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Ensino de Botanica

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ENSINO DE BOTÂNICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA

1
Sumário
Introdução ....................................................................................................................... 6
BOTÂNICA ..................................................................................................................... 7
Reino Vegetal - Origem e classificação das Plantas ................................................... 7
Briófitas: ...................................................................................................................... 9
Estrutura das briófitas .............................................................................................. 9
Pteridófitas ................................................................................................................ 12
Gimnospermas .......................................................................................................... 17
Reprodução das gimnospermas - Ciclo haplodiplobionte na Coníferas ................ 17
Angiospermas ........................................................................................................... 20
Os dois grandes grupos de angiospermas ............................................................ 22
MORFOLOGIA VEGETAL ............................................................................................ 24
A raiz ......................................................................................................................... 25
Partes da raiz ............................................................................................................ 26
Tipos de Raízes ........................................................................................................ 28
Caule ......................................................................................................................... 30
Gemas ....................................................................................................................... 32
Tipos de caules ......................................................................................................... 33
A folha: local da fotossíntese..................................................................................... 37
Algumas estruturas foliares especiais ................................................................... 38
Plantas descíduas e abscisão foliar .............................................................................. 39
Classificação das folhas ............................................................................................ 39
Filotaxia ..................................................................................................................... 39
Tipos de limbo ........................................................................................................... 40
Flor ............................................................................................................................ 41
Estames .................................................................................................................... 42
Carpelos .................................................................................................................... 43
Diagramas florais ...................................................................................................... 44
Inflorescências .......................................................................................................... 44
Para que servem as flores? ................................................................................... 44
Como ocorre a formação dos frutos.............................................................................. 45
Polinização e fecundação ......................................................................................... 45
Anemofilia.................................................................................................................. 45
Entomofilia e ornitofilia .............................................................................................. 45

1
Fecundação............................................................................................................... 46
Frutos e sementes ..................................................................................................... 48
Partes do fruto ........................................................................................................... 48
Classificação dos frutos ............................................................................................ 48
A diferença de fruta e fruto ........................................................................................ 49
Pseudofrutos e frutos partenocárpicos ...................................................................... 50
Origem e estrutura da semente ................................................................................. 50
Os cotilédones........................................................................................................... 50
A célula vegetal............................................................................................................. 52
Parede da célula vegetal ........................................................................................... 52
Estrutura da parede celular vegetal ....................................................................... 53
Paredes primárias e secundárias .......................................................................... 54
Conteúdo celular - principais organelas ...................................................................... 55
Vacúolo ..................................................................................................................... 55
Funções: Ativo em processos metabólicos, como: .................................................... 55
Plastos ...................................................................................................................... 56
Conteúdo celular - organelas em comum com células animais .................................... 58
Núcleo ....................................................................................................................... 58
Sistema Golgiense (complexo de Golgi) ................................................................ 58
Ribossomos............................................................................................................... 59
Retículo endoplasmático ........................................................................................... 59
Mitocôndrias .............................................................................................................. 60
Peroxisomos.............................................................................................................. 60
Substâncias ergásticas ............................................................................................. 60
Tecidos vegetais ....................................................................................................... 61
O súber ..................................................................................................................... 61
Ritidoma ................................................................................................................. 62
A epiderme ................................................................................................................ 62
Os anexos da epiderme ............................................................................................ 63
Estômatos ................................................................................................................. 64
Tricomas ................................................................................................................... 65
Acúleos ..................................................................................................................... 65
Hidatódios ................................................................................................................. 66
A sustentação das traqueófitas ................................................................................. 66

2
O Colênquima ........................................................................................................... 66
O Esclerênquima ....................................................................................................... 67
Estrutura interna das folhas....................................................................................... 67
Nervuras foliares ....................................................................................................... 68
Os Tecidos Condutores de Água e de Nutrientes em Traqueófitas .......................... 68
O xilema .................................................................................................................... 70
A condução da seiva inorgânica................................................................................ 72
O floema .................................................................................................................... 74
A condução da seiva elaborada ................................................................................ 74
A hipótese de Münch................................................................................................. 75
Organização dos Tecidos nas Raízes e nos Caules ................................................. 77
Estrutura primária da raiz .......................................................................................... 77
Córtex........................................................................................................................ 77
Cilindro central .......................................................................................................... 78
Raízes de mono e dicotiledôneas ............................................................................. 79
Estrutura secundária ................................................................................................. 79
Câmbio vascular........................................................................................................ 80
Câmbio suberógeno ou felogênio.............................................................................. 81
Estrutura interna do caule ......................................................................................... 81
Origem das gemas axilares ....................................................................................... 82
Estrutura primária ......................................................................................................... 82
Feixes líbero-lenhosos .............................................................................................. 82
Câmbio fascicular ...................................................................................................... 83
Câmbio vascular........................................................................................................ 83
Câmbio suberógeno ou felogênio.............................................................................. 83
Anéis anuais .............................................................................................................. 84
Crescimento e desenvolvimento ............................................................................... 85
O meristema .............................................................................................................. 86
Meristemas secundários ........................................................................................... 87
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .............................................................................. 88

3
NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em


atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível
superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento,
aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da
sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de
conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e
comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e


eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa
forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos,
primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço
oferecido.

4
Introdução
Botânica (do grego "botáne": planta, vegetal) é a parte da Biologia que estuda e classifica
os vegetais considerando a forma, estrutura e composição, agrupando-os em categorias de
acordo com as suas características semelhantes (MINHOTO, 2002).

As plantas e seus derivados estão presentes em vários momentos do nosso dia, desde
o despertar até a hora de dormir, entretanto, essa presença nem sempre é notada. Desde os
primórdios da humanidade os vegetais são utilizados não apenas na alimentação, mas também,
através da sua transformação em abrigo, utensílios, roupas e até mesmo na produção de calor.
Durante a evolução do homem, novas formas de utilização direta
ou indireta dos vegetais vêm sendo descobertas (FURLAN et. al. 2008).

Por isso ensinar Botânica, aprender Botânica e formar qualificadamente os profissionais


que dela se ocuparão na educação têm sido objeto de preocupações de professores e
pesquisadores durante décadas (DIAS et. al. 2009). As dificuldades em se ensinar e,
conseqüentemente, em se aprender botânica, tornam a “Cegueira botânica” mais evidente,
tanto entre os estudantes quanto professores. A aquisição do conhecimento em Botânica é
prejudicada não somente pela falta de estímulo em observar e interagir com as plantas, como
também pela precariedade de equipamentos, métodos e tecnologias que possam ajudar no
aprendizado (ARRUDA & LABURÚ, 1996).

É necessário que a qualidade das estratégias de ensino-aprendizagem utilizadas no


ensino superior seja revista em decorrência das demandas da sociedade e da implantação das
diretrizes curriculares nacionais.

Como lembra Minhoto no trecho abaixo: “E o que fazer com o professores de Biologia
que tem tanto medo de vegetais? (...) Além da falta de aptidão em ensinar sobre as plantas, há
pouco material eficiente também para auxiliá-los. O ensino de Botânica pode se tornar
agradável, desde que um dos lados, o do docente, motive o outro, o do discente.”(MINHOTO
2003) Partindo desse pressuposto torna-se de extrema relevância ações que despertem o
conhecimento acerca de espécies vegetais tornando-se imprescindível a aplicação de
metodologias que favoreçam e enriqueçam o processo de ensino-aprendizagem. Campos &

5
Oliveira (2005) demonstraram que a maioria dos alunos mostra interesse na vivência prática
dos conteúdos, buscando um tipo de aula diferente, fora do ambiente formal da sala de aula.

BOTÂNICA

Reino Vegetal - Origem e classificação das Plantas


A esta altura você já deve ter ouvido que os seres vivos são divididos em grupos. A
divisão, classificação e características destes têm mudado com os anos devido aos avanços
nas pesquisas e descobertas da ciência.

A maioria dos organismos macroscópicos (vistos a olho nu) pode ser facilmente
classificada no Reino Vegetal ou no Reino Animal. Mas o que dizer os seres microscópicos, de
estruturas pequeníssimas e tão peculiares? Assim os cientistas hoje utilizam a classificação em
quatro ou cinco Reinos:

ias e
Este último é objeto do nosso estudo. Mas você já sabe algo sobre o Reino Plantae?

O Reino Vegetal, conhecido cientificamente como Plantae, é formado por


aproximadamente 300.000 espécies conhecidas, sendo que, entre elas, encontram-se muitos
tipos de ervas, arbustos, árvores, plantas microscópicas, etc.

Em geral são: autotróficos cujas células incluem um ou mais organelas especializados


na produção de material orgânico a partir de material inorgânico e da energia solar, os
cloroplastos. Suas células possuem uma parede celular formada por celulose

Muitas espécies de plantas que não são capazes de produzir seu próprio alimento por
esta razão, elas agem de forma parasita, extraindo de outras plantas os nutrientes necessários
para sua sobrevivência.Agora pareceu fácil identificar esses organismos né? não se engane!
Lineu definiu o seu reino Plantae incluindo todos os tipos de plantas "superiores", as algas e os
fungos. Depois de se descobrir que nem todas eram verdes, passou-se a definir planta como
qualquer ser vivo sem movimentos voluntários.

Já Aristóteles dividia todos os seres vivos em plantas (sem capacidade motora ou órgãos
sensitivos), e em animais (cassificação que foi usada por muito tempo). Mas o que dizer das

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sensitivas ou dormideira? É! Aquela plantinha que fecha os folíolos ao mínimo toqueou
ausência de luz? Ela também não é um vegetal? E tem órgãos sensitivos não é? Hoje é muito
utilizada a classificação conhecida como cladística, a qual relaciona asrelações evolutivas entre
organismos. Assim, o taxon (ou clado) deve ser monofilético, isto é, todas as espécies do grupo
devem possuir um antepassado comum. Tá viajando? Então vamos continuar para ver se você
compreende...

Segundo esta classificação, o Reino Plantae é um grupo monofilético (mesmo


antepassado) com as características comuns como organismos eucarióticos que fazem
fotossíntese usando clorofilas a e b e armazenam seus produtos fotossíntéticos.

Outra particularidade do grupo é possuir parede celular constituída principalmente por


celulose. Agora ficou mais claro né! Ainda neste contexto, as plantas estão divididas em dois
grandes grupos:

Criptógamos: são plantas que possuem as estruturas produtoras de gametas pouco evidentes
como os musgos e samambaias.

Fanerógamas: são plantas produtoras de gametasbem visíveis, além disso desenvolvem


sementes e por isso são chamadas espermatófitos como pinheiros, mangueiras, roseiras, etc.

As criptógamos ainda dividem-se em:

Briófitas: não possuem vasos específicos para a condução de seiva sendo plantas de pequeno
porte. Como exemplo tem musgos e hepáticas.

Pteridófitos: são plantas com vasos condutores de seivas com exemplo as samambaias e
avencas

7
Briófitas:

Briófitas (do gergo bryon: 'musgo'; e phyton: 'planta') são plantas pequenas, geralmente
com alguns poucos centímetros de altura, que vivem preferencialmente em locais úmidos e
sombreados.

O corpo do musgo é formado basicamente de três partes ou estruturas:

rizóides - filamentos que fixam a planta no ambiente em que ela vive e absorvem a água e os
sais minerais disponíveis nesse ambiente;

caulóide - pequena haste de onde partem os filóides;

filóides -estruturas clorofiladas e capazes de fazer fotossíntese.

Estrutura das briófitas

Essas estruturas são chamadas de rizóides, caulóides e filóides porque não têm a
mesma organização de raízes, caules e folhas das plantas que estão presentes a partir das
pteridófitas. Faltam-lhes, por exemplo, vasos condutores especializados no transporte de

nutrientes, como a água. Na organização das raízes, caules e folhas verdadeiras verifica-se a
presença de vasos condutores de nutrientes.

Aliás, uma das características mais marcantes das briófitas é a ausência de vasos
condutores de nutrientes. Por isso, a água absorvida do ambiente é transportada nessas
plantas de célula para célula, ao longo do corpo do vegetal. Esse tipo de transporte é

8
relativamente lento e limita o desenvolvimento de plantas de grande porte. Assim, as briófitas
são sempre pequenas, baixas.

