1º TVC Processo Penal II - David Souza Arruda
1º TVC Processo Penal II - David Souza Arruda
1º TVC Processo Penal II - David Souza Arruda
Matrícula: 201904006
1- "DENÚNCIA":
A denúncia tem como objetivo iniciar a ação penal, a fim que seja apurada a suposta
prática de um fato criminoso através da análise das provas de materialidade e possíveis
indícios de autoria. Assim, com o entrelace de evidências e indícios, a autoria do crime é
desvendada em sua verdade material, levando à uma eventual condenação do acusado.
Vale destacar que a Ação Penal cabível à denúncia é, via de regra, a pública
incondicionada, ou seja, aquela de iniciativa pelo próprio Estado, com legitimidade para
oferecimento da denúncia na figura do Ministério Público, conforme elucida o art. 100,§ 1º
do CPP. Não obstante, em certos casos, a lei pode exigir requisição do Ministro da Justiça
ou de representação do ofendido, conforme discorre o caput do art. 24 do CPP, sendo que,
no último caso, a Ação Penal cabível seria a pública condicionada à representação, sendo
legítima para oferecimento da denúncia a vítima dos fatos narrados. Uma terceira hipótese,
em se tratando da inércia da autoridade competente — Ministério Público — a Ação Penal
cabível seria a privada subsidiária da pública. Ela encontra sua aplicabilidade descrita no §3º
do art. 100 do CP, dizendo que vencido o prazo de atuação do fiscal da lei, sem o exercício
das providências cabíveis, pode intentar-se o particular, valendo aqui a ressalva de que o
MP não perderia suas funções habituais. Nessa feita, reforçando, em último caso, para que
se evite o perecimento pela via decadencial, é legítima a parte para oferecer denúncia.
Fechado o prazo para protesto de provas não há mais no que se falar em novas
provas ou reexame de questão processual, tal fenômeno se chama preclusão e existe para
garantir a segurança jurídica e o princípio da não surpresa processual da parte contrária.
Sobre os efeitos da preclusão temos o exemplo do art. 3° do CPP c/c 471 do CPC vedando
o reexame de questões processuais, ou seja, os atos e medidas adotadas ao longo do
processo, exceto a sentença por se tratar também de coisa julgada material. Assim, temos
que os vícios e/ou nulidades não absolutos existentes no processo devem ser alegados sob
pena de precluir (sob pena de não mais poderem ser alegados). A incompetência Relativa,
por se tratar de nulidade relativa, tratada no art. 567 do CPP, sofrerá com os efeitos da
preclusão se não alegada no prazo cabível de 10 dias conforme §1º do art. 108 do CPP.
Dessa forma, vencido o prazo para alegação, não poderá ser reformada a decisão
proferida em juízo incompetente, sendo assim válida. Reiterando que, isso só ocorre por se
tratar de nulidade relativa que não prejudica a cognição exauriente do processo. Em caso de
nulidade absoluta, permanece o entendimento de que é nulo tudo posterior a ela.
Guilherme de S. Nucci (2023) em seu livro “Curso de Direito Processual Penal”, 20ª
edição, pág. 863, conceitua absolvição sumária como a decisão de mérito que coloca fim ao
processo, julgando inocente o réu, encerrando a pretensão punitiva do Estado. o autor
também elucida que a absolvição sumária exige certeza, pois acaso ela não exista o júri é o
juízo competente para deliberar sobre o tema. Sendo assim, o art. 415 do cpp indica as
hipóteses legais de tal decisão, são elas em seus respectivos incisos: (I) a prova da
inexistência do fato; (II) provado não ser ele autor ou partícipe do fato; (III) o fato não
constituir infração penal; (IV) demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do
crime.
Nesse sentido, a decisão proferida pelo juiz absolvendo sumariamente o réu tem
natureza jurídica de decisão definitiva de mérito, pois extingue o processo penal através de
sentença. Dessa forma o trânsito em julgado da referida sentença faz coisa julgada formal e
material. Isto pois, simultaneamente, tutela a pretensão trazida à provocação do Estado e
extingue o processo
Não obstante, há a necessidade de se tratar dos crimes conexos, previstos nos arts.
81, P.ún. c/c art. 384 do cpp. A combinação dos artigos mencionados obrigam o juiz, no caso
do Júri, a remeter o processo ao juiz competente acaso decida pela desclassificação ou
absolvição. O detalhe a ser tratado encontra-se na manutenção de sua conexão, ou seja, o
Júri continuará competente quanto aos demais processos, devendo o juiz do Júri analisar o
caso para manter ou remeter o processo ao juiz competente. Encerrada a instrução
probatória, é livre o Ministério Público para aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 05
(cinco) dias, sob pena de desclassificação ou de arquivamento do caso se assim entender o
juiz por tipo penal diferente do qualificado ou pela inexistência do ato criminoso.
Por fim, em se tratando de recurso frente à absolvição sumária, temos duas hipóteses: a
primeira, Apelação, prevista no artigo 416 do CPP; já a segunda, trata-se do recurso de
ofício, prevista no artigo 574, II, do mesmo diploma legal. Segue entendimento
jurisprudencial:
Referências Bibliográficas:
BRASIL. Código de Processo Penal. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689.htm. Acesso em: 14
maio de 2023.
Constituição Federal do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal, 1988. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em:17 de maio de
2023.
NUCCI, Guilherme de S. Curso de Direito Processual Penal. Grupo GEN, 2023, 20º Ed.
E-book.ISBN 9786559643691. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559643691/. Acesso em: 14 de maio
2023.