M 04 PMRN
M 04 PMRN
M 04 PMRN
MANUAL TÉCNICO
1º Edição
2018
M-04-PMRN
MANUAL TÉCNICO
1º Edição
2018
Este Manual é dedicado a todos os Policiais Militares que buscam dentro da Técnica e da
Doutrina, prestar um melhor serviço à população, e que trazem consigo a preocupação de
difundir o conhecimento e preparar tecnicamente os homens e mulheres que fazem as
Policiais Militares do Brasil.
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
ARTIGO I - Generalidades ................................................................................... 6
ARTIGO II - Histórico .......................................................................................... 8
CAPÍTULO II - CARACTERÍSTICAS
ARTIGO I - Classificação e Composição ............................................................. 9
ARTIGO II - Calibre e Funcionamento .............................................................. 10
CAPÍTULO III – MUNIÇÕES DE IMPACTO CONTROLADO (MIC)
ARTIGO I - Generalidades ................................................................................. 11
ARTIGO II - Munições de Impacto Controlado (MIC) Cal .12 ......................... 15
ARTIGO III - Munições de Impacto Controlado (MIC) Cal. 37/40mm ............. 19
ARTIGO IV - Munições de Impacto Controlado (MIC) Cal. 40mm “NT” ........ 21
CAPÍTULO IV – MUNIÇÕES DE JATO DIRETO (MJD)
ARTIGO I - Generalidades ................................................................................. 23
ARTIGO II - Munições Jato Direto (MJD) Cal. 12 ............................................ 24
ARTIGO III - Munições Jato Direto (MJD) Cal. 37/40mm ............................... 25
CAPÍTULO V - MUNIÇÕES EXPLOSIVAS (ME)
ARTIGO I - Generalidades ................................................................................. 26
ARTIGO II - Munição Explosiva (ME) Cal.40mm ............................................ 27
CAPÍTULO VI – MUNIÇÕES DE EMISSÃO FUMÍGENA (MEF)
ARTIGO I - Generalidades ................................................................................. 28
ARTIGO II - Munições de Emissão Fumígena (MEF) Cal 37/40mm ................ 30
CAPÍTULO VII – CONSIDERAÇÕES FINAIS
ARTIGO I - Procedimentos para avaliação de desempenho de Munições ........ 32
ARTIGO II - Armazenamento ............................................................................ 33
ARTIGO III – Das Instruções de Habilitação ..................................................... 34
ARTIGO III – Considerações diversas ............................................................... 34
REFERÊNCIAS 35
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
ARTIGO I
GENERALIDADES
FINALIDADE
A simples leitura deste manual não habilita o Policial no uso e manuseio, devendo
possuir treinamento especifico para habilitar o seu uso.
DEFINIÇÃO
1
Impedir de prosseguir
2
Reduzir a capacidade de ação do oponente
3
Interromper a capacidade de reação do oponente
“São aqueles projetados especificamente para, com baixa probabilidade de causar
mortes ou lesões permanentes, conter, debilitar ou incapacitar temporariamente
pessoas.” (BRASIL, 2014)
ASPECTOS LEGAIS
[...]19. Deverá ser estimulado e priorizado, sempre que possível, o uso de técnicas e
instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, de
acordo com a especificidade da função operacional e sem se restringir às unidades
especializadas. [...]
E por fim, a Lei Nº 13.060/2014 que disciplina o uso dos instrumentos de menor
potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, em todo o território nacional, trouxe
para dentro do contexto de lei federal a sua autorização de uso e estimulo a sua adoção,
evitando que leis estaduais por ventura viessem a proibi-la de alguma maneira.
ARTIGO II
HISTÓRICO
Atualmente, forças policiais e militares dispõem de uma gama de munições, dos mais
variados tipos e formatos para evitar o uso da força letal nos diversos tipos de ocorrências que
os seus integrantes possam se deparar, salvaguardando a vida do agressor.