Acompanhe o raciocínio: se uma planta terrestre de grande porte não possuísse vasos
condutores, a água demoraria muito para chegar até as folhas. Nesse caso, especialmente nos
dias quentes - quando as folhas geralmente transpiram muito e perdem grande quantidade de
água para o meio ambiente -, elas ficariam desidratadas (secariam) e a planta morreria. Assim,
toda a planta alta possui vasos condutores.

Mas nem todas as plantas que possuem vasos condutores são altas; o capim, por
exemplo, possui vasos condutores e possui pequeno porte. Entretanto, uma coisa é certa: se a
planta terrestre não apresenta vasos condutores, ela terá pequeno porte e viverá em ambientes
preferencialmente úmidos e sombreados.

Musgos e hepáticas são os principais representantes das briófitas. O nome hepáticas


vem do grego hepathos, que significa 'fígado'; essas plantas são assim chamadas porque o
corpo delas lembra a forma de um fígado.

Hepática

Os musgos são plantas eretas; as hepáticas crescem "deitadas" no solo. Algumas


briófitas vivem em água doce, mas não se conhece nenhuma espécie marinha.

Reprodução das briófitas

Para explicar como as briófitas se reproduzem, tomaremos como modelo o musgo


mimoso. Observe o esquema:

9
Os musgos verdes que vemos num solo úmido, por exemplo, são plantas sexuadas
que representam a fase chamada gametófito, isto é, a fase produtora de gametas.

Nas briófitas, os gametófitos em geral têm sexos separados. Em certas épocas, os


gametófitos produzem uma pequena estrutura, geralmente na região apical - onde terminam os
filóides. Ali os gametas são produzidos. Os gametófitos masculinos produzem gametas móveis,
com flagelos: os anterozóides. Já os gametófitos femininos produzem gametas imóveis,
chamados oosferas. Uma vez produzidos na planta masculina, os anterozóides podem ser
levados até uma planta feminina com pingos de água da chuva que caem e respingam. Na
planta feminina, os anterozóides nadam em direção à oosfera; da união entre um anterozóide
e uma oosfera surge o zigoto, que se desenvolve e forma um embrião sobre a planta feminina.
Em seguida, o embrião se desenvolve e origina uma fase assexuada chamada esporófito, isto
é, a fase produtora de esporos.

No esporófito possui uma haste e uma cápsula. No interior da cápsula formam-se os


esporos. Quando maduros, os esporos são liberados e podem germinar no solo úmido. Cada
esporo, então, pode se desenvolver e originar um novo musgo verde - a fase sexuada chamada
gametófito.

Como você pode perceber, as briófitas dependem da água para a reprodução, pois os
anterozóides precisam dela para se deslocar e alcançar a oosfera.

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O musgo verde, clorofilado, constitui, como vimos, a fase denominada gametófito,
considerada duradoura porque o musgo se mantém vivo após a produção de gametas. Já a
fase denominada esporófito não tem clorofila; ela é nutrida pela planta feminina sobre a qual
cresce. O esporófito é considerado uma fase passageira porque morre logo após produzir
esporos.

Pteridófitas

Samambaias, avencas, xaxins e cavalinhas são alguns dos exemplos mais conhecidos
de plantas do grupo das pateridófitas. A palavras pteridófita vem do grego pteridon, que significa
'feto'; mais phyton, 'planta'.

Observe como as folhas em brotamento apresentam uma forma que lembra a posição
de um feto humano no útero materno. Antes da invenção das esponjas de aço e de outros
produtos, pteridófitas como a "cavalinha", cujo aspecto lembra a cauda de um cavalo e tem
folhas muito ásperas, foram muito utilizadas como instrumento de limpeza. No Brasil, os brotos
da samambaia-das-roças ou feto-águia, conhecido como alimento na forma de guisados.

Cavalinha, pteridófita do gênero Equisetum.

Atualmente, a importância das pteridófitas para o interesse humano restringe-se,


principalmente, ao seu valor ornamental. É comum casas e jardins serem embelezados com
samambaias e avencas, entre outros exemplos.

11
Ao longo da história evolutiva da Terra, as pteridófitas foram os primeiros vegetais a
apresentar um sistema de vasos condutores de nutrientes. Isso possibilitou um transporte mais
rápido de água pelo corpo vegetal e favoreceu o surgimento de plantas de porte elevado. Além
disso, os vasos condutores representam uma das aquisições que contribuíram para a
adaptação dessas plantas a ambientes terrestres.

Samambaia

Xaxins

O corpo das pteridófitas possui raiz, caule e folha. O caule das atuais pteridófitas é em
geral subterrâneo, com desenvolvimento horizontal. Mas, em algumas pteridófitas, como os
xaxins, o caule é aéreo. Em geral, cada folha dessas plantas divide-se em muitas partes
menores chamadas folíolos.

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A maioria das pteridófitas é terrestre e, como as briófitas, vive preferencialmente em
locais úmidos e sombreados.

Pteridófitas mais conhecidas

Cavalinha: porte pequeno, caule subterrâneo e que formam ramos eretos que lembram
vagamente um caule de cana-de-açucar com cerca de 1 cm de diâmetro. Folhas em forma de
fios, agrupadas em feixes, emergem do caule e lembram uma cauda de cavalo (veja foto acima).

Selaginela: erroneamente vendida como musgo nas floriculturas. Folhas miúdas que
saem do caule cilíndrico bem fino.

Selaginela

Licopódio: caule subterrâneo e que dá ramos aéreos eretos dos quais saem folhas bem
menores que as da selaginela. É comum formarem-se "buquês" de rosa acompanhados de
ramos de licopódios.

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Samambaias: As pteridófitas mais modernas são popularmente conhecidas como
samambaias e pertencem à classe das filícíneas. Incluem as rendas portuguesas, as avencas,
os xaxins, as samambaias de metro etc. Na maioria delas, o caule subterrâneo, chamado
rizoma, forma folhas aéreas. No xaxim o caule é aéreo e estério e pode atingir cerca de 2 a 3
metros. As folhas são muitas vezes longas, apresentam divisões (folíolos) e crescem em
comprimento pelas pontas, que são enroladas, lembrando a posição do feto no interior do útero.
Na época de reprodução, os folíolos ficam férteis e neles surgem pontos escuros, os soros,
verdadeiras unidades de reprodução.

Soros nas folhas de samabaia.

Reprodução das pteridófitas - Ciclo haplodiplobionte

Da mesma maneira que as briófitas, as pteridófitas se reproduzem num ciclo que


apresenta uma fase sexuada e outra assexuada. Para descrever a reprodução nas pteridófitas,
vamos tomar como exemplo uma samambaias comumente cultivada (Polypodium vulgare).

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A samambaia é uma planta assexuada produtora de esporos. Por isso, ela representa a
fase chamada esporófito.

Em certas épocas, na superfície inferior das folhas da samambaias formam-se pontinhos


escuros chamados soros. O surgimento dos soros indica que a samambaias está em época de
reprodução - em cada soro são produzidos inúmeros esporos. Quando os esporos amadurecem,
os soros se abrem. Então os esporos caem no solo úmido; cada esporo pode germinar e originar
um protalo, aquela plantinha em forma de coração mostrada no esquema. O protalo é uma
planta sexuada, produtora de gamentas; por isso, ele representa a fase chamada de gametófito.

Ciclo reprodutivo das samambaias

O protalo da samambaias contém estruturas onde se formam anterozóides e oosferas.


No interior do protalo existe água em quantidade suficiente para que o anterozóide se desloque
em meio líquido e "nade" em direção à oosfera, fecundado-a. Surge então o zigoto, que se
desenvolve e forma o embrião. O embrião, por sua vez, se desenvolve e forma uma nova
samambaias, isto é, um novo esporófito. Quando adulta, a samambaias forma sosres, iniciando
novo ciclo de reprodução.

Como você pode perceber, tanto as briófitas como as pteridófitas dependem da água
para a fecundação. Mas nas briófitas, o gametófito é a fase duradoura e os esporófito, a fase
passageira. Nas pteridófitas ocorre o contrário: o gametófito é passageiro - morre após a

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produção de gametas e a ocorrência da fecundação - e o esporófito é duradouro, pois se
mantém vivo após a produção de esporos.

Gimnospermas

As gimnospermas (do grego Gymnos: 'nu'; e sperma: 'semente') são plantas terrestres
que vivem, preferencialmente, em ambientes de clima frio ou temperado. Nesse grupo incluem-
se plantas como pinheiros, as sequóias e os ciprestes.

As gimnsopermas possuem raízes, caule e folhas. Possuem também ramos reprodutivos


com folhas modificadas chamadas estróbilos. Em muitas gimnospermas, como os pinheiros e
as sequóias, os estrobilos são bem desenvolvidos e conhecidos como cones - o que lhes
confere a classificação no grupo das coníferas.

Florestas de coníferas de regiões temperadas são ricas em árvores do grupo das


gimnospermas. No Brasil, detaca-se a Mata de Araucárias do Sul do país.

Há produção de sementes: elas se originam nos estróbilos femininos. No entanto, as


gimnospermas não produzem frutos. Suas sementes são "nuas", ou seja, não ficam encerradas
em frutos.

Araucárias, tipo de conífera.

São também gimnospermas as Cycas, popularmente conhecidas como palmeira-de-


ramos ou palmeira-de- sagu, comuns em alguns lugares do Brasil. O tronco também costuma
ser espesso, a folha é parecida com a das palmeiras, porém, é muito mais rígida.

Reprodução das gimnospermas - Ciclo haplodiplobionte na Coníferas

16
Vamos usar o pinheiro-do-paraná (Araucária angustifólia) como modelo para explicar a
reprodução das gimnospermas. Nessa planta os sexos são separados: a que possui estróbilos
masculinos não possuem estrobilos femininos e vice-versa. Em outras gimnospermas, os dois
tipos de estróbilos podem ocorrer numa mesma planta.

Existem dois tipos de estróbilos, um grande e outro pequeno e, como conseqüência, há


dois tipos de esporângios e de esporos. Nos estróbiolos maiores, considerados femininos, cada
esporângio, chamado de óvulo, produz por meiose um megásporo (ou macrósporo). O
megásporo fica retido no esporângio, não é liberado, como ocorre com os esporos das
pteridófitas. Desenvolvendo-se no interior do óvulo o megásporo origina um gametófito feminino.
Nesse gametófito surge aquegônios e, no interior de cada um deles, diferencia-se uma oosfera
(que e o gameta feminino).

Nos estrobilos menores, considerados masculinos, cada esporângio - também chamado


de saco polínico - produz por meiose, numerosos micrósporos. Desenvolvendo-se no interior
do saco polínico, cada micrósporo origina um gametófito masculino, também chamado de grão
de pólen (ou gametófito masculino jovem). A ruptura dos sacos polínicos libera inumeros grãos
de pólen, leves, dotados de duas expansões laterias, aladas. Carregados pelo vento, podem
atingir os óvulos que se encontram nos estróbilos femininos. O processo de transporte de grão
de pólen (não se esqueça que eles representam os

Cones ou estróbilos.

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gametófitos masculinos) constitui a polinização, que, nesse caso, ocorre pelo vento. Cada grão
de pólen, aderido a uma abertura existente no óvulo, inicia um processo de crescimento que
culmina com a formação de um tubo polínico, correspondente a um grão de pólen adulto
(gametófito masculino adulto). No interior do tubo polínico existe dois núcleos gaméticos
haplóides, correspondentes aos anterozóides das pteridófitas. Apenas um dos núcleos
gaméticos fecunda a oosfera, gerando o zigoto (o outro núcleo gamético degenera). Dividindo-
se repetidamente por mitose, o zigoto acaba originando um embrião, que mergulha no tecido
materno correspondente ao gametófito feminino.

