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Agenda Do Produtor Rural - 2024

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Presidente

Paulo Henrique Saraiva Câmara

Diretores
Ana Teresa Barbosa de Carvalho
Anderson Aorivan da Cunha Possa
Wanger Antônio de Alencar Rocha
José Aldemir Freire
Thiago Alves Nogueira

Superintendência de Agronegócio
e Microfinança Rural
Luiz Sérgio Farias Machado

Superintendência de
Marketing e Comunicação
Maria Evineide Silva Castro Dias

Superintendência de Políticas
de Desenvolvimento Sustentável
Irenaldo Rubens Nunes Soares

Superintendência de Concessão de Crédito


João Robério Pereira de Messias
Equipe Técnica
Ademir da Nóbrega Lucena
Alisson Ribeiro da Silva
Cristiane Garcia Barbosa
Eliezer Rodrigues lobo
Fernando Barreto de Melo
Francisco Alves Maciel
Gardênia Assunção da Silva
Gilson Galdino da Silva
José Narciso Sobrinho
Juliana de Lima Rego Cartaxo Bastos
Kleber de Oliveira
Leandro Nascimento Oliveira
Manoel Evangelista Neto
Maria de Fátima Vidal
Mário Eduardo Fraga da Silva
Paulo Pereira de Almeida
Ricardo Mesquita Alencar
Thiago Silver Lira
Yáskara Karine Fernandes Saraiva
Zidiê Batista de Medeiros
APRESENTAÇÃO

Caro Produtor, Parceiro e Amigo do Agronegócio,

Para facilitar o dia a dia no campo, o Banco do Nordeste disponibiliza a


Agenda do Produtor Rural 2024, com dados e informações que auxiliam
no seu trabalho, simplificam a gestão e otimizam a tomada de decisão.
Esta versão também está disponibilizada na página da internet: www.
bnb.gov.br e no app BNB Agro.

Nosso objetivo é contribuir com o desenvolvimento do Nordeste, do


norte de Minas Gerais e do Espírito Santo e acelerar o agronegócio.

Nesta agenda, estão disponíveis informações sobre as linhas de finan-


ciamento com as melhores condições de mercado, seja para custeio
pecuário, custeio agrícola, aquisição de máquinas e equipamentos, in-
vestimentos, comercialização e exportação, implantação de energias re-
nováveis e armazenagem.

Considerando que a inovação contribui para o aumento de produtividade


e rentabilidade dos empreendimentos rurais, o BNB dispõe do FNE Agro
Conectado e FNE Agro Inovação, cujas condições são apresentadas nesta
agenda. E com o aplicativo BNB Agro, você ganha tempo e agilidade.

Em 2024, o BNB quer continuar fortalecendo sua parceria com o Agrone-


gócio, contribuindo para a promoção de uma Região cada vez melhor.

Bons negócios!
SUMÁRIO

Dados pessoais ............................................................................................................... 7

Referências de urgência ............................................................................................. 7

Dados bancários ............................................................................................................ 8

Dados das propriedades rurais ................................................................................ 8

Dados sobre operações de crédito rural .............................................................. 9

Calendário 2024 .......................................................................................................... 11

Calendário 2025 .......................................................................................................... 12

Políticas do Banco do Nordeste em apoio ao agronegócio ...................... 13

Apoio do banco às organizações associativas . .............................................. 15

Nossos programas de financiamento ................................................................ 18

A importância da inovação no campo para


aumento da produtividade .................................................................................... 23

Zoneamento agrícola de risco climático .......................................................... 28

Matopiba ....................................................................................................................... 30

Sealba . ............................................................................................................................ 31

Programa de desenvolvimento territorial - PRODETER .............................. 35

Programa nacional de fortalecimento


da agricultura familiar - PRONAF ......................................................................... 36

Agroamigo - Programa de microfinança rural . .............................................. 42

O Banco do Nordeste e o meio ambiente ........................................................ 46

O semiárido nordestino e a convivência com a seca ................................... 49

Algumas tecnologias utilizadas para convivência com a seca . ............... 52


Reserva estratégica alimentar ............................................................................... 54

Palma forrageira . ........................................................................................................ 55

Produção e consumo de silagem ........................................................................ 58

Dados para determinação da seção transversal de um silo trincheira .... 65

Fenação .......................................................................................................................... 66

Captação de águas de chuvas em telhados .................................................... 68

Dimensionamento – Calculando a quantidade de água


que cai da chuva para armazenamento . .......................................................... 70

Dimensões de uma cisterna de forma cilíndrica ........................................... 72

Cuidados com a manutenção da cisterna ........................................................ 73

Declaração universal dos direitos da água . ..................................................... 74

Necessidade de água para consumo humano e animal


em diferentes períodos de utilização ................................................................. 76

Sistemas orgânicos de produção agropecuária . ........................................... 78

Certificação de produtos orgânicos . .................................................................. 84

Principais adubos orgânicos .................................................................................. 86

Guia do meio ambiente para o produtor rural ............................................... 88

Agricultura de baixo carbono – ABC .................................................................. 89

Manejo florestal sustentável da caatinga ......................................................... 91

A Apicultura .................................................................................................................. 92

Bovinocultura . ............................................................................................................. 98

A Carcinicultura . ....................................................................................................... 108

Evolução no uso da energia solar ...................................................................... 117

Geração de energia solar no meio rural .......................................................... 117


Agenda do Produtor Rural 2024

Sustentabilidade nas construções . ................................................................... 119

O Banco do Nordeste e os aspectos ambientais,


sociais e de governança (ASG) ............................................................................ 123

Planejamento das atividades agropecuárias ................................................ 126

Agenda de atividades ............................................................................................. 126

Controles financeiros e instrumentos de


avaliação da rentabilidade da empresa rural ................................................ 161

Estimativa de rentabilidade da empresa rural .............................................. 165

Anotações da pecuária .......................................................................................... 172

Locais recomendados para aplicação de injeções . .................................... 203

Exigências nutricionais de bovinos de leite e corte ................................... 208

Interpretação de dados de análise de água para fins de irrigação . ..... 234

Pedologia simplificada ........................................................................................... 237

Defensivos agrícolas ............................................................................................... 244

Alguns métodos utilizados no controle


biológico de pragas e doenças de plantas e/ou animais ......................... 258

Algumas plantas invasoras indicativas do estado de saúde do solo . .... 261

Unidades de pesquisa da Embrapa . ................................................................. 275

Unidades de pesquisa e assistência técnica .................................................. 276

Núcleos de meteorologia do Nordeste ........................................................... 278

Órgãos de meio ambiente .................................................................................... 280

Nossas agências ........................................................................................................ 283


Agenda do Produtor Rural 2024

DADOS PESSOAIS
Nome__________________________________________________________

Endereço________________________________________________________

Bairro _____________________ Cidade ________________ UF ____________

CEP____________________________Fone____________________________

Endereço do imóvel_______________________________________________

Fone para recado_________________________________________________

E-mail__________________________________________________________

REFERÊNCIAS DE URGÊNCIA
Grupo Sanguíneo ______ Fator RH______ Diabético Sim Não

Vacinado c/ Tétano Sim Não

Médico_________________________________________________________

Endereço ___________________________Bairro_______________________

Cidade________________________________________________UC_______

CEP____________________________Fone____________________________

Hospital_________________________________________________________

Endereço________________________________________________________

Bairro______________________________Cidade_______________________

CEP____________________________UF______Fone____________________

Em caso de acidente, comunicar ____________________Fone______________

7
Agenda do Produtor Rural 2024

DADOS BANCÁRIOS
Banco do Nordeste Agência__________Conta nº_____________

Banco _____________________ Agência__________Conta nº_____________

Cartão de Crédito nº___________________Validade_________

Cartão de Crédito nº___________________Validade_________

DADOS DAS PROPRIEDADES RURAIS


Nome do imóvel sede _____________________________________________

Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) ___________________________

Área _____ha Localidade _______________ Município ___________________

Matrícula___________________Fls.___________ Livro___________________

Cartório ______________________Cidade _____________________________

Nome do imóvel sede _____________________________________________

Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) ___________________________

Área _____ha Localidade _______________ Município ___________________

Matrícula___________________Fls.___________ Livro___________________

Cartório ______________________Cidade _____________________________

Nome do imóvel sede _____________________________________________

Certificado de Cadastro de Imóvel Rural (CCIR) ___________________________

Área _____ha Localidade _______________ Município ___________________

Matrícula___________________Fls.___________ Livro___________________

Cartório ______________________Cidade _____________________________

8
Agenda do Produtor Rural 2024

DADOS SOBRE OPERAÇÕES


DE CRÉDITO RURAL

9
Agenda do Produtor Rural 2024

2024
Janeiro Fevereiro Março
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 1 2 3 1 2

7 8 9 10 11 12 13 4 5 6 7 8 9 10 3 4 5 6 7 8 9

14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 10 11 12 13 14 15 16

21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 17 18 19 20 21 22 23

28 29 30 31 25 26 27 28 29 24 25 26 27 28 29 30

1 - Confraternização Universal 13 - Carnaval 31 29 - Sexta-feira da Paixão | 31 - Páscoa

Abril Maio Junho


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 1

7 8 9 10 11 12 13 5 6 7 8 9 10 11 2 3 4 5 6 7 8

14 15 16 17 18 19 20 12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15

21 22 23 24 25 26 27 19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22

28 29 30 26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 29

21 - Tiradentes 1 - Dia do Trabalhador | 30 - Corpus Christi 30

Julho Agosto Setembro


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 6 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7

7 8 9 10 11 12 13 4 5 6 7 8 9 10 8 9 10 11 12 13 14

14 15 16 17 18 19 20 11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21

21 22 23 24 25 26 27 18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28

28 29 30 31 25 26 27 28 29 30 31 29 30

19 - Aniversário do Banco do Nordeste 7 - Independência do Brasil


28 - Dia do Agricultor

Outubro Novembro Dezembro


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 1 2 1 2 3 4 5 6 7

6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9 8 9 10 11 12 13 14

13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16 15 16 17 18 19 20 21

20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23 22 23 24 25 26 27 28

27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30 29 30 31

12 - Nossa Senhora Aparecida 2 - Finados | 15 - Proclamação da República 25 - Natal

11
Agenda do Produtor Rural 2024

2025
Janeiro Fevereiro Março
D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 1 1

5 6 7 8 9 10 11 2 3 4 5 6 7 8 2 3 4 5 6 7 8

12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15 9 10 11 12 13 14 15

19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22 16 17 18 19 20 21 22

26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 23 24 25 26 27 28 29

1 - Confraternização Universal 30 31 4- Carnaval

Abril Maio Junho


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 1 2 3 1 2 3 4 5 6 7

6 7 8 9 10 11 12 4 5 6 7 8 9 10 8 9 10 11 12 13 14

13 14 15 16 17 18 19 11 12 13 14 15 16 17 15 16 17 18 19 20 21

20 21 22 23 24 25 26 18 19 20 21 22 23 24 22 23 24 25 26 27 28

27 28 29 30 25 26 27 28 29 30 31 29 30

18 - Sexta-feira da Paixão | 20 - Páscoa | Tiradentes 1 - Dia do Trabalhador 19 - Corpus Christi

Julho Agosto Setembro


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 5 1 2 1 2 3 4 5 6

6 7 8 9 10 11 12 3 4 5 6 7 8 9 7 8 9 10 11 12 13

13 14 15 16 17 18 19 10 11 12 13 14 15 16 14 15 16 17 18 19 20

20 21 22 23 24 25 26 17 18 19 20 21 22 23 21 22 23 24 25 26 27

27 28 29 30 31 24 25 26 27 28 29 30 28 29 30

31
19 - Aniversário do Banco do Nordeste 7 - Independência do Brasil
28 - Dia do Agricultor

Outubro Novembro Dezembro


D S T Q Q S S D S T Q Q S S D S T Q Q S S

1 2 3 4 1 1 2 3 4 5 6

5 6 7 8 9 10 11 2 3 4 5 6 7 8 7 8 9 10 11 12 13

12 13 14 15 16 17 18 9 10 11 12 13 14 15 14 15 16 17 18 19 20

19 20 21 22 23 24 25 16 17 18 19 20 21 22 21 22 23 24 25 26 27

26 27 28 29 30 31 23 24 25 26 27 28 29 28 29 30 31

12 - Nossa Senhora Aparecida 25 - Natal


30 2 - Finados | 15 - Proclamação da República

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Agenda do Produtor Rural 2024

POLÍTICAS DO BANCO DO NORDESTE EM


APOIO AO AGRONEGÓCIO
O Banco do Nordeste, na qualidade de principal agente financeiro na
Região para o setor Rural, tem como objetivo contribuir na articulação
das ações dos governos federal e estaduais, visando criar e fortalecer
condições concretas para o aumento da capacidade produtiva, inovação
e competitividade dos empreendimentos rurais, visando a melhoria da
qualidade de vida das pessoas e contribuindo para o avanço dos indica-
dores socioeconômicos da região.

Para isso, o Banco adota políticas específicas para o segmento do Agro-


negócio, em especial para os agricultores familiares, cujas premissas são
baseadas nas seguintes diretrizes:

• Preservação e utilização sustentável dos recursos naturais;

• Incentivo ao uso de tecnologias inovadoras de irrigação, notada-


mente quanto ao uso eficiente da água;

• Incentivo à utilização de fontes renováveis de energia, notada-


mente, a energia solar, eólica e de biomassa, com destaque para
projetos para micro e minigeração distribuída;

• Incentivo à exploração de cultura de elevado valor agregado –


principalmente para as frutas tropicais – voltada para os mercados
interno e externo;

• Estrita observância às leis ambientais;

• Apoio aos Arranjos Produtivos Locais (APL’s) e Cadeias Produtivas;

• Incentivo à utilização de tecnologia de convivência com a seca e


combate à desertificação;

• Apoio ao fortalecimento da fruticultura, pecuária e agroindústria;

• Apoio ao desenvolvimento do cerrado nordestino;

13
Agenda do Produtor Rural 2024

• Apoio à logística de armazenamento da região;

• Ênfase na ampliação das áreas irrigadas, com racionalização do


uso dos recursos hídricos disponíveis;

• Prioridade para os investimentos destinados ao fortalecimento da


infraestrutura hídrica dos imóveis rurais;

• Apoio à pesquisa, inovação e difusão de tecnologias destinadas


ao agronegócio, inclusive as áreas irrigadas;

• Integração dos negócios dos empreendedores financiados pelo


Banco com empresas âncoras;

• Apoio ao custeio através da modalidade de custeio rotativo;

• Estímulo às atividades de maior valor agregado;

• Fortalecimento do segmento de beneficiamento da produção;

• Financiamento para pré-comercialização;

• Apoio à produção de grãos, notadamente a cultura do milho.

14
Agenda do Produtor Rural 2024

APOIO DO BANCO ÀS ORGANIZAÇÕES


ASSOCIATIVAS
As organizações associativas representam um valioso instrumento de
fortalecimento da atividade econômica, principalmente quando esta
não pode ser realizada individualmente. Para esta prática, tem-se alguns
tipos alternativos de sociedade (cooperativa, associações, condomínios
e grupos informais) que buscam desenvolver formas mais racionais para
obtenção de resultados comuns. Pode-se dizer que as organizações as-
sociativas são um fator de desenvolvimento e de viabilização dos em-
preendedores de pequeno porte.

