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Administração Pública p/ TCU - 2015

Teoria e exercícios comentados


Prof. Rodrigo Rennó - Aula 05

Aula 5: Comunicação, Gestão de Redes,


Governança e Intermediação de Interesses

Olá pessoa l, tu do bem?


Na au la de hoje iremos cobrir os seguintes itens do edita l:
);;>- Comunicação na gestão pública e gestão de redes
organizacionais. Governabilidade e governança. Intermediação
de interesses ( clientelismo, corporativismo e
neocorporativismo).

Espero que gostem da aula!

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Sumário
Comunicação ....................................................................................... 3
Canais de Comunicação......................................................................... 5
Comunicação Oral (ou Verbal) e Escrita ...................................................... 8
Comunicação Eficiente e Efetiva. .............................................................. 8
Fluxos da Comunicação......................................................................... 9
Barreiras à Comunicação. .................................................................... 10
Gestão de Redes ................................................................................. 18
Redes de Políticas Públicas ................................................................... 19
Governabilidade e governança .................................................................. 26
Intermediação de Interesses ..................................................................... 33
Clientelismo ................................................................................ 34
Corporativismo ............................................................................. 35
Insulamento Burocrático ................................................................... 36
Universalismo de Procedimentos .......................................................... 37
Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 41
Gabaritos. ........................................................................................ 47
Bibliografia ...................................................................................... 47

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Comunicação

A comunicação é um processo fundamental na vida de qualquer


administrador. Como necessitamos de lidar com pessoas (clientes,
funcionários, chefes, etc.), devemos saber como podemos nos comunicar
melhor com esses diversos “públicos”.
A comunicação implica o compartilhamento de informações entre
duas pessoas ou mais, em busca de se alcançar um entendimento comum
sobre um objeto ou uma situação1.
De acordo com Schermerhorn2,
“A comunicação pode ser definida como um
processo interpessoal de envio e recebimento de
símbolos com mensagens atreladas a eles.”
Desta maneira, a comunicação envolve a transmissão de uma
mensagem de um indivíduo para outro. Este é um processo que depende
tanto da pessoa que envia, quanto da pessoa que recebe a informação.
Ou seja, é um processo de mão-dupla, pois requer o envio da
mensagem (a ida) e o retorno do recebedor, confirmando que entendeu a
mensagem (a volta).
Assim, não adianta falar para a “parede” ou falar algo disconexo. Nem
sempre que estamos enviando uma mensagem estamos sendo “ouvidos”
ou “lidos” por outra pessoa do outro lado.
É necessário também um intercâmbio de informações para que ocorra
o entendimento e o compartilhamento desta informação. Ou seja, a
informação deve se tornar comum às duas pessoas envolvidas na
comunicação.
Muitos autores citam a empatia entre os dois envolvidos (emissor e
receptor) como fundamental para que a comunicação aconteça de modo
eficiente, pois somente quando a mensagem é compreendida é que a
comunicação é eficaz.
Aproximadamente 80% do tempo de um gestor está envolvido em
alguma atividade de comunicação3, como a leitura de relatórios, o envio de
e-mails, a participação em reuniões, dentre outras. O domínio desta
comunicação evita muitos dos problemas e conflitos em uma empresa.

1
(Hitt, Miller, & Collela, 2007)
2
(Schemerhorn Jr., 2008)
3
(Chiavenato, 2010)

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Abaixo, podemos ver os elementos do processo de comunicação 4 :

Ruído

Fonte Receptor Destino

• Ex: Pilot o de • Ex: Rádio no [ Ca~:ntenas • Rádio na • Controlador de


avião avião t ransmissoras torre voo

Feedback

Figura 1 • Processo da Comun icação. Fonte: (Rennó, 2013)

Os elementos deste processo são :

O transmissor - é meio
A fonte - inicia a O canal - é o meio que a
qu e codifica a
mensagem codificando fonte escolhe para env iar
mensagem, o produto da
uma informação a mensagem
cod ificação da fonte

O ruído - representa as
O receptor - é o modo O destino - é pessoa que barreiras de
ou inst rumento que deve receber a comunicação que
decod ifi ca a mensagem mensagem distorcem o sentido da
mensagem

A retroação ou feedback
- é o retorno do destino
confi rmando o sucesso
ou não do processo de
comunicação

Vamos ver algumas questões agora?

4
( Robbi ns, Organizational Behav ior, 2004)

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1 - (CESPE – MPU / ANAL. ADMINISTRATIVO – 2010) A


comunicação constitui atividade que demanda grande parte da
atenção de quem ocupa cargo gerencial.

Exato. A comunicação é uma das principais preocupações de um bom


gestor, pois é necessária para que ele possa comunicar os objetivos que
devem ser alcançados, para motivar e liderar seus funcionários, dentre
outras tarefas. O gabarito é questão correta.

2 - (FCC – TRF 2° REGIÃO – ANALISTA – 2012) No processo de


comunicação interpessoal, é a reação do receptor ao ato de
comunicação, permitindo que o emissor saiba se sua mensagem foi
ou não compreendida pelo receptor:
a) ruído horizontal.
b) racionalização.
c) negação.
d) feedback.
e) ruído vertical.

A reação do receptor, que possibilita ao emissor saber se a sua


mensagem foi entendida se chama retroação ou feedback, seu termo em
inglês. O gabarito é mesmo a letra D.

Canais de Comunicação.

Para que possamos ter uma comunicação eficaz, temos de saber


escolher o canal correto para o tipo de mensagem e de público.
Os diversos canais são muito diferentes na sua capacidade de
transmitir informação5. Para Daft, quanto mais informação o canal
consegue transmitir mais rico ele é.
Mais a coisa não é tão simples assim. Um canal mais rico também
costuma “tomar” mais tempo. A conversa pessoal, por exemplo, transmite
muita informação.

5
(Daft, 2005)

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Quando falamos diretamente com outra pessoa, ela não só escuta


nossa voz, quanto pode analisar nossa expressão facial, nossa postura,
dentre outros aspectos.
Entretanto, uma conversa pessoa l "cara-a-cara", leva tempo. Não
temos como fazer isso quando queremos nos comunicar com mi lhares de
pessoas em um espaço curto de tempo.
Um gestor deve compreender quais são as vantagens e desvantagens
de cada canal antes de escolher qual seria a alternativa adequada para
cada contexto.
Os canais podem ser classificados de acordo com a hierarquia abaixo:

Canal e vesa
Rico ra-a-ca

Telefone

E-mail, intranet

Memorandos, cartas

Canal
Pobre Relatórios formais, boletins

Figura 2 • Hierarquia da riqueza dos canais de comunicação • Fonte: Daft (2005)

Ambos os tipos de canais (alta e baixa riqueza) têm suas vantagens.


Se uma mensagem é rotineira, por exemplo, ou precisa alcançar um
número imenso de indivíduos dispersos, devemos escolher um canal de
baixa riqueza.
Já quando a mensagem é muito importante ou quando precisamos
ter certeza de que a pessoa compreendeu a mensagem, devemos escolher
um canal de alta riqueza.
Não seria prudent e enviar uma mensagem com um "segredo de
Estado" por meio de um e-mail, não é verdade? Desta forma, o objetivo de
um gestor deve ser analisar o t ipo de informação deve ser transm it ida e
escolher o melhor cana l para aquele t ipo de situação.
Abaixo, podemos ver as vantagens de cada um:

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Vantagens do Canal Pobre Vantagens do Canal Rico

• Atinge um número grande de • É muito mais pessoa l;


pessoas • É um canal de mão dupla, pois
• A comunicação fica registrada e temos uma resposta muito mais
pode ser reenviada da mesma rápida do receptor;
forma; • O feedback é instantâneo.
• Pode ser planejada
anteci padamente em detal hes;
• É de fácil replicação e
dist ribuição.

Figura 3 • Vantagens dos tipos de canais· Fonte: Daft (2005)

Vamos ver agora uma questão?


3 - (CESGRANRIO - ELETROBRÁS/ ADMINISTRADOR - 2010) Uma
adequada gestão de pessoas envolve u ma cuidadosa seleção de
canais de comunicação e relacionamento com colaboradores. Os
canais de comunicação podem ser hierarquizados em função de sua
capacidade quanto a

• lidar com múltiplos sinais, simultaneamente;


• facilitar um feedback rápido de via dupla;
• estabelecer um foco pessoal para a comunicação.
O(s) cana/(ais) de comunicação que atende(m) adequadamente às
três capacidades de transmissão de informações é(sãoJ
a J conversa ao telefone.
b J conversa face a face.
c) e-mail e intranet.
d) relatórios e boletins.
e) memorandos e cartas.

A banca está pedindo o cana l mais rico, não é mesmo? Qual é o canal
que nos possibi lita lidar com múltiplos canais ao mesmo tempo? Somente
na conversa pessoal (cara-a - cara) é que podemos analisar diversos
aspectos ao mesmo tempo (exemplo : fa la, postura, expressão facia l, etc .) .
Este cana l possibilita um feedback muito mais rápido, de mão dupla
e, naturalmente, é um modo muito mais pessoal de transm it ir a mensagem,
não é mesmo? Assim, o gabarito é mesmo a letra B.

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Comunicação Oral (ou Verbal) e Escrita

Uma classificação comum de comunicação divide esta em escrita e


oral ou verbal. Quando mandamos uma mensagem de e-mail, por exemplo,
estamos utilizando o método escrito de comunicação.
Este tipo é muito utilizado para a confecção de documentos, de
manuais, de textos técnicos, dentre outros. Através da escrita podemos
enviar mensagens, reclamações, sugestões etc.
Atualmente, a capacidade de se comunicar de forma escrita é muito
valorizada, pois muitos canais de comunicação demandam esta habilidade.
Sem o domínio da linguagem que devemos utilizar e de um poder de
coesão, o texto pode ser de difícil entendimento pelo receptor. Assim, a
comunicação escrita deve ser clara e utilizar a linguagem adequada para
que seja eficaz.
Já a comunicação verbal ou oral envolve a fala, a oratória. O poder
de se comunicar através da fala é também muito importante para a carreira
de um gestor.
Sem esta capacidade de se comunicar diretamente com seus
subordinados, em conversas pessoais, o trabalho de motivar e liderar as
pessoas ficará muito difícil.
Muitas vezes, nos deparamos com alguns profissionais que, apesar
de dominarem o tema, não conseguem por algum motivo se expressar,
falar com os outros demonstrando clareza e confiança.
Já os gestores que dominam as habilidades da comunicação verbal
conseguem facilmente influenciar os demais, convencer seus clientes de
que seus produtos são superiores, comunicar o que desejam aos seus
superiores etc.