Após a ocorrência da fecundação e da formação do embrião, o óvulo converte-se em

semente, que é uma estrutura com três componentes: uma casa (também chamada de
integumento), um embrião e um tecido materno haplóide, que passa a ser denominado de
endosperma (ou endosperma primário), por acumular substâncias de reserva que serão
utilizadas pelo embrião durante a sua germinação. A dispersão das sementes, em condições
naturais, pode ocorrer pelo vento, no caso do pinheiro comum, ou com ajuda de animais
(gralhas-azuis ou esquilos) como acontece com os pinhões do pinheiro-do-paraná. Portanto, ao
comparar gimnospermas coníferas com as pteridófitas, as seguintes novidades podem ser
citadas: estróbilos produtores de óvulos (que, depois, serão convertidos em sementes),
estróbilos produtores de grãos de pólen, polinização, diferenciação do grão de pólen em tubo
polínico e, por fim, a fecundação idenpendente da água ambiental (esse tipo de fecundação é
conhecido por sifogamia). Perceba que as árvores coníferas representam a geração duradoura,
o esporófito, sendo os gametófitos reduzidos e pouco duradouros.

18
Angiospermas

Atualmente são conhecidas cerca de 350 mil espécies de plantas - desse total, mais de
250 mil são angiospermas.

A palavra angiosperma vem do grego angeios, que significa 'bolsa', e sperma, 'semente'.
Essas plantas representam o grupo mais variado em número de espécies entre os
componentes do reino Plantae ou Metaphyta. Flores e frutos: aquisições evolutivas

As angiospermas produzem raiz, caule, folha, flor, semente e fruto. Considerando essas
estruturas, perceba que, em relação às gimnospermas, as angiospermas apresentam duas
"novidades": as flores e os frutos.

A flor e o fruto do maracujá

As flores podem ser vistosas tanto pelo colorido quanto pela forma; muitas vezes também
exalam odor agradável e produzem um líquido açucarado - o néctar - que serve de alimento
para as abelhas e outros animais. Há também flores que não têm peças coloridas, não são
perfumadas e nem produzem néctar.

Coloridas e perfumadas ou não, é das flores que as angiospermas produzem sementes


e frutos. As partes da flor

Os órgãos de suporte – órgãos que sustentam a flor, tais como:

pedúnculo – liga a flor ao resto ramo;

receptáculo – dilatação na zona terminal do pedúnculo, onde se inserem as restantes


peças florais;

19
órgãos de proteção – órgãos que envolvem as peças reprodutoras propriamente ditas,
protegendo-as e ajudando a atrair animais polinizadores. O conjunto dos órgãos de proteção
designa-se perianto. Uma flor sem perianto diz-se nua.

cálice – conjunto de sépalas, as peças florais mais parecidas com folhas, pois
geralmente são verdes. A sua função é proteger a flor quando em botão. A flor sem sépalas
diz-se assépala. Se todo o perianto apresentar o mesmo aspecto (tépalas), e for semelhante a
sépalas diz-se sepalóide. Neste caso diz-se que o perianto é indiferenciado;

corola – conjunto de pétalas, peças florais geralmente coloridas e perfumadas, com


glândulas produtoras de néctar na sua base, para atrair animais. A flor sem pétalas diz-se
apétala. Se todo o perianto for igual (tépalas), e for semelhante a pétalas diz-se petalóide.
Também neste caso, o perianto se designa indiferenciado;

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órgãos de reprodução – folhas férteis modificadas, localizadas mais ao centro da flor e
designadas esporófilos. As folhas férteis masculinas formam o anel mais externo e as folhas
férteis femininas o interno.

androceu – parte masculina da flor, é o conjunto dos estames. Os estames são folhas
modificadas, ou esporófilos, pois sustentam esporângios. São constituídas por um filete
(corresponde ao pecíolo da folha) e pela antera (corresponde ao limbo da folha);

gineceu – parte feminina da flor, é o conjunto de carpelos. Cada carpelo, ou esporófilo


feminino, é constituído por uma zona alargada oca inferior designada ovário, dado que contém
óvulos. Após a fecundação, as paredes do ovário formam o fruto. O carpelo prolonga-se por
uma zona estreita, o estilete, e termina numa zona alargada que recebe os grãos de pólen,
designada estigma. Geralmente o estigma é mais alto que as anteras, de modo a dificultar a
autopolinização.

Os frutos contêm e protegem as sementes e auxiliam na dispersão na natureza. Muitas


vezes eles são coloridos, suculentos e atraem animais diversos, que os utiliza como alimento.
As sementes engolidas pelos animais costuma atravessar o tubo digestivo intactas e são
eliminadas no ambiente com as fezes, em geral em locais distantes da planta-mãe, pelo vento,
por exemplo. Coloridos e e suculentos ou não, os frutos abrigam e protegem as sementes e
contribuem para a sua dispersão na natureza. Isso favorece a espécie na conquista de novos
territórios.

Os dois grandes grupos de angiospermas

As angiospermas foram subdivididas em duas classes: as monocotiledôneas e as


dicotiledôneas.

São exemplos de angiospermas monocotiledôneas: capim, cana-de-açúcar, milho, arroz,


trigo, aveias, cevada, bambu, centeio, lírio, alho, cebola, banana, bromélias e orquídeas.

São exemplos de angiospermas dicotiledôneas: feijão, amendoim, soja, ervilha, lentilha,


grão-de-bico, pau- brasil, ipê, peroba, mogno, cerejeira, abacateiro, acerola, roseira, morango,
pereira, macieira, algodoeiro, café, jenipapo, girassol e margarida.

Monocotiledôneas e dicotiledôneas: algumas diferenças

Entes as angiospermas, verificam-se dois tipos básicos de raízes: fasciculadas e


pivotantes.

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Raízes fasciculadas. Também chamadas raízes em cabeleira, elas formam numa
planta um conjunto de raízes finas que têm origem num único ponto (esquema A dado acima).
Não se percebe nesse conjunto de raízes uma raiz nitidamente mais desenvolvida que as
demais: todas elas têm mais ou menos o mesmo grau de desenvolvimento. As raízes
fasciculadas ocorrem nas monocotiledôneas.

Raiz fasciculada e pivotante, respectivamente.

Raízes pivotantes. Também chamadas raízes axiais, elas formam na planta uma raiz
principal, geralmente maior que as demais e que penetra verticalmente no solo; da raiz principal
partem raízes laterais, que também se ramificam. As raízes pivotantes ocorrem nas
dicotiledôneas.

Em geral, nas angiospermas verificam-se dois tipos básicos de folhas: paralelinérvea e


reticulada.

Folhas paralelinérveas. São comuns nas angiospermas monocotiledôneas. As


nervuras se apresentam mais ou menos paralelas entre si.

Folhas reticuladas. Costumam ocorrer nas angiospermas dicotiledôneas. As nervuras


se ramificam, formando uma espécie de rede.

Existem outras diferenças entre monocotiledôneas e dicotiledôneas, mas vamos


destacar apenas a responsável pela denominação que esses dois grupos de plantas recebem.

O embrião da semente de angiosperma contém uma estrutura chamada cotilédone. O


cotilédone é uma folha modificada, associada a nutrição das células embrionárias que poderão
gerar uma nova planta.

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Sementes de monocotiledôneas. Nesse tipo de semente, como a do milho, existe um
único cotilédone; daí o nome desse grupo de plantas ser monocotiledôneas (do grego mónos:
'um', 'único'). As substâncias que nutrem o embrião ficam armazenadas numa região
denominada endosperma. O cotilédone transfere nutrientes para as células embrionárias em
desenvolvimento.

Sementes de dicotiledôneas. Nesse tipo de semente, como o feijão, existem dois


cotilédones - o que justifica o nome do grupo, dicotiledôneas (do grego dís: 'dois'). O
endosperma geralmente não se desenvolve nas sementes de dicotiledôneas; os dois
cotilédones, estão armazenam as substâncias necessárias para o desenvolvimento do embrião.

MONOCOTILEDÔNEAS DICOTILEDÔNEAS
raiz fasciculada (“cabeleira”) pivotante ou axial (principal)
em geral, sem crescimento em espessura em geral, com crescimento em
caule
(colmo, rizoma, bulbo) espessura (tronco)
distribuição feixes líbero-lenhosos feixes líbero-lenhosos dispostos em
de vasos no “espalhados”(distribuição atactostélica = círculo (distribuição eustélica =
caule irregular) regular)
invaginante: bainha desenvolvida; uninérvia peciolada: bainha reduzida; pecíolo;
folha
ou paralelinérvia. nervuras reticuladas ou peninérvias.
Flor trímera (3 elementos ou múltiplos) dímera, tetrâmera ou pentâmera
embrião um cotilédone 2 cotilédones
eucalipto; abacate; morango; maçã;
bambu; cana-de-açúcar; grama; milho; arroz;
exemplos pera; feijão; ervilha; mamona;
cebola; gengibre; coco; palmeiras.
jacarandá; batata.

MORFOLOGIA VEGETAL
O corpo da maioria das plantas angiospermas é dividido em duas partes principais, uma
localizada sob o solo, constituída pelas raízes, e outra área constituída pelo caule, folhas,
flores e frutos. As células das raízes, assim com as células de muito caules, não fazem
fotossíntese e por isso dependem do alimento produzido nas células das folhas. O caule, folhas,
flores e frutos, por sua vez, dependem da água e dos sais minerais absorvidos pelas raízes.

23
A raiz
Quase sempre a raiz é originada a partir da radícula do embrião, localizado na
semente.

Partes das semente

A partir dela surgem ramos secundários. No entanto, é freqüente surgirem raízes a partir
de caules e mesmo de folhas. Essas raízes conhecidas como adventícias (do latim advena =
que vem de fora, que nasce fora do lugar habitual), são comuns, por exemplo, na base de um
pé de milho.

As raízes distribuem-se amplamente pelo solo, mas há algumas plantas que possuem
raízes aéreas, comuns nas trepadeiras, bromélias, orquídeas, enquanto outras possuem
raízes submersas, como os aguapés, comuns em represas.

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Raiz aérea Raiz aquática

Temos dois tipos básicos de sistema radicular: o pivotante, em que há uma raiz principal,
e o fasciculado, em que os ramos radiculares são equivalentes em tamanho e aparência, não
apresentando uma raiz principal.

Partes da raiz

25
A extremidade de uma raiz é envolta por
um capuz de células denominado coifa, cuja
função é proteger o meristema radicular, um
tecido em que as células estão se multiplicando
ativamente por mitose. É no meristema que são
produzidos as novas células da raiz, o que
possibilita o seu crescimento.

Logo após a extremidade, localiza-se a


região onde as células surgidas por mitose
crescem. Nessa região denominada zona de
distensão ou de alongamento celular, a raiz
apresenta a maior taxa de crescimento. Após a
zona de distensão situa-se a zona pilífera da
raiz, que se caracteriza por apresentar células
epidérmicas dotadas de projeções
citoplasmáticas finas e alongadas, os pêlos
absorventes. É através desses pelos que a raiz
absorve a maior parte da água e dos sais
minerais de que precisa.

Já a região de ramos secundários é


aquela que se

nota o brotamento de novas raízes que


surgem de regiões internas da raiz principal.

Tipos de Raízes

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A principal função da raiz é a absorção dos nutrientes minerais, sendo que, no solo,
também é responsável pela fixação do vegetal ao substrato. Alguns tipos de raízes, no entanto,
também desempenham outras funções:

Raizes tuberosas, como as da mandioca, da batata-doce e do nabo armazenam


reservas alimentares, principalmente na forma de grãos de amido, utilizadas durante a
floração e a produção de frutos pela planta. Os agricultores colhem essas raízes antes da planta
tenha chance de consumir as reservas armazenadas, utilizando-as na alimentação humana e
de animais.

Raízes respiratórias ou pneumatóforos são adaptadas a realização de trocas


gasosas com o ambiente. Esse tipo de raiz é encontrado em plantas como a Avicena tomentosa,
que vive no solo encharcado e pobre em gás oxigênio nos manguezais. As raízes principais
dessa planta crescem rente à superfície do solo e, de espaço em espaço, apresentam
pneumatóforos, que crescem para cima, perpendicularmente ao solo.

Durante a maré vazante os pneumatóforos ficam expostos e pode realizar trocas de gases com
o ar.

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Raízes-suportes, também chamadas raízes-escoras, aumentam a base de fixação
da planta ao solo. Algumas espécies de árvores possuem raízes tubulares, em forma de
pranchas verticais, que aumentam a estabilidade da planta e fornecem maior superfície
para respiração do sistema radicular.

