Enfermagem em Cardiologia Clínica
Enfermagem em Cardiologia Clínica
Enfermagem em Cardiologia Clínica
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3
2 ANATOMIA CARDÍACA............................................................................. 4
2
1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
3
2 ANATOMIA CARDÍACA
Fonte: sanarmed.com
4
coração recebe sangue bem oxigenado (arterial) dos pulmões através das veias
pulmonares e o bombeia para a aorta, de onde é distribuído para o corpo (MOORE et
al., 2014).
5
2.2 Parede cardíaca
Fonte: auladeanatomia.com
6
redor das valvas. Sem esse suporte, os vasos e as valvas podem acabar
enfraquecendo-se e estirando-se, devido ao contínuo trabalho estressante do sangue
pulsando através deles (BECKER et al., 2018).
A terceira camada cardíaca a ser estudada é chamada de endocárdio (“dentro
do coração”). Tem apresentação alva, brilhante, de epitélio pavimentoso e é
distribuída sobre uma discreta camada de tecido conectivo. O endocárdio fica na
superfície interna do miocárdio, reveste as câmaras cardíacas e cobre o esqueleto
fibroso das valvas. Ele é contínuo com os revestimentos endoteliais dos vasos
sanguíneos que fluem e partem do coração (BECKER et al., 2018).
7
2.4 Átrios cardíacos
Fonte: escola.britannica.com.br
8
sangue para os ventrículos. Em geral, eles contribuem pouco para a atividade de
bomba motora do coração.
Para entrar no átrio direito, o sangue é trazido do corpo por três veias:
• veia cava superior: traz o sangue das regiões do corpo acima do diafragma;
• veia cava inferior: traz o sangue das regiões do corpo abaixo do diafragma;
• seio coronário: coleta o sangue que retorna do miocárdio.
9
2.6 Valvas cardíacas
Dentro do coração, o sangue trafega em uma direção, sempre dos átrios para
os ventrículos, deixando o coração através das grandes artérias. Essa trajetória de via
única é assegurada por quatro valvas que abrem e fecham em resposta ao diferencial
de pressão sanguínea existente nos seus dois lados (SILVA, 2021).
As valvas atrioventriculares são aquelas que fazem a comunicação dos átrios
com os ventrículos. A valva tricúspide comunica o átrio e o ventrículo direito, enquanto
a valva bicúspide (ou mitral) comunica o átrio e o ventrículo esquerdo. Já as valvas
semilunares se localizam na artéria aorta e no tronco da artéria pulmonar (AMARAL;
COSTA, 2018).
10
Valvas atrioventriculares
Valvas semilunares
11
As valvas do tronco pulmonar e da aorta se abrem quando a pressão no
ventrículo é superior à pressão nas artérias, possibilitando a ejeção do sangue dos
ventrículos para o tronco pulmonar e aorta. Conforme os ventrículos relaxam, o
sangue começa a refluir para o coração. Este fluxo sanguíneo retrógrado enche as
válvulas da valva, o que faz com que as margens livres das valvas do tronco pulmonar
e da aorta se contraiam firmemente uma contra a outra e fechem a abertura entre o
ventrículo e a artéria (TORTORA, 2016). Na Figura 1 podemos visualizar as valvas
atrioventriculares e valvas do tronco pulmonar:
3 SISTEMA CARDIOVASCULAR
12
facilita a compreensão da atividade normal e patológica desse sistema (COUTINHO,
2019).
13
quatro. Essas quatro veias, duas de cada pulmão, esvaziam-se no átrio esquerdo,
finalizando assim a circulação pulmonar.
A circulação sistêmica tem o objetivo de receber o sangue oxigenado dos
pulmões e levá-lo ao organismo para todos os órgãos e retornar ao coração
novamente. O sangue do átrio esquerdo passa pela valva bicúspide, desemboca no
ventrículo esquerdo, é ejetado na sístole e passa pela valva aórtica, iniciando assim a
circulação sistêmica. O sangue, então, sai pela aorta e vai para artérias sistêmicas
menores que o transportam a todos os órgãos do corpo (com exceção dos alvéolos
dos pulmões que são irrigados pela circulação pulmonar).
