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Analise Combinatoria

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Análise combinatória

1. Introdução
A análise combinatória tem por objetivo resolver problemas de contagem. Muitas vezes é complicado realizarmos
contagens segundo critérios de ordenação, repetição ou agrupamento; porém, com o auxílio da análise
combinatória, esse procedimento torna-se relativamente simples.

O estudo da combinatória é de grande interesse nos mais diversos campos:

• na química estuda-se as possíveis uniões entre átomos;


• o diretor de um colégio faz várias combinações para montar a grade horária de aulas;
• a lingüística estuda os possíveis significados de símbolos de uma língua desconhecida;
• a polícia faz combinações na tentativa de decifrar gírias e códigos utilizados por bandidos;
• o DETRAN calcula o número de placas de automóveis disponíveis em determinado Estado;
• o estudo da probabilidade utiliza-se com frequência da combinatória, como será visto mais adiante.

2. Fatorial
Antes de continuarmos no estudo da combinatória, precisamos ver o que é fatorial.
Seja n um número com n∈Ne n 2. Definimos o fatorial do número n pelo símbolo n! tal que

n! = n.(n-1).(n-2). ... .3.2..1

Por definição,

0!=1

1!=1

Exemplos:
6! = 6.5.4.3.2.1 = 720

3! = 3.2.1 = 6

A partir da definição, podemos desenvolver técnicas de simplificação de expressões que envolvam fatoriais.
Inicialmente, note que

7! = 7.6.(5.4.3.2.1) = 7.6.5!

Veja alguns exemplos de simplificação de expressões numéricas envolvendo fatorial:


6! 6.5.4!
= = 6.5 = 30
4! 4!
16! 16.15.14.13.12! 16.15.14.13
= = =1820
12!.4! 12!.4.3.2.1 4.3.2.1

Inclusive, podemos simplificar expressões algébricas:


(n +3)! (n + 3)(n + 2)(n +1)!
= = (n+3)(n+ 2)
(n +1)! (n +1)!
(n −1)! (n −1)! 1
= =
n! n.(n −1)! n

3. Princípio Fundamental da Contagem (PFC)


O Princípio Fundamental da Contagem (PFC) é o caso mais simples da análise combinatória. Consiste em
multiplicar o número de possibilidades de cada tipo de ocorrência desde que essas ocorrências ocorram de forma
independente. Veja os exemplos a seguir.

Exemplo 1
Vamos começar com um caso bastante simples: uma pessoa tem 3 camisas, 2 calças e 2 cintos diferentes. De
quantas maneiras essa pessoa pode se vestir?

Uma forma de resolver esse problema é utilizando a chamada “árvore de possibilidades”:


Cinto 1

Calça 1 Cinto 2

Camisa 1 Cinto 1
Calça 2
Cinto 2
Cinto 1
Calça 1 Cinto 2
Camisa 2 Cinto 1
Calça 2
Cinto 2
Cinto 1

Calça 1 Cinto 2
Camisa 3 Cinto 1
Calça 2
Cinto 2

Percebemos que há 12 formas dessa pessoa se vestir. Porém, note que tal método seria bastante trabalhoso e
demorado caso tivéssemos 10 camisas, 6 calças e 5 cintos, por exemplo.

Precisamos achar um modo mais prático de se obter tal resultado. Observando com cuidado a árvore, percebemos
que temos, inicialmente, 3 camisas. Para cada camisa, há 2 possibilidades. Aqui, já temos 2.3 = 6 possibilidades.
Porém, para cada uma dessas 6 possibilidades, há mais 2 formas de se vestir, totalizando 6.2=12 maneiras. Em
resumo, se um acontecimento ocorre em n situações sucessivas e independentes, sendo que na 1ª situação ocorre
de a1 maneiras, a 2ª de a2, ..., a nª de an, então o total de possibilidades é dado por

a1.a2. ... . an

Em nosso exemplo, calculamos 3.2.2 = 12. Observação: no caso citado logo após a árvore, em que temos 10
camisas, 6 calças e 5 cintos, teríamos 10.6.5=300 formas diferentes de se vestir.