Raízes aéreas são características de plantas epífetas, isto é, que vivem sobre outras

plantas sem parasitá- las. Essas raízes podem atingir vários metros de comprimento antes de
alcançar o solo, constituindo os cipós.

Raízes sugadoras são adaptadas à extração de alimentos de plantas hospedeiras,


sendo características de plantas parasitas, como o cipó-chumbo e a erva-de-passarinho. As
raízes sugadoras possuem um órgão de fixação, chamado apreensório, do qual partem finas
projeções denominadas haustórios. Os haustórios penetram na planta hospedeira até atingir
os vasos condutores de seiva, de onde extraem água e nutrientes de que a planta parasita
necessita para sobreviver.

No caso de a planta ser hemiparasita, a exemplo da erva-de-passarinho (é clorofilada,


e portanto autótrofa), somente a seiva bruta (água e minerais), que transita pelos vasos
lenhosos do xilema, é retirada da planta hospedeira.

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Caule

As funções do caule

O caule realiza a integração de raízes e folhas, tanto


do ponto de vista estrutural como funcional. Em outras
palavras, além de constituir a estrutura física onde se
inserem raízes e folhas, o caule desempenha as funções de
condução de água e sais minerais das raízes para as
folhas, e de condução de matéria orgânica das folhas
para as raízes.

Caules jovens têm células clorofiladas e são


revestidos por uma epiderme uniestratificada, isto é,
formada por uma única camada (estrato) de células.
Plantas que apresentam pequeno crescimento em
espessura, como as gramíneas, por exemplo, também
apresentam caules revestidos pela epiderme e esta pode
ainda apresentar sobre si, externamente, uma cutícula
protetora.

29
Já em plantas que crescem muito em espessura,
transformando- se em arbustos ou árvores, a epiderme é
substituída por um revestimento complexo, formado por
vários tecidos. O tecido mais externo é formado por células
mortas, que conferem o aspecto áspero e opaco aos
troncos das árvores. Esse revestimento multitecidual,
denominado periderme, acompanha o crescimento

em espessura dos troncos.

Os caules são, em geral, estruturas aéreas, que crescem verticalmente em relação ao


solo. Existem, no entanto, caules que crescem horizontalmente, muitas vezes,
subterraneamente.

Caules subterrâneos podem ser distinguidos de raízes porque apresentam gemas ou


botões vegetativos, a partir dos quais podem se desenvolver ramos e folhas.

Gemas

As gemas caulinares são formadas por grupos de células meristemáticas, capazes de


se multiplicar ativamente por mitose. Um conjunto de células meristemáticas forma um
meristema, motivo pela qual as gemas caulinares também são chamadas meristemas
caulinares.

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No ápice do caule (e de cada ramo) existe sempre uma gema (ou meristema) apical, que
permite o crescimento em extensão graças à multiplicação das células meristemáticas. À
medida que o caule cresce diferenciam-se lateralmente, regiões onde surgem folhas e gemas
axilares (ou laterais). As regiões onde se inserem as folhas e as gemas são denominadas nós
e os espaços entre os nós são chamados entrenós.

As gemas axilares são meristemas localizados no caule, junto ao ângulo formado entre
a folha e o ramo, que os botânicos denominaram “axila” foliar. As gemas axilares permanecem
inativas durante certo período, denominado dormência após o qual podem entrar em atividade,
originando ramos laterais.

Tipos de caules

Troncos são caules robustos, desenvolvidos na parte inferior e ramificados no ápice.


São encontrados na maioria das árvores e arbustos do grupo das dicotiledôneas.

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Estipes são caules geralmente não ramificados, que apresentam em seu ápice um tufo
de folhas. São típicos das palmeiras.

Colmos são caules não-ramificados que se distinguem dos estipes por apresentarem,
em toda a sua extensão, divisão nítida em gomos. Os gomos dos colmos podem ser ocos como
no bambu, ou cheios como no milho ou na cana-de-açúcar.

Caules trepadores estão presentes em plantas trepadeiras e crescem enrolados sobre


diversos tipos de suporte. Esse tipo de caule representa uma adaptação à obtenção de locais
mais iluminados, em que há mais luz para a fotossíntese.

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Estolão ou estolho é um tipo de caule que cresce paralelamente ao chão, produzindo
gemas de espaço em espaço. Essas gema podem formar raízes e folhas e originar novas

plantas.

Rizomas são caules subterrâneos que acumulam substâncias nutritivas. Em alguns


rizomas ocorre acúmulo de material nutritivo em certas regiões, formando tubérculos. Rizomas
podem ser distinguidos de raízes pelo fato de apresentarem gemas laterais. O gengibre, usado
como tempero na cozinha oriental, é um caule tipo rizoma.

Na bananeira, o caule é um rizoma e a parte aérea é constituída exclusivamente por


folhas. Um única vez na vida de uma bananeira um ramo caulinar cresce para fora do solo,
dentro do conjunto de folhas, e forma em seu ápice uma inflorescência que se transforma em
um cacho com várias pencas de bananas.

A batata-inglesa possui um caule subterrâneo que forma tubérculos, as batatas, um dos


alimentos mais consumidos no mundo.

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Bulbos são estruturas complexas formadas pelo caule e por folhas modificadas. Os
bulbos costumam ser classificados em três tipos: tunicado, escamoso e cheio.

O exemplo clássico de bulbo tunicado é a cebola, cuja porção central, chamada prato, é
pouco desenvolvida. Da parte superior do prato partem folhas modificadas, muito ricas em
substâncias nutritivas: são os catafilos, que formam a cabeça da cebola. Da porção inferior do
prato partem as raízes.

O bulbo escamoso difere do tunicado pelo fato dos catafilos se disporem como escamas
parcialmente sobrepostas. Esse tipo de bulbo é encontrado no lírio.

No caso do bulbo cheio, as escamas são menos numerosas e revestem o bulbo como
se fosse uma casca. Bulbos cheios estão presentes na palma.

Cladódios são caules modificados, adaptados à realização de fotossíntese. As plantas


que os possuem perderam as folhas no curso da evolução, geralmente como adaptação a
regiões de clima seco. A ausência de folhas permite à planta economizar parte da água que
será perdida por evaporação.

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Gavinhas são ramos modificados que servem para a fixação de plantas trepadeiras. Ao
encontrar um substrato adequado as gavinhas crescem enrolando-se sobre ele.

Espinhos são ramos curtos, resistentes e com ponta afiada, cuja função é proteger a
planta, afastando dela animais que poderiam danificá-la.Os espinhos tanto podem surgir por
modificações de folhas, como nas cactáceas, como se originar do caule. Nesse caso forma-se
nas axilas das folas, a partir de uma gema axilar, como ocorre nos limoeiros e laranjeiras.

Nas roseiras não há espinhos verdadeiros e sim acúleos, estruturas afiadas originadas
da epiderme, o que explica serem facilmente destacáveis da planta, ao contrário dos espinhos.

A folha: local da fotossíntese

De formato extremamente variável, uma folha completa é formada por um “cabinho”, o


pecíolo, e uma superfície achatada dotada de duas faces, o limbo percorrido pelas nervuras.
A principal função da folha é servir como local em que é realizada a fotossíntese. Em algumas
plantas, existem folhas modificadas e que exercem funções especializadas, como as folhas
aprisionadoras de insetos das plantas insetívoras, e os espinhos dos cactos.

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Uma folha é sempre originada a partir de um gema lateral do caule. Existem dois tipos
básicos de folhas quanto ao tipo de nervura que apresentam: as paralelinérveas, típicas das
monocotiledôneas, e as reticulinérveas, comuns em eudicotiledôneas.

Eudicotiledôneas são uma das duas principais classes de angiospermas; inicialmente contidas
dentro do grupo das dicotiledôneas, que foi desmembrado por não ser monofilético. O prefixo eu significa
verdadeiro, portanto este termo designaria as plantas que realmente apresentam dois cotilédones. Esse
grupo difere-se do antigo dicotiledônea por apresentar somente plantas que apresentem grão de pólen
triaperturado, característica derivada de um ancestral comum, que torna o grupo monofilético

Algumas estruturas foliares especiais

Em algumas plantas, principalmente monocotiledôneas, não há um tecido propriamente


dito, mas um estrutura conhecida pelo nome de bainha, que serve de elemento de ligação da
folha à planta. É o caso, por exemplo, da folha de milho. Já em eudicotiledôneas, próximas aos

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pecíolos existem estruturas de formatos diversos – podem ser pontiagudas, laminares ou com
a forma de espinhos – conhecidas por estípulas.

O formato e a cor das folhas são muito variáveis e algumas delas chamam a atenção por
sua estrutura peculiar. É o caso por exemplo, das folhas modificadas presentes em plantas
carnívoras, cuja adaptação auxilia na captura de insetos. Também é especialmente
interessante a coloração de certas brácteas, pequenas folhas modificadas na base das flores,
apresentam: de tão coloridas, elas atuam como importante elemento para atração dos insetos.

Dionaea Muscipula- Planta carnívora

Plantas descíduas e abscisão foliar

Em muitas espécies de angiospermas,


principalmente nas adaptadas a regiões temperadas,
as folhas caem no outono e renascem na primavera.
Plantas que perdem as folhas em determinada estação
do ano são chamadas decíduas ou caducifólias.
Plantas que não perdem as folhas são chamadas de
perenes.

A queda das folhas no outono é interpretada


como uma adaptação ao frio intenso e à neve. Em
vez de ter as folhas lesadas pelo frio do inverno, a
planta as derruba “deliberadamente” no outono, em um
processo por ela controlado.

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A queda das folhas ocorre por meio de um processo chamado abscisão foliar. Inicialmente
forma-se um tecido cicatricial na região do pecíolo que une a folha ao caule, o tecido de
abscisão, que interrompe gradativamente a passagem de água e nutrientes minerais do
caule para a folha. A planta, assim, perde as folhas com o mínimo de prejuízo e reduz a
atividade metabólica durante todo o inverno. Na primavera, surgem novos primórdios
foliares junto às gemas dormentes, que logo se desenvolvem em folhas.

Classificação das folhas

As folhas podem ser classificadas de diversas maneiras: de acordo com a sua


disposição no caule, a forma do limbo, a forma da borda etc.

Filotaxia

Filotaxia é o modo como as folhas estão arranjadas no caule. Existem três tipos básicos
de filotaxia: oposta, verticilada e alternada.

A filotaxia é oposta quando existem duas folhas por nó, inseridas em regiões opostas.
Quando três ou mais folhas inserem-se no mesmo nó, a filotaxia é chamada verticilada. Quando
as folhas se inserem em regiões ligeiramente deslocadas entre si, em nós sucessivos,
descrevendo uma hélice, a filotaxia é chamada alternada.

Folha oposta Folha verticilada

Tipos de limbo

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O limbo pode ser simples (não-dividido) ou composto, dividido em dois, três ou mais
folíolos. Caso os folíolos de um limbo composto partam todos de um mesmo ponto do
pecíolo, dispondo-se como os dedos de uma mão, a folha é chamada de palmada.

Quando os folíolos de dispõem ao longo do pecíolo, a folha é chamada de penada. As


folhas penadas podem terminar em um único folíolo, sendo chamadas imparipenadas, ou em
dois folíolos, sendo chamadas paripenadas.

A forma e o tipo de borda do limbo são outras características utilizadas na classificação


de folhas.

Flor

A flor é o órgão reprodutivo das plantas angiospermas. Flores que apresentam órgãos
reprodutores de ambos os sexos, masculino e feminino, são chamadas de hermafroditas (ou
monóica). Já as flores que apresentam órgãos reprodutores de apenas um dos sexos
(masculino ou feminino) são chamadas de dióica.

Uma flor hermafrodita é geralmente constituída por quatro conjuntos de folhas


modificadas, os verticilos florais. Os verticilos se inserem em um ramos especializado,
denominado receptáculo floral. Os quatro verticilos florais são o cálice, constituído pelas
sépalas, a corola, constituída pelas pétalas, o androceu, constituído pelos estames, e o
gineceu, constituído pelos carpelos.

