Complicações Perioperatorio
Complicações Perioperatorio
Complicações Perioperatorio
COMPLICAÇÕE POTENCIAIS
INTRAOPERATÓRIAS
O paciente cirúrgico está sujeito a vários riscos. As potenciais
complicações intraoperatórias incluem recuperação não intencional
da consciência no período perioperatório, náuseas e vômitos,
anafilaxia, hipoxia, hipotermia e hipertermia maligna. Nos EUA, o
Surgical Care Improvement Project (SCIP) estabeleceu uma meta
nacional para reduzir as complicações cirúrgicas. Áreas específicas
incluem as infecções de local cirúrgico, bem como as complicações
cardíacas, respiratórias e venosas tromboembólicas (Joint
Commission, 2016).
Náuseas e vômitos
Náuseas e vômitos, ou regurgitação, podem ocorrer em pacientes
durante o período intraoperatório. Se ocorrerem engasgos, vira-se o
paciente para o lado, abaixa-se a cabeceira da mesa e fornece-se
uma cuba-rim para coletar o vômito. Por meio de aspiração,
removem-se a saliva e o conteúdo gástrico vomitado. O advento dos
agentes anestésicos modernos tem reduzido a incidência de
náuseas e vômitos; no entanto, não há uma maneira específica de
preveni-los. A melhor abordagem é a interdisciplinar, envolvendo o
cirurgião, o anestesiologista ou o enfermeiro anestesista e o
enfermeiro (Crosson, 2015).
Em alguns casos, o anestesiologista ou o enfermeiro anestesista
administra antieméticos no período pré-operatório ou durante a
cirurgia, a fim de neutralizar uma possível aspiração. Se o paciente
aspirar o vômito, é deflagrada uma crise de asma brônquica, com
broncospasmos intensos e sibilos. Posteriormente, pode-se
desenvolver pneumonite e edema pulmonar, levando à hipoxia
extrema. Está aumentando a atenção médica para a regurgitação
silenciosa do conteúdo gástrico (não relacionada com o tempo de
jejum pré-operatório), que ocorre com mais frequência do que se
pensava anteriormente. O volume e a acidez do aspirado
determinam a extensão das lesões nos pulmões. Os pacientes
podem receber ácido cítrico e citrato de sódio, um antiácido claro e
não particulado, para aumentar o pH do líquido gástrico, ou um
antagonista do receptor histamina-2 (H2), como a cimetidina, a
ranitidina ou a famotidina, para diminuir a produção de ácido
gástrico (Rothrock, 2014).
Ana laxia
Toda vez que o paciente entra em contato com uma substância
estranha, ele pode ter uma reação anafilática. Como os fármacos
são a causa mais comum de anafilaxia, os enfermeiros no
intraoperatório devem estar cientes sobre qualquer alergia do
paciente, bem como o tipo e o método de anestesia utilizados,
inclusive os agentes específicos (Bourdon, 2015). Uma reação
anafilática pode ocorrer em resposta a muitos medicamentos, látex
ou outras substâncias. A reação pode ser imediata ou tardia. A
anafilaxia pode ser uma reação com risco à vida.
A alergia a látex – a sensibilidade a produtos confeccionados
com látex de borracha natural – tornou-se mais prevalente, exigindo
a capacidade de resposta de alerta entre os profissionais da saúde.
A alergia se manifesta com urticária, asma, rinoconjuntivite e
anafilaxia (Australasian Society of Clinical Immunology and Allergy
[ASCIA], 2015). Se os pacientes declaram que têm alergia ao látex,
mesmo que estejam vestindo látex em suas roupas, o tratamento
deve ser livre de látex. Na SO, muitos produtos não contêm látex,
com a notável exceção dos cateteres de látex mais flexíveis. Nos
casos cirúrgicos, deve-se usar luvas sem látex, prevendo-se uma
possível alergia; se não houver alergia, a equipe pode substituí-las
por outras luvas após o início da cirurgia, se desejado.
Em vários procedimentos cirúrgicos são utilizados selantes de
fibrina. Com adesivos de tecido de cianoacrilato, as feridas são
fechadas sem o uso de suturas. Esses selantes têm sido implicados
em reações alérgicas e anafilaxia (Rothrock, 2014). Embora tais
reações sejam raras, o enfermeiro deve estar alerta para essa
possibilidade e examinar o paciente em busca de alterações nos
sinais vitais e sintomas de anafilaxia quando esses produtos forem
utilizados (ver discussão sobre sinais, sintomas e tratamento da
anafilaxia e choque anafilático nos Capítulos 14 e 37).
Hipotermia
Durante a anestesia, a temperatura do paciente pode cair. O
metabolismo da glicose está reduzido e, como resultado, pode
ocorrer acidose metabólica. Este estado chamado de hipotermia é
indicado por temperatura corporal menor do que a normal (36,6°C
ou menos). A hipotermia inadvertida pode decorrer das baixas
temperaturas na SO, da infusão de soluções frias, da inalação de
gases frios, de feridas ou cavidades corporais abertas, da
diminuição da atividade muscular, da idade avançada ou dos
agentes farmacêuticos utilizados (p. ex., vasodilatadores,
fenotiazinas, anestésicos gerais). A hipotermia pode deprimir a
atividade neuronal e diminuir a necessidade celular de oxigênio
abaixo dos níveis mínimos normalmente necessários para a
manutenção da viabilidade celular. Este resultado, por vezes, é
pretendido para proteger a função durante alguns procedimentos
cirúrgicos (p. ex., endarterectomia da carótida, circulação
extracorpórea) (Barash et al., 2013).
