Teoria de Kolhberg
Teoria de Kolhberg
Teoria de Kolhberg
(Delegação de Maputo)
CURSO: PSICOLOGIA
Discente:
2. Objectivos.........................................................................................................................................4
2.1. Geral..............................................................................................................................................4
2.2. Específicos....................................................................................................................................4
3. Metodologia.....................................................................................................................................4
4. Contextualização..............................................................................................................................5
11. Conclusão.....................................................................................................................................13
12. Referências...................................................................................................................................14
1. Introdução
Todos nós desenvolvemos nossa moral própria e intransferível: valores que não apenas separam o
“malˮ do “bomˮ no mundo abstracto, mas também influência em nossos comportamentos,
percepções e pensamentos. Poderíamos até dizer que pode ser tão internalizado para influenciar
nossas emoções. Um dos modelos mais importantes e influentes tentando explicar o
desenvolvimento de nossa moralidade é a teoria do desenvolvimento moral de Kohlberg.
Nesse estágio da teoria do desenvolvimento moral de Kohlberg, a ideia já parece que os interesses
variam de um indivíduo para outro. E embora os critérios para decidir o que é errado ou bom ainda
sejam as consequências dos actos, eles não são mais marcados por outros. Agora o indivíduo vai
pensar que tudo o que lhe dá algum benefício vai ficar bem, e mal o que isso significa uma perda ou
desconforto.
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2. Objectivos
2.1. Geral
Descrever em relação a teoria do desenvolvimento moral de Kohlberg
2.2. Específicos
Mencionar a moral como princípios de justiça
Mencionar o Desenvolvimento na sequência de estágios morais.
Indicar o conflito cognitivo como motivador do desenvolvimento moral
Aborda sobre a construção do conceito de moralidade na teoria de Kohlberg
Mencionar os tipos da teoria do desenvolvimento moral de Kohlberg
3. Metodologia
Para a realização deste trabalho, recorreu-se a pesquisa bibliográfica, onde Segundo a visão de
André (2006), metodologia refere-se não só a um simples conjunto de métodos, mas sim aos
fundamentos e pressupostos que fundamentam um estudo particular. Onde são mostrados os
instrumentos e os métodos utilizados na recolha de dados.
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4. Contextualização
Kohlberg foi aluno de Jean Piaget, porém ao sentir a necessidade de aprofundar suas analises
científicas, ampliou a teoria piagetiana que detinha-se principalmente no que se refere a construção
mental das regras e normas e admitiu a existência de estágios hierárquicos e sequenciados de
desenvolva adolescentes e adultos, e defendeu a existência de seis estágios de desenvolvimento da
moralidade, contidos em três grandes níveis.
De acordo com Biaggio (1997, p.3), Kohlberg fez estudos em longo prazo nos Estados Unidos sobre
raciocínio moral, lançando mão de dilema entrevistava utilizando-se do método clínico, assim como
Piaget em suas pesquisas. Ele mostrava os dilemas e os indivíduos davam soluções categorizava as
informações que conseguia, analisando as justificativas, o valor moral intrínseco.
Comummente os dilemas apontados por Kohlberg, reais ou fictícios, exibiam aos entrevistados a
situações que apontava profundas dúvidas sobre a de famosos, dentre outros dilemas, foi o chamado
“O Dilema de Heinz” (Henrique) apresentado por Lourenço (1992) em nosso estudo e todos e
profundas, peculiares e adequadas pautadas pelo conjunto de experiências vivenciais de cada sujeito,
fazendo-os responsabilizarem-se pelos seus actos.