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Flores completas e incompletas

Uma flor que apresenta os quatro verticilos florais, ou seja, cálice, corola, androceu e gineceu, é uma
flor completa. Quando falta um ou mias desses componentes a flor é chamada incompleta.

Cálice, corola e perianto

As sépalas são geralmente verdes e lembram folhas. São as partes mais externas da
flor e a sua função é cobrir e proteger o botão floral antes dele se abrir. O conjunto de sépalas
forma o cálice floral.

Pétalas são estruturas geralmente coloridas e delicadas e se localizam internamente às


sépalas. O conjunto de pétalas forma a corola.

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O conjunto formado pelos dois verticilos florais mais externos, o cálice e a corola, é denominado perianto
(do grego Peri, em torno, e anthos, flor).

Estames

Estames são folhas modificadas, onde se formam os


gametas masculinos da flor. O conjunto de estames forma o
androceu (do grego andros, homem, masculino). Um estame
geralmente apresenta uma parte alongada, o filete, e uma parte
terminal dilatada, a antera.

O interior da antera é geralmente dividido em quatro


cavidades, dentro das quais se formam os grãos de pólen. No
interior de cada grão de pólen forma-se dois gametas masculinos,
denominados núcleos espermáticos. Quando a flor está madura,
as anteras se abrem e libertam os grãos de pólen.

Carpelos

Carpelos são folhas modificadas, em que se formam os gametas feminios da flor. Um


ou mais carpelos formam uma estrutura em forma de vaso, o pistilo. Este apresenta uma região
basal dilatada, o ovário, do qual parte um tubo, o estilete, que termina em uma região dilatada,

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o estigma. O conjunto de pistilos de uma flor constitui o gineceu (do grego gyncos, mulher,
feminino).

O pistilo pode ser constituído por um, dois ou mais carpelos, dependendo do tipo de flor.
Em geral, o número de câmaras internas que o ovário apresenta corresponde ao número de
carpelos que se fundiram para formá-lo. No interior do ovário formam-se um ou mais óvulos.

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Os óvulos vegetais são estruturas complexas, constituídas por muitas células. Nisso os
óvulos vegetais diferem dos óvulos animais, que são estruturas unicelulares.

No interior de cada óvulo vegetal se encontra uma célula especializada, a oosfera, que
é o gameta feminino propriamente dito.

Diagramas florais

O número dos tipos de peças florais estudadas é variável de flor para flor e pode ser
representado esquematicamente por um diagrama. Cada tipo pode ser representado por 3, 4
ou 5 peças ou múltiplos desses números. Na flor do hibisco, por exemplo, uma planta comum
em jardins, há 5 sépalas, 5 pétalas, um número múltiplo de 5 estames e um pistilo cujo ovário
é dividido em 5 lojas.

Inflorescências
Em algumas plantas muitas flores se agrupam em um mesmo ramo, formando
conjuntos denominados inflorescências.

Formação dos frutos e das sementes

Para que servem as flores?

Após a polinização e a fecundação, a flor sofre uma modificação extraordinária. De todos


os componentes que foram vistos anteriormente, acabam sobrando apenas o pedúnculo e o
ovário. Todo o restante degenera. O ovário sofre uma grande modificação, se desenvolve e
agora dizemos que virou fruto. Em seu interior os óvulos viram sementes. Assim, a grande

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novidade das angiospermas, em termos de reprodução, é a presença dos frutos. Todos os
componentes da flor que estudamos participa do processo reprodutivo que culminará na
produção de sementes dentro do fruto. Em toda a angiosperma é assim, mas deve-se se
lembrar que existe variações: há diferentes formatos de frutos e diferentes quantidades ou até
mesmo nenhuma semente.

Quando a planta tem inflorescências para a reprodução, os frutos formados também


ficarão reunidos e constituirão as infrutescências. É o caso do cacho de uvas, da amora, da
jaca e da espiga de milho.

Como ocorre a formação dos frutos

Polinização e fecundação
Polinização é o transporte dos grãos de pólen das anteras, onde eles se formam, até o
estigma, geralmente de uma outra flor. A polinização é o primeiro passo para a aproximação
dos gametas femininos e masculinos, essencial para que a fecundação ocorra.

O transporte do pólen, até o estigma é feito por agentes polinizadores, que podem ser
o vento, os insetos ou os pássaros.

Anemofilia

A polinização pelo vento é chamada de anemofilia (do grego anemos, vento). Há


diversas adaptações que favorecem esse tipo de polinização. As flores de plantas anemófilas
geralmente tem estigmas plumosos, que oferecem maior superfície para receber os grãos de
pólen. Suas anteras geralmente possuem filetes longos e flexíveis que oscilam ao vento, o que
facilita a dispersão do pólen. Além disso, as plantas anemófilas costumam produzir grande
quantidade de grãos de pólen, o que aumenta as chances de polinização.

Entomofilia e ornitofilia

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A polinização por insetos é chamada entomofilia (do grego entomos, inseto) e a
polinização por aves, ornitofilia (do grego ornithos, aves). As flores polinizadas por animais
geralmente possuem características que atraem os polinizadores, tais como corola vistosa,
glândulas odoríferas e produtoras de substâncias açucaradas (néctar). Existem até mesmo
flores que produzem dois tipos de estames, um com grãos de pólen férteis mas pouco atraentes
e outro com pólen atraente e comestível. O animal à procura do pólen comestível, se impregna
com o pólen fértil, transportando-o de uma flor para a outra.

Fecundação

Um grão de pólen, ao atingir o estigma de uma flor de mesma espécie, é estimulado a


se desenvolver por substâncias indutoras presentes no estigma. O pólen forma um longo tubo,
o tubo polínico, que cresce pistilo adentro até atingir o óvulo. Este possui um pequeno orifício
nos tegumentos, denominado micrópila, por onde o tubo polínico penetra. Pelo interior do tubo
polínico deslocam-se duas células haplóides, os núcleos espermáticos, que são os gametas
masculinos.

No interior do óvulo há uma célula haplóide especial, a oosfera, que corresponde ao


gameta feminino. A oosfera situa-se em posição estratégica dentro do óvulo, bem junto a
pequena abertura denominada mocrópila. O tubo polínico atinge exatamente a micrópila ovular
e um dos dois núcleos espermáticos do pólen fecunda a oosfera, originado o zigoto. Este dará
origem ao embrião.

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O outro núcleo espermático se une a dois núcleos polares presentes no interior do óvulo,
originando um tecido triplóide, o endosperma, que nutrirá o embrião.

O óvulo fecundado se transforma na semente, que contém um pequeno embrião em


repouse em seu interior.

Veja com mais detalhes!

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Frutos e sementes

Os frutos surgem do desenvolvimento dos ovários, geralmente após a fecundação


dos óvulos. Em geral, a transformação do ovário em fruta é induzida por hormônios liberados
pelos embriões em desenvolvimento. Existem casos, porém, em que ocorre a formação de
frutos sem que tenha havido polinização.

Partes do fruto
Um fruto é constituído por duas partes principais: o pericarpo, resultante do

desenvolvimento das paredes do ovário, e as sementes, resultantes do desenvolvimento dos


óvulos fecundados.

O pericarpo compõe-se de três camadas: epicarpo (camada mais externa), mesocarpo


(camada intermediária) e endocarpo (camada mais interna). Em geral o mesocarpo é a parte
do fruto que mais se desenvolve, sintetizando e acumulando substâncias nutritivas,
principalmente açucares.

Classificação dos frutos

Diversas características são utilizadas para se classificar os frutos, entre elas o tipo de
pericarpo, se o fruto abre-se ou não espontaneamente para liberar as sementes, etc.

Frutos que apresentam pericarpo suculento são denominados carnosos e podem ser do
tipo baga, quando se originam de ovários uni ou multicarpelares com sementes livres (ex.:
tomate, abóbora, uma e laranja), ou do tipo drupa, quando se originam de ovários unicarpelares,
com sementes aderidas ao endocarpo duro (ex.: azeitona, pêssego, ameixa e amêndoa).

Frutos que apresentam endocarpo não suculento são chamados de secos e podem ser
deiscentes, quando se abrem ao amadurecer, liberando suas sementes, ou indeiscentes,
quando não se abrem ao se tornar maduros.

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A diferença de fruta e fruto

O que se conhece popularmente por “frutas” não tem significado botânico. Fruta é
aquilo que tem sabor agradável, às vezes azedo, às vezes doce. É o caso da laranja, pêssego,
caju, banana, pêra, maça, morango, amora. Note que nem toda fruta é fruto verdadeiro.

Já o tomate, a berinjela, o jiló e a abobrinha, entre outros, são frutos verdadeiros, mas
não são frutas...

Pseudofrutos e frutos partenocárpicos

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Nos pseudofrutos a porção comestível não corresponde ao ovário desenvolvido. No caju,
ocorre hipertrofia do pedúnculo floral. Na maça, na pêra e no morango, é o receptáculo floral
que se desenvolve. Assim, ao comer a polpa de um abacate ou de uma manga você está se
alimentando do fruto verdadeiro. No entanto, ao saborear um caju ou uma maça, você está
mastigando o pseudofruto. No caso da banana e da laranja de umbigo (baiana), o fruto é
partenocárpico, corresponde ao ovário desenvolvido sem fecundação, logo, sem sementes.

Origem e estrutura da semente

A semente é o óvulo modificado e desenvolvido. Toda a semente possui um envoltório,


mais ou menos rígido, um embrião inativo da futura planta e um material de reserva alimentar
chamado endosperma ou albúmen.

Em condições ambientais favoráveis, principalmente de umidade, ocorre a hidratação da


semente e pode ser iniciada a germinação.

Os cotilédones

Todo o embrião contido em uma semente de angiosperma é um eixo formado por duas
extremidades:

49
A radícula, que é a primeira estrutura a emergir, quando o embrião germina;e

O caulículo, responsável pela formação das primeiras folhas embrionárias.

Uma “folha” embrionária merece especial atenção. É o cotilédone. Algumas


angiospermas possuem dois cotilédones, outras possuem apenas um. Plantas que possuem
dois cotilédones, são chamadas de eudicotiledôneas e plantas que possuem um cotilédone sã
chamadas de monocotiledôneas. Os cotilédones inserem-se no caulículo, que dará origem ao
caule.

50
A célula vegetal

A compreensão da anatomia e da fisiologia das plantas depende, fundamentalmente, do


conhecimento sobre a organização e o funcionamento de suas células.

As células das plantas vegetais apresentam pelo menos duas características que
permitem distinguilas claramente das células animais: possuem um envoltório externo rígido, a
parede celular, e um orgânulo citoplasmático responsável pela fotossíntese, o plasto. Além
disso, quando adultas, a maioria das células vegetais possui uma grande bolsa membranosa
na região central do citoplasma, o vacúolo central, que acumula uma substância aquosa de sais
e açúcares.

Parede da célula vegetal

A parede celular começa a se formar ainda na telófase da mitose que dá origem à célula
vegetal. Bolsas membranosas oriundas do aparelho de Golgi, repletas de substâncias
gelatinosas denominadas pectinas, acumulam-se na região central da célula em divisão e se
fundem, originando uma placa chamada fragmoplasto.

Enquanto a telófase avança, o fragmoplasto vai crescendo pela fusão de bolsas de


pectina em suas bordas. Durante esse crescimento centrífugo (isto é, do centro para fora),
forma-se poros no fragmoplasto, por onde passa fios de hialoplasma, que põe em comunicação

51
os conteúdos das futuras células vizinhas. Essas pontes hiloplasmáticas são os

plasmosdesmos (do grego plasmos, líquido, relativo ao citoplasma, e desmos, ponte, união).O
fragmoplasto atua como uma espécie de “forma” para a construção das paredes celulósicas.
Cada célula irmã-secreta celulose sobre o fragmoplasto e vai construindo, de seu lado, uma
parede celulósica própria. A camada de pectinas, que foi a primeira separação entre as células-
irmãs, atua agora como um cimento intercelular, passando a se chamar lamela média.