Comunicação Eficiente e Efetiva.

A comunicação deve ser eficiente e efetiva. Uma comunicação


eficiente acontece quando gastamos o mínimo possível de recursos para
nos comunicarmos6. Ou seja, escolhemos o canal mais “barato” em termos
de tempo, custo, esforço, etc.

6
(Schemerhorn Jr., 2008)

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Assim, quando escolhemos os canais de menor riqueza estamos


sendo mais eficientes, ou seja, gastando menos recursos. Quando nós
escolhemos enviar um e-mail ao nosso co lega, em vez de irmos conversar
pessoalmente com ele, estamos buscando uma comunicação mais eficiente.
Mas nós podemos ser eficientes e não termos um bom resu ltado fina l.
Isso acontece quando a comunicação não for efetiva . Esta comunicação
efetiva acontece quando a mensagem for completamente compreendida
pelo seu receptor.
Sem que a pessoa "do outro lado" tenha entendido a mensagem, não
temos uma comunicação efetiva. Assim, devemos analisar a importância
da mensagem e o seu custo para que possamos escolher um cana l de
comunicação que nos traga eficiência e efetividade.

Fluxos da Comunicação.

Existem diversos fluxos de informação dentro de uma empresa ou


órgão público. Estes fluxos indicam como a informação se move dentro da
estrutura organizacional.

Figura 4 • Fl uxos de comunicação

As comunicações formais costumam seguir três direções: o fluxo


descendente, o fluxo ascendente e o fluxo horizontal7 .
O fluxo é considerado descendente quando a informação sai da
cúpula para o nível operacional, ou seja, é um fluxo de "cima para baixo".
Normalmente, englobam as ordens, as definições de objetivos e metas a
serem atingidas, notícias etc.

7 (Daft, 2005)

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Já o fluxo de comunicação é considerado ascendente quando o


contrário ocorre: as informações saem do nível operacional (mais baixo) e
vão em direção à cúpula (nível mais alto).
Este fluxo normalmente engloba os relatórios de desempenho, o
relato de problemas, sugestões etc. Este fluxo é fundamental em toda
organização que deseja saber rapidamente dos fatos que ocorrem na “linha
de frente”.
Finalmente, existem os fluxos horizontais ou laterais. Estes são
fluxos que ocorrem entre os órgãos da empresa e entre os próprios colegas
de trabalho.
Assim, a comunicação flui entre níveis hierárquicos semelhantes ou
entre áreas diferentes.
Este fluxo não era muito importante nas empresas tradicionais (com
forte hierarquização), mas são muito valorizados nas empresas modernas,
pois facilitam muito o trabalho em equipe e a agilidade na comunicação.
Como exemplo deste tipo de comunicação, teríamos a troca de
informações entre setores que precisam coordenar um projeto ou uma
atividade.
Vamos ver uma questão?
4 - (CESPE – FUB / SECRETÁRIO EXECUTIVO – 2011) Em uma
empresa, estabelece-se entre pessoas de mesmo nível hierárquico
a comunicação horizontal, considerada prejudicial ao bom
funcionamento das atividades organizacionais, que devem ser
pautadas pela competição entre departamentos.

A questão está errada. O problema é que a comunicação lateral ou


horizontal não é prejudicial, muito pelo contrário. Ela é fundamental para
que as diversas áreas envolvidas nos processos de trabalho troquem
informações e coordenem seus trabalhos.
Sem este tipo de comunicação, o fluxo de informação fica lento e
engessado, pois cada trabalhador terá de enviar uma solicitação para que
seu chefe encaminhe sua comunicação ao chefe de outro setor, que enviará
para seu subordinado etc. Desta forma, o gabarito da banca é mesmo
questão errada.

Barreiras à Comunicação.

Nem sempre a comunicação é efetiva, ou seja, o receptor entende o


que está sendo transmitido. Isto pode ocorrer por diversos problemas ou

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barreiras. Estas barreiras causam distorções que atrapalham o processo de


comunicação.
Uma barreira conhecida é a linguagem. Se a pessoa que você está
tentando se comunicar não fala sua língua, a comunicação será muito difícil.
Quando vamos a um médico ou um advogado e eles usam termos
técnicos para nos explicar algum problema, podemos não entender a
mensagem que está sendo transmitida, não é mesmo?
Muitas vezes, achamos que todos os outros compreendem da mesma
forma o nosso “linguajar”, mas isso não é necessariamente verdade.
Outra barreira conhecida é a emoção. A tristeza ou a alegria que
sentimos pode “alterar” nossa percepção da mensagem que recebemos. Se
estivermos alegres, tenderemos a ver qualquer mensagem como positiva.
Já se estamos depressivos, podemos fazer o contrário: ver tudo pelo
seu “pior” sentido. As emoções alteram nossa capacidade de “ler” a
mensagem de maneira racional.
Para Robbins, as principais barreiras são8:

8
(Robbins, Organizational Behavior, 2004)

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• Ma nipulação da mensagem pela pessoa q ue envia,


Filtragem para que seja vista favoravelmente pelo recebedor.
__)

Percepção • Desvio de interpretação, baseado em preconceitos,


experiências anteriores, etc.
seletiva

Excesso de • Recepção de mais informações do que podemos


captar.
informação

Emoções \ . As emoções influenciam o modo que ela interpretará a


[. ) mensagem.

::===================::::::::::
• A idade, o nível educacional e a cu ltura de uma pessoa
Linguagem influenciam como ela usa a linguagem. As pa lavras não
significam a mesma coisa para todo mundo.

Apreensão ou • Pode ocorrer por: timidez, dificuldade na fala, fobias,


etc. Pessoas assim buscamr reduzir ao máximo a sua
ansiosidade interação com outras pessoas.

Figura 5 • Barreiras do Processo de Comunicação. Fonte: (Robbins, Organizational Behavior, 2004)

Outra barreira é a filtragem. Isto ocorre quando uma pessoa não


quer dar uma má notícia ao seu superior ou só quer dizer e ele o que ele
quer ouvir.
Muitas mensagens também são prejudicadas pela percepção
seletiva. Quando uma pessoa recebe uma mensagem, ela interpreta essa
mensagem de acordo com suas necessidades, experiências, motivações
etc.
Desta forma, se uma pessoa tem um preconceito em relação a
homossexuais, por exemplo, tenderá a interpretar negativamente qualquer
mensagem que uma pessoa assim venha a dizer.
Existe outra classificação que divide estas barreiras em quatro tipos :
as barreiras que estão presentes no emissor, as que estão presentes no
receptor, as que estão presentes tanto no emissor quanto no receptor
e as que estão presentes no ambiente.

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Abaixo, temos as barreiras de acordo com essa classificação9 :

l Barreiras no emissor
• Uso de linguagem e simbolos inadequados
• Timidez, impaciência, etc.;
• Escolha de um momento impróprio;
• Supor que o receptor já domina o assunto a ser tratado.

l Barreiras no Receptor
• Desatenção, impaciência ou pressa;
• Tendência a avaliar e j ulgar;
• Preconceitos;
• Desconfiança em relação ao emissor;
• Resistência em aceitar a mensagem por excesso de autoconfiança .

l Barreiras nos dois


• Pouca disponibi lidade de tempo;
• Interesse em distorcer a mensagem, hostilidade;
• Diferença na hierarquia e no nível cu ltural.

l Barreiras no Ambiente
• Inadequação do canal escolhido;
• Distrações, ruídos, interrupções frequentes, etc.

Figura 6 • Barreiras na Comunicação. Fonte: (Macêdo, Rodrigues, Johann, & Cunha, 2007)

Vamos analisar agora algumas questões?


5- (CESPE- MI-ASSISTENTE TÉCNICO - 2013) Uma comunicação
eficaz ocorre quando o significado pretendido da fonte e o
significado percebido pelo receptor são os mesmos.

Beleza. O processo de comunicação é considerado eficaz quando o


emissor consegue que o significado transmitido seja captado e
compreendido pelo receptor, tendo a mensagem o mesmo sentido para os
dois lados.
Muitas vezes a pessoa que recebe a mensagem não entende
corretamente o sentido, ou capta somente parte da mensagem . Com isso,
não terá o mesmo entendimento sobre o tema do emissor. Desta maneira,
o gabarito é mesmo questão certa .

9 (Macêdo, Rodrigues, Johann, & Cunha, 2007)

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6 - (CESPE – FUB / SECRETÁRIO EXECUTIVO – 2011) Uma das


grandes barreiras à comunicação interpessoal diz respeito aos
aspectos semânticos da linguagem, ou seja, aos diferentes sentidos
que as pessoas associam às palavras de outrem, o que pode causar
desentendimentos decorrentes de interpretações equivocadas.

Perfeito. Uma das principais barreiras no processo de comunicação é


a linguagem utilizada. Se a linguagem não é de domínio dos dois lados
(emissor e receptor), a comunicação será muito difícil e sujeita a erros de
entendimento. O gabarito é questão correta.

7 - (CESPE – TJ-AC / TÉCNICO – 2012) Existem duas formas de


comunicação organizacional: a oral e a escrita, que podem ser
auxiliadas por recursos visuais, e podem ocorrer de cima para
baixo, de baixo para cima e lateralmente.

Questão correta. A comunicação organizacional pode ocorrer através


da utilização de textos escritos ou através da utilização da fala. Um relatório
de diretoria, por exemplo, seria uma comunicação escrita.
Já uma entrevista do profissional de relações públicas seria uma
comunicação oral ou verbal. O gabarito é mesmo questão correta.

8 – (CESPE – SERPRO – ANALISTA – 2013) A codificação, um dos


componentes da comunicação interpessoal, consiste na formulação
tangível de uma ideia ou informação a ser enviada para uma
pessoa.

