Roteiro Nulidades
Roteiro Nulidades
Roteiro Nulidades
Roteiro- Nulidades
- natureza jurídica: vício, falha, uma imperfeição que pode tornar ineficaz o
processo no todo ou em parte; para outros, é sanção que torna o ato processual
como não realizado.
-pode ser do processo, atingindo-o todo, desde o início (“ab initio”), como
suspeição do juiz, ou da parte do procedimento, quando atinge somente parte
da atividade processual, anulando apenas o ato, parte dele, ou alguns atos.
Classificação:
- nulidades absolutas e relativas
- As nulidades relativas devem ser argüidas no momento oportuno e somente
serão declaradas se houver prejuízo à parte. As absolutas podem ser argüidas
a qualquer tempo, não são sanáveis e o prejuízo é presumido.
- art. 572, II, CPP: algumas nulidades (564, III, d, e 2ª parte, g,h, e IV, CPP)
são sanadas se o ato tiver atingido seu fim.
Nulidades em espécie:
Refere-se ao juízo: incompetência, suspeição ou suborno do juiz e falta de
quorum nos julgamentos dos tribunais (564, I e III, p, CPP)
a) ilegitimidade de partes (564, II, CPP)
b) à falta de fórmulas ou termos (564, III, a e o, CPP)
c) omissão de formalidades que seja essencial ao ato (564, IV e §único, CPP).
- Suborno do juiz: tem se entendido que deve ser feita uma interpretação
extensiva (como infidelidade ao dever de ofício e não cumprimento de suas
obrigações). Acarreta nulidade absoluta e constitui crime (de corrupção ou de
concussão ou de prevaricação).
b) Falta de exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios – porque
é por ele que se prova a materialidade, sob pena de nulidade. Ressalte-se
porém o art. (167 – CPP) prova testemunhal pode suprir.
d) Intervenção do Ministério Público nas ações por ele intentadas: age em nome
da Justiça Pública.
-há, na hipótese, nulidade absoluta, por quebra do princípio do contraditório.
-Há nulidade relativa na falta de intervenção do MP na ação pública, intentada
pela parte ofendida e também na ação de iniciativa privada exclusiva. É relativa
porque não há quebra do contraditório; mas a intervenção deve ser garantida,
dando-se ciência do MP dos atos do processo, por notificações e intimações
pessoais.
e) Falta de citação do réu: porque sem ela não se forma a relação processual e
o réu não tem a ciência da ação e a possibilidade de se defender. Falta de
interrogatório se presente. Desrespeito dos prazos.
- Citação: arts. 351 e segs., CPP.
- falta de citação é causa de nulidade absoluta.
-Artigo 370, CPP: pode ser sanada – desde que o interessado compareça, antes
do ato consumar-se, embora declare que o faz apenas para argüi-la. O juiz
declara a suspensão ou adiamento do ato, quando reconhece que o ato do réu
pode ser prejudicado (em caso de intimação).
- falta de interrogatório quando presente o acusado para tal (além de meio
de prova também é de defesa). Mesmo após a sentença recorrível em caso de
acusado revel, deve o juiz providenciar o ato antes da subida dos autos com
recurso (caso de nulidade absoluta)
- falta de concessão de prazos às partes – nem a defesa nem a acusação podem
ser cerceados; o prazo não pode ser suprimido ou diminuído (obs.: preclusão
consumativa se realiza o prazo antes do último dia).
- Se o réu é absolvido por falta de provas, não se deve declarar a nulidade por
ele argüida, pois caso contrário, haveria possibilidade da "reformatio in pejus",
vedada pelo CPP. (seria “reformatio in pejus” indireta)
- Não obstante, a lei fixa alguns momentos em que deve ser argüida, sob pena
de preclusão, o que vem disciplinado no artigo 571, CPP.
a) júri – fase das alegações finais, antes da fase de pronúncia
b) rito ordinário, juiz singular: alegações finais
c) rito sumário: resposta preliminar ou, se ocorrida a nulidade após esta fase,
logo após aberta a audiência de julgamento e apregoadas as partes.
d) art. 571, IV, - revogado;
e) julgamento em plenário, audiência ou sessão do Tribunal: logo após
ocorrerem.
- Em regra, só a parte prejudicada pode alegar nulidade, mas pode ser
reconhecida de ofício pelo juiz (251, CPP);
- em caso de nulidade relativa não reconhecida de ofício e nem alegada, está
sanada.
- art. 565, CPP: se não houver interesse da parte que está alegando (vide
súmula 160 STF). O juiz não precisa sanar o ato ou repeti-lo se puder decidir a
favor da parte a quem aproveitaria a declaração de nulidade (do contrário
estaria beneficiando o infrator da lei processual).
Nulidades absolutas – por exclusão do que dispõe o art. 572 – são as do art.
564, I, II, III (a,b,c, d, e 1ª parte, f, g, i, j, k, l, m, n, o, p) Não há preclusão,
podendo ser argüidas a qualquer tempo, obedecidos os art. 565 a 569, CPP.
- Como nas relativas, podem ser reconhecidas de ofício.
Características:
a. qualquer das partes pode invocá-la, tendo interesse ou não;
b. o juiz deve declará-la de ofício
c. insanáveis
d. as partes não podem dispor
Efeitos
- Havendo nulidade não sanada, há “error in procedendo” e o juiz não pode
sentenciar se o ato não for praticado ou corrigido (573, CPP). A correção pode
se dar por renovação ou retificação. Corrige-se o ato viciado mas aproveita-se
o procedimento por economia processual.
-Como o que é nulo pode produzir efeitos e a nulidade de um ato pode viciar
atos que dele dependam ou sejam consequentemente (princípio da
causalidade), pode haver “nulidade derivada” – são nulos também (ex. vício na
resposta dos quesitos causa nulidade da sessão do júri).