Contudo, cada decisão, segundo Kohlberg, está vinculada a três níveis de desenvolvimento moral
(pré-convencional, convencional e pós-convencional Piaget (1977) – e dando passos além desses
estudos, pois englobam desde a criança até a fase adulta – evolui da moral heterônoma para a
autónoma, consciente e transformadora das relações sociais em prol da justiça social
independentemente da acção coercitiva
Quando a acção do organismo provoca uma reacção do meio que é desconhecida pelo organismo,
ocorre uma perturbação ou um conflito que vai motivar o organismo a continuar agindo sobre o meio
até que sua acção possa ser assimilada e acomodada em um novo estado de equilibração. Assim, o
processo é chamado de equilibração das estruturas cognitivas, pois o “equilíbrio” das acções do
indivíduo sobre o meio, e deste com relação ao indivíduo, é sempre um processo que é restabelecido
para depois avançar com novos conflitos e equilibrasses.
Para a abordagem cognitiva, o desenvolvimento é um processo que ocorre a partir de mudanças nas
estruturas cognitivas e no modo de organização do pensamento, e essas mudanças podem ser
observadas a partir de um modelo de estágios. De acordo com Kohlberg (1984) os estágios são
formados a partir da interacção entre organismo e ambiente, e são definidos, por este autor, como
formas estruturais de pensamento que apresentam diferenças qualitativas no modo de pensar e de
resolver problemas.
Os estágios são formados também, por uma integralização hierárquica, ou seja, cada estágio é
formado por reorganizações das estruturas cognitivas dos estágios anteriores. Os estágios são
caracterizados por uma sequência universal e invariante, ou seja, o desenvolvimento, na forma de
estágios, ocorre sempre na mesma sequência, e está presente em todas as culturas.
De acordo com Kohlberg (1984), cada estágio de desenvolvimento é formado por estruturas que são
mais complexas e mais equilibradas que as estruturas presentes nos estágios anteriores. Assim,
quando uma nova estrutura é formada, a estrutura antiga, que dava suporte ao raciocínio do estágio,
passa a não ser tão adequada quanto a nova estrutura. Dessa forma, os estágios mais avançados,
formados por estruturas cognitivas mais complexas, por representarem uma forma mais adequada de
se resolver um conflito, tendem a ser mais utilizados.
Dizer que os estágios são universais, significa dizer que todos os estágios estão presentes, ou podem
estar presentes, em qualquer cultura. A presença ou ausência de um estágio ocorre, de acordo com
Snarey (1985), devido a características de cada cultura, o que não significa dizer que moral é relativa
a esta.
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6. A moral como princípios de justiça
Kohlberg (1984) define a moral como princípios de justiça. Esta definição não ocorre de forma
arbitrária, pois para Kohlberg, a justiça é um conceito que atende aos critérios cognitivos e
filosóficos de sua teoria. Para Kohlberg (1984), o conceito de justiça representa uma característica
estrutural do julgamento moral por esse princípio ser construído progressivamente nas interações
interpessoais, o que permite entendê-lo a partir de aspectos de desenvolvimento. De acordo com
Kohlberg (1984) as operações de justiça (igualdade e reciprocidade) são desenvolvidas e interagem
de forma paralela com as operações lógicas.
Para Kohlberg (1984) a justiça é formada por dois elementos essenciais: a reciprocidade e a
igualdade. As relações de igualdade e de reciprocidade são reguladas pela distribuição de direitos e
deveres entre os indivíduos. Logo, o desenvolvimento moral de um indivíduo representa o
desenvolvimento ou a construção de concepções de reciprocidade e igualdade de forma que estes
conceitos sejam cada vez mais elaborados e equilibrados.
A definição de moral proposta por Kohlberg (1984) envolve dois princípios filosóficos, abordados
principalmente por Kant (1785/1997): a prescritividade e a universalidade. Estes princípios precisam
ser entendidos como aspectos interligados desse conceito, para serem entendidos como
características de uma definição de moral como princípios de justiça. A prescritividade representa o
“dever de agir”, que implica em uma obrigação de se agir moralmente a partir do reconhecimento
dos direitos e deveres de cada indivíduo.