As organizações associativas, sejam cooperativas ou associações, en-


quanto sociedades de pessoas, objetivam a prestação de serviços aos
seus associados. Para tanto, cultivam os valores da ajuda mútua, solida-
riedade, democracia, igualdade e equidade. Enquanto unidades econô-
micas precisam ser racionais, eficientes, eficazes e estar alicerçadas em
bases sustentáveis, para prestar serviços de qualidade, agregando valor
às atividades individuais desenvolvidas pelos associados.

Consciente do papel econômico e social que as organizações associati-


vas podem desempenhar, o Banco do Nordeste, enquanto agente de fo-
mento ao desenvolvimento, tem como uma de suas estratégias o apoio
financeiro às cooperativas e associações de empreendedores de peque-
no porte.

Os projetos de investimentos a serem apresentados ao Banco do Nor-


deste poderão contemplar as inversões necessárias às unidades produ-
tivas dos associados, de forma a estruturá-las para desenvolverem suas
atividades em bases tecnológicas adequadas, agregando a capacitação
necessária aos associados, dirigentes e funcionários, visando à gestão
do empreendimento e à formação dos associados. As inversões de uso
coletivo, para prestação de serviços aos associados, serão financiadas di-
retamente aos mesmos.

15
Agenda do Produtor Rural 2024

Os projetos deverão contemplar a integração de ações desenvolvidas


pela organização associativa às praticadas pelos seus associados, de for-
ma a possibilitar a realização de compras em comum, produção, armaze-
namento, agregação de valor aos produtos através de beneficiamento/
industrialização, distribuição dos bens para o mercado consumidor, ga-
rantindo maior participação na cadeia produtiva, resultando em maior
competitividade e retorno financeiro aos empreendedores.

Objetivando assegurar a sustentabilidade dos empreendimentos no


mercado, o Banco do Nordeste estimula a prática da gestão empresarial
eficiente e competitiva junto às cooperativas e associações, orientando
para a formação de parcerias, alianças estratégicas e integração entre as
organizações associativas.

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro,


calculado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a
CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil),
cresceu 8,36% em 2021. Diante do bom desempenho do
PIB agregado do agronegócio em 2021, o setor alcançou
participação de 27,4% no PIB brasileiro, a maior desde
2004 (quando foi de 27,53%). (Cepea, 2022).

Fonte: https://www.cepea.esalq.usp.br

16
Agenda do Produtor Rural 2024

17
Agenda do Produtor Rural 2024

NOSSOS PROGRAMAS DE FINANCIAMENTO

O Banco do Nordeste, inserido na busca de promover soluções para o


Agronegócio, vem remodelando produtos e programas de crédito, bus-
cando o desenvolvimento, sustentabilidade e inovação dos empreendi-
mentos financiados:

FNE Investimento Rural FNE Agro Inovação


Crédito para financiamento da implantação, Crédito para investimentos cujo foco consiste

expansão, diversificação e modernização do na incorporação de tecnologias e inovações

agronegócio, destacando-se: na área rural.

• Explorações agrícolas e pecuárias;


• Construção, ampliação e modernização de
armazéns;
• Recomposição e melhoramento genético do
plantel de matrizes leiteiras e de corte;
• Aquisição de máquinas, equipamentos e
implementos agrícolas;
• Implantação e fortalecimento da
infraestrutura da reserva hídrica do imóvel FNE Sol
rural; Linha especialmente desenhada para

• Implantação de culturas adaptadas ao financiamento de sistemas de micro e

semiárido, inclusive forrageiras; minigeração distribuída de energia por


fontes renováveis, para consumo próprio dos
empreendimentos e produtores rurais.

FNE Agro Conectado


Crédito para investimentos em equipamentos
relacionados à conectividade no campo.

18
Agenda do Produtor Rural 2024

FNE Água FNE Irrigação


Financia investimentos com foco na gestão Linha de financiamento para implantação,
eficiente e no uso sustentável da água. expansão, diversificação e modernização de
empreendimentos agropecuários que
envolvam irrigação e drenagem.

Cartão BNB Agro


Crédito rotativo pré-aprovado válido por
Programa de apoio ao
5 anos para a compra e manutenção de
veículos e máquinas (incluindo peças) e Desenvolvimento da
para aquisição de equipamentos. Agroindústria do Nordeste
(AGRIN)
Investimentos fixos e semifixos e capital
de giro associado para empreendimentos
agroindustriais.

Cartão BNB Agro Pecuária


Crédito rotativo pré-aprovado com prazo de
até 10 anos para aquisição de ração, insumos,
medicamentos e vacinas.

19
Agenda do Produtor Rural 2024

Programa de Aplicação de Programa Nacional de


recursos obrigatórios Fortalecimento da
Desenvolver o setor agropecuário com o Agricultura Familiar
financiamento de investimentos fixos e
(PRONAF)
semifixos, tais como:
Investimentos fixos, semifixos, custeio
• Construção, reforma ou ampliação de
agrícola e pecuário, além do turismo rural,
benfeitorias e instalações;
artesanato e agroindústria. As linhas de
• Aquisição de máquinas, veículos e
crédito do PRONAF estão descritas mais
equipamentos;
adiante no capítulo específico sobre
• Obras de irrigação, eletrificação e
este Programa.
telefonia rural;
• Aquisição de animais, etc.

Programa Nacional
FNE Verde de Crédito Fundiário
Voltado para a implantação, - PNCF Social - Terra Brasil
ampliação, modernização e reforma de Contribuir para a redução da pobreza
empreendimentos, com exceção daqueles rural, mediante o acesso à terra, gerando
que envolvam supressão de mata nativa, oportunidade, autonomia e fortalecimento
contemplando créditos para o uso da agricultura familiar, alicerçado na melhoria
sustentável de recursos florestais, produção da qualidade de vida, geração de renda,
agroecológica, recuperação e controle segurança alimentar, sucessão no campo e
ambiental, energias renováveis, dentre outros. redução das desigualdade sociais.

Para obter maiores informações acerca das linhas de crédito, acessar o site: www.bnb.gov.br

20
Agenda do Produtor Rural 2024

21
Agenda do Produtor Rural 2024

A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO NO CAMPO


PARA AUMENTO DA PRODUTIVIDADE

A Inovação no Campo tem crescido numa grande velocidade e, conse-


quentemente, o aumento na produtividade e na eficiência dos proces-
sos vem gerando potencial competitivo, forçando todos os demais a
inovar. Um fator crucial para essa evolução, foi a pandemia, que reforçou
a importância da tecnologia e da conectividade nos dias de hoje, fazen-
do com que as distâncias pareçam essencialmente menores, agregando
valor a todas as informações geradas pelo negócio e em todos os seto-
res. Inclusive no Agronegócio, com a rastreabilidade, os clientes finais
conhecem o caminho do seu alimento até sua origem, que matérias pri-
mas foram utilizadas, além de pesticidas, fertilizantes, hormônios, e essa
revolução faz com que o setor seja considerado o grande protagonista
no cenário mundial, apresentando números positivos, mesmo em meio
a última crise.

A tecnologia moderniza sistemas, fazendo-os mais eficientes, sustentá-


veis e dinâmicos. Os modernos softwares de gestão e monitoramento
incorporaram novas técnicas, permitindo grandes transformações para
a realidade da Agricultura e da Agropecuária. As maiores responsáveis
por esse investimento em inovação no setor são as startups voltadas ao
agronegócio, também chamadas de Agritechs, ou Agtechs.

A Agricultura Digital, Agricultura de Precisão ou ainda, a Agricultura 4.0, é


a grande responsável pela Inovação no Agronegócio. Com ela é possível
por exemplo utilizando aplicativo no celular: monitorar uma plantação
com mais facilidade e praticidade ou minimizar a incidência de pragas
no plantio ou ainda prever o clima e as intempéries. Além de resolver
problemas, essas tecnologias permitem interações com equipamentos
com precisão da ordem de centímetros, irrigando, fertilizando e tratando
culturas de acordo com as necessidades específicas de cada talhão, ou
no caso de animais, informações acompanhadas por meio de microchips
e rádio frequência.

23
Agenda do Produtor Rural 2024

Uma pesquisa realizada no primeiro semestre de 2020, por meio de


parceria com Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária),
SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e
o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mostrou que 84%
dos agricultores brasileiros já utilizam pelo menos uma tecnologia di-
gital como ferramenta de apoio à sua produção que auxilia na gestão,
fornece informações sobre maquinários ou realiza controle de estoque
e armazenagem. Todo esse processo contribui significativamente para
melhorias e aumento da qualidade, produtividade e lucratividade.

Olhando para um futuro próximo, o Agronegócio deve estar atento às


tendências de inovação nesse setor. Certamente a automação e a robó-
tica ganham mais força com a popularização da conexão 5G. A temática
da Sustentabilidade também traz conceitos de ASG/ESG (Ambiental, So-
cial e Governança) que pregam a redução de insumos nocivos à saúde
humana e a busca por sementes mais resistentes e produtivas.

As tendências de Inovação na Agropecuária brasileira


A inovação no campo é fruto da popularização de tecnologias, com utiliza-
ção de microchips e sensores, alicerçada em conectividade. Com a chega-
da da internet móvel 5G e dos provedores de internet de última geração,
a Inovação no campo vem ganhando fôlego. São centenas de milhares de
fazendas equipando-se tecnologicamente, digitalizando-se, e tendo como
resultados práticos: o mapeamento geográfico da fazenda, diagnósticos
dos cultivos, economia de água, uso racionalizado de fertilizantes e defensi-
vos, bem como de outros insumos, indo até mesmo à seleção dos próprios
grãos. Além da economia, os sensores espalhados nas propriedades podem
controlar vazão de água ideal para cada dia e hora específica, favorecendo o
crescimento e o aumento da qualidade geral do produto.

Muitas fazendas já fazem uso de variadas tecnologias, sendo frutos de


pequenos projetos sucessivos para automação de pequenas atividades,
como a compra de um trator, depois a troca por uma versão mais mo-
derna, além do uso de drones, aviões agrícolas, sensores, controladores,
borrifadores, controladores e centrais de automação. Outros pontos que
a inovação ao campo pode trazer:

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Agenda do Produtor Rural 2024

1. Profissionalização no campo: Gestão rural mais profissional, através


de uma visão mais estratégica do negócio, com uso de planilhas, apli-
cativos, sistemas de gestão. Dessa forma, para o desenvolvimento
agrícola, é preciso recrutar profissionais capacitados e especializados,
sistemas de controle de gestão e aplicativos. Esse recrutamento é um
desafio para o setor, porém, com o progresso tecnológico, cada vez
mais pessoas devem se interessar pela área e se qualificar, além de que
os próprios empreendedores sentirão a necessidade de investir na ca-
pacitação de seus colaboradores para manter a competitividade.

2. Automação: Uso de máquinas e dispositivos que podem potenciali-


zar a capacidade do trabalho humano, tornando a gestão mais pro-
fissional. Essa automação permitirá a otimização do uso de insumos,
de tempo e de recursos na propriedade, reduzindo perdas e melho-
rando a qualidade dos produtos. Um exemplo são os tratores autô-
nomos, guiados por GPS e que podem ser comandados de longe por
smartphones, computadores ou tablets, reduzindo os custos com
operadores e aumentando a produtividade.

3. Agricultura de precisão: O uso de dispositivos sensores, inclusive


geolocalizadores, juntamente com softwares, possibilita o registro
e controle de todas as operações realizadas no sistema de produ-
ção. É justamente o acesso a todas essas informações que define a
agricultura de precisão.

Além de plataformas, são utilizados sensores, câmeras, drones, dis-


positivos de georreferenciamento, entre outras ferramentas. Todas
possuem o objetivo de permitir a digitalização, ou seja, um controle
virtual do processo de produção para o produtor rural, otimizando
e facilitando as tomadas de decisões e aumentando a produtivida-
de. Um exemplo é a plataforma SAAF (Sistema Automatizado de
Abastecimento de Frotas) que controla cada gota de combustível
que abastece o maquinário, reduzindo o desperdício, além de re-
gistrar todos os dados das operações realizadas pelo sistema.

4. Uso da Inteligência artificial: Consiste em um conjunto de algoritmos


programados em máquinas, que possuem a capacidade de solucio-

25
Agenda do Produtor Rural 2024

nar problemas. Dessa forma, esses cérebros eletrônicos têm capa-


cidade de gerar uma série de dados, além de realizarem operações
em tempo real. Essa inovação está contribuindo para a revolução do
agronegócio. Por exemplo, um trator automatizado que mudará sua
rota ao encontrar um obstáculo.

5. Produção sustentável: Possibilita que haja menos emissão de gases


que comprometem o meio ambiente, além do reaproveitamento de
insumos para novas produções. Dessa forma, esse tipo de produção
foca na responsabilidade social do produtor e, com isso, agrega va-
lor ao produto. O cultivo hidropônico é um exemplo de produção
sustentável, utiliza menos espaço, menos água e adubo, menos ou
nenhum fertilizante e pouco aditivos químicos.

6. Nanotecnologia: A nanotecnologia caracteriza-se por mecanismos


que ocorrem em uma escala extremamente pequena, geralmente
inferior a 100 nanômetros, incluindo a preparação, estudo de com-
portamento e exploração das propriedades. De acordo com cálculos
das Nações Unidas, além do ponto de vista econômico, a nanotec-
nologia poderá gerar benefícios à cerca de cinco bilhões de pessoas
nos próximos anos. O objetivo da nanotecnologia na agricultura é o
aprimoramento da intervenção humana por meio do uso de dispo-
sitivos sensores, como a agricultura de precisão, por exemplo. No
agronegócio, os benefícios começam no início das cadeiras produ-
tivas, envolvendo melhoria do desempenho, economia de insumos.

Graças às tendências que estão surgindo, o Agronegócio está se tor-


nando uma ferramenta cada vez mais tecnológica e eficaz. No entanto,
a inovação desse setor ainda apresenta alguns desafios e obstáculos,
como o acesso escasso à internet no campo e ao crédito por exemplo.

Como o Hub de Inovação pode contribuir?


O Hub de Inovação do Banco do Nordeste orienta clientes e emite pare-
ceres sobre projetos inovadores, além de orientar sobre linhas de crédito
para financiamento à inovação. Realiza divulgação de editais de fomen-
to a projetos inovadores que possuem foco na produção rural, e atua

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Agenda do Produtor Rural 2024

junto ao ecossistema de startups da Região Nordeste e norte de Minas


Gerais e Espírito Santo que possuem soluções para a produção rural, a
exemplo a startup Escoaf. Veja mais em www.bnb.gov.br/inovacao.

