Análise Da Gestão de Higiene e Segurança No Trabalho Na Indústria Petrolífera Estudo de Caso Petromoc, Sa
Análise Da Gestão de Higiene e Segurança No Trabalho Na Indústria Petrolífera Estudo de Caso Petromoc, Sa
Análise Da Gestão de Higiene e Segurança No Trabalho Na Indústria Petrolífera Estudo de Caso Petromoc, Sa
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__________
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE MOÇAMBIQUE
Faculdade de Ciências Tecnológicas
3
Indice
Lista de abreviatura.....................................................................................................................4
Índice de tabelas.........................................................................................................................4
Índice de figuras.........................................................................................................................5
Índice de gráficos........................................................................................................................5
Declaração de honra...................................................................................................................6
Dedicatória..................................................................................................................................7
Agradecimentos..........................................................................................................................8
Resumo.......................................................................................................................................9
Summary...................................................................................................................................10
Capitulo I: Introdução...............................................................................................................11
1.1.Delimitação da pesquisa.....................................................................................................12
1.2.Problematização..................................................................................................................14
1.3.Justificativa.........................................................................................................................15
1.4.Objectivos...........................................................................................................................16
1.4.1.Geral................................................................................................................................16
1.4.2.Específicos.......................................................................................................................16
1.5.Questões de pesquisa..........................................................................................................17
2.1.Conceitualização.................................................................................................18
2.3.Prospecção do Petróleo.......................................................................................20
2.3.2.Instalação de Plataformas................................................................................22
4
2.4.1 OHSAS 18001/NP 4397- Sistema de Gestão da Saúde e Segurança do Trabalho
33
2.3.3. ATEX.............................................................................................................37
3.2.2. Amostra..........................................................................................................46
2. Equipamento de Protecção...................................................................................51
4.1.Conclusão...........................................................................................................57
4.2.Recomendações:.................................................................................................58
Referência bibliográficas..........................................................................................59
Anexo.......................................................................................................................62
5
Lista de abreviatura
PDC - Plan–Do–Check–Act
UE - União Europeia
% – Percentagem
Índice de tabelas
6
Índice de figuras
Figura 3 – ATEX………………………………………………………………...……….…..23
Índice de gráficos
7
Declaração de honra
Eu, Beneficio Vasco Monjane, declaro por minha honra que esta monografia científica é fruto
da minha investigação pessoal e das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e
todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na bibliografia final. E,
afirmo ainda que nunca foi apresentada em nenhuma instituição para obtenção de qualquer grau
académico.
__________________________________________
8
Dedicatória
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Agradecimentos
Agradeço especialmente aos meus pais Vasco Monjane e Milição Vilanculo (em memória),
que se estivessem vivos estariam ao meu lado, a minha família, esposa e filhos que sempre
têm suportado e acompanhando a minha carreira académica e profissional.
Os meus agradecimentos especiais vão para Supervisor Msc Gil Aníbal pelo pela confiança,
prontidão, orientação, correcção e ensinamento ao longo da elaboração desta monografia.
À Direcção e a equipe técnica da empresa PETROMO, S.A pelo apoio prestado e a admirável
cooperação.
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Resumo
O presente trabalho teve como objectivo geral analisar a Gestão de Higiene e Segurança no Trabalho na
Indústria Petrolífera, para o alcance do mesmo apresentamos como objectivo específicos: Descrever os
instrumentos específicos que regulamentam e orientam Higiene, Segurança e Saúde no ambiente do
trabalho na indústria petrolífera; Verificar o funcionamento do quadro legal e sua aplicação na área
higiene e segurança no trabalho aplicáveis na PETROMOC; Analisar as formas de tratamento de casos de
doenças e acidentes de trabalho causados no decurso das actividades laborais na PETROMOC; Propor um
conjunto de critérios e itens do método de avaliação de sistemas de gestão de higiene e segurança no
trabalho na PETROMOC. O argumento principal da nossa pesquisa é sustentado Rossete (2014) ao firmar
que, o Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) é uma ferramenta gerencial que
contribui para a melhoria do desempenho das empresas em relação às questões de segurança e saúde no
trabalho visando à redução de acidentes, contribuindo para a produtividade e competitividade da empresa.
Visto que, na indústria do petróleo, as actividades desenvolvidas são bem complexas e perigosas, uma vez
que, além dos acidentes normais que podem ocorrer nas indústrias, há também acidentes ampliados,
causados por materiais tóxicos, explosivos e inflamáveis, tendo como resultado, múltiplas consequências
aos trabalhadores, às comunidades vizinhas, às indústrias e ao meio ambiente. A pesquisa foi feita de uma
abordagem qualitativa, pois trata-se de um estudo de caso, o método de abordagem é dedutivo e as
técnicas de recolhas de dados foram entrevista e questionários. Através do presente trabalho conclui-se
que, Como estratégias de formação, divulgação, implementação e controlo dos trabalhadores em matérias
de HST utilizado em Moçambique no sector petrolífero, os inquiridos sugerem que as empresas devem ter
um plano de formação com base nas necessidades detectadas pelo próprio responsável da área de
formação e superação técnica, por forma a permitir seleccionar as acções de formação mais adequadas, e
deve preparar no inicio do ano, um repertório de formação, que é um catálogo de todas as acções de
formação e superação técnica programadas para esse ano e ministradas por entidades que sejam
consideradas idónea, onde, para além do titulo da acção de formação figuram: os seus objectivos, data,
duração e o local da realização. Ademais, as empresas devem facultar que todos os funcionários
participem na formação em matéria de higiene e segurança no trabalho e que as mesmas elaborassem um
plano de formação juntamente com horário em que os funcionários estão a trabalhar, isto para os
funcionários que estão de folga possam participar da formação.
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Summary
The general objective of this work was to analyze the Management of Hygiene and Safety at Work in the
Oil Industry, to achieve this we present the following specific objectives: Describe the specific
instruments that regulate and guide Hygiene, Safety and Health in the work environment in the oil
industry ;Verify the functioning of the legal framework and its application in the area of occupational
health and safety applicable at PETROMOC; Analyze the ways of treating cases of illnesses and
accidents at work caused in the course of work activities at PETROMOC; Propose a set of criteria and
items for the evaluation method of occupational health and safety management systems at PETROMOC.
