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REGIMENTO INTERNO DO CMDCA Modelo

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- Modelo de Regimento Interno do Conselho Municipal dos Direitos da

Criança e do Adolescente1.

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA


CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DE XXXXXX

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMIRARES:

Art. 1º O presente Regimento Interno disciplina o funcionamento do


Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de XXXXX,
criado pela Lei Municipal n° XXX, de XX de XXXXX de XXXX.

Art. 2º O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente


de XXXXX, funcionará em instalações próprias, fornecidas pelo Poder Público
Municipal, à Rua XXX, nº XXX, na sede do Município.

§ 1º. Cabe à administração pública fornecer a estrutura administrativa e


institucional necessária ao adequado e ininterrupto funcionamento do Conselho
Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, devendo para tanto instituir
dotação orçamentária específica;

§ 2º. A dotação orçamentária a que se refere o parágrafo anterior deverá


contemplar os recursos necessários ao custeio das atividades desempenhadas
pelo Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, inclusive
para as despesas com capacitação dos conselheiros, pagamento de serviços
de terceiros, publicações, material de consumo, deslocamento dos
conselheiros a eventos e outras despesas.

CAPÍTULO II

DA COMPOSIÇÃO DO CONSELHO MUNICIPAL DOS DIREITOS DA


CRIANÇA E DO ADOLESCENTE:

Art. 3º O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente


de XXXXX, na forma do disposto no art. XX, da Lei Municipal nº, XXXX/XX, é
composto de (12) doze membros efetivos 2, sendo 06 (seis) representantes do
governo e 06 (seis) representantes da sociedade civil organizada.
1
O presente modelo foi elaborado por Murillo José Digiácomo, Promotor de Justiça em
Curitiba/PR (murilojd@pr.gov.br), tendo por base os Regimentos Internos do Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Curitiba/PR e do Conselho Estadual de
Direitos da Criança e do Adolescente do Estado do Paraná. É necessário sua adaptação de
acordo com as disposições da Lei Municipal relativa ao Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente local.
2
A composição do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente varia de
município para município, sendo obrigatória apenas a observância da paridade entre
representantes do governo e da sociedade civil (cf. art.88, inciso II, da Lei nº 8.069/90). É de
todo recomendável, no entanto, uma composição ampla, plural e representativa.

1
§ 1º. Os nomes, telefones e endereços (inclusive eletrônicos) das
entidades governamentais e não governamentais que compõem o Conselho
Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente e de seus respectivos
representantes, serão publicados na imprensa local, assim como afixados em
sua sede, na sede do Conselho Tutelar, Prefeitura Municipal e órgãos públicos
encarregados das políticas básicas e de assistência social, bem como
comunicados ao Ministério Público e ao Juiz da Infância e da Juventude local;

§ 2º. Na forma do disposto no art.89, da Lei nº 8.069/90, a função de


membro do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente é
considerada de interesse público relevante e não será remunerada.

SEÇÃO I

DOS REPRESENTANTES DO GOVERNO:

Art.4º. Os representantes do governo junto ao Conselho Municipal de


Direitos da Criança e do Adolescente serão indicados pelo Chefe do Executivo
nos 15 (quinze) dias subseqüentes à sua posse, dentre os Secretários, Chefes
de Departamento ou servidores graduados dos órgãos públicos com atuação
direta ou indireta junto a crianças e adolescentes.

§ 1º. Dentre outros, serão indicados representantes dos setores


responsáveis pela educação, cultura, esportes, saúde, assistência social,
finanças e planejamento;

§ 2º. As manifestações e votos dos representantes do governo junto ao


Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente vinculam a
administração, não podendo ser revistas de ofício pelo Chefe do Executivo;

§ 3º. Para cada titular, será indicado um suplente, que substituirá aquele
em caso de ausência ou impedimento, de acordo com o que dispuser este
Regimento Interno;

§ 4º. No caso de reiteração de faltas injustificadas, prática de conduta


incompatível com a função e/ou outras situações previstas em lei ou neste
Regimento, o Presidente do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do
Adolescente encaminhará representação ao Chefe do Executivo no sentido da
substituição do respectivo representante governamental e aplicação das
sanções administrativas cabíveis, bem como comunicará o fato ao Ministério
Público, para a tomada das providências que entender necessárias.

Art. 5º. O mandato dos representantes do governo junto ao Conselho


Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente está condicionado ao tempo
de permanência na função ou à frente da respectiva pasta.

§ 1º. O afastamento dos representantes do governo junto ao Conselho


Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente deverá ser previamente

2
comunicado e justificado, não podendo prejudicar as atividades do órgão;

§ 2º. O Chefe do Executivo deverá indicar o novo conselheiro


governamental no prazo máximo de 15 (quinze) dias após o afastamento a que
alude o parágrafo anterior;

§ 3º. Caso descumpridos os prazos para nomeação e/ou substituição


dos representantes do governo perante o Conselho Municipal de Direitos da
Criança e do Adolescente, fixados neste e no artigo anterior, ou praticados,
pelo Chefe do Executivo municipal, atos que comprometam ou inviabilizem o
regular funcionamento do órgão o fato será imediatamente comunicado ao
Ministério Público, para tomada das medidas cabíveis e apuração de eventual
responsabilidade do agente público, nos moldes do previsto nas Leis nºs
8.069/90, 8.429/92 e no Dec. Lei nº 201/67.

SEÇÃO II

DOS REPRESENTANTES DA SOCIEDADE:

Art. 6º. Os representantes da sociedade civil organizada serão


escolhidos entre as entidades constituídas há pelo menos 01 (um) ano que
prestem atendimento direto a crianças e adolescentes, ou que incluam em seus
fins institucionais a defesa dos interesses e direitos de crianças e adolescentes,
nos moldes do disposto nos arts.87, inciso V, 90 e 210, inciso III, da Lei nº
8.069/903.

§ 1º. A escolha dos representantes da sociedade civil junto ao Conselho


Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente dar-se-á por intermédio de
assembléia realizada entre as próprias entidades que possuam o perfil acima
indicado4;

§ 2º. A vaga no Conselho Municipal de Direitos da Criança e do


Adolescente pertencerá à entidade escolhida, que indicará um de seus
membros para atuar como titular e outro como seu substituto imediato;

§ 3º. Para cada entidade escolhida a integrar o Conselho de Direitos da


Criança e do Adolescente haverá uma suplente, respeitada a ordem de votação
na assembléia a que se refere o §1º deste artigo.

Art. 7º. De modo a assegurar o caráter plural e representativo do


Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, não será
permitido que as entidades pertencentes a um determinado segmento e/ou que
prestem determinada modalidade de atendimento ocupem mais de 01 (uma)

3
A Lei não deverá indicar previamente quais entidades irão compor a ala não governamental
do Conselho de Direitos da Criança e do Adolescente, limitando-se a estabelecer o perfil
daquelas que poderão se candidatar a uma das vagas, conforme o caput deste dispositivo.
4
Em caso de municípios de menor porte, a Lei Municipal pode estabelecer a realização de um
processo de escolha popular ampliado, no qual se garanta a participação, na condição de
eleitores, dos diversos segmentos da sociedade

3
vaga no Conselho, ressalvada a inexistência de outras entidades interessadas
e habilitadas a compor o órgão;

Parágrafo único. As entidades pertencentes a um determinado


segmento e/ou que prestem determinada modalidade de atendimento poderão
se candidatar e participar do processo de escolha livremente, sendo
considerada eleita a mais votada, ficando as demais como suas suplentes, pela
ordem de votação.

Art. 8º. O mandato das entidades representantes da sociedade civil junto


ao Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente será de 02
(dois) anos, permitida 01 (uma) única recondução;

Parágrafo único. A entidade que se habilitar à recondução deverá se


submeter a novo processo de escolha, sendo vedada a prorrogação de
mandatos ou a recondução automática.

Art. 9º. É vedada a indicação de nomes ou qualquer outra forma de


ingerência do Poder Executivo sobre o processo de escolha dos
representantes da sociedade civil junto ao Conselho Municipal de Direitos da
Criança e do Adolescente.

Art. 10. Todo o processo de escolha dos representantes da sociedade


civil junto ao Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente será
fiscalizado pelo Ministério Público.

Parágrafo único. As notificações comunicações ao representante do


Ministério Público encarregado da fiscalização do processo de escolha dos
membros do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente
serão efetuadas pessoalmente e com a antecedência necessária.

