Geo9 - Urbanismo
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Alfred Agache, citado por (Victor F. M., 2012), define urbanismo como sendo: “uma ciência,
e uma arte e, sobretudo, filosofia social”. Assim, entende-se por urbanismo o conjunto de
regras aplicadas ao melhoramento das edificações, do arruamento, da circulação e do
congestionamento das artérias públicas. É a remodelação, a extensão e o embelezamento de 1
uma cidade, levados a efeitos mediante um estudo metódico da geografia humana e da
topografia urbana, sem descurar as soluções financeiras.
Etimologicamente, o termo urbanismo provém do latim urbes ou urbis, que significa cidade,
tendo como objecto de estudo as cidades e o estabelecimento humano e suas necessidades.
Da urbanização surge o termo brasileiro da urbanificação, que consiste no processo de
correcção da urbanização (crescimento desordenado), no sentido de renovação urbana.
Deste modo, podemos raciocinar da seguinte forma, urbanização está associado ao mau
crescimento urbano (crescimento desordenado); urbanificação, está associado à
reorganização e reestruturação das cidades.
regra geral, um aspecto muito diferente do dos povoados e regiões rurais. Nas cidades
predominam os prédios com vários andares, ruas largas, avenidas, grandes lojas,
muita gente em circulação, transportes colectivos e privados, entre outros aspectos.
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As cidades, em qualquer parte do mundo, apresentam características, mais ou menos comuns.
Dentre essas várias características, destaca-se o facto de:
Portanto, todos estes factores faziam com que mais gente fosse obrigada a rumar para as
cidades.
“O rápido crescimento dos centros urbanos revela-se hoje em dia um grande problema a nível
ambiental. O ritmo de crescimento dos centros urbanos é muito superior à capacidade e
previsão definida pelas autoridades. Vai-se acumulando na cidade uma população imigrante,
que se vai distribuindo ao acaso pelas camadas mais miseráveis e abandonadas, invadindo
propriedades alheias ou zonas com condições urbanas inadequadas, tantas vezes ligadas ao
centro da cidade. Isto deu lugar aos chamados bairros de caniço de Maputo, aos musseques
de Luanda, às bidonvilles das cidades francesas ou argelinas, às chabolas das cidades
espanholas, às favelas brasileiras, aos rancheros venezuelanos e aos bairros de lata de Lisboa”
(Victor F. M., 2012, p. 176).
São raras as cidades mundiais que não sofrem este tipo de transformações resultantes de um
crescimento anárquico e agressivo. São bairros marginais, onde para alguns começa o sucesso
na vida enquanto para outros representa o último escalão de uma descida dolorosa. São
subúrbios resultantes do crescimento descontrolado da cidade, assim como dos bairros
clandestinos que proliferam em áreas não urbanizadas da cidade e fora da alçada das
entidades públicas.
Hoje em dia, o crescimento das cidades pode resultar na formação de grandes aglomerados de
cidades que dependendo das suas características tomam os seguintes nomes:
Tipos de cidades
Planta urbana
• O passado histórico.
• O meio físico.
• A vontade (capricho) humana.
Tipos de plantas
1. Planta ortogonal: Este tipo de planta é fácil de traçar. Permite diversidade e rapidez
da construção e facilita o crescimento das cidades. Porém, tem as suas desvantagens.
Não é aplicável em áreas de relevo muito acidentado, dificulta a fluidez do transito,
pois possui sucessivos cruzamentos em ângulos rectos que retardam a marcha dos
veículos.
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2. Planta rediocêntrica: Este tipo de planta desenvolve-se a partir de uma praça onde
por vezes, se situa um monumento. A cidade se desenvolve em sucessivos anéis
concêntricos, muitas vezes delimitados por muralhas e mais recentemente por vias
circulares. A existência de anéis radicais, vai permitir um acesso mais fácil à área
cultural da cidade.
3. Planta irregular: Este tipo de planta é típico da maior parte das cidades europeias da
Idade Média, sobretudo nas áreas mediterrânicas. Possui ruas sinuosas e apresentam-
se normalmente estreitas.
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Taxa de urbanização
Taxa de urbanização é o número de pessoas que vivem ou residem em regiões urbanas por
cada 100 habitantes.
É possível calcular a taxa de urbanização através de uma fórmula já existente e que lhe
𝑻𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒂 𝒑𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐 𝒖𝒓𝒃𝒂𝒏𝒂 (𝑷𝑼) 7
apresentamos a seguir: Taxa de urbanização = 𝑷𝒐𝒑𝒖𝒍𝒂çã𝒐 𝒅𝒐 𝒑𝒂í𝒔 𝒐𝒖 𝒓𝒆𝒈𝒊ã𝒐 (𝑷𝑻) 𝒙 𝟏𝟎𝟎
Onde:
❖ Total da população urbana refere-se ao número total das pessoas que vivem na cidade.
❖ Total da população do país ou região é o total das pessoas que vivem no país ou
região em estudo.
Funções urbanas, correspondem ao tipo de actividades a que cada uma das cidades se
dedica. Deste modo, as cidades, em especial as grandes cidades, mesmo possuindo inúmeros
ramos de actividades, podem tomar as seguintes grandes funções:
3. Função de serviços
a) Função sanitária: consiste na especialização na prestação de serviços de saúde.