Negativo. A mensagem é que é a formulação tangível, ou seja,


concreta, de uma ideia ou informação a ser enviada para uma pessoa. A
codificação se trata do modo como enviaremos a informação, o código
escolhido pelo emissor.
Ao falar em português, por exemplo, estamos codificando uma
mensagem. Para entender a mensagem, ou decodifica-la, o receptor teria
de dominar este código (a língua portuguesa). O gabarito é questão errada.

9 – (CESPE – SERPRO – ANALISTA – 2013) Os gestores


desempenham importante papel nas organizações, atuando como
canal central de comunicação no processamento de informações e
no compartilhamento de informações internas e externas ao
ambiente organizacional com os seus subordinados.

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Perfeito. Os gestores modernos devem sim perceber a importância


da comunicação sobre o sucesso das organizações e buscar atuar em
relação aos públicos interno e externo de sua instituição.
Segundo Mintzberg e Quinn10,
“os gerentes das organizações precisam usar uma
parcela considerável de seu tempo, compartilhando
suas informações, tanto com terceiros (em espécie
de porta-voz) quanto com o pessoal interno (em
uma espécie de disseminador).”
Um gestor que não se comunica, que não consegue convencer seus
funcionários e “vender” sua organização para o público externo terá muitas
dificuldades nestes novos tempos. O gabarito é mesmo questão certa.

10 - (CESPE – MPU / ANAL. ADMINISTRATIVO – 2010) Um dos


obstáculos à comunicação no processo organizacional é a avaliação
prematura da mensagem pelo receptor.

A tendência do receptor de pré-julgar a mensagem que o emissor


está buscando comunicar é uma das barreiras mais comuns que dificultam
a eficácia de uma comunicação.
Em uma situação assim, a pessoa que recebe a mensagem não
costuma se preocupar muito em ouvir corretamente o que está sendo
passado, mas em como responderá. Desta forma, pode não compreender
perfeitamente o sentido da mensagem. O gabarito é questão correta.

11 - (CESPE – INCA / ANALISTA – 2010) Suponha que essa


servidora tenha divulgado via intranet e cartazes o anúncio de uma
palestra sobre o tema qualidade de vida no trabalho. Suponha,
ainda, que nenhum integrante da organização a tenha contatado
para coletar maiores informações ou para dar ciência de que havia
sido informado sobre a palestra. Nessa condição, o processo de
comunicação está formalmente completo.

Negativo! Se não temos nenhum retorno de nossa mensagem, não


temos um processo de comunicação completo. Pode ser que ninguém tenha
compreendido nossa mensagem ou que simplesmente nossa mensagem
não tenha chegado ao seu destino. O gabarito é questão errada.

10
(Mintzberg e Quinn, 2001) apud (Ferreira, 2008)

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12 - (CESPE – MPU / ANAL. ADMINISTRATIVO – 2010) A ordem é


um exemplo típico de comunicação colateral no processo
organizacional.

Uma ordem é um exemplo de comunicação descendente, pois se


origina em algum nível hierárquico mais alto para um mais baixo (você não
verá um soldado dando uma ordem em um general, não é verdade?).
Portanto, esta afirmativa está incorreta. O gabarito é questão errada.

13 - (CESPE – PREVIC / ANALISTA – 2011) A comunicação, base de


qualquer processo administrativo em uma organização, influencia
fortemente a imagem institucional, por isso, deve compor o
planejamento estratégico da organização.

Positivo. A comunicação deve estar presente em um planejamento


estratégico. O plano de comunicação envolve todos os momentos em que
a organização deve se comunicar com o ambiente interno e externo, além
de determinar os públicos envolvidos em cada mensagem, bem como os
instrumentos que devem ser utilizados.
O gabarito é, portanto, questão correta.

14 - (CESPE – CORREIOS / ANALISTA – 2011) Consolidar e ampliar


a imagem da organização perante os públicos de interesse consiste
no principal objetivo da comunicação interna.

A comunicação interna é voltada para os membros da organização.


Esta tem o objetivo de informar os funcionários sobre as operações da
empresa, seus produtos, seus planos e estratégias, dentre outros.
Este objetivo citado na questão, “Consolidar e ampliar a imagem da
organização perante os públicos de interesse”, se trata de um objetivo da
comunicação externa. Assim, o gabarito é questão incorreta.

15 - (CESPE - EBC / ANALISTA - 2011) Dentro da organização, a


eficiência da comunicação interpessoal independe da capacidade de
cada indivíduo, sendo influenciada por regras, normas e outros
múltiplos fatores.

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A eficiência da comunicação interpessoal depende sim da capacidade


de cada indivíduo, naturalmente. Imagine você que seu novo chefe só fala
finlandês e que você não entende uma palavra deste idioma.
Sua incapacidade de entender esta linguagem tornará a comunicação
entre vocês muito difícil, não é mesmo? Deste modo, o gabarito é questão
errada.

16 - (CESPE – CNPQ - ANALISTA – 2011) Uma das finalidades da


comunicação nas instituições é a divulgação de informações sobre
procedimentos e práticas organizacionais.

A comunicação institucional ou organizacional tem diversos objetivos


perante os públicos internos e externos. Dentre elas, temos a interação
com os funcionários, a divulgação de produtos e serviços, a comunicação
com os diversos “stakeholders”, dentre outros.
Deste modo, a divulgação de informações sobre os procedimentos e
práticas organizacionais é sim uma das finalidades da comunicação
institucional. O gabarito é questão correta.

17 - (CESPE – FUB / SECRETÁRIO EXECUTIVO – 2011) Para que


haja adequado posicionamento da marca de uma empresa, é
necessário que, ao se adotar uma estratégia de comunicação, sejam
considerados tanto o público interno, formado pelos funcionários e
administradores, quanto o externo, composto de clientes, parceiros
comerciais, acionistas, entre outros participantes.

Exato. Em um plano de comunicação, devemos nos preocupar em


atingir tanto os públicos internos quanto os agentes externos. Cada público
deve ser atingido de acordo com uma estratégia adequada, que envolve
diferentes linguagens, canais etc.
Deste modo, o gabarito é mesmo questão correta.

18 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) A comunicação no serviço público


está sujeita a algumas falhas caracterizadas pelos autores como
distorção, quando, por exemplo, as chefias não transmitem a
orientação necessária à realização das tarefas atribuídas ao
servidor, ou, então, como omissão, quando a quantidade de
informações transmitidas excede a capacidade do destinatário de
processá-las adequadamente.

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O Cespe nesta questão trocou os conceitos. Quando ocorre uma


omissão na comunicação, as informações ou orientações não são
transmitidas. Já o excesso de comunicações é uma distorção, e não uma
omissão. O gabarito é questão errada.

Gestão de Redes

O mundo mudou muito neste último século. No início do século XX,


as tecnologias da informação e da comunicação estavam em seus
primórdios (ou ainda não existiam). Desde a invenção do Rádio até a
introdução do telefone celular, muitas mudanças alteraram o modo como
vivemos e fazemos negócios.
Assim, hoje temos acesso a um mundo de dados e informações que
nem eram sonhados por nossos antepassados. Se eles recebiam notícias
com um atraso de dias (os acontecimentos da primeira grande guerra
levavam dias para “chegarem” ao leitor comum no Brasil), atualmente
temos informações em “tempo real” de qualquer fato importante.
Este cenário trouxe desafios importantes para as empresas e para os
governos. A escala dos problemas aumentou e os contextos sociais e de
negócios estão em constante mutação. O ciclo de vida de um produto, por
exemplo, é muito menor hoje em dia do que ocorria antes.
Para enfrentar esta realidade, as organizações perceberam que
necessitavam de ajuda, de parcerias. A antiga ideia de uma organização
que “fazia de tudo” (ou verticalizada) ficou para trás. Como ninguém é
“bom em tudo”, devemos nos aliar a diferentes parceiros, dependendo da
necessidade do momento.
Esta é a ideia central das redes organizacionais. Estas surgiram como
uma necessidade de que as organizações fossem mais flexíveis e
adaptáveis às mudanças no ambiente.
Desta maneira, se uma empresa necessita de um novo “design” para
seu novo produto, contrata um escritório de design. O mesmo ocorre
quando esta empresa necessita de distribuir seu produto em um novo
mercado – contrata uma empresa especializada em distribuição.
Assim sendo, a empresa pode “focar” no que melhor sabe fazer e
“mudar de rumo” sempre que for necessário. De acordo com este
pensamento, surgiram as “organizações em rede” ou as “redes
organizacionais”.
Como as pessoas demandam cada vez mais produtos e serviços
“customizados”, esta tendência tem se acelerado. Mais estratégico do que
ter capacidades “internas” (e mais estáveis, claro) é ter parceiros dentro

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de uma rede de atuação que deem este Know-how ou competências que


possam ser “adquiridas” sempre que necessário.
Um conceito interessante que devemos entender quando pensamos
em estruturas em rede é o da interdependência. Nestas redes, ninguém
pode, ou consegue, alcançar seu objetivo sozinho. Cada “nó” da rede é
fundamental para que os objetivos comuns sejam atingidos.
Para que as redes possam “funcionar”, a infraestrutura proporcionada
pelas novas tecnologias de informação foi crucial. Se antes a coordenação
de organizações localizadas de modo distante seria muito difícil, hoje a TI
facilitou o processo.

Redes de Políticas Públicas

No caso do setor público, os efeitos desta globalização não foram


menores. Esta globalização, impulsionada pelas novas tecnologias de
informação e comunicação, trouxe diversos novos problemas para o
Estado-Nação.
Dentre estes novos desafios, temos os problemas que não podem ser
unicamente e isoladamente tratados por estes Estados, como o terrorismo
internacional, a degradação ambiental e os desequilíbrios dos mercados
financeiros internacionais.
Problemas que antigamente estavam mais “localizados” e podiam ser
tratados dentro da esfera de um só Estado agora são muito mais
complexos.
Além disso, o próprio crescimento dos serviços prestados pelo Estado
moderno e seu aumento relativo consequentemente acabaram por
“afastar” este Estado de problemas mais locais, mas específicos de uma
dada região.
Ou seja, como o Estado faz muitas coisas ao mesmo tempo, acaba
não sendo muito “bom” em situações em que o conhecimento das
especificidades locais é um diferencial.
De acordo com Moura11,
“A abordagem de redes, como expressão dos novos
arranjos interorganizacionais que emergem na
atualidade, indica o incremento dos processos de
interdependência entre atores e organizações e,
particularmente, entre agentes públicos e privados.