A hipotermia não intencional precisa ser evitada. Se ocorrer,
deve ser minimizada ou revertida. Se a hipotermia foi intencional, o
objetivo é o retorno seguro à temperatura corporal normal. A
temperatura ambiente no centro cirúrgico pode ser temporariamente
fixada em 25°C a 26,6°C. Soluções intravenosas e de irrigação são
aquecidas a 37°C. Vestimentas e campos molhados são removidos
imediatamente e substituídos por materiais secos, porque os itens
molhados promovem a perda de calor. Também podem ser
utilizados cobertores de ar quente e mantas térmicas em áreas não
expostas à cirurgia. Além disso, minimizar a área do paciente que é
exposta ajuda a manter a temperatura interna. Independentemente
do método utilizado para reaquecer o paciente, o aquecimento deve
ser realizado de modo gradual, não rapidamente. É necessário
monitoramento criterioso da temperatura central, da diurese, do
ECG, da pressão arterial, da gasometria arterial e dos níveis de
eletrólitos séricos. Existem muitos produtos no mercado (p. ex.,
cobertores, aquecimento do paciente por convecção) utilizados
durante os cuidados perioperatórios para manter a normotermia
(Erdling & Johansson, 2015; Sobczak, 2014).
Hipertermia maligna
A hipertermia maligna é uma doença muscular hereditária, rara,
quimicamente induzida por agentes anestésicos (Rothrock, 2014).
Essa doença pode ser desencadeada por miopatias, estresse
emocional, insolação, síndrome neuroléptica maligna, exercício
extenuante e traumatismo. Ocorre em 1 em cada 50 mil a 100 mil
adultos. Relata-se que a taxa de mortalidade da hipertermia maligna
é tão elevada quanto 70%; no entanto, com o reconhecimento
imediato e tratamento rápido, diminui para menos de 10% (Isaak &
Steigler, 2015). As pessoas suscetíveis incluem aquelas com
músculos fortes e volumosos, história pregressa de cãibras
musculares ou fraqueza muscular e elevação inexplicável da
temperatura, assim como a morte inexplicável de um familiar
durante a cirurgia, que foi acompanhada por uma resposta febril
(Isaak & Steigler, 2015).
Fisiopatologia
Durante a anestesia, agentes potentes como os fármacos
anestésicos inalatórios (p. ex., halotano, enflurano, isoflurano) e
relaxantes musculares (succinilcolina) podem desencadear os
sintomas de hipertermia maligna (Rothrock, 2014). O estresse e
alguns medicamentos – como simpaticomiméticos (epinefrina),
teofilina, aminofilina, anticolinérgicos (atropina) e glicosídios
cardíacos (digitálicos) – podem induzir ou intensificar uma reação.
A fisiopatologia da hipertermia maligna está relacionada com
uma condição hipermetabólica que envolve a alteração de
mecanismos na função do cálcio nas células do músculo
esquelético. Este desequilíbrio do cálcio provoca sintomas clínicos
de hipermetabolismo, que, por sua vez, aumenta a contração
muscular (rigidez) e provoca a hipertermia com subsequentes
lesões ao sistema nervoso central.
Manifestações clínicas
Os sinais/sintomas iniciais da hipertermia maligna são, em geral,
atividades cardiovascular, respiratória e musculoesquelética
anormal. A taquicardia (frequência cardíaca acima de 150 bpm)
pode ser um primeiro sinal. A estimulação do sistema nervoso
simpático também causa arritmias ventriculares, hipotensão,
diminuição do débito cardíaco, oligúria e, mais tarde, parada
cardíaca. A hipercapnia, um aumento do dióxido de carbono (CO2),
pode ser um sinal respiratório precoce. Com o transporte anormal
de cálcio, ocorrem rigidez ou movimentos tetânicos, muitas vezes na
mandíbula. A rigidez muscular generalizada é um dos primeiros
sinais. A elevação da temperatura é, na verdade, um sinal tardio que
se desenvolv rapidamente; a temperatura corporal pode aumentar
em 1°C a 2°C a cada 5 min, e a temperatura interna do corpo pode
exceder 42°C (Rothrock, 2014).
Manejo clínico
É essencial reconhecer os sintomas precocemente e interromper a
anestesia prontamente (Isaak & Steigler, 2015). Os objetivos do
tratamento são diminuir o metabolismo, reverter a acidose
metabólica e respiratória, corrigir arritmias, diminuir a temperatura
corporal, fornecer oxigênio e nutrientes aos tecidos e corrigir o
desequilíbrio eletrolítico. A Malignant Hyperthermia Association of
the United States (MHAUS) publicou um protocolo de tratamento
que deve ficar exposto na SO e estar prontamente disponível no
carrinho para atendimento da hipertermia maligna (ver a seção
Recursos).
A anestesia e a cirurgia devem ser adiadas. No entanto, se
houver disponibilidade de monitoramento do CO2 final expirado e
dantroleno sódico, e o anestesista for experiente no manejo da
hipertermia maligna, pode-se prosseguir com a cirurgia usando um
agente anestésico diferente (Barash et al., 2013). Embora a
hipertermia maligna geralmente se manifeste cerca de 10 a 20
minutos após a indução da anestesia, também pode ocorrer nas
primeiras 24 horas após a cirurgia.
Manejo de enfermagem
Embora a hipertermia maligna seja rara, o enfermeiro precisa
identificar os pacientes em risco, reconhecer os sinais e sintomas,
ter disponíveis os medicamentos e equipamentos adequados, bem
como estar bem informado quanto ao protocolo a cumprir. O preparo
pode salvar a vida do paciente.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Avaliação
A avaliação de enfermagem do paciente intraoperatório abrange a
obtenção dos dados do paciente e de seu prontuário para
identificar os fatores que podem afetar o cuidado. Os dados
servem como diretrizes para um plano de cuidado individualizado
para o paciente. O enfermeiro na fase intraoperatória implementa
a avaliação pré-operatória de enfermagem específica e a
documenta no prontuário do paciente. Isso inclui o exame do
estado fisiológico (p. ex., nível de saúde-doença, nível de
consciência), do estado psicossocial (p. ex., nível de ansiedade,
problemas de comunicação verbal, mecanismos de
enfrentamento), do estado físico (p. ex., local da cirurgia, condição
da pele e eficácia do preparo; mobilidade das articulações) e
preocupações éticas.