Exemplo 2
Qual o número de linhas telefônicas móveis (celulares) disponíveis da cidade de São Paulo?
Observação: na época da criação deste exercício, os números dos telefones celulares tinham 8 dígitos e iniciavam com 7, 8 ou 9.
Sabemos que os números de telefones são formados por 8 algarismos e que os celulares começam por 7, 8 ou 9.
Assim, esquematicamente, o número de possibilidades para cada algarismo é:

3 1 1 1 1 1 1 1
0 0 0 0 0 0 0
Para o 1° algarismo da esquerda há 3 possibilidades (7, 8 ou 9). Para os 7 algarismos restantes há 10 possibilidades
para cada um (0,1,2,...,8,9). Pelo Princípio Fundamental da Contagem, teremos:
3.10.10.10.10.10.10.10 = 3.107 = 30 000 000 = 30 milhões de linhas móveis.

4. Permutação sem repetição


Este é o primeiro caso que estamos vendo que trata de métodos de contagem com a utilização de uma fórmula. A
compreensão desta situação bem como as seguintes dar-se-á através de exemplos de aplicação.

Suposições:

• não há elementos repetidos; • a ordem importa;


• todos os elementos são utilizados de uma só vez.

A permutação de n elementos é dada por

Pn = n!

Exemplo 3
Um caso clássico de permutação é aquele que envolve anagramas. Um anagrama é uma sequência de letras que
se transpõem e que pode ou não ter sentido. Consideremos a palavra LIVRO. São anagramas dessa palavra:

LIVRO
IVROL
LROVI
OIRVL
Ao todo, quantos anagramas temos? Vamos utilizar o PFC. Imaginemos que temos 5 bolas, cada uma com uma
letra:

L I V R O

Temos, também, 5 caixas vazias onde serão colocadas cada uma das bolas (1 bola em cada caixa):

Para a 1ª caixa temos 5 possibilidades (qualquer uma das 5 bolas). Colocada essa bola, restam apenas 4 para a 2ª
caixa. Depois, restam 3 bolas para a 3ª caixa e assim por diante.
Pelo PFC teremos 5.4.3.2.1 = 120 anagramas. Isso corresponde exatamente ao caso de permutação de 5
elementos: P5 = 5! = 120. Note que as suposições foram satisfeitas: não há letras repetidas, todas as letras foram
utilizadas simultaneamente e a ordem importa, pois LIVRO IVROL.

Exemplo 4
De quantas maneiras diferentes podemos colocar 4 pessoas para posar, lado a lado, para uma foto?
As suposições sobre a utilização da permutação sem repetição são satisfeitas e teremos, portanto, P4
= 4! = 4.3.2.1 = 24 fotos possíveis.

5. Permutação com repetição


Suposições:

• a ordem importa;
• temos n elementos dos quais há r1 elementos repetidos do tipo 1, r2 elementos repetidos do tipo 2, ..., rk
elementos repetidos do tipo k (k=1,2,3...,n).

Neste caso, o número de permutações é dado por:

n!
P=
r1!r2 !.....rk !

Exemplo 5a
Qual o número de anagramas da palavra ESTATISTICA (ignorando a acentuação)?

Temos 11 letras das quais 2 são S, 2 são A, 2 são I e 3 são T. Ignoramos a acentuação pois, caso contrário, as letras I
e Í seriam diferentes (devido ao acento). O número de anagramas é:

P= = 831600 anagramas.

A ideia desse último cálculo é relativamente simples. Para entender melhor, vejamos o próximo exemplo.

