Questões Epistemologia
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Itens de seleção
2. Uma proposição que não corresponda aos factos não constitui conhecimento porque…
(A) pode saber-se que algo é falso.
(B) é um facto que há conhecimento.
(C) em de ser muito bem justificada.
(D) só se conhece o que é verdadeiro.
EN 2020 1F
6. Qual dos seguintes enunciados seria considerado mais evidente por Descartes?
(A) Eu existo.
(B) Deus existe.
(C) O Génio Maligno existe.
(D) O mundo exterior existe.
7. Qual dos seguintes enunciados seria considerado mais evidente para Hume?
(A) Eu existo.
(B) Deus existe.
(C) O mundo exterior existe.
(D) Tenho uma impressão de vermelho.
12. De acordo com Hume, as nossas expectativas acerca de regularidades futuras devem-se…
(A) ao intelecto ou razão.
(B) ao hábito ou costume.
(C) à uniformidade da natureza.
(D) à ideia inata de causalidade.
EN 2020 2F
13. Imagina que submetias as tuas opiniões ao teste da dúvida proposto por Descartes. Qual das
opiniões seguintes seria a mais resistente à suspeita de falsidade?
(A) Existem outras pessoas no mundo.
(B) Neste momento, ouço uma voz grave.
(C) Neste momento, não estou a sonhar.
(D) Dois vezes seis é igual a treze menos um.
EN 2019 1F
1. A relva é verde.
2. Se a relva é verde, é colorida.
EN 2019, 2F
16. Hume distinguiu as questões de facto das relações de ideias. De acordo com esta distinção, …
(A) as questões de facto apenas podem ser decididas pela experiência.
(B) as verdades matemáticas são questões de facto.
(C) todos os raciocínios sobre causas e efeitos exprimem relações de ideias.
(D) negar uma questão de facto resulta numa contradição.
EN 2018 1F
17. Imagina que Descartes era forçado a concluir que, afinal, Deus pode ser enganador; nesse
caso, para ser coerente, ele teria de aceitar que…
(A) apenas as sensações corporais podem ser falsas.
(B) as ideias claras e distintas podem ser falsas.
(C) é falsa a ideia de que ele próprio existe enquanto pensa.
(D) os sentidos são mais importantes do que a razão.
EN 2018 2F
Depois disto, tendo refletido sobre o que duvidava e que, por consequência, o meu ser
não era inteiramente perfeito, pois via claramente que conhecer é uma maior perfeição
do que duvidar, lembrei-me de procurar de onde me teria vindo o pensamento de
alguma coisa mais perfeita do que eu; e conheci, com evidência, que se devia a alguma
natureza que fosse, efetivamente, mais perfeita. […] De maneira que restava apenas que
ela tivesse sido posta em mim por uma natureza que fosse verdadeiramente mais
perfeita do que eu, e que até tivesse em si todas as perfeições de que eu podia ter
alguma ideia, isto é, para me explicar com uma só palavra, que fosse Deus.
René Descartes (1637). Discurso do Método. Trad. João Gama.
Lisboa: Edições 70, 2013, pp. 52-53 (adaptado)
A mesa que vemos parece diminuir à medida que dela mais nos afastamos, mas a mesa real,
que existe independentemente de nós, não sofre qualquer alteração; não era, pois, nada a
não ser a sua imagem o que estava presente ao espírito. Estes são os óbvios ditames da
razão; e ninguém capaz de refletir jamais duvidou de que as existências que consideramos
quando dizemos esta casa e aquela árvore não passam de perceções na mente, cópias ou
representações transitórias de outras existências que permanecem uniformes e
independentes.
David Hume (1748). Investigação sobre o Entendimento Humano.
Trad. João Paulo Monteiro. Lisboa: INCM, 2002, p. 164
3.1 Compara as conclusões de Descartes e de Hume no que diz respeito à nossa possibilidade de
conhecer o mundo exterior.
Depois disto, tendo refletido que duvidava e que, por consequência, o meu ser não era
inteiramente perfeito, pois via claramente que conhecer é uma maior perfeição do que
duvidar, lembrei-me de procurar de onde me teria vindo o pensamento de alguma coisa
mais perfeita do que eu; e conheci, com evidência, que se devia a alguma natureza que
fosse, efetivamente, mais perfeita. […] De maneira que restava apenas que ela tivesse sido
posta em mim por uma natureza que fosse verdadeiramente mais perfeita do que eu, e que
até tivesse em si todas as perfeições de que eu podia ter alguma ideia, isto é, para me
explicar com uma só palavra, que fosse Deus.
