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Resumo de Geografia 1p

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Resumo de geografia

● fatores naturais condicionantes

- clima, temperatura: em Portugal continental diminuem de sul para norte, sendo


assim, mais baixas no norte e nas áreas montanhosas e são mais elevadas no
litoral algarvio e no vale Guadiana; nas ilhas as são mais elevadas no litoral e
mais reduzidas no interior;

- clima, precipitação: em Portugal continental são mais elevados a norte do rio


Tejo e no litoral; nas ilhas são mais elevados no interior, nas regiões de maior
altitude, contudo na ilha da Madeira a vertente norte é a que regista valores de
precipitação mais elevados;

- relevo, áreas planas: localizam-se no sul, centro litoral e interior das ilhas, onde
geralmente os solos são mais férteis e, assim, permitem explorações de maior
dimensão e o uso de maquinaria e tecnologia moderna;

- relevo, áreas acidentadas: localizam-se no norte, centro interior e litoral das


ilhas, onde existem solos mais pobres e as parcelas são de pequena dimensão,
a inclinação do terreno limita a utilização de maquinaria e tecnologia;

- solo: em Portugal Continental a maior aptidão agrícola verifica-se no noroeste,


onde os solos são maioritariamente graníticos, e na bacia do Tejo e do Sado
onde existem solos de aluviões; nas ilhas predominam solos bastante férteis de
origem vulcânica; ambos os três solos são mais produtivos do ponto de vista
agrícola;

- recursos hídricos: em Portugal Continental, a rede hidrográfica é mais densa a


norte do rio Tejo, com rios de maior caudal, o que se traduz numa maior
disponibilidade hídrica; nas ilhas, os rios têm uma dimensão reduzida, sendo
designados por ribeiras, que asseguram fornecimento de água para diversas
atividades humanas, incluindo a agricultura, sendo assim, nestes os recursos
hídricos subterrâneos são uma importante fonte de abastecimento de água
nomeadamente para a rega;
● fatores humanos condicionantes

- a influência histórico-cultural, a norte: a elevada fragmentação das explorações


é justificada pela maior disputa de terra, devido, em parte à elevada densidade
populacional; às maiores taxas de natalidade; à partilha de terras por herança;
ao parcelamento de terras pelo clero e nobreza (associadas à reconquista);

- a influência histórico-cultural, a sul: a menor fragmentação das explorações


resultou de uma menor disputa pela posse de terra, devido, entre outros fatores,
à fraca densidade populacional; às menores taxas de natalidade; à forma mais
organizada e tardia da reconquista e à aquisição de terras da nobreza e do clero
pela burguesia;

- o objetivo da produção, em autoconsumo: é associado a uma agricultura mais


familiar, onde as explorações agrícolas são maioritariamente de pequena
dimensão e normalmente fechadas com forma irregular;

- o objetivo da produção, ao mercado: é associado a uma agricultura mais


comercial, onde as explorações agrícolas são maioritariamente de maior
dimensão e geralmente abertas com forma regular;

- as políticas agrícolas: as orientações e medidas legislativas, de carácter


nacional ou comunitário, condicionam a agricultura portuguesa, na medida em
que influenciam a escolha das espécies e as quantidades a cultivar;
condicionam as práticas agrícolas, como a utilização de produtos químicos e
favorecem a modernização e a reconversão da agricultura, através de incentivos
financeiros;

- as características da mão de obra: determinados aspectos caracterizam a mão


de obra, tais como a estrutura etária; o nível de instrução; a formação no
domínio agrícola; entre outros, são fatores condicionantes da atividade agrícola;

- o desenvolvimento tecnológico e científico: este fator promove o aumento da


produção agrícola, através da maquinaria utilizada; dos sistemas de rega; da
seleção de sementes; da manipulação genética; da utilização de produtos
químicos; entre outros e diminui a dependência das espécies em relação aos
condicionalismos naturais;
● regiões agrárias nacionais

- Entre Douro e Minho; Trás-os-Montes; Beira Litoral;


Beira Interior; Ribatejo e Oeste; Alentejo; Algarve;
Açores e Madeira;

● caracterização do espaço agrário


● caracterização das paisagens agrárias

- Norte Litoral: a morfologia agrária: predominam minifúndios irregulares e com


significativa fragmentação das explorações agrícolas; prevalecem campos
fechados; o sistema de culturas: predomina a policultura destinada a
autoconsumo, em regime intensivo e uma agricultura de regadio; predomina o
povoamento disperso e o povoamento linear;