Exemplo 5b
Seja a palavra MATANÇA (7 letras, 3 repetidas). Ao todo, teríamos P7 = 7! = 5040 anagramas (supondo a não
repetição). Fixemos o anagrama TANAMAÇ. Caso as letras “A” fossem distintas, teríamos, para as demais letras
fixadas, P3 = 3! = 6 anagramas:

TANAMAÇ
TANAMAÇ
TANAMAÇ
TANAMAÇ
TANAMAÇ
TANAMAÇ
Porém, tais letras são indistinguíveis. Ou seja, para cada disposição das letras, há 6 anagramas idênticos. Logo, o
número de anagramas diferentes da palavra MATANÇA é
7! 7.6.5.4.3!
P = == 840
3! 3!

6. Arranjo simples
Suposições:

• não há elementos repetidos;


• a ordem importa.

O arranjo de n elementos tomados p a p é dado por

n!
A n,p =
(n −p)!

Exemplo 6
Uma pessoa dispõe dos símbolos ∇  ♦ ♣ ♥ e quer montar códigos utilizando 3 destes 5 símbolos de modo que
não haja repetições de símbolos em cada código. Quantos códigos essa pessoa pode formar?

A ordem dos símbolos importa. Assim, temos um arranjo de 5 elementos tomados de 3 em 3:

A5,3 = = 5.4.3 = 60 códigos diferentes.

Exemplo 7
Numa sala com 10 pessoas, vai-se selecionar aleatoriamente 4 pessoas para se colocar numa fila de atendimento.
De quantas maneiras isso pode ser feito?

Novamente, a ordem importa, pois ser o 1° da fila é diferente de ser o


último. Assim:
A10,4 == 5040 filas diferentes.

Observação importante
Calculemos o arranjo de n elementos tomados n a n (é como se tivéssemos n pessoas numa sala e fossemos
selecionar n pessoas – ou seja, todas – para colocá-las numa fila):
n! n! n!
An,n = = = = n!
(n−n)! 0! 1

Ou seja, An,n = Pn. Logo, a permutação sem repetição é um caso particular de arranjo.
7. Combinação
Suposições:

• não há elementos repetidos;


• a ordem não importa.

A combinação de n elementos tomados p a p é dada por

n!
C n,p =
p!.(n −p)!

Exemplo 8
Seja um grupo de 10 funcionários de uma empresa. Deseja-se formar uma comissão de 4 pessoas. Quantas
comissões diferentes podem ser formadas?

Note que a ordem não importa, visto que, escolhendo as pessoas A,B,C e D ou B,D,C e A estamos formando a
mesma comissão (o que importa é que as 4 pessoas foram escolhidas e não a ordem com que elas foram
escolhidas). Utilizaremos a combinação de 10 elementos tomados 4 a 4:

C10,4 == 210 comissões distintas.


Exemplo 9
Suponhamos, agora, que tenhamos, dentre os 10 funcionários, 6 homens e 4 mulheres. Queremos formar uma
comissão com 3 homens e 2 mulheres. Neste caso, vamos iniciar calculando o número de trios masculinos que
podemos formar:

6! 6! 6.5.4.3!
= =
C6,3 = 3!.(6 − 3)! 3!.3! 3.2.1.3! = 20

E o número de duplas femininas:

4! 4! 4.3.2!
= =
C4,2 = 2!.(4 − 2)! 2!.2! 2.1.2! =6

Pelo PFC, teremos 20.6 = 120 comissões. Justificativa do uso do PFC: para cada trio masculino podemos formar
comissões com qualquer uma das duplas femininas, ou seja, o trio nº 1 masculino pode-se juntar a uma das 6
duplas femininas; o trio nº 2 masculino pode se juntar a uma das 6 duplas femininas e assim por diante.

Até o momento demos alguns exemplos simples utilizando a análise combinatória com o objetivo de entendermos
os usos e diferenças entre os casos de Análise Combinatória. Vale ressaltar que os métodos aqui apresentados não
são os únicos existentes. Não trataremos deles aqui, mas é bom que se saiba sobre suas existências: arranjos com
repetições, combinações com repetições, permutações circulares, dentre outros.

