunstância “alguém” no crime de homicídio, é uma
elementar, pois se o fato for praticado contra um animal, por exemplo, não haverá homicídio.

Por sua vez, a mera circunstância não é indispensável à caracterização do crime, pois
apenas agregam um fato que, se presente, aumenta ou diminui a pena. Assim, o “motivo torpe”
é uma circunstância não-elementar, ou mera circunstância, pois caso o fato seja praticado sem
essa circunstância, continua a existir homicídio, no entanto, sem a qualificadora.

Espécies de elementares e de circunstâncias

Podem ser subjetivas (de caráter pessoal), quando relativas à pessoa do agente. É o caso
da condição de funcionário público, que é pessoal, pois se refere ao agente.

Podem ser, ainda, objetivas (ou de caráter real), quando se referem ao fato criminoso em
si, seu modus operandi, etc. Assim, o emprego de violência, no crime de roubo (art. 157 do CP) é
uma elementar objetiva.

As condições pessoais não se confundem com as circunstâncias ou elementares de caráter


pessoal. As primeiras são fatores pessoais do agente, que independem da prática da infração
penal. Assim, o fato de o agente ser menor de 21 anos é uma condição pessoal, e não uma
circunstância de caráter pessoal, tampouco uma elementar.

Com base nesses três institutos (elementares, circunstâncias e condições pessoais),


podemos extrair três regras do CP:

✔ As circunstâncias e condições de caráter pessoal não se comunicam – Se A contrata


B, para que este mate C, em razão deste último ter estuprado sua filha, A comete o
crime de homicídio privilegiado, em razão do relevante valor moral (art. 121, § 1° do
CP). Entretanto, B não comete o crime de homicídio privilegiado, pois a
circunstância “relevante valor moral” é pessoal, não se estendendo ao coautor;
✔ As circunstâncias de caráter real, ou objetivas, se comunicam – Porém, é necessário
que a circunstância tenha entrado na esfera de conhecimento dos demais agentes.
Imagine que A contrata B para matar C. B informa a A que usará de emboscada
(portanto, homicídio qualificado, nos termos do art. 121, § 2° do CP), e A concorda
com isto. Nesse caso, a circunstância objetiva “emboscada” (relativa ao meio
utilizado), se comunica, pois embora A não tenha usado de emboscada, concordou
com esta prática por B. Diversamente, se B praticasse o crime mediante emboscada
sem nada comunicar ao mandante, A, esta circunstância não se comunicaria, por
não ter entrado na esfera de conhecimento de A;
✔ As elementares sempre se comunicam, sejam objetivas ou subjetivas – No entanto,
mais uma vez se exige que estas elementares tenham entrado no âmbito de
conhecimento dos demais agentes. Imaginem que Júlio, servidor público, convida
Marcelo a entrar na repartição onde trabalham, valendo-se da condição de Júlio,
para subtrair alguns computadores. Caso Marcelo conheça a condição de
funcionário público de Júlio, ambos respondem pelo crime de peculato-furto (art.
312, § 1° do CP). Caso Marcelo desconheça essa circunstância elementar, responde

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ele apenas pelo crime de furto, pois a ausência dessa circunstância faz desaparecer
o crime de peculato-furto, mas a conduta ainda é punível como furto comum.

Cooperação dolosamente distinta

A cooperação dolosamente distinta, também chamada de “participação em crime menos


grave” ou “desvio subjetivo de conduta”, ocorre quando ambos os agentes decidem praticar
determinado crime, mas durante a execução, um deles decide praticar outro crime, mais grave.
Nesse caso, aplica-se o art. 29, § 2° do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave,
ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na
hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)

EXEMPLO: Imaginem que Camila e Herval combinam de realizar um furto a uma


casa que imaginam estar vazia. Camila espera no carro enquanto Herval adentra à
residência. Entretanto, ao chegar à residência, Herval se depara com dois
seguranças, e troca tiros com ambos, levando-os a óbito (sinistro esse cara).
Após, entra na casa e subtrai diversos bens. Volta ao carro e ambos fogem.

Camila não quis participar de um latrocínio (que foi o que efetivamente ocorreu), mas
apenas de um furto. Assim, segundo a primeira parte do § 2° do art. 29 do CP, responderá
somente pelo furto.

Entretanto, se ficar comprovado que Camila podia prever que o latrocínio era provável (se
soubesse, por exemplo, que Herval estava armado e que havia a possibilidade de ter seguranças
na casa), a pena do crime de furto (não a do latrocínio!!) será aumentada até a metade.

A lei diz “até a metade”, logo, o aumento pode não chegar a esse patamar. O aumento de
pena irá variar conforme o grau de previsibilidade do crime mais grave para o qual Camila não se
predispôs, mas era previsível.

CUIDADO MASTER! Existe uma questão muito controvertida no que se refere ao concurso de
pessoas. É a possibilidade (ou não) de concurso de pessoas em crimes CULPOSOS.

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São muitas, MUITAS ideias diferentes. Cada autor inventa alguma coisa para vender seu livro,
certo? Bom, resumidamente, podemos definir a Doutrina majoritária da seguinte forma:

COAUTORIA EM CRIMES CULPOSO – É possível, pois é possível que duas pessoas, de comum
acordo, resolvam praticar uma conduta imprudente, por exemplo. Ex.: Dois rapazes resolvem
atirar um móvel do 10º andar de um prédio, sem intenção de atingir ninguém, mas acabam
lesionando uma pessoa.

PARTICIPAÇÃO EM CRIME CULPOSO – Depende. Podemos estar falando de participação


DOLOSA ou participação CULPOSA.

DOLOSA – Não cabe participação dolosa em crime culposo, pois a Doutrina entende que não há
“unidade de vontades” entre os agentes (um quer o resultado a título de dolo, e o outro,
executor, é apenas um descuidado). Assim, não há “vínculo subjetivo” entre eles no que tange ao
resultado. Logo, cada um responde por sua conduta.

CULPOSA – É possível, pois é possível que alguém, por culpa, induza, instigue ou preste auxílio
ao executor de uma conduta também culposa, e haveria “unidade de vontades”.

CUIDADO: O STJ entende que NÃO cabe nenhum tipo de participação em crime culposo. Parte
da Doutrina também segue este entendimento.

Multidão delinquente

Também chamada de “multidão criminosa”21, são considerados pela doutrina como


aqueles atos em que inúmeras (incontáveis, uma multidão) pessoas praticam o mesmo delito,
agindo em concurso de pessoas, muitas vezes sem um acordo prévio, mas cada uma aderindo
tacitamente à conduta da outra. Ex.: Linchamentos, brigas de torcidas organizadas, saques a lojas
ou a carretas tombadas, etc.

A Doutrina sustenta que, mesmo nestes casos, têm-se CONCURSO DE PESSOAS, pois há
vínculo subjetivo entre estas pessoas, ainda que tácito (não explícito). O agente que praticar o
delito nestas condições, porém, deverá ter sua pena atenuada, nos termos do art. 65, e do CP, já
que se trata de situação em que há maior vulnerabilidade psicológica para que uma pessoa
venha a aderir a uma conduta criminosa. Por outro lado, os que promoverem, organizarem ou
liderarem a conduta criminosa terão suas penas agravadas (art. 62, I do CP).

21
O termo “multidão criminosa” é utilizado, dentre outros, por René Ariel Dotti (cf. DOTTI, René Ariel. Curso
de Direito Penal, Parte Geral. Ed. Revista dos Tribunais. 4º ed. São Paulo. 2012, p. 459)

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​ DISPOSITIVOS LEGAIS IMPORTANTES

CÓDIGO PENAL

⮲ Arts. 29 a 31 do CP – Regulamentam o concurso de agentes no Código Penal:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a
este cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de
um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter
sido previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal,
salvo quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Casos de impunibilidade
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição
expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser
tentado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

​ JURISPRUDÊNCIA CORRELATA
⮲ STJ - RESP 1306731/RJ – O STJ firmou entendimento no sentido de que não se pode condenar
um dos comparsas por homicídio culposo e outro por homicídio doloso, quando reconhecida a
ocorrência de concurso de agentes. Isso porque o concurso de pessoas, dada a adoção da teoria
monista, pressupõe a unidade de infrações penais, objetiva e subjetivamente, ou seja, todos
devem responder pelo mesmo delito, e sob o mesmo elemento subjetivo (dolo ou culpa):

(...) 3. Tratando-se de crime praticado em concurso de pessoas, o nosso Código


Penal, inspirado na legislação italiana, adotou, como regra, a Teoria Monista ou

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Unitária, ou seja, havendo pluralidade de agentes, com diversidade de condutas,


mas provocando um só resultado, existe um só delito.
4. Assim, denunciados em coautoria delitiva, e não sendo as hipóteses de
participação de menor importância ou cooperação dolosamente distinta, ambos
os réus teriam que receber rigorosamente a mesma condenação, objetiva e
subjetivamente, seja por crime doloso, seja por crime culposo, não sendo
possível cindir o delito no tocante à homogeneidade do elemento subjetivo,
requisito do concurso de pessoas, sob pena de violação à teoria monista, razão
pela qual mostra-se evidente o constrangimento ilegal perpetrado.
5. Diante da formação da coisa julgada em relação ao corréu e considerando a
necessidade de aplicação da mesma solução jurídica para o recorrente, em
obediência à teoria monista, o princípio da soberania dos veredictos deve, no
caso concreto, ser aplicado justamente para preservar a decisão do Tribunal do
Júri já transitada em julgado, não havendo, portanto, a necessidade de
submissão do recorrente a novo julgamento.
(...)
(REsp 1306731/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA,
julgado em 22/10/2013, DJe 04/11/2013)

⮲ STJ - HC 235.827/SP – O STJ firmou entendimento no sentido de é cabível a coautoria em


crimes culposos, embora não seja cabível a participação:

(...) 2. A doutrina majoritária admite a coautoria em crime culposo. Para tanto,


devem ser preenchidos os requisitos do concurso de agentes: a) pluralidade de
agentes, b) relevância causal das várias condutas, c) liame subjetivo entre os
agentes e d) identidade de infração penal. In casu, a conduta do pai não teve
relevância causal direta para o homicídio culposo na direção de veículo
automotor.
Outrossim, não ficou demonstrado o liame subjetivo entre pai e filho no que
concerne à imprudência na direção do automóvel, não podendo, por
conseguinte, atribuir-se a pai e filho a mesma infração penal praticada pelo filho.
3. Não há qualquer elemento nos autos que demonstre que o pai efetivamente
autorizou o filho a pegar as chaves do carro na data dos fatos, ou seja, tem-se
apenas ilações e presunções, destituídas de lastro fático e probatório. Ademais, o
crime culposo, ainda que praticado em coautoria, exige dos agentes a
previsibilidade do resultado. Portanto, não sendo possível, de plano, atestar a
conduta do pai de autorizar a saída do filho com o carro, muito menos se pode a
ele atribuir a previsibilidade do acidente de trânsito causado.
4. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício, ratificando-se em
parte a liminar, apenas para restabelecer a sentença absolutória, no que concerne
ao delito do art. 302, c/c o art. 298, inciso I, do Código de Trânsito Brasileiro.
(HC 235.827/SP, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, QUINTA TURMA,
julgado em 03/09/2013, DJe 18/09/2013)

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EXERCÍCIOS COMENTADOS
1. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – PROCESSO LEGISLATIVO) É certo que um crime pode
ser praticado por uma ou mais pessoas. Quando isso acontece, está-se diante da hipótese de concurso de
pessoas, também conhecido como concurso de agentes. Nesse caso,
a) ainda que algum dos concorrentes tenha querido participar de crime menos grave, ser-lhe-á,
obrigatoriamente, aplicada a pena idêntica do crime praticado pelo seu comparsa, ante a adoção pelo código
penal da teoria monista.
b) em hipótese alguma se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal na coautoria.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são sempre puníveis, ainda que o crime não venha a ser
tentado.
d) os crimes plurissubjetivos não admitem a coautoria e a participação.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste (crime menos grave). Todavia, essa pena será aumentada até metade, na hipótese de
ter sido previsível o resultado mais grave, conforme art. 29, §2º do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois, COMO REGRA, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal, SALVO quando elementares do crime, conforme art. 30 do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa
em contrário, NÃO SÃO PUNÍVEIS, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado, nos termos do art. 31
do CP.

d) ERRADA: Item errado, pois crimes plurissubjetivos são aqueles em que há a participação de mais de um
agente, podendo ser necessariamente plurissubjetivos (necessitam de mais de um agente) ou
eventualmente plurissubjetivos (podem ser praticados em concurso de agentes, mas isso não é
indispensável).

e) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 29, §1º do CP:

Art. 29 (...) § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída
de um sexto a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

GABARITO: Letra E

2. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – APOIO JURÍDICO) Hamilton resolve chamar um táxi
pelo aplicativo do celular a fim de conduzi-lo até determinado endereço. Após ingressar no veículo,
Hamilton recebe uma ligação em seu telefone, ocasião em que diz a pessoa que está do outro lado da linha

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que está se dirigindo até o endereço do amante de sua esposa a fim de matá-lo. O motorista do táxi,
mesmo após ouvir a conversa de seu passageiro, o conduz até seu destino. No dia seguinte, o motorista
toma conhecimento pelo noticiário televisivo de que Hamilton realmente matou o amante de sua mulher.
Diante do caso hipotético, o taxista
a) responderá pelo crime de homicídio doloso como partícipe.
b) responderá pelo crime de homicídio doloso como coautor.
c) responderá pelo crime de homicídio culposo.
d) responderá pelo crime de favorecimento pessoal.
e) não responderá por nenhum crime.