Diagnóstico
Diagnóstic ermagem
Com base nos dados da avaliação, os principais diagnósticos de
enfermagem podem incluir os seguintes:
• Ansiedade, relacionada com preocupações ambientais ou
cirúrgicas
• Risco de resposta alérgica ao látex, em razão da possível
exposição ao látex no ambiente da SO
• Risco de lesã perioperatória de posicionamento, relacionada
com o posicionamento na SO
• Risco de lesão relacionada com anestesia e cirurgia
• Risco de comprometimento da dignidade humana, relacionado
com anestesia geral ou sedação.
Planejamento etas
As principais metas para o cuidado do paciente durante a cirurgia
são reduzir a ansiedade, proporcionar ambiente sem látex, manter
o paciente livre de lesões de posicionamento ou de outras lesões,
manter sua dignidade e mantê-lo sem complicações.
Intervenções e nfermagem
Reduç
O ambiente da SO pode parecer frio, austero e assustador para o
paciente, que pode estar se sentindo isolado e apreensivo.
Apresentar-se, dirigir-se calorosamente e com frequência ao
paciente pelo nome, verificar detalhes, fornecer explicações e
incentivar e responder a perguntas promovem uma sensação de
profissionalismo e simpatia que pode ajudar o paciente a se sentir
seguro e protegido. Ao explicar o que o paciente pode esperar na
cirurgia, o enfermeiro usa habilidades básicas de comunicação,
como o toque e o contato ocular, para reduzir a ansiedade. A
atenção ao conforto físico (cobertores quentes, acolchoamento e
mudanças de posição) ajuda o paciente a se sentir mais
confortável. Informar ao paciente quem mais estará presente na
SO, quanto tempo o procedimento deve levar e outros detalhes
ajuda o paciente a se preparar para a experiência e a adquirir
sensação de controle.
O enfermeiro circulante pode ajudar a diminuir a ansiedade
durante a indução usando técnicas como a imaginação guiada,
falando sobre o lugar favorito do paciente, ou pedindo que se
imagine andando pela praia, ou por uma floresta, com voz suave e
usando contato visual, se for culturalmente apropriado.
Ap apítulo oc
1 Descrev r enfermeir c pós-anestésicos
evenç omplicaç operat tas.
2 Compar c pós-operat pacient cirurgia
ambulat t ur .
3 Identi c operat .
4 Descrev consideraç gerontológic r c pós-
operatório.
5 Descrev ariáv atrizaç eridas.
6 Demonstr écnic urativ operatórios.
7 Identi c parâmetr avaliaç a par detecç precoc das
complicaç operatórias.
Glossário
cicatrizaç intenção: mét cicatrizaç bordas
apro cirurgicament con restaur sem
granulação
cicatrizaç intenção: mét cicatrizaç bordas
apro cirurgicament con restaurad pelo
proc anulação
cicatrizaç por ter intenção: método cicatrizaç a
aproximaç cirúrgic bor f tar con tegumentar
estaur anulaç
deiscência: aç erida
evisceração: otr trav úr-gica
recuperaç pós-anestésic (URPA): ár pacientes
oper monitor enquant recuper anest anteriormente
ecuperaç ésic ecuperação
URP I: ár par atendiment pacient imediatament a
cirur t ondiç ompanhament oso
URP II: área par atendiment de pacient cirúrgic foram
transf URP por condiç e mesmo
acompanhament oso
URP III: ce pacient atendid pós-operat imediat e,
epar
Box
Relat ormaç tr ermeir
entr ermeiros
Nome te
Alergias
Procediment úrgico
T aç )
Agent ésic t ev
Per
Reposiç
conjunt de pr durant procediment (p ex.,
ômitos)
Q omplicaç ontr ésic úrgicas)
C o t terial)
Consideraç par pós-operat imediat dor reversões,
ajust espirador)
Barreir
Localizaç te
t t ermeir tisfeito
c espirat ondiç te.
Figura 19.2 Cânula para manter as vias respiratórias desobstruídas após a anestesia. A
cânula está apoiada na base da língua e possibilita que o ar passe para a faringe na região
da epiglote. Os pacientes muitas vezes deixam a sala de operação (SO) com uma cânula
oral. Esta deve permanecer no local até que o paciente se recupere o bastante para
respirar normalmente. À medida que ele recupera a consciência, a cânula geralmente
provoca irritação e deve ser removida.
■ Hipotensão e choque
A hipotensão pode resultar de perda de sangue, hipoventilação,
mudanças de posição, acúmulo de sangue nas extremidades ou
efeitos colaterais de fármacos e anestésicos. A causa mais comum
é a perda de volume circulante resultante da perda de sangue e
plasma. Se o volume de sangue perdido for superior a 500 m ℓ
(especialmente se a perda for rápida), normalmente indica-se a
reposição.
E geral consider pr art sistólic inf mm deve
relata imediatamente N entanto pr art pré-operat basal
pacient usa par faz comparaç pós-operat informadas Uma
pr art previament estável mostr t mmHg
terv os elatada.
■ Hemorragia
A hemorragia é uma complicação grave da cirurgia, embora rara,
que pode resultar em choque hipovolêmico e morte. Pode
manifestar-se de modo insidioso ou emergencial, em qualquer
momento do pós-operatório imediato ou até vários dias depois da
cirurgia (Tabela 19.1). O paciente apresenta hipotensão; pulso
rápido e filiforme; desorientação; inquietação; oligúria; assim como
pele fria e pálida. A fase inicial do choque manifesta-se como
sensação de apreensão, diminuição do débito cardíaco e redução
da resistência vascular. A respiração torna-se difícil, e o paciente
manifesta “fome de ar”; sente frio (hipotermia) e pode ouvir
zumbidos. Valores laboratoriais podem evidenciar uma queda
acentuada nos níveis de hemoglobina e hematócrito. Se os sinais e
sintomas de choque não forem tratados, o paciente ficará
progressivamente mais fraco, mas pode permanecer consciente até
perto da morte (Rothrock, 2014).
Temporal
Primária A hemorragia ocorre por ocasião da cirurgia.
