Apontamentos Teorias Da Comunicação
Apontamentos Teorias Da Comunicação
Apontamentos Teorias Da Comunicação
Este modelo tem como referência teórica a Psicologia Behaviorista, que estuda o
comportamento humano com experimentações das ciências biológicas (ex: cão de Pavlov). A
partir daí, conclui-se que o estímulo é o agente da resposta (ou seja, é necessário haver um
estímulo para produzir uma resposta) e existe uma relação recíproca entre os 2 (Estímulo <->
Resposta).
Mais tarde, é proposto um novo modelo comunicativo – o Modelo de Lasswell - que defende
que o ato da comunicação se resume às seguintes perguntas: Quem? (emissor); Diz o quê?
(mensagem); Através de que canal? (meio); A quem? (audiência); Com que efeito?
(efeitos/resposta). Apesar deste modelo se basear na teoria hipodérmica, acaba por atrair as
atenções para as suas falhas e, posteriormente, contribui para a sua superação.
Algumas das falhas observadas são: processos assimétricos entre um emissor ativo e uma
massa passiva; a comunicação é intencional e tem por objetivo um efeito já determinado
(manipulação); os papéis de comunicador e destinatário surgem isolados e independentes das
relações sociais; a audiência é concebida como um conjunto de classes etárias, de sexo, etc.
atribuindo pouca atenção às relações informais e subestimando o seu poder em campanhas
propagandísticas.
Mostra a capacidade diferenciada dos media de exercer influência no público, que recebe as
mensagens também de maneira diferenciada. A sua influência deriva mais das caraterísticas do
sistema social envolvente (ex: posição económica, religião, grupo etário, etc.) do que do
conteúdo que os media difundem.
- Descoberta dos líderes de opinião Os líderes de opinião são os mais ativos na participação
política e mais decididos no processo de formação das opiniões sobre o sentido do voto. O
material de propaganda pode exercer: efeito de ativação (transforma as tendências latentes
em comportamento efetivo), efeito de reforço (evita mudanças de atitude) e efeito de
conversão (muda radicalmente a opinião das pessoas).
Teoria crítica (só se torna negativa qnd deixamos de ter a nossa identidade)
Criada na Escola de Frankfurt (escola de pensamento, frequentada por vários teóricos
alemães), tendo como principais pensadores, Adorno e Horkheimer. Esta inspira-se numa
Sociologia baseada no pensamento marxista, que via os media como agentes de controlo
ideológico – isto cria uma falsa consciência de classe nas audiências, impedindo os indivíduos
de verem a verdadeira realidade da sociedade capitalista; o indivíduo vê a realidade através de
“óculos esfumaçados”. Assim, através da manipulação deliberada, os media difundem
imagens/mensagens que, no fundo, são propaganda - o espetador absorve ordens, indicações,
proibições, sem senso crítico.
• “Aquilo que a indústria cultural oferece de continuamente novo não é mais do que a
representação, sob formas sempre diferentes, de algo que é sempre igual”;
Determinismo tecnológico
Esta abordagem salienta que uma inovação técnica com sucesso, se implementada a uma
escala suficientemente vasta, gera um novo tipo de organização na sociedade. Neste estudo,
destacam-se Harold Innis e Marshall McLuhan – o segundo afirmou que “o meio é a
mensagem”, ou seja, os meios tecnológicos podem condicionar o modo como vemos a
sociedade e o modo como esta se desenvolve.
Cada tecnologia nova veio alterar a forma de entender a mensagem: a imprensa explica o
mundo de forma linear; a rádio transmite informação mais concisa e sem imagem; a televisão
e o cinema facultam imagens; etc.
Hipótese do Agenda-Setting
No seguimento do estudo da capacidade de agendamento dos media na campanha
presidencial de 1968 nos EUA, surge a hipótese do agenda-setting.
Conceitos-chave:
Hipótese da Tematização
Trata-se do processo de definição, estabelecimento e reconhecimento público dos grandes
temas da atualidade, através da comunicação social. Assim, a atenção pública orbitará
tendencialmente em torno das temáticas propostas pelos media, o que os dota de um grande
poder.
Hipótese do Knowledge Gap
A circulação de notícias, em vez de diminuir a distância cultural entre as diversas classes, tende
a aumentá-la. Deste modo, a informação chega aos indivíduos de modo desigual, muitas vezes
devido às diferenças socioeconómicas. Todos têm direito a ter acesso a informação, porém,
esta não está acessível a todos.
Algumas das críticas feitas a esta teoria: modelo individualista (centra-se no consumo da
audiência); falta de clareza, havendo investigadores que atribuem diferentes significados aos
mesmos conceitos (motivo, usos); a audiência é tratada como universalmente ativa; etc.
Teoria do Culturológica
Teoria que procura definir a nova forma de cultura na sociedade contemporânea. Parte da
análise da teoria crítica, porém, enfatiza as contradições do sistema industrial que atingem a
cultura:
O convívio entre as várias culturas não é gratuito: a cultura de massa, corrompe e desagrega as
outras culturas, que não saem imunes a este contacto. Para além disso, a cultura de massa
suscita uma homogeneização/fusão: os produtos mediáticos transitam entre o real e o
imaginário; não se identificando fronteiras, funde-se a informação e a ficção.
A cultura de massa não é imposta nem reflete as necessidades e desejos culturais do público.
Esta adequa-se a esses desejos, às aspirações, tornando-se local de autorrealização, de
concretização daquilo que é suprimido na vida real – industrialização do espírito.
Estudos Culturais
Estuda de que forma as relações entre os media e instituições sociais se articulam. Cultura
enquanto espaço de conflito: sociedade é concebida como um conjunto hierárquico e
antagonista de relações sociais, caracterizadas pela opressão das classes, sexos, raças, etnias e
estratos sociais.
Traços fundamentais:
• Perspetivar a receção como um papel ativo e importante, que pode alterar o resultado de
todo o processo.
Teoria da Receção
Modelo de Stuart Hall - Procura explicar o processo de codificação e descodificação das
mensagens e negar a participação passiva das audiências na receção. enunciar três atitudes
fundamentais dos recetores perante a receção das mensagens:
Nota: É preciso considerar o contexto sócio histórico, no qual os recetores estão inseridos; a
mensagem veiculada pelo meio possui uma pluralidade de sentidos.
Gatekeeping
Estudar o desenvolvimento do fluxo de notícias, e o porquê de algumas passarem os “portões”
de informação jornalística e outras não. Alguns dos fatores que contribuem para esta tomada
de decisão: interesses e necessidades do público; valor dado a histórias sensacionalistas e
incomuns; histórias relativas a conflitos ou questões geograficamente locais.
Newsmaking
Responde à pergunta: como é que os acontecimentos se tornam notícia? Entre a abundância
de factos que há, é necessário: reconhecer aqueles que podem ser notícia (seleção) + elaborar
forma de relatar os assuntos (abordagem). De seguida, é necessário ter em conta fatores:
Consonância – facilidade para inserir o novo acontecimento numa ideia velha. Exemplo:
Collorgate (impeachment de Fernando Collor) Watergate (impeachment de R. Nixon)
Caráter inesperado