Desenvolvimento
Desenvolvimento
Desenvolvimento
Num contexto actual onde a concorrência é cada vez mais forte, a busca pela
competitividade é uma necessidade constante. As empresas necessitam de
informações precisas e oportunas para apoiar o processo decisório. A escassez de
recursos financeiros e o elevado custo, aliado com a falta de planeamento e
controlo, têm contribuído para que muitas empresas encerrem suas atividades. No
mundo dos negócios muitas decisões tomadas podem determinar o sucesso ou o
fracasso de uma empresa. Para que tais decisões sejam tomadas de forma mais
acertada possível é imprescindível que os tomadores de decisão tenham em
disposição as informações necessárias, dando mais racionalidade ao processo. A
tomada de boas decisões torna-se então, um factor cruicial para assegurar a
sobrevivência, crescimento e permanência da empresa no mercado. (Lauzel 2009)
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Função Aprovisionamento: Abarca as funções relacionadas com a gestão
material, económica e administrativa dos produtos. E responsável para assegurar
aos diversos sectores da empresa, o fluxo de materiais ou serviços necessários,
em devido tempo, ao mínimo custo e nas qualidades e quantidades requeridas;
Segundo Lauzel (2009), o ciclo de atividade é um dos conceitos básicos para efeitos de
análise financeira. As atividades da empresa referem ao processo de produção e troca com
outros agentes económicos. Estas actividades, reais ou financeiras, se subdividem em três
ópticas:
Óptica Financeira: Que se relaciona com as despesas e receitas, que são direitos e
obrigações de carácter financeiro, inseridas na óptica financeira da empresa e
evidenciadas no Balanço e na Demonstração de Origens e Aplicações de Fundos;
Uma empresa durante a sua actividade mantém e estabelece relações com diversos
agentes económicos recebendo ou cedendo prestações. Desta constante interação, origina
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fluxos de entrada de bens e serviços dos fornecedores e fluxos de saída de bens e
serviços para os clientes. Estes fluxos, reais ou financeiros, vão assegurar as operações
entre a empresa e seus agentes económicos, (Lauzel, 2009).
Os Fluxos Reais relacionam-se com os bens e serviços. São também designados por
fluxos económicos de entrada ou saída de meios monetários, decorrentes das
actividades do ciclo de exploração, investimentos ou desinvestimentos em activos
reais. Os fluxos reais subdividem-se, por um lado, em fluxos económicos de
exploração, que abrangem as aquisições de recursos e vendas de bens ou serviços, e
por outro, em fluxos económicos autónomos, relacionado com operações de
investimentos e desinvestimentos, (Lauzel, 2009).
Por um lado, em Fluxos financeiros induzidos por fluxos reais, se forem contrapartida dos
fluxos reais e, por outro, em fluxos financeiros autónomos, que se referem aos fluxos que não
se originaram dos fluxos reais, mas sim de fluxos resultantes de outras operações, como
aumento de capitas, reembolso de empréstimos, ou concessão de empréstimos. Dependendo
do número de agente que intervêm no processo, os fluxos induzidos podem ser directos
(venda de um activo fixo) ou indirectos (transformação de um activo fixo em activo
financeiro, para depois vender esse activo). E por sua vez, os fluxos directos podem ser
imediatos ou diferidos.
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Tabela 2: Exemplo de principais fluxos financeiros ou monetários
Para Gerard (2011) “O conjunto destes fluxos financeiros origina o Ciclo Financeiro que,
dependendo da sua duração e natureza, pode ser de investimento, de exploração ou das
operações financeiras”.
“Decisão é definida como uma sequência de acções escolhidas e praticadas por uma
pessoa ou empresa, visando alcançar os objectivos almejados. E um processo que se
desenvolve quando se define um problema a ser resolvido e se chega a uma solução”.
(Solnik, 2012).
Segundo (Aurélio, 2010), “Decidir significa optar, escolher ou selecionar de entre várias
alternativas, aquela que pareça mais adequada.”