Estrutura da parede celular vegetal

A parede da célula vegetal é constituída por longas e resistentes microfibrilas de


celulose. Uma microfibrila reúne entre sessenta e setenta moléculas de celulose, cada qual,
constituída, por sua vez, por quinhentas moléculas de glicose encadeadas linearmente. As
microfibrilas de celulose mantêm-se unidas por uma matriz formada por glicoproteínas
(proteínas ligadas á açucares) e por dois polissacarídeos, hemicelulose e pectina. Esta
estruturação molecular lembra o concreto armado, onde longas e resistentes varetas de ferro,
correspondentes as microfibrilas celulósicas, ficam mergulhadas em uma argamassa de
cimento e pedras, correspondente à matriz de glicoproteínas, hemicelulose e pectina.

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Paredes primárias e secundárias

A parede celulósica secretada logo após a divisão celular é a parede primária. Essa
parede é elástica e acompanha o crescimento celular. Depois que a célula atingiu o seu
tamanho e forma definitivos, ela secreta uma nova parede internamente à parede primária. Essa
é a parede secundária.

As especializações das células das plantas estão sempre associadas à estrutura das
paredes celulares. Nos diferentes tecidos vegetais as células têm paredes diferentes de
diferentes espessuras, organização e composição química, que determinam não só a forma
como também as funções das células.

53
Conteúdo celular - principais organelas

Vacúolo

Delimitado por uma membrana denominada tonoplasto. Contém água, açúcares,


proteínas; pode-se encontrar ainda compostos fenólicos, pigmentos como betalaínas,
antocianinas cristais de oxalato de cálcio (drusas, estilóides, cristais prismáticos, rafídios, etc.).
Muitas das substâncias estão dissolvidas, constituindo o suco celular, cujo pH é geralmente
ácido, pela atividade de uma bomba de próton no tonoplasto. Em células especializadas pode
ocorrer um único vacúolo, originado a partir da união de pequenos vacúolos de uma antiga
célula meristemática (célula-tronco); em células parenquimáticas o vacúolo chega a ocupar 90%
do espaço celular.

Funções: Ativo em processos metabólicos, como:

Armazenamento de substâncias (vacúolos pequenos - acúmulo de proteínas, íons e outros


metabólitos). Um exemplo são os microvacúolos do endosperma da semente de mamona
(Ricinus communis), que contêm grãos de aleurona;

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Processo lisossômico (através de enzimas digestivas, existentes principalmente nos vacúolos
centrais e bem desenvolvidos, cujo tonoplasto sofre invaginações para englobar material
citoplasmático contendo organelas (a autofagia ocorre em células jovens ou durante a
senescência). Se originam a partir do sistema de membranas do complexo golgiense. Seu
tamanho aumenta à medida que o tonoplasto incorpora vesículas derivadas do complexo de
Golgi.

Plastos

Organelas formadas por um envelope de duas membranas unitárias contendo


internamente uma matriz ou estroma, onde se situa um sistema de membranas saculiformes
achatadas, os tilacóides. Originam-se dos plastídios e contêm DNA e ribossomos.

São divididos em três grandes grupos:

cloroplasto;

cromoplasto e

leucoplasto; estes, por sua vez, originam-se de estruturas muito pequenas, os


proplastídios (que normalmente já ocorrem na oosfera, no saco embrionário e nos sistemas
meristemáticos). Quando os proplastídios se desenvolvem na ausência de luz, apresentam um
sistema especial, derivado da membrana interna, originando tubos que se fundem e formam o
corpo prolamelar. Esses plastos são chamados estioplastos.

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Cloroplastos: Seu genoma codifica algumas proteínas específicas dessas organelas;
contêm clorofila e estão associados à fase luminosa da fotossíntese, sendo mais diferenciados
nas folhas. Seu sistema de tilacóides é formado por pilhas de membranas em forma de discos,
chamado de granus; é nesse sistema que se encontra a clorofila. Na matriz ocorrem as reações
de fixação de gás carbônico para a produção de carboidratos, além de aminoácidos, ácidos
graxos e orgânicos. Pode haver formação de amido e lipídios, estes últimos em forma de
glóbulos (plastoglóbulos).

Cromoplastos: Portam pigmentos carotenóides (geralmente amarelos, alaranjados ou


avermelhados); são encontrados em estruturas coloridas como pétalas, frutos e algumas raízes.
Surgem a partir dos cloroplastos.

Leucoplastos: Sem pigmentos; podem armazenar várias substâncias:

amiloplastos: armazenam amido. Ex.: em tubérculos de batatinha inglesa (Solanum


tuberosum).

proteinoplastos: armazenam proteínas.

elaioplastos: armazenam lipídios. Ex.: abacate (Persea americana).

Conteúdo celular - organelas em comum com células animais

Núcleo

Importante organela existente nas células eucariontes, constitui-se de duas membranas


com um espaço entre si e contendo poros. Possui duas funções básicas: regular as reações
químicas que ocorrem dentro da célula, e armazenar as informações genéticas da célula.
Em seu interior distinguem-se o nucléolo e a cromatina. Durante a divisão celular, a cromatina
se condensa em estruturas com formas de bastão, os cromossomos.

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Sistema Golgiense (complexo de Golgi)

É constituído de várias unidades menores, os dictiossomos. Cada dictiossomo é


composto por uma pilha de cinco ou mais sacos achatados, de dupla membrana lipoprotéica.
Nas bordas dos sacos podem ser observadas vesículas em processo de brotamento. Está
relacionado aos processos de secreção, incluindo a secreção da primeira parede que separa
duas células vegetais em divisão.

Ribossomos

Estruturas constituídas de RNA e proteínas; podem estar livres no hialoplasma ou


presos entre si por uma fita de RNA (polissomos) e, nesse caso, juntam os aminoácidos do
citoplasma para formar cadeias de proteínas.

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Retículo endoplasmático

Constituído de um sistema de duplas membranas lipoproteícas. O retículo


endoplasmático liso, é constituído por duas membranas e o retículo endoplasmático rugoso
possui ribossomos aderidos do lado externo aderidos ao lado externo. O retículo liso facilita
reações enzimáticas, já que as enzimas se aderem à sua membrana, sintetiza lipídios
(triglicerídeos, fosfolipídios e esteróides), regula a pressão osmótica (armazenando
substâncias em sua cavidade), atua no transporte de substâncias (comunicando-se com a
carioteca e com a membrana celular). o retículo rugoso além de desempenhar todas as funções
do retículo liso ele ainda sintetiza proteínas, devido a presença de ribossomos.

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Mitocôndrias

Organelas constituídas de duas membranas; a interna sofre invaginações, formando


cristas mitocondriais que aumentam a superfície de absorção de substâncias existentes na
matriz mitocondrial. O papel da mitocôndria é a liberação de energia para o trabalho celular.

Peroxisomos

Estruturas com membrana bi-lipídica - contêm enzimas que auxiliam no metabolismo


lipídico; participa do processo de fotorespiração, efetuando a oxidação do glicerato em glicolato,
que é transaminado em glicina.

Substâncias ergásticas

Produtos do metabolismo celular. Podem ser material de reserva ou produtos


descartados pelo metabolismo da célula. Encontradas na parede celular e nos vacúolos, além
de outros componentes protoplasmáticos. As mais conhecidas são: amido, celulose, corpos de
proteína, lipídios, cristais de oxalato de cálcio (drusas, ráfides, etc.), cristais de carbonato de
cálcio (cistólitos) e de sílica (estruturas retangulares, cônicas, etc.).

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Também são esgásticas as substâncias fenólicas, resinas, gomas, borracha e alcalóides. Muitas
vezes as células que contêm essas substâncias são diferentes morfo e fisiologicamente das demais,
sendo denominadas idioblastos.

Tecidos vegetais

Um violento temporal, uma seca prolongada, um animal herbívoro ou qualquer outro


agente agressivo do meio, têm que ser enfrentados pela planta imóvel, ao contrário de um
animal, que pode se refugiar em lugar seguro até que as condições ambientais se normalizem.

Os tecidos protetores, ou de revestimento, de uma traqueófita são a epiderme e o súber.


A eficiência deles pode garantir a proteção da planta contra diversos agentes agressivos do
meio.

O súber

É um tecido de revestimento existente em raízes e troncos – portanto em plantas


arborescentes adultas, espesso, formado por várias camadas de células mortas. A morte celular,
nesse caso é devida a impregnação de grossas camadas de suberina (um material lipídico)
nas paredes da célula que fica, assim, oca. Como armazena ar, o súber funciona como um
excelente isolante térmico, além de exercer, é claro, um eficiente papel protetor.

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Ritidoma

O tronco de uma árvore periodicamente cresce em espessura. Esse crescimento força a


ruptura do súber que racha em muitos pontos e acaba se destacando, juntamente com outros
tecidos. Antes, porém, a árvore elabora novo súber que substituirá o que vai cair. A este material
periodicamente destacado dá-se o nome de ritidoma.

A epiderme

A epiderme das plantas vasculares é um tecido formado, de modo geral, por uma única
camada de células de formato irregular, achatadas, vivas e aclorofiladas. É um tecido de
revestimento típico de órgãos jovens (raiz, caule e folhas). A epiderme de uma raiz mostra uma
camada cilíndrica de revestimento, com uma zona pilífera, cujos pelos nada mais são do que
extensões de uma célula epidérmica.

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Corte transversal da raiz primária de Mandevilla velutina. Ep = epiderme; Pr = pêlos radicular; Ex =
exoderme; Pc = parênquima cortical; En = endoderme; P = periciclo; Xp = xilema primária;
Fp = floema primário.

Caules jovens também são revestidos por uma fina epiderme não-dotada, porém, de
pelos. É na folha que a epiderme possui notáveis especializações: sendo um órgão de face
dupla, possui duas epidermes, a superior e a inferior.

As células epidérmicas secretam para o exterior substâncias impermeabilizantes, que


formam uma película de revestimento denominada cutícula. O principal componente da
cutícula é a cutina, um polímero feito de moléculas de ácidos graxos. Além de evitar a perda
de água, a cutícula protege a planta contra infecções e traumas mecânicos.

Os anexos da epiderme

Diferenciam-se na epiderme estruturas como estômatos, tricomas, hidatódios e acúleos.

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Estômatos

Sem dúvida, os estômatos são os anexos mais importantes relacionados com a troca de
gases e água entre as folhas e o meio. As células estomáticas são as únicas na epiderme
que possuem clorofila. Um estômato visto de cima, assemelha-se a dois feijões dispostos
com as concavidades frente a frente: são as duas células estomáticas ou células-guarda,
que possuem parede celular mais espessa na face côncava e cuja disposição deixa entre
elas um espaço denominado fenda estomática ou ostíolo.

Ao lado de cada célula-guarda há uma anexa, que não tem cloroplastos – é uma célula
epidérmica comum. Em corte transversal, verifica-se que a fenda estomática dá acesso a um
espaço, a câmara estomática, intercomunicante com os espaços aéreos do parênquima foliar
de preenchimento.

Atenção! A troca de gases entre a planta e o meio ocorre através dos estômatos da
epiderme e de uma estrutura chamada lenticelas presentes no súber.
As lenticelas são pequenas aberturas que facilitam o ingresso e a saída de gases nas
raízes e caules suberificados.

Tricomas

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Os tricomas são geralmente estruturas especializadas contra a perda de água por
excesso de transpiração, ocorrendo em planta de clima quente. Podem ser, no entanto,
secretores, produzindo secreções oleosas, digestivas ou urticantes. As plantas carnívoras
possuem tricomas “digestivos” e a urtiga, planta que provoca irritação da pele, possui
tricomas urticantes.

Acúleos

Os acúleos, estruturas pontiagudas com função de proteção da planta contra predadores,


são frequentemente confundido com espinhos, que são folhas ou ramos modificados. Os
acúleos são fáceis de destacar e são provenientes da epiderme. Podem ser encontrados nas
roseiras.

Hidatódios

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Hidatódios são estômatos modificados, especializados em eliminar excessos líquidos da
planta. Os hidatódios geralmente presentes nas bordas das folhas, onde, pela manhã, é
possível observar as gotas de líquido que eles eliminam, fenômeno conhecido como gutação.

A sustentação das traqueófitas

O porte das traqueófitas só foi possível por adaptações que tornaram possível a
sustentação do organismo vivo e a disponibilidade e transporte de água para todas as células.