A circulação sistêmica contém aproximadamente 84% do volume sanguíneo
total. Nos tecidos sistêmicos, as artérias dão origem a arteríolas de menor diâmetro,
que, por fim, levam a extensos leitos de capilares sistêmicos. A troca de nutrientes e
gases ocorre por meio das finas paredes capilares, o sangue libera oxigênio e capta
o dióxido de carbono. Depois, o sangue flui por meio de um único capilar e, então,
entra em uma vênula sistêmica. As vênulas transportam o sangue desoxigenado dos
tecidos e se fundem para formar veias sistêmicas maiores, até o sangue chegar ao
átrio direito (COUTINHO, 2019). (Figura 2).
Fonte: mundoeducacao.uol.com.br
14
3.2 Principais veias e artérias da base do coração
16
no nível da vértebra L IV (COUTINHO, 2019). Na Figura 3, temos a estrutura
anatômica do coração e seus principais vasos (veias e artérias).
O fígado é o único órgão do sistema digestório drenado pela veia cava inferior.
A circulação portal hepática é aquela que faz o transporte do sangue (estômago,
intestino, pâncreas e baço) rico em nutrientes (glicose e aminoácidos) e outras
substâncias, como resíduos e toxinas, dos órgãos abdominais até o fígado e deste até
a veia cava inferior. A veia portal hepática é a maior veia do sistema venoso e recebe
sangue proveniente de diversas veias abdominais (COUTINHO, 2019).
A circulação portal hepática inicia nos capilares dos órgãos abdominais e
termina quando a veia porta do fígado se esvazia nos sinusoides hepáticos.
Posteriormente, o sangue passa pelos sinusoides hepáticos e é coletado pelas veias
centrais que drenam para as veias hepáticas e para a veia cava inferior. As veias
tributárias da veia porta do fígado incluem:
Veia mesentérica superior: drena o sangue de veias que drenam o estômago
(veia gastromental direita), o intestino delgado (veias jejunais e ileais e veia
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pancreaticoduodenal) e dois terços do intestino grosso (veia ileocólica, veia cólica
direita e veia cólica média).
Veia esplênica: formada pela união da veia mesentérica inferior e das veias
que se originam do baço, da curvatura maior do estômago (veia gastromental
esquerda) e do pâncreas (veias pancreáticas).
Veia mesentérica inferior: coleta sangue de capilares ao longo da parte
inferior do intestino grosso. Suas tributárias incluem as veias cólica esquerda e retal
superior, que drenam o colo descendente, o colo sigmoide e o reto.
O sangue das veias císticas, que drenam a vesícula biliar, também entra nas
veias hepáticas que se juntam à veia cava inferior. As substâncias carreadas no
sangue da veia portal hepática, quando entram no fígado, podem necessitar de
armazenamento, conversão metabólica ou excreção hepática (COUTINHO, 2019).
A composição do sangue que flui no sistema porta do fígado é diferente em
relação à composição do sangue que flui em outras veias sistêmicas. Por exemplo, os
níveis de glicose e aminoácidos no sangue da veia porta do fígado frequentemente
excedem aqueles encontrados em qualquer outra região do sistema circulatório. Além
disso, ao mesmo tempo em que esse sangue pobre em oxigênio e rico em nutrientes
chega ao fígado, oriundos de órgãos digestórios distintos, o fígado também recebe
sangue rico em oxigênio e pobre em nutrientes da circulação sistêmica, a partir da
artéria hepática própria (COUTINHO, 2019). O Quadro 1 demonstra as veias do
sistema porta hepático e as regiões que são drenadas:
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4 PRINCIPAIS DOENÇAS CARDIOVASCULARES
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Nível socioeconômico e suporte social
Histórico familicar de DCv
Fatore genéticos
Fonte: Adaptado de Freire et al. (2017) e Lemos e Hayasida (2018).
