Emili-Fichamento-Teoria Da Arte
Emili-Fichamento-Teoria Da Arte
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Fichamento
Significado nas Artes Visuais / Erwin Panofsky - São Paulo: Perspectiva, 2018. p. 47-87.
“Iconografia é o ramo da história da arte que trata do tema ou mensagem das obras de
arte em contraposição à sua forma. Tentemos, portanto, definir a distinção entre tema ou
significado, de um lado, e forma, de outro.” p.47
“Pelo modo de me conhecido executar sua ação, poderei saber se está de bom ou mau
humor, ou se seus sentimentos a meu respeito são de amizade, indiferença ou hostilidade.
Essas nuanças psicológicas darão ao gesto de meu amigo um significado ulterior que
chamaremos de expressional. Difere do fatual por ser apreendido, não por simples
identificação, mas por ‘empatia’.” p.48
“Para entender o que o gesto [de tirar o chapéu] do cavalheiro significa, preciso não
somente estar familiarizado com o mundo prático dos objetos e fatos, mas, além disso, com o
mundo mais do que prático dos costumes e tradições culturais, peculiares a uma dada
civilização. Portanto, quando interpreto o fato de tirar o chapéu como uma saudação polida,
reconheço nele um significado que pode ser chamado de secundário ou convencional; difere
do primário ou natural por duas razões: em primeiro lugar, por ser inteligível em vez de
sensível e, em segundo, por ter sido conscientemente conferido à ação prática pela qual é
veiculado.” p.48-49
“Não podemos construir o retrato mental de um homem [tirando o chapéu] com base
nesta ação isolada, e sim coordenando um grande número de observações similares e
interpretando-as no contexto de novas informações gerais quanto à sua época, nacionalidade,
classe social, tradições intelectuais e assim por diante. No entanto, todas essas qualidades que
o retrato mental explicitamente mostraria são implicitamente inerentes a cada ação isolada; de
modo que, inversamente, cada ação pode ser interpretada à luz dessas qualidades.” p.49
“[...] Pois, se o sufixo ‘grafia’ denota algo descritivo, assim também o sufixo ‘logia’
[...] denota algo interpretativo. [...] Assim, concebo a iconologia como uma iconografia que se
torna interpretativa e, desse modo, converte-se em parte integral do estudo de arte, em vez de
ficar limitada ao papel de exame estatístico preliminar. [...] Iconologia, portanto, é um método
de interpretação que advém da síntese mais que da análise.” p.54
“No caso de uma descrição pré-iconográfica, que se mantém dentro dos limites do
mundo dos motivos, o problema parece bastante simples. Os objetos e eventos, cuja
representação por linhas, cores, e volumes constituem o mundo dos motivos, podem ser
identificados, como já vimos, tendo por base nossa experiência prática. Qualquer pessoa pode
reconhecer a forma e o comportamento dos seres humanos, animais e plantas, e não há quem
não possa distinguir um rosto zangado de um alegre. [...] Todavia, [...] nossa experiência
prática é indispensável e suficiente, como material para a descrição pré-iconográfica, mas não
garante sua exatidão.” p.55