COMENTÁRIOS

Neste caso, o taxista não responderá por crime algum, pois não houve coautoria ou participação no crime
alheio. A conduta do taxista, de levar o agente ao seu destino, havendo participação na cadeia causal, sob o
aspecto meramente físico, não havia liame subjetivo entre ambos, nem podemos dizer que a conduta do
taxista, no exercício de seu papel social (transportar pessoas), pode ser considerada uma adesão subjetiva à
conduta alheia.

GABARITO: Letra E

3. (FCC – 2017 – PC-AP – AGENTE DE POLÍCIA) Mário e Mauro combinam a prática de um crime de furto
a uma residência. Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de um revólver devidamente municiado.
Ambos, então, ingressam na residência escolhida para subtrair os bens ali existentes. Enquanto Mário
separava os objetos para subtração, Mauro é surpreendido com a presença de um dos moradores que, ao
reagir a ação criminosa, acaba sendo morto por Mauro. Nesta hipótese
a) Mário e Mauro responderão pela prática de latrocínio.
b) Mário e Mauro responderão pela prática de furto.
c) Mário responderá pela prática de furto simples e Mauro responderá pela prática de furto qualificado.
d) Mário responderá apenas pelo furto e Mauro responderá pela prática dos crimes de porte ilegal de arma
de fogo, furto e homicídio.
e) Mário responderá pela prática de furto e Mauro pelo crime de latrocínio.

COMENTÁRIOS

Neste caso ocorreu o fenômeno da cooperação dolosamente distinta, ou “participação em crime menos
grave”, previsto no art. 29, §2º do CP:

Art. 29 (...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-
á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Neste caso, o agente que quis participar do crime menos grave (furto), no caso, Mário, responderá apenas
por este crime. O outro agente, Mauro, que acabou praticando um crime mais grave (roubo com resultado
morte = latrocínio), responderá por este crime.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

4. (FCC – 2013 – TRT1 – JUIZ) Quanto aos demais agentes do crime, o parentesco entre o autor e a
vítima;
a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.
b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido.
c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta.
d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta.
e) não se comunica em qualquer hipótese.

COMENTÁRIOS

O parentesco entre um dos comparsas e a vítima, em regra, não se comunica aos demais comparsas, ou seja,
é irrelevante em relação a eles. Contudo, em determinados casos, quando este grau de parentesco for uma
das questões elementares do tipo penal, haverá comunicação com os demais comparsas, como ocorre no
crime de infanticídio, em que o parentesco de um dos comparsas (a mãe) e a vítima (filho) irá se estender
aos demais agentes do delito, possibilitando sua punição pela conduta de infanticídio, nos termos do art.
123, c/c art. 30 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

5. (FCC – 2014 – METRÔ-SP – ADVOGADO) Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, mediante prévio ajuste, a
prática de um crime de furto qualificado em residência. Pedrus escolheu a residência e emprestou seu
veículo para o transporte dos objetos furtados. Joaus arrombou a porta da residência indicada por Pedrus
e entrou. Joseh entrou em seguida. Joaus e Joseh recolheram todos os objetos de valor, colocaram no
veículo e fugiram do local. Nesse caso,
a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores.
b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato.
c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato.
d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores.
e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe.

COMENTÁRIOS

Neste caso, Pedrus prestou auxílio material, ao fornecer seu veículo e escolher a residência do furto.
Contudo, o AUXÍLIO de Pedrus para por aí, ele não tem mais nenhuma participação no crime e não detém o
domínio final do fato (poder de intervir e fazer cessar a atividade criminosa, por exemplo), de maneira que
não pode ser considerado autor intelectual.

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Também não pode Pedrus ser considerado “autor”, na concepção formal de autor, segundo a qual autor é
aquele que pratica a conduta descrita no núcleo do tipo, por uma questão simples: Até o final da atuação de
Pedrus o crime sequer havia sido iniciado (estava apenas na fase da cogitatio, ou fase de atos preparatórios).
Assim, como dizer que ele “praticou o núcleo do tipo”? Impossível. Assim, Pedrus NÃO É AUTOR
(naturalmente, nem coautor).

Joaus e Joseh, por sua vez, praticaram a conduta descrita no núcleo do tipo penal, de forma que são autores
(coautores) do delito.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

6. (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO) No concurso de pessoas,


a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim, conhecendo a conduta
alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os concorrentes.
c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a atividade delituosa de outrem,
dispensada a prévia combinação entre eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Item errado, pois se há liame subjetivo entre eles teremos coautoria, e não autoria colateral,
que pressupõe o desconhecimento de um em relação à conduta do outro.

B) ERRADA: Item errado, pois em regra, a infração penal será a mesma para todos os comparsas, por força
da adoção da teoria monista pelo CP.

C) CORRETA: Item correto, pois a existência de vínculo subjetivo (liame subjetivo) entre os comparsas é
indispensável, embora não seja necessário o prévio ajuste entre eles, pois um pode aderir à conduta do
outro, que já se encontra em andamento, por exemplo.

D) ERRADA: Embora o termo correto seja “núcleo do tipo”, o item está errado, pois não é necessário que
todos pratiquem a conduta descrita no núcleo do tipo. Aqueles que o fizerem serão autores. Os que apenas
prestarem auxílio serão partícipes.

E) ERRADA: Item errado, pois a existência de vínculo subjetivo entre os comparsas é indispensável para a
caracterização do concurso de agentes.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

7. (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ) Em tema de concurso de pessoas, é possível afirmar que
a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, responderá pelo crime menos grave que
quis participar, mas sempre com aumento da pena.

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b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora desnecessária a prévia combinação.


c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis, se o crime não chega, pelo menos,
a ser tentado.
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que elementares do crime.
e) a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição da pena, incidindo na segunda
etapa do cálculo.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Item errado, pois na cooperação dolosamente distinta (ou diversa), o agente responde sempre
pelo crime menos grave, mas o aumento de pena só é aplicável se o crime mais grave (que efetivamente
ocorreu) era previsível, nos termos do art. 29, §2º do CP.

B) CORRETA: Item correto, pois a existência de vínculo subjetivo (liame subjetivo) entre os comparsas é
indispensável, embora não seja necessário o prévio ajuste entre eles, pois um pode aderir à conduta do
outro, que já se encontra em andamento, por exemplo.

C) ERRADA: Item errado. Cuidado! Vejamos a redação do art. 31 do CP:

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em


contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Vejam, assim, que EM REGRA tais condutas não são puníveis, mas a Lei pode dizer o contrário para
determinadas situações, por isso o item está errado, pois diz que NUNCA SERÃO puníveis.

D) ERRADA: Se forem elementares do delito, tais condições irão se comunicar, nos termos do art. 30 do CP.

E) ERRADA: De fato, a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição de pena,
prevista no art. 29, §1º do CP. Contudo, ela incidirá na TERCEIRA FASE da aplicação da pena, e não na
segunda.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

8. (FCC – 2015 – CNMP – ANALISTA) No concurso de pessoas,


a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste, essa
pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
periculosidade.
c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime.
d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
puníveis, se o crime não chega a ser consumado.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída até metade.

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COMENTÁRIOS

A) ERRADA: O aumento de pena (no caso de ser previsível o crime mais grave) é de “ATÉ A METADE” e não
de um a dois terços, na forma do art. 29, §2º do CP.

B) ERRADA: Item errado, pois cada um irá responder na medida de sua CULPABILIDADE, nos termos do art.
29 do CP.

C) CORRETA: Item correto, pois é a exata previsão do art. 30 do CP:

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo


quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

D) ERRADA: Tais condutas (ajuste, o auxílio, etc.) não são puníveis se o crime não chega a ser, ao menos,
tentado (e não consumado, como diz a questão), pois isto é o que prevê o art. 31 do CP:

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em


contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

E) ERRADA: A pena, neste caso, pode ser diminuída de um sexto a um terço, nos termos do §1º do art. 29 do
CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

9. (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que
A) coautores são aqueles que, atuando de forma idêntica, executam o comportamento que a lei define como
crime.
B) partícipe é aquele que, também praticando a conduta que a lei define como crime, contribui, de qualquer
modo, para a sua realização.
C) é possível a coautoria nos crimes de mão própria.
D) é admissível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro conheça a especial condição do autor.
E) é inadmissível a participação nos crimes omissivos próprios.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Embora seja coautor todo aquele que pratica o comportamento definido como crime, não é
necessário que a conduta seja idêntica, pois pode haver hipótese de coautoria funcional, na qual os agentes
praticam condutas diversas, que se complementam.

B) ERRADA: O partícipe não pratica a conduta descrita no núcleo do tipo;

C) ERRADA: Nos crimes de mão própria não se admite coautoria, em razão de o crime dever ser praticado
especificamente por determinada pessoas;

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D) CORRETA: Nos crimes próprios é plenamente possível a coautoria, desde que o outro agente tenha pleno
conhecimento da condição do outro coautor.

E) ERRADA: Nos crimes omissivos próprios se admite a participação moral, quando, por exemplo, alguém
induz outra pessoa a se omitir.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

10. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL) Maria, enfermeira, por ordem do médico João,
ministrou veneno ao paciente, supondo tratar-se de um medicamento, ocasionando-lhe a morte. Nesse
caso,
A) não há concurso de agentes, mas apenas um autor mediato, pela realização indireta do fato típico.
B) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria co-autora.
C) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria partícipe.
D) há concurso de agentes, figurando tanto João como Maria na condição de autores.
E) há concurso de agentes, figurando Maria como autora e João como co-autor.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, há autoria mediata, pois o Médico João se valeu de uma pessoa sem dolo (em razão do erro
determinado por terceiro) para praticar um delito. Assim, não há que se falar em concurso de agentes.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

11. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA ADMINISTRATIVO) José instigou Pedro, agindo sobre a vontade deste,
de forma a fazer nascer neste a idéia da prática do crime. João prestou auxílio a Pedro, emprestando-lhe
uma arma para que pudesse executar o delito. José e João são considerados, tecnicamente,
A) co-autores.
B) autores.
C) Partícipes.
D) partícipe e co-autor, respectivamente.
E) co-autor e partícipe, respectivamente.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, ambos apenas auxiliaram (moralmente e materialmente) o autor a praticar o delito, motivo pelo
qual são considerados partícipes do crime.

Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

12. (FCC - 2008 - MPE-CE - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos chamados crimes monossubjetivos,
A) o concurso de pessoas é eventual.

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B) o concurso de pessoas só ocorre no caso de autoria mediata.


C) o concurso de pessoas é necessário.
D) não há concurso de pessoas.
E) há concurso de pessoas apenas na forma de participação.

COMENTÁRIOS

Nos crimes monossubjetivos, em regra o delito é praticado por um único agente, não sendo necessária a
pluralidade de agentes. Portanto, nestes crimes (que são a regra), o concurso de agentes é meramente
eventual.

Assim, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

13. (FCC - 2011 - TRE-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com o Código Penal
brasileiro,
A) não há distinção entre autores, co-autores e partícipes, que incidem de forma idêntica nas penas
cominadas ao delito.
B) os autores, co-autores e partícipes incidem nas penas cominadas ao delito na medida de sua culpabilidade.
C) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos co-autores e partícipes.
D) ao autor principal e aos co-autores será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos partícipes.
E) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo que os co-autores e os partícipes terão
obrigatoriamente a pena reduzida de um sexto a um terço.

COMENTÁRIOS

Com relação à punibilidade de cada um dos participantes do evento criminoso, o CP prevê que cada um seja
punido de acordo com sua culpabilidade, não estabelecendo, em abstrato, penas mais graves para um ou
para outro, bem como não estabelecendo que as penas devam ser idênticas. Nos termos do art. 29 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

14. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA) João instigou José a praticar
um crime de roubo. Luiz forneceu-lhe a arma. Pedro forneceu-lhe todas as informações sobre a residência
da vítima e sobre o horário em que esta ficava sozinha. No dia escolhido, José, auxiliado por Paulo,
ingressou na residência da vítima. José apontou-lhe a arma, enquanto Paulo subtraiu-lhe dinheiro e jóias.
Nesse caso, são considerados partícipes APENAS
A) Luiz e Pedro.
B) João, Luiz, Pedro e Paulo.