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Cardiomegalia, taquicardia, pulso
alternante, arritmias, baixa reserva
Confusão, dificuldade de concentração,
cefaleia, insônia e ansiedade
Fonte: Própria autoria
Assistência de Enfermagem
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• Administrar O2 para reduzir dispneia e fadiga;
• Posicionar em Fowler para facilitar a respiração e aliviar a congestão
pulmonar;
• Registrar intolerância ao decúbito (ortopnéia) e elevá-lo além de 30º se
necessário;
• Monitorizar frequência respiratória, profundidade e facilidades respiratória;
• Manter um registro do que foi ingerido e eliminado
• Pesar diariamente o cliente;
• Auscultar os ruídos pulmonares pelo menos uma vez ao dia;
• Determinar o grau de distensão venosa jugular;
• Identificar e avaliar a gravidade do edema gravitacional;
• Não elevar membros inferiores, na presença de ortopneia;
• Monitorizar a frequência de pulso e a pressão arterial;
• Examinar o turgor cutâneo e as mucosas para sinais de desidratação;
• Avaliar os sinais de sobrecarga hídrica e avaliar as alterações;
• Observar sinais e sintomas da diminuição da perfusão periférica: pele fria,
palidez facial, enchimento capilar retardado;
• Administrar terapêutica prescrita e avaliar a resposta quanto ao alívio de
sintomas;
Sintomas
Assistência de Enfermagem
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• Verificar sinais vitais de 2 em 2 horas (observando alterações nos mesmos,
arritmias ou choque cardiogênico);
• Controle hídrico rigoroso (evitar sobrecarga cardíaca);
• Prestar cuidados de higiene no leito;
• Administrar medicamentos prescritos;
• Manter o ambiente tranquilo;
• Orientar os familiares a evitarem conversas excessivas e assuntos que
possam desencadear emoções fortes;
• Oferecer dieta leve, hipossódica e hipolipédica;
• Orientar o paciente para a alta:
• Repouso relativo nas primeiras 8 a 12 semanas, retomando gradativamente à
vida normal;
• Manter tranquilidade emocional, equilíbrio entre o sono, repouso e atividades
físicas, evitando excessos.
• Procurar o hospital se ocorrerem sintomas de recidiva.
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Taquicardia Aumento da permeabilidade dos canais
paroxística atrial lentos e excesso de estímulo simpático
Taquicardia Danos do nó atrioventricular ou músculo
ventricular ventricular
Rítmos anormais Flutter atrial Potenciais de ação ectópicos nos átrios
a partir de Fibrilação atrial
potenciais de Fibrilação
ação ectópicos ventricular
Estimulação vagal excessiva, débito
Bradicardia cardíaco dos atletas, síndrome do seio
carotídeo
Isquemia ou inflamação, insuficiência
Arritmia sinusal cardíaca (causa nem sempre
conhecida)
Isquemia, infarto e causas
Bloqueio do nó sinoatrial
desconhecidas
1º grau Inflamação do feixe atrioventricular
Bloqueio do nó 2º grau Estimulação vagal excessiva
atrioventricular Isquemia do nó atrioventricular ou
3º grau
compressão do feixe atrioventricular
Tabagismo, privação de sono, excesso
Contração atrial prematura
de cafeína e abuso de álcool
Provação do sono, irritabilidade,
Contração ventricular prematura excesso de cafeína, focos ectópicos
ventriculares
Fonte: Adaptado de Rahmeier (2020)
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Figura 4 – Bradicardia e ritmo normal
Fonte: fisioterapiaparatodos.com
Fonte: pt.slideshare.net
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irregular. No eletrocardiograma (ECG), as ondas aparecem com amplitudes
irregulares, incoordenadas (PIRES, 2019).
A fibrilação reduz o enchimento do ventrículo esquerdo, mas não leva a parada
cardíaca. O ritmo cardíaco nesta situação é geralmente irregular e rápido e pode gerar
desconforto ou sintomas de dispneia. Se houver colapso hemodinâmico (instabilidade
pressórica, choque) a cardioversão elétrica é mandatória (PIRES, 2019).
Flutter atrial: No flutter atrial, ao contrário da fibrilação atrial, a atividade
elétrica atrial é coordenada. Assim, os átrios se contraem, mas em uma frequência
muito rápida (250 a 350 vezes por minuto). Essa frequência é demasiado rápida para
permitir que cada impulso seja conduzido através do nódulo atrioventricular para os
ventrículos. Na maioria das pessoas sem tratamento, todo segundo impulso atrial
atinge os ventrículos, resultando em uma frequência ventricular de cerca de 150
batimentos por minuto (MITCHELL, 2021).
Taquicardia Supraventricular: Os estímulos que dão origem à taquicardia
supraventricular surgem de foco ectópico atrial ou juncional, numa frequência de 140
a 220bpm. No ECG, geralmente, observam-se complexos QRS semelhantes aos do
ritmo sinusal e a onda P (PIRES, 2019). (Figura 6).