11
(Moura, 1998)

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Ao mesmo tempo, identifica-se nessa emergência


certo esgotamento da capacidade de
integração e de coesão social das instituições
representativas tradicionais e da eficácia das
organizações burocráticas e do modelo de
planejamento global e centralizado.”
Portanto, com esse crescimento da complexidade dos problemas e a
redução relativa do “raio” de atuação da máquina do Estado, a formação
de redes passou a ser vista como a solução para uma atuação mais efetiva
e eficiente.
Com isso, o Estado tem buscado trabalhar em parceria com
atores não tradicionais na formulação e na implementação de
diversas políticas públicas. O objetivo é estar presente em áreas em que
não estava conseguindo chegar, e fazer isso com uma maior eficiência.
Historicamente, o Estado tem perdido legitimidade com seus
cidadãos, pois não tem conseguido dar uma resposta a diversas demandas,
sejam de dimensão “macro” (exemplo: terrorismo internacional ou
desequilíbrio ambiental) quanto de dimensão “micro” (exemplo: qualidade
do ensino primário na cidade do Crato-CE).
De acordo com Castells12, a solução estaria na adoção do Estado-
Rede, em que o Estado se envolve em diversas redes interestatais e
intraestatais, de modo a ser mais eficiente e efetivo na sua atuação e
aumentar sua legitimação perante a sociedade.
No caso das redes intraestatais, os Estados devem descentralizar
os serviços e programas públicos, com o repasse de recursos e
conhecimentos aos parceiros, que podem ser prefeituras, ONGs,
Organizações Sociais etc.
Já no caso das redes interestatais, estas serão necessárias para a
atuação deste Estado em conjunto com seus pares. Dentre os exemplos
que podemos citar, temos: a ONU, o MERCOSUL, a Organização Mundial do
Comércio etc.

12
(Castells, 1999)

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• Relações dentro do
lntraestataiS próprio Estado;
• Foco é no plano "micro".

• Relacionamentos entre
I nterestataiS Estados distintos
• Foco é no plano "macro".

Estas redes de políticas públicas, no contexto da atuação do Estado,


consistem de redes policêntricas. Ou seja, não existe um só "centro"
que comanda as ações, que controla o processo.
Nestas redes ou estruturas policêntricas, existem diversos
"atores" (indivíduos, governos, empresas etc.) que interagem buscando
interesses e objetivos comuns.
Desta maneira, estes atores devem trabalhar juntos, trocando
informação, conhecimento e recursos para atingir determinados objetivos.
Estas configurações em rede possibilitam ao Estado atuar em conjunto com
a sociedade. Além disso, facilita a interação entre esferas diferentes do
setor público.
De acordo com Teixeira 13 ,
" .. .a formação das estruturas policêntricas, que
configuram uma nova esfera pública plural, advém
tanto de um deslocamento desde o nível central
de governo para o local quanto da esfera do
estado para a sociedade. Processos como a
descentralização e o adensamento da sociedade
civil convergem para formas inovadoras de gestão
compartida das políticas públicas."
As redes de políticas públicas são vistas como uma alternativa
interessante quando existem as condições descritas abaixo 14 :

../ Recursos escassos;


../ Problemas complexos;

13 (Teixeira, 2002)
14
(Teixeira, 2002)

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../ Mú ltiplos atores envolvidos;
../ Arenas onde interagem agentes públicos e privados;
../ Exista uma crescente demanda por benefícios e participação
cidadã.
Basicamente, as redes de políticas públicas englobam certas
características 15 : pluralidade de atores envolvidos (com a participação
de órgãos públicos, empresas, ONGs, etc.), uma articulação menos
hierárquica e estruturada (pois não existe um comando claro entre os
atores), a noção de cooperação e parceria entre os atores envolvidos
(com trocas de recursos, solidariedade e confiança), o processamento
dos conflitos e a negociação e democratização do processo decisório .

Cooperação e
Parceria
Articulação
Processamento
menos
dos Conflitos
estruturada

Características
Democratização
Plural idade de das Redes de
Políticas
do Processo
Atores
Públicas Decisório

Dentre as principais vantagens e benefícios das redes de políticas


públicas, de acordo com Teixeira 16, são apontadas:

)- Dada a pluralidade de atores envolvidos nas redes é possível a maior


mobilização de recursos e garante-se a diversidade de opiniões
sobre o problema;
)- Devido à capilaridade apresentada pelas redes, a definição de
prioridades é feita de forma mais democrática, envolvendo
organizações de pequeno porte e mais próximas dos da origem dos
problemas;

15 (Moura, 1998)
16 (Teixeira, 2002)

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 Por envolver, conjuntamente, governo e organizações não-


governamentais, pode-se criar uma presença pública sem criar
uma estrutura burocrática;
 Devido à flexibilidade inerente à dinâmica das redes elas seriam mais
aptas a desenvolver uma gestão adaptativa que está conectada
a uma realidade social volátil, tendo que articular as ações de
planejamento, execução, retroalimentação e redesenho, adotando o
monitoramento como instrumento de gestão, e não de controle
(1997).
 Por serem estruturas horizontalizadas em que os participantes
preservam sua autonomia, os objetivos e estratégias estabelecidos
pela rede são fruto dos consensos obtidos através de processos de
negociação entre seus participantes, o que geraria maior
compromisso e responsabilidade destes com as metas
compartilhadas e maior sustentabilidade.
Entretanto, as redes de políticas públicas não trazem somente
benefícios. A mesma autora apresenta as principais dificuldades
apresentadas por este arranjo:

 As redes de políticas apresentariam novos desafios para garantir


a rendição de contas (accountability) em relação ao uso dos
recursos públicos, pelo fato de envolverem numerosos participantes
governamentais e privados;
 O processo de geração de consensos e negociação pode ser
demasiadamente lento criando dificuldades para enfrentar
questões que requerem uma ação imediata;
 As metas compartilhadas não garantem a eficácia no cumprimento
dos objetivos já que as responsabilidades são muito diluídas;
 A dinâmica flexível pode terminar afastando os participantes dos
objetivos iniciais ou comprometer a ação da rede pela deserção de
alguns atores em momentos cruciais;
 Os critérios para participação na rede não são explícitos e universais
e podem provocar marginalização de grupos, instituições,
pessoas e mesmo regiões, podendo deixar a política apenas nas
mãos de uma elite;
 As dificuldades de controle e coordenação das
interdependências tende a gerar problemas na gestão das redes.
Assim sendo, a gestão destas redes é muito complicada. Não existe
uma relação de supervisão e controle hierárquico. Portanto, existem
imensos desafios na coordenação destes diversos “atores”.

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Entre os desafios da gestão de redes, podemos citar 17: o


estabelecimento de regras de atuação, a distribuição de recursos, a
construção de mecanismos e processos coletivos de decisão e o
estabelecimento de prioridades e acompanhamento.
De acordo com Bruijn and Heuvelhof18, a estruturação destes espaços
e processos de negociação faz parte da dimensão da estrutura da rede, que
diz respeito à institucionalização dos padrões de interação. O
estabelecimento de regras formais e informais são um importante
instrumento para a gestão das redes porque especifica a posição dos atores
na rede, a distribuição de poder, as barreiras para ingresso, etc.
Ou seja, a gestão de redes públicas é, essencialmente, a gestão das
interdependências entre atores diversos, sem a existência de mecanismos
de comando e hierarquia.
Por isso, um gestor de redes de políticas públicas deve ser um
excelente negociador e deve ter a capacidade de somar apoios e coordenar
os esforços de entidades diferentes.
Vamos ver agora algumas questões?
19 – (CESPE – TELEBRAS – ESPECIALISTA – 2013) A rede, uma
estrutura de comunicação e de gestão aberta e dispersiva, pode ser
expandida de forma ilimitada, haja vista o contexto vivenciado
pelas organizações que a compõem.

As redes são estruturas mais maleáveis e que demandam uma


comunicação aberta a todos os “nós” ou parceiros que estão participando
da rede. Nestas estruturas em redes, as instituições se relacionam em
busca de satisfazer os desejos de seus clientes e usuários. Em teoria, estas
redes poderiam se expandir de maneira ilimitada.
Sem um canal de comunicação eficaz, a rede não poderia ligar e
conectar os seus diversos parceiros, fazendo que estes possam trabalhar
em conjunto, O gabarito é questão certa.

20 - (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) As redes de organizações são


um tipo de agrupamento cujo objetivo principal é fortalecer as
atividades de cada um de seus participantes. Atuando em redes, as
organizações podem complementar umas às outras. A maior
competição mundial fez com que as empresas buscassem
cooperação com outras organizações. Cada uma foca naquilo que
sabe fazer melhor e trabalho de forma colaborativa com as outras.

17
(Teixeira, 2002)
18
(Bruijn and Heuvelhof, 1997) apud (Teixeira, 2002)

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Perfeito. Uma noção fundamental das organizações em rede é a


interdependência. As diversas organizações buscam, através de parcerias,
atingir conjuntamente uma série de objetivos comuns.
Estas organizações acabam se complementando, ou seja, cada
organização “entrega” as outras as competências e recursos que “domina”.
Assim, o governo federal, por exemplo, pode ter os recursos mas não a
capilaridade para atender aos cidadãos de uma cidade no interior da
Amazônia.
Desta forma, pode se unir a uma ONG que atenda melhor esta
comunidade. Portanto, as duas organizações trabalham de maneira
colaborativa. O gabarito é questão correta.

21 - (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) A confiança é um elemento que


nunca estará presente no sistema de redes; por isso, os atores
devem se proteger do comportamento oportunista uns dos outros
e reter conhecimentos e informações para si. Vimos que a
necessidade de compartilhar é a base da formação das redes.
Portanto, a confiança é um fator extremamente importante.