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C) João, Luiz e Pedro.


D) José, Pedro e João.
E) João, José, Luiz e Pedro.

COMENTÁRIOS

João e Luiz são partícipes, pois auxiliaram José a cometer o crime, o primeiro, moralmente, e o segundo,
materialmente. Pedro por sua vez, também é partícipe, pois forneceu informações ao autor do crime,
auxiliando-o materialmente. Já Paulo e José são autores do crime, pois praticaram a conduta descrita no
núcleo do tipo e roubo (art. 157 do CP).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

15. (FCC - 2011 - TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No concurso de pessoas,
A) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de metade.
B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
C) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena do crime
cometido, reduzida de um a dois terços.
D) as circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam, sejam, ou não, elementares do crime.
E) a instigação e o auxílio, em qualquer hipótese, são puníveis mesmo que o crime não ocorra.

COMENTÁRIOS

Com relação à punibilidade de cada um dos participantes do evento criminoso, o CP prevê que cada um seja
punido de acordo com sua culpabilidade, não estabelecendo, em abstrato, penas mais graves para um ou
para outro. Nos termos do art. 29 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Na participação de menor importância, a pena é diminuída de um sexto a um terço, não de metade (art. 29,
§ 1° do CP). Além disso, quando o agente quis participar de crime menos grave (tendo outro agente cometido
um crime mais grave), aplica-se ao primeiro a pena do crime previsto (NÃO A DO CRIME COMETIDO!),
aumentada até a metade, CASO FOSSE PREVISÍVEL A PRÁTICA DO CRIME MAIS GRAVE (art. 29, § 2° do CP).

A cooperação dolosamente distinta, também chamada de “participação em crime menos grave”, ocorre
quando ambos os agentes decidem praticar determinado crime, mas durante a execução, um deles decide
praticar outro crime, mais grave. Nesse caso, aplica-se o art. 29, § 2° do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

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§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada
a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Quanto à comunicabilidade das circunstâncias pessoais, nos termos do art. 30 do CP, elas só se comunicam
quando elementares do crime.

A instigação e o auxílio só são puníveis se o crime chegar, pelo menos, a ser tentado (art. 31 do CP).

Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

16. (FCC – 2006 – BCB – ANALISTA) Aquele que, sem praticar ato executório, concorre, de qualquer
modo, para a realização do crime, por ele responderá na condição de
a) coautor.
b) partícipe.
c) autor mediato.
d) coautor moral.
e) autor.

COMENTÁRIOS

O Brasil adotou a teoria diferenciadora (num conceito RESTRITIVO de autor), de viés objetivo-formal,
distinguindo-se autor e partícipe segundo a conduta realizada: autor é aquele que pratica a conduta prevista
no núcleo do tipo penal e partícipe é todo aquele que, sem realizar a conduta descrita no núcleo do tipo,
participa do evento criminoso. Assim, podemos definir a participação como a modalidade de concurso de
pessoas na qual o agente colabora para a prática delituosa, mas não pratica a conduta descrita no núcleo do
tipo penal.

A participação pode ser:

• Moral – É aquela na qual o agente não ajuda materialmente na prática do crime, mas instiga ou induz
alguém a praticar o crime. A instigação ocorre quando o partícipe age no psicológico do autor do
crime, reforçando a ideia criminosa, que já existe na mente deste. O induzimento, por sua vez, ocorre
quando o partícipe faz surgir a vontade criminosa na mente do autor, que não tinha pensado no
delito;
• Material – A participação material é aquela na qual o partícipe presta auxílio ao autor, seja
fornecendo objeto para a prática do crime, seja fornecendo auxílio para a fuga, etc. Este auxílio não
pode ser prestado após a consumação, salvo se o auxílio foi previamente ajustado.

Desta forma, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

17. (FCC – 2010 – SEFIN/RO – AUDITOR-FISCAL) José, sabendo que seu desafeto Paulo estava andando
de bicicleta numa estrada estreita, instiga João, motorista do veículo em que se encontrava, a imprimir ao
veículo velocidade elevada, na esperança de que Paulo venha a ser atropelado. João passa a correr em alta

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velocidade e atropela Paulo, mais adiante, ocasionado-lhe a morte. Nesse caso, ambos responderão pelo
crime, sendo que
a) ambos responderão por culpa.
b) José responderá por culpa e João por dolo eventual.
c) Jose responderá por dolo eventual e João por culpa.
d) ambos responderão por dolo eventual.
e) José responderá por dolo direito e João por dolo eventual.

COMENTÁRIOS

A questão é bem difícil, pois exige atenção do candidato. Senão vejamos:

Todo fato típico necessariamente engloba um elemento subjetivo, que pode ser o dolo ou a culpa. Vejamos
o que o CP nos diz a respeito do elemento subjetivo:

Art. 18 - Diz-se o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)


Crime doloso (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

I - doloso, quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo;(Incluído pela


Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Crime culposo (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

II - culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou


imperícia. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Parágrafo único - Salvo os casos expressos em lei, ninguém pode ser punido por fato
previsto como crime, senão quando o pratica dolosamente. (Incluído pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)

O crime será doloso quando o agente quiser o resultado ou aceitá-lo como CONSEQUÊNCIA NECESSÁRIA
(dolo direto de primeiro e segundo grau, respectivamente) ou, ainda, quando o agente aceitar o resultado
como provável e, mesmo não o querendo, assuma o risco de sua ocorrência, sem se importar com a eventual
ocorrência do mesmo (dolo indireto, na modalidade de dolo eventual). Há, ainda, o dolo alternativo, que é
a modalidade de dolo indireto na qual o agente pratica a conduta visando dois resultados alternativos, ou
seja, qualquer um deles é querido pelo autor.

O crime pode ser, ainda, culposo, quando o agente não quer o resultado nem aceita, de forma alguma, sua
ocorrência, no entanto, por violação de um dever de cuidado, o resultado acaba por ocorrer.
A culpa pode ser consciente, quando o agente prevê a possibilidade de ocorrência do resultado (mas acredita
que poderá evitá-lo) ou inconsciente, quando o agente sequer chega a prever a possibilidade de ocorrência
do resultado.

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CUIDADO: A previsão do resultado não é necessária (pois há a culpa inconsciente), mas a possibilidade de
que o resultado fosse previsto (também chamada de PREVISIBILIDADE) é necessária, eis que se não havia
qualquer possibilidade de prever aquele resultado, não há culpa.

No caso da questão, o enunciado expressamente diz que a estrada era estreita, de forma que imprimir alta
velocidade em um veículo, numa estrada estreita, havendo um ciclista na mesma, é assumir o risco da
ocorrência do resultado. Desta maneira, João responderia por homicídio doloso por dolo eventual. Porém,
a Banca entendeu que ele responderia apenas por culpa (imprudência).

A conduta de José é induzir alguém a praticar um ato de imprudência, mas com uma finalidade dolosa
(provocar eventuais danos ao ciclista Paulo).

Assim, entendo que o induzimento (portanto, participação) à prática de um crime doloso deve gerar a
responsabilização de quem induziu pelo mesmo crime daquele que realizou a conduta, nos termos do art.
29 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A Banca adotou o entendimento de que José responde por dolo eventual e João por culpa, pela imprudência.
Em minha visão, João agiu como dolo eventual também.

Entendo que ambos devam responder por dolo eventual (letra D).

Portanto, a AFIRMATIVA CORRETA É A LETRA C (RESULTADO DA BANCA)

18. (FCC – 2012 – ISS/SP – AFTM) A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que
a) a importância da participação não influi na pena a ser imposta.
b) não é possível participação por omissão em crime comissivo.
c) é possível a participação em crime omissivo puro.
d) não pode haver participação em contravenção.
e) é possível participação dolosa em crime culposo.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA - A alternativa está errada, pois a participação de cada agente determina na quantidade da pena
a ser aplicada. Vejamos:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto


a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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B) ERRADA - É possível a participação omissiva no crime comissivo, através da omissão de quem tenha o
dever legal de evitar o resultado. Não agindo, será considerado partícipe, nos termos do art. 13, §2º do CP.

C) CORRETA - De fato, é possível a participação em crime omissivo puro, na modalidade de participação


moral à prática da omissão. EXEMPLO: Alguém que instiga um funcionário público a deixar de praticar um
ato de ofício por sentimento pessoal. Nesse caso estará participando do crime de prevaricação (art. 319), na
modalidade de participação moral;

D) ERRADA - Não há qualquer vedação ao concurso de agentes para a prática de contravenções.

E) ERRADA - A Doutrina majoritária não admite a participação dolosa em crime culposo, por entender que
como o crime culposo não é direcionado à prática de um delito, impossível o liame subjetivo entre autor e
partícipe, indispensável à ação mediante concurso de agentes.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

19. (FCC – 2009 – DPE/MA – DEFENSOR PÚBLICO) Os requisitos para a ocorrência do concurso de pessoas
no cometimento de crime são:
a) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado
do crime e vínculo objetivo-subjetivo entre autor e partícipe.
b) presença física de autor e partícipe, nexo de causalidade entre o comportamento do coautor e o resultado
do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime.
c) presença física de autor e partícipe, pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o
comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade
do crime.
d) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado
do crime; vínculo objetivo entre autor e partícipe e identidade do crime.
e) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado
do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime.

COMENTÁRIOS

O concurso de pessoas pode ser conceituado como a colaboração de dois ou mais agentes para a prática
de um delito ou contravenção penal.

O concurso de pessoas é regulado pelos arts. 29 a 31 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto


a um terço. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada
a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

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Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo


quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Casos de impunibilidade

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em


contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Cinco são os requisitos para que seja caracterizado o concurso de pessoas:

• Pluralidade de agentes culpáveis (e, obviamente, de condutas)


• Relevância da colaboração (nexo de causalidade)
• Vínculo subjetivo (ou liame subjetivo)
• Unidade de crime (ou contravenção) para todos os agentes
• Existência de fato punível

Vejam que a questão trata de apenas quatro, esquecendo da "existência de fato punível", que para alguns
autores não é um requisito, por ser inerente à própria noção de delito.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

20. (FCC – 2012 – TJ/GO – JUIZ ESTADUAL) Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que
a) nos crimes plurissubjetivos o concurso é eventual.
b) a autoria mediata configura coautoria.
c) nos crimes funcionais a condição de servidor público do autor não se comunica ao partícipe não
funcionário, se este desconhecia a condição daquele.
d) a participação de menor importância constitui circunstância atenuante, a ser considerada na segunda
etapa do cálculo da pena.
e) as mesmas penas deverão ser aplicadas a todos os coautores e partícipes.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Nos crimes plurissubjetivos o concurso é NECESSÁRIO, pois o crime depende da presença de
mais de um sujeito ativo ou passivo para sua caracterização.

B) ERRADA: A autoria mediata não configura coautoria pois na autoria mediata não há vínculo, liame
subjetivo entre o autor mediato e a pessoa que é "usada" como mero instrumento para a prática do delito.

C) CORRETA: A condição de funcionário público nos crimes funcionais é uma ELEMENTAR do delito, que se
comunica aos demais agentes, DESDE que estes conheçam a condição de funcionário público do comparsa,

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nos termos do art. 30 do CP, pois não se pode punir alguém por algo que não conhecia (responsabilidade
objetiva).

D) ERRADA: A participação de menor importância é CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA, a ser aplicada na


TERCEIRA fase da dosimetria da pena, nos termos do art. 29, §1º do CP.

E) ERRADA: As penas devem ser aplicadas na medida da culpabilidade de cada um dos agentes, nos termos
do art. 29 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

21. (FCC – 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) A respeito do concurso de pessoas, é
correto afirmar:
a) Para fins de aplicação da pena no concurso de pessoas é irrelevante que a participação tenha sido de
menor importância.
b) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena do crime mais
grave.
c) É possível a participação em crime comissivo puro.
d) As condições e circunstâncias pessoais comunicam-se entre os coautores e partícipes quando não forem
elementares do crime.
e) Pode ocorrer participação culposa em crime doloso ou participação dolosa em crime culposo.

COMENTÁRIOS

A) ERRADA: Nos termos do art. 29, §1º, a pena poderá ser diminuída de um sexto a um terço caso a
participação seja de menor importância.

B) ERRADA: A pena a ser aplicada, neste caso, é a do crime MENOS grave, podendo haver uma majoração
caso fosse previsível a ocorrência do crime mais grave, nos termos do art. 29, §2º do CP.

C) CORRETA: Cuidado! A Banca induz o candidato a achar que se está a tratar de crime OMISSIVO puro, mas
na verdade fala em crime COMISSIVO puro, que admite plenamente a participação. A participação em crime
OMISSIVO puro é controvertida na Doutrina.

D) ERRADA: As circunstâncias pessoais não se comunicam, e regra, salvo se ELEMENTARES do crime, nos
termos do art. 30 do CP.