Fontes consultadas:
https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/54770717/pesquisa-mostra-o-retrato-da-agricul-
tura-digital-brasileira
https://www.indigoag.com.br/pt-br/pages/noticias/inovacao-no-agronegocio
https://tecnologianocampo.com.br/inovacao-no-agronegocio/
https://blog.aegro.com.br/tecnologia-no-agronegocio/
https://ionics.com.br/inovacao-no-agronegocio/
https://hidrogood.com.br/noticias/hidroponia/difusao-tecnologica-no-crescimento-da-hidroponia9
https://eos.com/pt/blog/agricultura-sustentavel/
https://agropos.com.br/agricultura-sustentavel
(https://www.cpt.com.br/artigos/hidroponia-uma-tecnica-de-cultivo-vantajosa-e-promissora)
(https://plataformahidroponia.com/noticias/por-que-a-hidroponia-e-sustentavel)
https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/nosso-campo/noticia/2021/05/02/estrategias-na-hora-do-
-plantio-diminuem-desperdicios-e-prejuizos-no-campo.ghtml
https://invest.exame.com/esg/hortas-urbanas-ifood-alimentacao-saudavel
https://cebds.org/resiliencia-na-producao-e-consumo-de-alimentos/?utm_source=google&utm_me-
dium=cpc&utm_campaign=clima_iac&gclid=EAIaIQobChMIgvWV19-98gIVAfCzCh0EzAW3EAAYASA-
AEgKTTfD_BwE#.XVtYWpNKjm1
https://eshoje.com.br/afinal-de-contas-como-surgiu-o-asg/
https://forbes.com.br/forbesesg/2021/07/39-empresas-brasileiras-estao-entre-as-melhores-do-mun-
do-em-ranking-de-praticas-esg/
http://intra/web/guest/noticias/-/asset_publisher/clSaIw3TMxiS/content/conexoes-asg-debatem-
-pautas-ambiental-social-e-de-governanca-no-contexto-corporativo/22166
https://www.pactoglobal.org.br/pg/esg
https://www.selletiva.com.br/
https://www.pwc.com.br/pt/estudos/setores-atividade/agribusiness/2021/importancia-da-agenda-es-
g-no-agronegocio.html
http://www.azevedosette.com.br/noticias/pt/agronegocio-e-praticas-esg-o-que-e-importante-saber/6007
https://www.noticiasagricolas.com.br/artigos/artigos-geral/283044-esg-o-desafio-e-a-oportunidade-
-para-o-agronegocio-por-mauricio-moraes-e-fabio-pereira.html
https://blogs.canalrural.com.br/comercializacao-em-foco-cbc-negocios/2017/10/03/entenda-o-que-e-
-e-qual-importancia-da-logistica-reversa-para-o-campo/

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Agenda do Produtor Rural 2024

ZONEAMENTO AGRÍCOLA
DE RISCO CLIMÁTICO

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC) é um instrumento de


política agrícola e gestão de riscos na agricultura. O estudo é elaborado
com o objetivo de minimizar os riscos relacionados aos fenômenos cli-
máticos adversos e permite a cada município identificar a melhor época
de plantio das culturas, nos diferentes tipos de solo e ciclos de cultiva-
res. A técnica é de fácil entendimento e adoção pelos produtores rurais,
agentes financeiros e demais usuários.

Na realização dos estudos de ZARC são analisados os parâmetros de cli-


ma, solo e ciclos de cultivares, a partir de uma metodologia validada pela
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e adotada pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA. Dessa for-
ma, são quantificados os riscos climáticos envolvidos na condução das
lavouras que podem ocasionar perdas na produção. O resultado do es-
tudo é publicado por meio de Portarias da Secretaria de Política Agrícola
do MAPA, por cultura e Unidade da Federação, contendo a relação de
municípios indicados ao plantio e seus respectivos calendários de plan-
tio ou semeadura.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático foi publicado pela primei-


ra vez na safra de 1996 para a cultura do trigo. Atualmente, os estudos
de Zoneamentos do MAPA já contemplam 25 Unidades da Federação e
mais de 40 culturas divididas entre espécies de ciclo anual e permanen-
te, além do ZARC para o consórcio de milho com braquiária.

Para fazer jus ao Proagro, ao Proagro Mais e à subvenção federal ao


prêmio do seguro rural, o produtor deve observar as recomendações
desse pacote tecnológico. Além disso, alguns agentes financeiros já
estão condicionando a concessão do crédito rural à observância aos
indicativos do ZARC.

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Agenda do Produtor Rural 2024

O Banco do Nordeste somente financia o custeio agrícola observado


o Zoneamento estabelecido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento - MAPA o qual é divulgado por meio de portarias em seu
site no seguinte endereço:

http://www.agricultura.gov.br/assuntos/riscos-seguro/
risco-agropecuario/portarias

O relatório da Agência das Nações Unidas para Agricultura


e Alimentação (FAO) e da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê o aumento do
papel do Brasil como um dos principais fornecedores glo-
bais de alimentos, com alta de 14% na produção agrícola
até 2030.

É preciso, claro, que essa produção seja cada vez mais


sustentável, com ganho de produtividade e de escala das
soluções sustentáveis. Tal avanço, sobretudo com maior
emprego da tecnologia e inovações, tem sido responsável
pelo bom desempenho do agronegócio brasileiro.

Fontes: https://umsoplaneta.globo.com

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Agenda do Produtor Rural 2024

MATOPIBA

O Matopiba é uma região formada pelo estado do Tocantins e partes


dos estados do Maranhão, Piauí e Bahia, onde ocorreu forte expansão
agrícola a partir da segunda metade dos anos 1980 especialmente no
cultivo de grãos. O nome é um acrônimo formado pelas siglas dos quatro
estados (MA + TO + PI + BA).

A topografia plano e o baixo custo das terras comparado às áreas con-


solidadas do Centro-Sul, levaram alguns produtores rurais empreende-
dores a investir na então nova fronteira agrícola. A expansão aconteceu
sobre áreas de cerrado, especialmente pastagens subutilizadas, e só foi
possível pela disponibilidade de tecnologias para viabilizar os plantios
nas condições locais. Os sistemas de produção são intensivos desde a
implantação e buscam alta produtividade.

O movimento levou o Governo Federal a solicitar à Empresa Brasilei-


ra de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) um estudo sobre a região, por
meio de acordo de cooperação técnica com o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra). O trabalho avaliou as caracterís-
ticas naturais, as questões fundiárias, o perfil da agropecuária, a infraes-
trutura e as condições socioeconômicas locais (Acesse o geoweb com
os dados). Chegou-se, assim, à delimitação do Matopiba, oficializada
em decreto da Presidência da República, em 2015. Ela compreende 337
municípios em 31 microrregiões geográficas, que somam cerca de 73
milhões de hectares.

A produção agropecuária do Matopiba é marcada pelas grandes co-


lheitas de grãos, especialmente soja, milho e algodão. A porção baiana
da região é a segunda maior produtora brasileira da fibra, atrás apenas
do estado do Mato Grosso. Somando toda a área de expansão, a safra
local de soja, MA/PI/BA, na safra 2021/2022 foi de aproximadamente 14
milhões de toneladas, segundo dados da CONAB.

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Agenda do Produtor Rural 2024

SEALBA

A partir de estudos da Embrapa Tabuleiros Costeiros foi identificada uma


região com significativo potencial agrícola, que engloba municípios de
Sergipe, Alagoas e Bahia. A região foi denominada SEALBA, um acrôni-
mo formado pelas siglas dos estados componentes, de forma semelhan-
te à região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), um dos
mais pujantes polos de produção de grãos no país atualmente. A união
desses três estados gera um fortalecimento territorial que pode facilitar
a atração de investimentos públicos e privados, voltados ao desenvolvi-
mento agrícola da região.

A soja é a cultura agrícola de maior importância nacional, ocupando uma


área de aproximadamente 34 milhões de hectares, representando mais
de 50% de toda a produção brasileira de grãos. Algumas oportunidades
do ponto de vista técnico, mas principalmente estratégico, em relação à
produção de soja no SEALBA foram vislumbradas pela equipe técnica da
Embrapa, as quais serão elencadas a seguir.

Época de plantio e colheita diferenciada em relação às demais


regiões produtoras de soja do Brasil
A região do SEALBA apresenta seu principal período chuvoso no outo-
no-inverno, enquanto as demais regiões produtoras de soja do Brasil
têm seu período chuvoso na primavera-verão. Isso resulta em benefícios
fundamentais, como:

• colheita em época diferenciada do restante do Brasil (possibilida-


de de obtenção de melhores preços);

• possibilidade de aquisição de sementes de melhor qualidade fi-


siológica (sementes colhidas na região Centro-Sul e MATOPIBA
em março e abril, quando o plantio no SEALBA é de abril a junho);

• oportunidade de terceirização de máquinas agrícolas provenien-


tes do Centro-Sul e MATOPIBA (desencontro das operações agrí-
colas entre essas regiões e o SEALBA);

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Agenda do Produtor Rural 2024

• desenvolvimento da soja em temperaturas mais favoráveis (como


o cultivo é realizado no outono/inverno, a temperaturas, principal-
mente a noturna, são mais favoráveis às necessidades da planta);

• oportunidade do SEALBA se tornar uma região produtora de se-


mentes de soja de alta qualidade, voltada ao abastecimento de
regiões como o Norte do Mato Grosso, o Pará e o MATOPIBA (as
sementes são colhidas entre agosto e outubro, se encaixando
perfeitamente nas necessidades dessas regiões, onde o plantio de
soja ocorre entre outubro e o início de dezembro);

• maior teor de proteína nos grãos de soja (estudos iniciais apon-


tam teores de proteína chegando a 41% nos grãos da soja produ-
zida no agreste sergipano – isto resulta em uma maior qualidade
do farelo produzido a partir da soja produzida na região).

Proximidade de terminais portuários


A localização estratégica desse recorte territorial, próxima a terminais
portuários nos três estados, garante uma redução no custo de frete para
a entrega da soja voltada à exportação.

Proximidade de grandes bacias leiteiras


Importantes polos de produção leiteira do Nordeste, como Nossa Senho-
ra da Glória-SE, Batalha-AL e Garanhuns-PE, e de regiões avícolas, geram
uma forte demanda para a produção de farelo de soja como a principal
fonte de proteína para a alimentação animal. O incremento da produção
do grão na região ajudaria a suprir essa demanda com redução signifi-
cativa de custos.

Proximidade das usinas produtoras de biodiesel


A soja é a principal fonte oleaginosa para a produção nacional de bio-
diesel, e a região do SEALBA tem potencial para fornecer o grão para
unidades de processamento de todo o Nordeste, principalmente a usina
localizada no município de Candeias-BA.

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Agenda do Produtor Rural 2024

Experiência dos produtores sergipanos com milho


Experientes produtores de milho do Agreste Sergipano, uma das regi-
ões de mais alta produtividade do país, possuem alto potencial para o
aprendizado e a assimilação das práticas culturais utilizadas na produ-
ção de soja.

Oportunidade para a diversificação de cultivos


A soja pode ser introduzida e consolidada na região do SEALBA como
uma grande alternativa para a diversificação de culturas, aumentando a
sustentabilidade ambiental – com maior conservação de solo, recursos
naturais e biodiversidade - e econômica – trazendo alternativas para a
quebra das monoculturas da cana-de-açúcar e do milho e diminuindo a
vulnerabilidade a crises sistêmicas inerentes ao monocultivo tradicional.

Além destas vantagens estratégicas da produção de soja no SEALBA,


destaca-se também a publicação oficial da portaria do Zoneamento
Agrícola de Risco Climático para a produção de soja em todos os municí-
pios do SEALBA, garantindo aos produtores a possibilidade de acesso a
financiamento e seguro agrícola junto aos bancos.

Para que o cultivo da soja se torne uma realidade na região do SEALBA,


um programa de pesquisa vem sendo conduzido pela Embrapa nos últi-
mos anos. Esse programa vem atuando na avaliação de cultivares (adap-
tabilidade e estabilidade); ajuste de espaçamento entre linhas; definição
das melhores épocas de plantio; avaliação da população de plantas;
adaptações nos sistemas de produção (plantio direto e rotação de cul-
turas); avaliação da inoculação de sementes de soja; monitoramento de
pragas e doenças; e levantamento dos custos de produção.

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Agenda do Produtor Rural 2024

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
TERRITORIAL - PRODETER

É uma estratégia do Banco do Nordeste que visa contribuir para o desen-


volvimento territorial por meio da organização, fortalecimento e eleva-
ção da competitividade econômica da Região.

O Programa tem como objetivos:

1. fortalecer as cadeias produtivas das atividades priorizadas;

2. incorporar inovações tecnológicas em atividades produtivas;

3. potencializar a cooperação e participação dos agentes institu-


cionais e econômicos no processo de desenvolvimento local e
territorial;

4. promover a articulação de políticas públicas para o desenvolvi-


mento local e territorial;

5. promover o financiamento integrado e orientado das atividades


produtivas.

O Prodeter do Banco do Nordeste conta com os Agentes de Desenvol-


vimento – profissionais de seus quadros – os quais fazem a ligação en-
tre o Banco e os agentes econômicos e institucionais para estabelecer
e fortalecer a governança local e territorial voltada para a elaboração,
implementação e avaliação de planos de ação territorial.

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Agenda do Produtor Rural 2024

PROGRAMA NACIONAL DE
FORTALECIMENTO DA AGRICULTURA
FAMILIAR - PRONAF

O Banco do Nordeste operacionaliza o Programa Nacional de Fortaleci-


mento da Agricultura Familiar – Pronaf, desde sua criação, sendo o maior
agente financeiro do programa na sua área de atuação.

Destaque-se a importância da Agricultura Familiar na produção de ali-


mentos, participando conforme Censo Agropecuário de 2017, no que
concerne ao valor da produção segundo (culturas e criações), com os
seguintes percentuais – mandioca: 80,0%; arroz: 40,1%; banana: 48,5%;
abacaxi: 67,1%; feijão: 42,0%; milho: 53 %; aves: 45,5 %; produção de lei-
te: 64,2 %; suínos: 51,4 %.

A produção familiar, além de fator redutor do êxodo rural e fonte de re-


cursos para as famílias com menor renda, também contribui, expressiva-
mente, para a geração de riqueza. Mesmo nos países em que predomina
o sistema de latifúndios, há um segmento importante de agricultores
familiares cuja expressão econômica é muito significativa e, em alguns
casos, até majoritária.

Apoia e incentiva o desenvolvimento rural sustentável, integrando suas


ações com os Programas do Governo Federal, para ampliar a produção
no meio rural, melhorando a renda e a qualidade de vida dos(as) agricul-
tores(as) familiares.

Para tanto, dispõe de uma estrutura própria, visando atender os agricul-


tores familiares em suas demandas por financiamento de custeio e de
investimento. As atividades não-agropecuárias no meio rural e a aquicul-
tura e pesca são também contempladas com linhas de financiamentos
em condições apropriadas a esses produtores.

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Agenda do Produtor Rural 2024

Agricultura de Baixa Emissão de Carbono


No Plano Safra 2023/2024, foi dada ênfase a aspectos voltados a incen-
tivo à produção de alimentos saudáveis, produção de base agroecológi-
ca ou orgânica e agricultura regenerativa com incentivo à mecanização
agrícola.

Também foi contemplado incentivo à linha de financiamento Pronaf Jo-


vem, visando promover a sucessão no campo e, ainda, destaque para
públicos específicos como quilombolas e indígenas que passaram a ter
acesso à linha de crédito Pronaf “A”.

Armazéns
O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), que fi-
nancia investimentos necessários à ampliação e à construção de novos
armazéns, é passível de financiamento pelas linhas de crédito do Pronaf.

O tratamento prioritário e diferenciado dispensado pelo Banco


do Nordeste aos agricultores familiares compreende as seguin-
tes diretrizes:
• Utilização do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordes-
te - FNE como principal fonte financiadora;

• Adoção da metodologia de microcrédito produtivo orientado


para o Pronaf, utilizada pelo Programa Agroamigo;

• Incentivo a atividades não agrícolas no meio rural;

• Estímulo a atividades com maior valor agregado;

• Apoio à estruturação de cadeias produtivas;

• Fortalecimento das parcerias para viabilizar assistência técnica e


capacitação;

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Agenda do Produtor Rural 2024

• Incentivo ao financiamento de itens destinados à implantação de


sistemas de geração e distribuição de energias limpas, obtidas a
partir de fontes renováveis (eólica, solar, biomassa etc.);

• Estímulo ao financiamento de itens destinados à inovação tecno-


lógica e conectividade no campo, automação e gerenciamento
remoto de atividades agropecuárias;

• Incentivo à utilização de tecnologia de convivência com a seca;

• Incentivo ao financiamento de itens que promovam o melhora-


mento genético dos rebanhos;

• Apoio à equidade de gênero com incentivo à participação das


mulheres em empreendimentos rurais;

• Incentivo à produção agroecológica, com eventos de capacitação


e distribuição de material informativo, contribuindo para a disse-
minação de uma postura de negócios inclusivos;

• Promoção da inclusão financeira do(a) agricultor(a) familiar e seu


acesso aos produtos e serviços do Banco do Nordeste.