The main argument of our research is supported by Rossete (2014) when stating that the Occupational
Health and Safety Management System (SGSST) is a management tool that contributes to improving
companies' performance in relation to health and safety issues. at work, aiming to reduce accidents,
contributing to the company's productivity and competitiveness. Since, in the oil industry, the activities
carried out are very complex and dangerous, since, in addition to the normal accidents that can occur in
the industries, there are also extended accidents, caused by toxic, explosive and flammable materials,
resulting in multiple consequences for workers, neighboring communities, industries and the
environment. The research was carried out using a qualitative approach, as it is a case study, the approach
method is deductive and the data collection techniques were interviews and questionnaires. Through this
work it is concluded that, as strategies for training, dissemination, implementation and control of workers
in HST matters used in Mozambique in the oil sector, respondents suggest that companies should have a
training plan based on the needs detected by the responsible for the training and technical improvement
area, in order to allow the selection of the most appropriate training actions, and must prepare at the
beginning of the year, a training repertoire, which is a catalog of all the training and technical
improvement actions planned for that year and taught by entities that are considered reputable, which, in
addition to the title of the training action, includes: its objectives, date, duration and location.
Furthermore, companies must allow all employees to participate in training in matters of hygiene and
safety at work and for them to draw up a training plan together with the schedule in which employees are
working, so that employees who are off work can participate in the training.
Keywords: Petroleum Industry, Occupational Health and Safety Management System and worker’s
quality of life.
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Capitulo I: Introdução
Nos últimos quinze anos Moçambique tem registado um desenvolvimento considerável. Um dos
grandes contribuintes desta mudança é a descoberta de vários recursos minerais. Pressupõe-se
que a indústria extractiva constitui uma força motriz para o Investimento Estrangeiro Directo
(IDE) e desenvolvimento da economia moçambicana. Porém, investimento neste sector está
sujeito a vários riscos, associados ao grau de cometimento da responsabilidade social das grandes
corporações multinacionais e o impacto negativo que podem criar sobre a vida das comunidades
locais, as condições de trabalho e o meio ambiente.
A indústria petrolífera está em destaque como um dos sectores mais propícios a acidentes fatais
dos últimos tempos, causando consequências catastróficas, atingindo tanto os trabalhadores desse
meio, como a comunidade ao redor, sem contar nos danos imediatos sofridos pelo meio ambiente
quando um acidente ocorre. Assim como a indústria de petróleo é algo sensível a grandes riscos
e impactos, por detrás disso tudo há um grande empenho e preocupação quanto à prevenção.
13
e saúde no trabalho visando à redução de acidentes, contribuindo para a produtividade e
competitividade da empresa. Observa-se que é essencial um SGSST eficiente nas empresas para
controlar os riscos existentes. Em função do grau de risco elevado de uma indústria
petroquímica, é fundamental buscar o envolvimento e a participação de todos, principalmente da
alta gerência no processo de SGSST.
1.1.Delimitação da pesquisa
14
A terminal de Lingamo possui 42 Tanques sendo operacionais 25, os 17 alguns em reparação e
outros obsoletos que estão a ser destruídos para darem lugar a novos projectos, importa referir
que destes tanques alguns continham alcatrão como sabeis em tempos se tinha uma refinaria
nesta terminal. Localização, limites e vias de acesso.
Figura 1. Vista de satélite da localização da terminal de lingamo adaptado pelo autor, 2023.
15
1.2.Problematização
Apesar dos esforços que vêm sendo feitos em Moçambique, a partir de campanhas de prevenção
de acidentes, da acção fiscalizadora dos órgãos governamentais, de comissões de estudo
tripartites (representantes do governo, empregados e empregadores) e de estudos académicos, a
incidência de acidentes do trabalho e doenças profissionais continua elevada. Nos Estados
Unidos, a taxa anual de fatalidades é de 4,0 mortes por 100.000 trabalhadores (BLS, 2006), no
Brasil ela é de 9,5 (INSS, 2006), enquanto que Moçambique registou entre 2015 e 2018, um total
de 2.044 acidentes de trabalho que resultaram em 42 mortes sendo que 26 trabalhadores ficaram
permanentemente incapacitados, 201 parcialmente e 1.775 temporariamente incapacitados para
trabalhar (INSS, 2018) e em 2021 registou 6.002 acidentes de trabalho causando 22 mortes. Os
sectores de construção civil, indústria transformadora e mineração são os que registam o maior
número de acidentes de trabalho, segundo o Ministério do Trabalho (Domingos Sambo,
Inspector-geral de Trabalho, 2021)1.
Em Moçambique não existe uma legislação específica sobre a Higiene e Segurança no Trabalho
no Sector Petrolífero, ou seja, existe uma legislação avulsa sobre esta matéria. Pois, existem leis
que asseguram a protecção no ambiente de trabalho e estabelecem o direito à assistência médica,
protecção, higiene, segurança e saúde no trabalho. Por exemplo a Lei nº 23/2007 de 1 de Agosto
(Lei de trabalho), prevê a cobertura na área de segurança e saúde no ambiente do trabalho aos
trabalhadores de todos os sectores do país incluindo o sector privado (Cf art. 216 a 236 da Lei nº
23/2007) e havendo necessidade de actualizar o Regime Jurídico de Acidentes de Trabalho e
Doenças Profissionais, o Conselho de Ministros aprova o Regime Jurídico de Acidentes de
1
Jornal o País, 04/10/2022
16
Trabalho e Doenças Profissionais, Decreto nº 62/2013 de 04 de Dezembro. As Normas 2
Regulamentadoras utilizadas para regulamentar o trabalho na indústria petrolífera são as mesmas
aplicadas às áreas de Agricultura, Pecuária, Aquicultura e Silvicultura, Electricidade, Construção
Civil e Obras Públicas.
1. Que métodos estão a ser aplicados para gerir o grau de implementação dos sistemas de
gestão da Segurança, higiene e Saúde no trabalho na PETROMOC?
2. O que a empresa, trabalhadores e o governo fazem, dizem ou pensam sobre a Higiene e
Segurança no Trabalho e que estratégias desenvolvem para mitigar os riscos no contexto
da indústria de petróleo e gás?
1.3.Justificativa
Na indústria petrolífera trabalham com combustíveis inflamáveis, ainda não possui uma política
prevencionista no que tange ao gerenciamento de risco. Isso ocorre principalmente pela falta de
conscientização dos empregadores em relação aos riscos de incêndio e explosão envolvidos em
cada etapa do processo industrial. Do ponto de vista prevencionista da segurança do trabalho,
toda e qualquer actividade do trabalhador em uma empresa ou indústria de qualquer sector, tem
um risco específico envolvido. Na indústria de petróleo e gás, os principais riscos envolvidos são
os riscos de incêndio e de explosão que estão associados à exploração e produção de petróleo.
