IV Teorico
IV Teorico
IV Teorico
em Engenharia
Ambiental I
Umidade, nebulosidade e precipitação
Revisão Textual:
Profa. Esp. Márcia Ota
Umidade, nebulosidade e precipitação
• Introdução
• Estados ou fases da água na superfície terrestre
• Umidade
• Nuvens, nevoeiro, neblina, orvalho e geada
• Pluviometria ou medida de precipitação ou de chuva
• Comportamento das chuvas no Brasil
Nesta unidade, em que trataremos sobre umidade, nebulosidade e precipitação, você terá
acesso a diversos recursos.
Veja o mapa mental que sintetiza a estrutura do assunto tratado neste módulo.
Fique atento aos prazos das atividades que serão colocadas no ar.
Recorra, sempre que possível, às videoaulas e ao PowerPoint narrado para tirar eventuais
dúvidas sobre o conteúdo textual.
Participe do fórum de discussão proposto para o tema.
No seu tempo livre, procure pesquisar as fontes do material complementar.
Além disso, procure pesquisar o máximo que puder sobre o tema “Umidade, nebulosidade
e precipitação”. Há inúmeros conteúdos na internet que são bastante úteis para o seu estudo
e para a sua formação profissional.
5
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
Contextualização
Para começarmos esta unidade, acesse o link abaixo e saiba mais sobre os Fenômenos dos
rios voadores:
6
Introdução
SUBLIMAÇÃO
Fusão Vaporização
Solidificação Condensação
RESSUBLIMAÇÃO
7
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
Nos casos em que a água sólida converte-se em líquido (fusão), há uma absorção
de cerca de 80 calorias por grama de água (cal/g). No reverso desse processo,
denominado de solidificação, a energia liberada para o ambiente é a mesma, ou
seja, 80 cal/g.
É nas nuvens e nas zonas polares ou montanhosas que o vapor d’água solidifica-
se se transformando em cristais de gelo. Esses cristais podem precipitar sobre o
solo na forma de neve ou derreterem e virar chuva ou mesmo serem sublimados
ou vaporizados antes mesmo de chegarem ao solo e converterem-se em vapor
novamente. Nas regiões polares ou montanhosas, pode ocorrer a sublimação do gelo
liberando, assim, o vapor atmosférico.
8
Umidade
A umidade é o volume de vapor retido da atmosfera e pode conter até 2% de vapor d’água
na sua massa e 4% deste no seu volume total. No entanto, esses valores variam no espaço e no
tempo. Nas zonas áridas (desérticas), a porcentagem de umidade pode ser próxima de zero e
nas zonas intertropicais, pode chegar próximo de 4%. Esses valores podem sofrer alternâncias
significativas ao longo das estações do ano.
Uma das características mais importantes do vapor d’água é o fato de absorver tanto a
radiação solar, como a terrestre (radiação infravermelha ou calor) na passagem para a
fase gasosa. Ao condensar e precipitar na forma de chuva, libera o calor latente, gerando
perturbações atmosféricas. Portanto, a umidade é um importante transmissor de umidade e
calor entre os ambientes e um dos componentes essenciais dos climas.
Umidade Absoluta
Antes de responder à questão anterior, é importante salientar que, embora não pareça,
a parte que nos interessa da atmosfera é limitada pela superfície terrestre e pelo topo da
troposfera a cerca de 32 km. Isso quer dizer que o vapor que entra na atmosfera aumenta
a pressão desta dependendo da sua capacidade de absorvê-lo, isto é, de saturar-se de vapor
d’água. A esta propriedade de saturação máxima de saturação de vapor d’água damos o nome
de Umidade Absoluta - UA, que é definida como a massa de vapor de água (em gramas – “g”)
por unidade de volume (em metros cúbicos – “m3”).
Conceitos associados:
• Umidade específica: é a razão entre o peso do vapor de água e o peso do ar em gramas (g),
ou seja, quantidade em gramas de vapor d’água existente em cada quilograma de ar úmido.
• Razão de mistura: é a relação entre a quantidade de vapor em gramas (g) existente em um
quilograma de ar, sem contar o peso do próprio vapor, ou seja, a mistura do vapor no ar seco.
• Pressão de vapor: é o peso do vapor dado pela pressão exercida sobre uma superfície ao nível
do mar, medido em milibar (mb) ou hectopascal (hPa).