A sustentação de uma traqueófita é devida à existência de tecidos especializados para


essa função: o colênquima e o esclerênquima.

O Colênquima

As células do colênquima são alongadas, irregulares e encontram-se dispostas em forma


de feixes. Quando cortadas transversalmente, têm aspecto variado. São vivas, nucleadas, e a
parede apresenta reforços de celulose, mais intensos nos cantos internos da célula, conferindo
certa resistência ao esmagamento lateral. O colênquima é um tecido flexível, localizado mais
externamente no corpo do vegetal e encontrado em estruturas jovens como pecíolo de folhas,
extremidade do caule, raízes, frutos e flores.

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O Esclerênquima

O esclerênquima é um tecido mais rígido que o colênquima, encontrado em diferentes


locais do corpo de uma planta. As células do esclerênquima possuem um espessamento
secundário nas paredes devido à impregnação de lignina. As células mais comuns do
esclerênquima são as fibras e os esclerídeos, também chamados escleritos.

Estrutura interna das folhas

A folha é totalmente revestida pela epiderme, e seu interior, denominado mesófilo (do
grego, mesos, meio e

phylon, folha), é constituído por parênquima clorofiliano, tecidos condutores e tecidos de


sustentação. O parênquima clorofiliano foliar pode ser, em geral de dois tipos:

palisádico - constituído por células prismáticas e justapostos como uma paliçada, e

lacunoso -constituído por células de forma irregular, que deixam espaços ou lacunas
entre si.

Pode haver parênquima paliçádico junto à epiderme de ambas as faces da folha, ou,
como é mais comum, parênquima paliçádico junto a epiderme da face superior e lacunoso junto
à inferior.

66
Nervuras foliares

Os tecidos condutores presentes na folha encontram-se agrupados em feixes


libero-lenhosos, nos quais o xilema está voltado para a epiderme superior e o floema,
para a epiderme inferior. Os feixes condutores mais grossos formam as nervuras
foliares, visíveis a olho nu.

Os Tecidos Condutores de Água e de Nutrientes em Traqueófitas

Além das trocas gasosas, um dos maiores problemas de um vegetal terrestre


relaciona-se à disponibilidade de água e sua perda, pois para à realização da
fotossíntese é fundamental que se consiga, além do gás carbônico, a água. O
problema de perda de água através das folhas é, em parte, minimizado pela presença
de cutículas lipídicas, nas faces expostas das epidermes, que as impermeabilizam.
Porém, isso dificulta as trocas gasosas.

A existência nas traqueófitas de aberturas epidérmicas reguláveis (os


estômatos) que permitem as trocas gasosas e ao mesmo tempo ajudam a evitar
perdas excessivas de vapor de água é um mecanismo adaptativo importante.

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O transporte de água e nutrientes em uma traqueófita ocorre em parte por
difusão de célula à célula e, na maior parte do trajeto, ocorre no interior de vasos
condutores.

Inicialmente, ocorre a absorção de água e nutrientes minerais pela zona pilífera


da raiz. Os diferentes tipos de íons são obtidos ativa ou passivamente e a água é
absorvida por osmose.

Forma-se uma solução aquosa mineral, a seiva bruta ou seiva inorgânica.


Essa solução caminha de célula a célula radicular até atingir os vasos do xilema (ou
lenho) existentes no centro da raiz. A partir daí, o transporte dessa seiva ocorre
integralmente dentro dos vasos lenhosos até as folhas. Lá chegando, os nutrientes e
a água difundem-se até as células e são utilizados no processo da fotossíntese.

Os compostos orgânicos elaborados nas células do parênquima clorofiliano


das folhas difundem-se para outro conjunto de vasos do tecido condutor chamado
floema ou líber. No interior dos vasos liberianos, essa seiva orgânica ou seiva
elaborada é conduzida até atingir as células do caule, de um fruto, de um broto em
formação, de uma raiz etc., onde é utilizada ou armazenada.

O xilema

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Os vasos condutores de seiva inorgânica são formados por células mortas. A
morte celular é devida à impregnação da célula por lignina, um composto aromático
altamente impermeabilizante. A célula deixa de receber nutrientes e morre. Desfaz-
se o conteúdo interno da célula, que acaba ficando oca e com as paredes duras já
que a lignina possui, também, a propriedade de endurecer a parede celular. A
deposição de lignina na parede não é uniforme. A célula, então, endurecida e oca,
serve como elemento condutor. Existe, ainda, um parênquima (tecido vivo) interposto
que separa grupos de células condutoras. Acredita-se que essas células
parenquimáticas secretem diferentes tipos de substâncias que provavelmente
auxiliam a preservação dos vasos mortos do xilema. Existem dois tipos de células
condutoras no xilema: traqueíde e elemento de vaso traqueário (ou xilemático ou,
ainda, lenhoso).

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Traqueídes são células
extremamente finas, de pequeno
comprimento (em média 4 mm) e diâmetro
reduzido (da ordem de 2 mm). Quando
funcionais, as traqueídes estão agrupadas
em feixes e as extremidades de umas tocam
as das outras. Na extremidade de cada
traqueíde, assim como lateralmente, há uma
série de pontuações ou
poros(pequeníssimos orifícios) que
permitem a passagem de seiva no sentido
longitudinal e lateral.

Menores que as traqueídes (em


média de 1 a 3 mm), porém mais longos (até
300 mm), os elementos de vaso também
possuem pontuações laterais que permitem
a passagem da seiva. Sua principal
característica é que em suas extremidades
as paredes são perfuradas, isto é, não há
parede divisória totalmente isolante entre
uma e outra célula. O vaso formado pela
reunião de diversos elementos de vaso é
conhecido como traquéia.

O nome traquéia para o vaso condutor


é derivado da semelhança que os reforços
de lignina do vaso apresentam com os
reforços de cartilagem da traquéia humana e
os de quitina dos insetos.

A condução da seiva inorgânica

70
Vimos que as raízes absorvem água do solo através da região dos pelos
absorventes ou zona pilífera. Desta, a água atravessa as células do córtex,
endoderme e periciclo da raiz. Na endoderme o fluxo da água pode ser facilitado ela
existência das chamadas células de passagem. A água atinge os vasos do xilema e,
a partir desses vasos, atinge a folha. Na folha, ou ela é usada na fotossíntese ou é
liberada na transpiração.

Atribui-se a condução da seiva inorgânica (ou bruta) a alguns mecanismos:


pressão da raiz, sucção exercida pelas folhas e capilaridade.

A pressão da raiz – O movimento da água através da raiz é considerado como


resultante de um mecanismo osmótico. A água que está no solo entra na célula do
pêlo radicular, cuja concentração é maior que a da solução do solo. A célula radicular
é menos concentrada que a célula cortical. Esta, por sua vez, é menos concentrada
que a célula endodérmica e, assim por diante, até chegar ao vaso do xilema, cuja
solução aquosa é mais concentrada de todas nesse nível. Assim, é como se a água
fosse osmoticamente bombeada, até atingir os vasos do xilema.

A sucção exercida pelas folhas – A hipótese mais aceita, atualmente, para o


deslocamento da seiva do xilema é baseada na “sucção” de água que a copa exerce.
Esta “sucção” está relacionada com os processos de transpiração e fotossíntese que
ocorrem nas folhas. Para que essa “aspiração” seja eficiente, dois pré-requisitos são
fundamentais: inexistência de ar nos vasos de xilema e uma força de coesão entre as
moléculas de água. A coesão entre as moléculas de água faz com que elas
permaneçam unidas umas às outras e suportem forças extraordinárias, como o
próprio peso da coluna líquida no interior dos vasos, que poderiam levá-las a separar-
se. A existência de ar nos vasos do xilema romperia essa união e levaria à formação
de bolhas que impediriam a ascensão da seiva lenhosa. As paredes dos vasos
lenhosos igualmente atraem as moléculas de água e essa adesão, juntamente com a
coesão, são fatores fundamentais na manutenção de uma nova coluna contínua de
água no interior do vaso.

71
A transpiração e a fotossíntese removem constantemente água da planta.
Essa extração gera uma tensão entre as moléculas de água já que a coesão entre
elas impede que se separem. A parede do vaso também é tracionada devido à adesão
existente entre ela e as moléculas de água. Para que se mantenha a continuidade da
coluna líquida, a reposição das moléculas de água retiradas da copa deve ser feita
pela raiz, que, assim, abastece constantemente o xilema.

O efeito da capilaridade na condução da seiva – Os vasos lenhosos são


muito delgados, possuem diâmetro capilar. Assim, a ascensão do xilema ocorre, em
parte, por capilaridade. No entanto, por esse mecanismo, a água atinge alturas bem
inferiores a 1 metro e, isoladamente, esse fato é insuficiente para explicar a subida da
seiva inorgânica.

O floema

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Os vasos do floema (também chamado de líber) são
formados por células vivas, cuja parede possui apenas a
membrana esquelética celulósica típica das células vegetais
e uma fina membrana plasmática. São células altamente
especializadas e que perdem o núcleo no decorrer do
processo de diferenciação. O seu interior é ocupado pela
seiva elaborada (ou seiva orgânica) e por muitas fibras de
proteínas, típicas do floema. A passagem da seiva orgânica
de célula a célula é facilitada pela existência de placas
crivadas nas paredes terminais das células que se tocam.
Através dos crivos, flui a seiva elaborada de uma célula para
outra, juntamente com finos filamentos citoplasmáticos, os
plasmodesmos.

Os orifícios das placas crivadas são revestidos por


calose. Polissacarídeo que obstrui os crivos quando, em
alguns vegetais, periodicamente, os vasos crivados ficam sem
função. Ao retornarem à atividade, esse calo é desfeito.

Lateralmente aos tubos crivados, existem algumas


células delgadas,

nucleadas, chamadas de companheiras, cujo núcleo


passa a dirigir também a vida das células condutoras.

A condução da seiva elaborada

73
A seiva orgânica, elaborada no parênquima das folhas, é lançada nos tubos
crivados do floema e conduzida a todas as partes da planta que não são auto-
suficientes. O transporte é orientado principalmente para a raiz, podendo haver algum
movimento em direção ao ápice do caule e folhas em desenvolvimento. De modo
geral, os materiais orgânicos são translocados para órgãos consumidores e de
reserva, podendo haver inversão do movimento (isto é, dos órgãos de reserva para
regiões em crescimento), quando necessário.

A hipótese de Münch

A hipótese mais aceita atualmente para a condução da seiva elaborada é a


que foi formulada por Münch e se baseia na movimentação de toda a solução do
floema, incluindo água e solutos. É a hipótese do arrastamento mecânico da solução,
também chamada de hipótese do fluxo em massa da solução. Por essa hipótese, o
transporte de compostos orgânicos seria devido a um deslocamento rápido de
moléculas de água que arrastariam, no seu movimento, as moléculas em solução.

A compreensão dessa hipótese fica mais fácil acompanhando-se o modelo


sugerido por Münch para a sua explicação.

74
Observando a figura, conclui-se que haverá ingresso de água por osmose, do
frasco A para o osmômetro 1, e do frasco B para o osmômetro 2. No entanto, como a
solução do osmômetro 1 é mais concentrada, a velocidade de passagem de água do
frasco A para o osmômetro 1 é maior. Assim, a água tenderá a se dirigir para o tubo
de vidro 1 com velocidade, arrastando moléculas de açúcar. Como o osmômetro 2
passa a receber mais água, esta passa para o frasco B. Do frasco B, a água passa
para o tubo de vidro 2, em direção ao frasco A. Podemos fazer a correspondência
entre o modelo anterior e uma planta:

Tubo de vidro 1 corresponde ao floema e o tubo de vidro 2 ao xilema;

Osmômetro 1 corresponde a uma célula do parênquima foliar e o osmômetro


2, a uma célula da raiz;

Frasco A representa a folha, enquanto o frasco B representa a raiz;

As células do parênquima foliar realizam fotossíntese e produzem glicose. A


concentração dessas células aumenta, o que faz com que absorvam água do xilema
das nervuras. O excesso de água absorvida é deslocado para o floema, arrastando
moléculas de açúcar em direção aos centros consumidores ou de reserva.