Art. 11. Os representantes da sociedade civil junto ao Conselho de


Direitos da Criança e do Adolescente serão empossados no prazo máximo de
15 (quinze) dias após a proclamação do resultado do respectivo processo de
escolha, com a publicação dos nomes das entidades eleitas e suas suplentes,
bem como dos conselheiros titulares e seus substitutos imediatos, nos moldes
do art.3º, §1º, do presente Regimento Interno.

Art. 12. A eventual substituição dos representantes das entidades que


compõe a ala não governamental do Conselho Municipal de Direitos da Criança
e do Adolescente deverá ser comunicada e justificada à Presidência do órgão
no mínimo 10 (dez) dias antes da primeira sessão ordinária subseqüente, não
podendo prejudicar suas atividades.

CAPÍTULO III

DOS DEVERES DOS CONSELHEIROS:

Art. 13. São deveres dos membros do Conselho Municipal de Direitos


da Criança e do Adolescente:

4
I - Conhecer a Lei nº 8.069/90, a Lei Municipal nº XXXX/XX 5 e as
disposições relativas à criança e ao adolescente contidas na Constituição
Federal, Lei nº 8.742/93, 9.394/96 e outros Diplomas Legais, zelando pelo seu
efetivo e integral respeito;

II - Participar com assiduidade das reuniões ordinárias e extraordinárias


do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, justificando e
comunicando com a devida antecedência as eventuais faltas;

III - Participar das Câmaras Setoriais, mediante indicação da Presidência


ou deliberação da Plenária do Conselho, exercendo as atribuições a estas
inerentes;

IV - Buscar informações acerca das condições de vida da população


infanto-juvenil local, assim como da estrutura de atendimento existente no
município, visitando sempre que possível as comunidades e os programas e
serviços àquela destinados6;

V - Encaminhar proposições e participar das discussões relativas à


melhoria das condições de atendimento à população infanto-juvenil local,
apontando falhas e sugerindo a implementação das políticas, serviços públicos
e programas que se fizerem necessários;

VI - Atuar na defesa da Lei nº 8.069/90 e dos direitos de crianças,


adolescentes e suas respectivas famílias, procurando sempre que possível
conscientizar a população acerca do dever de todos em promover a proteção
integral da população infanto-juvenil;

VII - Opinar e votar sobre assuntos encaminhados à apreciação do


Conselho.

§ 1º. É expressamente vedada a manifestação político-partidária nas


atividades do Conselho;

§ 2º. Nenhum membro poderá agir ou se manifestar em nome do


Conselho sem prévia autorização.

CAPÍTULO IV

DA SUSPENSÃO OU CASSAÇÃO DE MANDATOS:

Art. 14. Na forma do disposto no art. XX, da Lei Municipal nº XXXX/XX, a


entidade e/ou seu representante poderão ter seus mandatos suspensos ou
cassados quando:

5
Lei Municipal que dispõe sobre a política de atendimento aos direitos da criança e do
adolescente.
6
O conhecimento da realidade local é fundamental para elaboração das políticas de
atendimento e outras atribuições a cargo do Conselho.

5
I - for constatada a reiteração de faltas injustificadas às sessões
deliberativas do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente
ou às reuniões das Câmaras Setoriais que integrar;

II - for constatada a violação de qualquer dos deveres relacionados no


art.XX, da Lei Municipal nº XXXX/XX e art.13, deste Regimento Interno;

III - for determinado, em procedimento para apuração de irregularidade


em entidade de atendimento (arts.191 a 193, da Lei nº 8.069/90), a suspensão
cautelar dos dirigentes da entidade, conforme art.191, par. único, da Lei nº
8.069/90 ou aplicada alguma das sanções previstas no art.97, do mesmo
Diploma Legal;

IV - for constatada a prática de ato incompatível com a função ou com os


princípios que regem a administração pública, estabelecidos pelo art. 37, da
Constituição Federal e art.4º, da Lei nº 8.429/92;

V - será também afastado do Conselho Municipal de Direitos da Criança


e do Adolescente o membro que for condenado pela prática de crime doloso de
qualquer natureza ou por qualquer das infrações administrativas previstas na
Lei nº 8.069/90.

§ 1º. A entidade não governamental ou órgão governamental cujo


representante não comparecer, sem justificativa acolhida, a 02 (duas) reuniões
ordinárias ou extraordinárias consecutivas ou 04 (quatro) alternadas, no
período de 01 (um) ano, ou nas demais hipóteses relacionadas neste artigo,
receberá comunicação do Conselho, com vista à substituição do membro
faltoso;

§ 2º. Incorrerá na mesma pena a entidade não governamental ou órgão


governamental cujo representante não comparecer, no mesmo período, a 02
(duas) reuniões consecutivas ou 04 (quatro) alternadas das Câmaras Setoriais
Permanentes, as quais estejam vinculados;

§ 3º. Perderá o mandato a entidade não governamental que, nas


hipóteses do parágrafo anterior, deixe de indicar um novo membro que a
represente, no prazo de 15 (quinze) dias da comunicação, ou venha a ter seu
registro junto ao Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente
suspenso ou cassado, casos em que será substituída pela entidade que estiver
na ordem subseqüente de votação, de acordo com o resultado da assembléia
de escolha;

§ 4º. Em se tratando de órgão governamental, nos moldes do previsto


no art.4º, §4º, deste Regimento Interno, o fato será imediatamente comunicado
ao órgão a que representa e ao Chefe do Executivo Municipal, para fins de
nomeação de novo representante, também no prazo de 15 (quinze) dias, sem
prejuízo da comunicação do fato ao Ministério Público, para tomada das
medidas cabíveis.

Art. 15. A suspensão cautelar do mandato das entidades e/ou de seus

6
representantes, nas hipóteses constantes do artigo anterior, será decidida pela
Plenária do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente,
mediante requerimento encaminhado por qualquer dos membros do Conselho,
Ministério Público ou Poder Judiciário.

Parágrafo único. A cassação do mandato das entidades representantes


da sociedade civil junto ao Conselho Municipal de Direitos da Criança e do
Adolescente, em qualquer hipótese, demandará a instauração de procedimento
administrativo específico, nos moldes do previsto neste Regimento Interno,
com a garantia do pleno exercício do contraditório e a ampla defesa, sendo a
decisão tomada por maioria absoluta de votos dos componentes deste órgão.

Art. 16. Os suplentes assumirão automaticamente nas ausências,


afastamentos e impedimentos dos titulares.

CAPÍTULO V

DOS IMPEDIMENTOS:

Art. 17. De modo a tornar efetivo o caráter paritário do Conselho


Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, devem ser considerados
impedidos de integrar sua ala não governamental todos os servidores do Poder
Executivo ocupantes de cargo em comissão no respectivo nível de governo,
assim como o cônjuge ou companheiro(a) e parentes, consangüíneos e afins,
do(a) Chefe do Executivo e seu cônjuge ou companheira(o).

Parágrafo único. O impedimento de que trata o caput deste dispositivo,


se estende aos cônjuges, companheiros(as) e parentes, consangüíneos e
afins, de todos os servidores do Poder Executivo ocupantes de cargo em
comissão no respectivo nível de governo, bem como, no caso do Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, também aos cônjuges,
companheiros(as) e parentes, consangüíneos e afins da autoridade judiciária e
do representante do Ministério Público com atuação na Justiça da Infância e
Juventude, em exercício na Comarca, Foro Regional ou Distrital.