Conforme exposto anteriormente, toda decisão tomada em uma empresa pode ser
entendida como uma decisão de âmbito financeiro. Partindo-se desse princípio, é
possível afirmar que a primeira coisa a ser feita ao se iniciar um processo decisório é a
análise financeira da organização. Independentemente da decisão a ser tomada, a
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análise financeira será necessária, e as informações obtidas através das demonstrações
financeiras servem como uma ferramenta muito útil para que essa análise seja feita de
forma racional, evitando desgastes financeiros na organização. A análise financeira
das demonstrações é de grande utilidade, quando se busca o enfoque da gerência, pois
serve como base de informações para tomada de decisão do administrador. Quanto
mais numerosas as informações filtradas das demonstrações financeiras, maior a
possibilidade de se elaborar um planeamento financeiro da empresa, uma maior
competitividade em relação a seus concorrentes, contribuindo para um melhor
desenvolvimento e crescimento económico da empresa. E preciso analisar não só
quantidade de informação, mas também sua qualidade, pois informação em
quantidade exagerada pode tornar-se inútil, uma vez que a ferramenta de análise das
demonstrações financeiras visa agilidade na tomada de decisões. (Solnik, 2008)
Segundo (Solnik, 2008, p.51), o processo decisório pode ser dividido em três
categorias, a saber:
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1.1.3. A Função Financeira
Qualquer decisão tomada ou acção realizada dentro de uma empresa tem implicações
directas ou indirectas a nível financeiro, há necessidade de uma função que vai
determinar quais as melhores decisões a tomar com vista ao alcance dos objectivos pré-
definidos. A função financeira é, então, responsável pela preparação, execução,
avaliação e controlo das decisões financeiras da empresa. Procura analisar e interpretar a
situação da empresa e decidir como aplicar os fundos que tem a sua disposição.
(Caldeia, 2011)
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responsável pela gestão da tesouraria, análise económica e financeira, elaboração de
programas e orçamentos e do plano financeiro, de modo geral. (Caldeia, 2011)
Como referido acima, empresa é uma unidade económica autónoma que mantém um
contacto dinâmico com a envolvente. Logo, a natureza dos seus problemas não se
resume só a aspectos de natureza exclusivamente financeira. Estão subjacentes as
estratégias que criam valor através da exploração de vantagens competitivas. Essa
criação de valor vai depender não só da situação financeira, mas, sobretudo, da sua
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capacidade de transformar as vantagens competitivas em fluxos de caixa futuros.
(Lauzel, 2009, p. 18)
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1.1.3.4. A Estrutura Organizacional e a Função Financeira
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solvabilidade. A situação económica e financeira vai reflectir a estratégia que foi
seguida pela empresa e sua vantagem competitiva, preocupando-se,
fundamentalmente, em responder a duas questões:
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da situação da empresa, que servirá de base à formulação de estratégias futuras. Daí, a
sua importância como instrumento de gestão. (Schichmidt, 2006, p. 87)
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produtividade, para saber se vão ou não receber dividendos e analisar os riscos e
retornos inerentes aos investimentos;
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Tabela 3: Demonstrações Financeiras e conceitos fundamentais
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empresa obter lucros necessários para remunerar o investimento, mas também, sua
estrutura financeira. (Stewart, 2010, p 801)
Segundo Das Neves (2011, p. 180) o objectivo da empresa não deve ser a
maximização do lucro em termos absoluto, mas sim, maximizar a relação entre os lucros
obtidos e os capitais investidos. A rendibilidade pode ser medida, de uma forma global,
através do seguinte indicador:
/ í
RCP=
/ ó
a) O Balanço
b) A Demonstração de Resultados
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empresa. Avalia a eficiência económica e a capacidade de uma empresa gerar valor. A sua
apresentação é feita segundo duas ópticas:
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ser utilizado porque proporciona informação mais detalhada e de forma
completa;
Após preparar as DF's para análise, poderá ser feita uma comparação entre DF's de
períodos sucessivos. Estabelece-se também, relações entre as diversas rubricas e entre
outras grandezas para se obter os indicadores económico-financeiros e os rácios
julgados convenientes. Há um vasto número de indicadores, mas, seu uso depende dos
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objectivos da análise e da natureza dos fenómenos que se pretendem analisar. (Richard,
2010)
Segundo Richard (2010, p. 82), “o Balanço funcional pode ser visto como um método de
análise, através do qual se obtém indicadores considerados significativos, como o Fundo de
Maneio, Necessidades de Fundo de Maneio e Tesouraria Líquida.”