Fonte: pt.wikipedia.org
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parada cardiorrespiratória. No ECG, observamos um traçado incoordenado, onde não
identificamos ondas P ou complexos QRS. Seu tratamento é a desfibrilação (PIRES,
2019). (Figura 7).
Figura 7 – Fibrilação ventricular, atrial e parada cardíaca
Fonte:medicinamitoseverdades.com.br
Fonte: minutoenfermagem.com.br
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Assistência de Enfermagem
Abaixo segue um Quadro 6 com todo o procedimento que deve ser realizado
ao receber um paciente com arritmias cardíacas.
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Fisiopatologia: O infarto do miocárdio é definido como necrose miocárdica,
um quadro clínico compatível com isquemia miocárdica, baseado em manifestações
clínicas, alterações no ECG e na elevação dos marcadores bioquímicos de necrose
(ocorre em 6 h após o início da dor). O eletrocardiograma evidenciará o supra desnível
do segmento ST ou o bloqueio agudo do ramo esquerdo, critérios suficientes para
desencadear a tentativa imediata de reperfusão em um paciente com história suspeita
(PAULA, 2019). (Figura 9).
Fonte: ojornalzinho.com.br
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Tipo 5: IM associado com revascularização do miocárdio.
Fonte: Adaptado de Paula (2019)
• Tabagismo
• Hipertensão arterial
• Colesterol alto
• Sobrepeso e obesidade
• Sedentarismo
• Diabetes Mellitus
• Idade: o risco aumenta para homens acima de 45 anos ou para mulheres
acima de 55 anos
• História familiar de DAC
Manifestações clínicas:
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• Náuseas, mal-estar, dispneia, taquicardia ou até confusão mental;
Tratamento
• Anamnese breve;
• Exame físico direcionado com aferição dos dados vitais, palpação de
pulsos e identificação de sinais clínicos de gravidade;
• Monitorização cardíaca contínua e Oximetria de pulso;
• ECG
• Acesso venoso periférico;
• Exames laboratoriais: marcadores bioquímicos de lesão miocárdica,
eletrólitos, coagulação, função renal e perfil lipídico;
• Radiografia de tórax.
• Oxigênio
• Morfina
• Antiplaquetários: AAS; Clopidogrel
• Nitratos: Isordil 5mg; SL Tridil EV
• Anticoagulante (Heparina)
• Betabloqueadores (PIRES, 2019).
Terapia de reperfusão
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Cirurgia de Revascularização do Miocárdio:
Assistência de Enfermagem
• Angina
Angina de peito (angina pectoris) é uma descrição usada para descrever a dor
no peito (isquemia) que acomete o músculo cardíaco. A angina está quase sempre
relacionada a doenças que causam obstrução nas artérias responsáveis por levar
sangue ao coração, as coronárias. A principal causa de angina é chamada
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aterosclerose, ou seja, a deposição de placas de gordura dentro dos vasos
(coronárias) que são responsáveis por levar sangue ao músculo do coração
(HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, 2020).
Em situações nas quais o entupimento se estende por mais de 70% do diâmetro
do vaso sanguíneo, o coração não tem oxigênio suficiente para suprir o aumento da
demanda, como durante o esforço físico ou estresse mental, levando à chamada
isquemia o que ocasiona à angina de peito. A aterosclerose, por outro lado é
multifatorial, e está associada principalmente a outras doenças ou fatores de risco,
como idade avançada, hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia, tabagismo,
histórico familiar e sedentarismo (HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, 2020).
Como já dito, a obstrução da artéria coronária desencadeia angina, que ocorre
durante esforço, sendo aliviada com o repouso. Entretanto, uma diminuição no
suprimento de oxigênio, como na anemia grave ou na hipóxia, pode agravar a angina
(PAULA, 2019). A angina pode ser estável e instável (Figura 10). Na angina estável,
a relação entre carga de trabalho ou demanda e isquemia é relativamente previsível.
Este é o tipo mais comum de angina, que ocorre após esforço físico, estresse
emocional, uma refeição pesada ou depois de fumar e desaparece em repouso. A
angina instável é a angina com piora clínica (por exemplo, angina em repouso ou
aumento na frequência e/ou intensidade dos episódios).