Como em uma rede não existe a coordenação hierárquica, a confiança


deve sim existir. Portanto, em uma rede a informação deve sim ser
compartilhada, e não restringida.
Vejam que a própria questão está incoerente. Se a confiança é um
fator importante, a informação não deve ser “escondida” dos outros atores,
não é verdade? Portanto, o gabarito é questão errada.

22 - (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) A formação de redes


organizacionais pode ser considerada, efetivamente, uma inovação
que modifica a forma de atuação das organizações, tornando-as
mais competitivas, já que possibilita a realização de atividades
conjuntas e o compartilhamento de informações. A formação de
redes entre organizações busca aumentar a competitividade do
conjunto delas por meio da cooperação, do compartilhamento.

Exato. A introdução das organizações em rede está ligada à busca de


maior competitividade e eficiência pelas empresas. Para isto, elas
necessitam trabalhar em parceira, de modo colaborativo. O gabarito é
questão correta.

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23 - (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) De modo geral, a formação de


redes, em seus diversos níveis e aplicações, tem sido considerada,
tanto na prática quanto na teoria, um mecanismo de flexibilização
das relações entre as pessoas, capaz de potencializar o
compartilhamento de informação entre organizações e indivíduos e
de contribuir para a geração de conhecimento e inovação
tecnológica. As redes são estruturas flexíveis em que o
conhecimento torna-se fator de extrema importância e que deve ser
compartilhado.

Vejam que esta noção de compartilhamento de informações e


recursos é fundamental nas organizações em rede. As tecnologias de
Informação facilitaram a parceira de organizações mais facilmente, de
modo a buscar objetivos comuns.
Estas organizações acabam conseguindo uma maior flexibilidade e
aumentam sua capacidade de atuação e eficiência. O gabarito é questão
correta.

Governabilidade e governança

Os termos governança e governabilidade passaram a ser mais


debatidos após as crises econômicas dos países em desenvolvimento nos
anos 70 e 80 do século passado e do crescente processo de globalização19.
Um exemplo de instituição que disseminou estes conceitos foi o do
Banco Mundial. Esta instituição estava preocupada, naquela época, com
uma baixa capacidade dos governos em desenvolvimento de
implementarem seus programas com eficiência e eficácia.
Portanto, o conhecimento destes conceitos nos possibilita entender
melhor os desafios que os Estados modernos enfrentam nestes tempos
complexos. Entretanto, são termos muito confundidos, pois são conceitos
entrelaçados e conexos.
O conceito de governabilidade é mais relacionado à capacidade
política de governar20, ou seja, às condições de um governo de se
legitimar perante a sociedade como um todo. É um termo ligado ao próprio
exercício do poder e às condições materiais que devem existir para que um
governo consiga exercer suas funções.

19
(Araújo V. d., 2002)
20
(Matias-Pereira, Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações
governamentais, 2009)

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Se um governo conta com apoio da sociedade como um todo para


governar, ele tem governabilidade. A governabilidade insere-se então nos
aspectos políticos do Estado: as relações entre os poderes, os sistemas
partidários, a forma de governo, etc.21
Já a governança está relacionada com a gestão dos recursos e
com a capacidade deste governo de implementar as políticas
públicas, ou seja, sua capacidade gerencial, técnica e financeira.
De acordo com o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado22 -
PDRAE, o governo brasileiro não carece de governabilidade, mas de
governança. Veja o texto original abaixo:
“...pretende-se reforçar a governança - a
capacidade de governo do Estado - através da
transição programada de um tipo de
administração pública burocrática, rígida e
ineficiente, voltada para si própria e para o
controle interno, para uma administração
pública gerencial, flexível e eficiente, voltada
para o atendimento do cidadão. O governo
brasileiro não carece de
“governabilidade”, ou seja, de poder para
governar, dada sua legitimidade
democrática e o apoio com que conta na
sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um
problema de governança, na medida em
que sua capacidade de implementar as
políticas públicas é limitada pela rigidez e
ineficiência da máquina administrativa.”
Assim, de acordo com a análise de Bresser, o Brasil naquela época
(anos 90) tinha apenas um problema de governança. Após a
redemocratização, o governo era percebido pela população como legítimo,
portanto tinha apoio – e governabilidade. O que faltava era capacidade
gerencial e financeira de atender às demandas da sociedade por serviços
públicos. De acordo com Bresser:
“Um governo pode ter governabilidade, na medida
em que seus dirigentes contem com os necessários
apoios políticos para governar, e no entanto pode
governar mal por lhe faltar a capacidade da
governança.”23

21
(Matias-Pereira, Curso de Administração Pública: foco nas instituições e ações
governamentais, 2009)
22
(Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)
23
(Bresser Pereira, 1998)

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Vamos analisar uma questão que analisa este tópico?


24 - (CESPE - TCE-AC / ANALISTA - 2006) Aumentar a governança
do Estado significa aumentar sua capacidade administrativa de
gerenciar com efetividade e eficiência, voltando-se a ação dos
serviços do Estado para o atendimento ao cidadão.

Esta questão está perfeita e seu texto foi retirado do PDRAE. De


acordo com o Plano Diretor24 em seu tópico 6.1, um de seus objetivos é:
“Aumentar a governança do Estado, ou seja, sua
capacidade administrativa de governar com
efetividade e eficiência, voltando a ação dos
serviços do Estado para o atendimento dos
cidadãos.”
Portanto, a questão está correta.
Mas professor, eu não entendi porque estes conceitos são
entrelaçados!
Pessoal, imaginem que vocês estejam morando agora no Egito (que
enfrentou diversas revoltas para derrubar o ditador Mubarak). Este país
enfrentou uma crise de governabilidade, ou seja, não foi visto pela sua
própria população como legítimo para governar o país.
Com estas revoltas que aconteceram, certamente diversos serviços
públicos foram suspensos (como escolas e hospitais) e vários programas
governamentais não foram executados de forma correta.
Desta forma, a dificuldade do próprio governo de exercer o
poder (governabilidade) acaba afetando a capacidade deste mesmo
governo de viabilizar as políticas públicas (governança), não é
mesmo?
Entretanto, a falta de governança também pode diminuir a
governabilidade. Mas como vimos no texto acima do PDRAE, a falta de
governança não reduziu a governabilidade no caso brasileiro.
Ou seja, é possível um Estado ter uma baixa governança e manter a
sua governabilidade. Abaixo podemos ver um resumo dos conceitos:

24
(Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado, 1995)

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• Capacidade técnica, financeira e


Governança gerencial;
• Aspectos operacionais - gerir recursos.

• Legitimidade;
Governa bi lidade • Poder para governar;
• Capacidade política.

Figura 7 • Governança e governabilidade

Outra vertente teórica considera a governança ( ou "governance")


como uma mudança no papel do Estado. Este passaria a ser mais pluralista,
ou seja, aceitaria uma participação maior da sociedade na formu lação das
políticas públicas. Seria o movimento da governança pública.
Desta forma, a governança pública seria uma maneira de aumentar
a participação da sociedade na gestão do Estado e de tornar as decisões
menos técnicas e mais políticas.
De acordo com Kooiman 25 , a governança poderia ser definida como
"um modelo horizontal de relação entre atores públicos e privados no
processo de elaboração de políticas públicas." Assim, o Estado abre espaço
para um maior envolvimento de outros atores não-estatais na formulação,
implementação, execução e ava liação das políticas públicas.
De acordo com Secchi 2 6, a governança pública seria ligada ao
movimento do Neoliberalismo. De acordo com o autor:
"A etiqueta "governance" denota pluralismo, no
sentido que diferentes atores têm, ou deveriam ter,
o direito de influenciar a construção das políticas
públicas. Essa definição implicitamente traduz-se
numa mudança do papel do Estado ( menos
hierárquico e menos monopolista) na solução de
problemas públicos."
Assim, na visão destes autores, o movimento da governança pública
seria uma resposta dos Estados a um ambiente de maior complexidade
e maiores demandas sociais; à ascensão dos valores neoliberais
( que derivam de uma desconfiança na capacidade do Estado sozi nho
resolver os problemas da sociedade e prescrevem uma associação com
entidades da sociedade civil para que estas ajudem ao Estado) e à própria

25 (Kooiman, 1993) apud (Secch i, 2009)


26
(Secch i, 2009)

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elevação do modelo gerencial (e sua preocupação com o desempenho


da máquina estatal).
De acordo com estes autores, o resgate das redes ou comunidades
como estruturas de construção de políticas públicas27 é um dos pontos mais
importantes do movimento da governança pública.
Além disso, dentro desta lógica, o Estado passa a ter de lidar com
uma gama de redes interorganizacionais, integradas por diversos
diferentes atores, sejam pertencentes ao Estado ou não, que estarão
envolvidos neste processo.
Portanto, neste modelo, o Estado deixa de “fazer tudo sozinho” e
passa a contar com diversos atores (ONG´s, Organizações Sociais, etc.) no
processo de execução das políticas. Assim, deixa de ocupar um papel
de execução para assumir uma posição de coordenação e controle
das políticas públicas28.
De acordo com Matias-Pereira29, a Governança Pública está apoiada
em quatro princípios:

 Relações Éticas;
 Conformidade, em todas as suas dimensões;
 Transparência;
 Prestação responsável de contas.
Outra diferença entre a governança e a governabilidade relaciona-se
com a fonte de cada uma. No caso da governabilidade, sua fonte direta são
os cidadãos e da cidadania organizada30.
Ou seja, sem o apoio destes, nenhum governo consegue desenvolver
as condições políticas para suas políticas públicas.
Já no caso da governança, de acordo com Araújo31, sua fonte não
seriam os cidadãos, mais os agentes e servidores públicos (pois são os que
efetivamente formulam e executam as políticas públicas).
Vamos ver algumas questões agora?
25 - (CESPE - TC-DF - ACE – 2012) O fato de o governador de uma
unidade federativa, incluso o DF, perder sua legitimidade
democrática lhe acarreta a perda da governança.