Intermediária A hemorragia ocorre durante as primeiras horas depois da cirurgia, quando o aumento da pressão
arterial ao nível normal desaloja coágulos não xados dos vasos.
Secundária A hemorragia ocorre algum tempo depois da cirurgia, se uma sutura deslizar porque um vaso sanguíneo
não foi rmemente xado, infectou-se ou foi erodido por um tubo de drenagem.
Tipo de vaso
Visibilidade
Oculta A hemorragia ocorre em uma cavidade do corpo e não pode ser visualizada.
de náuseas e vômitos.
Classes e ármaco Nome Implicações ara nfermagem
Antiemético Proclorperazina Indicado para o controle de náuseas e vômitos intensos. Disponível nas
fenotiazina apresentações oral, LP, retal, IM e IV.
Para cinetose Dimenidrinato Indicado para a prevenção de náuseas, vômitos ou vertigem do enjoo
decorrente do movimento. Disponível nas apresentações oral, IM e IV.
Antiemético Hidroxizina Controle de náuseas e vômitos e como adjuvante à analgesia nos períodos pré-
operatório e pós-operatório para possibilitar redução na dose de opioides.
Disponível nas apresentações oral e IM.
Antiemético para Escopolamina Usado para prevenir e controlar náuseas e vômitos associados ao enjoo
cinetose decorrente do movimento e recuperação da cirurgia. Disponível nas
apresentações oral, SC transdérmica e IM.
Boxe 9.2
Finalidade
vômit pós-operat (NVPO gr preocupaç para
pacient submeti cirur sob anest geral objetiv dest foi
compar e c plac inodor de
aromater .
Metodologia
estudo met prospectiv c grupos pacient que
tiver for r gr contr rec um
plac outr gr rec tratament c aromáticos Os
pacient gr avaliar classi car ant depois
ter esc descritiv “ náuseas é
“ pior senti” pacient autoadministrar os
inaladores.
Achados
A pontuaç avaliaç d acompanhament gr de
plac tratament diminuíra signi cativament (p houve
diferenç signi cativ entr dois gr (p 0,03) e c perc da
aromater ativament atament p
Boxe 9.3
Lista e eri cação o uidado omiciliar
A tações t apaz
• N o procediment f rea identi c mudanças
permanent estrutur funç anatômic c alteraç nas
AVDs elacionament
• Identi c intervenç estrat (p e equipament médic durável,
equipament adaptativ adaptaç alteraç permanent na
estrutur ão
• Descrev terapêutic pós-operat curso e
a ser r (p ex c exer respirat e
(p e levantar peso automóveis pratic esportes
ontato)
• Indic nome dose efeit colaterais fr hor us de
t amentos
• Orien c obt medicament mat médico realizar
troc urativos escritos
• Descrev t omplicações
• Det ompanhamento
• Rela onta gun omplicações
• ec aminhament er)
• Identi c nec promoç (p e reduç peso
corporal cessaç tabagismo contr estr prevenç doenç e
a
Recursos
V C 10 Box 10.8 informaç r com
equipament médic durável equipament adaptativo mobilidade,
c t esicais.
AVDs umen
Box
Intervenç operat to
2. Monitorar os sinais vitais e observar temperatura, 2. Uma avaliação inicial cuidadosa ajuda a identi car
umidade e coloração da pele. sinais e sintomas de choque precocemente.
4. Avaliar o nível de consciência, a orientação e a 4. Esses parâmetros ajudam a identi car sinais e
capacidade de mover os membros. sintomas de complicações neurológicas.
5. Avaliar o nível de dor, as características da dor 5. A avaliação fornece um parâmetro do nível de dor
(localização, qualidade) e o horário, o tipo e a via de atual e avalia a efetividade das estratégias de
administração da última dose de analgésico. manejo da dor.
9. Avaliar a perviedade dos cateteres intravenosos e se 9. A avaliação dos acessos intravenosos e das infusões
as infusões estão com velocidade e solução corretas. ajuda a detectar a presença de ebite e evita erros
na velocidade e no tipo de solução.
10. Avaliar a produção de urina no sistema de 10. A avaliação fornece um parâmetro que ajuda a
drenagem fechado ou realizar ultrassonogra a da identi car sinais de retenção urinária.
bexiga para detectar se há distensão.
11. Incentivar o início de exercícios de respiração 11. Essas atividades ajudam a prevenir complicações
profunda e de movimentação das pernas. relacionadas com mobilidade (p. ex., atelectasia,
TEV).
12. Fornecer informações ao paciente e aos familiares. 12. As orientações ao paciente ajudam a diminuir a
ansiedade do paciente e dos familiares.
TEV enoso.
A Associa PeriOperativ Register (A (2014).
Associa PeriOperativ Register (A standards recommended
practice enver uthor.
Os pacientes geralmente começam a retornar ao seu estado
normal de saúde algumas horas após a cirurgia ou depois de
acordar na manhã seguinte. Embora a dor ainda possa ser intensa,
muitos pacientes se sentem mais alertas, com menos náuseas e
menos ansiosos. Eles já começam seus exercícios respiratórios e
de membros inferiores conforme apropriado ao tipo de cirurgia, e
muitos balançam as pernas enquanto sentados na beira do leito,
levantam-se e deambulam poucos metros ou são ajudados a passar
do leito para a poltrona de conforto pelo menos uma vez. Muitos
toleram uma refeição leve e têm as soluções intravenosas
descontinuadas. O foco de atenção muda do manejo fisiológico
intenso e alívio sintomático dos efeitos adversos da anestesia para a
recuperação da independência no autocuidado e o preparo para a
alta.
PROCESSO DE ENFERMAGEM
Avaliação
A avaliação do paciente pós-operatório hospitalizado inclui o
monitoramento dos sinais vitais e a revisão dos sistemas no
momento da admissão do paciente à unidade clínica (ver Boxe
19.4) e, posteriormente, em intervalos regulares.
A condição respiratória é importante, porque as complicações
pulmonares estão entre os problemas mais frequentes e graves
enfrentados pelo paciente cirúrgico. O enfermeiro monitora a
permeabilidade das vias respiratórias e quaisquer sinais de edema
de laringe. As características da respiração – incluindo
profundidade, frequência e sons – são avaliadas regularmente.