- Norte Interior: a morfologia agrária: predominam minifúndios regulares e com


elevada fragmentação das explorações agrícolas; prevalecem campos abertos;
o sistema de culturas: maioritariamente extensivo com afolhamento bienal com
pousio; predominam as culturas de sequeiro; nas proximidades das populações
o sistema é intensivo, pratica-se o autoconsumo e recorre-se à rega; o
povoamento é concentrado;

- Centro: a morfologia agrária: predominam propriedades de média dimensão e


latifúndios, de forma regular e aberta; o sistema de culturas: predomina a
monocultura especializada e o afolhamento com pousio; intensivo e de regadio;
o povoamento é disperso e concentrado;

- Alentejo: a morfologia agrária: regime extensivo, onde predominam as grandes


propriedades com latifúndios de forma regular e campos abertos; o sistema de
culturas: predominantemente extensivo com pousios longos em sistema de
sequeiro; povoamento concentrado;

- Algarve: a morfologia agrária: prevalecem minifúndios fechados, alternando


uma forma regular e irregular; o sistema de culturas: no litoral é intensivo e no
interior é extensivo: o povoamento é disperso e concentrado;

- Açores: predominam minifúndios de forma regular e campos fechados e existe


o escalonamento de culturas graças ao relevo; o sistema de culturas: predomina
a monocultura intensiva destinada ao autoconsumo; o povoamento é disperso e
linear;

- Madeira: prevalecem microfundidos fechados e de forma irregular; o sistema


de culturas: predomina a policultura em regime intensivo, (a produção de
banana é monocultura); recorre-se ao cultivo em socalcos; o povoamento é
predominantemente aglomerado;
● o que são explorações agrícolas

- exploração agrícola: é uma unidade técnico-económica que utiliza fatores de


produção comuns, como a mão de obra, máquinas, instalações, terrenos, entre
outros e deve satisfazer obrigatoriamente quatro condições: 1: produzir produtos
agrícolas ou manter em boas condições agrícolas e ambientais as terras que já
não são utilizadas para fins produtivos; 2: atingir ou ultrapassar uma certa
dimensão em termos de área e número de animais; 3: estar submetida a uma
gestão única; 4: estar localizada num local bem determinado e identificável;

● evolução das explorações agrícolas

- em 2019 existiam, em Portugal, 290 mil explorações agrícolas, o que é menos


15 mil do que em 2009, acentuando a tendência de decréscimo verificada nas
últimas décadas;

● distribuição das explorações agrícolas

- em 2019 ocupavam uma superfície de 5,1 milhões de hectares (mais de


metade do território nacional), sendo a superfície agrícola utilizada (SAU)
apenas de 77,4% da superfície total das explorações;

- em 2019 a SAU aumentou 8,1% face a 2009, tendo-se verificado um aumento


generalizado em todas as regiões agrárias, com exceção dos Açores e Madeira;

- o Alentejo destacava-se claramente das restantes regiões agrárias, na medida


em que detinha mais de metade da SAU nacional;

● dimensão média das explorações agrícolas

- a dimensão média das explorações apresenta uma grande variabilidade


regional, sendo maior no Alentejo e menor na Beira Litoral e Madeira;

- apesar do aumento da dimensão média das explorações entre 2009 e 2019,


este não resultou de uma concentração fundiária em grandes unidades
produtivas, ficando a dever-se ao efetivo redimensionamento das explorações
de média dimensão;

- sendo assim, a estrutura fundiária em Portugal é ainda muito marcada pela


dispersão, fragmentação e pequena dimensão da propriedade;
● a SAU, modos de exploração e ocupação

● culturas permanentes

- em 2019, as culturas permanentes foram a segunda categoria da SAU mais


representativa, ocupando 22% do total da mesma; registou-se assim:

- um forte aumento da produção de frutos de casca rija, em virtude da


instalação de modernos e intensivos amendoais no Alentejo e na Beira
Interior e do acréscimo da superfície de castanheiros e de nogueiras;
- um aumento da área de olival;
- uma ligeira diminuição da superfície de vinha;
- um acréscimo da área de exploração de frutos subtropicais e frutos de
pequena baga;
- uma manutenção da importância das culturas mediterrânicas, como o olival e
a vinha, nas explorações agrícolas nacionais;