Fonte: pinterest.com
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A dor ocorre em repouso e aparece subitamente, o que pode contribuir para um
infarto agudo do miocárdio (PAULA, 2019). Na Figura 11 estão listadas algumas
diferenças entre a angina estável e a angina instável.
Fonte: slideplayer.com.br
Assistência de Enfermagem
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• Ajudar o paciente a identificar seus próprios fatores de risco.
• Ajudar o paciente a estabelecer um plano para modificações dos fatores
de risco.
• Providenciar orientação nutricional ao paciente/família.
• Esclarecer o paciente/família acerca dos medicamentos que deverão ser
tomados após a alta hospitalar.
• Esclarecer o paciente acerca do plano terapêutico.
• Explicar a relação entre a dieta, atividades físicas e a doença.
São utilizadas para liberar uma corrente elétrica que estimula uma massa crítica
de células miocárdicas. Isso permite que o nódulo sinusal recapture sua função como
marcapasso do coração (PIRES, 2019).
A cardioversão elétrica consegue reestabelecer o ritmo sinusal mais
efetivamente nas taquicardias relacionadas à reentrada. O choque elétrico despolariza
as fibras cardíacas excitáveis do miocárdio e possibilita o aumento de sua
refratariedade, interrompendo os circuitos de reentrada e promovendo
homogeneidade tissular. Entretanto, tal procedimento torna-se ineficaz quando a
taquicardia provém de desordens na formação do impulso. Em tais casos, mesmo
havendo sucesso após a descarga elétrica, a taquiarritmia pode se reestabelecer em
poucos segundos.
O Quadro 8 nos traz uma definição acerca da cardioversão e da desfibrilação.
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Quadro 8 – Definição de Cardioversão e desfibrilação
CARDIOVERSÃO DESFIBRILAÇÃO
A cardioversão é um procedimento na A desfibrilação consiste na aplicação de
maioria das vezes eletivo, em que se uma corrente elétrica contínua NÃO
aplica o choque elétrico de maneira SINCRONIZADA, no músculo cardíaco.
SINCRONIZADA para encerrar uma Esse choque despolariza em conjunto
taquiarritmia. O paciente deve estar todas as fibras musculares do miocárdio,
monitorado no cardioversor e este deve tornando possível a reversão de arritmias
estar com o botão de sincronismo ativado, graves como a TV e a FV, permitindo ao
pois a descarga elétrica é liberada na nó sinusal retomar a geração e o controle
onda R. do ritmo cardíaco.
É indicada nas situações como a
fibrilação atrial (FA) e flutter atrial.
Fonte: Adaptado de Pires, 2019.
Registro eletrocardiográfico
Derivações do ECG
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terra (Figura 12). Essas derivações formam o triângulo de Einthoven, com o coração
situado no centro do triângulo.
38
Figura 13 – Localização das derivações precordiais
Fonte: NataliAlba/Shutterstock.com.
39
Para realizar o exame, devem ser seguidos alguns cuidados, conforme
apontam Mozachi e Mozachi (2005):
Fonte: turmadeenfermagemlapa.blogspot.com
40
O exame físico do sistema cardiovascular inclui os aspectos do exame físico
geral pertinentes ao aparelho cardiovascular (alterações da coloração da pele e
mucosas, edema, perfusão periférica), exame dos pulsos arteriais e venoso jugular,
tomada da pressão arterial, inspeção, palpação e ausculta do precórdio (OLIVEIRA;
SILVA, 2019).
41
Para avaliar especificamente o sistema vascular, pode-se investigar
informações subjetivas para doenças arteriais ou venosas. Em relação as arteriais, é
necessário pesquisar (LANA, 2019):
42
No quadro abaixo, encontram-se os principais sintomas que um paciente pode
apresentar ao estar acometido por uma doença cardíaca, e, em seguida, os
procedimentos iniciais práticos do exame, os quais são: inspeção, palpação e
ausculta.
Dessa forma, o Quadro 9 nos mostra alguns prováveis sintomas que um
paciente com doença cardíaca irá apresentar.
43
• Inspeção:
• Palpação
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Quadro 10 – Palpação dos pulsos arteriais
PULSOS ARTERIAIS
Carótida/ aorta fúrcula esternal/ abdominal /femoral/ radial/ braquial/ tibial/
pediosos
Checar simetria, amplitude, frequência cardíaca, ritmo
Aneurismas? Ex; aneurisma de Ao = massa abdominal que pulsa para
todos os lados
Comprimir pulso radial até alcançar palidez da palma, depois
Manobra de Allen soltar e ver o retorno da coloração (obstrução de artérias?)