Linhas de crédito do PRONAF:


• Pronaf Grupo A

Crédito para atividades agropecuárias de agricultores assentados


pelo Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) e de beneficiá-
rios do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF).

• Pronaf Grupo A/C

Crédito de custeio, isolado ou vinculado, a agricultores familiares


assentados pelo Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) ou
beneficiários do Programa Nacional de Crédito Fundiário (PNCF).

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Agenda do Produtor Rural 2024

• Pronaf Grupo B

Financiamento de investimento das atividades agropecuárias e não


agropecuárias desenvolvidas no estabelecimento rural ou em áreas
comunitárias rurais próximas, assim como implantação, ampliação
ou modernização da infraestrutura de produção e prestação de ser-
viços agropecuários e não agropecuários, podendo ser financiada
qualquer demanda que gere renda para a família atendida.

• Pronaf Comum

Crédito de custeio rural, isolado ou vinculado.

• Pronaf Mais Alimentos

Créditos de investimento que se destinam a promover o aumento da


produção e da produtividade e a redução dos custos de produção,
visando a elevação da renda da família produtora rural.

• Pronaf Jovem

Crédito para projeto específico ou proposta de crédito de interesse


de jovem agricultor ou jovem agricultora familiar.

• Pronaf Mulher

Crédito para projeto específico de interesse da mulher agricultora


integrante de unidade familiar para a implantação, ampliação e mo-
dernização da infraestrutura de produção e serviços agropecuários e
não agropecuários no estabelecimento rural ou em áreas comunitá-
rias rurais próximas, de acordo com o projeto específico.

• Crédito de Investimento para Convivência com o Semiárido


(Pronaf Semiárido)

Crédito para atividades de agricultores familiares do semiárido nor-


destino, mediante o financiamento de investimento em projetos de
convivência com o semiárido, notadamente de infraestrutura hídri-
ca, focados na sustentabilidade dos agroecossistemas.

39
Agenda do Produtor Rural 2024

• Crédito de Investimento para Agroecologia (Pronaf


Agroecologia)

Crédito de investimento destinado a sistemas de base agroecológica


ou orgânica, inclusive os gastos relativos à implantação e manuten-
ção do empreendimento.

• Crédito de Investimento em Sistemas de Exploração


Extrativistas, de Produtos da Sociobiodiversidade, Energia
Renovável e Sustentabilidade ambiental (Pronaf Bioeconomia)

Crédito para investimento na utilização de tecnologias de energia re-


novável, tecnologias ambientais, armazenamento hídrico, pequenos
aproveitamentos hidroenergéticos, silvicultura e adoção de práticas
conservacionistas e de correção da acidez e fertilidade do solo, visan-
do sua recuperação e melhoramento da capacidade produtiva.

40
Agenda do Produtor Rural 2024

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Agenda do Produtor Rural 2024

AGROAMIGO - PROGRAMA DE
MICROFINANÇA RURAL
O Agroamigo é o Programa de Microfinança Rural do Banco do Nor-
deste que tem como objetivo melhorar o perfil social e econômico dos
agricultores familiares do Nordeste, norte de Minas Gerais e norte do
Espírito Santo.

Atende, de forma pioneira no Brasil, a milhares de agricultores familiares,


enquadrados no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura
Familiar (PRONAF), com exceção dos grupos A e A/C, tendo como carac-
terística, a presença nas comunidades rurais, por meio dos Agentes de
Microcrédito.

Dentre as melhorias introduzidas pelo Programa, destacam-se:


• Impulsionar a sustentabilidade nos empreendimentos rurais;

• Ampliar o acesso da mulher ao crédito rural;

• Criar empregos e ocupações no meio rural;

• Conceder crédito orientado e acompanhado, de forma gradativa


e sequencial;

• Impulsionar a sustentabilidade nos empreendimentos rurais;

• Apoiar as atividades agropecuárias e não agropecuárias no


meio rural;

• Apoiar a geração de energia solar no campo;

• Promover a conectividade e o avanço tecnológico no meio rural;

• Promover a inclusão financeira do(a) agricultor(a) familiar e seu


acesso aos produtos e serviços do Banco.

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Agenda do Produtor Rural 2024

Produtos
A experiência exitosa do Programa no atendimento a agricultores fami-
liares do Pronaf Grupo B, com renda bruta familiar anual de até R$ 40
mil no Agroamigo Crescer, motivou o Banco a ampliá-la para os clientes
enquadrados em grupos do Pronaf de renda mais elevada, sendo criada
a modalidade Agroamigo Mais na contratação de operações para agri-
cultores (as) familiares com renda anual até R$ 360 mil.

Agroamigo Sol

Estratégia de financiamento para implantação de sistemas de micro e


minigeração de energia solar e outras fontes renováveis, garantindo
uma maior competitividade aos empreendimentos financiados, além da
oportunidade de economizar na conta de energia e preservar o meio
ambiente da Região.

Agroamigo Net

Estratégia de financiamento para investimento em conectividade rural


para impulsionar a inclusão digital dos agricultores familiares na Região
Nordeste, sendo um estímulo à contratação de financiamento para im-
plantação de projetos que contemplem a aquisição de equipamentos
e de estrutura de conexão à internet, utilizando as linhas de crédito já
existentes.

Agroamigo Água

Estratégia de financiamento em itens relacionados a infraestrutura hídri-


ca dos empreendimentos, buscando melhorar as condições de acesso a
água das propriedades rurais, beneficiando o desenvolvimento das ativi-
dades financiadas e uso consciente dos recursos hídricos.

WhatsApp Agroamigo

Solução automatizada via WhatsApp, que padroniza e qualifica o atendi-


mento remoto prestado aos clientes do Agroamigo, através do número
(85) 99965 0300.

43
Agenda do Produtor Rural 2024

Este canal de comunicação permite ao cliente:

• Obter informações sobre documentação necessária para acesso


ao crédito e enviar documentos;

• Acessar informações sobre condições das linhas de crédito e


sobre a metodologia do Agroamigo;

• Solicitar boletos para pagamento de parcelas, bem como regula-


rização de dívidas;

• Conhecer o estágio da análise de proposta de crédito e agendar


visita do agente de microcrédito.

App Agricultura Familiar

• Aplicativo que disponibiliza diversas informações para o produ-


tor rural.

Entende-se como MATRIZ o exemplar de uma determi-


nada espécie, utilizado para reprodução, visando ao
melhoramento da espécie e/ou aumento da população.
Normalmente é selecionada por suas características ge-
néticas e/ou pela possibilidade de transmiti-las a outras
gerações. A novilha com prenhez confirmada pode ser
considerada matriz.

44
Agenda do Produtor Rural 2024

Notificação para você:


o App BNB Agro agora
tem área exclusiva para
Agricultura Familiar.

O Produtor Rural pode aperfeiçoar a gestão do seu


empreendimento e fazer operações sem sair de casa:

Linhas de financiamento
Acesso à conta
Consulta de operações vigentes
Agenda do produtor rural e calendário agrícola
Boletim agroinforma
Apps da Embrapa

Disponível para download


Disponível no Disponível na

45
Agenda do Produtor Rural 2024

O BANCO DO NORDESTE
E O MEIO AMBIENTE
A questão ambiental vive um momento histórico e o seu destaque é
cada vez maior, principalmente em função das mudanças climáticas, do
crescimento do mercado de produtos ecologicamente corretos e das
pressões exercidas pela sociedade contra a degradação ambiental e a fa-
vor da sustentabilidade. Sob esse aspecto, o homem do campo tem um
papel importante, uma vez que o desenvolvimento das suas atividades
produtivas interfere diretamente na qualidade do meio ambiente.

Dessa forma, é importante que o produtor rural desenvolva suas ativi-


dades de forma sustentável, o que inclui a utilização racional e o mane-
jo adequado dos recursos naturais disponíveis, evitando as queimadas,
o desmatamento e o uso indiscriminado de agrotóxicos e realizando a
destinação adequada dos resíduos da produção. Além disso, é funda-
mental o respeito à legislação ambiental, em especial, no tocante às li-
cenças ambientais, às autorizações para supressão de vegetação e à ma-
nutenção das áreas de reserva legal e de preservação permanente nas
propriedades.

O Banco do Nordeste, como principal órgão financiador das atividades


agropecuárias em sua área de atuação, reconhece o importante papel
que os produtores rurais podem desempenhar na conservação dos re-
cursos naturais e na melhoria da qualidade ambiental da Região. Dessa
forma, apoia projetos que contemplem melhorias ambientais nos pro-
cessos produtivos, florestamento e reflorestamento, recuperação de áre-
as degradadas, composição de áreas de reserva legal e de preservação
permanente, enfrentamento da desertificação, produção de energia a
partir de fontes renováveis, eficiência energética, gerenciamento de re-
síduos, sistemas agroflorestais, Integração Lavoura Pecuária e Floresta
(ILPF), agricultura orgânica, entre outros.

Além do apoio financeiro, o Banco disponibiliza materiais de orientação


para que o homem do campo possa identificar os impactos gerados por
suas atividades e adotar as práticas que propiciam o manejo correto e
sustentável da terra.

46
Agenda do Produtor Rural 2024

Os programas ambientais de financiamento do Banco do Nordeste vol-


tados para o meio rural estão destacados a seguir:

• FNE-VERDE (Programa de Financiamento à Sustentabilidade


Ambiental): Tem o objetivo de promover o desenvolvimento de
empreendimentos e atividades econômicas que propiciem ou es-
timulem a preservação, conservação, controle e/ou recuperação
do meio ambiente, com foco na sustentabilidade e competitivi-
dade das empresas e das cadeias produtivas. O FNE-VERDE opera
com taxas de juros reduzidas e prazo de até 20 anos, incluindo
carência de até 12 anos.

• Pronaf Floresta (Linha de Crédito de Investimento para Siste-


mas Agroflorestais): Financia projetos de sistemas agroflorestais,
exploração extrativista sustentável, manejo florestal, recompo-
sição e manutenção de áreas de preservação permanente e de
reserva legal e recuperação de áreas degradadas. O prazo das
operações é de até 20 anos, incluindo carência de até 12 anos, de
acordo com a finalidade, com juros reduzidos.

• Pronaf Agroecologia (Linha de Crédito de Investimento para


Agroecologia): Programa para o financiamento dos sistemas de
produção agroecológica ou orgânica. O prazo das operações é de
até 10 anos, incluída carência de até 3 anos com juros reduzidos.

• Pronaf-Bioeconomia (Linha de Crédito para Investimento em


Sistemas de Exploração Extrativistas de produtos da Sociobio-
diversidade, Energia Renovável e Sustentabilidade Ambiental):
Financia a implantação, utilização e/ou recuperação de tecnologias
ambientais, energia renovável, silvicultura e sistemas produtivos de
exploração extrativista e de produtos da sociobiodiversidade eco-
logicamente sustentável. Os prazos do financiamento dependem
da atividade a ser financiada com juros reduzidos.

• Pronaf Semiárido (Linha de Crédito de Investimento para Obras


Hídricas e Produção para Convivência com o Semiárido): Volta-
do para o investimento em projetos de convivência com o semi-
árido, focados na sustentabilidade dos agroecossistemas, onde

47
Agenda do Produtor Rural 2024

50% do investimento é voltado para melhorias na infraestrutura


hídrica das propriedades. O prazo das operações será de até 10
anos, incluídos até 5 anos de carência, de acordo com a atividade,
com juros reduzidos.

O meio ambiente equilibrado, além de propiciar as condições neces-


sárias para a vida, também é um importante gerador de negócios que,
quando explorado de forma responsável, contribui para o desenvolvi-
mento sustentável da Região.

Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável fazem


parte do documento “Transformando Nosso Mundo: A
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” pu-
blicado pela ONU. O documento é composto por uma De-
claração, 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável,
169 metas e uma seção sobre meios de implementação
e de parcerias globais, visando melhorar a qualidade de
vida das pessoas, preservando o ecossistema e garantin-
do prosperidade econômica.

Fonte: CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvi-


mento Sustentável) - https://cebds.org/blog/como-as-empresas-
-podem-contribuir-para-um--mundo-melhor/#.WNKgBxIrLMI

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Agenda do Produtor Rural 2024

O SEMIÁRIDO NORDESTINO E A
CONVIVÊNCIA COM A SECA
O NORDESTE
O Nordeste do Brasil possui uma população de 57,6 milhões de habitan-
tes (IBGE, Estimativa Populacional para ano de 2021), tem uma área de
1.561.177 km², ocupando 18,27% do território nacional, dos quais cerca
de 1.128.698 km² situam-se no Polígono das Secas. A região que com-
preende esse polígono engloba todos os estados do Nordeste, além do
Norte de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Já a Região Semiárida que ocupa 1.007.438 km² da área do Nordeste e


outros 121.259 km² de Minas Gerais totaliza uma área de 1.128.697 km²,
conforme nova delimitação do Semiárido realizado pela Sudene, em
2017, o que corresponde a 13,3% do território nacional e representa
63% da área de atuação do Banco, com uma população de 27,8 mi-
lhões de habitantes. É uma zona definida basicamente pelas seguintes
características:

a. pluviosidade baixa e irregular, variando de 200 a 800 mm/ano,


concentrada em uma única estação de 3 a 5 meses, com ocorrên-
cia de períodos de estiagem;

b. temperaturas elevadas com altas taxas de evapotranspiração e


balanço hídrico negativo durante boa parte do ano;

c. insolação muito forte (2.800 horas/ano) aliada à baixa umidade


relativa;

d. solos oriundos de rochas cristalinas, rasos, pouco permeáveis, su-


jeitos à erosão;

e. predominância de vegetação de caatinga.

Segundo o IBGE, em 1980, 50,5% da população nordestina viviam na


zona urbana e 49,5% na zona rural. No entanto, a partir de 1990 houve
uma redução da população rural que emigrou para as grandes cidades

49
Agenda do Produtor Rural 2024

devido às secas ocorridas nesse período: Em 1996, 65,2% da população


estavam na zona urbana enquanto 34,8% viviam na zona rural. Já em
2000 a população urbana era de 69,0% e a população rural de 31,0%
e, finalmente, em 2010, a população urbana era de 73,1% e a rural de
apenas 26,9%. Dados do IBGE, de acordo com a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios (PNAD) de 2015, apontam 26,8% como sendo a
população rural da região Nordeste. Este dado demonstra que a popula-
ção rural do Nordeste mantém-se estável, quando comparados com os
dados obtidos em 2010.

Um estudo elaborado, em 2021, pela Esalq/USP sobre


conectividade no campo aponta que apenas 23% do
espaço agrícola brasileiro possui algum nível de cober-
tura por Internet. Com o avanço da cobertura de conec-
tividade nessas áreas rurais, o Valor Bruto da Produção
(VBP) agropecuária aumentaria em até R$ 100 bilhões.