E) ERRADA: A Doutrina não admite a participação dolosa em crime culposo (e o STJ também não), nem a
participação culposa em crime doloso.

Para que haja participação, a homogeneidade subjetiva é requisito indispensável. Assim, só há participação
dolosa em crime doloso, não sendo possível cogitar da ocorrência de participação culposa em crime doloso,
ou, da participação dolosa em crime culposo.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

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22. (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - PROVIMENTO)


Necessariamente, autores e partícipes recebem
a) penas idênticas.
b) penas, respectivamente, mais e menos graves.
c) penas, respectivamente, menos e mais graves.
d) penas igualmente graves, mas de espécies distintas.
e) penas igualmente graves, salvo se diversa for sua culpabilidade.

COMENTÁRIOS

Nos termos do art. 29 do CP, cada um será punido na medida de sua culpabilidade:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Assim, não há como definir, a princípio, quem receberia pena mais grave e quem receberia pena menos
grave. Também não podemos afirmar, categoricamente, que receberiam penas idênticas.

Assim, a alternativa que melhor resolve a questão é a letra E, eis que, de fato, havendo culpabilidade igual,
receberão penas igualmente graves. Se a culpabilidade for distinta, receberão penas distintas.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

23. (FCC - 2013 - DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO) Se alguém instiga outrem a surrar inimigo comum, mas
o instigado se excede e mata a vítima, é correto afirmar que
a) a conduta do partícipe é atípica.
b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer aumento de pena, se não podia prever o
resultado morte.
c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso, mas fará jus, necessariamente, ao reconhecimento da
participação de menor importância.
d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena aumentada até um terço, se previsível o
resultado letal.
e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo que tenha assumido o risco do resultado
morte.

COMENTÁRIOS

Aqui temos o que se chama de cooperação dolosamente distinta, que ocorre quando um dos agentes quis
participar de CRIME MENOS GRAVE, mas outro dos comparsas acabou praticando CRIME MAIS GRAVE.
Vejamos:

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Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...)

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada
a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o
resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Vejam que, em qualquer caso, o agente que quis praticar o crime menos grave receberá a pena DESTE.
Entretanto, se o crime mais grave (e que efetivamente ocorreu) era previsível, a pena será aumentada até a
metade.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

24. (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Indivíduos que são alcançados pela lei penal, não porque
tenham praticado uma conduta ajustável a uma figura delitiva, mas porque, executando atos sem
conotação típica, contribuíram, objetivamente e subjetivamente, para a ação criminosa de outrem
a) não são punidos por atipicidade da conduta.
b) são coautores e incidem na mesma pena cabível ao autor do crime.
c) são concorrentes de menor importância e têm a pena diminuída de um sexto a um terço.
d) são considerados partícipes e incidem nas penas cominadas ao crime, na medida de sua culpabilidade.
e) podem ser coautores ou partícipes e a pena, em qualquer caso, é diminuída de um terço.

COMENTÁRIOS

Como o CP adotou a teoria objetivo-formal para distinguir autor e partícipe (sendo autor aquele que pratica
a conduta descrita no núcleo do tipo e partícipe aquele que colabora, de alguma forma, com a conduta do
autor), temos que a alternativa correta é a letra D, pois tais pessoas são consideradas partícipes e incidem
nas penas cominadas ao crime, na medida de sua culpabilidade. Vejamos:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

25. (VUNESP – 2018 – PC-SP - INVESTIGADOR) No que diz respeito ao concurso de pessoas e às expressas
regras do CP (arts. 29 a 31),
(A) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
punibilidade.
(B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
voluntariedade.

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(C) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime.
(D) mesmo que o crime sequer seja tentado, o ajuste, a determinação ou a instigação e o auxílio sempre são
puníveis.
(E) aplica-se a mesma pena a todos os coautores, ainda que a participação seja de menor importância.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua CULPABILIDADE”, conforme art. 29 do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua CULPABILIDADE”, conforme art. 29 do CP.

c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 30 do CP.

d) ERRADA: Item errado, pois se o crime não chega sequer a ser tentado, o ajuste, a determinação ou
instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, conforme art. 31 do CP.

e) ERRADA: Item errado, pois cada um responderá na medida de sua culpabilidade, não havendo aplicação
de pena necessariamente idêntica a todos os infratores. Ademais, se a participação é de menor importância,
a pena é diminuída de um sexto a um terço, conforme art. 29, §1º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

26. (VUNESP – 2018 – PC-SP - ESCRIVÃO) A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que
(A) Mévio e Caio, pelo ajuste da prática de furto à residência de Tício, uma vez descoberto o plano, serão
punidos, ainda que o crime não chegue a ser tentado.
(B) Mévio e Caio, tendo furtado a residência dos pais de Caio, são isentos de pena, aplicando-se a ambos o
perdão legal que exime de pena os crimes patrimoniais, cometidos sem violência, em detrimento de
ascendentes.
(C) Mévio, tendo ajustado com Caio apenas a prática de furto à residência de Tício, responderá pelos demais
crimes eventualmente praticados por Caio, ainda que não previsíveis.
(D) Caio, empresário, ciente da condição de funcionário público de Mévio, tendo o auxiliado na prática de
peculato-furto, não responderá pelo crime funcional, já que a condição pessoal de funcionário público de
Mévio a ele não se comunica.
(E) Mévio, pela participação de menor importância na prática de furto à residência de Tício, poderá ter a
pena diminuída.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois se o crime não chega sequer a ser tentado, o ajuste, a determinação ou
instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, conforme art. 31 do CP.

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b) ERRADA: Item errado, pois a causa pessoal de isenção de pena do art. 181, II não se aplica ao estranho
que participa do crime (art. 183, II do CP), logo, apenas Caio será beneficiado pela causa pessoal de isenção
de pena.

c) ERRADA: Item errado, pois nesse caso terá havido cooperação dolosamente distinta, de forma que Mévio
responderá apenas pelo crime que quis praticar (furto), na forma do art. 29, §2º do CP.

d) ERRADA: Item errado, pois neste caso Caio também responderá por peculato-furto, pois a condição
pessoal do comparsa (ser funcionário público) se comunicará com Caio, por ser elementar do delito, na forma
do art. 30 do CP.

e) CORRETA: Item correto, pois se a participação é de menor importância, a pena pode ser diminuída de um
sexto a um terço, conforme art. 29, §1º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.

27. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) É requisito para a configuração do concurso de pessoas
(A) uma única conduta.
(B) a irrelevância causal das condutas.
(C) a identidade de crime para todos os envolvidos.
(D) a autoria incerta.
(E) o prévio ajuste entre os agentes.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois é necessário que haja pluralidade de condutas.

b) ERRADA: Item errado, pois é necessário que haja relevância causal das condutas, ou seja, que as condutas
tenham, de alguma forma, contribuído para a infração.

c) CORRETA: Item correto, pois, de fato, a identidade (ou unidade) de infração penal é um dos requisitos do
concurso de agentes.

d) ERRADA: Item errado, pois não é necessário que a autoria seja incerta.

e) ERRADA: Item errado, pois o prévio ajuste é dispensável, podendo haver ajuste concomitante à prática
delituosa ou, até mesmo, adesão subjetiva de um dos agentes à conduta do outro.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

28. (VUNESP – 2018 – PC-BA - INVESTIGADOR) Sobre o concurso de pessoas e as previsões expressas da
legislação penal, assinale a alternativa correta.
(A) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.

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(B) Se a participação for de menor importância, será aplicada atenuante genérica.


(C) Ao concorrente que quis participar de crime menos grave, será aplicada a mesma pena do concorrente,
diminuída, no entanto, de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço).
(D) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do crime, são
incomunicáveis aos coautores.
(E) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são puníveis ainda que o crime não chegue a ser
tentado.

COMENTÁRIOS

a) CORRETA: Item correta, pois esta é a exata previsão do art. 29 do CP:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

b) ERRADA: Item errado, pois neste caso (participação de menor importância) teremos uma causa de
diminuição de pena, e não atenuante genérica, conforme art. 29, §1º do CP (redução de um sexto a um
terço).

c) ERRADA: Item errado, pois ao concorrente que quis participar de crime menos grave será aplicada a pena
deste, mas essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave,
conforme art. 29, §2º do CP (trata-se da chamada “cooperação dolosamente distinta”).

d) ERRADA: Item errado, pois não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, EXCETO
quando forem elementares do crime, na forma do art. 30 do CP.

e) ERRADA: Item errado, pois, salvo disposição expressa em contrário, o ajuste, a determinação ou instigação
e o auxílio não são puníveis se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado, conforme art. 31 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

29. (VUNESP – 2017 – PREF. PORTO FERREIRA-SP – PROCURADOR) Sobre o concurso de pessoas, assinale
a alternativa correta.
a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
personalidade.
b) Se a participação for de maior importância, a pena pode ser majorada de um sexto a um terço.
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa
pena será aumentada até o dobro, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime.
e) O ajuste, a determinação, a sedição ou instigação e o auxílio ou cooperação material não são puníveis, se
o crime não chega, pelo menos, a ser executado.

COMENTÁRIOS

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a) ERRADA: Item errado, pois quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua CULPABILIDADE, nos termos do art. 29 do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois não há previsão de causa de aumento de pena para a participação de maior
importância, embora há causa de diminuição de pena para a participação de MENOR importância, na forma
do art. 29, §1º do CP.

c) ERRADA: Item errado, pois no caso de cooperação dolosamente distinta (participação em crime menos
grave), o agente que quis participar de crime menos grave, receberá a pena deste, mas essa pena será
aumentada até a METADE na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave, na forma do art. 29, §2º
do CP.

d) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 30 do CP, que estabelece a
incomunicabilidade das condições e circunstâncias de caráter pessoal, exceto quando forem elementares do
delito.

e) ERRADA: Item errado, pois tais condutas, como REGRA, não são puníveis se o crime não chega pelo menos
a ser tentado, na forma do art. 31 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

30. (VUNESP – 2015 – PC-CE – INSPETOR) No que diz respeito ao concurso de pessoas, segundo as
disposições previstas no Código Penal, é correto afirmar que
a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do
crime.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, independentemente
se quis participar de crime menos grave
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
puníveis, se o crime, apesar de iniciada a execução, não chega a ser consumado.
d) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
e) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena pode ser diminuída de um sexto
a um terço.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Item errado, pois tais circunstâncias e condições se comunicam quando forem elementares do
delito, nos termos do art. 30 do CP.

b) ERRADA: Item errado, pois se o agente quis participar de crime menos grave, e acaba sobrevindo resultado
mais gravoso, responde apenas pelo crime que quis praticar (cooperação dolosamente distinta), com ou sem
o aumento de pena (até a metade), a depender da previsibilidade da ocorrência do resultado mais gravoso,
nos termos do art. 29, §2º do CP.

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c) ERRADA: Item errado, pois o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa
em contrário, não são puníveis, se o crime não chega a ser, ao menos, TENTADO. Se, uma vez iniciada a
execução, o resultado não ocorrer, os agentes responderão pelo delito na forma tentada, nos termos do art.
14, II do CP.

d) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 29 do CP.

e) ERRADA: Item errado, pois se o agente quis participar de crime menos grave, e acaba sobrevindo resultado
mais gravoso, responde apenas pelo crime que quis praticar (cooperação dolosamente distinta), com ou sem
o aumento de pena (até a metade), a depender da previsibilidade da ocorrência do resultado mais gravoso,
nos termos do art. 29, §2º do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

31. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO) Segundo o conceito restritivo, é autor aquele que
a) tem o domínio do fato.
b) realiza a conduta típica descrita na lei.
c) contribui com alguma causa para o resultado.
d) age dolosamente na prática do crime.
e) pratica o fato por interposta pessoa que atua sem culpabilidade.

COMENTÁRIOS

Segundo o conceito restritivo de autor, adotado pelo CP, autor é aquele que realiza a conduta descrita no
núcleo do tipo penal, materializando, assim, a adoção da teoria objetivo-formal pelo CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.

32. (VUNESP – 2014 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – ADVOGADO) CP, art. 30: quando se verifica
o concurso de pessoas em matéria penal, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal,
a) salvo nos crimes contra a Administração Pública.
b) salvo no caso de extinção da punibilidade.
c) salvo nos crimes contra a Fé Pública.
d) salvo quando elementares do crime.
e) em hipótese alguma.

COMENTÁRIOS

As circunstâncias e as condições de caráter pessoal em regra não se comunicam, salvo quando elementares
do crime, nos termos do art. 30 do CP.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

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33. (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) No que tange ao concurso de pessoas nos crimes
de corrupção ativa e passiva, o Código Penal adotou a teoria
a) monista.
b) causal.
c) dualista.
d) pluralística.