CAPÍTULO VI

DA NATUREZA E DAS ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO:

Art. 18. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente


de XXXXX, por força do disposto no art.227, §7º c/c 204, da Constituição
Federal, art.88, inciso II, da Lei nº 8.069/90 e art. XX, da Lei Municipal nº,
XXXX/XX, tem a por competência elementar deliberar sobre a política de
atendimento à criança e ao adolescente e controlar das ações do Poder
Executivo no sentido da implementação desta mesma política, incumbindo-lhes
ainda zelar pelo efetivo respeito ao princípio da prioridade absoluta à criança e
ao adolescente, nos moldes do previsto no art.4º, caput e par. único, alíneas
“b”, “c” e “d” c/c arts.87, 88 e 259, par. único, todos da Lei nº 8.069/90 e

7
art.227, caput, da Constituição Federal, cabendo-lhe ainda:

I - elaborar a política municipal de atendimento dos direitos da criança e


do adolescente, fiscalizando as ações de execução, observadas as linhas de
ação e as diretrizes estabelecidas nos Art. 87 e 88 da Lei nº 8.069/90;

II - avaliar e zelar pela efetiva aplicação da política municipal de


atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

III - promover, nos moldes do disposto no art.86, da Lei nº 8.069/90, a


necessária articulação entre os órgãos públicos municipais e estaduais com
atuação direta ou indireta junto à população infanto-juvenil e as entidades não
governamentais que executem ou se proponham a executar programas de
atendimento a crianças, adolescentes e suas respectivas famílias, elaborando
uma verdadeira “rede de proteção aos direitos da criança e do adolescente”
que torne efetivos os princípios, as diretrizes e os direitos estabelecidos na Lei
Municipal nº XXXX/XX, Lei nº 8.069/90 e Constituição Federal;

IV - promover o reordenamento institucional de modo a otimizar a


estrutura de atendimento à criança e ao adolescente no município, propondo,
sempre que necessário, modificações nas estruturas públicas e privadas que
compõem a mencionada “rede de proteção aos direitos da criança e do
adolescente”;

V - promover e apoiar a realização de campanhas educativas sobre os


direitos da criança e do adolescente, com indicação das medidas a serem
adotadas nos casos de atentados ou violação dos mesmos;

VI - acompanhar a elaboração e a execução das propostas de leis


orçamentárias do Município (Plano Orçamentário Plurianual, Lei de Diretrizes
Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual), indicando modificações necessárias
à consecução da política formulada para a promoção dos direitos da criança e
do adolescente e zelando para o efetivo respeito ao princípio legal e
constitucional da prioridade absoluta à criança e ao adolescente, nos moldes
do previsto nos arts.227, caput, da Constituição Federal e arts.4º, caput e par.
único, alíneas “c” e “d”, da Lei nº 8.069/90;

VIII - fixar os critérios para gerenciamento do fundo de que trata o Art.


XX, da Lei Municipal nº XXXX/XX e art.88, inciso IV, da Lei nº 8.069/90, em
respeito às disposições das Leis Federais nºs Lei nº 4.320/64, 8.429/92 e da
Lei Complementar nº 101/00;

VIII - promover o registro e a avaliação periódica das condições de


funcionamento das entidades ligadas ao atendimento e a defesa dos direitos da
criança e do adolescente;

IX - conduzir o processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar.

§ 1º. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente

8
integra a estrutura de governo do Município de XXXX, possuíndo total
autonomia decisória quanto às matérias de sua competência;

§ 2º. As decisões tomadas pelo Conselho Municipal de Direitos da


Criança e do Adolescente de XXXX, no âmbito de sua esfera de competência,
vinculam a administração pública, que deverá cumpri-las em respeito aos
princípios constitucionais da soberania popular e da prioridade absoluta à
criança e ao adolescente (art.1º, par. único e art.227, caput, ambos da
Constituição Federal)7;

§ 3º. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente


atuará de maneira articulada com os demais Conselhos em funcionamento no
Município, garantindo a integração e evitando a tomada de decisões
conflitantes.

CAPÍTULO VII

DA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO CONSELHO MUNICIPAL DOS


DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE:

Art. 19. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente


de XXXX conta com a seguinte estrutura administrativa:

I - o Plenário;

II - a Diretoria;

III - as Câmaras Setoriais.

SEÇÃO I

DO PLENÁRIO:

Art. 20. O Plenário, órgão soberano do Conselho Municipal dos Direitos


da Criança e do Adolescente de XXXXX, compõe-se dos membros no exercício
pleno de seus mandatos.

Art. 21. O Plenário se reunirá periodicamente, na forma prevista na Lei


Municipal nº XXXX/XX e neste Regimento Interno, debatendo e deliberando as
matérias de competência do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente.

Parágrafo único. Terão espaço permanente, na mesa de debates, além

7
O Chefe do Executivo, no que diz respeito às políticas voltadas à criança e ao adolescente, se
torna um mero agente executor das deliberações do Conselho de Direitos, às quais, perdida a
oportunidade no momento de sua discussão e elaboração, somente poderá se opor através da
alegação (diga-se questionamento na via judicial) de vícios de forma, jamais de fundo (mérito).

9
dos membros titulares e suplentes do Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, os representantes do Juízo e Promotoria da Infância
e Juventude, Ordem dos Advogados do Brasil e Conselho Tutelar, que poderão
se manifestar na forma prevista neste Regimento Interno.

SEÇÃO II

DA DIRETORIA:

Art. 22. O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente


de XXXX/XX, será administrado por uma Diretoria Executiva escolhida entre
seus membros, composta por um Presidente, um Vice-Presidente e um
Secretário, cujo mandato será de 01 (um) ano, sem possibilidade de
recondução.

§ 1º. Para todos os cargos da Diretoria será observada alternância entre


os representantes do governo e da sociedade civil organizada;

§ 2º. A escolha dos membros da diretoria dar-se-á na primeira sessão


subseqüente ao término do mandato da diretoria anterior, sendo a inscrição
efetuada verbalmente pelo aspirante ao cargo e a votação tomada de forma
nominal entre os Conselheiros presentes;

§ 3º. Havendo empate na votação, será considerado eleito, para cada


um dos cargos da Diretoria, o concorrente mais idoso;

§ 4º. Na hipótese de renúncia ou vacância dos cargos da Diretoria,


proceder-se-á a nova eleição para o preenchimento do cargo respectivo, na
primeira sessão ordinária ou extraordinária subseqüente à renuncia ou
vacância, ficando o escolhido na função pelo período remanescente do
mandato de seu antecessor;

§ 5º. O Presidente ou o Vice-Presidente poderão ser destituídos pelo


voto da maioria absoluta dos membros do Conselho, quando da ocorrência de
qualquer das situações previstas no art. 14, deste Regimento Interno;

§ 4º. Nos termos do art. XX, da Lei Municipal nº XXXX/XX, caberá à


Secretaria Municipal da Criança 8, assegurar o suporte técnico-administrativo
necessário ao funcionamento do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente de XXXXX.

SEÇÃO III

8
A vinculação administrativa pode ocorrer junto a qualquer órgão público, devendo-se
atentar, quando da elaboração das propostas de leis orçamentárias, se existe dotação
específica, e em patamar suficiente, para garantir o adequado funcionamento do Conselho
de Direitos.

10
DA PRESIDÊNCIA:

Art. 23. O Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e


do Adolescente de XXXXX será escolhido entre seus pares, para o mandato de
01 (um) ano, sendo vedada a recondução.

§ 1º. O exercício da presidência do Conselho Municipal dos Direitos da


Criança e do Adolescente caberá, alternadamente, a representantes do
governo e da sociedade civil organizada;

§ 2º. Na ausência ou impedimento do Presidente, assumirá como seu


substituto legal, o Vice-Presidente ou Secretário, nesta ordem;

§ 3º No caso de vacância do cargo de Presidente, o Vice assumirá


automaticamente a função, até o término do mandato.

Art. 24. São atribuições do Presidente do Conselho Municipal dos


Direitos da Criança e do Adolescente de XXXXX:

I - presidir as sessões plenárias tomando parte nas discussões e


votações;

II - decidir soberanamente as questões de ordem, reclamações ou


solicitações do Plenário;

III - proferir o último voto nominal e, quando houver empate, remeter o


objeto de votação para novos estudos das Câmaras Setoriais;

IV - distribuir materiais às Câmaras Setoriais quando a sua


complexidade assim o exigir, nomeando os integrantes, dentre os titulares do
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de XXXXX, ou
designando eventuais relatores substitutos;

V - preparar, junto com o Secretário do Conselho, a pauta das sessões


ordinárias e extraordinárias;

VI - assinar a correspondência oficial do Conselho Municipal dos Direitos


da Criança e do Adolescente de XXXXX;

VII - representar o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do


Adolescente de XXXXX em solenidades públicas e zelar pelo seu prestígio;

VIII - Encaminhar ao Ministério Público notícia de infrações


administrativas ou penais que cheguem ao conhecimento do Conselho
Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente;

IX - Determinar a instauração de sindicância ou procedimento


administrativo para apurar denúncias de irregularidades envolvendo entidades
ou representantes de entidades com assento no Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente;

11
X - Manter os demais membros do Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente informados sobre todos os assuntos que digam
respeito ao órgão;

XI - Participar, juntamente com os integrantes da Câmara Setorial de


Orçamento, do processo de elaboração, discussão e aprovação das propostas
de leis orçamentárias junto ao Executivo e Legislativo Municipais, zelando para
que nelas sejam contemplados os recursos necessários ao efetivo e integral
cumprimento das resoluções e deliberações do Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, permitindo assim a efetiva
implementação da política de atendimento por este traçada;

XII - Efetuar as comunicações a que aludem os arts.4º, §4º; 5º, §3º; 14,
§4º; 42, §3º; 43, par. único; 44; 45; 50 e 51, deste Regimento Interno, aos
dirigentes das entidades não governamentais, Secretários ou Chefes de
Departamento, Executivo Municipal e Ministério Público, conforme o caso;

XIII - Convocar, de ofício ou a requerimento das Câmaras Setoriais,


Conselho Tutelar, Ministério Público, Poder Judiciário ou Prefeito, reuniões
extraordinárias da Plenária do Conselho, para tratar de assuntos de caráter
urgente;

XIV - Exercer outras funções correlatas que lhe sejam atribuídas pelo
presente Regimento Interno ou pela Legislação Municipal específica.