Por meio da ausculta, verifica-se se os sons respiratórios são
vesiculares ou normais (adventícios ou anormais) bilateralmente, e
os achados são documentados como um parâmetro para
comparações posteriores. Muitas vezes, por causa dos efeitos dos
analgésicos e anestésicos, a frequência respiratória é baixa. A
respiração rápida e superficial pode ser causada por dor, curativos
constritivos, dilatação gástrica, distensão abdominal ou obesidade.
A respiração ruidosa pode ser decorrente da obstrução por
secreções ou pela língua. Outra complicação possível é o edema
pulmonar instantâneo, que ocorre quando proteínas e líquidos se
acumulam nos alvéolos não relacionados com a pressão de
oclusão da artéria pulmonar elevada. Os sinais e sintomas incluem
agitação; taquipneia; taquicardia; leituras de oximetria de pulso
reduzidas; escarro espumoso e rosado; e crepitações à
auscultação.
O enfermeiro avalia o nível de dor do paciente utilizando uma
escala analógica verbal ou visual e examina as características da
dor. Os indicadores da função cardiovascular são: aspecto do
paciente, frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão
arterial, coloração da pele (adequada ou cianótica) e temperatura
da pele (fria e úmida, quente e úmida ou quente e seca). Quando
o paciente é admitido na unidade clínica, o local cirúrgico é
avaliado à procura de hemorragia, tipo e integridade dos curativos
e drenos.
O profissional de enfermagem também avalia o estado mental
e o nível de consciência, a fala e a orientação do paciente, e os
compara com o parâmetro pré-operatório. Embora a alteração no
estado mental, ou a agitação psicomotora pós-operatória, possa
estar relacionada com ansiedade, dor ou medicamentos, também
pode ser um sintoma de déficit de oxigênio ou hemorragia. Essas
causas graves devem ser investigadas e excluídas antes de se
buscarem outras.
O desconforto geral que resulta da permanência em uma
posição única na mesa de cirurgia, da manipulação dos tecidos
pela equipe cirúrgica, da reação do organismo à anestesia e da
ansiedade também é causa comum de inquietação. Esses
desconfortos podem ser aliviados administrando-se a medicação
analgésica prescrita, mudando-se a posição do paciente com
frequência e avaliando-se e atenuando-se a causa da ansiedade.
Como os curativos constritivos e encharcados de drenagem
causam desconforto, reforçar ou trocar os curativos conforme
prescrito pelo médico deixa o paciente mais confortável. A bexiga
é avaliada à procura de distensão (geralmente com
ultrassonografia vesical), porque a retenção urinária também pode
causar agitação (AORN, 2014).
Diagnóstico
Diagnóstic ermagem
Com base nos dados da avaliação, os principais diagnósticos de
enfermagem podem incluir os seguintes:
• Risco de eliminação traqueobrônquica ineficaz, relacionado
com função respiratória deprimida, dor e repouso
• Dor aguda relacionada com incisão cirúrgica
• Débito cardíaco diminuído, relacionado com choque ou
hemorragia
• Risco de intolerância à atividade, relacionado com fraqueza
generalizada secundária à cirurgia
• Integridade d pele prejudicada, relacionada com incisão
cirúrgica e drenos
• Termorregulação ineficaz, relacionada com ambiente cirúrgico
e com agentes anestésicos
• Risco de nutrição desequilibrada, ingestão menor que as
necessidades corporais, relacionado com diminuição da
ingestão e com maior necessidade de nutrientes secundários à
cirurgia
• Risco de constipação intestinal, relacionado com efeitos de
medicamentos, da cirurgia, de mudanças na dieta e da
imobilidade
• Risco de retenção urinária, relacionado com os agentes
anestésicos
• Risco de lesão, relacionado com o procedimento
cirúrgico/posicionamento ou com agentes anestésicos
• Ansiedade, relacionada com o procedimento cirúrgico
• Conhecimento deficiente, relacionado com manejo de feridas,
restrições dietéticas, atividade recomendadas, medicamentos,
cuidados de acompanhamento ou sinais e sintomas de
complicações na preparação para a alta.
Planejamento etas
As principais metas para o paciente incluem: função respiratória
ideal, alívio da dor, função cardiovascular ideal, maior tolerância à
atividade, cicatrização normal de feridas, manutenção da
temperatura corporal e manutenção do equilíbrio nutricional
(Dudek, 2013). Outras metas incluem retomada do padrão de
eliminação intestinal e vesical habitual, identificação de qualquer
lesão perioperatória por posicionamento, aquisição de
conhecimento suficiente para gerenciar o autocuidado após a alta
e ausência de complicações.
Intervenções e nfermagem
Prevenç omplicaç espiratórias
Os efeitos de depressão respiratória dos opioides, a diminuição da
expansibilidade pulmonar secundária à dor e a redução da
mobilidade combinam-se para colocar o paciente em risco de
complicações respiratórias, sobretudo atelectasia (colapso
alveolar; expansão incompleta do pulmão), pneumonia e
hipoxemia (Rothrock, 2014). A atelectasia continua sendo um risco
para o paciente que não esteja se movimentando bem ou
deambulando ou que não esteja realizando exercícios de
respiração profunda e tosse cinética e nem usando um
espirômetro de incentivo. Os sinais e sintomas incluem diminuição
do murmúrio vesicular sobre a área afetada, crepitações e tosse. A
pneumonia é caracterizada por calafrios e febre, taquicardia e
taquipneia. A tosse pode ou não ocorrer e pode ou não ser
produtiva. Pode ocorrer congestão pulmonar hipostática, causada
pela debilidade do sistema cardiovascular, que possibilita a
estagnação de secreções nas bases pulmonares; essa condição
ocorre mais frequentemente em pacientes idosos que não são
mobilizados de modo eficaz (Tabloski, 2013). Os sinais e sintomas
muitas vezes são vagos, talvez com discreta elevação da
temperatura, frequência cardíaca e frequência respiratória, bem
como tosse. O exame físico revela macicez e crepitações na base
dos pulmões. Se a doença progredir, os resultados podem ser
fatais.