Este trabalho visa demonstrar a importância que deve ser dada às normas regulamentadoras de
trabalho, em particular sobre os acidentes de trabalho e doenças profissionais 3, bem como a
2
Estas normas têm por objetivo estabelecer os preceitos que devem ser observados na organização do ambiente de
trabalho, possibilitando que as atividades sejam desenvolvidas de forma segura e que o ambiente de trabalho seja
mantido de forma saudável.
3
O regime jurídico de acidentes de trabalho e doenças profissionais foi regido pelo Diploma Legislativo nº 1706, de
19 de Outubro de 1957, no período colonial. Depois da Independência Nacional, este e outros diplomas mostraram-
17
forma como as entidades de tutela se organizam para o cumprimento das leis e para os casos de
invalidez ou morte, pois o emprego destas normas unido ao desempenho responsável das
actividades pode reduzir os riscos à saúde do trabalhador da indústria petrolífera.
Adicionalmente, os resultados desta pesquisa proporcionarão novos conhecimentos sobre normas
de Higiene e Segurança no Trabalho e medidas de prevenção de acidentes do trabalho no sector
florestal, e as recomendações poderão ser usados como manual de prevenção de riscos,
formação, planificação e organização do trabalho na indústria petrolífera no país.
1.4.Objectivos
1.4.1.Geral
1.4.2.Específicos
1.5.Questões de pesquisa
se desajustados da realidade devido às mudanças políticas e socioeconómicas em que o actual estágio do país se
encontra. Para o efeito, era necessário que o Estado moçambicano integrasse, na sua Constituição, matérias
relacionadas com o “Direito à Retribuição e Segurança no Emprego”. Assim, o ponto 2 do artigo 85 CRM
(2009:24) refere que “o trabalhador tem direito à protecção e segurança no trabalho”. A partir da Lei-mãe foi
criada a Lei do Trabalho (Lei nº 23/2007, de 1 de Agosto) em vigor, na perspectiva de garantir protecção razoável
do trabalhador.
18
2. Quais condições de higiene e segurança no trabalho a PETROMOC propicia aos
trabalhadores/funcionários para o decurso das suas actividades?
3. Como são tratados os casos de acidentes de trabalho e doenças profissionais na
PETROMOC?
4. Que estratégias de formação, divulgação, implementação e controlo dos trabalhadores em
matérias de HST utilizado em Moçambique no sector petrolífero?
19
Capitulo II: Revisão Literária
2.1.Conceitualização
Doenças Profissionais: Doenças profissionais são as que são causadas pelo exercício de trabalho
(EMPREENDEDOR, 2016).
Acidente de Trabalho: são eventos imprevisíveis ligado a componente social, o qual, quer a sua
ocorrência, quer os possíveis impactos são férteis objectos da análise sociológica porque ocorrem
em qualquer lugar geográfico ou contexto social e geram sempre múltiplas perturbações e
interpretações com relação às noções de perigo, risco, segurança e saúde. Com o efeito,
apresentam uma variante de continuidade dinâmica, em função ao avanço tecnológico que
implanta sobre o homem, novos horizontes no espaço de laboração industrial e serviços, (Areosa
& Dwyer, 2010:2).
Ribeiro (1999:40) na análise que faz, entende o acidente de trabalho como sendo uma
causalidade ou risco ao processo de trabalho em si, dada à manipulação de equipamentos e
materiais em determinado espaço que comprovadamente provoque danos à saúde ou morte ao
trabalhador. O autor traz uma definição que se operacionaliza entre a ideia de acidente de
trabalho e a noção de risco.
Trata-se de um princípio positivista segundo o qual todo o efeito tem causa, segundo a prática
hegemónica da coisa em que o risco é percebido como sendo de natureza material, ambiental
físico ou químico, e que faz parte do processo de produção, e, a nível tecnológico o mesmo tem o
carácter ocupacional, por essa razão, implica autoresponsabilidade de escolha profissional.
O risco é entendido como sendo algo socialmente localizado dos quadros cognitivos aplicáveis a
ameaça, por isso multi-perceptível, pois, é valorizado a partir de construções sociais dependendo
do interesse, perspectiva e visão do mundo de cada contexto específico (Granjo, 2009).
Por outras palavras, o risco se manifesta em perigo eminente num meio laboral é uma ameaça
directa à vida e a integridade física do próprio trabalhador inerente ao exercício de actividade
laboral (Diploma Legislativo, n°120/71). No sentido holístico, considera-se o risco como sendo
ausência de normas numa determinada sociedade ou grupo estruturado.
20
Ameaça: entende se por ameaça a qualquer factor passível de causar danos à integridade de
pessoas, seres ou coisas que a sua existência seja percepcionada, ainda que de forma vaga,
independentemente dos quadros cognitivos que sejam utilizados para classificar, (Granjo,
2006:1168).
Neste sentido, a definição da saúde é multifacetada na medida em que envolve factores políticos,
económicos sociais, culturais, ecológicos e biológicos, mas a nossa abordagem procura
evidenciar a saúde na perspectiva de bem-estar, por parecer o mais adequado no presente estudo,
higiene e segurança no trabalho, acidentes e doenças profissionais na industria petrolífera.
De acordo com Peixoto (2010), podemos conceituar a segurança do trabalho como um conjunto
de medidas com a finalidade de minimizar os acidentes de trabalho, as doenças ocupacionais e
ainda, proteger a integridade e a capacidade de trabalho das pessoas envolvidas, ou seja, na visão
do autor, a segurança do trabalho seria a forma de garantir que o funcionário possa exercer suas
funções de forma segura, sem correr riscos físicos ou psicológicos ao mesmo.
21
aumento da produção, pois, tornado o ambiente mais agradável os funcionários produzirão mais
e com melhor qualidade.
Na indústria do petróleo, as actividades desenvolvidas são bem complexas e perigosas, uma vez
que, além dos acidentes normais que podem ocorrer nas indústrias, há também acidentes
ampliados, causados por materiais tóxicos, explosivos e inflamáveis, tendo como resultado,
múltiplas consequências aos trabalhadores, às comunidades vizinhas, às indústrias e ao meio
ambiente (Souza e Freitas, 2002).
