Casos Práticos Interpretação Resolvidos
Casos Práticos Interpretação Resolvidos
Casos Práticos Interpretação Resolvidos
Tomás, adepto fervoroso do Benfica e sócio n.º 999, desde longa data assiste aos
jogos do seu “Glorioso” com o grande amigo Nélson. Em dia de derby na Luz, com a
emoção do jogo, sentiu-se mal e foi-lhe diagnosticada uma doença grave, tendo os
médicos previsto que teria apenas três meses de vida. Ao saber desta pavorosa notícia,
Tomás decidiu fazer um testamento público em Janeiro de 2009, do qual constava uma
disposição a favor de Nélson com o seguinte teor: “Lego ao meu amigo Nelson a minha
camisola autografada pelo Eusébio, no caso de o Benfica ser campeão nacional este
ano.”
Imagine que um polícia multava Tomás, paramédico, por este entrar com uma
ambulância num parque, porque a mesma tinha uma placa à entrada que proibia a
entrada de veículos no parque. Estava Tomás proibido de entrar no parque?
Suponha agora que o mesmo zeloso polícia multava igualmente Vicente, que
havia entrado no mesmo parque montado numa trotinete elétrica. Que argumentos podia
o jovem aduzir para demonstrar que estava permitido entrar no parque? Imagine que
Vicente consultava um professor de Direito sobre a questão, que emitia um parecer
sobre o assunto — que valor deverá ser atribuído a este parecer?
De modo a cumprir o seu maior sonho — ser mãe —, Maria, que tem um
problema no útero, acordou com Paula que esta seria “barriga de aluguer” de um seu
óvulo. Porém, Paula, após ter dado à luz e por ter criado uma forte relação emocional
com a criança, registou o bebé na Conservatória do Registo Civil de Alvalade como seu
filho.
Maria, de cabeça perdida com o sucedido, ameaçou processar Paula por
considerar ser a verdadeira mãe biológica do recém-nascido (que, aliás, «tinha
notoriamente o nariz de Maria»). Em resposta, Paula, que se havia aconselhado com
primo que se tinha licenciado em Direito nos anos 80, fez ver a Maria que nada temia,
visto que segundo o seu primo, o Código Civil conteria uma preceito de acordo com o
qual “mãe biológica é aquela que dá à luz”. Pressupondo a existência da norma
extraível do anterior enunciado, responda às seguintes questões:
a) Quem é a mãe biológica?
b) Se este caso chegasse a tribunal o que poderia o juiz fazer?
c) Imagine que existia uma lei, mais recente, mas que nada tinha que ver com a
determinação da maternidade e que continha uma formulação normativa de
acordo com a qual “o conceito de mãe biológica deveria ser determinado em
função da relação de sangue”.
c) (Costume?)
(Falta Nota)
CASO 7 - MILITARES
Suponha que o regulamento 119/09, estabelece no art. 9.º que “os militares
devem entrar e sair fardados das suas unidades” e que no art. 20.º se dispõe que “os
militares podem entrar e sair da sua unidade em traje civil”. Rúben, militar, tem
dúvidas em perceber o que fazer em face do conteúdo do regulamento.
Quid iuris?
Aqui devemos fazer uma interpretação ab-rogante (modalidade de interpretação quanto
ao critério do resultado da conjugação dos elementos literal e lógico), segundo a qual se
chega à conclusão que existe uma contradição insanável entre os elementos lógico e
literal, e que, por esses motivos, não se consegue retirar da norma qualquer sentido ou
significado.