Em outras palavras, a moral, definida a partir de princípios de justiça, representa a obrigação de agir
pelo dever, a partir do reconhecimento dos direitos e deveres de cada um. Esses princípios que
regulam a acção, ou o dever de agir, são aplicáveis a qualquer indivíduo e em qualquer situação
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social. E, de forma recíproca, é a preocupação com a universalidade do “dever agir”, ou de uma
acção prescritiva, que leva ao uso da justiça como princípio fundamental da acção.
Essa mistura de estágios, como mencionado por Kohlberg (1984), envolve períodos de consistência
e inconsistência do raciocínio e, de acordo com Turiel (1969), esses dois períodos estão relacionados
com a transição de um estágio para outro. O período de consistência representa um período de
estabilidade do estágio modal e o período de inconsistência representa um período com alto nível de
mistura de estágios.
Como definido por Piaget (1964/2010), o desenvolvimento consiste num equilíbrio progressivo entre
as perturbações do meio externo com o meio interno. Essas perturbações, ou conflitos cognitivos,
tendem a ser equilibradas por meio da assimilação e acomodação do novo conteúdo apresentado.
Assim, sempre que um indivíduo é exposto a um raciocínio que contradiz o seu, e quando esta
exposição promove a necessidade de entendimento desse novo raciocínio, existe um conflito
cognitivo.
De acordo com Kohlberg (1984) as operações ou princípios de justiça estão presentes na estrutura de
cada estágio e em quatro orientações morais por ele identificadas (ordem normativa, utilidade da
consequência, self-ideal, e justiça). As orientações morais representam tipos de estratégias utilizadas
pelos indivíduos para se resolver um conflito. Kohlberg (1984) afirma que todas as orientações
morais podem ser utilizadas para resolver conflitos em qualquer estágio. Entretanto, o indivíduo
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pode se guiar por alguma orientação específica ao resolver um determinado conflito. As orientações
morais são definidas por Kohlberg (1984) da seguinte forma:
De acordo com Kohlberg (1984), dentre a orientação morais, a orientação de justiça mostra-se como
a mais adequada para a resolução de dilemas sociomorais. Primeiro, por dar a cada envolvido no
conflito o que é seu por direito. Segundo, por estar presente em todas as demais orientações, de
modo que a manutenção das regras, do bem-estar do grupo ou das relações do indivíduo com a
sociedade representa sempre uma ideia de justiça.
Nível pré-convencional
O nível pré-convencional de argumentação moral é particularmente comum em crianças, embora
adultos também possam exibir esse nível de argumentação. Nesse nível, o juízo da moralidade da
acção é feito com base em suas consequências directas. O nível pré-convencional consiste apenas do
primeiro e segundo estágios de desenvolvimento moral, e está preocupado apenas com o próprio ser
de uma maneira egocêntrica. Alguém com uma moral pré-convencional ainda não adoptou ou
internalizou as convenções da sociedade sobre o que é certo ou errado, mas, em vez disso, foca-se
grandemente em consequências externas que certas acções possam ter.
Há uma deferência para aqueles vistos como de maior poder ou prestígio. O estágio 2 é aquele em
que a pessoa é movida apenas pelos próprios interesses. O comportamento moral consiste em seguir
regras quando forem do interesse imediato do actor, e em reconhecer que os outros também têm seus
próprios interesses, o que pode justificar uma troca entre atores, integrando interesses recíprocos,
mas apenas até o ponto em que isso serve aos interesses do próprio actor.
O ponto de vista inclui, portanto, o de outros indivíduos, numa base instrumental, ocorrendo uma
certa descentração, embora mínima. O respeito pelos outros não está baseado em lealdade ou
respeito mútuo, mas no sentido de "uma mão lava a outra". A falta de perspectiva do estágio 2
também não pode ser confundida com o estágio 5, pois aqui todas as acções têm o propósito de
servir os próprios interesses ou necessidades do próprio indivíduo.