9
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
Do ponto do vista quantitativo, um metro cúbico (1 m3) de ar poderia conter até 4% do seu
volume total de água, expresso em grama por metro cúbico (g/m3). A UA, ou saturação de
vapor d’água, não é igual em toda a superfície, pelo contrário, ela depende essencialmente da
distribuição da radiação solar. No Quadro 1, podemos observar os vários índices de UA para
as várias classes de temperatura da superfície terrestre.
Cada uma das temperaturas observadas no Quadro 1 é denominada Ponto de Orvalho (Td), isto
é, a temperatura limite para cada taxa de saturação de vapor d’água possível. Note que para cada
Ponto de Orvalho, teremos uma taxa de saturação específica. É importante salientar que as taxas
de saturação não aumentam nas mesmas proporções que as temperaturas do Ponto de Orvalho.
Em relação à afirmação anterior, note no Quadro 1, enquanto que para uma temperatura
de 35 °C a saturação corresponde a 39,6 g/m³, a 40 °C, apenas cinco graus Celsius a mais,
a saturação pula para a casa dos 50,6 g/m³. Quer dizer que o ar um pouco mais quente tem
capacidade de reter bem mais vapor.
Isso se deve ao fato que a definição das taxas de saturação implica considerar uma série de
parâmetros atmosféricos que vão muito além da aritmética pura.
Suponha que haja um aquecimento do ar que eleva a temperatura de 25 para 30 °C.
Imediatamente, a mudança térmica do ar, a taxa de saturação aumenta de 22,9 g/m3 para
30,3 g/m3, o que quer dizer que o ar pode reter mais vapor d’água. Se ocorrer o oposto, o
ar perde capacidade de reter vapor, ou seja, a saturação diminui. A diminuição da saturação
implica na necessidade imediata de eliminar o excedente em g/m3, o mecanismo para isso é
a condensação e, consequentemente, a precipitação, ou seja, a chuva.
Toda chuva, portanto, pode ser considerada o excedente da saturação de uma determinada
porção da atmosfera que passou por uma diminuição de temperatura e, em consequência
disso, teve diminuída a sua capacidade de reter aquele excedente de vapor que precipitou em
forma de chuva.
Mas como quantificar a umidade existente no ar? Através de uma medida denominada de
Umidade Relativa.
10
Umidade relativa
Uma coisa que devemos considerar é que há 4% de vapor por unidade de ar, mas esse
é um valor absoluto; portanto, impossível de ser medido, pois esse é o valor de saturação
e toda vez que o ar atinge esse índice ocorre a precipitação do excedente. Assim, nunca
podemos identificar o valor absoluto, embora possamos supor a sua ocorrência quando
chove. Isso quer dizer que, instantes antes e/ou durante o início da chuva, houve queda de
temperatura e, consequentemente, no Ponto de Orvalho, a umidade ultrapassou o volume
em g/m³ e/ou saturou o ar a ponto de promover a precipitação do excedente de vapor
para a nova situação térmica.
Assim, a medida possível de ser feita para se saber a quantidade de umidade no ar é a
que denominamos de Umidade Relativa – UR. A taxa de UR é medida em porcentagem
(%) em relação à Umidade Absoluta – UA.
Hipoteticamente, se admitirmos o Ponto de Orvalho em 25 °C, a saturação admitida
equivale a 22,9 g/m3 de vapor d’água, o que equivale a 100% de umidade possível
de ser retida no ar. Teoricamente, admitimos que caso ocorra queda na temperatura
a UR ultrapassaria 100% e ocorreria chuva para a nova condição térmica com taxas
inferiores de UA.
Por outro lado, ao medir a umidade do ar em certo instante do dia constatou-se que, na
mesma temperatura, a taxa de vapor existente foi de 11,45 g/m3, ou, 50% de UR. Isso
poderia significar, teoricamente, uma probabilidade de chuva bem abaixo do caso anterior.
E, finalmente, caso constatássemos, ao medir novamente o ar que a quantidade de
vapor é da ordem de 5,72 g/m3, podemos dizer que a UR seria de 25%. As chances de
chuva seriam, hipoteticamente, remotas se considerada a mesma temperatura inicial.