Aplicações Origens
Activos Fixos
O BF é visto como uma "fotografia" das aplicações de fundos e dos recursos que
se relacionam com o ciclo financeiro da empresa e resultam do conjunto das correcções
efectuadas no balanço contabilístico. Sua estrutura é baseada nos conceitos de
equilíbrio financeiro e ciclos financeiros. O BF, quando elaborado com base na análise
de balanços sucessivos permite analisar a evolução nas políticas de investimentos,
políticas de financiamento e gestão global do ciclo de exploração. Apesar da sua
utilidade na análise financeira, o BF é sujeito a críticas como por exemplo, a
dificuldade em reclassificar as rubricas do balanço em função do respectivo ciclo, a
obrigatoriedade de se verificar uma relação entre aplicações e origens e a dificuldade
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em classificar os recursos estáveis, como é o caso dos financiamentos de curto prazo
que são renovados constantemente. (Caiado, 2008, p.)
Quem faz a gestão de uma empresa, sabe o quão relevante a gestão do fundo de
maneio se torna' chegando a ser tão importante quanto a geração de resultados por
parte da empresa. Isto acontece porque o fundo de maneio é o principal local onde a
empresa se vê geralmente forçada a investir uma grande parte da sua liquidez. As
maiorias dos fracassos das empresas dão-se por falta de liquidez e não por insolvência
técnica. (Richard, 2010)
Assim:
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Sendo que:
Activo Corrente — Passivo Corrente Capital Permanente - Activo Fixo Líquido Logo, o FM
pode ser obtido da seguinte forma:
Se o FM for positivo, então, parte dos recursos estáveis estão a financiar o ciclo de
exploração, evidenciando uma margem de segurança. Caso contrário, se negativo, então,
parte dos fundos não estáveis estão a financiar os activos não correntes, o que representa
um risco para a empresa. Porém, um FM positivo não representa uma condição necessária
e nem suficiente para que haja equilíbrio financeiro. E necessário que o valor do FM
esteja adequado às Necessidades de Fundo de Maneio; o Capital Próprio seja maior que o
Capital Alheio e os Capitais Permanentes têm que cobrir os activos fixos. Estes são alguns
dos princípios orientadores do equilíbrio financeiro. (Richard 2010)
De referir ainda, que o FM tem uma natureza estática e não leva em conta o princípio de
continuidade dos exercícios, segundo o qual uma empresa opera continuamente, com
duração ilimitada. Como forma de aumentar o FM, a empresa poderá recorrer ao aumento do
Capital Permanente ou redução do Ativo Fixo. (Richard 2010)
Para Richard (2010), “normalmente, as empresas que apresentam NFM muito elevado têm
um ciclo de exploração longo e possuem forte valor acrescentado. Por outro lado, se as NFM
apresentarem valores baixos ou negativos, então o ciclo de exploração é curto e apresentam
fraco valor acrescentado”.
Para Brealey (2010, p. 84), a TL é dada por uma das seguintes fórmulas:
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Ou
Brealey (2010), a TA diz respeito aos ativos correntes que não sejam considerados
cíclicos ou com carácter de permanência, resultantes das decisões de carácter financeiro e
estratégicos que sejam alheios à exploração. A tesouraria passiva refere aos passivos
correntes relacionados com as decisões de financiamentos. De acordo com os valores destes
três indicadores surgem as seguintes situações:
FM> 0; NFM> 0; TL> 0: Trata-se de uma situação financeira normal, com alguma
segurança.
FM <0; NFM> 0; e TL< 0: Trata-se de uma situação delicada, pois os capitais estáveis
são insuficientes para financiar as aplicações de investimentos e parte das necessidades
resultantes do ciclo de exploração com carácter de permanência.
FM> 0; NFM <0; e TL> 0: Evidencia uma situação financeira estável. E comum nas
empresas com um ciclo de exploração curto. Convém analisar se o valor do fundo de
maneio é muito elevado e dai optar por aplicações de capital.
FM <0; NFM <0; e TL> 0: Nesses casos, há um certo risco devido a inexistência de
Fundo de Maneio e, portanto, inexistência de uma margem de segurança.
FM <0; NFM <0; e TL <0: É uma situação típica de empresas com um ciclo de
exploração longo. Evidencia inexistência de liquidez e segurança.