Agora, daremos alguns exemplos práticos e um pouco mais sofisticados envolvendo os casos de análise
combinatória vistos.
Exemplo 10: cardápio de um restaurante
Em um determinado restaurante, o gerente deseja fazer uma propaganda informando aos consumidores a grande
variedade de combinações de pratos que seu cliente poderá fazer. Assim, ele deseja calcular o número de
possibilidades sabendo-se que o cliente escolherá uma entrada dentre 8 possíveis, um prato principal dentre 15
diferentes e uma sobremesa dentre 10 disponíveis.

Neste caso, utilizaremos o princípio multiplicativo, visto que cada entrada poderá ser escolhida com qualquer um
dos 15 pratos principais que por sua vez, cada um deles, podem acompanhar qualquer uma das 10 sobremesas.

O número total de combinações é: 8 . 15 . 10 = 1200 possibilidades.

Assim, na propaganda, o gerente poderá informar aos seus clientes que o restaurante possui ao todo 1200
refeições diferentes.

Exemplo 11: placas de carros


Suponhamos que as placas de carros com iniciais B, C e D pertençam à cidade de São Paulo (ou seja, ABC 1234 não
pertence, por exemplo). Na elaboração de placas, o Detran utiliza-se de todas as letras do alfabeto (incluindo K, Y
e W) o que totaliza 26 letras. Suponha, ainda, que nenhuma placa tenha quatro dígitos iguais a zero, ou seja, não
existe uma placa do tipo BBC 0000. Pode haver repetição de número e letras. Quantos carros poderão ser
emplacados supondo-se a utilização de todas as combinações possíveis em São Paulo?

Utilizaremos, inicialmente, o princípio multiplicativo. A seguir representaremos por quadrados os “lugares” onde
podemos colocar as letras e números (os 3 primeiros são letras e os demais, números). O valor dentro dos
quadrados indica o total de possibilidades para cada posição.
3 26 26 10 10 10 10

Note que no primeiro quadrado há 3 possibilidades, visto que estão disponíveis apenas as iniciais B, C e D. Em azul
temos os números. São dez possibilidades, pois podemos usar qualquer um dos algarismos de 0 a 9.

Pelo princípio multiplicativo teremos: 3.26.26.10.10.10.10 = 20280000 possibilidades.

Porém, devemos lembrar que não existem placas do tipo # # # 0 0 0 0. Assim, calcularemos o número de placas
que levam 4 “zeros”:

3 26 26 0 0 0 0

Pelo princípio multiplicativo teremos 3.26.26 = 2028 placas desse tipo.

Assim, o número de placas disponibilizados pelo Detran é 20

280 000 – 2028 = 20 277 972 placas.

Exemplo 12: senhas bancárias


Atualmente é cada vez mais comum o uso de serviços bancários via Internet. Porém, também é cada vez maior o
número de hackers que tentam invadir sistemas bancários para desviar dinheiro. Assim, a preocupação com a
segurança também aumenta. Além de campanhas preventivas do tipo “jamais divulgue sua senha a um estranho”,
“o banco não solicita sua senha por e-mail”, “troque sua senha periodicamente”, alguns bancos tem feitos
caríssimos investimentos para melhorar a segurança dos internautas. Uma delas é o aumento do número de
dígitos que compõe a “senha eletrônica” quando comparada a “senha do cartão”.
Muitos bancos utilizam para a senha do cartão 4 dígitos numéricos, o que nos daria um total de
aproximadamente 10.10.10.10 = 10 000 senhas diferentes. Digo “aproximadamente” pelo fato que muitos bancos
não aceitam senhas sequenciais como 2222 ou que contenha data de aniversário ou repetições óbvias do tipo
1212.