Na actualidade, muitas leis foram implementadas para que a saúde física e mental dos
trabalhadores seja resguardada, entretanto, em diversas empresas do sector petrolífero, ainda
ocorrem acidentes advindos de erro humano, sendo esse considerado a principal causa de
acidentes nessa área, quando considerados acidentes causados por procedimentos inadequados
por parte do trabalhador. Vale salientar que a maioria dos programas implementados nas
indústrias não assume esses dados.
2.3.Prospecção do Petróleo
Os métodos sísmicos fornecem dados para a melhor identificação das estruturas com maior
probabilidade de possuírem acúmulos de hidrocarbonetos fósseis. Essa actividade é dividida em
três fases: aquisição de dados (única realizada em campo), processamento e a interpretação. A
Figura 1 mostra uma representação simplificada de dados sísmicos.
22
Figura 2: Aquisição de dados sísmicos utilizando cabos flutuantes.
Os elementos básicos da aquisição sísmica são a fonte de energia e o sistema de registo. No caso
da actividade marítima, a fonte de energia mais empregada actualmente é o arranjo de canhões
de ar, equipamentos que geram a emissão de energia sonora, lançando ondas sísmicas de ar, que
se propagam nas rochas no fundo do mar e geram diversos reflexos, que são registados por
equipamentos semelhantes a um microfone, chamados de hidrofones, e ficam distribuídos ao
longo dos cabos (Vilardo, 2006).
23
2.3.1.Riscos na actividade Sísmica
Baseados nos dados de Sousa e Jerónimo (2014) destaca-se e classifica-se os riscos das
actividades sísmicas conforme abaixo, assim como também é possível conhecer as causar e
adoptar as recomendações para eliminar esses riscos que são:
Risco acidental: colisão com outra embarcação, incêndio a bordo seguido de explosão e o
encalhe em operações em águas rasas.
2.3.2.Instalação de Plataformas
Plataforma de Perfuração
24
As plataformas ou unidades de perfuração submarina são de três tipos: auto-elevatórias,
semissubmersíveis e navios sonda. Estes três tipos de unidades de perfuração têm, em comum,
além das utilidades (alojamentos, refeitório, geradores, laboratório, heliporto e outros) a sonda de
perfuração que fica no centro da plataforma.
A sonda, equipamento utilizado para perfurar poços, é composta por uma torre, que sustenta os
tubos de perfuração que conduzem a broca passam por uma mesa giratória, na base da torre e,
por rotação, vão atravessando as camadas do subsolo.
Por dentro dos tubos corre um produto, denominado lama de perfuração, que tem como funções,
servir como lubrificante da broca, agir como reboco das paredes do poço, manter a pressão da
perfuração evitando erupções e também funciona como veículo para trazer à superfície os
fragmentos da perfuração que são examinados em laboratório na própria sonda, fornecendo
informações importantes sobre as camadas atravessadas. A perfuração é um trabalho duro e
ininterrupto.
Plataforma de Produção
O processo de produção é idêntico em terra e em alto mar. Após descoberto petróleo e perfurado
um poço, começa a fase de avaliação da descoberta, com objectivo de definir se é ou não um
reservatório com volumes comercialmente recuperáveis. Este processo envolve testes de
produção do poço descobridor, perfuração de novos poços de delimitação da jazida e análises de
informações geológicas e geofísicas da área.
25
Para produzir, cada poço precisa ser preparado. São introduzidos tubos de aço, revestidos com
cimento, cuja finalidade é evitar o desmoronamento das paredes e a entrada de materiais
indesejáveis. Através desta coluna, é descido um instrumento que se assemelha a um pequeno
canhão, que é detonado para abrir furos no tubo por onde serão escoados o petróleo e o gás,
empurrados pela pressão da jazida, até a superfície, onde estão instaladas as válvulas de
produção, conhecidas como árvores de natal (DOURADO, 2011).
Ao iniciar a instalação de um poço alguns riscos são assumidos tanto no transporte como na
montagem e estes riscos são inerentes ao processo, porém através de planeamento e mensuração
destes riscos as empresas petroleiras vêem buscando cada vez mais reduzir e evitar esses danos
que podem ser irreversíveis muitas vezes quando causados. De acordo com Sousa e Jerónimo
(2014) os riscos nas instalações de plataformas podem ser classificados em duas categorias,
riscos no transporte de carga e risco na montagem da plataforma e demais equipamentos.
26
Recomendações: Sinalizar bem as vias, orientar tanto os motoristas quantos os demais
trabalhadores quanto à atenção durante todo o processo, inspecções regulares nos
veículos.
27
Consequências: Lesões de coluna e joelhos, tendinite lesão por esforço repetitivo, lesões
articulares diversas.
Recomendações: Melhor planeamento do ambiente de trabalho, fiscalização do uso
adequado dos equipamentos de protecção, rodízio de funcionários.
Só então, inicia-se a elaboração do projecto do poço, projecto este que poderá ser definido para
um poço vertical, quando o objectivo está exactamente na linha vertical do ponto escolhido na
superfície, ou direccional, quando o ponto na superfície deve ser deslocado do ponto ideal em
função de algum acidente natural ou não natural. Somente através da penetração efectiva da
formação pela broca de perfuração é que a presença de reservas recuperáveis de hidrocarbonetos
pode ser confirmada (BOHMER, s.d.).
Existem basicamente dois tipos de métodos de perfuração de poços, são eles: Método percussivo:
A perfuração é feita golpeando a rochas por uma broca pontiaguda de aço com movimentos
alternados ocasionando fracturação ou esmagamento. Periodicamente é preciso remover os
detritos cortados pela broca, o que é conseguido através da descida no poço de um tubo equipado
com uma alça na sua extremidade superior e uma válvula na inferior (caçamba). A válvula de
fundo é alternadamente aberta e fechada por uma haste saliente que bate contra o fundo do poço
quando a caçamba está sendo movimentada. Isto provoca a entrada na caçamba dos detritos, que
são retirados do poço.
28
encontra no poço, este é o método utilizado nos tempos modernos para a perfuração de poços de
petróleo (ECONOMIDES; WATTERS; DUNN-NORMAN, 1998).
Na Figura 4 abaixo podemos observar a simbologia das cores de um mapa de risco e, logo em
seguida, na Figura 4 constam as cores dos riscos, relacionadas com a operação da Figura 3,
respectivamente.
29
Fonte: Aquino e Costa (2011, p.78)
30
Causas: Ruído causado pelas máquinas usadas no processo, pela má conservação, falta de
lubrificação, manutenção das mesmas.
Consequências: Dor de cabeça, irritabilidade, vertigens, cansaço excessivo, insónia, dor
no coração e zumbido na orelha.