27
(Brugué e Valles, 2005) apud (Secchi, 2009)
28
(Richards e Smith, 2002) apud (Secchi, 2009)
29
(Matias-Pereira, Os efeitos da crise política e ética sobre as instituições e a economia no
Brasil, 2006)
30
(Araújo V. d., 2003)
31
(Araújo V. d., 2003)

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Esta questão foi inicialmente considerada como correta pela banca.


Entretanto, acabou sendo anulada após os recursos. O problema é que
existe divergência na doutrina sobre estes conceitos, que são relacionados.
O conceito de governabilidade é que normalmente é citado como associado
com a legitimidade pelos principais autores.
Assim, a banca anulou a questão com a seguinte justificativa:
“Há divergência na literatura em relação ao assunto
tratado no item. Desse modo, opta-se por sua
anulação.”
Portanto, o gabarito foi questão anulada.

26 - (CESPE – ANCINE – ANALISTA – 2012) Governança representa


a capacidade de um governo para formular e implementar suas
decisões.

Beleza. A noção de governança atual envolve a capacidade de


governar, de gerir seus recursos técnicos, financeiros e de pessoal. O
conceito passou a envolver também, recentemente, a maior participação
da sociedade civil nas decisões governamentais. O gabarito é questão certa.

27 - (CESPE – TRE-ES – ANALISTA – 2011) No modelo gerencial, a


governança constitui importante ação governamental, visto que
propõe a ampliação do papel da sociedade civil organizada e a
diminuição do tamanho do Estado.

No modelo gerencial, a noção de governança foi muito importante


para que pudéssemos identificar a atuação do Estado na solução dos
problemas da sociedade. Um Estado com boa “governance” ou governança
tem alta capacidade de realização, de gerir seus recursos operacionais,
além de envolver a sociedade civil e seus parceiros em suas decisões. O
gabarito é questão certa.

28 - (CESPE - TCU - ACE – 2011) Governança trata do


aperfeiçoamento dos conflitos de interesses presentes em
determinada sociedade quando se trata de defender interesses.

Esta questão trata do conceito tradicional de governança. Este


conceito associa a governança à capacidade de gerir os recursos do Estado

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da melhor forma possível. Ou seja, da capacidade financeira e gerencial do


estado em implementar as políticas públicas.
Já o aperfeiçoamento do conflito de interesses entre grupos
divergentes está mais relacionado com o conceito de governabilidade. Este
segundo conceito trata das condições políticas para governar. O gabarito é
mesmo questão errada.

29 - (CESPE - TCU - ACE – 2011) Entre outros aspectos, a


governança trata das condições sistêmicas sob as quais se dá o
exercício de poder em determinada sociedade.

Mais uma vez, o Cespe trocou os conceitos. É a governabilidade que


trata das condições sistêmicas sob as quais se dá o exercício de poder em
uma sociedade. A governança trata da capacidade de gerir o Estado: das
capacidades técnicas, financeiras etc. O gabarito é questão errada.

30 - (CESPE - EBC – TÉCNICO – 2011) Governança e


governabilidade são conceitos distintos, contudo fortemente
relacionados, até mesmo, complementares. O primeiro refere-se às
condições substantivas de exercício do poder e de legitimidade do
Estado; o segundo representa os aspectos instrumentais do
exercício do poder, ou seja, a capacidade do Estado de formular e
implementar políticas públicas

Negativo. O erro está no fato de que a banca trocou os conceitos. As


condições substantivas são relacionadas com a governabilidade, que trata
das condições políticas e de legitimidade que um governante deve ter.
Já os aspectos instrumentais estão relacionados com o conceito de
governança, de capacidade gerencial e financeira para implementar as
políticas públicas. Assim, o gabarito é questão errada.

31 - (CESPE – TCU / PLANEJAMENTO – 2008) A governabilidade diz


respeito às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá
o exercício do poder, tais como as características do sistema
político, a forma de governo, as relações entre os poderes e o
sistema de intermediação de interesses.

Esta definição de governabilidade está perfeita. Como já vimos, a


governabilidade está associada as condições políticas do exercício do poder.
O gabarito é, portanto, questão correta.

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32 - (CESPE – MDS / TÉCNICO – 2006) O termo governabilidade


está associado às condições políticas de gestão do Estado,
enquanto governança refere-se às condições administrativas de
gestão do aparelho estatal.

Beleza. Mais uma vez vemos o Cespe cobrar os conceitos de


governança e governabilidade. Questão bem tranquila. O gabarito é
questão correta.

33 - (CESPE – SERPRO / GESTÃO EMPRESARIAL – 2008) As


demandas recorrentes por políticas públicas são aquelas não
resolvidas ou mal resolvidas. Quando se acumulam sem uma
solução satisfatória, dependendo de sua duração e gravidade,
podem levar a crises de governabilidade que, no limite, chegam a
provocar rupturas institucionais.

Naturalmente, se as demandas da sociedade por serviços e políticas


públicos ficarem eternamente insatisfeitas, esta população perderá a
confiança em relação ao governo e suas instituições.
Em uma situação extrema, isto poderá levar à uma ruptura
institucional, ou seja, a perda de crédito nas instituições levaria à um
questionamento das mesmas. O gabarito é questão correta.

Intermediação de Interesses

A intermediação de interesses se relaciona com o modo em que a


sociedade interage com o Estado. De acordo com o trabalho de Nunes32,
existem quatro tipos de relacionamento (ou “gramáticas”, nas palavras do
autor) que regulam as relações entre a sociedade e o Estado no Brasil:

 O clientelismo;
 O corporativismo;
 O Insulamento Burocrático;
 O universalismo de procedimentos.

32
(Nunes, 2003)

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Clientelismo

O clientelismo está entranhado na cultura política brasileira desde


a colonização portuguesa e está ligado ao patrimonialismo e ao
fisiologismo.
Historicamente, Portugal não adotou muitos dos princípios que
levaram ao Iluminismo e à Revolução Industrial33. Desta maneira, o Estado
português transplantou para sua colônia brasileira os seus traços principais,
como: o sistema cartorial (com monopólio das atividades comerciais e o
controle da atividade econômica) e a distribuição de prebendas (as
funções públicas eram concedidas a uma nobreza “falida” e improdutiva,
ocasionando um inchaço da máquina pública)34.
Portanto, o clientelismo predominou no Brasil até o governo de
Vargas, que buscou instaurar o modelo burocrático. Neste modelo, a classe
dominante vai “tomando conta” dos cargos mais importantes do Estado e
fornecendo os cargos subalternos aos seus “clientes”.
Estes clientes são pessoas que não fazem parte da elite (que, no
Brasil da época, era composta pelos grandes proprietários de terra – os
coronéis). Estas pessoas dependiam de seus “patrões” para ter acesso aos
poucos serviços públicos e cargos disponíveis.
Por isso, o comum neste modelo é a “troca de favores” entre patrões
e “clientes”. Entre as moedas de troca, poderíamos citar o trabalho, a
fidelidade ou até o apoio eleitoral (quando um deputado “protege” seus
cabos eleitorais, por exemplo, está agindo dentro deste padrão de
relacionamento).
Assim, é um relacionamento informal e, de certa forma, caótico. Não
se baseia em nenhum acordo formal, apenas no consentimento e na
tradição. Além disso, existem diversos níveis de “patrões” disputando os
recursos públicos e cargos na máquina pública.
Do mesmo modo, podem existir patrões intermediários, com suas
clientelas específicas (Partidos da coalizão governista que desejam
“comandar” um ministério para “alocar” sua base de apoio estão abaixo dos
Partidos que comandam o governo, por exemplo).
De acordo com Magalhães35, as características principais deste
relacionamento são:

 Não há número fixo ou organizado de unidades constitutivas;

33
(Magalhães, 2005)
34
(Martins, 1997) apud (Magalhães, 2005)
35
(Magalhães, 2005)

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 As unidades constitutivas do clientelismo são agrupamentos,


pirâmides ou redes baseados em relações pessoais que
repousam em troca generalizada;
 As unidades clientelistas disputam frequentemente o controle
do fluxo de recursos dentro de um determinado território;
 A participação em redes clientelistas não está codificada em
nenhum tipo de regulamento formal;
 Os arranjos hierárquicos no interior das redes estão baseados
em consentimento individual e não gozam de respaldo jurídico.

Corporativismo

Com o início do governo de Getúlio Vargas, ocorreu uma tentativa de


acabar com o domínio desta oligarquia agrária que comandava a política
brasileira. Além disso, percebeu-se a necessidade de racionalizar e
profissionalizar o Estado, de modo que este pudesse induzir o
desenvolvimento nacional em outras bases.
Getúlio buscou então aumentar o poder do governo central e
implantar o modelo burocrático na administração pública brasileira. Este
novo Estado passou a incentivar o processo de industrialização brasileiro,
que se desenvolveu dentro do que se chamou “processo de substituição
das importações”, pois a indústria nacional, protegida, passou a tomar o
mercado dos produtores estrangeiros.
Desta maneira, começou a ser introduzido o modelo de
desenvolvimento econômico nacional-desenvolvimentista. Com a
industrialização, Getúlio começou também a se preocupar com os conflitos
capital-trabalho inerentes ao capitalismo. De certa forma, Getúlio queria
harmonizar este relacionamento, com a tutela do Estado.
Para controlar estes conflitos e regular a participação da sociedade,
Getúlio instaurou o corporativismo estatal, em que o próprio Estado
incentiva a criação de associações e organizações de classe.
Portanto, a representação e o relacionamento com o Estado deixam
de ser individuais e passam a ser feitos através das corporações36. Estas
corporações são reguladas e, muitas vezes, mantidas pelo Estado.
Desta maneira, as associações são, de certo modo, controladas pelo
Estado. De contrapartida, estas corporações recebem do Estado o
monopólio de representação de suas respectivas categorias.