Já na Internet, temos bancos que utilizam 8 dígitos numéricos para compor a senha. Neste caso temos 108 = 100
000 000 de combinações diferentes aproximadamente (novamente, devido aos motivos citados). Neste caso, é
claro que a segurança é maior, pois são 99 990 000 números a mais. Porém, mais recentemente, outros bancos
passaram a se utilizar de 8 caracteres, o que permite incluir letras e números. Considerando, ainda, que o sistema
faz uma distinção entre letras maiúsculas e minúsculas teremos um total de, nada mais, nada menos, que

628 = 218 340 105 584 896 218 trilhões de senhas diferentes.

Assim, seria muita, mas muita sorte mesmo, alguém “adivinhar” sua senha ou alguém acessar uma conta bancária
de outra pessoa “por engano”.

Como chegamos ao número acima?

Inicialmente pense que você tem 8 quadrados para alojar dentro deles números ou letras (maiúsculas e/ou
minúsculas). Dessa forma, teremos, para cada dígito 10 número (de 0 à 9), 26 letras maiúsculas (de A à Z) e outras
26 minúsculas. Como 10+26+26 = 62 então:
62 62 62 62 62 62 62 62

Daí usamos, mais uma vez, o princípio multiplicativo obtendo 628 senhas diferentes.

Com tudo isso, será que realmente estamos seguros...?

Exemplo 13: gincana


Numa gincana de televisão, o apresentador possui 5 cartelas contendo uma sílaba de uma palavra. O jogador deve
adivinhar que palavra é essa conhecendo-se algumas de suas sílabas.
Neste caso, é claro, muitas das possibilidades não serão consideradas pelo jogador devido às regras da gramática
portuguesa. Então, o jogador não necessitaria saber todas as combinações possíveis para adivinhar qual a palavra
que contém as sílabas:
TE TO SA AR NA

Neste caso a palavra é ARTESANATO. Fácil, não?

Porém, suponhamos que a palavra apresentada seja desconhecida ou, pelo menos, pouco comum. Por exemplo:
CI DA GA NU DE
Neste caso, talvez fosse interessante o jogador manipular os cartões colocando-se nas mais diversas ordens até
que obtivesse a palavra procurada. Assim, algumas das possibilidades seriam:

CI-DA-GA-NU-DE
DA-NU-GA-CI-DE
DA-CI-GA-DE-NU
NU-DA-CI-GA-DE
DE-NU-GA-CI-DA
E assim por diante. Visto que ele está colocando os cartões em ordens diferentes e cada cartão é diferente do
outro e, ainda, a ordem faz diferença, notamos que estamos num caso de permutação.

O número total de combinações que o jogador poderá fazer até achar a palavra é calculado por:

P5 = 5! = 5.4.3.2.1 = 120 anagramas.


Um anagrama é uma ordenação qualquer das letras de uma palavra. Podemos dizer que, neste caso, não seria tão
fácil, nem tão rápido, acharmos a palavra desejada.

E você descobriu qual palavra é? A resposta é NUGACIDADE que, segundo o dicionário Aurélio, significa futilidade,
nulidade, insignificância.

Exemplo 14: corrida


Numa corrida de automóveis, largam 15 carros. Porém, apenas os seis primeiros serão premiados. Diversas
pessoas fizeram apostas e ganha aquela que conseguir acertar as 6 primeiras colocações exatamente na ordem de
chegada (ou seja, não basta dizer apenas quais foram os seis primeiros, mas é preciso acertar quem foi o primeiro,
o segundo e assim por diante).

Neste caso, podemos verificar quantos jogos seriam possíveis fazer, ou melhor, quantos resultados diferentes a
corrida poderia ter. Deve estar claro que a ordem de chegada é importante. Como apenas os 6 primeiros são
premiados, estamos trabalhando com um caso de arranjo. Assim, temos que escolher 6 pilotos de um total de 15:

A15,6 = =15.14.13.12.11.10 = 3603600

Ou seja, há pouco mais de três milhões e meio de resultados diferentes.