§ 1º. É vedado ao Presidente do Conselho Municipal de Direitos da


Criança e do Adolescente a tomada de qualquer decisão ou a prática de atos
que não tenham sido submetidos à discussão e deliberação por sua plenária;

§ 2º. Quando necessária a tomada de decisões em caráter emergencial,


é facultado ao Presidente do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do
Adolescente a convocação de reunião extraordinária do órgão, onde a matéria
será discutida e decidida.

SEÇÃO IV

DO SECRETÁRIO:

Art. 25. Ao Secretário, auxiliado por um servidor efetivo designado pela


Secretaria Municipal da Criança, compete:

I - manter:

a) livro de correspondências recebidas e emitidas com o nome dos


remetentes ou destinatários e respectivas datas;

b) livro de atas das sessões plenárias;

12
c) fichas de registro das entidades governamentais e não
governamentais que prestem assistência e atendimento à criança e ao
adolescente, contendo a denominação, localização, regime de atendimento e
número de criança e adolescentes atendidos;

II - secretariar sessões do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e


do Adolescente de XXXX, registrando a freqüência dos membros dos
conselheiros e arquivando as justificativas eventualmente encaminhadas para
as faltas;

III - despachar com o Presidente;

IV - preparar, junto com o Presidente, a pauta das sessões ordinárias e


extraordinárias;

V - prestar as informações que lhe forem requisitadas;

VI - propor ao Presidente a requisição de servidores junto aos órgãos


governamentais que compõem o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente de XXXX, para auxiliar na execução dos serviços a cargo do
Conselho, inclusive para prestar o suporte técnico-administrativo que se fizer
necessário;

VII - orientar, coordenar e fiscalizar os serviços da secretaria;

VIII - Lavrar as atas das reuniões, proceder à sua leitura e submetê-la à


apreciação e aprovação do Conselho, encaminhando aos Conselheiros até 07
(sete) dias antes da próxima reunião do Conselho;

IX - receber relatórios e documentos dirigidos ao Conselho, os quais


serão apresentados ao Plenário quando protocolizados em até 48 (quarenta e
oito) horas antes da reunião;

X - manter os Conselheiros informados das reuniões e da pauta a ser


discutida, inclusive no âmbito das Câmaras Setoriais;

XI - remeter para análise da Câmara Setorial responsável, e posterior


aprovação do Plenário, os pedidos de registro das entidades não
governamentais e programas desenvolvidos por entidades governamentais e
não governamentais que prestam assistência e atendimento à criança e ao
adolescente no município;

XII - exercer outras funções que lhe sejam atribuídas por este
Regimento Interno, pelo Presidente ou pelo Plenário.

SEÇÃO V

DAS CÂMARAS SETORIAIS:

13
Art. 26. Serão criadas, no âmbito do Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente de XXXX, Câmaras Setoriais temáticas, de
composição paritária entre representantes do governo e da sociedade civil, de
caráter permanente ou temporário, formadas por membros titulares, suplentes
e convidados.

§ 1º. As Câmaras Setoriais serão compostas de 01 (um) Presidente, 01


(um) relator e mais 02 (dois) membros, tendo as funções de elaborar estudos,
emitir pareceres e propor políticas especificas no âmbito de sua competência,
submetendo suas conclusões à apreciação e deliberação da Plenária do
Conselho;

§ 2º. O Presidente, o relator e demais membros das Câmaras Setoriais


serão escolhidos internamente pelos respectivos membros;

§ 3º. A área de abrangência, a estrutura organizacional e o


funcionamento das Câmaras Setoriais Temporárias serão estabelecidos em
resolução aprovada pelo Plenário;

§ 4º. As Câmaras Setoriais Permanentes reunir-se-ão ordinariamente,


no mínimo 01 (uma) vez por mês, mediante calendário anual previamente
enviado a todos os Conselheiros;

§ 5º. As Câmaras Setoriais Permanentes terão regimento e calendário


próprio e suas conclusões serão registradas em ata para arquivo na Secretaria
do Conselho;

§ 6º. As Câmara Setoriais reunir-se-ão extraordinariamente sempre que


necessário, podendo requerer junto à Presidência a convocação de reunião
extraordinária da Plenária do Conselho para deliberação acerca de assuntos
urgentes relacionados à sua área de atuação.

Art. 27. São 04 (quatro) as Câmaras Setoriais Permanentes, cada qual


formada no mínimo de 04 (quatro) Conselheiros, assim designadas:

I - Câmara Setorial Permanente de Políticas Básicas e Garantias de


Direitos;

II - Câmara Setorial Permanente de Comunicação, Articulação e


Mobilização;

III - Câmara Setorial Permanente de Gerenciamento do Fundo Municipal


dos Direitos da Criança e do Adolescente (FMCA);

IV - Câmara Setorial Permanente de Orçamento.

Art. 28. Compete à Câmara Setorial Permanente de Política Básicas e


Garantias de Direitos:

14
I - Formular propostas ao Plano Anual de Políticas de promoção, defesa
e garantia dos direitos das crianças e dos adolescentes e submetê-las à
apreciação e deliberação da Plenária do Conselho, de acordo com o calendário
de evolução do orçamento do município;

II - Elaborar, encaminhar e acompanhar anteprojetos de lei relativos à


promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente no município;

III - Elaborar pesquisas, estudos e pareceres em colaboração com


outras Câmaras, para identificação dos focos sociais que demandam ação do
Conselho e submetê-los à apreciação da Plenária;

IV - Acompanhar as ações governamentais e não governamentais que


se destinam à promoção, proteção, atendimento e defesa dos direitos da
criança e do adolescente, no âmbito do município;

V - Encaminhar e acompanhar junto aos órgãos competentes denúncias


de todas as formas de negligência, discriminação, exclusão, exploração,
omissão e qualquer tipo de violência contra criança e adolescente para
execução das medidas necessárias;

VI - Inspecionar, em caráter extraordinário, organismos governamentais


e instituições não governamentais, quando deliberada em plenário a
necessidade de verificação da adequação do atendimento à criança e ao
adolescente;

VII - Fiscalizar o cumprimento da Lei que estabelece que as empresas


devem manter creches no local de trabalho, propondo alternativas e parceiras
para efetivação da mesma.

Art. 29. Compete à Câmara Setorial Permanente de Comunicação,


Articulação e Mobilização;

I - Divulgar o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do


Adolescente de XXXX e sua atuação política de atendimento à criança e ao
adolescente, bem como as disposições do Estatuto da Criança e do
Adolescente, através de canais de comunicação;

II - Esclarecer a população acerca do papel do Conselho Tutelar de


demais órgãos de defesa dos direitos da criança e do adolescente com atuação
no município;

III - Encaminhar, para devida publicação, as resoluções, deliberações e


editais expedidos pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente de XXXX;

IV - Elaborar e encaminhar, para imprensa local, as comunicações e


propostas de pauta de reportagem que a Plenária do Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente entender pertinentes, com ênfase para as
datas comemorativas alusivas à área infanto-juvenil;

15
V - Divulgar, no âmbito interno e externo ao Conselho as alterações
legislativas e matérias relativas à temática da criança e do adolescente;

VI - Manter contato permanente com todas as entidades não


governamentais com atuação na área da infância e da juventude no âmbito do
município, sejam ou não integrantes do Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, assim como com os demais Conselhos Setoriais,
Conselho Tutelar e órgãos públicos que integram a “rede municipal de proteção
aos direitos da criança e do adolescente”;

VII - Desenvolver, em especial junto à comunidade escolar e mídia local,


campanhas de mobilização e conscientização acerca dos direitos e deveres de
crianças, adolescentes, pais ou responsáveis e comunidade em geral, nos
moldes do previsto nos arts.4º, 18, 70 e 88, inciso VI, da Lei nº 8.069/90.