Fonte: https://www.cepea.esalq.usp.br

50
Agenda do Produtor Rural 2024

ÁREA TERRITORIAL, POPULAÇÃO E MUNICÍPIOS DA


REGIÃO NORDESTE E DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO

Fontes: IBGE (Censo 2017); Ministério da Integração Nacional (Portaria de 10/03/2005); SUDENE, Reso-
lução CONDEL 107/2017

(1) Inclusive área de litígio entre os Estados do Piauí e do Ceará de 2.977,4km².

(2) Área de atuação da SUDENE - dados do IBGE do Censo-2017

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Agenda do Produtor Rural 2024

ALGUMAS TECNOLOGIAS UTILIZADAS


PARA CONVIVÊNCIA COM A SECA

Açudes – são sempre uma possibilidade de reserva de água, mas é preci-


so balancear seu tamanho com a localização, fontes abastecedoras (rios,
riachos) e o acesso.

Barragens subterrâneas – são reservatórios para armazenamento de


água no subsolo, geralmente no leito dos rios e riachos que foram barra-
dos com a construção de uma parede subterrânea, também conhecida
como septo impermeável.

Barreiros – são pequenos reservatórios de cerca de 3.000m3, destinados


a armazenar a água das chuvas. Seu objetivo é possibilitar a realização de
aguações em períodos críticos de irregularidade das chuvas, caso venha
a faltar água, por exemplo, durante o desenvolvimento inicial da planta
ou na floração. São construídos também em áreas de pastagens para
fornecimento de água aos animais.

Cacimba – também conhecida como poço amazonas ou cacimbão, é


de construção simples, normalmente com 20 metros de profundidade e
localizada em áreas baixas da propriedade; na maioria das vezes, vem a
secar com a ocorrência de estiagens mais longas.

Cisterna – é um reservatório que armazena as águas de chuvas reco-


lhidas no telhado da casa. Uma cisterna é composta basicamente por
uma área de captação, um sistema de filtragem e um tanque de arma-
zenamento. O Banco está incentivando o financiamento de cisternas de
placas em todos os projetos de investimento em que a propriedade não
disponha de água de boa qualidade e quantidade suficiente para o abas-
tecimento humano durante o ano inteiro.

Ensilagem – é um método de conservação de forragem para o perío-


do seco que consiste em acondicioná-la em um recipiente ou espaço
totalmente fechado (sem ar), para que ela possa sofrer um processo de

52
Agenda do Produtor Rural 2024

fermentação. Quando o processo é bem conduzido, a perda do valor nu-


tritivo da forragem é pouco significativa.

Fenação – é um processo de conservação de forragem para um período


seco, que consiste em desidratá-la ao sol, reduzindo o teor de água de
70-75% para 15-20%.

Manejo sustentado da mata nativa – executam-se procedimentos téc-


nicos controlados para otimizar todo o potencial da mata nativa. As duas
melhores formas de manejo são o corte raso sem destoca (cortam-se
todas as árvores deixando os tocos que funcionarão como agentes de
recuperação da fertilidade do solo) e o corte seletivo (o corte é feito por
diâmetro mínimo ou por espécie).

Mata ciliar – consiste na preservação da vegetação às margens dos rios.


Esta prática é de fundamental importância para proteger os solos locali-
zados nas margens dos rios, por aumentar a sustentação mecânica dos
barrancos e pela presença das raízes.

Poço artesiano – tecnologia para obtenção de água do lençol freático


por meio da perfuração do solo com pequeno diâmetro, normalmente
de 4” a 12”. A Perfuração requer uso de máquina específica.

Reserva estratégica alimentar – a convivência com a seca para todas as


categorias de produtores tem como pressuposto a existência ou forma-
ção de reserva estratégica de alimentação acima do suporte forrageiro
requerido pelo rebanho atual e projetado, de forma a viabilizar a sua ma-
nutenção.

Rotação de culturas – diminui os efeitos da erosão, melhora a fertilida-


de do solo, explora o solo em diversas profundidades e contribui para o
controle de pragas e doenças.

Queima controlada – infelizmente a queima ainda é utilizada por mui-


tos produtores. O fogo é prejudicial ao solo, pois destrói a matéria orgâ-
nica, a população microbiana, dificulta a infiltração de água nas áreas co-
bertas pelas cinzas e diminiu a porosidade do solo, facilitando a erosão.

53
Agenda do Produtor Rural 2024

RESERVA ESTRATÉGICA ALIMENTAR

A reserva estratégica de alimentação é de grande importância para os


empreendimentos rurais que exploram a bovinocultura e ovinocaprino-
cultura, tendo em vista a escassez de pastagens durante grande parte
do ano, especialmente na região Semiárida. Dessa forma, o financia-
mento de projetos de bovinocultura e ovinocaprinocultura, no Banco do
Nordeste, para todas as categorias de produtores está condicionado à
existência ou formação de reserva estratégica de alimentação acima do
suporte forrageiro requerido pelo rebanho atual e projetado, de forma a
viabilizar a sua manutenção. As exigências variam de acordo com a loca-
lização do empreendimento e a atividade financiada, conforme abaixo:

1. No semiárido, a reserva será projetada para um período de 120 dias,


exigindo-se ainda:

1.1 Bovinocultura de Leite: pelo menos, 40% da reserva deverá ser


constituída de forragens conservadas na forma de silagem ou
feno, palhadas e outros restolhos amoniados;

1.2 Bovinocultura de corte: pelo menos, 25% da reserva deverá ser


constituída de forragens conservadas na forma de silagem ou
feno, palhadas e outros restolhos amoniados;

1.3 Ovinocaprinocultura: pelo menos, 25% da reserva deverá ser


constituída de forragens conservadas na forma de silagem ou
feno, palhadas e outros restolhos amoniados.

2. Nas zonas cacaueira e canavieira, exceto para os municípios enqua-


drados no semiárido, na Amazônia Legal e demais municípios, a re-
serva estratégica será projetada para um período de 90 dias, haven-
do variação percentual de forragens conservadas, de acordo com a
atividade financiada.

54
Agenda do Produtor Rural 2024

PALMA FORRAGEIRA

A palma forrageira é de grande importância para alimentação dos reba-


nhos no Semiárido brasileiro. Os principais fatores que justificam a pro-
dução de palma forrageira são:

1. Tecnologia disponível;

2. Maior tolerância à seca do que o sorgo e milho;

3. Alta produção de forragem por área;

4. Apresenta alto teor de energia;

5. Fonte de água para os animais;

6. Grande capacidade de rebrota.

7. Possibilidade de utilização de fontes alternativas de água


(captação de chuva, poços de baixa vazão) para irrigação;

8. Recuperação de áreas degradadas;

9. Combate à erosão;

Variedades utilizadas – As principais cultivares que predominam na


região Nordeste são a Redonda (Opuntia sp.), a Gigante (Opuntia fícus
indica) e a Miúda ou Doce (Napolea cochenillifera), sendo recomenda-
das cultivares tolerantes à praga da cochonilha do carmim (Dactylo-
pius opuntiae Cockrell) como a Miúda ou Doce e a Orelha de Elefante
(Opuntia stricta).

Plantio – Deve-se plantar pelo menos 30 dias antes da estação chuvosa,


evitando-se raquetes muito finas, pequenas e novas devido o alto índice
de mortalidade e fraca brotação. As raquetes- sementes devem ser sub-
metidas a uma murcha de 10 a 15 dias para cicatrização do corte e perda
de parte de água. Secar à sombra e, se possível, enfileiradas em pé. Para

55
Agenda do Produtor Rural 2024

evitar a contaminação por fungos, poderá ser pincelado no corte qualquer


fungicida à base de cobre (20g/20L) ou calda bordalesa. O plantio poderá
ser realizado em covas (mais tradicional) ou sulcos (cultivos adensados).
As raquetes poderão ser enterradas pela metade ou 2/3, favorecendo o
desenvolvimento do sistema radicular e no sentido Leste-Oeste. A aduba-
ção de plantio deve ser feita com base na análise de solo.

Espaçamentos – Os espaçamentos mais comuns variam de 1,0m até


2,0m entre as linhas de plantio e 10 a 30cm, entre as palmas dentro da
linha, sendo ideal entre 20 a 25 cm para permitir a limpa com enxada.
Recomenda-se maior adensamento para a palma miúda e menor para a
Orelha de Elefante, no caso de plantios irrigados.

Produtividade – Varia de 5 a 30 toneladas de matéria seca/ha, corres-


pondendo a faixa de produtividade de 50 a 300 toneladas de matéria
verde/ha, podendo atingir maiores valores em condições excepcionais.
Ressalta-se que a produtividade pode variar dependendo da densidade
de plantas, genótipo e adubação.

Fornecimento da palma ao rebanho – Deve-se fornecer ao gado junta-


mente com palhadas de culturas, capins de corte, feno, silagem, torta de
algodão, farelo de soja, etc. para evitar a ocorrência de diarreia e aumen-
tar o teor proteico da alimentação. Pode ser fornecida in natura ou em
farelo das raquetes picadas, secas e moídas.

Controle de pragas – Deve ser feito o controle de forma mecânica,


química, biológica ou genética. Trabalhos indicam que destes méto-
dos, o manejo integrado de pragas (MIP) e o monitoramento da área,
retirando as raquetes atacadas da área e queimando-as é viável eco-
nomicamente para o produtor.

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Agenda do Produtor Rural 2024

Palma cultivar Gigante

A palma forrageira foi introduzida no semiárido nordes-


tino no final do século XIX, com o intuito da produção
de corante carmim. Foi após a grande seca ocorrida em
1932 que a palma foi descoberta como uma excelente
alternativa forrageira. Neste período, o governo federal
implantou o primeiro programa com a espécie, induzin-
do desta forma sua disseminação.

Fonte: REVISTA CULTIVAR - https://www.grupocultivar.com.br/


artigos/palma-forrageira

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Agenda do Produtor Rural 2024

PRODUÇÃO E CONSUMO DE SILAGEM

Conceito
O processo de preservação da forragem verde, em recipiente apropria-
do, por meio de uma fermentação controlada chama-se ENSILAGEM. O
produto final obtido chama-se SILAGEM. O recipiente chama-se SILO.

Como medir o consumo de alimentos


O consumo de alimentos, nos climas tropical e subtropical, é de 2,5 a
3,5% do peso vivo dos bovinos/dia. No que se refere ao consumo de sila-
gem, recomenda-se ministrar 4 a 6% do peso vivo dos animais.

Ex.: uma vaca com 450 kg de peso vivo deve consumir de 11,25 a
15,75 kg de matéria seca diariamente, o que equivale a um consumo
anual de 4.106,25 a 5.748,75 Kg. Esta necessidade poderá ser atendi-
da com o consumo de 18 a 28 kg de silagem complementados com
outros alimentos.

Vantagens da produção e uso da silagem:

a. preparo da silagem é feito em curto período;

b. favorece o uso intensivo da terra;

c. possibilita a utilização da planta no seu melhor estágio de desen-


volvimento;

d. constitui segurança de alimentação satisfatória do rebanho em


período crítico;

e. conserva-se a forragem no silo, em condições de consumo, por


um longo período;

f. preserva boa parte do caroteno do material inicial e conserva maior


quantidade de matéria seca e nutrientes, produzidos por unidade
de área, do que outros métodos de preservação de forragens;

58
Agenda do Produtor Rural 2024

g. a colheita do material, o enchimento do silo, a descarga e a dis-


tribuição para o gado podem ser total ou parcialmente mecani-
zados;

h. permite aumentar o número de animais e, consequentemente, a


produção por unidade de área;

i. requer menor espaço para guardar o alimento do que outras for-


mas de preservação de forragens.

Limitações:

a. despesas iniciais elevadas para construção do silo e aquisição de


maquinaria;

b. concentração de trabalho em curto período, quando do enchi-


mento do silo;

c. aberto o silo, certa quantidade deve ser retirada diariamente, para


evitar perdas;

d. requer alguns cuidados para se obter bons resultados;

e. os valores nutritivos das silagens apresentam grande variação.

TIPOS DE SILO
Existem dois grupos de silos: silos horizontais (trincheira e de superfície)
e silos verticais (aéreo, poço e encosta). A função de qualquer dos silos é
fundamentalmente a mesma: manter o material fermentado em ausên-
cia de ar. No Nordeste, predominam os silos horizontais.

SILOS TRINCHEIRAS
Vantagens:

a. custo de construção relativamente baixo;

b. construção rápida e que não exige mão de obra especializada;

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Agenda do Produtor Rural 2024

c. as operações principais – corte, fragmentação, carga, compacta-


ção e descarga – podem ser feitas mecanicamente;

d. ausência de perigo de intoxicação humana com gases;

e. descarga fácil.

Desvantagens:

a. exigindo maior área para construção e algumas características


favoráveis do terreno, a localização geralmente é mais longe do
estábulo do que os silos verticais;

b. há maior necessidade de mão de obra para espalhar o material


durante a carga;

c. a remoção do material estragado e da terra protetora são opera-


ções diárias e contínuas enquanto a silagem está sendo fornecida.

Cálculo da capacidade:

Área = (B+b) x h/2, em que:


B =base maior (m);
b = base menor (m); e

h = altura do silo (m)

Volume = Área (m²) x Comprimento (m)


Capacidade = Volume (m³) x 500 Kg/m³

Obs.: 1m³ de silo trincheira ≅ 500 kg (0,5 ton)

Localização do silo

Para definir corretamente o local do silo, observe as seguintes questões:

a. Devem ser construídos próximos do local onde os animais serão


alimentados;

60
Agenda do Produtor Rural 2024

b. O silo deve ter uma leve declividade para que a umidade (choru-
me) escorra para fora;

c. Deve ter valetas ao seu redor para evitar que a água da chuva pe-
netre no silo;

d. Deve ser construído em local de boa drenagem;

e. Deve ser construído em locais onde não há erosão.

Operações de ensilagem:

a. carregamento – o carregamento se faz até um metro acima do


nível do solo. A qualidade da silagem é afetada pelo tempo de
exposição da massa ao ar. Os trabalhos de carregamento só de-
vem ser iniciados após as providências para que o material seja
transportado ininterruptamente das áreas de produção. A opera-
ção de carregamento deve ser contínua e executada no menor
tempo possível.

b. compactação – é a operação mais importante da ensilagem. A


exclusão do ar é necessária para se evitar excessiva elevação de
temperatura e perda de valor nutritivo da silagem. A compactação
pode ser feita com trator, animais e mesmo homens. A má compac-
tação tem sido a causa de muitos insucessos em ensilagem.

c. cobertura – depois de completamente cheio o silo, deve-se co-


brir o material com palha ou capim seco; em seguida, fazer a co-
bertura final com a própria terra retirada da trincheira durante
a escavação. Deve-se sobrepor uma camada de terra de aproxi-
madamente 50 cm, bem compactada e de forma abaulada para
facilitar o escorrimento das águas das chuvas. É também comum
o uso de lona plástica em substituição ao capim seco ou palha
na cobertura.

d. descarregamento – inicia-se a descarga do silo trincheira pela


“porta”, isto é, por uma das extremidades vedada com um tapu-
me de madeira. Diariamente, a “fatia” cortada em sentido vertical
deve corresponder à ração diária do rebanho a ser alimentado.

61
Agenda do Produtor Rural 2024

SILOS DE SUPERFÍCIE
Vantagens:

a. custo de construção mais barato, em relação aos demais;

b. construção rápida e que não exige mão de obra especializada;

c. não exige estrutura de alvenaria ou revestimento;

d. as operações principais – corte, fragmentação, carga, compacta-


ção e descarga – podem ser feitas mecanicamente;

e. amontoamento e compactação sobre o solo;

f. cobertura com lona plástica e terra;

g. ausência de perigo de intoxicação humana com gases;

h. descarga fácil.