É importante salientar que pequenas variações térmicas implicam em grandes alterações
no percentual de UR.
Deixemos claro que todas as suposições feitas acima são hipotéticas, pois a passagem
de uma massa de ar polar pode produzir redução drástica nas médias térmicas fazendo
precipitar mesmo aquelas pequenas quantidades de vapor no ar, dado que o Ponto de
Orvalho também pode cair drasticamente.
11
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
Figura 1. Psicrômetro
12
Nuvens, nevoeiro, neblina, orvalho e geada
Nuvens
Chamamos de nuvem as aglomerações de gotículas de condensação e deposição de vapor
d’água e/ou de cristais de gelo na atmosfera. As nuvens também podem conter partículas
sólidas (“poeira”) e outros gases sobre os quais as gotículas aglomeram-se em um fenômeno
denominado de coalescência. Nesse caso, tanto os gases como os particulados sólidos
funcionam como núcleos de condensação das gotículas de água. Os sais (Cloreto de Sódio
- NaCl, Sulfato de Cálcio - CaSO4, Sulfato de Magnésio - MgSO4 e Cloreto de Magnésio -
MgCl2, por exemplo) suspensos no ar, têm importância redobrada quanto ao fato de serem
especialmente atraentes às moléculas de água por afinidade química sendo, por esse motivo,
denominados de Núcleos Higroscópicos.
A diferenciação das nuvens pode ser baseada na sua forma. Nesse caso, as nuvens são
classificadas em:
Além da distinção morfológica, as nuvens podem ser caracterizadas pela sua altura. Assim,
temos quatro classes:
13
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
Fonte: zeus.iag.usp.br
14
Stratocumulus Nuvens cinzas em rolos ou formas globulares, que
(Sc) formam uma camada.
Camada baixa, uniforme, cinza, parecida com
Nuvens baixas Stratus nevoeiro, mas não baseada sobre o solo. Pode
(abaixo de 2000 m) (St) produzir chuvisco.
Nimbostratus Camada amorfa de nuvens cinza escuro. Uma das
(Ns) mais associadas à precipitação.
Nuvens densas, com contornos salientes, ondulados e
Cumulus bases frequentemente planas, com extensão vertical
(Cu) pequena ou moderada. Podem ocorrer isoladamente
Nuvens com ou dispostas próximas umas das outras.
desenvolvimento vertical
Cumulonimbus Nuvens altas, algumas vezes espalhadas no topo
de modo a formar uma ‘‘bigona’’. Associadas com
(Cb)
chuvas fortes, raios, granizo e tornados.
Fonte: Adaptado de Grimm (1999)
Nevoeiro e neblina
Em certos casos, esse fenômeno pode ocorrer, devido ao resfriamento noturno do ar de
gotículas de água ou cristais de gelo entrar em suspensão, mas manterem-se próximas do
solo. Além disso, é mais comum em noites de céu limpo, ventos fracos e umidade relativa
razoavelmente alta. Nessas condições, um pequeno resfriamento que seja já é capaz de
condensar o vapor que paira próximo à superfície no fim da madrugada. Se tal condensação
for fraca e permitir a visibilidade superior a um km, chamamos esse fenômeno de neblina.
Caso a condensação seja intensa e diminua a visibilidade para menos de um km, tal fenômeno
é chamado de nevoeiro (Figura 3).
15
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
Orvalho e geada
Assim como o caso anterior, o orvalho e a geada também ocorrem devido ao resfriamento
noturno do ar, igualmente em noites de céu limpo, ventos fracos e umidade relativa
razoavelmente alta. Nesses casos, os elementos existentes na superfície terrestre emitem mais
radiação que recebe da atmosfera. Por esse motivo, a superfície daqueles elementos torna-se
mais fria que o ar do entorno, esfriando-o e este se torna saturado.
Se a temperatura do ar, ainda que este tenha esfriado devido ao fato de ter transferido seu
calor para o elemento da superfície, ainda permanecer acima do ponto de congelamento,
o vapor presente é depositado na forma de orvalho. Caso a temperatura do ar tenha ficado
abaixo ou igual à do ponto de congelamento o vapor é depositado na forma de geada (Figura
4). Utilizamos o termo deposição e não precipitação porque o vapor não caiu do céu, mas já
estava presente no ambiente, sendo apenas depositado sobre a superfície.