Exemplo 15
Quatro carros (c1, c2, c3, c4) disputam uma corrida. Quantas são as possibilidades de chegada para os três
primeiros lugares?

Observe que a ordem importa, visto que chegar em primeiro lugar é diferente de chegar em terceiro. Logo,
podemos utilizar um caso de arranjo:

A4,3 = 24 “chegadas” diferentes.

Exemplo 16
Os números de telefones fixos de São Paulo (DDD 11) têm 8 algarismos. Determine o número máximo de telefones
que podem ser instalados, supondo-se que os números não podem começar com zero nem com um (mas podem
começar – por suposição – com qualquer número de 2 a 9).

Vamos utilizar o PFC, visto que os algarismos podem ser repetidos. Note que para o primeiro algarismo só há 8
possibilidades (2, 3, ..., 9). Os demais algarismos podem ser valores de 0 a 9, ou seja, 10 possibilidades:
8 10 10 10 10 10 10 10
Pelo PFC temos: 8.10.10.10.10.10.10.10 = 80.000.000 = 80 milhões de telefones.
Exemplo 17
Uma escola possui 18 professores. Entre eles, serão escolhidos: um diretor, um vice-diretor e um coordenador
pedagógico, sendo que a mesma pessoa não pode assumir mais de um cargo simultaneamente. Quantas são as
possibilidades de escolha?

Novamente, utilizando o PFC temos:

Diretor = 18 possibilidades

Vice-diretor = 17 possibilidades (visto que uma pessoa já foi escolhida para diretor)

Coordenador = 16 possibilidades (pois já escolhemos um diretor e um vice)

Total de possibilidades = 18 . 17 . 16 = 4896.

Exemplo 18
Resolver a equação Ax, 2 = 12.

Utilizando a fórmula de arranjo e os conhecimentos de fatoriais temos:

x! = 12 ⇒ x.(x −1).(x − 2)! = 12 ⇒ x.(x −1) = 12 ⇒ x2 − x −12 = 0 ⇒ x = 4 ou x =−3

(x − 2)! (x − 2)!

Como, pela condição de existência devemos ter 𝑥𝑥≥2 , temos que S={4}.
Exemplo 19
Quantos números de 3 algarismos podemos formar com os algarismos 1, 2, 3, 4, 5 e 6, sem repeti-los?

Trabalhando com o PFC, temos as possibilidades:


6 5 4

O total de números é 6.5.4 = 120.

Exemplo 20
Quantos números pares de 4 algarismos podemos formar com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5 e 6, sem repeti-los?

Este exemplo é muito similar ao anterior. Porém, aqui, temos que ter cautela com o zero, visto que um número
nunca deve ser iniciado com zero. Porém, temos uma segunda restrição, que é o fato de o número ser par e, neste
caso, ele deve terminar com 0, 2, 4 ou 6. Percebemos que o zero faz parte de duas restrições (primeiro e último
algarismos). Assim, vamos considerar duas situações:

I. o número termina com zero: neste caso, o último algarismo está fixado (zero). Logo, temos 6
possibilidades para o primeiro algarismo (1,2,3,4,5 ou 6). Assim, as possibilidades serão:
6 5 4 1

Ou seja, teremos 6.5.4.1 = 120 números.

II. o número termina em 2, 4 ou 6 (três possibilidades). O primeiro algarismo não pode ser zero, restando 5
possibilidades. O segundo algarismo pode ser zero, bastando que não seja igual ao primeiro e ao último
algarismos definidos. Assim:
5 5 4 3

O total de número é: 5.5.4.3 = 300.

Logo, o total de número procurado é a soma dos resultados obtidos em I e II, ou seja, 120 + 300 = 420.