Recomendações: Manutenção e conservação adequada dos equipamentos do processo,
utilizar protector auricular.
Causas: Ambientes mal planeados, mal arejados, calor gerado pelas máquinas utilizadas
no processo, calor do próprio ambiente.
Consequências: Dor de cabeça, tonturas, mal-estar, fraqueza, insolação, desidratação.
Recomendações: Melhor planeamento térmico do ambiente, uso de equipamentos que
amenizem os efeitos do calor, rodízio de funcionários.
31
Recomendações: Inspecções regulares e manutenção adequada dos equipamentos
mecânicos e eléctricos, detectores de funcionalidade dos equipamentos, capacitação
adequada dos operadores, uso dos equipamentos de segurança adequados, uso de
detectores de incêndio.
Causas: Contado directo com o fluido de perfuração, exposição a gases tóxicos oriundos
das formações perfuradas, etc.
Consequências: Irritação na pele, problemas respiratórios, tonturas, enjoo, intoxicação
grave, morte em casos agudos.
32
Recomendações: Uso de detectores de toxidade no ambiente, uso de equipamentos de
segurança específicos, utilização de equipamentos e sensores que detectem níveis de
toxidade, treinamento específico para trabalhadores de áreas de riscos potencial.
Portanto o poço é perfurado por fases, sendo cada uma concluída através da descida e
cimentação da coluna de revestimento composta por acessórios com funções distintas cada um:
Sapata: Função de guiar a coluna de revestimento.
Colar de cimentação: Função de evitar a contaminação da pasta do anular.
Tampões: Evitar a contaminação da pasta de cimento pelo fluido de perfuração.
Centralizadores: Centralizar o revestimento mantendo um espaço anular uniforme.
A junção desses acessórios formando o revestimento total do interior do poço que tem como
função o isolamento do poço, sendo assim, prevenir o desmoronamento das paredes, evitar
contaminação dos lençóis freáticos, permitir retorno da lama até a superfície, suportar pressões
internas e externas, impedir migração de fluidos da formação (kicks), evitar perda de circulação,
evitar prisão da coluna por diferencial de pressão, sustentar os equipamentos de segurança na
cabeça do poço e o peso de outras colunas de revestimento, alojar equipamentos de elevação
artificial.
As características essenciais do revestimento são: Ser estanque, resistir às solicitações que lhes
serão impostas, ser resistente à corrosão e à abrasão, apresentar facilidade de conexão, ter
dimensões compatíveis com as actividades futuras (BOHMER, s.d.).
Assim como em todas as outras fases de criação de um poço de petróleo nesta é inevitável a
exposição a alguns deles. Esses riscos segundo Sousa e Jerónimo (2014) são classificados físico,
33
acidental, químico e por último ergonómico como descritos subsequentes abaixo seguidos de
suas possíveis causas e recomendações diante do fato.
34
Causa: Utilização de produtos químicos, irritações na pele devido ao trabalho com
cimento.
Consequências: Queimaduras na pele e dermatoses.
Recomendações: Utilização de luvas impermeáveis, protector facial.
Esta norma tem como finalidade desenvolver e implementar um sistema que permita uma gestão
eficaz da saúde e segurança dos trabalhadores estabelecendo procedimentos de identificação de
perigos, avaliação de riscos, e a implementação de medidas de controlo de forma a eliminar ou
minimizar o risco para os trabalhadores. O ato de promover as boas práticas em saúde e
segurança ocupacionais é fortemente apoiado e aconselha a construir um sistema de gestão
sistemático e estruturado. Tarefas com impacto na segurança e saúde dos trabalhadores devem
ser realizadas por pessoas competentes. A OHSAS 18001 foi concebida de forma a ser integrada
com a ISO 14001 e com a ISO 9001 (Oliveira, 2013).
35
Figura 5 – Estrutura geral do ciclo PDCA.
36
Essa metodologia permite estudar uma situação crítica ou não, planear e executar uma acção de
melhoria, além de verificar os resultados obtidos e, com base nestes corrigir o planeamento e
definir novas acções e um novo plano de acção. O PDCA é um ciclo que não tem fim, pois
sempre existe algo que pode ser melhorado, mesmo que já esteja satisfatório (ROSSETE, 2015,
p. 137).
Este acidente levou a uma discussão europeia sobre prevenção e controlo de acidentes graves
causados por certas actividades industriais. Em1982, foi publicada a Directiva 82/501/CEE (dita
Directiva Seveso), a qual sofreu posteriormente duas adaptações. Em Portugal esta temática foi
regulamentada em 1989, com a publicação do Decreto-Lei n.º 204/93. O objectivo desta
Convenção consiste na protecção do homem e ambiente contra os eventuais efeitos
transfronteiriços de acidentes industriais e promoção de cooperação internacional entre as
Partes antes, durante e após tais acidentes. (Calmeiro & Calmeiro, 2008).
Este guia pretende facilitar o método, o rigor e a eficácia da actividade de inspecção no âmbito
da Prevenção de Acidentes Graves (Decreto de Lei 150/2015, 2014).
A 5 de Agosto de 2015, foi aprovado um novo decreto de lei, Decreto-Lei n.º 150/2015 que tem
por objectivo estabelecer o regime de prevenção de acidentes graves que envolvem substâncias
perigosas e de limitação das suas consequências para a saúde humana e para o ambiente,
transpondo para a ordem jurídica interna a Directiva n.º 2012/18/UE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 4 de Julho de 2012, relativa ao controlo dos perigos associados a acidentes
graves que envolvem substâncias perigosas (Decreto de Lei 150/2015, 2014).
As principais alterações introduzidas pela Directiva Seveso III em relação à Seveso II são:
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Incluir mecanismos de correcção futuros, para adaptar o anexo de definição de
substâncias perigosas, para permitir a inclusão/exclusão de substâncias que representam,
ou não, perigo de acidentes perigosos;
Reforçar o acesso público à informação e a sua participação no processo de decisão e de
acesso à justiça, melhorando a forma como a informação é recolhida, gerida e tornada
pública;
Introduzir padrões mais rigorosos para a inspecção a instalações para assegurar a
implementação eficaz das medidas de protecção.