4
MASSACHUSETTS, 2016
5
www.slate.com, 2000
6
WILLIAMS, 2012
CAPÍTULO II
CARACTERÍSTICAS
ARTIGO I
CLASSIFICAÇÃO, COMPOSIÇÃO
CLASSIFICAÇÃO
COMPOSIÇÃO
a) Projétil - Dos mais variados tipos são em sua maioria compostos de elastômero
macio, contudo, existem modelos com projéteis explosivos, cargas lacrimogêneas,
pó inócuo, etc.
f) Tampa – Ainda que nos manuais de munições letais tal estrutura não exista, para
algumas munições de impacto controlado e jato direto serve para manter os
projéteis compactados dentro do estojo.
g) Estojo – Serve para agrupar todos os demais componentes num único corpo.
ARTIGO II
CALIBRE E FUNCIONAMENTO
CALIBRES
FUNCIONAMENTO
O funcionamento se dará após a percussão da espoleta, aonde será ignitado uma carga
de projeção, disparando o (s) projéteis (s) do seu interior.
Fig. 01: Composição Geral das MuMPO
Fonte: Arquivo Pessoal do Autor
CAPÍTULO III
ARTIGO I
GENERALIDADES
DEFINIÇÃO
São munições em que seu (s) projétil (eis) são fabricados geralmente em borracha
butílica, podendo ter variação de composição, tendo como característica geral possuir baixa
energia cinética.
Conforme Widder, Blutz e Milosh (1997, P.1) definem em seu trabalho a respeito de
projeteis não letal:
“O principal objetivo na performance de projéteis não-letais antipessoal de impacto
é de dissuadir de forma confiável ou incapacitar sem causar ferimentos que
requerem atenção médica além de primeiros socorros simples ou que deixam danos
permanentes”
Além disso, em comparação as munições letais, as MIC possuem uma maior área de
impacto além do próprio material no qual é fabricado seus projéteis serem feitos para a maior
parte da energia ser transferido para o oponente (o projétil da munição AM 470 é altamente
deformável, pois é fabricado a base de talco inócuo com um involucro de borracha altamente
7
Distância Mínima recomendado pelo fabricante
8
FERREIRA, 2015
9
Medido na boca do cano
10
COMPANHIA BRASILEIRA DE CARTUCHOS, 2013
flexível, e o projétil das munições NT de impacto controlado são feito de Etileno Acetato de
Viníla, conhecido popularmente como EVA).
Assim o usuário de tais munições tem que possuir a total consciência do seu uso
correto e das consequências do seu mal-uso, devendo por isso somente utilizar tais munições
policiais devidamente treinados e capacitados.
11
Ainda que exista variação de modelos de UDF, conforme cada país ou Corporação Policial, o seu uso sempre
será como maior nível de força “não-letal”.
O tiro policial com munições de impacto controlado não dever ser empregado para
dispersão de multidões, visando assim a incapacitação de alvo selecionado que coloque em
risco a tropa ou a terceiros, ou ainda a patrimônio público ou privado.
EMPREGO
Ao utilizá-las, o policial deve ter o cuidado de atirar somente nos membros inferiores
(região das pernas), evitando, portanto, a cabeça, tórax e baixo ventre, pois o risco de graves
lesões permanentes na caixa craniana e demais órgãos é muito alto.
A expressão “da linha da cintura para baixo” é equivocada, pois devemos livrar o
baixo ventre para não causar lesões permanentes, como esterilidade nos homens, perfuração
do intestino entre outros efeitos danosos.
DISTÂNCIA DE UTILIZAÇÃO
EXCLUDENTE DE ILICITUDE
Caso o policial venha a se deparar diante de uma ameaça letal real, contra ele ou
terceiros, aonde se justifique o uso da força letal, o uso de munição de impacto controlado
poderá ser utilizado como tal (distâncias inferiores a recomendada e em local diverso das
pernas) dentro das excludentes de ilicitudes existentes no código penal e código penal militar
ARTIGO II
ARMAMENTO
CARACTERÍSTICAS GERAIS
Compostas por projéteis de borracha possuem carga de projeção menor do que nos
modelos de “caça”, sendo de maneira geral empregadas a partir de 20 metros e as de emprego
para curtas distâncias a partir de 05 metros.