COMENTÁRIOS

No que tange aos crimes de corrupção ativa e passiva o CP adotou a teoria dualista, eis que num mesmo
contexto criminoso, em relação ao corruptor e ao corrompido, cada um responderá por um delito diferente
(o particular por corrupção ativa e o funcionário por corrupção passiva).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

34. (VUNESP – 2002 – SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS) No crime de concussão, a circunstância de
ser um dos agentes funcionário público:
a) não é elementar, não se comunicado, portanto, ao concorrente particular.
b) é elementar, mas não se comunica ao concorrente particular.
c) é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, ainda que este desconheça a condição daquele.
d) é elementar comunicando-se ao concorrente particular, se este conhecia a condição daquele.
e) não é elementar, comunicando-se, em qualquer situação ao concorrente particular.

COMENTÁRIOS

No concurso de agentes na prática de crime PRÓPRIO, a condição exigida pelo tipo penal (no caso da
concussão a condição de funcionário público), pertencente a apenas um dos comparsas, aos demais se
estende, quando for ELEMENTAR do delito.

Vejamos:

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo


quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

A condição de funcionário, neste caso, sendo elementar, comunica-se ao outro comparsa, de forma que a
ele se aplica, DESDE QUE ele conheça a existência desta condição em relação ao outro comparsa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

35. (FGV / 2022 / PCERJ)

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Agamenon, Aquiles, Ájax e Cadmo combinam de furtar pneus de veículos automotores do interior de um
galpão cercado de mato e aparentemente abandonado. Agamenon e Cadmo permanecem no carro, ao passo
que Ájax arromba o portão e Aquiles ingressa, se deparando, pouco depois, com um vigia. Diante da reação
ao ingresso não consentido, de posse de um vergalhão, Aquiles golpeia, perfura e mata o vigia. Considerando
esse cenário, é correto afirmar que Agamenon, Ájax e Cadmo responderão por:
(A) participação de menor importância;
(B) cooperação dolosamente distinta;
(C) autoria colateral;
(D) participação mediante omissão;
(E) coautoria sucessiva.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, Aquiles acabou praticando um crime mais grave que aquele combinado com Ájax, Agamenon e
Cadmo. Estes últimos, portanto, desejavam apenas praticar um furto, de maneira que não serão
responsabilizados pela conduta unicamente realizada por Aquiles (roubo). Trata-se do fenômeno da
cooperação dolosamente distinta, art. 29, §2º do CP, de forma que Ájax, Agamenon e Cadmo receberão a
pena do crime menos grave que queriam praticar (furto).

GABARITO: Letra B

36. (FGV / 2018 / TJAL)

No Direito Penal, a doutrina costuma reconhecer o concurso de pessoas quando a infração penal é cometida
por mais de uma pessoa, podendo a cooperação ocorrer através de coautoria ou participação.

Sobre o tema, de acordo com o Código Penal, é correto afirmar que:


(A) o auxílio material é punível se o crime chegar, ao menos, a ser cogitado;
(B) as circunstâncias de caráter pessoal, diante de sua natureza, não se comunicam, ainda que elementares
do crime;
(C) em sendo de menor importância a participação ou coautoria, a pena poderá ser reduzida de um sexto a
um terço;
(D) a teoria sobre concurso de agentes adotada pela legislação penal brasileira, em regra, é a dualista;
(E) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste.

COMENTÁRIOS

(A) ERRADA: Item errado, pois para que o ajuste, a determinação, instigação ou auxílio sejam puníveis é
necessário que o crime chegue ao menos a ser tentado, nos termos do art. 31 do CP.
(B) ERRADA: Item errado, pois as circunstâncias de caráter pessoal, quando elementares do crime, se
comunicarão ao comparsa, desde que este tenha conhecimento da existência de tal condição, nos termos
do art. 30 do CP.
(C) ERRADA: Item errado, pois em sendo de menor importância a participação, a pena poderá ser reduzida
de um sexto a um terço, nos termos do art. 29, §1º do CP. Prevalece na Doutrina, embora com algumas

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críticas, que a diminuição de pena relativa à participação somente se aplica à participação em sentido estrito
(conduta do partícipe), não se aplicando ao coautor.
(D) ERRADA: Item errado, pois a teoria adotada em regra, quanto à punibilidade no concurso de agentes, é
a teoria monista (monística ou unitária).
(E) CORRETA: Item correto, pois essa é a exata previsão do art. 29, §2º do CP, que trata da cooperação
dolosamente distinta:

Art. 29 (...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-
á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

GABARITO: Letra E

37. (FGV / 2018 / OAB)


Pedro e Paulo combinam de praticar um crime de furto em determinada creche, com a intenção de subtrair
computadores. Pedro, então, sugere que o ato seja praticado em um domingo, quando o local estaria
totalmente vazio e nenhuma criança seria diretamente prejudicada.
No momento da empreitada delitiva, Pedro auxilia Paulo a entrar por uma janela lateral e depois entra pela
porta dos fundos da unidade. Já no interior do local, eles verificam que a creche estava cheia em razão de
comemoração do “Dia das Mães”; então, Pedro pega um laptop e sai, de imediato, pela porta dos fundos,
mas Paulo, que estava armado sem que Pedro soubesse, anuncia o assalto e subtrai bens e joias de crianças,
pais e funcionários. Captadas as imagens pelas câmeras de segurança, Pedro e Paulo são identificados e
denunciados pelo crime de roubo duplamente majorado.
Com base apenas nas informações narradas, a defesa de Pedro deverá pleitear o reconhecimento da
A) participação de menor importância, gerando causa de diminuição de pena.
B) cooperação dolosamente distinta, gerando causa de diminuição de pena.
C) cooperação dolosamente distinta, gerando aplicação da pena do crime menos grave.
D) participação de menor importância, gerando aplicação da pena do crime menos grave.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, Paulo acabou praticando um crime mais grave que aquele combinado com Pedro. Este último,
portanto, desejava apenas praticar um furto, de maneira que não será responsabilizado pela conduta
unicamente realizada por Paulo (roubo). Trata-se do fenômeno da cooperação dolosamente distinta, art. 29,
§2º do CP, de forma que Pedro receberá a pena do crime menos grave que queria praticar (furto).

GABARITO: Letra C

38. (FGV / 2018 / MPE-RJ)


De maneira geral, os delitos tipificados no ordenamento jurídico brasileiro são de concurso eventual, tendo
em vista que podem ser executados por uma ou mais pessoas. Excepcionalmente, porém, existem delitos de
concurso necessário, sendo indispensável a pluralidade de agentes para configuração do tipo. Sobre o tema
concurso de pessoas, é correto afirmar que:

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A) o Código Penal, como regra geral, adota a teoria Monista, de modo que autor e partícipe respondem pelo
mesmo crime, cada um, porém, na medida de sua culpabilidade;
B) a participação de menor importância permite a aplicação de regime inicial de pena menos severo, mas
não poderá funcionar como causa de diminuição de pena;
C) as circunstâncias objetivas se comunicam aos coautores, diferente das de caráter pessoal, que não se
comunicam, ainda que elementares do tipo;
D) a pluralidade de pessoas e a relevância causal das condutas são requisitos para sua configuração, mas não
são requisitos para configurar o liame subjetivo;
E) os crimes classificados como próprios não admitem coautoria ou participação.

COMENTÁRIOS

A) CORRETA: Item correto, pois, de fato o CP, como regra geral, adota a teoria monista (monística ou
unitária), de modo que autor e partícipe respondem pelo mesmo crime, cada um, porém, na medida de sua
culpabilidade:

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

B) ERRADA: Item errado, pois a participação de menor importância é causa de diminuição de pena de um
sexto a um terço, nos termos do art. 29, §1º do CP.
C) ERRADA: Item errado, pois as circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam em regra, salvo quando
elementares do tipo, nos termos do art. 30 do CP.
D) ERRADA: Item errado, pois o liame subjetivo (vínculo de vontades) também é elemento essencial à
configuração do concurso de agentes.
E) ERRADA: Item errado, pois nada impede o concurso de agentes (por coautoria ou participação) em crimes
próprios, desde que o comparsa tenha conhecimento da condição pessoal específica do outro agente, eis
que tal condição pessoal, por ser elementar do delito, irá se comunicar entre os agentes (ex.: servidor pratica
crime funcional juntamente com um particular, que sabe que seu comparsa é servidor).
GABARITO: Letra A

39. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Rafael e Francisca combinam praticar um crime de
furto em uma residência onde ela exercia a função de passadeira. Decidem, então, subtrair bens do imóvel
em data sobre a qual Francisca tinha conhecimento de que os proprietários estariam viajando, pois assim
ela tinha certeza de que os patrões, de quem gostava, não sofreriam qualquer ameaça ou violência.

No dia do crime, enquanto Francisca aguarda do lado de fora, Rafael entra no imóvel para subtrair bens.
Ela, porém, percebe que o carro dos patrões está na garagem e tenta avisar o fato ao comparsa para que
este saísse rápido da casa. Todavia, Rafael, ao perceber que a casa estava ocupada, decide empregar
violência contra os proprietários para continuar subtraindo mais bens. Descobertos os fatos, Francisca e
Rafael são denunciados pela prática do crime de roubo majorado.
Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) de Francisca deverá buscar

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A) sua absolvição, tendo em vista que não desejava participar do crime efetivamente praticado.
B) o reconhecimento da participação de menor importância, com aplicação de causa de redução de pena.
C) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se a pena do furto
qualificado.
D) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se causa de
diminuição de pena sobre a pena do crime de roubo majorado.

COMENTÁRIOS

Nesse caso, o advogado deve buscar o reconhecimento da “cooperação dolosamente distinta” ou


“participação em crime menos grave”, prevista no art. 29, §2º do CP, pois Francisca quis participar apenas
de um furto, não de um roubo. Neste caso, Francisca deve responder pelo crime de furto, que foi aquele que
efetivamente quis praticar.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

40. (FGV – 2015 – TJ-RO – OFICIAL DE JUSTIÇA) O Código Penal brasileiro traz diversos crimes que podem
ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê algumas hipóteses em que o concurso de pessoas
é necessário. Como regra geral, quando duas ou mais pessoas, unidas em ações e desígnios, praticam em
conjunto um delito, pode-se falar em concurso de pessoas. Sobre essa tema, é correto afirmar que o Código
Penal adotou, em regra, a Teoria:
a) Pluralista, com exceções;
b) Dualista, sem exceções;
c) Monista, com exceções;
d) Dualista, com exceções;
e) Monista, sem exceções.

COMENTÁRIOS

O CP brasileiro adotou a teoria monista, estabelecendo que todos aqueles que participam de uma
empreitada criminosa (em concurso de agentes), respondem pelo mesmo tipo penal (mesmo crime).
Todavia, existem exceções, como ocorre no caso do aborto provocado por terceiro com o consentimento da
gestante, no qual o terceiro responde por um crime (art. 126 do CP) e a gestante responde por outro (art.
124 do CP).

Assim, adotamos uma teoria monista, com exceções.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.

41. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR SUBSTITUTO) Sobre o tema concurso de agentes, é correto afirmar
que:

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a) em regra, aquele que instiga terceira pessoa à prática de um crime, por este responde, ainda que o
instigado não tenha iniciado a execução do delito;
b) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do
crime;
c) na teoria da acessoriedade limitada, somente haverá a punição do partícipe se o autor houver praticado
uma conduta que seja típica, ilícita e culpável;
d) se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena deste lhe será aplicada, com o
aumento de metade na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave;
e) não se exige homogeneidade de elemento subjetivo no concurso de pessoas, admitindo-se participação
culposa em crime doloso.

COMENTÁRIOS

a) ERRADA: Se o agente sequer inicia a execução, não há fato punível, na forma do art. 31 do CP.

b) ERRADA: As circunstâncias e as condições de caráter pessoal, quando elementares do crime, se


comunicam aos demais agentes, na forma do art. 30 do CP.

c) ERRADA: Para a teoria da acessoriedade limitada, haverá a punição do partícipe se o autor houver
praticado uma conduta que seja, pelo menos, típica e ilícita.

d) ERRADA: O item foi dado como correto, mas está errado. Tal item trata da cooperação dolosamente
distinta, prevista no art. 29, §2º do CP:

Art. 29 (...) § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-
á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Como se vê, o agente que quis participar do crime menos grave responderá por este, mas sua pena será
aumentada ATÉ a metade caso fosse previsível o resultado mais grave. O item fala em aumento DE METADE.
Isso está errado, pois aumentar a pena DE METADE significa, necessariamente, mais 50% de pena, ao passo
que aumentar ATÉ A METADE significa que o aumento pode CHEGAR A 50% (mas não necessariamente).

Item errado, ao meu ver, o que geraria a anulação da questão.

e) ERRADA: Item errado, pois o vínculo subjetivo entre os agentes deve ser homogêneo, ou seja, os agentes
devem “querer a mesma coisa”, de forma que não há possibilidade de haver participação dolosa em crime
culposo, e vice-versa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D (MERECIA ANULAÇÃO)

42. (FGV – 2014 – PROCEMPA – ADVOGADO) Com relação ao tema responsabilidade penal no concurso
de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.
a) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medida de sua culpabilidade.