Art. 30. Compete à Câmara Setorial Permanente do Fundo Municipal


dos Direitos da Criança e do Adolescente:

I - Propor política de captação e aplicação dos recursos do Fundo


Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente;

II - Analisar e emitir parecer aos processos de solicitação de verba


encaminhados ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente de XXXX, de acordo com a política estabelecida;

III - Propor formas e meios de captação de recursos através de


campanhas de incentivo às doações para pessoas físicas ou jurídicas de
acordo com a legislação vigente;

IV - Manter o Conselho informado sobre a situação orçamentária e


financeira do Fundo, elaborando demonstrativos de acompanhamento e
avaliação dos recursos;

V - Publicar, a cada trimestre, relatório relativo à captação e aplicação


de recursos do Fundo, assim como a prestação de contas respectiva, nos
moldes do previsto nos arts. 1º e 48, da Lei Complementar nº 101/2000;

VI - Elaborar o Plano de Aplicação dos recursos captados pelo Fundo,


de acordo com o Plano de Ação e com a política de atendimento estabelecidas
pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Parágrafo único. Para o exercício de suas atribuições, a Câmara Setorial


ouvirá o Conselho Tutelar local, por força do disposto no art.136, inciso IX, da
Lei nº 8.069/90, assim como o Ministério Público e Poder Judiciário, de modo
que os recursos captados pelo Fundo sejam destinados ao atendimento das
maiores demandas existentes no município.

Art. 31. Compete à Câmara Setorial Permanente de Orçamento:

16
I - Efetuar, juntamente com os representantes dos setores de
Planejamento e Finanças do Município, a análise do impacto das proposições e
deliberações do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
junto ao Orçamento Municipal, propondo à Plenária do Conselho as
adequações que se fizerem necessárias, face a realidade orçamentária e
financeira do município, sem prejuízo da estrita observância do princípio legal e
constitucional da prioridade absoluta à criança e ao adolescente, nos moldes
do previsto no art.4º, caput e par. único, alíneas “c” e “d”, da Lei nº 8.069/90 e
art.227, caput, da Constituição Federal;

II - Acompanhar todo o processo de elaboração, discussão e execução


das Leis Orçamentárias Municipais (Plano Orçamentário Plurianual, Lei de
Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual) pelos Poderes Executivo e
Legislativo locais, informando ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente eventuais problemas detectados;

III - Apresentar ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do


Adolescente propostas de alteração e/ou adequação das Leis orçamentárias
respectivas.

Parágrafo único. Para o exercício de suas atribuições, a Câmara Setorial


ouvirá o Conselho Tutelar local, por força do disposto no art.136, inciso IX, da
Lei nº 8.069/90, assim como o Ministério Público e Poder Judiciário,
procurando a adequação do orçamento público municipal às maiores
demandas de atendimento existentes no município.

CAPÍTULO VIII

DO FUNCIONAMENTO DO CONSELHO MUNICIPAL DE DIREITOS DA


CRIANÇA E DO ADOLESCENTE:

SEÇÃO I
DAS REUNIÕES ORDINÁRIAS E EXTRAORDINÁRIAS:

Art. 32. Na forma do disposto no art. XX, da Lei Municipal nº XXXX/XX, o


Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente de XXXX realizará
02 (duas) reuniões ordinárias a cada mês9.

§ 1º. As reuniões ordinárias serão realizadas na sede do Conselho


Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, sempre na 1ª (primeira) e
3ª (terceira) segunda-feira do mês, tendo início às 18:00 (dezoito) horas;

9
A prática tem demonstrado que a realização de apenas 01 (uma) reunião ordinária mensal,
como é praxe ocorrer, não é suficiente para que o Conselho possa realizar a contento todas as
suas atribuições, em especial no que diz respeito à adequação do orçamento público às
necessidades específicas da população infanto-juvenil. A realização de, no mínimo, 02 (duas)
reuniões ordinárias mensais, portanto, é imprescindível para o adequado funcionamento do
Conselho de Direitos.

17
§ 2º. Sempre que necessário, serão realizadas reuniões extraordinárias,
conforme disposto no presente Regimento Interno;

§ 3º. A pauta contendo as matérias a serem objeto de discussão e


deliberação nas reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho Municipal de
Direitos da Criança e do Adolescente será previamente publicada e
comunicada aos conselheiros titulares e suplentes, Juízo e Promotoria da
Infância e Juventude, Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho Tutelar, bem
como à população em geral, nos moldes do previsto neste Regimento Interno;

§ 4º. A realização de reuniões do Conselho de Direitos da Criança e do


Adolescente em local diverso do usual deverá ser devidamente justificada,
comunicada com antecedência mínima de 30 (trinta) dias e amplamente
divulgada, orientando o público acerca da mudança e de sua transitoriedade;

§ 5º. As sessões serão consideradas instaladas após atingidos o horário


regulamentar e o quorum mínimo de metade dos membros do Conselho;

§ 6º. As decisões serão tomadas por maioria simples de votos dos


Conselheiros presentes à sessão.

Art. 33. As reuniões ordinárias e extraordinárias do Conselho Municipal


de Direitos da Criança e do Adolescente serão públicas, ressalvadas as que
colocarem em discussão casos específicos envolvendo crianças ou
adolescentes acusados da prática de ato infracional (cf. arts.143 e 247, da Lei
nº 8.069/90) ou outros, cuja publicidade possa colocar em risco a imagem e/ou
a integridade psíquica e moral de crianças e/ou adolescentes (cf. arts.17 e 18,
da Lei nº 8.069/90).

Parágrafo único. Ocorrendo qualquer das hipóteses do caput do


presente dispositivo, será permitida a presença em plenário apenas dos
membros do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente e do
Conselho Tutelar, representantes do Ministério Público e Poder Judiciário, além
de familiares das crianças e/ou adolescentes envolvidas.

Art. 34. As sessões terão início sempre com a aprovação da ata da


sessão anterior, que será assinada por todos os presentes. Em seguida, todos
os membros do Conselho serão informados acerca da correspondência
endereçada ao órgão no período anterior, passando-se à leitura da pauta da
reunião, após o que terão início as discussões.

§ 1º. Na sessão serão apreciados todos os itens constantes da pauta,


sendo facultada a apresentação de outras matérias, de caráter urgente, por
parte de qualquer dos membros do Conselho Municipal de Direitos da Criança
e do Adolescente, assim como pelo Conselho Tutelar, Ministério Público, Poder
Judiciário e representante da Ordem dos Advogados do Brasil;

§ 2º. As matérias não constantes da pauta serão apreciadas após


esgotadas aquelas anteriormente pautadas, ressalvada decisão em contrário
por parte da maioria dos membros presentes à sessão;

18
§ 3º. Enquanto não apreciadas todas as matérias constantes da pauta o
Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente continuará em
sessão, podendo, caso necessário, ter esta continuidade no(s) dia(s)
subseqüente(s).

Art. 35. Os debates terão início com a leitura dos relatórios das Câmaras
Setoriais, de acordo com sorteio a ser previamente realizado ou mediante
consenso entre os membros do Conselho.

§ 1º. O relator da Câmara Setorial, no prazo de 20 (vinte) minutos,


prorrogáveis por mais 10 (dez), fará um breve resumo das discussões travadas
e dos encaminhamentos propostos, colocando a matéria em debate perante a
plenária;

§ 2º. Será também efetuada a leitura de eventuais votos divergentes que


tenham sido elaborados pelos integrantes da Câmara Setorial;

§ 3º. Os membros do Conselho que quiserem se manifestar deverão se


inscrever perante a Presidência do órgão, que lhes concederá a palavra, pela
ordem de inscrição, por 05 (cinco) minutos, prorrogáveis por mais 02 (dois);

§ 4º. Encerrado o tempo concedido, o Presidente concederá a palavra


ao próximo Conselheiro inscrito, e assim sucessivamente, até que todos os que
desejarem tenham se manifestado;

§ 5º. Não serão permitidos apartes, sendo porém facultada a reinscrição


do Conselheiro que assim o desejar;

§ 6º. Encerrados os debates entre os Conselheiros, será facultada a


manifestação dos representantes do Conselho Tutelar, Ministério Público e
Poder Judiciário, assim como, conforme o caso, de familiares das crianças e
adolescentes ou pessoas da comunidade, que possam contribuir para
deliberação a ser tomada, cada qual pelo prazo de 05 (cinco) minutos,
prorrogáveis por mais 02 (dois);

§ 7º. Quando das manifestações, poderão ser efetuadas propostas de


encaminhamento diversas da contida no relatório elaborado pela Câmara
Setorial.