AM 403/C
AM 403/P - PRECISION
GENERALIDADES
Nas polícias militares, se tornou famoso o Federal Gas Riot Gun M-203Z de 38.1mm
conhecido como “Mosquetão Federal”, que equipou diversas unidades de choque no Brasil.
Até o surgimento de lançadores mais modernos como AM 600 da empresa Condor S/A
Os calibres 37/38mm e 38.1 mm são calibres mais utilizados por Forças Policiais
existindo nos dias de hoje uma tentativa de padronização por lançadores que recebam calibres
entre 37mm até o 40mm evitando a multiplicidade de armas para uma mesma finalidade.
ARTIGO IV
GENERALIDADES
No principio foi desenvolvido para atender o mercado externo, porém logo voltou-se
para o mercado interno devido a vasta mesclagem de munições, como por exemplo, munições
de impacto controlado com carga de CS em pó, com carga identificadora, dentre outros.
Abordaremos neste manual as munições que a PMRN possui e/ou que fora estudada e
testada previamente pelo autor.
NT 901 - ESPUMA
NT 901/CS – ESPUMA CS
CAPÍTULO IV
ARTIGO I
GENERALIDADES
Tem como objetivo principal de evitar o contato físico dos agressores com a equipe
policial, bem como, de promover a dispersão desses quando não haja a distância
suficientemente segura para o emprego de outras tecnologias;
No caso das munições de jato direto no calibre 12, os fabricantes autorizam a sua
projeção em espingardas do mesmo calibre, porém, a inteligência prática nos mostra que se
utilizarmos este tipo de armamento poderemos nos deparar com alguns inconvenientes, a
exemplo:
Para as munições de jato direto nos calibres 37/40mm são utilizados os lançadores dos
mesmos calibres que são empregados com munições de elastômeros e projéteis de emissão.
e) Munições deste tipo no cal. 12 são pouco eficazes em áreas de operação, por
isso, sugerimos a aplicação de munições de jato direto no cal. 37/40mm por
conter uma quantidade maior de agente lacrimogêneo;
g) Sempre depois de sua utilização fazer a limpeza do respectivo projetor para que
não ocorra a oxidação;
h) Cautela na hora de direcionar o disparo pois a tampa dos cartuchos poderá vir a
atingir área sensível como o rosto por exemplo
ARTIGO II
ARTIGO III
CAPÍTULO V
ARTIGO I
GENERALIDADES
São munições que se apresentam nos calibres 12 e 40mm, contendo carga atordoante
de luz e som podendo ser acompanhadas de uma carga de pó lacrimogêneo de CS.
Existem munições projetadas para uso de forma parabólica em relação ao solo que
depois de um dado tempo em segundos apresenta seu resultado a deflagração, ou ainda
munições que deflagram com o impacto em objeto rígido.
Esses projéteis no cal. 12, são de uma forma geral ineficazes para aplicação em
operações e perigosas para operações de desalojamento de perpetradores, considerando seu
longo alcance e a capacidade de excitar materiais combustíveis no cenário da ação.
Por fim, não se estabelece pelo fabricante uma distância de segurança entre o projétil e
o oponente, deixando uma grande margem para lesões desnecessárias, ainda que seja pequena
a carga explosiva.
Dessa forma não abordaremos as munições explosivas no Cal .12, neste manual, sendo
proibido sua utilização operacional.
As munições no cal. 40mm, são projéteis de nova geração no Brasil e com uma maior
capacidade de contaminação, atordoamento e alcance útil.
ARTIGO II
CAPÍTULO VI
ARTIGO I
GENERALIDADES
São munições que emitem agente químico sublimado e se apresentam nos calibres
37/40mm, podendo ser acompanhadas de uma carga lacrimogênea de
Ortoclorobenzalmolononitrilo (CS) ou de uma carga fumígena de Hexacloretana (HC) ou
ainda de hexacloretana com pigmento colorido.