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b) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime menos grave responde por
este e não pelo crime mais grave praticado pelo outro agente.
c) Sendo a participação de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3.
d) O Código Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem exceção, devendo todos os
participantes responder pelo mesmo crime.
e) Não há participação dolosa em crime culposo.

COMENTÁRIOS

a) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão do art. 29 do CP.

b) CORRETA: Tal item trata da cooperação dolosamente distinta, prevista no art. 29, §2º do CP. Se o agente
que quis participar do crime menos grave responderá por este, mas sua pena será aumentada ATÉ a metade
caso fosse previsível o resultado mais grave.

c) CORRETA: Item correto, pois esta é a exata previsão contida no art. 29, §1º do CP.

d) ERRADA: O CP brasileiro adotou a teoria monista, estabelecendo que todos aqueles que participam de
uma empreitada criminosa (em concurso de agentes), respondem pelo mesmo tipo penal (mesmo crime).
Todavia, existem exceções, como ocorre no caso do aborto provocado por terceiro com o consentimento da
gestante, no qual o terceiro responde por um crime (art. 126 do CP) e a gestante responde por outro (art.
124 do CP).

Assim, adotamos uma teoria monista, com exceções (também chamada de “teoria monista mitigada”).

e) CORRETA: Item correto, pois o vínculo subjetivo entre os agentes deve ser homogêneo, ou seja, os agentes
devem “querer a mesma coisa”, de forma que não há possibilidade de haver participação dolosa em crime
culposo, e vice-versa.

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D.

43. (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME UNIFICADO) Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda a
Lara, amiga de longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o crime, o melhor horário,
local etc. Após longas discussões de como poderia executar seu intento da forma mais eficiente possível,
a fim de não deixar nenhuma pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. A amiga prontamente atende
ao pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo correr conforme o planejado,
executará o homicídio naquele mesmo dia e assim o faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo é
descoberto pela polícia.
A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria, assinale a afirmativa correta.
A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de o crime ter sido praticado
contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por homicídio, sem a
presença da circunstância agravante.
B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio, incidindo, para ambas, a
circunstância agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente.

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C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio. Todavia, a agravante de ter sido, o
crime, praticado contra ascendente somente incide em relação à Sofia.
D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de ter sido, o crime, praticado
contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime, mas a agravante também lhe será aplicada.

COMENTÁRIOS

A teoria restritiva sustenta a tese de que autor do delito é aquele que pratica a conduta descrita no núcleo
do tipo penal (no caso em tela, o verbo “matar”), sendo partícipes todos aqueles que, não praticando a
conduta descrita no núcleo do tipo, prestam algum tipo de auxílio (moral ou material).

No caso em tela, apenas Sofia praticou a conduta descrita no núcleo do tipo penal (matar), de forma que
apenas esta é considerada AUTORA do delito.

Lara, por sua vez, não é considerada autora do delito, mas PARTÍCIPE, por ter prestado auxílio material
(emprestando a faca) à Sofia.

Com relação à agravante (de ter sido praticado contra ascendente), esta não é extensível à Lara, pois se trata
de circunstância agravante de caráter pessoal, aplicável apenas ao infrator que possui laço de parentesco
com a vítima, nos termos do art. 65, II, e, C/C art. 30 do CP:

Art. 61 - São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou
qualificam o crime:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...) II - ter o agente cometido o crime: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

(...) e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;

[...] Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo


quando elementares do crime. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)

Portanto, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

44. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Maria Joaquina, empregada doméstica de uma
residência, profundamente apaixonada pelo vizinho Fernando, sem que este soubesse, escuta sua
conversa com uma terceira pessoa acordando o furto da casa em que ela trabalha durante os dias de
semana à tarde. Para facilitar o sucesso da operação de seu amado, ela deixa a porta aberta ao sair do
trabalho. Durante a empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se encontrava destrancada,
Fernando e seu comparsa arrombam a porta dos fundos, ingressam na residência diversos objetos.
Diante desse quadro fático, assinale a opção que apresenta a correta responsabilidade penal de Maria
Joaquina.
a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de partícipe, eis que contribuiu de alguma
forma para o sucesso da empreitada criminosa ao não denunciar o plano.

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b) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso de agentes, afastada a qualificadora do
rompimento de obstáculo, por esta não se encontrar na linha de seu conhecimento.
c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua participação irrelevante para o sucesso
da empreitada criminosa.
d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro.

COMENTÁRIOS

No caso em tela, Maria Joaquina não deverá responder por qualquer infração penal, já que sua conduta foi
absolutamente irrelevante para o sucesso da empreitada criminosa. A colaboração de Maria Joaquina não
teve qualquer relevância para o fato criminoso, de maneira que não é punível (um dos requisitos da
punibilidade da participação é a relevância causal).

Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C. ==2ef49d==

45. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Analise detidamente as seguintes situações:

Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua filha foi estuprada por Terêncio. Imbuído
de relevante valor moral, contrata Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida do estuprador. O
serviço é regularmente executado.

Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando Julieta, parturiente, a matar o nascituro – o
que efetivamente acontece. Lucas sabia, desde o início, que Julieta estava sob a influência do estado
puerperal.
Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre o concurso de pessoas (concursus
delinquentium), é correto afirmar que
A) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio
qualificado por motivo torpe. No exemplo 2, Lucas e Julieta responderão pelo crime de infanticídio.
B) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio simples
(ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, Lucas, que
não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por homicídio, e Julieta pelo crime de infanticídio.
C) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio simples
(ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, tanto Lucas
quanto Julieta responderão pelo crime de homicídio (ele na modalidade simples, ela na modalidade
privilegiada em razão da influência do estado puerperal).
D) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio
qualificado pelo motivo fútil. No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado puerperal,
responderá por homicídio e Julieta pelo crime de infanticídio.

COMENTÁRIOS

Caso 01 – Tendo Amarildo agido mediante relevante valor moral, logo após injusta provocação da vítima,
Amarildo responde por homicídio privilegiado, mas essa circunstância, por ser de caráter pessoal, não se

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comunica a Ronaldo, que responde por homicídio qualificado pelo motivo torpe (mediante paga ou
promessa de recompensa);

Caso 02 – Embora o delito de infanticídio seja crime próprio, que só pode ser praticado pela mãe contra o
próprio filho, durante o estado puerperal, é atualmente pacífico o entendimento no sentido de que é possível
concurso de agentes, desde que o comparsa saiba da condição de sua comparsa, ou seja, saiba que ela está
matando o próprio filho sob a influência do estado puerperal. Assim, ambos responderão por infanticídio;

Assim, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.

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EXERCÍCIOS PARA PRATICAR

1. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – PROCESSO LEGISLATIVO) É certo que um crime pode
ser praticado por uma ou mais pessoas. Quando isso acontece, está-se diante da hipótese de concurso de
pessoas, também conhecido como concurso de agentes. Nesse caso,
a) ainda que algum dos concorrentes tenha querido participar de crime menos grave, ser-lhe-á,
obrigatoriamente, aplicada a pena idêntica do crime praticado pelo seu comparsa, ante a adoção pelo código
penal da teoria monista.
b) em hipótese alguma se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal na coautoria.
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são sempre puníveis, ainda que o crime não venha a ser
tentado.
d) os crimes plurissubjetivos não admitem a coautoria e a participação.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

2. (FCC – 2018 – ALE-SE – ANALISTA LEGISLATIVO – APOIO JURÍDICO) Hamilton resolve chamar um táxi
pelo aplicativo do celular a fim de conduzi-lo até determinado endereço. Após ingressar no veículo,
Hamilton recebe uma ligação em seu telefone, ocasião em que diz a pessoa que está do outro lado da linha
que está se dirigindo até o endereço do amante de sua esposa a fim de matá-lo. O motorista do táxi,
mesmo após ouvir a conversa de seu passageiro, o conduz até seu destino. No dia seguinte, o motorista
toma conhecimento pelo noticiário televisivo de que Hamilton realmente matou o amante de sua mulher.
Diante do caso hipotético, o taxista
a) responderá pelo crime de homicídio doloso como partícipe.
b) responderá pelo crime de homicídio doloso como coautor.
c) responderá pelo crime de homicídio culposo.
d) responderá pelo crime de favorecimento pessoal.
e) não responderá por nenhum crime.

3. (FCC – 2017 – PC-AP – AGENTE DE POLÍCIA) Mário e Mauro combinam a prática de um crime de furto
a uma residência. Contudo, sem que Mário saiba, Mauro arma-se de um revólver devidamente municiado.
Ambos, então, ingressam na residência escolhida para subtrair os bens ali existentes. Enquanto Mário
separava os objetos para subtração, Mauro é surpreendido com a presença de um dos moradores que, ao
reagir a ação criminosa, acaba sendo morto por Mauro. Nesta hipótese

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a) Mário e Mauro responderão pela prática de latrocínio.


b) Mário e Mauro responderão pela prática de furto.
c) Mário responderá pela prática de furto simples e Mauro responderá pela prática de furto qualificado.
d) Mário responderá apenas pelo furto e Mauro responderá pela prática dos crimes de porte ilegal de arma
de fogo, furto e homicídio.
e) Mário responderá pela prática de furto e Mauro pelo crime de latrocínio.

4. (FCC – 2013 – TRT1 – JUIZ) Quanto aos demais agentes do crime, o parentesco entre o autor e a
vítima;
a) comunica-se, desde que elementar ao tipo.
b) comunica-se sempre, desde que por aqueles conhecido.
c) comunica-se para agravamento genérico da pena concreta.
d) comunica-se para atenuação genérica da pena concreta.
e) não se comunica em qualquer hipótese.

5. (FCC – 2014 – METRÔ-SP – ADVOGADO) Joaus, Joseh e Pedrus acertaram, mediante prévio ajuste, a
prática de um crime de furto qualificado em residência. Pedrus escolheu a residência e emprestou seu
veículo para o transporte dos objetos furtados. Joaus arrombou a porta da residência indicada por Pedrus
e entrou. Joseh entrou em seguida. Joaus e Joseh recolheram todos os objetos de valor, colocaram no
veículo e fugiram do local. Nesse caso,
a) Joaus, Joseh e Pedrus foram coautores.
b) Joaus foi autor, Joseh partícipe e Pedrus autor mediato.
c) Joaus e Joseh foram partícipes e Pedrus foi autor imediato.
d) Joaus, Joseh e Pedrus foram autores.
e) Joaus e Joseh foram coautores e Pedrus partícipe.

6. (FCC – 2014 – DPE-CE – DEFENSOR PÚBLICO) No concurso de pessoas,


a) há autoria colateral quando os concorrentes se comportam para o mesmo fim, conhecendo a conduta
alheia.
b) a infração penal não precisa ser igual, objetiva e subjetivamente, para todos os concorrentes.
c) é necessário que cada concorrente tenha consciência de contribuir para a atividade delituosa de outrem,
dispensada a prévia combinação entre eles.
d) os concorrentes devem necessariamente realizar o fato típico.
e) dispensável a adesão subjetiva à vontade do outro.

7. (FCC – 2014 – TJ-CE – JUIZ) Em tema de concurso de pessoas, é possível afirmar que
a) o concorrente, na chamada cooperação dolosamente diversa, responderá pelo crime menos grave que
quis participar, mas sempre com aumento da pena.
b) indispensável a adesão subjetiva à vontade do outro, embora desnecessária a prévia combinação.

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c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio nunca são puníveis, se o crime não chega, pelo menos,
a ser tentado.
d) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, ainda que elementares do crime.
e) a participação de menor importância constitui causa geral de diminuição da pena, incidindo na segunda
etapa do cálculo.

8. (FCC – 2015 – CNMP – ANALISTA) No concurso de pessoas,


a) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste, essa
pena será aumentada de 1/3 a 2/3, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
periculosidade.
c) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime.
d) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
puníveis, se o crime não chega a ser consumado.
e) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída até metade.

9. (FCC - 2011 - TCE-SP - PROCURADOR) Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que
A) coautores são aqueles que, atuando de forma idêntica, executam o comportamento que a lei define como
crime.
B) partícipe é aquele que, também praticando a conduta que a lei define como crime, contribui, de qualquer
modo, para a sua realização.
C) é possível a coautoria nos crimes de mão própria.
D) é admissível a coautoria nos crimes próprios, desde que o terceiro conheça a especial condição do autor.
E) é inadmissível a participação nos crimes omissivos próprios.

10. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA - PROCESSUAL) Maria, enfermeira, por ordem do médico João,
ministrou veneno ao paciente, supondo tratar-se de um medicamento, ocasionando-lhe a morte. Nesse
caso,
A) não há concurso de agentes, mas apenas um autor mediato, pela realização indireta do fato típico.
B) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria co-autora.
C) há concurso de agentes, sendo João autor principal e Maria partícipe.
D) há concurso de agentes, figurando tanto João como Maria na condição de autores.
E) há concurso de agentes, figurando Maria como autora e João como co-autor.