Art. 36. Encerrados os debates, serão colocados em votação os


encaminhamentos efetuados pela Câmara Setorial e as eventuais
manifestações divergentes efetuadas em plenário, cabendo ao Presidente a
organização das propostas a serem votadas, de modo a evitar decisões
contraditórias.

§ 1º. A votação será aberta e tomada de forma nominal;

§ 2º. Se o resultado da votação de um encaminhamento prejudicar os


demais, não serão estes colocados em votação;

19
§ 3º. Somente serão computados os votos dos membros do Conselho
Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente presentes à sessão, sendo
vedado o voto por escrito e/ou por procuração.

Art. 37. O Presidente, após a contagem dos votos, proclamará o


resultado, fazendo constar em ata o número total de votos favoráveis e
contrários a cada um dos encaminhamentos efetuados.

§ 1º. O resultado das votações será devidamente publicado, assim como


as resoluções destas eventualmente decorrentes;

§ 2º. As deliberações relativas à criação de novos programas e serviços


públicos por parte de órgãos governamentais, assim como no sentido da
ampliação e/ou adequação dos programas já existentes, serão imediatamente
encaminhadas ao Chefe do Poder Executivo Municipal, com vista à sua
imediata execução e/ou previsão dos recursos necessários à sua
implementação nas propostas de leis orçamentárias para o exercício
subseqüente.

Art. 38. A cada sessão do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e


do Adolescente será lavrada a respectiva ata em livro próprio, que será
assinada pelo Presidente e demais Conselheiros presentes, contendo em
resumo, todos os assuntos tratados e deliberações tomadas.

SEÇÃO II

DA PUBLICAÇÃO DAS DELIBERAÇÕES E RESOLUÇÕES:

Art. 39. As deliberações e resoluções do Conselho Municipal de Direitos


da Criança e do Adolescente serão publicadas nos órgãos oficiais e/ou na
imprensa local, seguindo os mesmos trâmites para publicação dos demais atos
do Executivo, porém gozando de absoluta prioridade.

§ 1º. As despesas decorrentes da publicação deverão ser suportadas


pela administração pública, através de dotação orçamentária específica, nos
moldes do art.XX, da Lei Municipal nº XXXX/XX;

§2º. A aludida publicação deverá ocorrer na primeira oportunidade


subseqüente à reunião do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do
Adolescente onde a decisão foi tomada ou a resolução foi aprovada, cabendo à
Presidência e à Secretaria Executiva do órgão as providências necessárias
para que isto se concretize.

SEÇÃO III

DA ANÁLISE E DO REGISTRO DAS ENTIDADES DE ATENDIMENTO E

20
DOS PROGRAMAS POR ELAS EXECUTADOS:

Art. 40. Na forma do disposto nos arts.90, par. único e 91, da Lei nº
8.069/90, cabe ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente efetuar o registro:

a) das entidades não governamentais sediadas em sua base territorial


que prestem atendimento a crianças, adolescentes e suas respectivas famílias,
executando os programas a que se refere o art.90, caput e correspondentes às
medidas previstas nos arts.101, 112 e 129, todos da Lei nº 8.069/90;

b) dos referidos programas de atendimento a crianças, adolescentes e


suas respectivas famílias, em execução por entidades governamentais ou não
governamentais;

Parágrafo único. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do


Adolescente realizará periodicamente, a cada 02 (dois) anos, o
recadastramento das entidades e dos programas em execução, certificando-se
de sua contínua adequação à política de atendimento traçada.

Art. 41. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente,


por meio de resolução própria, indicará a relação de documentos a ser
fornecida pela entidade para fins de registro ou recadastramento, da qual
deverá constar, no mínimo:

a) documentos comprobatórios de sua regular constituição como pessoa


jurídica, com indicação de seu CNPJ;

b) cópia da ata de eleição e posse da atual diretoria;

c) relação nominal e documentos comprobatórios da identidade e


idoneidade de seus dirigentes e funcionários;

d) documentos comprobatórios da habilitação profissional de seus


dirigentes e funcionários;

e) atestados, fornecidos pelo Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária


ou órgãos públicos equivalentes, relativos às condições de segurança, higiene
e salubridade;

f) descrição detalhada da proposta de atendimento e do programa que


se pretende executar, com sua fundamentação técnica, metodologia e forma de
articulação com outros programas e serviços já em execução;

g) relatório das atividades desenvolvidas no período anterior ao


recadastramento, com a respectiva documentação comprobatória;

h) prestação de contas dos recursos recebidos nos 02 (dois) anos


anteriores ou desde o último recadastramento, com a indicação da fonte de
receita e forma de despesa.

21
Art. 42. Quando do registro ou recadastramento, o Conselho Municipal
de Direitos da Criança e do Adolescente, por intermédio de comissão própria,
na forma do disposto neste Regimento Interno, e com o auxílio de outros
órgãos e serviços públicos, avaliará a adequação da entidade e/ou do
programa, às normas e princípios estatutários, bem como a outros requisitos
específicos que venha a exigir, via resolução própria10.

§ 1º. Será negado registro à entidade nas hipóteses relacionadas pelo


art.91, par. único, da Lei nº 8.069/90 e em outras situações definidas pela
mencionada resolução do Conselho de Direitos;

§ 2º. Será negado registro ao programa que não respeite os princípios


estabelecidos pela Lei nº 8.069/90 e/ou seja incompatível com a política de
atendimento traçada pelo Conselho Municipal de Direitos da Criança e do
Adolescente;

§3º. Verificada a ocorrência de alguma das hipóteses previstas nos


parágrafos anteriores, poderá ser a qualquer momento cassado o registro
originalmente concedido à entidade ou programa, comunicando-se o fato ao
Ministério Público.

Art. 43. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente


efetuará recomendações visando a adequação dos programas de atendimento
desenvolvidos por entidades não governamentais, assim como sua necessária
articulação com a “rede de proteção à criança e ao adolescente” existente no
município, concedendo prazo razoável para sua efetiva e integral
implementação.

Parágrafo único. Vencido o prazo sem que a entidade tenha efetuado a


adequação e articulação referidas no caput deste dispositivo, o registro da
entidade será indeferido ou cassado, comunicando-se o fato ao Ministério
Público.

Art. 44. As resoluções relativas à adequação e articulação de programas


de atendimento desenvolvidos por entidades governamentais serão
encaminhadas diretamente ao Chefe do Executivo Municipal, com cópia ao
órgão responsável pela execução do programa respectivo, para sua imediata
implementação.

Art. 45. Em sendo constatado que alguma entidade ou programa esteja


atendendo crianças ou adolescentes sem o devido registro no Conselho
Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, o fato será levado ao
conhecimento do Ministério Público, para a tomada das medidas cabíveis, na
forma do disposto nos arts.95, 97 e 191 a 193, todos da Lei nº 8.069/90.

Art. 46. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente


expedirá resolução própria dando publicidade ao registro das entidades e
10
Notadamente quanto à existência de profissionais habilitados na execução do programa,
limitação do número de crianças e adolescentes atendidos etc.

22
programas que preencherem os requisitos exigidos, sem prejuízo de sua
imediata comunicação ao Juízo da Infância e Juventude e Conselho Tutelar,
conforme previsto nos arts.90, par. único e 91, caput, da Lei nº 8.069/90.

SEÇÃO IV

DA CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO


ADOLESCENTE:

Art. 47. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente


realizará, a cada biênio, uma Conferência Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente, destinada a realizar um debate ampliado, assim como
conscientizar e mobilizar a população na busca de soluções concretas para os
problemas que afligem a população infanto-juvenil.
§ 1º. A Conferência Municipal dos Direitos da Criança contará com
regimento próprio, podendo seguir a temática e os parâmetros traçados pelos
Conselhos Estadual e Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente;
§ 2º. Os resultados da Conferência servirão de referencial para atuação
do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente no biênio
subseqüente, devendo ser estabelecido um cronograma para implementação e
adequação das políticas, programas e serviços públicos nela aprovados.