36
(Magalhães, 2005)

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De acordo com Carnoy37, os objetivos do corporativismo são a


supressão ou neutralização dos conflitos:

 no plano econômico (através do controle da concorrência),


 no plano social (através do controle da luta de classes),
 no plano político (reprimindo o conflito entre os partidos).
O outro modelo de corporativismo é chamado de
neocorporativismo ou corporativismo societal. Neste modelo, as
associações são livres para se relacionar, ou não, com o Estado.
Foi comum nas economias europeias que estavam se recuperando da
guerra, onde existiu um pacto nacional (em que os trabalhadores aceitaram
sacrifícios em prol de um capitalismo monopolista avançado e um Estado
de bem-estar)38.
Este não foi o modelo histórico brasileiro. De acordo com Carnoy39, as
principais características do neocorporativismo são:

 As associações têm autonomia e penetram no Estado;


 O modelo surgiu na vigência do Estado de Bem-estar Social e
da socialdemocracia europeia, a partir das políticas de Estado
e de corte Keynesiano;
 Resultaram da dinâmica da própria organização dos interesses,
ainda que respaldadas pelas políticas governamentais.

Insulamento Burocrático

Este modelo foi muito comum no governo JK, em que o governo


necessitava de uma máquina pública mais racional e capacitada para
induzir o crescimento econômico e social na esteira do processo de
substituição de importações.
Sem ter uma “receita” para reformar a máquina pública, que era
“poluída” por práticas clientelistas e patrimonialistas, com seus quadros
pouco capacitados e desmotivados, JK buscou um “atalho” que o
possibilitasse desenvolver os projetos de desenvolvimento “ao largo” desta
estrutura atrasada.

37
(Carnoy, 1994) apud (Magalhães, 2005)
38
(Magalhães, 2005)
39
(Carnoy, 1994) apud (Magalhães, 2005)

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Desta forma, ele instituiu os Grupos Executivos, que eram


compostos de profissionais capacitados e que não tinham, teoricamente,
vinculação com as práticas clientelistas e patrimonialistas vigentes40.
Estes seriam mais racionais e capazes de formular e de acompanhar
as políticas públicas e os imensos projetos daquele governo (como a
construção da nova capital – Brasília).
Estes profissionais (núcleo técnico) seriam então “protegidos” das
pressões clientelistas e teriam liberdade para executar os projetos sem se
preocupar com a barganha política. De acordo com Nunes41:
“o insulamento burocrático é o processo de
proteção do núcleo técnico do Estado contra a
interferência oriunda do público ou de outras
organizações intermediárias”.

Universalismo de Procedimentos

Na teoria, o universalismo de procedimentos está relacionado à


igualdade de tratamento a todos os cidadãos. Ou seja, está ligado à ideia
de cidadania plena42.
Neste modelo, os serviços públicos do Estado não são “manipulados”
e fornecidos apenas aos clientes, mas vistos como um dever do Estado a
todos os seus cidadãos.
De acordo com Nunes43, o universalismo de procedimento está ligado
aos sistemas típicos das sociedades capitalistas mais avançadas: a
economia de mercado e a democracia representativa.
Desta maneira, é o modelo a ser buscado atualmente no Brasil, de
modo que todos sejam tratados de forma igual perante a lei e que não
existam favorecimentos ilegítimos.
Vamos ver agora algumas questões?
34 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) O clientelismo e o corporativismo
são padrões institucionalizados de relações que estruturam os
laços entre sociedade e Estado no Brasil. O clientelismo, que faz
parte da tradição política secular brasileira, está associado ao
patrimonialismo e ao fisiologismo. O corporativismo emergiu nos
anos 30, sob o governo de Getúlio Vargas. Essas características

40
(Magalhães, 2005)
41
(Nunes, 2003)
42
(Magalhães, 2005)
43
(Nunes, 2003)

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passaram, então, a inter-relacionar-se, e constituem instrumentos


de legitimação política.

Perfeito. Tanto o clientelismo quanto o corporativismo estão


presentes na “gramática” da intermediação de interesses no Brasil. O
clientelismo segue a herança patrimonial portuguesa e ainda se mantém
em grande parte do Estado.
Já o corporativismo foi introduzido no primeiro governo de Vargas,
como uma estratégia de harmonização entre o capital e o trabalho, tendo
o Estado como regulador deste relacionamento. O gabarito é questão
correta.

35 - (CESPE – IPEA – TÉCNICO - 2008) O padrão corporativista


brasileiro caracterizou-se pela exclusão dos trabalhadores das
arenas decisórias governamentais, ao mesmo tempo em que os
interesses empresariais garantiram sua representação no aparelho
estatal.

Normalmente, os autores classificam o modelo corporativismo como:


inclusivos (que costumam ocorrer em governos de caráter mais populista
– como o de Vargas) e exclusivos (que são mais identificados com os
governos burocráticos e autoritários – como os governos militares de 64-
84).
Desta forma, Não são todos os modelos corporativistas que são
exclusivos. O Cespe tinha considerado esta questão como correta e,
posteriormente, acabou anulado a questão. O gabarito é, assim, questão
anulada.

36 - (CESPE – IPEA – TÉCNICO - 2008) Em suas origens, o sistema


corporativista brasileiro constituiu a base institucional para a
incorporação subordinada dos setores urbanos, no contexto de um
Estado centralizador e intervencionista.

Perfeito. O contexto da época era o de rápida industrialização e


urbanização da sociedade brasileira. Para harmonizar estes conflitos
inerentes ao relacionamento entre trabalhadores e empresários, o Estado
passo a tutelar e regulamentar estes laços.
Entretanto, esta “tutela” foi concretizada em um governo de caráter
autoritário e centralizador, que buscava minar a antiga dominação
oligárquica e agrária que existia. Deste modo, o gabarito é questão correta.

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37 - (CESPE – IPEA – TÉCNICO - 2008) O arranjo corporativista


brasileiro configurou-se como um conjunto articulado de estruturas
institucionais, com duas características centrais: a proibição da
unicidade sindical e o pluralismo de representação imposto pelo
Estado.

A questão está incorreta, pois o Estado buscou uma estratégia de


unicidade sindical e monopólio da representação, ao contrário do que a
banca afirmou. O gabarito é questão errada.

38 - (CESPE – IPEA – TÉCNICO - 2008) Características essenciais


desse modelo corporativista são: o monopólio da representação
dentro de cada categoria ocupacional, assegurado pelo Estado por
meio do reconhecimento de um sindicato por base territorial; o
poder de intervenção do Ministério do Trabalho e Emprego; uma
relação institucionalizada entre empregados e empregadores,
destinada a prevenir conflitos, pela intermediação do Estado e
julgamento pela justiça trabalhista, o que colocou obstáculos à
negociação coletiva. (ADAPTADA).

Perfeito. A tutela deste relacionamento entre patrões e empregados


acabou ”engessando” a negociação coletiva entre os mesmos. A
consequência foi o que se chama de judicialização dos conflitos na Justiça
do Trabalho. O gabarito é questão correta.

39 - (CESPE – TRE/PA – ANALISTA - 2007) A força do esquema de


clientelismo político foi plenamente extinta no Brasil.

Pessoal, esta questão dispensa muitos comentários, não é verdade.


Infelizmente, o clientelismo está muito vivo entre nós. O gabarito é questão
errada.

40 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) O processo de proteção do


núcleo técnico do Estado contra a interferência oriunda do público
ou de outras organizações intermediárias corresponde ao conceito
de um padrão institucionalizado que estrutura as relações entre
sociedade e Estado no Brasil define o que se denomina de:
A) clientelismo
B) corporativismo
C) neocorporativismo

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D) Insulamento burocrático
E) universalismo de procedimentos

Como vimos acima, o processo de intermediação de interesses em


que um núcleo técnico é “protegido” das pressões da sociedade (e das
práticas clientelistas) é o insulamento burocrático, que foi muito praticado
por Juscelino Kubitschek em seu governo. O gabarito da questão é a letra
D.

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Lista de Questões Trabalhadas na Aula.

1 - (CESPE – MPU / ANAL. ADMINISTRATIVO – 2010) A comunicação


constitui atividade que demanda grande parte da atenção de quem ocupa
cargo gerencial.

2 - (FCC – TRF 2° REGIÃO – ANALISTA – 2012) No processo de


comunicação interpessoal, é a reação do receptor ao ato de comunicação,
permitindo que o emissor saiba se sua mensagem foi ou não compreendida
pelo receptor:
a) ruído horizontal.
b) racionalização.
c) negação.
d) feedback.
e) ruído vertical.

3 - (CESGRANRIO – ELETROBRÁS / ADMINISTRADOR – 2010) Uma


adequada gestão de pessoas envolve uma cuidadosa seleção de canais de
comunicação e relacionamento com colaboradores. Os canais de
comunicação podem ser hierarquizados em função de sua capacidade
quanto a

 lidar com múltiplos sinais, simultaneamente;


 facilitar um feedback rápido de via dupla;
 estabelecer um foco pessoal para a comunicação.
O(s) canal(ais) de comunicação que atende(m) adequadamente às três
capacidades de transmissão de informações é(são)
a) conversa ao telefone.
b) conversa face a face.
c) e-mail e intranet.
d) relatórios e boletins.
e) memorandos e cartas.

4 - (CESPE – FUB / SECRETÁRIO EXECUTIVO – 2011) Em uma empresa,


estabelece-se entre pessoas de mesmo nível hierárquico a comunicação
horizontal, considerada prejudicial ao bom funcionamento das atividades
organizacionais, que devem ser pautadas pela competição entre
departamentos.

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5 – (CESPE – MI – ASSISTENTE TÉCNICO – 2013) Uma comunicação eficaz


ocorre quando o significado pretendido da fonte e o significado percebido
pelo receptor são os mesmos.

6 - (CESPE – FUB / SECRETÁRIO EXECUTIVO – 2011) Uma das grandes


barreiras à comunicação interpessoal diz respeito aos aspectos semânticos
da linguagem, ou seja, aos diferentes sentidos que as pessoas associam às
palavras de outrem, o que pode causar desentendimentos decorrentes de
interpretações equivocadas.

7 - (CESPE – TJ-AC / TÉCNICO – 2012) Existem duas formas de


comunicação organizacional: a oral e a escrita, que podem ser auxiliadas
por recursos visuais, e podem ocorrer de cima para baixo, de baixo para
cima e lateralmente.

8 – (CESPE – SERPRO – ANALISTA – 2013) A codificação, um dos


componentes da comunicação interpessoal, consiste na formulação tangível
de uma ideia ou informação a ser enviada para uma pessoa.