Organização dos Tecidos nas Raízes e nos Caules


Raízes e caules jovens, cortados transversalmente, mostram que são
formados por uma reunião de tecidos. A disposição desses tecidos é específica em

75
cada órgão e constitui uma estrutura interna primária típica de cada um deles. Uma
estrutura secundária, mais complexa, pode ser vista quando ocorre um aumento no
diâmetro do caule e da raiz.

Estrutura primária da raiz

Se acompanhássemos uma célula meristemática que terminou de surgir por


mitose na extremidade de uma raiz, veríamos que ela vai se alongando, ao mesmo
tempo que vai se distanciando da extremidade em decorrência do surgimento de
novas células. A maior taxa de crescimento em extensão de uma raiz, ocorrerá,
portanto, na região situada pouco acima da região meristemática, denominada de
zona de distensão.

Após crescerem as células iniciam a sua diferenciação. Na região mais interna,


por exemplo, terá início a diferenciação dos tecidos condutores, enquanto na região
mais externa diferenciam-se parênquimas e tecidos de revestimento.

Córtex
A região mais periférica da raiz jovem diferenciam-se em epiderme, tecido
formado por uma única camada de células achatadas e justapostas.

Na região abaixo da epiderme, chamada córtex, diferencia-se o parênquima


cortical, constituído por várias camadas de células relativamente pouco
especializadas.

76
Cilindro central

A parte interna da raiz é o cilindro central, composto principalmente por


elementos condutores (protoxilema e protofloema), fibras e parênquima. O cilindro
central é delimitado pela endoderme, uma camada de células bem ajustadas e
dotadas de reforços especiais nas paredes, as estrias de Caspary. Essas estrias são
como cintas de celulose que unem firmemente as células vizinhas, vedando
completamente os espaços entre elas. Assim, para penetrar no cilindro central, toda
e qualquer substância tem que atravessar diretamente as células endodérmicas, uma
vez que as estrias de caspary fecham os interstícios intercelulares.

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Logo abaixo da endoderme situa-se uma camada de células de paredes finas
chamada periciclo, que delimita o cilindro central, onde se localizam o xilema e o
floema. A maneira como os tecidos condutores se dispõem no cilindro central é um
dos critérios para distinguir dicotiledôneas de monocotiledôneas.

Raízes de mono e dicotiledôneas

Na maioria das plantas dicotiledôneas o xilema se concentra na região mias


interna do cilindro central. Quando se observa um corte transversal à raiz, vê-se que
o protoxilema ocupa uma área em forma de cruz ou estrela, cujas pontas encostam
no periciclo. O protofloema encontra-se nos vértices formados pelos “braços” da cruz.
Entre o protoxilema e o protofloema há um meristema primário chamado procâmbio.
Os demais espaços dentro do cilindro central são preenchidos por parênquima.

Nas plantas monocotiledôneas, o centro da raiz é ocupado por uma medula


constituída por parênquima medular e os vasos lenhosos e liberianos dispõem-se ao
redor.

Estrutura secundária

O crescimento em espessura da raiz pode ser chamado de crescimento


secundário, para distingui-lo do crescimento em extensão. Em linhas gerais, durante
o crescimento secundário desenvolvem-se cilindros de células meristemáticas que
permitem o surgimento de novos tecidos radiculares.

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Os dois tecidos meristemáticos envolvidos no crescimento secundário da raiz
são o câmbio vascular, que permite o crescimento do cilindro central, e o câmbio
suberógeno ou felogênio, que permite o crescimento da periderme (casca).

Câmbio vascular

O câmbio vascular (do latim vasculum, vaso) é assim chamado porque origina
novos vasos condutores durante o crescimento secundário da raiz. O câmbio vascular
forma-se a partir do procâmbio e do periciclo, que se conjugam e delimitam uma área
interna do cilindro central, onde só há xilema. Ao se multiplicar ativamente, as células
do câmbio vascular originam vasos xilemáticos para a região mais interna e vasos
floemáticos para a região mais externa. Aos poucos a área delimitada pelo câmbio
vai tornando-se cada vez mais cilíndrica.

O cambio vascular da raiz é um meristema de origem mista, primária e

secundária. Isso porque tem origem tanto no procâmbio, um meristema primário,


quanto do periciclo, um tecido já diferenciado que sobre desdiferenciação.

Câmbio suberógeno ou felogênio

O câmbio suberógeno, também chamado de felogênio (do grego phellos,


cortiça, e genos, que gera), é um cilindro de células meristemáticas localizado na

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região cortical da raiz, sob a epiderme. O felogênio é um meristema secundário, uma
vez que tem origem por desdiferenciação de células do parênquima cortical.

Como vimos, a atividade do felogênio produz feloderme e súber, este último


um tecido morto que protege externamente raízes e caules com crescimento
secundário.

Estrutura interna do caule

Como na raiz, a parte mais jovem de um caule é a que se localiza junto à


extremidade, onde ocorre a multiplicação das células do meristema apical, que
permite o crescimento em extensão.

Logo abaixo da zona meristemática apical as células iniciam o processo de


diferenciação celular, que leva ao aparecimento dos diversos tecidos que compõem
o caule.

Origem das gemas axilares

Nem todas as células produzidas pelo meristema apical sofrem diferenciação.


À medida que o caule cresce, permanecem grupos de células meristemáticas sob a
epiderme, pouco acima do ponto de inserção das folhas. Esses grupos de células
formam, nas axilas das folhas, protuberâncias chamadas gemas axilares ou laterais.

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Estrutura primária

Feixes líbero-lenhosos

Caules que não cresceram, em espessura apresentam estrutura primária,


caracterizada pela presença de feixes líbero-lenhosos localizados entre as células do
parênquima que preenchem seu interior.

Cada feixe libero-lenhoso possui elementos do líber (floema) voltados para fora
e elementos do lenho (xilema) voltados para dentro.

Nas plantas monocotiledôneas, que geralmente na apresentam crescimento


secundário, os feixes condutores são distribuídos de maneira difusa no interior do
caule. Já nas dicotiledôneas os feixes líbero- lenhosos distribuem-se regularmente,
formando um cilindro.

Câmbio fascicular

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Nos feixes libero-lenhosos das dicotiledôneas, o floema está voltado para o
exterior do caule e o xilema para o interior. Entre o floema e o xilema de um feixe há
um tecido meristemático: o câmbio vascular e o câmbio suberógeno ou felogênio.

Câmbio vascular

O Câmbio vascular do caule forma-se a partir do câmbio fascicular e do câmbio


interfascicular, este último um tecido meristemátco secundário, resultante da
dedisferenciação de células parenquimáticas localizadas entre os feixes libero-
lenhosos. O câmbio fascicular passa a delimitar, assim, uma área interna do caule
onde só há xilema e parênquima. Como na raiz, as células do câmbio vascular
originam vasos xilemáticos para a região mais interna e vasos floemáticos para a
região mais externa. Aos poucos, a área delimitada pelo câmbio vai se tornando cada
vez mais cilíndrica.

O câmbio vascular o caule, como o da raiz, também é um meristema de origem


mista, primária e secundária. Isso porque tem origem tanto do cambio fascicular, um
meristema primário, quanto do câmbio interfascicular, um meristema que surgiu da
desdiferenciação de células parenquimáticas.

Câmbio suberógeno ou felogênio

A atividade do câmbio vascular faz com que o caule vá progressivamente


aumentando de espessura. Para acompanhar esse crescimento em diâmetro, célula
do parênquima cortical sofrem desdiferenciação e originam um cilindro de meristema
secundário, o felogênio. Como vimos, a atividade do felogênio produz feloderme
para o interior e súber para o exterior, formando a periderme, que passa a revestir o
caule.

Anéis anuais

Nas regiões de clima temperado, a atividade do câmbio varia no decorrer


do ano. A atividade cambial é muito intensa durante a primavera e o verão,
diminuindo progressivamente no outono até cessar por completo no inverno. No fim
do verão, quando está encerrando mais um ciclo de atividade, o câmbio produz vasos

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lenhosos de paredes grossas e lúmen estreito, que constituem o lenho estival. Na
primavera, ao retomar o seu funcionamento depois do repouso invernal, o câmbio
produz vasos lenhosos de paredes delgadas e lúmen grande, que constituem o lenho
primaveril.

Troncos de árvores que vivem em regiões temperadas apresentam, portanto,


anéis de lenho primaveril. Quando esses troncos são observados em corte transversal,
esses anéis são facilmente identificáveis e o número de pares de anéis
corresponde à idade da árvore.

Crescimento e desenvolvimento

O crescimento de uma planta começa a partir da germinação da semente. A


hidratação da semente, por exemplo, ativa o embrião. As reservas contidas no
endosperma ou nos cotilédones são hidrolisadas por ação enzimática. As células
embrionárias recebem os nutrientes necessários, o metabolismo aumenta e são
iniciadas as divisões celulares que conduzirão ao crescimento.

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A radícula é a primeira estrutura a imergir; a seguir, exterioriza-se o caulículo
e a plântula inicia um longo processo que culminará no vegetal adulto.

Qual a diferença entre crescimento e desenvolvimento?

Esses dois termos são frequentemente utilizados como sinônimos. No entanto,


há uma diferença entre eles:

O crescimento corresponde a um crescimento irreversível no tamanho de um


vegetal, e se dá a partir do acréscimo de células resultantes das divisões mitóticas,
além do tamanho individual de cada célula. De modo geral, o crescimento também
envolve aumento do volume e da massa do vegetal. O crescimento envolve
parâmetros quantitativos mensuráveis (tamanho, massa e volume).

O desenvolvimento consiste no surgimento dos diferentes tipos celulares e


dos diversos tecidos componentes dos órgão vegetais. É certamente um fenômeno
relacionado ao processo de diferenciação celular. O desenvolvimento envolve
aspectos quantitativos, relacionados ao aumento da complexidade do vegetal.

A ocorrência desses dois processos é simultânea. Um vegetal cresce e se


desenvolve ao mesmo tempo.

O meristema

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Todos os tipos de células que compõe uma planta tiveram origem a partir de
tecidos meristemáticos, formados por células que têm uma parede primária fina,
pequenos vacúolos e grande capacidade de realiza mitose.

As células dos tecidos diferenciados,


ainda que não tenham morrido durante a
diferenciação (como o súber, o xilema, por
exemplo), perdem a capacidade de se
multiplicar por mitose. As células
meristemáticas se multiplicam e se
diferenciam, originando os diversos tecidos
permanentes da planta, cujas células não
mais se dividem. Meristema primários

Em certos locais das plantas, como


nos ápices da raiz e do caule, existem tecidos
meristemáticos que descendem diretamente
das primeiras células embrionários, presentes
na semente. Esses são os meristemas
primários. O caule cresce em comprimento
graças à atividade de um meristema primário
presente em seu ápice, o meristema apical
caulinar. Já o meristema responsável pelo
crescimento em comprimento da raiz não é
terminal, mas está protegido sob um capuz
celular chamado de coifa. Por isso é
denominado meristema subapical radicular.

Meristemas secundários

Meristemas secundários são os que surgem a partir de células diferenciadas,


geralmente parenquimáticas, que readquirem a capacidade mitótica, fenômeno que
os botânicos denominam desdiferenciação. O

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felogênio que constitui a periderme, por exemplo, é um exemplo de meristema
secundário, que surge pela desdiferenciação de células do parênquima localizadas
sob a epiderme. A multiplicação das células do felogênio origina a feloderme e o súber
que compõem a periderme.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

AMABIS & MARTHO. Biologia dos organismos. Volume 2. São Paulo, Editora
Moderna, 1995.

AMABIS & MARTHO. Fundamentos da Biologia Moderna. Volume único. São Paulo,
Ed. Moderna.

AVANCINI & FAVARETTO. Biologia – Uma abordagem evolutiva e ecológica. Vol. 2.


São Paulo, Ed. Moderna, 1997.

CÉSAR & CEZAR. Biologia 2. São Paulo, Ed Saraiva, 2002.

http://www.biologo.com.br/

www.sobiologia.com.br/

www.brasilescola.com/biologia/

www.todabiologia.com/

www.portalsaofrancisco.com.br/.../index-biologia.php

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