René Descartes, Discurso do Método, Trad. João Gama,
Lisboa, Edições 70, 2013, pp. 52-53
5.1 Hume mostra que "a ideia de conexão necessária não se pode derivar de uma impressão de
conexão necessária, pois tal impressão não existe". Qual é, então, para Hume, a origem da
ideia de conexão necessária?
Dado que nascemos crianças e que formulámos vários juízos acerca das coisas sensíveis
antes que tivéssemos o completo uso da nossa razão, somos desviados do conhecimento da
verdade por muitos preconceitos, dos quais parece não podermos libertar-nos a não ser
que, uma vez na vida, nos esforcemos por duvidar de todos aqueles em que encontremos a
mínima suspeita de incerteza. Será mesmo útil considerar também como falsas aquelas
coisas de que duvidamos, para que assim encontremos mais claramente o que é certíssimo e
facílimo de conhecer.
René Descartes (1644). Princípios da Filosofia. Lisboa: Editorial Presença, 1995, p. 51
Estabelecemos [...] que todos os corpos […] são compostos de uma mesma matéria,
indefinidamente divisível em muitas partes [...], as quais se movem em direções diferentes
[…]; além disso, estabelecemos [...] que continua a haver a mesma quantidade de
movimentos no mundo. No entanto, não podemos determinar apenas pela razão o tamanho
dos pedaços de matéria, ou a que velocidade se movem […]. Uma vez que há inumeráveis
configurações diferentes de matéria, […] apenas a experiência pode ensinar-nos que
configurações realmente existem.
René Descartes (1644). "Les principes de la philosophie". Oeuvres de Descartes, IX.
Paris: Vrin, 1996, p. 124 (adaptado)
7.1 Identifica os factos referidos no texto que, de acordo com Descartes, são determinados a
priori e os que são determinados a posteriori.
EN 2021 1F
7.2 Colocando-te na perspetiva de Hume, como avaliarias a distinção exposta no texto por
Descartes? Na tua resposta, considera os factos referidos no texto.
EN 2021 1F
Suponhamos então que a mente seja, como se diz, uma folha em branco, sem quaisquer
carateres, sem quaisquer ideias. Como é que a mente recebe as ideias? […] De onde tira
todos os materiais da razão e do conhecimento? A isto respondo com uma só palavra: da
experiência.
John Locke (1690). Ensaio sobre o Entendimento Humano, Vol. I.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2014, p. 106 (adaptado)
1.1 O texto parece sugerir que não há conhecimento a priori acerca do mundo. Concordas com
essa perspetiva? Porquê?
Resolvi supor que todas as coisas que até então tinham entrado no meu espírito não eram
mais verdadeiras do que as ilusões dos meus sonhos. Mas, logo a seguir, notei que,
enquanto assim queria pensar que tudo era falso, era de todo necessário que eu, que o
pensava, fosse alguma coisa. E notando que esta verdade: penso, logo existo era tão firme e
tão certa que todas as extravagantes suposições dos céticos não eram capazes de a abalar,
julguei que a podia aceitar, sem escrúpulo, para primeiro princípio da filosofia que
procurava.
René Descartes (1637). Discurso do Método. Trad. João Gama.
Lisboa: Edições 70, 2013, pp. 50-51
2.1 Será que Descartes conseguiu alcançar aquilo que se propôs fazer no seu projeto? Porquê?
Na tua resposta deves:
– indicar qual é o objetivo do projeto cartesiano; e
– apresentar, justificadamente, a tua opinião sobre o sucesso ou insucesso deste projeto.
3. De acordo com Descartes, a ciência teria de se basear em princípios irrefutáveis, que seriam
verdades evidentes e conhecidas a priori, por intuição intelectual. Essas verdades incluem os
factos básicos da realidade física. Concordas com esta perspetiva de Descartes?
Na tua resposta, deves:
− clarificar o problema da justificação do conhecimento;
− apresentar inequivocamente a tua posição;
− argumentar a favor da tua posição, recorrendo a aspetos que considerares relevantes da teoria
empirista ou da teoria racionalista do conhecimento.
EN 2021, 2F (adaptado)