9 – (CESPE – SERPRO – ANALISTA – 2013) Os gestores desempenham


importante papel nas organizações, atuando como canal central de
comunicação no processamento de informações e no compartilhamento de
informações internas e externas ao ambiente organizacional com os seus
subordinados.

10 - (CESPE – MPU / ANAL. ADMINISTRATIVO – 2010) Um dos obstáculos


à comunicação no processo organizacional é a avaliação prematura da
mensagem pelo receptor.

11 - (CESPE – INCA / ANALISTA – 2010) Suponha que essa servidora tenha


divulgado via intranet e cartazes o anúncio de uma palestra sobre o tema
qualidade de vida no trabalho. Suponha, ainda, que nenhum integrante da
organização a tenha contatado para coletar maiores informações ou para
dar ciência de que havia sido informado sobre a palestra. Nessa condição,
o processo de comunicação está formalmente completo.

12 - (CESPE – MPU / ANAL. ADMINISTRATIVO – 2010) A ordem é um


exemplo típico de comunicação colateral no processo organizacional.

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13 - (CESPE – PREVIC / ANALISTA – 2011) A comunicação, base de


qualquer processo administrativo em uma organização, influencia
fortemente a imagem institucional, por isso, deve compor o planejamento
estratégico da organização.

14 - (CESPE – CORREIOS / ANALISTA – 2011) Consolidar e ampliar a


imagem da organização perante os públicos de interesse consiste no
principal objetivo da comunicação interna.

15 - (CESPE - EBC / ANALISTA - 2011) Dentro da organização, a eficiência


da comunicação interpessoal independe da capacidade de cada indivíduo,
sendo influenciada por regras, normas e outros múltiplos fatores.

16 - (CESPE – CNPQ - ANALISTA – 2011) Uma das finalidades da


comunicação nas instituições é a divulgação de informações sobre
procedimentos e práticas organizacionais.

17 - (CESPE – FUB / SECRETÁRIO EXECUTIVO – 2011) Para que haja


adequado posicionamento da marca de uma empresa, é necessário que, ao
se adotar uma estratégia de comunicação, sejam considerados tanto o
público interno, formado pelos funcionários e administradores, quanto o
externo, composto de clientes, parceiros comerciais, acionistas, entre
outros participantes.

18 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) A comunicação no serviço público está


sujeita a algumas falhas caracterizadas pelos autores como distorção,
quando, por exemplo, as chefias não transmitem a orientação necessária à
realização das tarefas atribuídas ao servidor, ou, então, como omissão,
quando a quantidade de informações transmitidas excede a capacidade do
destinatário de processá-las adequadamente.

19 – (CESPE – TELEBRAS – ESPECIALISTA – 2013) A rede, uma estrutura


de comunicação e de gestão aberta e dispersiva, pode ser expandida de
forma ilimitada, haja vista o contexto vivenciado pelas organizações que a
compõem.

20 - (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) As redes de organizações são um tipo


de agrupamento cujo objetivo principal é fortalecer as atividades de cada
um de seus participantes. Atuando em redes, as organizações podem
complementar umas às outras. A maior competição mundial fez com que
as empresas buscassem cooperação com outras organizações. Cada uma

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foca naquilo que sabe fazer melhor e trabalho de forma colaborativa com
as outras.

21 - (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) A confiança é um elemento que nunca


estará presente no sistema de redes; por isso, os atores devem se proteger
do comportamento oportunista uns dos outros e reter conhecimentos e
informações para si. Vimos que a necessidade de compartilhar é a base da
formação das redes. Portanto, a confiança é um fator extremamente
importante.

22 - (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) A formação de redes organizacionais


pode ser considerada, efetivamente, uma inovação que modifica a forma
de atuação das organizações, tornando-as mais competitivas, já que
possibilita a realização de atividades conjuntas e o compartilhamento de
informações. A formação de redes entre organizações busca aumentar a
competitividade do conjunto delas por meio da cooperação, do
compartilhamento.

23 - (CESPE – TCE/AC – ACE - 2008) De modo geral, a formação de redes,


em seus diversos níveis e aplicações, tem sido considerada, tanto na prática
quanto na teoria, um mecanismo de flexibilização das relações entre as
pessoas, capaz de potencializar o compartilhamento de informação entre
organizações e indivíduos e de contribuir para a geração de conhecimento
e inovação tecnológica. As redes são estruturas flexíveis em que o
conhecimento torna-se fator de extrema importância e que deve ser
compartilhado.

24 - (CESPE - TCE-AC / ANALISTA - 2006) Aumentar a governança do


Estado significa aumentar sua capacidade administrativa de gerenciar com
efetividade e eficiência, voltando-se a ação dos serviços do Estado para o
atendimento ao cidadão.

25 - (CESPE - TC-DF - ACE – 2012) O fato de o governador de uma unidade


federativa, incluso o DF, perder sua legitimidade democrática lhe acarreta
a perda da governança.

26 - (CESPE – ANCINE – ANALISTA – 2012) Governança representa a


capacidade de um governo para formular e implementar suas decisões.

27 - (CESPE – TRE-ES – ANALISTA – 2011) No modelo gerencial, a


governança constitui importante ação governamental, visto que propõe a

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ampliação do papel da sociedade civil organizada e a diminuição do


tamanho do Estado.

28 - (CESPE - TCU - ACE – 2011) Governança trata do aperfeiçoamento


dos conflitos de interesses presentes em determinada sociedade quando se
trata de defender interesses.

29 - (CESPE - TCU - ACE – 2011) Entre outros aspectos, a governança trata


das condições sistêmicas sob as quais se dá o exercício de poder em
determinada sociedade.

30 - (CESPE - EBC – TÉCNICO – 2011) Governança e governabilidade são


conceitos distintos, contudo fortemente relacionados, até mesmo,
complementares. O primeiro refere-se às condições substantivas de
exercício do poder e de legitimidade do Estado; o segundo representa os
aspectos instrumentais do exercício do poder, ou seja, a capacidade do
Estado de formular e implementar políticas públicas

31 - (CESPE – TCU / PLANEJAMENTO – 2008) A governabilidade diz respeito


às condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do
poder, tais como as características do sistema político, a forma de governo,
as relações entre os poderes e o sistema de intermediação de interesses.

32 - (CESPE – MDS / TÉCNICO – 2006) O termo governabilidade está


associado às condições políticas de gestão do Estado, enquanto governança
refere-se às condições administrativas de gestão do aparelho estatal.

33 - (CESPE – SERPRO / GESTÃO EMPRESARIAL – 2008) As demandas


recorrentes por políticas públicas são aquelas não resolvidas ou mal
resolvidas. Quando se acumulam sem uma solução satisfatória,
dependendo de sua duração e gravidade, podem levar a crises de
governabilidade que, no limite, chegam a provocar rupturas institucionais.

34 - (CESPE - TCU / ACE - 2008) O clientelismo e o corporativismo são


padrões institucionalizados de relações que estruturam os laços entre
sociedade e Estado no Brasil. O clientelismo, que faz parte da tradição
política secular brasileira, está associado ao patrimonialismo e ao
fisiologismo. O corporativismo emergiu nos anos 30, sob o governo de
Getúlio Vargas. Essas características passaram, então, a inter-relacionar-
se, e constituem instrumentos de legitimação política.

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35 - (CESPE – IPEA – TÉCNICO - 2008) O padrão corporativista brasileiro


caracterizou-se pela exclusão dos trabalhadores das arenas decisórias
governamentais, ao mesmo tempo em que os interesses empresariais
garantiram sua representação no aparelho estatal.

36 - (CESPE – IPEA – TÉCNICO - 2008) Em suas origens, o sistema


corporativista brasileiro constituiu a base institucional para a incorporação
subordinada dos setores urbanos, no contexto de um Estado centralizador
e intervencionista.

37 - (CESPE – IPEA – TÉCNICO - 2008) O arranjo corporativista brasileiro


configurou-se como um conjunto articulado de estruturas institucionais,
com duas características centrais: a proibição da unicidade sindical e o
pluralismo de representação imposto pelo Estado.

38 - (CESPE – IPEA – TÉCNICO - 2008) Características essenciais desse


modelo corporativista são: o monopólio da representação dentro de cada
categoria ocupacional, assegurado pelo Estado por meio do reconhecimento
de um sindicato por base territorial; o poder de intervenção do Ministério
do Trabalho e Emprego; uma relação institucionalizada entre empregados
e empregadores, destinada a prevenir conflitos, pela intermediação do
Estado e julgamento pela justiça trabalhista, o que colocou obstáculos à
negociação coletiva. (ADAPTADA).

39 - (CESPE – TRE/PA – ANALISTA - 2007) A força do esquema de


clientelismo político foi plenamente extinta no Brasil.

40 - (FMP – TCE-RS – AUDITOR – 2011) O processo de proteção do núcleo


técnico do Estado contra a interferência oriunda do público ou de outras
organizações intermediárias corresponde ao conceito de um padrão
institucionalizado que estrutura as relações entre sociedade e Estado no
Brasil define o que se denomina de:
A) clientelismo
B) corporativismo
C) neocorporativismo
D) Insulamento burocrático
E) universalismo de procedimentos

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Gabaritos.
1. C 15. E 29. E
2. D 16. C 30. E
3. B 17. C 31. C
4. E 18. E 32. C
5. C 19. C 33. C
6. C 20. C 34. C
7. C 21. E 35. X
8. E 22. C 36. C
9. C 23. C 37. E
10. C 24. C 38. C
11. E 25. X 39. E
12. E 26. C 40. D
13. C 27. C
14. E 28. E

Bibliografia
(1995). Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília:
Presidência da República.
Araújo, V. d. (2002). A conceituação de governabilidade e governança, da
sua relação entre si e com o conjunto da reforma do Estado e do seu
aparelho. Brasília: ENAP.
Araújo, V. d. (2003). O túnel no fim da luz: uma análise da privatização do
setor elétrico em Mato Grosso no marco da governabilidade
democrática. XVII Concurso del CLAD sobre Reforma del Estado y
Modernización de la Administración Pública. Caracas.
Bresser Pereira, L. C. (1998). A reforma do estado dos anos 90: lógica e
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