Nível convencional
O nível convencional de argumentação moral é típico de adolescentes e adultos. Aqueles que
argumentam de uma maneira convencional julgam a moralidade das acções comparando-as com as
visões do mundo e expectativas da sociedade. A moralidade convencional é caracterizada por uma
aceitação das convenções sociais a respeito do certo e do errado. Nesse nível um indivíduo obedece
regras e segue as normas da sociedade mesmo quando não há consequências pela obediência ou
desobediência. Aderência a regras e convenções é de algum modo rígida, entretanto, a adequação da
aplicação de uma regra ou a justiça dela é por vezes (poucas) questionada.
A argumentação moral no estágio quatro está além da necessidade de aprovação individual exibida
no estágio três; a sociedade deve aprender a transcender necessidades individuais. Um ideal (ou
ideais) central frequentemente prescreve o que é certo ou errado, como no caso do fundacionalismo.
Se uma pessoa viola uma lei, talvez todo mundo possa. Portanto, há uma obrigação e um dever em
manter leis e regras. A maioria dos membros activos da sociedade permanece no estágio quatro,
onde a moralidade é predominantemente ditada por uma força externa.
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11. Conclusão
Durante os anos em que estudou o desenvolvimento, Kohlberg esteve interessado numa busca
pessoal sobre a existência de princípios universais que delineassem a moral como pensamentos de
justiça. Kohlberg indicou a prática educacional e clínica como sua motivação principal para a
realização dos estudos longitudinais que comprovaram sua teoria. As preocupações da sociedade da
época, de proporcionar educação moral nas escolas, motivaram Kohlberg e seus alunos a
desenvolver e a experimentar discussões sobre conflitos morais em sala de aula, como uma forma de
estimular o desenvolvimento moral.
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12. Referências
Abreu, E. L., Camino, C., & Rique, J. (2011, Novembro). Relação entre o julgamento moral de
justiça e de perdão em universitários. Trabalho apresentado no VII Congresso Brasileiro de
Psicologia do Desenvolvimento, Universidade de Brasília, Brasília, DF.
Moreira, P. L. Marin, S. Luna, V., & Rique, J. (2009, Novembro). O pensamento moral do perdão
em crianças. Trabalho apresentado no VII Congresso Brasileiro de Psicologia do Desenvolvimento –
Desenvolvimento e Direitos Humanos.
La Taille, Y. (2005, Setembro). O valor moral e a representação da realidade nos juízos de crianças e
adolescentes em uma situação parcial e imparcial de calúnia. Trabalho apresentado no V Congresso
Brasileiro de Psicologia do Desenvolvimento, São Paulo, SP.
Alves, A. D., Alencar, H. M., & Ortega, A. C. (2011a, Novembro). Concepções de amor de crianças
de 6 e 9 anos: um estudo no contexto da moralidade. Trabalho apresentado no VIII Congresso
Brasileiro de Psicologia do Desenvolvimento, Universidade de Brasília, Brasília, DF.
Alves, A. D., Alencar, H. M., & Ortega, A. C. (2011b, Novembro). Amor nos vínculos de um
relacionamento: estudo com crianças na área da moralidade. Trabalho apresentado no VIII
Congresso Brasileiro de Psicologia do Desenvolvimento,
Andrade, M. W. C. L., Camino, C., Dias, M. G. B., & Camboin, A. (2011, Novembro).
Compreensão de valores por crianças. Trabalho apresentado no VII Congresso Brasileiro de
Psicologia do Desenvolvimento, Universidade de Brasília, Brasília, DF.
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Andrade, M. W. L., Camboin, A., & Ferreira, A. (2009, Novembro). Valores morais no agreste de
Pernambuco. Trabalho apresentado no VII Congresso Brasileiro de Psicologia do Desenvolvimento
– Desenvolvimento e Direitos Humanos. Universidade Estadual do Rio de Janeiro, RJ.
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