11. (FCC - 2007 - MPU - ANALISTA ADMINISTRATIVO) José instigou Pedro, agindo sobre a vontade deste,
de forma a fazer nascer neste a idéia da prática do crime. João prestou auxílio a Pedro, emprestando-lhe
uma arma para que pudesse executar o delito. José e João são considerados, tecnicamente,
A) co-autores.
B) autores.

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C) Partícipes.
D) partícipe e co-autor, respectivamente.
E) co-autor e partícipe, respectivamente.

12. (FCC - 2008 - MPE-CE - PROMOTOR DE JUSTIÇA) Nos chamados crimes monossubjetivos,
A) o concurso de pessoas é eventual.
B) o concurso de pessoas só ocorre no caso de autoria mediata.
C) o concurso de pessoas é necessário.
D) não há concurso de pessoas.
E) há concurso de pessoas apenas na forma de participação.

13. (FCC - 2011 - TRE-PE - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com o Código Penal
brasileiro,
A) não há distinção entre autores, co-autores e partícipes, que incidem de forma idêntica nas penas
cominadas ao delito.
B) os autores, co-autores e partícipes incidem nas penas cominadas ao delito na medida de sua culpabilidade.
C) ao autor principal será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos co-autores e partícipes.
D) ao autor principal e aos co-autores será obrigatoriamente imposta pena mais alta que a dos partícipes.
E) ao autor principal será imposta a pena prevista para o delito, sendo que os co-autores e os partícipes terão
obrigatoriamente a pena reduzida de um sexto a um terço.

14. (FCC - 2011 - TRT - 1ª REGIÃO (RJ) - TÉCNICO JUDICIÁRIO - SEGURANÇA) João instigou José a praticar
um crime de roubo. Luiz forneceu-lhe a arma. Pedro forneceu-lhe todas as informações sobre a residência
da vítima e sobre o horário em que esta ficava sozinha. No dia escolhido, José, auxiliado por Paulo,
ingressou na residência da vítima. José apontou-lhe a arma, enquanto Paulo subtraiu-lhe dinheiro e jóias.
Nesse caso, são considerados partícipes APENAS
A) Luiz e Pedro.
B) João, Luiz, Pedro e Paulo.
C) João, Luiz e Pedro.
D) José, Pedro e João.
E) João, José, Luiz e Pedro.

15. (FCC - 2011 - TRE-TO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA) No concurso de pessoas,
A) se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de metade.
B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
C) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena do crime
cometido, reduzida de um a dois terços.
D) as circunstâncias e as condições de caráter pessoal se comunicam, sejam, ou não, elementares do crime.

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E) a instigação e o auxílio, em qualquer hipótese, são puníveis mesmo que o crime não ocorra.

16. (FCC – 2006 – BCB – ANALISTA) Aquele que, sem praticar ato executório, concorre, de qualquer
modo, para a realização do crime, por ele responderá na condição de
a) coautor.
b) partícipe.
c) autor mediato.
d) coautor moral.
e) autor.

17. (FCC – 2010 – SEFIN/RO – AUDITOR-FISCAL) José, sabendo que seu desafeto Paulo estava andando
de bicicleta numa estrada estreita, instiga João, motorista do veículo em que se encontrava, a imprimir ao
veículo velocidade elevada, na esperança de que Paulo venha a ser atropelado. João passa a correr em alta
velocidade e atropela Paulo, mais adiante, ocasionado-lhe a morte. Nesse caso, ambos responderão pelo
crime, sendo que
a) ambos responderão por culpa.
b) José responderá por culpa e João por dolo eventual.
c) Jose responderá por dolo eventual e João por culpa.
d) ambos responderão por dolo eventual.
e) José responderá por dolo direito e João por dolo eventual.

18. (FCC – 2012 – ISS/SP – AFTM) A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que
a) a importância da participação não influi na pena a ser imposta.
b) não é possível participação por omissão em crime comissivo.
c) é possível a participação em crime omissivo puro.
d) não pode haver participação em contravenção.
e) é possível participação dolosa em crime culposo.

19. (FCC – 2009 – DPE/MA – DEFENSOR PÚBLICO) Os requisitos para a ocorrência do concurso de pessoas
no cometimento de crime são:
a) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado
do crime e vínculo objetivo-subjetivo entre autor e partícipe.
b) presença física de autor e partícipe, nexo de causalidade entre o comportamento do coautor e o resultado
do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime.
c) presença física de autor e partícipe, pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o
comportamento do partícipe e o resultado do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade
do crime.
d) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado
do crime; vínculo objetivo entre autor e partícipe e identidade do crime.

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e) pluralidade de comportamentos, nexo de causalidade entre o comportamento do partícipe e o resultado


do crime; vínculo subjetivo entre autor e partícipe e identidade do crime.

20. (FCC – 2012 – TJ/GO – JUIZ ESTADUAL) Em matéria de concurso de pessoas, é correto afirmar que
a) nos crimes plurissubjetivos o concurso é eventual.
b) a autoria mediata configura coautoria.
c) nos crimes funcionais a condição de servidor público do autor não se comunica ao partícipe não
funcionário, se este desconhecia a condição daquele.
d) a participação de menor importância constitui circunstância atenuante, a ser considerada na segunda
etapa do cálculo da pena.
e) as mesmas penas deverão ser aplicadas a todos os coautores e partícipes.

21. (FCC – 2012 – TCE/AP – ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) A respeito do concurso de pessoas, é
correto afirmar:
a) Para fins de aplicação da pena no concurso de pessoas é irrelevante que a participação tenha sido de
menor importância.
b) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena do crime mais
grave.
c) É possível a participação em crime comissivo puro.
d) As condições e circunstâncias pessoais comunicam-se entre os coautores e partícipes quando não forem
elementares do crime.
e) Pode ocorrer participação culposa em crime doloso ou participação dolosa em crime culposo.

22. (FCC - 2013 - TJ-PE - TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - PROVIMENTO)


Necessariamente, autores e partícipes recebem
a) penas idênticas.
b) penas, respectivamente, mais e menos graves.
c) penas, respectivamente, menos e mais graves.
d) penas igualmente graves, mas de espécies distintas.
e) penas igualmente graves, salvo se diversa for sua culpabilidade.

23. (FCC - 2013 - DPE-AM - DEFENSOR PÚBLICO) Se alguém instiga outrem a surrar inimigo comum, mas
o instigado se excede e mata a vítima, é correto afirmar que
a) a conduta do partícipe é atípica.
b) o partícipe poderá responder por lesão corporal, sem qualquer aumento de pena, se não podia prever o
resultado morte.
c) o partícipe poderá responder por homicídio doloso, mas fará jus, necessariamente, ao reconhecimento da
participação de menor importância.
d) o partícipe poderá responder por lesão corporal, com a pena aumentada até um terço, se previsível o
resultado letal.

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e) o partícipe não poderá responder por homicídio doloso, mesmo que tenha assumido o risco do resultado
morte.

24. (FCC – 2012 – TRF5 – ANALISTA JUDICIÁRIO) Indivíduos que são alcançados pela lei penal, não
porque tenham praticado uma conduta ajustável a uma figura delitiva, mas porque, executando atos sem
conotação típica, contribuíram, objetivamente e subjetivamente, para a ação criminosa de outrem
a) não são punidos por atipicidade da conduta.
b) são coautores e incidem na mesma pena cabível ao autor do crime.
c) são concorrentes de menor importância e têm a pena diminuída de um sexto a um terço.
d) são considerados partícipes e incidem nas penas cominadas ao crime, na medida de sua culpabilidade.
e) podem ser coautores ou partícipes e a pena, em qualquer caso, é diminuída de um terço.

25. (VUNESP – 2018 – PC-SP - INVESTIGADOR) No que diz respeito ao concurso de pessoas e às expressas
regras do CP (arts. 29 a 31),
(A) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
punibilidade.
(B) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
voluntariedade.
(C) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime.
(D) mesmo que o crime sequer seja tentado, o ajuste, a determinação ou a instigação e o auxílio sempre são
puníveis.
(E) aplica-se a mesma pena a todos os coautores, ainda que a participação seja de menor importância.

26. (VUNESP – 2018 – PC-SP - ESCRIVÃO) A respeito do concurso de pessoas, é correto afirmar que
(A) Mévio e Caio, pelo ajuste da prática de furto à residência de Tício, uma vez descoberto o plano, serão
punidos, ainda que o crime não chegue a ser tentado.
(B) Mévio e Caio, tendo furtado a residência dos pais de Caio, são isentos de pena, aplicando-se a ambos o
perdão legal que exime de pena os crimes patrimoniais, cometidos sem violência, em detrimento de
ascendentes.
(C) Mévio, tendo ajustado com Caio apenas a prática de furto à residência de Tício, responderá pelos demais
crimes eventualmente praticados por Caio, ainda que não previsíveis.
(D) Caio, empresário, ciente da condição de funcionário público de Mévio, tendo o auxiliado na prática de
peculato-furto, não responderá pelo crime funcional, já que a condição pessoal de funcionário público de
Mévio a ele não se comunica.
(E) Mévio, pela participação de menor importância na prática de furto à residência de Tício, poderá ter a
pena diminuída.

27. (VUNESP – 2018 – PC-BA - ESCRIVÃO) É requisito para a configuração do concurso de pessoas
(A) uma única conduta.
(B) a irrelevância causal das condutas.

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(C) a identidade de crime para todos os envolvidos.


(D) a autoria incerta.
(E) o prévio ajuste entre os agentes.

28. (VUNESP – 2018 – PC-BA - INVESTIGADOR) Sobre o concurso de pessoas e as previsões expressas da
legislação penal, assinale a alternativa correta.
(A) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
(B) Se a participação for de menor importância, será aplicada atenuante genérica.
(C) Ao concorrente que quis participar de crime menos grave, será aplicada a mesma pena do concorrente,
diminuída, no entanto, de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço).
(D) As circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do crime, são
incomunicáveis aos coautores.
(E) O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio são puníveis ainda que o crime não chegue a ser
tentado.

29. (VUNESP – 2017 – PREF. PORTO FERREIRA-SP – PROCURADOR) Sobre o concurso de pessoas, assinale
a alternativa correta.
a) Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
personalidade.
b) Se a participação for de maior importância, a pena pode ser majorada de um sexto a um terço.
c) Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa
pena será aumentada até o dobro, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
d) Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do
crime.
e) O ajuste, a determinação, a sedição ou instigação e o auxílio ou cooperação material não são puníveis, se
o crime não chega, pelo menos, a ser executado.

30. (VUNESP – 2015 – PC-CE – INSPETOR) No que diz respeito ao concurso de pessoas, segundo as
disposições previstas no Código Penal, é correto afirmar que
a) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do
crime.
b) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, independentemente
se quis participar de crime menos grave
c) o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são
puníveis, se o crime, apesar de iniciada a execução, não chega a ser consumado.
d) quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua
culpabilidade.
e) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena pode ser diminuída de um sexto
a um terço.

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31. (VUNESP – 2014 – PC-SP – DELEGADO) Segundo o conceito restritivo, é autor aquele que
a) tem o domínio do fato.
b) realiza a conduta típica descrita na lei.
c) contribui com alguma causa para o resultado.
d) age dolosamente na prática do crime.
e) pratica o fato por interposta pessoa que atua sem culpabilidade.

32. (VUNESP – 2014 – CÂMARA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS – ADVOGADO) CP, art. 30: quando se verifica
o concurso de pessoas em matéria penal, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter
pessoal,
a) salvo nos crimes contra a Administração Pública.
b) salvo no caso de extinção da punibilidade.
c) salvo nos crimes contra a Fé Pública.
d) salvo quando elementares do crime.
e) em hipótese alguma.

33. (VUNESP – 2012 – DPE-MS – DEFENSOR PÚBLICO) No que tange ao concurso de pessoas nos crimes
de corrupção ativa e passiva, o Código Penal adotou a teoria
a) monista.
b) causal.
c) dualista.
d) pluralística.

34. (VUNESP – 2002 – SEFAZ-SP – AGENTE FISCAL DE RENDAS) No crime de concussão, a circunstância
de ser um dos agentes funcionário público:
a) não é elementar, não se comunicado, portanto, ao concorrente particular.
b) é elementar, mas não se comunica ao concorrente particular.
c) é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, ainda que este desconheça a condição daquele.
d) é elementar comunicando-se ao concorrente particular, se este conhecia a condição daquele.
e) não é elementar, comunicando-se, em qualquer situação ao concorrente particular.