Desvantagens:

a. compactação mais difícil por não ter paredes laterais;

b. há maior necessidade de mão de obra para espalhar o material


durante a carga;

c. maior índice de desperdício em relação ao silo trincheira;

d. mais susceptível a ataques animais e fatores climáticos;

e. a remoção do material estragado e da terra protetora são opera-


ções diárias e contínuas enquanto a silagem está sendo fornecida.

Cálculo da capacidade:

Área = (B+b) x h/2, em que:


B = base maior (m);
b = base menor (m); e

h = altura do silo (m).

62
Agenda do Produtor Rural 2024

Volume = Área (m²) x Comprimento (m)


Capacidade = Volume (m³) x 400 Kg/m³

Obs.: 1m³ de silo de superfície ≅ 400 kg (0,4 ton)

Localização do silo

a. Por ser bem flexível, permite ao produtor escolher a área que con-
siderar melhor para a sua produção;

b. Deve ser construído em local de boa drenagem;

c. Deve ser construído em locais onde não há erosão.

Operações de ensilagem:

a. carregamento – o carregamento se faz até um metro acima do


nível do solo. A qualidade da silagem é afetada pelo tempo de
exposição da massa ao ar. Os trabalhos de carregamento só de-
vem ser iniciados após as providências para que o material seja
transportado ininterruptamente das áreas de produção. A opera-
ção de carregamento deve ser contínua e executada no menor
tempo possível.

b. compactação – o material deve ser colocado sobre uma camada


de palha para drenar a umidade da silagem. A exclusão do ar é ne-
cessária para se evitar excessiva elevação de temperatura e perda
de valor nutritivo da silagem. A compactação pode ser feita com
trator, animais e mesmo homens. Nesse tipo de silo, para cada 1m
de altura, é importante fazer 5m de base para facilitar a compacta-
ção lateral, se for mecânica.

c. cobertura – depois de completamente cheio o silo, deve-se cobrir


o material por uma camada de terra de 10 a 15 centímetros para
evitar a formação de bolsões de ar e, em seguida, deve-se cobrir
o silo com lona plástica com faces branca e preta. A face branca
deve ser virada pra cima. Colocar pedras nas bordaduras para me-
lhor fixação da lona.

63
Agenda do Produtor Rural 2024

d. descarregamento – inicia-se a descarga do silo por uma das ex-


tremidades vedada com a lona. Diariamente a “fatia” cortada em
sentido vertical deve corresponder à ração diária do rebanho a ser
alimentado.

Material para ensilar – As melhores forrageiras para ensilagem são


aquelas com elevado teor de açúcares, no caso, o milho e o sorgo. Os
capins geralmente têm baixo teor de açúcares, com exceção do capim
-elefante, que tem bom teor de carboidratos solúveis.

a. milho – é o melhor material para produzir silagem. Corta-se quando


os grãos estão no ponto farináceo (teor de matéria seca em torno de
28% a 35%). O rendimento é de 25 a 35 toneladas de massa verde
por hectare. Não há necessidade de aditivos para melhorar as fer-
mentações.

b. sorgo – deve-se dar preferência às variedades de ciclo curto e boas


produtoras de massa verde. Hoje, existem variedades produzindo em
torno de 30 a 40 toneladas/ha. O sorgo é um ótimo substituto do mi-
lho, é mais resistente à seca e pode dar uma ou duas socas, depen-
dendo das condições.

c. capim-elefante – deve-se cortar o capim quando estiver com 1,50 a


1,80m de altura. Nessas condições, colhem-se 20 a 25 toneladas de
massa verde por hectare. É conveniente juntar aditivos como o melaço
(3-5%), uréia (0,5%) ou fubá (3-5%) à massa verde. Dilui-se o melaço ou
uréia em água (1Kg:1L) e distribui-se à medida que se enche o silo. Se
houver disponibilidade de cana-de-açúcar, pode-se juntá-la na propor-
ção de 20%. Nesse caso, é dispensado o melaço.

d. capim-elefante BRS capiaçu – lançado em 2015 pela Embrapa, pos-


sui boas características de “ensilabilidade”, com elevada produção de
matéria seca (50ton/ha/ano), o que contribui significativamente para
a redução nos custos de produção. Além disso, apresenta boa resis-
tência ao estresse hídrico (veranicos), bom valor nutritivo, e caracte-
rística de rebrota que pode favorecer o processo de ensilagem, haja
vista que pode ser cortado a 50 cm do solo. Fonte: EMBRAPA.

64
DADOS PARA DETERMINAÇÃO DA SEÇÃO TRANSVERSAL DE UM SILO TRINCHEIRA
Agenda do Produtor Rural 2024

65
Agenda do Produtor Rural 2024

FENAÇÃO

Fenação é a operação por que passa a forragem verde para ser desidrata-
da; fenação consiste em colher alimentos verdes, secá-los e enfardá-los,
aproveitando-se para tal as sobras de pastagens para que possam ser
administradas na falta de alimento ou nas secas.

Preparação do feno – a fenação começa com a ceifa, que poderá ser efe-
tuada com ferramentas manuais (facões e roçadeiras), puxadas a trator, a
boi ou a cavalo. A ceifa também poderá ser efetuada pela Segadeira Con-
dicionadora, que efetua o corte e acondiciona o material ceifado para
que este desprenda umidade rapidamente (detalhe importantíssimo na
preservação do valor nutritivo da forragem). As forrageiras devem ser
cortadas antes de sua floração.

Após a operação de corte sucede-se a do revolvimento da forragem, tra-


balho este que poderá ser efetuado por garfos, ancinhos ou forquilhas
e cambitos de madeira. O revolvimento assegura uma secagem ainda
mais rápida, deixando o material em leiras para que a operação seguinte,
o enfardamento, seja processado eficientemente. Devemos proceder da
seguinte maneira:

• deixar as forragens no lugar onde foram cortadas para murchar;

• juntar em pequenas leiras à tardinha ou no outro dia com o auxílio


do ancinho ou garfo;

• verificar quando a forragem atinge o ponto de feno;

• a forragem está no ponto de feno quando ela fica seca e macia (ela
deverá atingir um teor de umidade de aproximadamente 20%).

Reconhece-se que o feno está pronto quando, ao torcer um feixe, este


rompe-se sem mostrar muita umidade e, ao sacudi-lo, ouve-se um baru-
lho de palha. É necessário, entretanto, não secá-lo demasiadamente. O
feno conserva uma cor esverdeada, com cheiro típico, forragem macia,
ao passo que a palha é seca, esbranquiçada, sem nenhum valor nutritivo.

66
Agenda do Produtor Rural 2024

A fenação comum tem a duração variável de dois ou poucos dias, de


acordo com a temperatura, sol intenso e a qualidade da forragem.

Enfardamento do feno – as forragens, depois de fenadas, devem ser


transportadas para o local onde serão armazenadas. Para este trabalho,
pode-se usar um estrado de madeira ou duas varas servindo de padiola;
poderão ser guardadas na forma de montes, arrumadas no próprio cam-
po ou na forma de fardos armazenados em galpões.

Para se fazer os fardos, pode-se usar vários tipos de enfardadeiras. Existe


um tipo rústico de enfardadeira, que dá bom resultado, feita de varas no
próprio local onde se encontra a forragem fenada.

A operação de enfardamento também poderá ser executada pela enfar-


dadeira que recolhe o feno depositado no campo, em leiras, compac-
tando-o e amarrando-o automaticamente com dois cordões de sisal. É
possível também, por questão de conveniência ou por determinado tipo
de armazenamento, regular os fardos em peso, tamanho e compacta-
ção. Isto vem traduzir a praticidade e eficiência do uso, por ocasião das
etapas de estocagem e administração aos animais.

Alimentação do rebanho – para iniciar os trabalhos de fenação, cal-


cule em primeiro lugar a quantidade de forragem que deseja guardar.
Este cálculo é feito tendo por base o número de dias e o de reses que
deseja alimentar com feno. Cada rês deve comer por dia uma média de
4 quilos de feno.

Forrageiras boas para fenar – toda forrageira de talo fino é boa para
fenação, ao passo que as suculentas (capim-elefante, sorgo etc.) ficam
mais duras e fibrosas e são indicadas para a ensilagem; se possuir ca-
pim cultivado separe uma boa área para fenar; as forragens nativas
também são boas para fenar; aproveite as forragens que nascem nos
campos de culturas.

67
Agenda do Produtor Rural 2024

CAPTAÇÃO DE ÁGUAS DE
CHUVAS EM TELHADOS
CISTERNAS
“Todo nordestino faça uma cisterna no oitão de sua casa para guardar
água da chuva e sua vida será abençoada.”(Padre Cícero)

A escassez e a má qualidade de água para o abastecimento familiar é um


dos mais agudos problemas da região Nordeste, dada a participação vi-
tal desse insumo nas atividades fisiológicas dos seres humanos. No Nor-
deste do Brasil, este tem sido um problema secular, apesar dos esforços
que se têm feito para tentar reduzir ou erradicar.

Dada a situação de pobreza da população atingida, certamente a maior


necessidade será a determinação política para atacar em definitivo o
problema que ora aflige a população do semiárido. Portanto, um supri-
mento adequado de água com qualidade satisfatória para o consumo
humano é fator essencial para o desenvolvimento sustentável da Região.

USANDO TECNOLOGIAS ADAPTADAS - CISTERNAS


Na zona rural do semiárido é comum a população consumir água pro-
veniente de açudes e barreiros. Essa água é muitas vezes barrenta e, em
alguns casos, o homem divide o espaço com os animais, fazendo com
que essa água esteja contaminada por microrganismos e provoque do-
enças. Os problemas de abastecimento e o perigo aumentam durante o
período de estiagem ou de seca, quando os mananciais secam e a con-
centração de barro, sais ou transmissores de doenças aumentam.

A água de beber e de cozinhar deve ser limpa, portanto, a melhor opção


é a cisterna, que armazena as águas de chuvas recolhidas no te lhado da
casa. Trata-se de uma tecnologia de solução local e de baixo

custo com perspectiva de equacionar a demanda de água para o consu-


mo humano e animal. A manutenção é simples e a família tem água de
graça para o ano inteiro.

68
Agenda do Produtor Rural 2024

A cisterna é uma tecnologia mundialmente difundida e aceita até em


grandes centros urbanos. A cisterna consiste de um reservatório d’água
coberto e semienterrado, que permite a captação e o armazenamento
de águas das chuvas, aproveitadas a partir do seu escoamento nos te-
lhados das casas, através de calhas. Seu uso depende apenas da chuva.
E um telhado, mesmo pequeno, é capaz de captar água de chuva limpa
e de boa qualidade em quantidade suficiente para o consumo domés-
tico de uma família (beber e cozinhar), até mesmo nas comunidades
onde chove pouco.

Uma cisterna é composta por três elementos:

a. Área de Captação – cobertura dos telhados, calhas e coletores;

b. Sistema de Filtragem – para garantir a boa qualidade da água;

c. Tanque de Armazenamento – conhecido o volume total a ser ar-


mazenado é dimensionado de acordo com a sua forma.

Imagem de cisterna no semiárido (Tipo calçadão)

69
Agenda do Produtor Rural 2024

DIMENSIONAMENTO – CALCULANDO
A QUANTIDADE DE ÁGUA QUE CAI DA
CHUVA PARA ARMAZENAMENTO
Para o dimensionamento da cisterna, considera-se água do consumo fa-
miliar aquela usada para beber, para cozinhar alimentos e para higiene
do corpo. Nesse enfoque, estudos demonstraram que na zona rural uma
pessoa consome, no mínimo, 14 litros de água por dia.

Usando como exemplo uma família de 5 pessoas consome pelo menos


70 litros de água por dia. Na região semiárida do nordeste do Brasil, con-
siderando que pode ocorrer até 8 meses sem chuva (240 dias), tem-se:

Vt = (N x S x U) x 1,1

Onde:

Vt é o volume total de água necessário em litros

N é o número de pessoas ou animais

S é o consumo per capita ou por animal em litros

U é o período estimado de estiagem em dias

Logo,

Vt = (5x14x 240) x 1,1

Vt = 16.800 x 1,1 = 18.480 litros = 18,4 m3

Desta forma, nesse período, uma família de 5 pessoas (70 litros/dia)


necessita de pelo menos 16.800 litros de água, ou seja, um volume de
água útil de 16,8 m3. É recomendável adicionarmos a esse volume de
água, 10% de perdas, ou seja, 16.800 litros + 1.680 litros = 18.480 litros
(18,4m3) é o volume total (Vt) mínimo de água que deve ser armazena-
do na cisterna.

70
Agenda do Produtor Rural 2024

Para entender, 1mm de chuva equivale a um litro de água por m2 de


área (neste caso, o telhado da casa). Por exemplo, uma chuva de 60mm
significa dizer que caíram 60 litros de água em cada metro quadrado do
telhado.

Para saber a quantidade total de água que cai sobre o telhado de uma
casa é preciso saber a área do telhado.

Para uma temporada invernosa que choveu 600mm e para se obter um


armazenamento na cisterna de 18.480 litros (consumo de 5 pessoas du-
rante 8 meses do ano - 240 dias mais 10% de perdas), precisa-se ter um
telhado com área de captação de:

Ac = Vt / (Tc x @)

Onde:

Ac – área de captação do telhado

Vt – total de litros de água da chuva a ser armazenada na cisterna (18.480


litros = 18,4m3)

Tc – quantidade de chuva total no ano (600mm = 0,6m)

@ – valor médio do coeficiente de escoamento superficial da cobertura


com telha de barro (0,75)

Então, tem-se:

Ac = 18,4 m3/ 0,6m x 0,75 = 40,8 = 41m2

Dessa forma, 41m2 é a área de captação do telhado com cobertura de te-


lhas de barro onde chove 600mm durante o ano e se obtém 18.480 litros
(18,4m3) na cisterna para beneficiar uma família com 5 pessoas durante
8 meses de estiagem (240 dias).

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Agenda do Produtor Rural 2024

DIMENSÕES DE UMA CISTERNA


DE FORMA CILÍNDRICA

O volume é calculado pela fórmula:

Vt = π×R2× h

Onde:

Vt é o volume total da cisterna (18.480 litros = 18,4 m3)

π= 3,1416 (constante)

R2 é o raio da cisterna

h é a altura da cisterna

Aconselha-se a construção de uma cisterna com capacidade maior que


o volume a ser armazenado.

A cisterna cilíndrica apresenta maior economia de


material e mão de obra do que a cisterna cúbica
tendo ainda a vantagem adicional de uma maior
resistência ao peso da coluna líquida de água e não
formar ângulos de 90º onde normalmente aparecem
rachaduras e a lavagem é mais difícil.

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Agenda do Produtor Rural 2024

CUIDADOS COM A
MANUTENÇÃO DA CISTERNA

• Deve-se fazer uma limpeza dos telhados antes das primeiras chuvas;

• A cisterna deve ser sempre pintada de branco, pois isso diminui o


aquecimento;

• Colocar diretamente na cisterna água sanitária a 2,5% de cloro, utili-


zando 200 ml para cada 1.000 litros de água;

• Deve-se lacrar bem a cisterna para evitar a entrada de pequenos ani-


mais e insetos no seu interior;

• Para evitar choque térmico provocado pela água fria da chuva que
entra na cisterna seca e aquecida, sempre deve permanecer um pou-
co d’água no interior da cisterna durante uma estiagem prolongada.