- composição das culturas permanentes: frutos frescos; citrinos; frutos de casca


rija; olival; vinha; frutos subtropicais; frutos de pequena baga;
● culturas temporárias

- apesar da ligeira diminuição do peso das culturas temporárias no total da SAU


nacional, entre 2009 e 2019, estas ocupavam cerca de ⅕ do total da SAU,
observando-se assim:

- uma redução da superfície de cereais para grão e de batata (culturas pouco


competitivas na maioria das condições edafoclimáticas onde eram
produzidas), o que justificou o decréscimo do peso das culturas temporárias;
- um aumento da área de hortícolas, o que traduziu o aumento da dinâmica do
setor, consequência de um maior investimento ao nível do aumento da área
de estufas;
- um acréscimo das superfícies de prados temporários e culturas forrageiras,
que passaram a ser a categoria mais representativa das culturas temporárias

- composição das culturas temporárias: cereais para grão; leguminosas secas


para grão; batata; prados temporários e culturas forrageiras; culturas industriais;
culturas hortícolas;

● produção pecuária

- gado avícola (aviário): em 2019 contaram-se cerca de 54,5 milhões de


cabeças, assumindo maior relevância nas regiões agrárias da Beira Litoral e do
Ribatejo e Oeste; foi produzido sobretudo em regime intensivo; as aves são
tanto vocacionadas para a produção de ovos como de carne;

- gado ovino (ovelhas): em 2019 contaram-se cerca de 2,2 milhões de cabeças


de gado, sendo a produção maioritariamente concentrada nas regiões agrárias
do Alentejo e da Beira Interior;

- gado suíno (porcos): em 2019 contaram-se mais de 2 milhões de cabeças,


assumindo concentração na região agrária do Ribatejo e Oeste; foi produzido,
com recurso à estabulação, em regime intensivo;

- gado bovino (bois): em 2019 contaram-se cerca de 1,6 milhões de cabeças de


gado bovino; tendo maior relevância nas regiões agrárias do Alentejo e dos
Açores; mais de 60% do gado bovino era produzido em regime extensivo;
- cunicultura (coelhos): em 2019 contaram-se cerca de 1,1 milhões de animais;
tendo maior concentração nas regiões agrárias de Entre Douro e Minho;
Trás-os-Montes e Beira Litoral;

- gado caprino (cabras): em 2019 contaram-se cerca de 372 mil cabeças; tendo
sido, sobretudo, explorado na região agrária do Alentejo;

● características da população ativa agrícola

- evolução e a composição: em 2019 registou-se um decréscimo de 14,4% face


a 2009, à exceção das regiões agrárias do Algarve e o Alentejo que verificaram
um aumento da mão de obra;

- a mão de obra familiar (constituída pelo produtor agrícola e pelo seu


agregado doméstico) contribui com a maior parte do trabalho agrícola,
embora o recurso a mão de obra não familiar tenha vindo a aumentar;
- o número de produtores agrícolas singulares, maioritariamente homens, é
muito mais representativo do que o número de dirigentes de sociedades
agrícolas;

- o nível etário: em 2019 registou-se um aumento do envelhecimento do


produtor agrícola: mais de metade tinham mais de 64 anos;

- o nível de instrução e a formação profissional: em todas as regiões agrárias a


maior parte dos produtores agrícolas registou habilitações académicas ao nível
do 1º ciclo do ensino básico; a formação superior no domínio agrícola foi muito
residual (tendo maior expressividade no Alentejo); não obstante os notáveis
avanços no domínio da formação profissional agrícola nos últimos anos, a
maioria dos produtores ainda possuía formação agrícola exclusivamente prática;

- a pluriatividade e o plurirrendimento: a grande maioria dos produtores agrícolas


dedicou-se a tempo parcial à exploração agrícola, desenvolvendo em
simultâneo, outras atividades (pluriatividade); a proveniência dos rendimentos
da grande maioria dos produtores foi, principalmente, de origem exterior à
exploração (plurirrendimento), sendo que este provinha, essencialmente, das
pensões rurais/reformas e dos salários do setor terciário;

- ambos acabam por ser fundamentais para a manutenção do espaço rural,


uma vez que, ligam a população à terra, vão atenuando o abandono da
atividade agrícola e o exôdo rural e contribuindo para a continuidade das
práticas agrícolas;

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