35. (FGV / 2022 / PCERJ)


Agamenon, Aquiles, Ájax e Cadmo combinam de furtar pneus de veículos automotores do interior de um
galpão cercado de mato e aparentemente abandonado. Agamenon e Cadmo permanecem no carro, ao passo
que Ájax arromba o portão e Aquiles ingressa, se deparando, pouco depois, com um vigia. Diante da reação
ao ingresso não consentido, de posse de um vergalhão, Aquiles golpeia, perfura e mata o vigia. Considerando
esse cenário, é correto afirmar que Agamenon, Ájax e Cadmo responderão por:
(A) participação de menor importância;
(B) cooperação dolosamente distinta;

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(C) autoria colateral;


(D) participação mediante omissão;
(E) coautoria sucessiva.

36. (FGV / 2018 / TJAL)

No Direito Penal, a doutrina costuma reconhecer o concurso de pessoas quando a infração penal é cometida
por mais de uma pessoa, podendo a cooperação ocorrer através de coautoria ou participação.

Sobre o tema, de acordo com o Código Penal, é correto afirmar que:


(A) o auxílio material é punível se o crime chegar, ao menos, a ser cogitado;
(B) as circunstâncias de caráter pessoal, diante de sua natureza, não se comunicam, ainda que elementares
do crime;
(C) em sendo de menor importância a participação ou coautoria, a pena poderá ser reduzida de um sexto a
um terço;
(D) a teoria sobre concurso de agentes adotada pela legislação penal brasileira, em regra, é a dualista;
(E) se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste.

37. (FGV / 2018 / OAB)


Pedro e Paulo combinam de praticar um crime de furto em determinada creche, com a intenção de subtrair
computadores. Pedro, então, sugere que o ato seja praticado em um domingo, quando o local estaria
totalmente vazio e nenhuma criança seria diretamente prejudicada.
No momento da empreitada delitiva, Pedro auxilia Paulo a entrar por uma janela lateral e depois entra pela
porta dos fundos da unidade. Já no interior do local, eles verificam que a creche estava cheia em razão de
comemoração do “Dia das Mães”; então, Pedro pega um laptop e sai, de imediato, pela porta dos fundos,
mas Paulo, que estava armado sem que Pedro soubesse, anuncia o assalto e subtrai bens e joias de crianças,
pais e funcionários. Captadas as imagens pelas câmeras de segurança, Pedro e Paulo são identificados e
denunciados pelo crime de roubo duplamente majorado.
Com base apenas nas informações narradas, a defesa de Pedro deverá pleitear o reconhecimento da
A) participação de menor importância, gerando causa de diminuição de pena.
B) cooperação dolosamente distinta, gerando causa de diminuição de pena.
C) cooperação dolosamente distinta, gerando aplicação da pena do crime menos grave.
D) participação de menor importância, gerando aplicação da pena do crime menos grave.

38. (FGV / 2018 / MPE-RJ)


De maneira geral, os delitos tipificados no ordenamento jurídico brasileiro são de concurso eventual, tendo
em vista que podem ser executados por uma ou mais pessoas. Excepcionalmente, porém, existem delitos de
concurso necessário, sendo indispensável a pluralidade de agentes para configuração do tipo. Sobre o tema
concurso de pessoas, é correto afirmar que:
A) o Código Penal, como regra geral, adota a teoria Monista, de modo que autor e partícipe respondem pelo
mesmo crime, cada um, porém, na medida de sua culpabilidade;

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B) a participação de menor importância permite a aplicação de regime inicial de pena menos severo, mas
não poderá funcionar como causa de diminuição de pena;
C) as circunstâncias objetivas se comunicam aos coautores, diferente das de caráter pessoal, que não se
comunicam, ainda que elementares do tipo;
D) a pluralidade de pessoas e a relevância causal das condutas são requisitos para sua configuração, mas não
são requisitos para configurar o liame subjetivo;
E) os crimes classificados como próprios não admitem coautoria ou participação.

39. (FGV – 2017 – OAB - XXIII EXAME DE ORDEM) Rafael e Francisca combinam praticar um crime de
furto em uma residência onde ela exercia a função de passadeira. Decidem, então, subtrair bens do imóvel
em data sobre a qual Francisca tinha conhecimento de que os proprietários estariam viajando, pois assim
ela tinha certeza de que os patrões, de quem gostava, não sofreriam qualquer ameaça ou violência.

No dia do crime, enquanto Francisca aguarda do lado de fora, Rafael entra no imóvel para subtrair bens.
Ela, porém, percebe que o carro dos patrões está na garagem e tenta avisar o fato ao comparsa para que
este saísse rápido da casa. Todavia, Rafael, ao perceber que a casa estava ocupada, decide empregar
violência contra os proprietários para continuar subtraindo mais bens. Descobertos os fatos, Francisca e
Rafael são denunciados pela prática do crime de roubo majorado.
Considerando as informações narradas, o(a) advogado(a) de Francisca deverá buscar
A) sua absolvição, tendo em vista que não desejava participar do crime efetivamente praticado.
B) o reconhecimento da participação de menor importância, com aplicação de causa de redução de pena.
C) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se a pena do furto
qualificado.
D) o reconhecimento de que o agente quis participar de crime menos grave, aplicando-se causa de
diminuição de pena sobre a pena do crime de roubo majorado.

40. (FGV – 2015 – TJ-RO – OFICIAL DE JUSTIÇA) O Código Penal brasileiro traz diversos crimes que podem
ser praticados por uma única pessoa, mas também prevê algumas hipóteses em que o concurso de pessoas
é necessário. Como regra geral, quando duas ou mais pessoas, unidas em ações e desígnios, praticam em
conjunto um delito, pode-se falar em concurso de pessoas. Sobre essa tema, é correto afirmar que o Código
Penal adotou, em regra, a Teoria:
a) Pluralista, com exceções;
b) Dualista, sem exceções;
c) Monista, com exceções;
d) Dualista, com exceções;
e) Monista, sem exceções.

41. (FGV – 2015 – TCE-RJ – AUDITOR SUBSTITUTO) Sobre o tema concurso de agentes, é correto afirmar
que:

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a) em regra, aquele que instiga terceira pessoa à prática de um crime, por este responde, ainda que o
instigado não tenha iniciado a execução do delito;
b) não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, mesmo quando elementares do
crime;
c) na teoria da acessoriedade limitada, somente haverá a punição do partícipe se o autor houver praticado
uma conduta que seja típica, ilícita e culpável;
d) se um dos concorrentes quis participar de crime menos grave, a pena deste lhe será aplicada, com o
aumento de metade na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave;
e) não se exige homogeneidade de elemento subjetivo no concurso de pessoas, admitindo-se participação
culposa em crime doloso.

42. (FGV – 2014 – PROCEMPA – ADVOGADO) Com relação ao tema responsabilidade penal no concurso
de pessoas, assinale a afirmativa incorreta.
a) A responsabilidade penal é individual, devendo cada agente responder na medida de sua culpabilidade.
b) Ocorrendo desvio subjetivo entre os agentes, quem quis participar de crime menos grave responde por
este e não pelo crime mais grave praticado pelo outro agente.
c) Sendo a participação de menor importância, a pena pode ser reduzida de 1/6 a 1/3.
d) O Código Penal adotou a Teoria Monista sobre concurso de agentes sem exceção, devendo todos os
participantes responder pelo mesmo crime.
e) Não há participação dolosa em crime culposo.

43. (FGV – 2013 – OAB – XI EXAME UNIFICADO) Sofia decide matar sua mãe. Para tanto, pede ajuda a
Lara, amiga de longa data, com quem debate a melhor maneira de executar o crime, o melhor horário,
local etc. Após longas discussões de como poderia executar seu intento da forma mais eficiente possível,
a fim de não deixar nenhuma pista, Sofia pede emprestado a Lara um facão. A amiga prontamente atende
ao pedido. Sofia despede-se agradecendo a ajuda e diz que, se tudo correr conforme o planejado,
executará o homicídio naquele mesmo dia e assim o faz. No entanto, apesar dos cuidados, tudo é
descoberto pela polícia.
A respeito do caso narrado e de acordo com a teoria restritiva da autoria, assinale a afirmativa correta.
A) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de o crime ter sido praticado
contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime e deve responder por homicídio, sem a
presença da circunstância agravante.
B) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio, incidindo, para ambas, a
circunstância agravante de ter sido, o crime, praticado contra ascendente.
C) Sofia e Lara devem ser consideradas coautoras do crime de homicídio. Todavia, a agravante de ter sido, o
crime, praticado contra ascendente somente incide em relação à Sofia.
D) Sofia é a autora do delito e deve responder por homicídio com a agravante de ter sido, o crime, praticado
contra ascendente. Lara, por sua vez, é apenas partícipe do crime, mas a agravante também lhe será aplicada.
44. (FGV – 2015 – OAB – XVI EXAME DE ORDEM) Maria Joaquina, empregada doméstica de uma
residência, profundamente apaixonada pelo vizinho Fernando, sem que este soubesse, escuta sua

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conversa com uma terceira pessoa acordando o furto da casa em que ela trabalha durante os dias de
semana à tarde. Para facilitar o sucesso da operação de seu amado, ela deixa a porta aberta ao sair do
trabalho. Durante a empreitada criminosa, sem saber que a porta da frente se encontrava destrancada,
Fernando e seu comparsa arrombam a porta dos fundos, ingressam na residência diversos objetos.
Diante desse quadro fático, assinale a opção que apresenta a correta responsabilidade penal de Maria
Joaquina.
a) Deverá responder pelo mesmo crime de Fernando, na qualidade de partícipe, eis que contribuiu de alguma
forma para o sucesso da empreitada criminosa ao não denunciar o plano.
b) Deverá responder pelo crime de furto qualificado pelo concurso de agentes, afastada a qualificadora do
rompimento de obstáculo, por esta não se encontrar na linha de seu conhecimento.
c) Não deverá responder por qualquer infração penal, sendo a sua participação irrelevante para o sucesso
da empreitada criminosa. ==2ef49d==

d) Deverá responder pelo crime de omissão de socorro.

45. (FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Analise detidamente as seguintes situações:

Casuística 1: Amarildo, ao chegar a sua casa, constata que sua filha foi estuprada por Terêncio. Imbuído
de relevante valor moral, contrata Ronaldo, pistoleiro profissional, para tirar a vida do estuprador. O
serviço é regularmente executado.

Casuística 2: Lucas concorre para um infanticídio auxiliando Julieta, parturiente, a matar o nascituro – o
que efetivamente acontece. Lucas sabia, desde o início, que Julieta estava sob a influência do estado
puerperal.
Levando em consideração a legislação vigente e a doutrina sobre o concurso de pessoas (concursus
delinquentium), é correto afirmar que
A) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio
qualificado por motivo torpe. No exemplo 2, Lucas e Julieta responderão pelo crime de infanticídio.
B) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio simples
(ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, Lucas, que
não está influenciado pelo estado puerperal, responderá por homicídio, e Julieta pelo crime de infanticídio.
C) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio simples
(ou seja, sem privilégio pelo fato de não estar imbuído de relevante valor moral). No exemplo 2, tanto Lucas
quanto Julieta responderão pelo crime de homicídio (ele na modalidade simples, ela na modalidade
privilegiada em razão da influência do estado puerperal).
D) no exemplo 1, Amarildo responderá pelo homicídio privilegiado e Ronaldo pelo crime de homicídio
qualificado pelo motivo fútil. No exemplo 2, Lucas, que não está influenciado pelo estado puerperal,
responderá por homicídio e Julieta pelo crime de infanticídio.

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Renan Araujo
Aula 04

GABARITO

1. ALTERNATIVA E 38. ALTERNATIVA A


2. ALTERNATIVA E 39. ALTERNATIVA C
3. ALTERNATIVA E 40. ALTERNATIVA C
4. ALTERNATIVA A 41. ALTERNATIVA D
5. ALTERNATIVA E 42. ALTERNATIVA D
6. ALTERNATIVA C 43. ALTERNATIVA A
7. ALTERNATIVA B 44. ALTERNATIVA C
8. ALTERNATIVA C 45. ALTERNATIVA A
9. ALTERNATIVA D
10. ALTERNATIVA A
11. ALTERNATIVA C
12. ALTERNATIVA A
13. ALTERNATIVA B
14. ALTERNATIVA C
15. ALTERNATIVA B
16. ALTERNATIVA B
17. ALTERNATIVA C
18. ALTERNATIVA C
19. ALTERNATIVA E
20. ALTERNATIVA C
21. ALTERNATIVA C
22. ALTERNATIVA E
23. ALTERNATIVA B
24. ALTERNATIVA D
25. ALTERNATIVA C
26. ALTERNATIVA E
27. ALTERNATIVA C
28. ALTERNATIVA A
29. ALTERNATIVA D
30. ALTERNATIVA D
31. ALTERNATIVA B
32. ALTERNATIVA D
33. ALTERNATIVA C
34. ALTERNATIVA D
35. ALTERNATIVA B
36. ALTERNATIVA E
37. ALTERNATIVA C

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