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4. Gestão de modificações: adopção e implementação de procedimentos para o planeamento das
modificações a introduzir ou para a concepção de uma nova instalação, processo ou local de
armazenagem;
2.3.3. ATEX
39
Figura 6 - ATEX
Neste capítulo sugeri-me a analisar não somente instrumentos legais que versam sobre a matéria,
mas também documentos das petições que deram entrada no pedido de Abril de 2013 a Abril de
2014, no Ministério de Trabalho, no sector da Inspecção Geral do Trabalho, a reportar situações
relacionadas com o acidente de trabalho, tratamento e acompanhamento das vítimas, que dão
conta que no período em alusão, dentre vários casos, quatro acidentes foram de natureza grave,
que culminaram em óbitos na mesma proporção.
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Aqui, busquei no máximo possível, vencer o desafio da falsa sensação de familiaridade com o
contexto da língua, dos discursos predominantes do governo sobre a questão de segurança no
local de trabalho, que tem vindo a ser disseminados através da rádio e televisão nos últimos anos.
Em muitos casos, os conteúdos disseminados pelos órgãos de informação nas matérias de higiene
e segurança no trabalho são parte integrante da Constituição da República de 2004, no seu n°2
artigo nº 85, preconiza como parte dos direitos fundamentais consagrados ao trabalhador,
“Direito à Protecção, Segurança e Higiene no Trabalho”, em que os empregadores devem
adoptar mecanismos que visam colmatar todas situações que concorrem a condições inseguras no
local laboral, com vista a redução do risco.
O legislador moçambicano por exemplo, no artigo 216, da Lei n° 23/2007, de 1 de Agosto, Lei
do Trabalho, estabeleceu que todos os trabalhadores têm o direito à protecção de trabalho em
condições de higiene e segurança, incumbindo ao empregador a criação e desenvolvimento de
meios adequados à protecção da integridade física e mental dos operários. Prima pelas boas
condições seguras morais e físicas do trabalho, informar aos trabalhadores sobre os riscos do
respectivo posto e instrui-los sobre o adequado cumprimento das regras de higiene e segurança
no trabalho.
De acordo com o regulamento interno em vigor na empresa, todo o trabalhador deve trajar
equipamento de protecção individual durante as actividades laborais na obra, em plena inspecção
de qualidade e segurança, em caso de ser interpelado sem estar devidamente equipado as
medidas são severas que podem conduzir a interdição da execução da obra e produção de um
relatório pouco abonatório para empresa, medida que implica perder credibilidade no mercado.
41
Por isso, para precaver situações pontuais de trabalhadores considerados indisciplinados
inventou-se o instrumento complementar que é conhecido na empresa, por caderno de
adiantamento, em que cada trabalhador solicita o equipamento de forma individual e é registado
num caderno de adiantamento de modo responsabilizá-lo pelo uso e conservação, assim, todo o
trabalhador é fornecido o equipamento em especial no dia das visitas, sem olhar para o registo e
tal, passa a se efectuar a posterior.
A ABNT NBR ISO 9000 define os conceitos dos sistemas de gestão da qualidade (SGQ) e
introduz a padronização dos termos usuais, permitindo que as organizações que adoptam o SGQ,
baseadas nos preceitos determinados pela ISO, sigam o mesmo vocabulário. Esta uniformidade
permite às organizações demonstrarem a capacidade de fornecimento de produtos que atendam
aos requisitos regulamentares e às necessidades dos clientes. A norma pretende oferecer
directrizes que permitam a eficácia do SGQ (LU, 2015, p. 5).
A OHSAS teve esse conjunto de normas emitidas por organismos certificadores e entidades
nacionais de normalização. A OHSAS 18001 foi desenvolvida para ser compatível com a ISO
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9001 e a ISO 14001, a fim de ajudar sua organização a cumprir com obrigações de saúde e
segurança de maneira integrada às demais certificações (ROSSETE, 2014, p. 33).
Vale destacar que na tradução da norma foram utilizados os termos sistema de gestão da saúde e
da segurança do trabalho (SST). A concepção dessa série foi planeada de forma a ser independe
das outras normas de sistema de gestão e compatível às normas ISO 9001 qualidade e ISO 14001
(meio ambiente), permitindo uma integração amigável, pois os conceitos não se sobrepõem, pelo
contrário, complementam-se. Além disso, a organização pode elaborar um sistema de gestão
integrado e as auditorias podem ser efetuadas em conjunto também (LU, 2015, p. 125).
PETROMOC: Petróleo de Moçambique SARL foi criada no 1 de Maio 1977, pelo Estado
moçambicano a Empresa Nacional de Petróleo de Moçambique, descende da Sociedade Nacional
de Refinação de Petróleos - SONAREP, da Sociedade Nacional de Petróleos de Moçambique –
SONAP DE MOÇAMBIQUE e da SONAP MARÍTIMA. A empresa petróleo de Moçambique,
S.A- Petromoc, sucedeu por Decreto nº 70/98, de 23 de Dezembro e diploma ministerial
n077/99, de Julho, a Empresa Nacional Petróleos de Moçambique, E.E, herdando, desta, a
universalidade de direitos e obrigações estabelecidos pelos actos constitutivos de 1977 e suas
alterações ocorridas em 1979, na sequência da estruturação do sector de carvão e
hidrocarbonetos que culminou com a criação da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, E.E.
A PETROMOC conhecida como a segunda maior empresa de petróleo e gás da África Austral,
funcionava como refinaria no tempo colonial, recebia crude (o petróleo antes ser refinado). O
crude húmido, petróleo que contém uma percentagem de água, é uma complexa mistura líquida
de compostos orgânicos e inorgânicos em que predominam os hidrocarbonetos desde os alcanos
mais simples até os aromáticos mais complexos.
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A transformação do crude consiste na modificação da composição química do petróleo depois da
extracção da rocha mãe. Estás transformações podem ser verificadas através de processos físicos
e ou térmicos.
Na terminal temos algumas bacias onde existem tanques de armazenagem de combustíveis sendo
que alguns desses tanques de tecto fixo e outros de tecto flutuantes que são para os combustíveis
altamente voláteis nomeadamente condensado e gasolina. Em todas bacias temos uma linha de
água e espumífero para proteger a mesma, e em todos tanques temos também uma tubagem de
água e espumífero com o propósito de proteger os mesmos para casos de possíveis incêndios. A
Bacia nº 1 representa o tanque nº 1; Bacia nº 2 representa o tanque nº 2; Bacia nº 3 representa o
tanque nº 3; Bacia nº 4 representa o tanque nº 4 que é de JET A1; A bacia de gasóleo tem 13
tanques; A bacia nº 5 composta pelos tanques 14,15,16,17 e 18 é de gasolina.