Figura 4. Cristais de gelo remanescentes de geada sobre os campos naturais. Bom Jesus-RS
Precipitação ou chuva
Embora possa não parecer, a chuva é um fenômeno excêntrico. Dizemos isso porque para
que haja chuva, as partículas de água têm que vencer uma série de obstáculos que a maior
parte dos vapores não consegue ultrapassar.
As gotículas de água das nuvens têm dimensões bastante reduzidas em torno de 20 microns.
Para se ter uma ideia, um fio de cabelo tem um diâmetro de 75 microns.
Devido às suas pequenas dimensões, as gotículas de água das nuvens não conseguem cair
no solo, mesmo considerando que a força da gravidade as atrai para baixo. Isso acontece em
decorrência do fato de as correntes de ar ascendentes empurrarem-nas de volta para cima.
16
As múltiplas barreiras só são ultrapassadas nos casos em que as gotículas crescem o
suficiente para alcançarem o solo na forma de chuva. O tal crescimento esperado para que as
gotículas transformem-se em chuva é chamado de coalescência ocasionado pelo choque entre
moléculas de água. A Figura 5 representa o processo de crescimento de gotículas de água e a
formação de chuva.
17
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
Figura 7. Pluviógrafo
18
Tipos de precipitação ou chuva
A chuva pode ser classificada segundo a sua gênese em: orográfica, frontal e convectiva.
Chuva orográfica
A chuva orográfica, como o próprio nome indica, é aquela que tem sua gênese associada
às encostas das elevações topográficas. É importante lembrar que, durante o processo de
convecção, o ar, antes de ascender a baixas pressões e grande volume de vapor proveniente
de evaporação das águas e da transpiração vegetal, cumpre uma trajetória horizontal rente à
superfície antes de ganhar altura.
Ao encontrar uma barreira topográfica, o ar úmido é “forçado” a subir pela encosta e a resfriar
adiabaticamente. Como o processo de convecção é ininterrupto, mais ar quente e úmido é produzido
em sequência, empurrando o volume anterior contra a barreira orográfica, obrigando-a a subir
rente à encosta. É claro, que, ao longo do deslocamento horizontal, pode ocorrer precipitação
devido à saturação de vapor conjuntamente às eventuais reduções térmicas adiabáticas.
As chuvas orográficas são bastante comuns na faixa costeira leste do Brasil. Como o ar
é forçado a subir desde o nível do mar até o topo da Serra do Mar que varia entre 1.000 a
2.000 m de altitude, ocorre o resfriamento adiabático e, consequentemente, quedas sucessivas
no ponto de orvalho. Esse processo promove a condensação e subsequente precipitação da
umidade existente na chamada face de sotavento, isto é, a que está voltada para a origem do
ar em movimento ou da brisa marinha. Quando termina a escalada pela encosta, as taxas de
umidade já são bem mais baixas e a condensação e a precipitação bem mais modestas, ou, a
“sombra de chuva” na face de barlavento, aquela que está voltada para a direção do destino
do ar em movimento. O esquema da Figura 8 apresenta esse processo.
Figura 8. Esquema explicativa para a chuva orográfica
O ar que atinge
O ar úmido que
a face oposta da
vem do mar, ou à
mesma elevação,
Barlavento, ao
desce seco e
subir, resfria
aquecendo
adiabaticamente,
adiabaticamente
ou seja, por
à Sotavento.
mudança de
pressão. Isso
produz a Chuva
Orográfica ao
longo da encosta.
19
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
Conceito associado:
• Vento Foehen: é o vento frio e seco (mais frio e mais seco que a sua origem a barlavanto) que
descem as vertentes de sotavento.
Fonte: DATA Sio, NOAA, NGA, GEBCO, Digital Globe, CNES/Astrium, Google (2015)
20
No geral, este tipo de chuva apresenta uma distribuição espacial bastante concentrada,
embora apresente grande variabilidade locacional. A intensidade vai de fraca a forte,
dependendo da velocidade do vento que acompanha o resfriamento adiabático e sua duração
é curta indo de alguns minutos a poucas horas.