CAPÍTULO IX

DO PLANEJAMENTO E DAS AÇÕES A SEREM DESENVOLVIDAS:

SEÇÃO I

DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO:

Art. 48. Até o dia 01 de março de cada ano, o Conselho Municipal de


Direitos da Criança e do Adolescente, com base nas informações colhidas
durante a Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,
assim como junto ao Conselho Tutelar, Ministério Público, Poder Judiciário,
entidades de atendimento à criança e ao adolescente com atuação no
município e outras fontes, efetuará o planejamento das ações a serem
desenvolvidas ao longo do ano, visando, dentre outras:

I - relacionar e enumerar, pela ordem de gravidade, as maiores


demandas e deficiências estruturais existentes no município, no que diz
respeito a serviços públicos e programas de atendimento à população infanto-
juvenil local, bem como suas respectivas famílias;

II - estabelecer as prioridades a serem atendidas a curto, médio e longo


prazos, deliberando no sentido da implementação de políticas públicas
específicas para solucionar, de maneira efetiva, os problemas detectados,
zelando para que as propostas de leis orçamentárias municipais incorporem o
teor de tais deliberações, com a previsão dos recursos necessários para sua

23
execução;

III - apresentar e aprovar o calendário de atividades, contemplando as


datas de realização das reuniões ordinárias, datas comemorativas relacionadas
à área infanto-juvenil, conferência municipal dos direitos da criança e do
adolescente etc.

§ 1º. As propostas aprovadas durante a Conferência Municipal dos


Direitos da Criança e do Adolescente serão atendidas em caráter prioritário, de
acordo com o cronograma a ser estabelecido conforme disposto no art. 47, §2º
deste Regimento Interno;

§ 2º. Para o desempenho das atividades relacionadas neste dispositivo,


o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente contará com o
apoio dos órgãos encarregados dos setores de planejamento e finanças do
município.

SEÇÃO II

DA OTIMIZAÇÃO DA ESTRUTURA DE ATENDIMENTO DISPONÍVEL NO


MUNICÍPIO:

Art. 49. Sempre que necessário, com base nas informações relativas
acerca das demandas e deficiências existentes, o Conselho Municipal de
Direitos da Criança e do Adolescente poderá decidir, em caráter emergencial,
pelo reordenamento dos programas e serviços desenvolvidos por entidades
governamentais, de modo venham a otimizar os recursos humanos e materiais
disponíveis para também atender demandas ainda a descoberto ou para as
quais a estrutura ou rede de atendimento existente ainda se mostre deficitária,
obedecendo assim ao comando emanado do art.259, par. único, da Lei nº
8.069/90.

SEÇÃO III

DA PARTICIPAÇÃO NA ELABORAÇÃO DA PROPOSTA ORÇAMENTÁRIA


DO EXECUTIVO:

Art. 50. Até o dia 31 de março de cada ano o Conselho Municipal de


Direitos da Criança e do Adolescente deverá elaborar seu plano de ação,
contendo as estratégias, ações de governo e programas de atendimento a
serem implementados, mantidos e/ou suprimidos pelo município, que deverão
ser devidamente publicados e encaminhados para inclusão, no momento
oportuno, nas propostas de Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária
Anual, elaborados pelo Executivo;

§ 1º. Cabe à administração pública local, por intermédio do órgão


encarregado do setor de planejamento e sob a estrita fiscalização do Conselho
Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, incorporar as metas
definidas no plano de ação anual referido no caput deste dispositivo na

24
previsão orçamentária dos diversos órgãos e setores responsáveis por sua
posterior execução, a ser incluída na Proposta de Lei Orçamentária Anual,
respeitado seu caráter prioritário e preferencial, ex vi do disposto no art.227,
caput da Constituição Federal c/c art.4º, par. único, alíneas “c” e “d” da Lei nº
8.069/90;

§ 2º. Quando do encaminhamento das propostas de leis orçamentárias


ao Poder Legislativo, o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do
Adolescente solicitará à Presidência da Câmara Municipal a relação de
emendas sugeridas que digam respeito à criança e ao adolescente até o prazo
final de apresentação das mesmas;

§ 3º. A Câmara Setorial Permanente de Orçamento ficará encarregada


de acompanhar todo processo de elaboração, discussão, aprovação e
execução orçamentária, devendo efetuar ao Conselho Municipal de Direitos da
Criança e do Adolescente, em conjunto com os órgãos públicos encarregados
do planejamento e finanças do ente federado ao qual estiver aquele vinculado,
exposição bimestral que permita avaliar, continuamente, a efetiva
implementação da política de atendimento e defesa da criança e do
adolescente, e o cumprimento do disposto no art.227, caput da Constituição
Federal c/c art.4º, par. único, alíneas “c” e “d” do Estatuto da Criança e do
Adolescente;

§ 4º. Procedimento similar será adotado quando da elaboração, pelo


Executivo Municipal, da proposta de Plano Orçamentário Plurianual.

Art. 51. Caso as deliberações do Conselho Municipal de Direitos da


Criança e do Adolescente não sejam incorporadas às propostas de leis
orçamentárias e/ou executadas ao tempo e modo devidos, o Presidente do
Conselho fará imediata comunicação do fato ao Ministério Público, sem
embargo de outras providências administrativas e judiciais a serem tomadas.

SEÇÃO IV

DO FUNDO ESPECIAL PARA A INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA:

Art. 52. Cabe ao Conselho Municipal de Direitos da Criança e do


Adolescente, por força do disposto no art.88, inciso IV, da Lei nº 8.069/90, a
gestão do Fundo Especial para a Infância e Adolescência - FIA, criado pela Lei
Municipal nº XXXX/XX.

§ 1º. Os recursos captados pelo Fundo Especial para a Infância e


Adolescência serão utilizados exclusivamente para implementação de ações de
programas de atendimento a crianças, adolescentes e suas respectivas
famílias, na forma do disposto nos arts.90, incisos I a VII, 101, incisos I a VII,
112, incisos III a VI e 129, incisos I a IV, todos da Lei nº 8.069/90;

§ 2º. Os recursos captados pelo Fundo Especial para a Infância e


Adolescência são considerados recursos públicos, estando assim sujeitos às

25
regras e princípios que norteiam a aplicação dos recursos públicos em geral,
inclusive no que diz respeito a seu controle pelo Tribunal de Contas, sem
embargo de outras formas que venham a se estabelecer, inclusive pelo próprio
Ministério Público (conforme art.74, da Lei nº 4.320/64 e art.260, §4º, da Lei nº
8.069/90, somados às disposições gerais da Lei nº 8.429/92);

Art. 53. Os recursos do Fundo Especial para a Infância e Adolescência


não poderão ser utilizados:

a) para manutenção dos órgãos públicos encarregados da proteção e


atendimento de crianças e adolescentes, aí compreendidos o Conselho Tutelar
e o próprio Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, o que
deverá ficar a cargo do orçamento das Secretarias e/ou Departamentos aos
quais estiverem aqueles administrativamente vinculados (conforme art.134,
par. único, da Lei nº 8.069/90);

b) para manutenção das entidades não governamentais de atendimento


a crianças e adolescentes, por força do disposto no art.90, caput, da Lei nº
8.069/90, podendo ser destinados apenas aos programas de atendimento por
elas desenvolvidos;

c) para o custeio das políticas básicas a cargo do Poder Público.

Art. 54. Por se tratarem de recursos públicos, a deliberação e aplicação


dos recursos captados pelo Fundo Especial para a Infância e Adolescência
será efetuada com o máximo de transparência, cabendo à Plenária do
Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, com respaldo no
diagnóstico da realidade local e prioridades previamente definidas, critérios
claros e objetivos para seleção dos projetos e programas que serão
contemplados, respeitados os princípios da legalidade, impessoalidade,
moralidade e publicidade, ex vi do disposto no art.4º, da Lei nº 8.429/92 - Lei de
Improbidade Administrativa11.

§ 1º. As entidades integrantes do Conselho de Direitos da Criança e do


Adolescente que habilitarem projetos e programas para fins de recebimento de
recursos captados pelo Fundo Especial para a Infância e Adolescência, serão
consideradas impedidas de participar do respectivo processo de discussão e
deliberação, não gozando de qualquer privilégio em relação às demais
concorrentes;

§ 2º. Em cumprimento ao disposto no art.48 e par. único, da Lei


Complementar nº 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal, o Conselho
Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente apresentará relatórios
mensais acerca do saldo e da movimentação de recursos do Fundo Especial
para a Infância e Adolescência, de preferência via internet, em página própria
11
A propósito, tanto os membros do Conselho de Direitos quanto os responsáveis pela
execução dos programas de atendimento custeados com recursos do Fundo Especial para
a Infância e Adolescência, estão sujeitos à disposições da Lei nº 8.429/92, ex vi do
disposto nos arts.1º, 2º e 3º deste Diploma Legal.