Deve-se avaliar com muito cuidado a sua aplicação em áreas abertas levando em
consideração o tipo de piso (asfalto, cascalho, areia e etc.), a condição da vegetação (se está
seca ou não) e direção do vento para não causar transtornos em pontos sensíveis como,
escolas, creches, hospitais, casas de idosos e etc.
Essas munições são projetadas em forma parabólica em relação ao solo e depois de um
dado tempo em segundos apresenta seu resultado produzindo uma intensa “nuvem”
lacrimogênea ou fumígena.
UTILIZAÇÃO
Sempre que puder, realizar os disparos com a vista mais ampla do terreno para poder
observar a contaminação dos oponentes, visualizar os locais aonde os projéteis estão caindo,
etc.
ARTIGO II
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ARTIGO I
Caso a OPM venha a identificar falha em suas munições de menor potencial ofensivo
deverá encaminhar o lote através de oficio, solicitando avaliação das MuMPO em questão.
POSSIBILIDADES DE FALHA
- Em linhas gerais quando apresenta falha na sua utilização a grande maioria se dá pela
espoleta defeituosa, podendo apresentar também problema na carga de projeção (pólvora)
aonde a velocidade das munições saem abaixo do previsto (menor energia cinética),
prejudicando o resultado final;
- Nas MEF pode ocorrer a não emissão do agente químico devido a coluna de retardo
não ter sido devidamente excitada ou quebrada (possibilidade aumenta em caso de disparo em
anteparo rígidos);
12
Abaixo de 500 (quinhentas) munições, o fabricante deverá ser contatado diretamente acerca do problema.
MODELO DE RELATÓRIO
ARTIGO II
ARMAZENAMENTO
ARTIGO III
DA INSTRUÇÃO DE HABILITAÇÃO
Para ser habilitado na condução e utilização de MuMPO, deverá ser realizado prova
escrita e prática, devendo o aluno tirar nota 7,0 (sete) ou maior, sendo que só fará a prova
prática ao passar na prova escrita.
CONSIDERÇÕES DIVERSAS
Fica estabelecido que não poderá ser conduzido pelo mesmo policial, munições de
menor potencial ofensivo e munições letais no cal. 12
Caso esteja disponível espingardas cal. 12 com detalhes laranjas ou amarelos, deverá
ser utilizado tal armamento para a utilização de MuMPO, sendo PROIBIDO o porte da
mesma com munição letal.
WIDDER, Jeffrey M.; BUTZ, Donald J.; MILOSH, Janice M. Assessing the Blunt Trauma
Potential of Free Flying Projectiles for Development and Safety Certification of Non-
Lethal Kinetic Impactors. Battelle columbus operations OH, 1997.
WILLIAMS, Anthony G. British 37mm Baton Rounds. 2012. Primeira aparição do artigo
em Small Arms Review V11N11 em Agosto de 2008. Disponível em:
<http://www.smallarmsreview.com/display.article.cfm?idarticles=1331>. Acesso em: 14 out.
2016.
XAVIER, Fábio Manhães et al. Uso Diferenciado da Força. Brasília: SENASP, 2012.
Módulo 4 EAD.
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
ALVES, Luiz Fernando. Treinamento de tiro (elastômero e real) e uso de granadas por
policiais que atuam em pelotões de força tática/CDC: Padronização de técnicas de atuação
em grupo e proposta de criação de PPE (pista policial especial) complementar ao Método
Giraldi. 2014. 106 f. Dissertação (Mestrado) - Curso do Programa de Mestrado Profissional
em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública, Academia de Polícia Militar do Barro
Branco, São Paulo, 2014.
BRITO, Rodrigo Mariano de. Manual Técnico: Emprego de Munições Não Letais. Curitiba:
Associação da Vila Militar, 2015. 80 p.
ROCHA, Mainar Feitosa da Silva; ROCHA, Ederson Reis da. Apostila de Tiro Policial Não
Letal: 8º Curso de Operações Químicas. Brasilia: PMDF, 2013