Fontes: a) Políticas e Ações de Infraestrutura para a Região Nordeste – Tecnologia de Captação de


Água de Chuvas em Telhados, março 2001 – Banco do Nordeste do Brasil S/A.

b) Construindo a Solidariedade no Semiárido, Cisterna de Placas, Manual, Cáritas Brasileira

Estima-se que 97,5% da água existente no mundo é sal-


gada e não é adequada ao nosso consumo direto nem à
irrigação da plantação. Dos 2,5% de água doce, a maior
parte (69%) é de difícil acesso, pois está concentrada nas
geleiras, 30% são águas subterrâneas (armazenadas em
aquíferos) e 1% encontra-se nos rios.

Fonte: ANA - Agência Nacional das Águas - https://www.ana.gov.


br/panorama-das-aguas/agua-no-mundo

73
Agenda do Produtor Rural 2024

DECLARAÇÃO UNIVERSAL
DOS DIREITOS DA ÁGUA

1. A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada


povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão é plena-
mente responsável aos olhos de todos.

2. A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida


de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos
conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a
agricultura. O direito à água é um dos direitos fundamentais do ser
humano: o direito à vida, tal qual é estipulado no Art. 3º da Declara-
ção Universal dos Direitos do Homem.

3. Os recursos naturais de transformação da água potável são lentos,


frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada
com racionalidade, precaução e parcimônia.

4. O equilíbrio e o futuro do nosso planeta dependem da preservação


da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e fun-
cionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre
a Terra. Este equilíbrio depende, em particular, da preservação dos
mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

5. A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobre-


tudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui
uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem
para com as gerações presentes e futuras.

6. A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor eco-
nômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa
e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

7. A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada.


De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e

74
Agenda do Produtor Rural 2024

discernimento para que não se chegue a uma situação de esgota-


mento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente
disponíveis.

8. A utilização da água implica respeito à lei. Sua proteção constitui


uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a
utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem
pelo Estado.

9. A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua


proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

10. O planejamento da gestão da água deve levar em conta a soli-


dariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual
sobre a Terra.
FONTE: Nossa água... – Eu Me Preocupo! Cartilha do Usuário da Água, ABAS Núcleo Ceará, 1997

Segundo a lei nº 9.433/1997, a Agência Nacional de


Águas (ANA) é a instituição responsável pela análise
técnica para a emissão da outorga de direito de uso da
água em corpos hídricos de domínio da União. De acordo
com a Constituição Federal, corpos de água de domínio
da União são aqueles lagos, rios e quaisquer correntes
d’água que passam por mais de um estado, ou que sir-
vam de limite com outros países ou unidades da Fede-
ração. Em corpos hídricos de domínio dos Estados e do
Distrito Federal, a solicitação de outorga deve ser feita
junto aoórgão gestor estadual de recursos hídricos.

Fonte: ANA - Agência Nacional das Águas - https://www.ana.gov.


br/gestao-da-agua/outorga-e-fiscalizacao

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Agenda do Produtor Rural 2024

NECESSIDADE DE ÁGUA PARA CONSUMO HUMANO E


ANIMAL EM DIFERENTES PERÍODOS DE UTILIZAÇÃO

Fonte: SILVA, A. de S.; BRITO, L. T. de L.; ROCHA, H. M. Captação e conservação de água


de chuva no semiárido brasileiro: cisternas rurais II; água para consumo humano.
Circular técnica, 16. Petrolina, PE: Embrapa-CPATSA, 1988.

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Agenda do Produtor Rural 2024

SISTEMAS ORGÂNICOS DE PRODUÇÃO


AGROPECUÁRIA

A agroecologia é uma ciência que aplica os conceitos e princípios da


ecologia para o estudo e manejo de sistemas agropecuários, gerando
base científica para o desenvolvimento de uma agropecuária mais sus-
tentável. Embora os primeiros estudos nessa área tenham surgido no
início do século XX, foi a partir da década de 1980 que a Agroecologia
começou a ser mais difundida, sendo os seus principais divulgadores os
americanos Miguel Altieri e Stephen Gliessman.

Já a agricultura orgânica se iniciou na década de 1940 na Europa, como


um movimento em reação ao crescente uso de fertilizantes e outros in-
sumos químicos na agricultura. Experimentos iniciais foram realizados na
Índia e na Europa, expandindo-se depois para outros países e continentes,
levando ao desenvolvimento desse sistema de agricultura, o qual come-
çou a se difundir como um modelo alternativo de produção agropecuária.
Com a expansão do movimento, a Federação Internacional dos Movimen-
tos de Agricultura Orgânica (Ifoam), criada em 1972, passou a estabelecer
padrões internacionais para esse tipo de agricultura, criando o Sistema de
Garantia Orgânica (Organic Guarantee System – OGS).

No Brasil, por meio da Lei n. 10.831 de 23/12/2003, que dispõe sobre a


agricultura orgânica, foi adotado um conceito bastante amplo de sis-
tema orgânico de produção, abarcando diferentes tipos de sistemas
alternativos, tais como: ecológico, biodinâmico, natural, regenerativo,
biológico, agroecológicos, permacultura entre outros, desde que aten-
dam aos princípios gerais estabelecidos em seu art. 1º. Mais informações
sobre os conceitos de Agroecologia e Produção Orgânica podem ser en-
contrados nas publicações gratuitas: “A Política Nacional de Agroecolo-
gia e Produção Orgânica no Brasil”, IPEA, 2017; e “Marco Referencial em
Agroecologia”, Embrapa, 2006.

Todo produto orgânico é cultivado sem o uso de agrotóxicos sintéticos,


adubos químicos, fertilizantes solúveis, hormônios, sulfas, aditivos de ra-

78
Agenda do Produtor Rural 2024

ções animais, drogas veterinárias convencionais e demais produtos ela-


borados sinteticamente.

De acordo com a Lei n. 10.831, de 23/12/2003, considera-se sistema or-


gânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam téc-
nicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais
e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das
comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica
e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da de-
pendência de energia não renovável, empregando, sempre que possível,
métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de
materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos geneticamente
modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de
produção, processamento, armazenamento, distribuição e comerciali-
zação e a proteção do meio ambiente.

Os sistemas orgânicos dependem de rotação de culturas, consorciação


de plantas, controle biológico para o manejo de pragas e doenças, a co-
bertura do solo, aproveitamento de restos de lavouras, de estercos, de
leguminosas, de adubos verdes e de resíduos orgânicos, buscando in-
teragir de forma equilibrada o homem, a planta, a água, os seres vivos
e a natureza. É um método de produção que procura chegar a sistemas
ecologicamente equilibrados e estáveis, privilegiando a policultura, in-
clusive com a integração de animais. Os alimentos são saudáveis, limpos,
de alto valor nutritivo, livres de resíduos tóxicos.

Podemos observar que existem diferentes correntes de pensamentos do


sistema orgânico de produção, que se diferenciam em alguns pontos,
mas possuem os mesmos princípios. Vejamos algumas delas a seguir:

a) Agricultura Orgânica
O inglês Sir Albert Howard trabalhou com pesquisas na Índia por aproxi-
madamente 40 anos sobre compostagem e adubação orgânica, dando
início ao movimento da Agricultura Orgânica. Após o movimento biodi-
nâmico, ele trabalhou com pesquisas na Índia por aproximadamente 40
anos sobre compostagem e adubação orgânica.

79
Agenda do Produtor Rural 2024

Segundo ele, a fertilidade do solo é fator principal para a eliminação de


pragas e doenças e essencial para a melhoria dos rendimentos e qua-
lidade dos produtos agropecuários. A estabilidade e saúde das plantas
encontram-se no manejo da matéria orgânica como geradora de ferti-
lidade e estruturação do solo. A agricultura orgânica é um sistema de
produção que exclui fertilizantes minerais solúveis, reguladores de cres-
cimento e aditivos de rações animais.

b) Agricultura Biodinâmica
A agricultura biodinâmica surgiu na Europa a partir de um ciclo de pales-
tras feitas pelo austríaco Rudolf Steiner, em junho de 1924, quando ele
ressaltou a importância das relações entre o solo e as forças de origem
cósmica. Com isso, a saúde do solo, das plantas e dos animais dependia
de colocar a natureza em conexão com aquelas forças. O caminho para
alcançar esse objetivo, segundo Steiner, era o uso de técnicas biodinâmi-
cas: uma boa parte comum à agricultura orgânica além do uso de prepa-
rados biodinâmicos e do calendário astronômico agrícola.

Os preparados biodinâmicos são feitos com substâncias naturais selecio-


nadas, submetidas a um processo fermentativo e, em seguida, a uma “di-
namização” (energização). Posteriormente, são adicionados, em peque-
nas quantidades (doses homeopáticas) a adubos orgânicos e compostos
ou aplicados diretamente no solo. Eles acrescentam energia e matéria
orgânica ao solo e à planta. Já o calendário astronômico agrícola está
baseado na movimentação da Lua ao redor da Terra no seu ciclo de 27
dias e por sua passagem através das doze regiões do Zodíaco. Durante
o processo, este corpo celeste transmite forças cósmicas aos diferentes
seres que habitam a Terra. Em cada um desses dias, as plantas recebem
estímulos cósmicos que atuam sobre seus diferentes órgãos (raiz, caule,
folhas, flores e frutos).

No Brasil, a agricultura biodinâmica começou em 1973, quando a Asso-


ciação Beneficente Tobias, de Botucatu (SP), formou a Estância Demé-
tria, uma fazenda na qual se aplicam técnicas de agricultura orgânica e
biodinâmica. Em 1982, foi criado o Instituto Biodinâmico de Desenvol-
vimento Rural – IBD.

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Agenda do Produtor Rural 2024

c) Agricultura Natural
A Agricultura Natural apresenta duas vertentes. A primeira delas foi es-
tabelecida por Masanobu Fukuoka (1913–2008), um agricultor e filósofo
japonês. Fukuoka descreveu o seu modo de agricultura como “o modo
natural de cultivar”. O título de seu livro publicado em 1975, “A Revo-
lução de Uma Palha”, refere-se não à falta de esforço, mas sim a evitar
intervenções que envolvam o revolvimento do solo e o uso de insumos
agrícolas (adubos, pesticidas). O sistema trabalha junto com a biodiver-
sidade natural de cada área cultivada, estimulando o desenvolvimento
dos organismos vivos de modo a se moldar um agroecossistema equi-
librado e naturalmente produtivo. Fukuoka via a agricultura como um
meio de produzir alimentos e como uma abordagem estética ou espi-
ritual da vida, cujo objetivo final era “o cultivo e a perfeição dos seres
humanos”. As ideias de Fukuoka desafiaram radicalmente as convenções
de sua época, pois em vez de promover a importação de nutrientes e
de produtos químicos, ele sugeriu uma abordagem que tira proveito do
ambiente local sem perturbar a natureza.

Na segunda vertente da Agricultura Natural, o filósofo japonês Mokiti Oka-


da fundava, na década de 30, uma religião baseada no princípio de que a
purificação do espírito deve ser acompanhada pela purificação da alma,
daí a necessidade de se evitar o consumo de substâncias tóxicas. Segun-
do ele, as atividades agrícolas devem potencializar os processos naturais,
evitando perdas de energia no sistema. Nesse sentido, uma ação benéfica
dos microrganismos é a de decompor a matéria orgânica, liberando nu-
trientes para o solo e as plantas. A Agricultura Natural preconiza a menor
alteração possível no funcionamento natural dos ecossistemas. Na prática,
consegue-se produzir sem o revolvimento do solo, e sem a utilização de
dejetos de animais na elaboração de composto orgânico.

d) Permacultura
Essa corrente, teve início na Austrália por volta de 1975, com as ideias
dos pesquisadores Bill Mollison e David Holmgren, sendo sua denomina-
ção a soma dos termos “Agricultura”, ou, em uma visão mais abrangente
“Cultura”, com “Permanente”. É um sistema de planejamento (design)

81
Agenda do Produtor Rural 2024

e manutenção de comunidades humanas sustentáveis, envolvendo a


criação de áreas produtivas com a diversidade e estabilidade dos ecos-
sistemas naturais. A Permacultura tem como princípios éticos o cuidado
com a Terra, o cuidado com as pessoas e o compartilhar de excedentes.
Ela traz um conjunto de princípios, técnicas e estratégias para uma inte-
gração benéfica das pessoas com a natureza, provendo sua alimentação,
energia, habitação e outras necessidades materiais e não materiais de
maneira sustentável.

Na Permacultura são trabalhadas diversas técnicas relacionadas a: pla-


nejamento e desenho das propriedades rurais ou urbanas visando sua
adequação e eficiência energética e ecológica com redução de impac-
tos ambientais, produção agroecológica de alimentos (hortas, sistemas
agroflorestais, produção animal, aquacultura), fontes alternativas de
energia, construções de baixo impacto (bioconstruções), coleta e arma-
zenamento de água (sobretudo das chuvas), tratamento de águas servi-
das, entre outras, com aplicação possível tanto em um pequeno aparta-
mento, quanto em uma cidade inteira.

São ensinamentos conhecidos da Permacultura: “o problema é a solução”;


“você não tem um problema com lesmas, você tem é uma deficiência de
pastos” – “trabalhe a favor e não contra a natureza”; “no planejamento
permacultural, cada elemento (por ex. árvore) realiza diversas funções (por
ex. madeira, frutas, cerca-viva, sombreamento) e cada função importante
(por ex. fornecimento de água) é realizada por diversos elementos (por ex.
cisterna, poço, açude, companhia de abastecimento)”.

e) Agricultura Biológica
Teve início nos anos 30, na Suíça, pelo biólogo Dr. Hans Müller, com
estudos sobre fertilidade do solo e microbiologia. Essa corrente agroe-
cológica visa a proteção do meio ambiente, a qualidade biológica dos
alimentos e desenvolvimento de fontes de energias renováveis. Outro
personagem importante é Francis Chaboussou, que publicou em 1980
Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos: A teoria da Trofobiose, onde
destaca que o uso de agrotóxicos causa um desequilíbrio nutricional e
metabólico à planta, deixando-a mais vulnerável e causando alterações

82
Agenda do Produtor Rural 2024

na qualidade do alimento. Conceito esse que passou a fazer parte de


várias outras correntes da agroecologia.

f) Agricultura Regenerativa
O termo “agricultura regenerativa” foi criado pelo americano Robert Ro-
dale, que estudou os processos de regeneração nos sistemas agrícolas
ao longo do tempo. Este modelo surgiu a partir da agricultura orgânica.
Ele reforça o fato do agricultor buscar sua independência nos recursos
encontrados e criados na unidade de produção. A agricultura regenera-
tiva é defendida por Ana Maria Primavesi e José Lutzemberg se baseia na
conservação e saúde do solo, no grande número de espécies cultivadas
– policultura e na adubação orgânica.

Gases como o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e o


vapor d’água (H2O) funcionam como uma cortina de gás
que vai da superfície da Terra em direção ao espaço, im-
pedindo que a energia do sol absorvida pela Terra du-
rante o dia seja emitida de volta para o espaço. Sendo
assim, parte do calor fica “aprisionado” próximo da Terra
(onde o ar é mais denso), o que faz com que a tempe-
ratura média do nosso planeta seja em torno de 15°
C. A
esse fenômeno de aquecimento da Terra dá-se o nome
de efeito estufa.