A tubagem que transporta o combustível do Navio até a Petromoc é constituída por Mainfolds
que é um conjunto de válvulas. Os combustíveis que a Petromoc recebe de Navio são
designadamente: Gasolina, gasóleo, JET A1, Petróleo de iluminação e gás.
A tubagem que transporta combustíveis é identificada através de cores como: Azul – Gasóleo,
Branca – Gás, Preta – Petróleo e Vermelha – Gasolina
Encontramos uma linha férrea dentro do terminal que vai até a uma grua de enchimento de
vagões, Neste local se faz o enchimento de gasóleo nos vagões é feito pelo topo ou seja, parte
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superior do vagão, que é transportado para alguns países como África do Sul, Eswatini,
Botswana.
Funcionamento
Central eléctrica
Uma usina é um local de produção central para a geração de electricidade. Uma usina possui
equipamentos e dispositivos utilizados para converter energia natural em energia eléctrica, bem
como as estruturas e edifícios necessários para isso, localizados em um determinado território.
No tempo colonial a PETROMOC operava como refinaria, não podia haver interrupções no
fornecimento de energia durante suas actividades operacionais, então tinham geradores nas bases
que abasteciam os tanques. Actualmente tem um gerador em funcionamento, porem usa a
corrente da EDM. O gerador em funcionamento possui um sistema automático de activação,
bastou uma falha na alimentação de energia pela EDM leva 1/2 segundos e acciona para dar
continuidade com as actividades.
Bombas
Na PETROMOC existem duas centrais de bombagem denominadas casa das bombas 1 e 2, onde
são comandadas as operações de recepção e expedição dos combustíveis. Na casa de bomba 1
funciona para carregamento de vagões e casa de bomba 2 carregamento de camiões.
Vasos separadores
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Existe uma rede de recolha de fluídos de todos os locais onde se faz o manuseamento de
combustíveis e sua canalização ao separador de óleo e água que tem a função de purificar os
fluídos permitindo que só a água seja drenada para fora da instalação. Os fluídos que são
recuperados do separador são denominadas Slops (mistura de gás, óleo) e são armazenados num
tanque à parte visando a sua posterior utilização na formação de marine diesel ou outro processo
de reciclagem.
Grua de enchimento
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Figura 8 – Grua de enchimento
Armazenamento
No caso de tanques de armazenamento, estes podem ser instalados acima ou abaixo do solo,
Tanques construídos no subsolo exigem especificações técnicas correctas e seguidas de riscos
para oferecerem muita segurança, a principal vantagem o menor uso de área.
Selagem
Na selagem faz se a sondagem e sela. Antes da sondagem, faz se o carregamento dos caminhões
onde temos um cabo electrostático, com válvulas, cada um com uma cor diferenciada para
referenciar o tipo de fluido a carregar: Laranja – Gasolina; Verde - Gasóleo e Preto - Petróleo
ou Jet A1.
Segundo GIL (2008: pgs. 89-91), População ou Universo é um conjunto definido de elementos
que possuem determinadas características. O trabalho será desenvolvido na província de Maputo,
concretamente na PETROMOC abrangido um total de 552 funcionários, com idade
compreendida entre 25 à 55 anos. De salientar que o Conselho de Administração é constituído
por um PCA, Administrador Operacional, Administrador Financeiro e Administrador Comercial.
47
Em seguida encontramos vários directores de várias áreas sendo que a do meu interesse é a
Direcção de Higiene Segurança no Trabalho e Meio Ambiente. O director de segurança responde
directamente ao PCA da empresa.
3.2.2. Amostra
Para Gil (2008), a amostra é o subconjunto do universo ou da população. Representa uma parte
dos dados da população. Da população ou universo acima descrita 12 foram seleccionados para a
pesquisa, sendo 1 do Departamento de Recursos Humanos, 2 Departamento de Operações, 2
Departamento de Manutenção, 2 Departamento de Protecção, Segurança e Meio Ambiente e por
fim 5 Bombeiros (Técnicos).
8 4 12 3 6 3 4 8 7 3 1 1 5 5 2
48
anos de idade. Quanto a formação o maior número apresenta o ensino superior (licenciatura) que
corresponde a 67% e 33% correspondente a formação médio ou técnico profissional, e
relativamente aos anos de serviços a maior parte da amostra está no intervalo de 0-10 anos de
serviço correspondente a 59%, seguidamente por 25%, 8% e 8%.
Quanto a natureza a pesquisa será qualitativa, isto é, na medida em que ela irá analisar a gestão
de higiene e segurança no trabalho na indústria petrolífera. Segundo Oliveira (2011), a pesquisa
qualitativa consiste na obtenção de dados descritivos, obtidos no contacto directo do pesquisador
com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o produto e se preocupa em retratar a
perspectiva dos participantes.
49
objectivos específicos do estudo. As entrevistas foram agendadas mediante a disponibilidade dos
participantes e serão realizadas individualmente pela pesquisadora, no local em alusão.
Contudo, esta pesquisa teve em consideração alguns preceitos de ética e deontologia profissional,
tais como: a privacidade (os dados pessoais de cada jovem entrevistos serão tratados segundo os
padrões/standards de privacidade de modo a resguardar a figura do entrevistado. Garantir-se-á o
anonimato dos indivíduos entrevistados; confidencialidade (os dados colectados que digam
respeito aos indivíduos com os quais realizamos a pesquisa serão tratados de forma secreta e
sigilosa); consentimento informado (o poder de escolha e decisão de participar às entrevistas por
parte dos jovens nosso alvo de pesquisa serão por eles mesmos consentida e aprovada. A
participação à entrevista não será um acto de obrigação da nossa parte enquanto pesquisadores).
Os sistemas de gestão HST são uma ferramenta amplamente utilizada na indústria petrolífera,
pois é uma ferramenta para melhoria contínua para actividades operacionais, porém não é um
plano de substituição das leis e regulamentos oficiais, sendo muito útil na promoção da
50
conformidade, pois cria um quadro estrutural sólido em que as obrigações e responsabilidades
podem ser mais facilmente identificadas e cumpridas.
16%16%
51
inqueridos correspondente a 100% que no exercício das suas actividades rotineiras estão cientes
sobre existência de riscos ou acidente de trabalho. Onde 100% dos mesmos responderam que
nunca sofrerem algum tipo de acidente de trabalho.