Normalmente as cidades com esta função possuem muitos estabelecimentos de
saúde, quer estatais quer privados, que asseguram as condições de saúde aos seus
habitantes.
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b) Função de ensino e educação: esta função é exercida por cidades que concentram
um elevado número de instituições de ensino com destaque para o ensino
universitário. Para estas cidades deslocam-se vários estudantes de várias partes do
país para a sua formação académica. São cidades que exercem um papel artístico e
cultural, pelo facto de possuírem museus, casas de cultura, cinemas, centros de
recreio e outros. Como exemplo deste tipo de cidades, temos a cidade de Coimbra
em Portugal. Outras cidades são exemplo, Oxford, Cambridge, Montpellier,
Uppsala, Heidelberg, Pretória e Maputo em Moçambique.
c) Função de turismo: esta função é, em geral, realizada por cidades ricas em sol e
praia, fauna, neve e montanhas. A estas cidades deslocam-se muitas pessoas para
passar os seus tempos de lazer. Como exemplo deste tipo de cidades, temos a
cidade de Miami nos Estados Unidos da América e da cidade de Praia, em Cabo
Verde.
d) Função de Transporte: esta é uma função característica das cidades modernas,
cuja vida depende, em grande medida, dos meios de transporte. O fluxo de
pessoas que realizam migrações pendulares, isto é, o movimento diário das
cidades dormitórios para as cidades grandes (metrópoles) onde vão trabalhar e
depois regressam às suas casas. Esse movimento é feito de autocarros, carros
pessoais e comboios. Uma das grandes características destas cidades é a grande
concentração de pessoas nas terminais rodoviárias, ferroviárias, nos
entroncamentos do metropolitano e autocarros que se regista na hora de ponta.
4. Função religiosa
Esta função é atribuída a cidades que por razões históricas tornaram-se santuários
religiosos. A cidade de Fátima, lugar que se acredita ter aparecido a virgem Maria, em
Portugal, por exemplo, recebe no mês de Maio, todos os anos, milhões de peregrinos, que
viajam a pé de várias partes de dentro e de fora de Portugal para aquela cidade. Outros
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Segundo (Victor F. M., 2012, p. 184) “a cidade é por excelência o local onde ocorrem as
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trocas materiais e espirituais. Estas trocas ocorrem, pois, por um lado a localização das
cidades permite e favorece a distribuição de produtos agrícolas, produção e distribuição de
produtos manufacturados e industriais, e por outro, devido ao consumo de bens e serviços
variados. Estas trocas materiais ligam-se às trocas espirituais, pois a cidade é igualmente a
sede do poder administrativo, por sua vez representativo do sistema económico, político e
social; as cidades são igualmente os locais privilegiados da função educativa e de actividades
recreativas, lúcidas e de lazer, que implicam público muito numeroso”.
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A ausência de planeamento origina, nos centros urbanos, grandes dificuldades. As pessoas
constroem as suas casas em qualquer lugar, os automóveis não têm espaço suficiente para
circular, não há espaço para parques ou jardins, em suma, gera uma autêntica confusão.
Estas dificuldades típicas das cidades desordenadas, ou seja, não planificadas, despertam-nos
para a necessidade de um planeamento urbano.
O planeamento urbano constitui, portanto, uma necessidade com vista a evitar a desordem
característica das cidades não planificadas.
A. Problemas ambientais
O crescente número da população urbana é responsável por graves problemas de
poluição do meio, na medida em que a forte concentração populacional leva a:
• Incapacidade da rede de saneamento.
• Grande emissão de ruídos.
• grande emissão de gases nocivos à saúde humana.
• A falta de água potável.
B. Problemas sociais
O progressivo aumento da população das cidades tem um impacto negativo no tecido
social tais como:
• Muitas horas de viagem dos bairros residenciais ao local de trabalho,
visto que à medida que as pessoas vão afluindo à cidade, tende a se fixar em
zonas cada vez mais distante do centro da cidade, onde, normalmente,
trabalham.
• Falta de habitação – as habitações inicialmente construídas tornam-se
insuficientes para um número cada vez maior de habitantes.
• Destruição de laços familiares – a constante luta pela busca de meios de
subsistência leva a que as pessoas se visitem cada vez menos. Por vezes ao fim
de semana as pessoas realizam pequenos trabalhos (biscates) para obter mais
algum dinheiro.
• Desemprego, delinquência e criminalidade – uma parte das pessoas que
chega à cidade não conseguem emprego e são empurradas para a
marginalidade.
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Como resultado dos problemas atrás mencionados abre-se espaço para uma situação ainda
mais grave que é a insegurança social.
C. Problemas demográficos
Com o crescente afluxo às cidades, são inevitáveis problemas demográficos como os
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• Superpovoamento.
• Aumento constante da natalidade.
• Crescente imigração.
D. Problemas económicos
Do contínuo aumento da população urbana advém problemas económicos diversos,
dos quais importa enumerar alguns:
• Escassez de recursos como água e habitação.
• A grande procura provoca o aumento dos preços.
• Grande falta de emprego.
Bibliografia