Os tipos de hipoxemia que podem afetar os pacientes no pós-
operatório são o subagudo e o episódico. A hipoxemia subaguda
envolve baixo nível constante de saturação de oxigênio quando a
respiração parece normal. A hipoxemia episódica desenvolve-se
repentinamente e o paciente corre risco de disfunção cerebral,
isquemia do miocárdio e parada cardíaca. O risco de hipoxemia é
maior em pacientes submetidos a cirurgias de grande porte
(principalmente abdominais), obesos ou com problemas
pulmonares preexistentes. A hipoxemia é detectada pela oximetria
de pulso, que mede a saturação de oxigênio no sangue (Liddle,
2013a). Os fatores que podem afetar a precisão das leituras da
oximetria de pulso incluem membros frios, tremores, fibrilação
atrial, unhas de acrílico e esmaltes na cor preta ou azul (essas
cores interferem no funcionamento do oxímetro de pulso; outras
cores, não).
As medidas de prevenção e o reconhecimento oportuno dos
sinais e sintomas ajudam a evitar complicações pulmonares. As
crepitações indicam secreções pulmonares estáticas que precisam
ser mobilizadas por meio da tosse e de exercícios de respiração
profunda. Quando um tampão de muco obstrui completamente um
dos brônquios, o tecido pulmonar além do tampão colaba,
resultando em atelectasia.
Para remover as secreções e prevenir a pneumonia, o
enfermeiro incentiva o paciente a mudar de decúbito com
frequência, respirar fundo, tossir e usar o espirômetro de incentivo
pelo menos a cada 2 horas. Esses exercícios pulmonares devem
começar assim que o paciente chegar à unidade clínica e
continuar até que o paciente receba alta. Mesmo que ele não
esteja totalmente acordado da anestesia, pode-se solicitar ao
paciente que realize várias respirações profundas. Isso ajuda a
expelir agentes anestésicos residuais, mobilizar secreções e evitar
a atelectasia. A imobilização cuidadosa dos locais de incisão
abdominal ou torácica ajuda o paciente a superar o medo de que o
esforço da tosse possa abrir a incisão (ver Capítulo 17, Boxe
17.6). Os agentes analgésicos são administrados para possibilitar
uma tosse mais eficaz, e o oxigênio, conforme prescrito, para
prevenir ou aliviar a hipoxia. Para incentivar a expansão pulmonar,
o paciente é incentivado a bocejar ou realizar inspirações máximas
sustentadas para criar uma pressão negativa intratorácica de 40
mmHg e expandir o volume pulmonar até a capacidade total.
Pode-se prescrever fisioterapia respiratória, se indicado (ver
Capítulo 21).
A tosse é contraindicada para pacientes com lesões na cabeça
ou que foram submetidos à cirurgia intracraniana (por causa do
risco de elevação da pressão intracraniana), bem como naqueles
submetidos a cirurgias oftalmológicas (por causa do risco de
aumentar a pressão intraocular) ou cirurgia plástica (risco de
aumentar a tensão sobre tecidos delicados).
A deambulação precoce aumenta o metabolismo e a aeração
pulmonar e, de modo geral, melhora todas as funções do corpo. O
paciente é incentivado a sair do leito assim que possível (ou seja,
no mesmo dia da cirurgia ou, no mais tardar, no 1o dia de pós-
operatório) (Harrington, 2013). Essa prática é especialmente
importante na prevenção de complicações pulmonares em
pacientes idosos (Oster & Oster, 2015).
Alívio da dor
A maioria dos pacientes sente um pouco de dor depois de um
procedimento cirúrgico. A ausência completa de dor na área da
incisão cirúrgica pode não ocorrer durante algumas semanas,
dependendo do local e da natureza da cirurgia, mas a intensidade
da dor pós-operatória diminui gradualmente nos dias
subsequentes. Cerca de um terço dos pacientes relata dor, o outro
terço relata dor moderada e o terço restante refere pouca ou
nenhuma dor (Grossman & Porth, 2014; Rodriguez, 2015). Isso
não significa que os pacientes do último grupo não tenham dor; ao
contrário, eles parecem ativar mecanismos psicodinâmicos que
prejudicam o seu registro (transmissão nociceptiva) (ver discussão
mais detalhada sobre dor no Capítulo 12).
Muitos fatores (motivacionais, afetivos, cognitivos, emocionais
e culturais) influenciam a experiência de dor (Rodriguez, 2015). A
intensidade da dor pós-operatória e a tolerância do paciente
dependem do local da incisão, da natureza do procedimento
cirúrgico, do grau de traumatismo cirúrgico, do tipo de anestesia e
da via de administração. O preparo pré-operatório recebido pelo
paciente (incluindo informações sobre o que esperar,
encorajamento, apoio psicológico e orientações sobre técnicas
específicas de comunicação relacionadas com a dor) é um fator
significativo na diminuição da ansiedade, da apreensão, da dor
pós-operatória e das NVPOs (Tinsley & Barone, 2013; Ward,
2014).
A dor intens estimula a resposta ao estresse, que afeta
negativamente os sistemas cardíaco e imunológico. Quando os
impulsos dolorosos são transmitidos, tanto a tensão muscular
quanto a vasoconstrição local aumentam, estimulando ainda mais
os receptores de dor. Isso aumenta a demanda e o consumo de
oxigênio do miocárdio. A resposta de estresse do hipotálamo
também resulta em aumento da viscosidade do sangue e na
agregação plaquetária, aumentando o risco de trombose e EP.
Em alguns locais, os médicos podem prescrever fármacos ou
dosagens diferentes para níveis diferentes de dor. O enfermeiro
discute essas opções com o paciente para determinar a melhor
medicação. O enfermeiro avalia a efetividade da medicação
periodicamente, iniciando 30 min depois da administração ou
assim que possível se a medicação estiver sendo administrada por
analgesia controlada pelo paciente (ACP) (Ward, 2014).