• Magno Célere (martelo d’água)
Pulsos • IA Parvus Tardus- EA
patológicos • Paradoxal (PS cai >10mmHg na
inspiração=tamponamento cardíaco)
• Hipotensão/ choque (fino ou ausente)
Ex: insuficiência aórtica: pulso amplo ou magnus; estenose
aórtica: pulso pequeno ou parvus.
Fonte: Adaptado de Novais (2019)
45
Figura 15 – Manobra de Allen
Fonte: Só Enfermagem
Passamos agora a palpação do Ictus Cordis, o qual pode ser visível entre o
quarto ou quinto espaço intercostal, bem como pode haver dificuldade de visualização
em mulheres em razão da mama, em pacientes obesos ou nas pessoas com paredes
torácicas espessas, sendo observado facilmente em indivíduos magros com
cardiomegalia. Pulsações epigástricas e supraesternais são frequentemente
visualizadas em sujeitos normais, mas, quando forem muito acentuadas, sugerem
hipertrofia ventricular direita (se epigástrica) ou, na região supraesternal, indicam a
possibilidade de hipertensão arterial sistêmica ou aneurisma de aorta (LANA, 2019).
A figura 16 nos dá um exemplo do que foi descrito acima:
46
Figura 16 - Palpação e classificação do Ictus Cordis
47
• Ausculta
Fonte: medpri.me
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• B1 aumenta a intensidade se houver aumento da velocidade do sangue
(febre, anemia, hipertireoidismo, ansiedade e exercícios físicos) ou
quando a valva mitral estiver estenosada;
• B1 diminui a intensidade quando existir aumento do tecido adiposo ou
líquido sobrejacente (obesidade, enfisema e derrame pericárdico),
hipertensão arterial sistêmica, fibrose ou calcificação da valva mitral.
Quadro 11 – Anormalidades de B1
Achados Significado
Hiperfonese Intervalo PR curto
Estalido alto de B1 Estenose mitral
Intensidade variável Bloqueio atrioventricular
Hipofonese Insuficiência mitral, bradicardia,
enfisema pulmonar e estenose mitral
Fonte: Adaptado de Lana (2019).
49
Quadro 12 – Anormalidades de B2
Achados Significado
Desdobramento fixo Sobrecarga direita (embolia pulmonar)
Desdobramento paradoxal Estenose aórtica e bloqueio do ramo
esquerdo
Hiperfonese de A2 Hipertensão
Hiperfonese de P2 Hipertensão pulmonar, tórax chato e
fino
Hiperfonese de A2 Estenose aórtica
Hiperfonese de P2 Estenose pulmonar
Fonte: Adaptado de Lana (2019)
B4, por sua vez, é um ruído débil que ocorre no fim da diástole ou na pré-
sístole e corresponde ao fluxo mobilizado pela contração atrial.
• Frequência cardíaca
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Oliveira e Silva (2019) o coração humano bate entre 60 e 100 bpm, sendo considerada
bradicardia o número de batimentos abaixo de 60 bpm e taquicardia o número de
batimentos acima de 100 bpm.
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Posições do paciente:
Componentes:
Pressão sistólica - PS: Pressão mais elevada observada nas artérias durante a
fase sistólica do ciclo cardíaco.
Pressão diastólica - PD: Pressão mais baixa detectada na aorta e seus ramos
durante a fase diastólica do ciclo cardíaco.
Métodos:
Erros na medida da PA
Erros do examinador:
• Observação
• Princípios básicos
• Aplicação do método
Erros instrumentais:
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7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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STANFIELD, C. L. Fisiologia humana. São Paulo: Pearson Education do Brasil,
2013.
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Corpo humano: fundamentos de anatomia e
fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017
TORTORA, G.J. Princípios de anatomia e fisiologia / Gerard J. Tortora, Bryan
Derrickson; tradução Ana Cavalcanti C. Botelho... [et al.]. – 14. ed. – Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2016.
VAUGHANS, B. W. Fundamentos de enfermagem um guia de aprendizado,
desmistificados, 2013.
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