52
higiene e segurança no trabalho e que as mesmas elaborassem um plano de formação juntamente
com horário em que os funcionários estão a trabalhar, isto para os funcionários que estão de
folga possam participar da formação. Conforme ilustra a figura a seguir
2. Equipamento de Protecção
Com o objectivo de proteger os trabalhadores dos riscos inerentes aos processos, tais como o
incêndio, vazamento de gases, exposição solar e a produtos químicos (pintura, pulverização,
soldadura) durante as actividades diárias dos trabalhadores e explosões, dentre outros, a
PETROMOC tem facultado aos funcionários Equipamento de Protecção Individual (EPI) e
Equipamento de Protecção Colectiva (EPC). Por outro lado, os superiores garante que os
colaboradores sob a sua alçada tenham conhecimento profundo quer dos perigos atinentes ao
53
trabalho que vão executar, quer das regras de segurança e é obrigatória a utilização do calçado de
segurança distribuído ao pessoal. Conforme ilustra as figuras a seguir.
54
Gráfico 2. Equipamento de Protecção
A indústria petrolífera é vasta e complexa. O sector tem feito progressos nos últimos anos para
melhor proteger os trabalhadores e reforçar as normas de segurança, o que se reflecte na
diminuição do número de acidentes mortais no sector. No entanto, sendo uma indústria de risco
importante, as exposições a riscos comuns de saúde e segurança permanecem. Moçambique,
através do Instituto Nacional de Petróleo (INP), com base no quadro legal vigente, várias acções
prudenciais e de monitoria, têm sido levadas a cabo, a fim de assegurar que as empresas
concessionárias, a operar no país, actuem conforme os parâmetros de higiene e segurança que a
Lei4 impõe.
4
Lei nº 21/2014 (lei sobre Operações de Petróleo e Gás a Jusante), visa responder aos requisitos básicos para a
implementação de um conjunto de regras transparentes para reger os direitos e deveres dos investidores da indústria
e favorecer o desenvolvimento estável de projectos de petróleo e de gás no contexto das normas internacionais.
55
Gráfico 3. Plano Estratégico de prevenção de Acidente de Trabalho aos funcionários
50%
33%
17%
56
Figura 11: Procedimentos vigentes na Petromoc
57
Figura 12: Sinalização de aviso
58
Figura 12. Protecção por Extintores em Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
59
4.1.Conclusão
A indústria petrolífera está em destaque como um dos sectores mais propícios a acidentes fatais
causados por falhas na capacitação e treinamento, atitudes imprudentes em ambientes perigosos,
falha no cumprimento das leis trabalhistas por parte dos empregadores, a não utilização do
Equipamento de Protecção Individual (EPI) e Equipamento de Protecção Colectiva (EPC) nos
últimos tempos, acarretando consequências catastróficas, atingindo tanto os trabalhadores desse
meio, como a comunidade ao redor, sem contar nos danos imediatos sofridos pelo meio ambiente
quando um acidente ocorre. Assim como a indústria de petróleo é algo sensível a grandes riscos
e impactos, por detrás disso tudo há um grande empenho e preocupação quanto à prevenção.
Em jeito de síntese, a pesquisa atingiu os objectivos previsto para o estudo, visto que, conseguiu-
se verificar o funcionamento do quadro legal e sua aplicação na área higiene e segurança no
trabalho aplicáveis na PETROMOC. Assim como, analisar as formas de tratamento de casos de
doenças e acidentes de trabalho causados no decurso das actividades laborais na PETROMOC.
Das questões apresentada para responder ao problema da pesquisa, foi confirmada a maior parte.
60
trabalhadores e explosões, dentre outros, tem facultado aos funcionários Equipamento de
Protecção Individual (EPI) e Equipamento de Protecção Colectiva (EPC).
4.2.Recomendações:
61
Referência bibliográficas
CALMEIRO, A. T., & Calmeiro, M. A. (2008). Guia de Inspecções SEVESO - art. 28º do
Decreto de Lei nº 254/2007.
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9001:2015: requisitos e integração com a ISO 14001:2015. 1º edição São Paulo: Atlas, 2016.
62
INDUSMELEC. (2014). Atmosferas explosivas. Retrieved from
http://www.indusmelec.pt/newsletter/11/ATEX-Atmosferas_Explosivas.pdf
GRANJO, Paulo. 2009. “ Saúde e Doença em Moçambique” São Paulo: 8 (4): 567-581
GRANJO, Paulo. 2006 “ Quando o Conceito de Risco se Torna Perigoso” In analise Social,
Lisboa:ICS. vol xii (181). 1167-1179,
GIL, A. C. (1999). Método e Técnicas de Pesquisa social. 5ª ed. São Paulo. Editora Atlas S.A.
GIL, A. C. (2010). Como elaborar projectos de pesquisa. 10ª ed. São Paulo. Editora Atlas S.A.
LU, Liu Shih. Interpretação das normas – ISO 9001 / ISO 14001 / OHSAS 18001. São Paulo:
Editora Pearson Education do Brasil, 2015.
63
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Método, 2014.
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system for the petrochemical industry. Process Safety and Environmental Protection, 92(3), 251–
260. http://doi.org/10.1016/j.psep.2013.01.004
ROSSETE, Celso Augusto. Segurança do trabalho e saúde ocupacional. São Paulo: Editora
Pearson Education do Brasil, 2015.
ROSSETE, Celso Augusto. Segurança e higiene do trabalho. São Paulo: Editora Pearson
Education do Brasil, 2014.
64
Anexo
ANEXO I
Como participante, declaro estar informado(a) e ciente que os resultados desta pesquisa poderão
contribuir para a elaboração de programas de intervenção, protecção e regulamentos que visem
minimizar acidentes de trabalhos na indústria petrolífera, assim como melhorar as condições de
higiene, segurança e saúde do trabalhador deste ramo. De livre vontade responderei ao
questionário e estou informado(a) que não serei remunerado(a) por isso. Estou informado(a)
também que serei resguardado(a) pelo sigilo absoluto, pelas informações pessoais que fornecerei
durante a minha participação do estudo. Declaro ainda estar ciente que tenho a liberdade de
recusar de participar ou interromper a minha participação a qualquer momento que quiser, sem
penalização alguma, nem quaisquer prejuízos pessoal e/ou profissional. Além disso, estou
informado(a) que receberei os esclarecimentos necessários antes, durante e após minha
participação do estudo (caso assim deseje), e terei acesso aos resultados finais.
65
ANEXO II
1. Caracterização do inquirido
66
ANEXO III
1. Caracterização do inquirido
1.1.Sexo F_____/M______
1.2. Idade____________
1.3. Função do funcionário____________
1.4. Anos de trabalho________________
1.5. Habilitações literárias_____________
67
68