Analgésicos opioides. Os agentes analgésicos opioides são
comumente prescritos para dor e agitação psicomotora no período
pós-operatório imediato. Uma abordagem preventiva, em vez de
uma abordagem “conforme a necessidade” (SOS), é mais eficaz
no alívio da dor. Com a abordagem preventiva, a medicação é
administrada em intervalos prescritos, e não quando a dor se torna
grave ou insuportável. Muitos pacientes (e alguns profissionais de
saúde) preocupam-se excessivamente com o risco de
dependência de fármacos no período pós-operatório. No entanto,
esse risco é insignificante com o uso de opioides para controle da
dor a curto prazo (McGuire & Bolyanatz, 2014).
Analgesia controlada pelo paciente. O objetivo é a prevenção
da dor, em vez do controle da dor esporádica. Os pacientes
recuperam-se mais rapidamente quando são utilizadas medidas
adequadas de alívio da dor, e a analgesia controlada pelo paciente
(ACP) possibilita aos pacientes administrar sua própria medicação
para a dor, quando necessário. A maior parte dos pacientes é
candidata à ACP. Os dois requisitos são o entendimento das
necessidades de autodosagem e a capacidade física para isso. A
dose de medicamento fornecido por via IV ou epidural e o intervalo
de tempo durante o qual o medicamento opioide é liberado são
controlados pelo dispositivo de ACP. A ACP promove a
participação do paciente no cuidado de saúde, elimina a
administração tardia de analgésicos, mantém um nível terapêutico
de fármacos e possibilita que o paciente se movimente, mude o
decúbito, tussa e respire profundamente com menos dor,
reduzindo, assim, as complicações pulmonares pós-operatórias
(Rothrock, 2014).
Infusões peridurais e anestesia intrapleural. Os pacientes
submetidos a muitos tipos de procedimentos e cirurgias
beneficiam-se do uso da infusão peridural de opioides (Hayes &
Gordon, 2015; Rodriguez, 2015). As infusões peridurais são
usadas com precaução em procedimentos torácicos porque o
analgésico pode ascender pela medula espinal e afetar a
respiração. A anestesia intrapleural envolve a administração de
anestesia local por um cateter entre a pleura parietal e a visceral.
Fornece anestesia sensitiva, sem afetar a função motora dos
músculos intercostais. Essa anestesia possibilita tosse mais eficaz
e respiração profunda em condições como colecistectomia,
cirurgia renal e fraturas de costelas, nas quais a dor na região
torácica pode interferir nesses exercícios.
Utiliza-se um opioide local, ou uma combinação de anestésicos
(opioide mais um agente anestésico local), na infusão peridural.
Outras medidas de alívio da dor. Para a dor de difícil controle,
pode ser empregado um sistema de manejo subcutâneo da dor.
Nesse sistema, um cateter de náilon é inserido no local da área
afetada. O cateter está conectado a uma bomba que infunde uma
dose constante de anestésico local segundo a prescrição do
médico (Figura 19.4).
Medidas não farmacológicas, tais como imaginação guiada,
musicoterapia e implementação do toque terapêutico, serviram
como coadjuvantes clínicos bem-sucedidos na diminuição da dor e
da ansiedade (Anderson, Suchicital, Lang, et al., 2015). Mudar o
paciente de posição, usar a distração, aplicar compressas frias no
rosto e fornecer massagem podem ser ações úteis para aliviar o
desconforto geral temporariamente, promover o relaxamento e
tornar a medicação mais eficaz quando esta for administrada.
Box
Mec atrizaç eridas
Idade do paciente Quanto mais velho o paciente, menos Manusear os tecidos com cuidado.
resistentes são seus tecidos.
Manuseio dos tecidos O manuseio descuidado causa lesão e Manusear os tecidos de modo calmo e
cicatrização demorada. cuidadoso.
Hemorragia Acúmulo de sangue cria espaços mortos, bem Monitorar os sinais vitais. Observar o local da
como células mortas, que devem ser incisão quanto a sinais de hemorragia e
retiradas. A área torna-se um meio de infecção.
crescimento para os microrganismos.
Hipovolemia Um volume de sangue insu ciente causa Monitorar quanto ao dé cit de volume
vasoconstrição e redução do oxigênio e (prejuízo circulatório). Corrigir com a
nutrientes disponíveis para a cicatrização. reposição volêmica, conforme prescrito.
Fatores locais
Edema Reduz o suprimento de sangue, exercendo Elevar a parte; aplicar compressas frias.
maior pressão intersticial sobre os vasos.
Técnica de curativo
inadequada:
Dé cits nutricionais Pode ocorrer depleção proteicocalórica. Corrigir dé cits; isso pode exigir terapia
nutricional parenteral.
A secreção de insulina pode ser inibida, Monitorar a glicemia.
fazendo com que a glicose no sangue
Administrar suplementos vitamínicos,
aumente.
conforme prescrito.
Corpos estranhos Corpos estranhos atrasam a cicatrização. Manter as feridas livres de os de curativo e
pó de talco de luvas.
Dé cit de oxigênio A insu ciência de oxigênio pode ser Incentivar a respiração profunda, a mudança
(oxigenação decorrente de funções pulmonar e de decúbito e a tosse controlada.
tecidual cardiovascular inadequadas, bem como de
insu ciente) vasoconstrição localizada.
Medicamentos
Corticosteroides Podem mascarar infecção ao alterar a Estar ciente da ação e do efeito dos
resposta in amatória normal. medicamentos que o paciente está
recebendo.
Hiperatividade do Compromete a aproximação das bordas da Implementar medidas para manter as bordas
paciente ferida. O repouso favorece a cicatrização. da ferida aproximadas: curativos,
bandagens, talas.
Incentivar o repouso.
Distúrbios sistêmicos
Choque hemorrágico Deprimem as funções celulares que afetam Estar familiarizado com a natureza especí ca
diretamente a cicatrização de feridas. da doença. Administrar o tratamento
Acidose
prescrito. Podem ser indicadas culturas
Hipoxia para determinar o antibiótico apropriado.