Exemplo 21
Resolver a equação Cx, 2 = 15.

x!= 15 ⇒ x.(x −1).(x − 2)! = 15 ⇒ x.(x −1) = 15 ⇒ x2 − x − 30 = 0 ⇒ x = 6 ou x = -


5
(x − 2)!.2! (x − 2)!.2.1 2

Como a condição de existência é 𝑥𝑥≥2 , temos S={6}.

Exemplo 22
Quantas comissões constituídas de 3 pessoas podem ser formadas com 5 pessoas?

Note que a ordem não importa, visto que uma comissão formada pelas pessoas A, B e C ou uma comissão B, C e A
representam o mesmo grupo de pessoas. Então, utilizando combinação teremos C5,3 = 10 comissões.

Exemplo 23
Em um ambiente de trabalho há 7 homens e 4 mulheres. Deseja-se formar uma comissão de 5 pessoas sendo que
3 são homens e 2 são mulheres. Quantas comissões podem ser formadas?

Este é uma variação do exemplo anterior. Inicialmente, calculamos o número de comissões possíveis só de homens
e só de mulheres:

Homens: C7,3 = 35 Mulheres:

C4,2 = 6

Como nossas comissões serão compostas por homens e mulheres, basta multiplicarmos os resultados: 35 . 6 = 210
comissões com cinco pessoas.

Exemplo 24
Temos um grupo de 3 homens e 5 mulheres. Deseja-se formar uma comissão de 4 pessoas sendo que deve haver
pelo menos 1 homem presente. Quantas comissões podem ser formadas?

Esta é uma variação do exemplo anterior. Temos que calcular caso a caso a quantidade de homens e mulheres
presentes nas comissões:

I. 1 homem e 3 mulheres: C3,1 . C5,3 = 3 . 10 = 30

II. 2 homens e 2 mulheres: C3,2 . C5,2 = 3 . 10 = 30

III. 3 homens e 1 mulheres: C3,3 . C5,1 = 1 . 5 = 5


Como a comissão será do tipo I ou tipo II ou tipo III, devemos somar os resultados obtidos: 30 + 30 + 5 = 65
comissões.
Perceba que não consideramos o caso de 4 homens e 0 mulheres, visto que havia apenas 3 homens no grupo
considerado.

Exemplo 25
Sobre uma circunferência marcam-se 8 pontos. Quantos triângulos podemos construir utilizando esses pontos?

Para resolver este problema, basta observarmos que a sequência com que escolhemos três pontos quaisquer não
importa. Ou seja, escolhidos três pontos, independente da ordem que fizemos a escolha, obteremos o mesmo
triângulo. Logo, teremos C8,3 = 56 triângulos possíveis.

Exemplo 26
Sobre uma reta r, marcam-se 5 pontos e sobre uma outra reta s, paralela à primeira, marcam-se 3 pontos. Quantos
triângulos obteremos unindo 3 quaisquer desses pontos?

É uma variação mais elaborada do exemplo anterior. Podemos utilizar dois métodos distintos para a resolução, que
chamaremos aqui de método da inclusão e de método da exclusão.

Método da Inclusão

Neste método, iremos considerar apenas os casos de interesse e, ao final, somamos os resultados para obter o
total de triângulos.

Note que temos duas possibilidades para a construção dos triângulos: os que possuem a base na reta r e um
vértice na reta s (triângulo da esquerda) ou os que possuem a base na reta s e um vértice na reta r (triângulo da
direita).