Assim como o Balanço, também se elabora uma DRF. Para efeitos de análise,
convém identificar os custos (gastos) variáveis e os custos (gastos) fixos, de forma a
elaborar uma Demonstração de Resultados dos custos variáveis. Obviamente, existe
certa dificuldade em separar os custos fixos dos custos variáveis, principalmente
quando há ausência da contabilidade analítica. A DRF consiste, fundamentalmente, na
reestruturação dos rendimentos e gastos, de modo que facilite a análise económica e
financeira e, sobretudo, a análise do risco. Ao resultado apurado, deduz-se o efeito
fiscal e o impacto da distribuição de dividendos a sócios ou accionistas e as outras
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distribuições efectuadas, como prémios ou gratificações atribuídas. Feitos estes
ajustamentos, encontramos o Resultado Líquido Retido. (Stewart, 2007, p. 835)
Segundo Rodrigues (2007, p. 295), existem muitos rácios que podem ser calculados, mas só
interessa calcular aqueles que tenham interesse para a análise pretendida, só assim é que
terão sentido e serão úteis. Ainda assim, é usual classificar os rácios de acordo com a
natureza dos fenómenos que estes pretendem revela:
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Rácios económicos: que evidenciam aspectos relacionados com a situação da
empresa, como a estrutura de custos e de proveitos, as margens e a capacidade
de autofinanciamento.
Permitem tratar uma amostra constituída por dados de várias empresas num só
momento de tempo ou usar dados de uma só empresa reportados a vários anos;
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Os rácios financeiros são instrumentos de análise que podem e devem ser
complementado por outros; tratam apenas dados quantitativos, não tendo em
consideração factores qualitativos como a ética, motivação, etc;
𝐌 𝐁𝐫𝐮𝐭𝐚𝐬
Rendibilidade Bruta das Vendas = 𝑽𝒆𝒏𝒅𝒂𝒔
𝐑/𝐋í𝐪𝐮𝐢𝐝𝐨
RCP= 𝐂/𝐏𝐫ó𝐩𝐫𝐢𝐨
𝐏𝐚𝐬𝐬𝐢𝐯𝐨
Endividamento = 𝐀𝐜𝐭𝐢𝐯𝐨
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Liquidez geral: A liquidez geral representa os meios para fazer face aos compromissos a
Curto Prazo, levando em conta o que a empresa converterá em dinheiro, em curto e longo
prazo, e relacionando com tudo o que já assumiu como dívida. Este índice é obtido através da
seguinte relação:
𝐀𝐜𝐭𝐢𝐯𝐨 𝐂𝐢𝐫𝐜𝐮𝐥𝐚𝐧𝐭𝐞
LG= 𝐏𝐚𝐬𝐬𝐢𝐯𝐨 𝐂𝐢𝐫𝐜𝐮𝐥𝐚𝐧𝐭𝐞
Este rácio de Liquidez irá permitir ao analista de crédito analisar a capacidade de reembolso
dos empréstimos para um curto prazo.
. ó
Solvabilidade =
Rotação do Activo: Representa o grau de utilização dos activos, sendo que rácios
elevados podem indiciar que a empresa está a trabalhar no limite da sua capacidade.
Rotação das Existências- Este rácio quando elevado é considerado como um sinal de
eficiência. No entanto, pode também indiciar rupturas frequentes de stock. Este rácio
é obtido através da seguinte relação:
Para Stewart et al (2010, p. 789)” uma empresa pode apresentar uma excelente situação
do ponto de vista económico, com elevada participação de capitais próprios e, no entanto, em
determinado momento, não dispor de recursos suficientes para cumprir com as suas
obrigações.
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1.6.1. O Ciclo Financeiro da Empresa
Para Rasoto (2004), o ciclo financeiro abrange efetivamente, todas as operações efetuadas
desde que a empresa adquiriu bens ou serviços com os meios que dispunha, até ao momento
que recupera os meios aplicados. As características e natureza dos ciclos financeiros vão
determinar o grau de liquidez das aplicações e o grau de exigibilidade das origens. O ciclo
Financeiro da empresa subdivide-se, então, em três ciclos:
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sustentado e evitar contrair novos financiamentos para cumprir compromissos
anteriores.
Assim, este princípio ou regra só se verifica quando o grau de liquidez das aplicações
for pelo menos igual ao grau de exigibilidade das origens. Na prática, quer dizer que
não se deve financiar a aquisição de activos fixos, destinados a permanecer na empresa
por um período superior a um ano, com um financiamento que será reembolsado no
curto prazo. (Lunelli, 2008)
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