Lesão renal
Doença hepática
Sepse
Estado de O paciente é mais vulnerável à invasão por Fornecer proteção máxima para prevenir
imunossupressão bactérias e vírus; os mecanismos de defesa infecções. Restringir visitantes com
estão prejudicados. resfriado; promover a adesão à higiene
das mãos obrigatória para todos os
funcionários.
Estressores da ferida
Boxe 9.6
Orientações o aciente
Manejo da micção
A retenção urinária depois da cirurgia tem várias causas.
Anestésicos, agentes anticolinérgicos e opioides interferem na
percepção de plenitude da bexiga, assim como na vontade de
urinar, pois inibem a capacidade de iniciar a micção e esvaziar
completamente a bexiga. A cirurgia de abdome, de pelve e de
quadril aumenta a probabilidade de retenção secundária à dor.
Além disso, alguns pacientes têm dificuldade em usar a comadre
ou urinol na posição reclinada.
A distensão da bexiga e a vontade de urinar devem ser
avaliadas no momento da admissão do paciente à unidade e, com
frequência, posteriormente. Espera-se que o paciente urine em 8
horas após a cirurgia (incluindo o tempo gasto na URPA). Se o
paciente precisar urinar e não conseguir fazê-lo, ou se a bexiga
estiver distendida e o paciente não sentir vontade ou não for capaz
de urinar, o cateterismo não é adiado apenas em função do
período de 8 horas. Deve-se tentar todos os métodos para
estimular o paciente a urinar (p. ex., ruído de água correndo,
aplicação de calor ao períneo). A comadre deve estar aquecida;
uma comadre fria provoca desconforto e a contração automática
dos músculos (incluindo os do esfíncter uretral). Se o paciente não
conseguir urinar em uma comadre, pode ser possível usar uma
cadeira sanitária ou vaso sanitário (se houver um na URPA). Os
pacientes do sexo masculino frequentemente são autorizados a
sentar-se ou ficar em pé ao lado do leito para usar o urinol; no
entanto, deve-se tomar precauções para impedir que o paciente
caia ou desmaie por perda da coordenação pelos medicamentos
ou por hipotensão ortostática. Se o paciente não tiver urinado em
um intervalo de tempo especificado, uma ultrassonografia das vias
urinárias será realizada para verificar a retenção urinária (ver
Capítulo 53, Figura 53.8). O paciente é submetido ao cateterismo
de alívio e o cateter é removido após o esvaziamento da bexiga. O
cateterismo de alívio, intermitente, é preferível ao cateterismo de
demora, pois, neste último, o risco de infecção aumenta.
Mesmo que o paciente urine, a bexiga pode não ficar vazia. O
enfermeiro observa a quantidade de urina eliminada e palpa a
região suprapúbica em busca de distensão ou sensibilidade. A
urina residual pós-miccional pode ser avaliada usando cateterismo
de alívio ou ultrassonografia vesical e para confirmar o diagnóstico
de retenção urinária. O cateterismo intermitente pode ser prescrito
a cada 4 a 6 horas até que o paciente possa urinar
espontaneamente e o resíduo pós-miccional seja inferior a 50 mℓ
em adultos jovens e inferior a 50 a 100 mℓ em idosos (Weber &
Kelley 2013).
Ausência de in amação
Apendicectomia
Drenagem mecânica
Box
C delirium operatório
• A oólica
• Alt
• Ambient aç
• Cirur gência
• D
• D olítico
• Desidratação
• Diminuiç ardíaco
• D o
• D
• Fármac (anticolinérgicos benzodiazepínicos depressor sistema
nerv entral)
• Hipercapnia
• Hipot termia
• Hipoxia
• Hipo erebral
• I
• Impactaç ecal
• Infart árdio
• Infecç espiratória)
• ardíaca
• Ocorr as
• Per
• Polifarmácia
• Relat t t
• Retenç
Reavaliação
Os resultados esperados incluem:
1. O paciente mantém função respiratória ótima.
a. Realiza exercícios de respiração profunda.
b. Exibe murmúrio vesicular sem ruídos adventícios.
c. Utiliza o espirômetro de incentivo conforme pres-crito.
d. Imobiliza o local da incisão ao tossir para reduzir a dor.
2. O paciente indica que a dor diminuiu de intensidade.
3. O paciente aumenta a atividade conforme prescrito.
a. Alterna períodos de descanso e atividade.
b. Aumenta progressivamente a deambulação.
c. Retoma as atividades normais no tempo prescrito.
d. Realiza atividades relacionadas com o autocuidado.
4. A ferida do paciente cicatriza sem complicação.
5. O paciente mantém a temperatura corporal nos limites normais.
6. O paciente retoma a ingestão.
a. Nega náuseas e vômitos.
b. Ingere pelo menos 75% da dieta habitual.
c. Permanece sem desconforto abdominal e dores causados
por gases.
d. Apresenta ruídos intestinais normais.
7. O paciente relata a retomada do padrão usual de eva-cuação.
8. O paciente retoma o padrão usual de micção.
9. O paciente se mantém sem lesões.
10. O paciente apresenta diminuição da ansiedade.
11. O paciente adquire os conhecimentos e habilidades
necessários para gerenciar o esquema após a alta.
12. O paciente não apresenta complicações.
1 Uma mulher de 38 anos de idade é admitida na URPA após cirurgia abdominal aberta para excisão de tumor benigno e
lise de aderências. A paciente é fumante há muitos anos e começa a tossir assim que é transferida da maca cirúrgica para o
leito na URPA. Identi que as avaliações iniciais que precisam ser realizadas nesta paciente. Elabore um plano de cuidados
de enfermagem que aborde o cuidado da internação na unidade até a alta para casa. Como o plano de cuidado será
modi cado se a paciente precisar de cuidados com a ferida depois da alta? Quais seriam os sinais e sintomas avaliados
nesta paciente e por quê? O que você faria de diferente se a cirurgia tivesse sido feita usando métodos minimamente
invasivos?