26
do Conselho ou em outra pertencente ao ente público ao qual estiver vinculado,
caso disponível.

Art. 55. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente


realizará, a cada ano, campanhas de arrecadação de recursos para o Fundo
Especial para a Infância e Adolescência, nos moldes do previsto no art.260, da
Lei nº 8.069/90.

Parágrafo único. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do


Adolescente, por força do disposto no art.260, §2º, da Lei nº 8.069/90 e art.227,
§3º, inciso VI, da Constituição Federal, estabelecerá critérios de utilização,
através de planos de aplicação das doações subsidiadas e demais receitas
captadas pelo Fundo Especial para a Infância e Adolescência, definindo e
aplicando necessariamente percentual para incentivo ao acolhimento, sob a
forma de guarda, de criança ou adolescente, órfão ou abandonado.

Art. 56. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente,


com a colaboração do órgão encarregado do setor de planejamento, elaborará,
até o dia 31 de março de cada ano, um plano de aplicação para os recursos
captados pelo Fundo Especial para Infância e Adolescente, a ser
obrigatoriamente incluído na proposta orçamentária anual do município.

Parágrafo único. O Plano de Aplicação deverá corresponder ao plano de


ação previamente aprovado pelo Conselho Municipal de Direitos da Criança e
do Adolescente.

CAPITULO X

DA DEFESA JUDICIAL DAS PRERROGATIVAS DO CONSELHO DE


DIREITOS:

Art. 57. Caso descumpridas as deliberações do Conselho Municipal de


Direitos da Criança e do Adolescente, seja através da recusa da inclusão dos
planos de ação e de aplicação de recursos nas propostas de leis
orçamentárias, seja por não destinar à área da infância e juventude a
preferência na execução do orçamento que lhe é garantida pela Constituição
Federal e Legislação Ordinária, o próprio Conselho de Direitos poderá
demandar em Juízo para fazer valer sua prerrogativa constitucional, sendo
ainda facultado aos legitimados do art.210 da Lei nº 8.069/90, o ingresso com
ação mandamental ou ação civil pública para a mesma finalidade.

Parágrafo único. A referida demanda deverá ser ajuizada perante a


Justiça da Infância e Juventude, ex vi do disposto nos arts.148, inciso IV e 209,
ambos da Lei nº 8.069/90.

CAPÍTULO XI

DO PROCESSO DE ESCOLHA DOS MEMBROS DO CONSELHO TUTELAR:

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SEÇÃO I

DA DEFLAGRAÇÃO DO PROCESSO DE ESCOLHA:

Art. 58. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente,


por força do disposto no art.139, da Lei nº 8.069/90, é responsável pela
deflagração e condução do processo de escolha dos membros do Conselho
Tutelar.

§ 1º. O processo de escolha dos membros do Conselho Tutelar será


deflagrado no mínimo 06 (seis) meses antes do término do mandato dos
membros do Conselho Tutelar em exercício12;

§ 2º. O processo de escolha para os membros do Conselho Tutelar será


deflagrado e concluído preferencialmente no primeiro semestre do ano, de
modo a evitar a coincidência com as eleições oficiais 13.

SEÇÃO II

DOS RECURSOS FINANCEIROS, MATERIAIS E HUMANOS


NECESSÁRIOS:

Art. 59. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente


providenciará, junto ao Executivo Municipal, com a devida antecedência, os
recursos - humanos e financeiros - necessários para condução e realização do
processo de escolha, inclusive a aludida publicidade, confecção das cédulas de
votação, convocação e alimentação de mesários, fiscais e pessoal encarregado
da apuração dos votos.

§ 1º. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente


realizará, com a devida antecedência, gestões junto à Justiça Eleitoral local, no
sentido de viabilizar, quando necessário, o empréstimo de urnas eletrônicas
para o pleito, nos termos do contido na Resolução nº 19.877/97, do Tribunal
Superior Eleitoral14;

§ 2º. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente


providenciará, junto ao comando da Polícia Militar local, com a devida
12
Ressalvada a existência de disposição expressa em contrário na legislação municipal
específica. A mencionada antecedência se faz necessárias para assegurar o devido
cumprimento de todas as etapas e prazos que devem ser estabelecidos para adequada
condução e conclusão do processo de escolha.
13
Terminologia empregada em razão do contido na Resolução nº 19.877/97, do Tribunal
Superior Eleitoral.
14
Nos termos do art.19, da Resolução nº 19.877/97, do TSE, “nenhum pedido de cessão dos
equipamentos ... poderá ser deferido dentro dos 120 (cento e vinte) dias que antecederem à
realização de eleições”, o que reafirma a conveniência de que o processo de escolha dos
membros do Conselho Tutelar seja sempre realizado no primeiro semestre do ano,
independentemente da data da posse dos escolhidos.

28
antecedência, os meios necessários para garantir a segurança dos locais de
votação e de apuração do resultado.

Art. 60. Todas as despesas necessárias à realização do processo de


escolha dos membros do Conselho Tutelar deverão ser suportadas pelo
município, via dotação própria no orçamento da secretaria ou departamento ao
qual o órgão estiver vinculado administrativamente.

Parágrafo único. Ante a falta de prévia dotação para realização do


processo de escolha, deverá ser promovido o remanejamento dos recursos
necessários de outras áreas não prioritárias, nos moldes do previsto na lei
orçamentária municipal e Lei Complementar nº 101/00.

SEÇÃO III

DA FISCALIZAÇÃO DO PROCESSO DE ESCOLHA PELO MINISTÉRIO


PÚBLICO:

Art. 61. Para que possa exercer sua atividade fiscalizatória, prevista no
art.139, da Lei nº 8.069/90, o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do
Adolescente notificará pessoalmente o Ministério Público de todas as etapas do
certame e seus incidentes, sendo a este facultada a impugnação, a qualquer
tempo, de candidatos que não preencham os requisitos legais ou que
pratiquem atos contrários às regras estabelecidas para campanha e dia da
votação.

Parágrafo único. As notificações ao Ministério Público serão expedidas


diretamente pelo Presidente da Comissão Eleitoral.

SEÇÃO IV

DA COMISSÃO ELEITORAL:

Art. 62. Será formada, no âmbito do Conselho Municipal de Direitos da


Criança e do Adolescente, uma Comissão Eleitoral, de caráter temporário,
observada a composição paritária entre representantes do governo e da
sociedade civil organizada, composta de no mínimo 04 (quatro) integrantes,
que ficará encarregada da parte administrativa do pleito, análise dos pedidos
de registro de candidaturas, apuração de incidentes ao longo do processo de
escolha e outras atribuições que lhe forem conferidas.

Parágrafo único. Aplica-se à Comissão Eleitoral, no que couber, as


disposições relativas à Câmaras Setoriais contidas no Capítulo VII, Seção V,
deste Regimento Interno.

SEÇÃO V

DO CALENDÁRIO E DA NECESSIDADE DE EXPEDIÇÃO DE RESOLUÇÃO


ESPECÍFICA PARA O PROCESSO DE ESCOLHA DOS MEMBROS DO

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CONSELHO TUTELAR:

Art. 63. O Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente,


à luz das disposições relativas ao processo de escolha para membros do
Conselho Tutelar contidas na Lei nº 8.069/90 e legislação municipal específica
que trata da matéria, expedirá resolução própria que contemple todas as
etapas do certame, estabelecendo um calendário contendo as datas e prazos
previstos para sua realização e conclusão, desde a publicação do edital de
convocação até a posse dos escolhidos.

CAPÍTULO XII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS:

Art. 64. Este Regimento Interno somente poderá ser alterado por maioria
absoluta dos membros do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de
XXXX.

Art. 65. Os casos omissos serão decididos pela Plenária do Conselho


Municipal da Criança e do Adolescente.

Art. 66. Este Regimento Interno entrará em vigor na data de sua


publicação.

Parágrafo único. Cópia integral deste Regimento Interno será fornecida


ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, bem como afixada na sede dos
Conselhos Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente e Tutelar, para
conhecimento do público em geral.

XXXXX, XX de XXXXX de XXXX.

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