I. para os triângulos de mesmo tipo que o da esquerda, escolhemos 2 dos 5 vértices para a base e um dos 3
que correspondem ao vértice da reta s: C5,2 . C3,1 = 10 . 3 = 30.
II. para os triângulos de mesmo tipo que o da esquerda, escolhemos 2 dos 3 vértices para a base e um dos 5
que correspondem ao vértice da reta r: C3,2 . C5,1 = 3 . 5 = 15.
Como pode ocorrer o caso I ou o caso II teremos um total de 30 + 15 = 45 triângulos.
Método da Exclusão

Inicialmente, consideramos o número total de triângulos que podemos construir a partir de 5+3=8 pontos:

C8,3 = 56 triângulos.
Porém, pelo fato de termos pontos colineares, devemos calcular quantos “falsos triângulos” computamos, ou seja,
quantos “triângulos” formamos utilizando 3 pontos colineares:
r

I. na reta r temos C5,3 = 10 “falsos triângulos”.

II. na reta s temos C3,3 = 1 “falso triângulo”.

Logo, temos um total de 10+1=11 “falsos triângulos”. Assim, os possíveis triângulos que podemos construir serão
56 – 11 = 45.

Exemplo 27
Qual é o número de anagramas que podemos formar com as letras da palavra INFINITO?

Ao todo são 8 letras, sendo 3 letras “I” e 2 letras “N”. utilizando a fórmula de permutação com repetição, teremos

= 3360 anagramas.

Exemplo 28
Determine o número de soluções naturais da equação x+y+z=9.

Como estamos trabalhando com o conjunto dos números naturais, cada uma das incógnitas x, y e z podem
assumir valores de 0 à 9. Vamos supor que cada bolinha represente uma unidade e que cada barrinha separe os
valores de x, y e z da seguinte forma: a quantidade de bolinhas à esquerda da primeira barra corresponde ao valor
de x; entre as duas barras correspondem ao valor de y; à direita da segunda barra correspondem ao valor de z.
Exemplos:

x=2;y=3;z=4

x=0;y=2;z=6

x=9;y=0;z=0
Dessa forma, vamos traduzir o esquema como se fosse uma palavra com letras repetidas, em que B representa
“bolinha” e T representa o “traço”. As figuras anteriores seria, respectivamente, as “palavras” BBTBBBTBBBB,
TBBTBBBBBB e BBBBBBBBBTT. Em resumo, o total de soluções corresponde ao número de anagramas de uma das
“palavras” anteriores:

= 55 soluções distintas.
Exemplo 29
Em um acampamento há 12 pessoas e 3 barracas. De quantas maneiras podemos organizar essas pessoas de
modo que fiquem exatamente 4 pessoas em cada barraca?

Inicialmente, calculamos quantos grupos distintos podemos formar na 1ª barraca: C12,4=495. Para a segunda
barraca, devemos escolher 4 pessoas dentre as 8 restantes, visto que 4 pessoas já ocupam a primeira barraca:
C8,4=70. Para a última barraca, só resta escolhermos 4 dentre as 4 pessoas que sobraram, o que nos dá,
claramente, C4,4=1 grupo possível. Como queremos colocar 4 pessoas na primeira, e na segunda, e na terceira
barraca, temos, pelo PFC um total de 495 . 70 . 1 = 34650 formas de organizar o grupo nas barracas.

Exemplo 30
De quantas maneiras podemos arrumar lado a lado 5 livros de Geometria, 4 de Estatística e 3 de Cálculo em uma
prateleira de modo que livros de um mesmo assunto fiquem sempre juntos?

Inicialmente, vamos supor uma sequência qualquer das matérias. Por exemplo, Geometria, Estatística e Cálculo.
Calculamos de quantas formas podemos organizar os livros de cada matéria separadamente.

G1 G2 G3 G4 G5 E1 E2 E3 E4 C1 C2 C3

P5 = 5! = 120 P4 = 4! = 24 P3 = 3! = 6

Agora, consideramos a ordem com que as disciplinas aparecerão na estante, ou seja, chamando G para geometria,
E para Estatística e C para Cálculo temos que a disposição GEC é diferente de CGE, por exemplo. O total de
arrumações possíveis é P3 = 3! = 6 para as disciplinas.
Pelo princípio multiplicativo, teremos 120 . 24 . 6 . 6 = 103680 formas de dispor esses livros na prateleira.

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