A análise dos dados e informações de localização permite afirmar que as taxas anuais
de precipitação têm uma origem moderada em Santos, elevam-se de Cubatão ao topo da
Serra do Mar e diminuem significativamente no planalto, caracterizando a chuva orográfica de
forma muito concreta.
Chuva Frontal
As chuvas frontais têm sua gênese associada aos choques entre massas de ar em movimento
na superfície terrestre.
As massas de ar são porções de ar de grandes dimensões que apresentam certa
homogeneidade em termos de temperatura e umidade.
O avanço de massas de ar sobre superfícies de características diferentes provoca o surgimento
de frentes, que são áreas de baixa pressão entre essas massas de ar, causando instabilidade
atmosférica, muita nebulosidade e precipitação. As frentes estão, portanto, na transição de
massas de ar diferentes.
O estudo das frentes trás consigo alguns conceitos como:
21
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
A chuva frontal tem uma distribuição local a regional, podendo se estender por centenas
de milhares de km². A intensidade é muito variável podendo apresentar-se forte a muito forte,
como as chuvas frontais que atingem à região Sul a moderadas e fracas, como os chuviscos
que são comuns no sudeste, particularmente em São Paulo. A temporalidade desses tipos de
chuva pode ir de algumas horas a até algumas semanas, sendo bem distribuídas ao longo do
ano embora sejam mais frequentes no inverno.
O Brasil tem boa parte dos seus climas significativamente influenciados pela frente fria que
tem origem na zona polar antártica, denominada massa Polar antártica ou atlântica, que tem
como característica o fato de ser fria, úmida, instável e profunda, ou seja, estende-se através
da troposfera.
22
Chuva de convecção ou convectiva
As chuvas de convecção ou convectivas são as que se formam a partir de nuvens de grande
desenvolvimento vertical e resfriamento adiabático. O esquema da Figura 11 representa o
processo que leva à formação de chuvas convectivas.
Essas chuvas, apesar de ocorrerem de forma bem concentrada têm sua distribuição bastante
irregular. Sua intensidade pode ser considerada moderada a muito forte, embora a duração seja curta
em termos de minutos a horas. Isso vai depender do desenvolvimento vertical da nuvem (Figura 12).
Figura 12. Nuvem do tipo Cumulonimbus com grande desenvolvimento vertical, sobre a cidade de São Paulo
Fonte: ebc.com.br
23
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
Fonte: inmet.gov.br
24
Já a cidade de Aracaju, capital do Estado de Sergipe, apresenta um gráfico
morfologicamente similar ao anterior. Entretanto, quando observamos o período de maior
ocorrência de precipitação, vemos que os índices revelam outros fatores de controle
climático. A cidade de Aracaju encontra-se às margens do Oceano Atlântico. O que leva
a crer que as chuvas se devam a algum fato essencialmente devido à proximidade com
a costa e, em particular, ao deslocamento para o Sul da ZCIT. Contudo, as taxas de
precipitação não se devem a apenas à sua localização privilegiada, mas pelo contrário, as
chuvas representadas no pluviograma são originadas no Sul. É a massa Polar atlântica,
mais atuante em junho e julho, que leva à formação de chuvas.
O pluviograma da cidade de Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina, é de
grande valia para os estudos climáticos. Se observarmos bem os dados do gráfico, poderemos
perceber que a cidade apresenta uma boa regularidade na ocorrência de chuvas. Isso pode
ser explicado pela constante produção da brisa marinha sobre a cidade, situada em uma
ilha junto à costa, resfriada pelas constantes massas de ar frio que vem do sul.
O pluviograma da cidade de Teresina apresenta um longo período de estiagem que vai
de junho a outubro. A cidade em questão recebe influências da maritimidade, embora não
seja uma cidade costeira. E também recebe influências do nordeste setentrional semiárido.
Assim, é um clima de contrastes hidrográficos muito significativos.
A diversidade observada nos resultados das amostras obtidas para análise demonstra que
o Brasil é um país de contrastes e principalmente no que diz respeito ao âmbito natural.
25
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
Material Complementar
Sites:
CPTEC – Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos: www.cptec.inpe.br
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais: www.inpe.br
INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia: www.inpa.gov.br
LBA – Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia: lba.inpa.gov.br/lba/
IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia: www.imazon.org.br
26
Referências
27
Unidade: Umidade, nebulosidade e precipitação
Anotações
28