Fonte: USP - http://www.usp.br/qambiental/tefeitoestufa.htm

83
Agenda do Produtor Rural 2024

CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS ORGÂNICOS

O selo de certificação de um produto orgânico identifica a procedência


do alimento, garantindo que esse produto está isento de contaminação
química, assegurando a qualidade nutricional e biológica dos alimentos,
respeitando o meio ambiente e garantindo ao produtor um diferencial
de mercado para os seus produtos.

No Brasil, a Instrução Normativa Nº 19, de 28/05/2009, do Ministério da


Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), estabeleceu os mecanis-
mos de controle e informação da qualidade orgânica.

Com isso, para certificar a produção orgânica o produtor deve implantar


um dos três mecanismos descritos a seguir, além de se inscrever no Ca-
dastro Nacional de Produtores Orgânicos, do MAPA:

Certificação por Auditoria – A concessão do selo SisOrg é feita por uma


certificadora pública ou privada credenciada no Ministério da Agricultu-
ra. O organismo de avaliação da conformidade obedece a procedimen-
tos e critérios reconhecidos internacionalmente, além dos requisitos téc-
nicos estabelecidos pela legislação brasileira.

Sistema Participativo de Garantia – Caracteriza-se pela responsabilida-


de coletiva dos membros do sistema, que podem ser produtores, con-
sumidores, técnicos e demais interessados. Para estar legal, um SPG tem
que possuir um Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade
(Opac) legalmente constituído, que responderá pela emissão do SisOrg.

Controle Social na Venda Direta – A legislação brasileira abriu uma ex-


ceção na obrigatoriedade de certificação dos produtos orgânicos para a

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Agenda do Produtor Rural 2024

agricultura familiar. Exige-se, porém, o credenciamento em uma organi-


zação de controle social cadastrado em órgão fiscalizador oficial. Com
isso, os agricultores familiares passam a fazer parte do Cadastro Nacional
de Produtores Orgânicos.

Para conhecer mais sobre certificação da produção orgânica, consulte:

• Cartilha “O Olho do Consumidor”, MAPA;

• Cartilha “Mecanismos de Controle para a Garantia da Qualidade


Orgânica”, MAPA;

• Cartilha “Produtos Orgânicos Sistemas Participativos”, MAPA;

• Cartilha “Controle Social na Venda Direta ao Consumidor de Pro-


dutos Orgânicos Sem Certificação”, MAPA;

• Página do “Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos”, do MAPA.

O Banco do Nordeste financia a transição agroecológica


de Produtores Rurais, por meio das seguintes linhas de
financiamento:

• Pronaf Agroecologia, para agricultores familiares;

• FNE Verde, para mini, pequenos, médios e grandes pro-


dutores rurais.

Fonte: BNB, 2021

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Agenda do Produtor Rural 2024

PRINCIPAIS ADUBOS ORGÂNICOS

Palhas – são resíduos de plantas que entram em senescência; são bons


reservatórios de potássio. As palhas de gramíneas incorporadas ao solo
melhoram suas propriedades físicas e biológicas, por isso são recomen-
dadas no preparo inicial de solos desgastados; as palhas de leguminosas
são mais ricas em nutrientes minerais que as de gramíneas, se decom-
põem muito rapidamente, sendo boa fonte de nitrogênio. A palhada
deixada sobre o solo protege-o da erosão e melhora as condições para
o crescimento das raízes e dos microgranismos benéficos do solo. Deve
ser picada e deixada o mais rente ao solo possível, para evitar que seja
combustível para queimadas.

Serragem e maravalha – a composição química da serragem e da ma-


ravalha (lâminas muito finas de madeiras) é a mesma da madeira que
as originou, geralmente muito rica em energia e pobre em nitrogênio;
podem ser usadas junto com esterco na compostagem; não são acon-
selhadas para cobertura morta, pois tendem a formar blocos quando
molhadas e tendem a absorver o nitrogênio do solo, deixando as plantas
amareladas.

Esterco de aves – as aves não produzem urina, por isso, seu esterco é
mais rico em nitrogênio que o de ruminantes ou suínos. O esterco de
aves, por ser rico em nitrogênio e fósforo e pobre em fibras vegetais,
tem decomposição rápida, liberando-se em poucos dias a maior parte
dos nutrientes, sendo mais indicado para adubar plantas de rápido cres-
cimento e exigentes em nutrientes, como as hortaliças. É um bom com-
ponente para a compostagem. Quando em sistema Orgânico ou Agro-
ecológico de produção deve-se ter maior cuidado com o uso de esterco
de aves, o qual deve ser submetido ao processo de compostagem antes
de sua utilização como adubo orgânico.

Esterco de ruminantes – a maior parte do esterco de ruminantes (bo-


vinos, ovinos e caprinos) pode ser usado curtido, compostado ou cru;
o curtimento do esterco é seu envelhecimento sob condições não con-
-troladas; a compostagem é um aperfeiçoamento do curtimento natural,

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Agenda do Produtor Rural 2024

podendo-se adicionar palhas, serragem e maravalha e outros resíduos


vegetais, aumentando o rendimento do esterco; os estercos curtidos ou
compostados são usados como adubo, variando entre 20t/ha e 40 t/ha.

Esterco de suínos – como os ruminantes, os suínos separam a urina das


fezes; pela natureza de sua alimentação, as fezes são mais ricas em nu-
trientes e mais pobres em fibras vegetais que as dos ruminantes. Por ser
rico em nitrogênio e de decomposição rápida, pode ser utilizado para a
produção de biogás (metano) ou, após curtido, para a adubaçãode plan-
tas de rápido crescimento.

Húmus de minhoca – as minhocas são criadas em canteiros sobre com-


postos previamente preparados; com o tempo, o material desses can-
teiros, após peneirado, transforma-se em um rico adubo, o húmus de
minhoca. A minhoca, movimentando-se na terra, melhora a circulação
de ar e água nos terrenos. Os excrementos da minhoca aumentam de 3
a 11 vezes a quantidade de Fósforo assimilável e de Potássio e Magnésio
trocáveis no solo e elevam, ainda, de 5 a 10 vezes o teor de nitrato e de
30% o de Cálcio, diminuindo a acidez do solo. Em termos de adubação,
1kg de húmus corresponde a 5 a 10kg de esterco.

Adubos verdes – a escolha do adubo verde deve ser feita buscando-


-se especialmente: 1) a máxima produção de biomassa; 2) o balanço de
nitrogênio; e 3) o controle de pragas, doenças e invasoras. Quanto ao
manejo de adubo verde, a época do corte e sua incorporação (ou não)
dependem do objetivo visado, sendo em geral realizada na época da flo-
ração. Quando o objetivo é aumentar o teor de húmus no solo, é preciso
aumentar a massa de raízes e a quantidade de material orgânico sobre
o solo.

“Coquetel” – um tipo de adubação verde feito pela consorciação de gra-


míneas e leguminosas (milho, guandu, mucuna-preta, labe-labe, calopo-
gônio, feijão-bravo, feijão-de-porco, girassol etc.). As sementes são mis-
turadas em um recipiente e, após preparo do solo, semeadas a lanço em
uma densidade de 100 quilos por hectares; no cultivo do coquetel não
precisa fazer adubação nem capina. A diversidade de plantas estimula ao
máximo a reciclagem dos nutrientes e a recuperação do solo.

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Agenda do Produtor Rural 2024

Farinha ou pó de rocha (biomineralização) – é o nome dado às rochas


moídas ou trituradas para uso agrícola; recupera os solos empobrecidos,
desequilibrados e que perderam seus constituintes minerais. As melho-
res rochas para fazer recuperação de solos são as básicas, como anfibóli-
to, basalto ou diabásio, ricas em minerais ferromagnesianos e em micro-
nutrientes de grande valor para os solos, plantas e animais. Exemplo de
farinha de rocha comumente comercializada: MB-4.

GUIA DO MEIO AMBIENTE PARA O


PRODUTOR RURAL
O Banco do Nordeste reeditou o “Guia do Meio Ambiente” no intuito de
contribuir com o produtor rural em suas atividades relacionadas à ques-
tão ambiental, indicando caminhos para que seu trabalho seja realizado
de modo a conservar e preservar o meio ambiente, aliando a rentabili-
dade dos investimentos com a sustentabilidade da atividade produtiva.

O guia trata de diversos temas relacionados ao meio ambiente: cadastro


ambiental-rural, conservação adequada do solo, atendimento à legislação
do código florestal em questões como: reserva legal, área de preservação
permanente, recuperação e manutenção do solo, lei de agrotóxicos etc.

Além de ser esclarecedor sobre as exigências legais ambientais na ob-


tenção do crédito junto ao Banco, o guia se propõe também a mostrar
que o cuidado com o meio ambiente pode gerar muitas oportunidades
de melhora financeira para o produtor rural.

Confira e compartilhe o Guia do Meio Ambiente para o Produtor Rural.


Você pode acessá-lo, na internet, no seguinte endereço:

https://bnb.gov.br/responsabilidade-socioam-
biental/linhas-de-credito/Linhas de Crédito Verde
e para Inovação/Guia do meio ambiente para o
produtor rural

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Agenda do Produtor Rural 2024

AGRICULTURA DE BAIXO CARBONO – ABC

A Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC) reúne um conjunto de


tecnologias de produção sustentáveis, especialmente selecionadas com
o objetivo de reduzir a emissão de Gases do Efeito Estufa (gás carbôni-
co, metano, óxido nitroso, entre outros) no setor agropecuário. A ABC
foi estabelecida em duas grandes etapas. A primeira, definida dentro do
Plano da Agricultura de Baixo Carbono, chamado de Plano ABC, vigorou
de 2010 a 2020 (Decreto Federal n°7.390/2010). A segunda etapa está
sendo realizada de 2021 a 2030.

A primeira etapa do Plano ABC foi estruturada em sete Programas:

1. Recuperação de Pastagens Degradadas;

2. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflores-


tais (SAFs);

3. Sistema Plantio Direto (SPD);

4. Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN);

5. Florestas Plantadas;

6. Tratamento de Dejetos Animais; e

7. Adaptação a Mudanças Climáticas.

Em cada um desses programas foi proposta a adoção de uma série de


ações, como por exemplo, fortalecimento da assistência técnica, estra-
tégias de transferência de tecnologia, dias-de-campo, palestras, semi-
nários, workshops, implantação de Unidades de Referência Tecnológica
(URTs) e campanhas de divulgação.

No âmbito do crédito rural, no Plano Agrícola e Pecuário foi criado o “Pro-


grama ABC”, uma linha de crédito instituída pelo Ministério da Agricultu-
ra, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No Banco do Nordeste, os itens de
financiamento desse programa foram inseridos no Programa FNE Verde.

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Agenda do Produtor Rural 2024

A segunda etapa foi chamada de Plano ABC+ e entrou em vigor em se-


tembro de 2020. Apresentou algumas modificações e metas mais ousa-
das. Foi estruturada nos oito programas a seguir:

1. Recuperação de pastagens degradadas;

2. Sistema de Plantio Direto (SPD);

3. Sistemas integrados (ILP, ILPF);

4. Floresta Plantadas;

5. Adoção de Bioinsumos;

6. Sistemas irrigados;

7. Manejo de resíduos orgânicos; e

8. Terminação Intensiva de Bovinos.

O Banco do Nordeste dispõe de linhas de crédito para o financiamento


da ABC+, com taxas de juros diferenciadas para produtores e empresas
rurais de todos os portes, vale a pena conferir.

Por fim, para quem deseja aprofundar conhecimentos sobre a ABC apli-
cada à região do Semiárido Nordestino, recomenda-se consultar a publi-
cação da Embrapa de 2020 denominada “Agricultura de baixa emissão
de carbono em regiões semiáridas: experiência brasileira” e o “Projeto
Rural Sustentável Caatinga”.

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Agenda do Produtor Rural 2024

MANEJO FLORESTAL
SUSTENTÁVEL DA CAATINGA

O manejo sustentável da caatinga é capaz de utilizar os recursos flores-


tais e ainda conservar a biodiversidade.

A Caatinga bem manejada une a obtenção continuada de produtos


madeireiros e não-madeireiros à conservação da mata e dos recursos
naturais. De forma legal e planejada, é possível tirar o sustento dessa
vegetação nativa, seja para uso residencial, da indústria ou do comércio,
sem causar impactos nocivos decorrentes do desmatamento irregular e
da consequente erosão.

É necessário identificar e estudar as propriedades e limitações dos recur-


sos existentes e definir um Plano de Manejo, de forma a obter a maior
produção sustentável nos aspectos econômico, social e ambiental.

Com manejo sustentável, a caatinga poderá continuar fornecendo pro-


dutos para o consumo e geração de renda aos sertanejos: lenha, carvão,
madeira para estacas e construção, remédios, artesanato, água, fertilida-
de do solo para plantio de alimentos etc.

Saiba mais consultando a cartilha completa de Manejo Florestal Susten-


tável da Caatinga, disponível na internet, no seguinte endereço:

https://www.bnb.gov.br/rural/publicacoes

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Agenda do Produtor Rural 2024

A APICULTURA
Principais características
Apicultura é a criação de abelhas do gênero Apis, alojadas em colmeias
artificiais, utilizando métodos e equipamentos criados para melhor ex-
plorar as capacidades naturais deste inseto.

O apiário é um conjunto de colmeias racionais, devidamente instalado


em local preferivelmente seco, batido pelo sol, de fácil acesso, suficien-
temente distante das pessoas e animais. Dá-se o nome de colmeia a uma
família, colônia ou enxame de abelhas. Cada colmeia tem em média
60.000 operárias, 0 a 400 zangões e apenas uma rainha.

A rainha, alimentada com geleia real, põe ovos fecundados e não fecun-
dados (estes são os que dão origem aos zangões), em uma quantidade
de até 3.000 por dia. A rainha vive em média 5 anos, mas sua vida útil,
com boa postura, é de dois a três anos.

As operárias fazem serviços externos no campo, para a coleta do néctar,


pólen, própolis e água para atender às necessidades da colmeia e serviço
interno para alimentar crias jovens, defesa da colônia, entre outros.

Têm uma vida média de 40 dias.

O zangão não trabalha, fica só consumindo mel, à espera do vôo nupcial.


Ele é bem maior que a operária e vive em média 80 dias.

As Abelhas
APIS MELLIFERA – Estas abelhas são originárias da Europa, Ásia e África
e sua introdução no Brasil é atribuída aos jesuítas em suas missões no
século XVIII, nos territórios que hoje fazem fronteiras entre o Brasil e
o Uruguai; as abelhas deste gênero são as que mais se prestam para
a produção de mel, geleia real, cera, própolis e pólen. Essas abelhas
são chamadas de africanizadas oriundas do cruzamento de abelhas eu-
ropeias com abelhas africanas, com alta resistência a doenças e alta
produção de mel.

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Agenda do Produtor Rural 2024

ABELHAS NATIVAS – Estas abelhas são também conhecidas por “abe-


lhas indígenas sem ferrão” por possuírem o ferrão atrofiado, sendo, por-
tanto, incapazes de ferroar. Aqui no Brasil, a maioria das abelhas nativas
são pertencentes ao gênero Melipona e exercem importante papel na
fecundação de inúmeras espécies vegetais originais de nossa flora. Ci-
tamos algumas: Jataí, Tuiuvas, Arapuá, Mombuça, Mandaguaris, Manda-
çaia, Uruçu, Canudo, Jandaíra, Mirim ou Manduri. Os nomes populares
dessas abelhas variam de região para região. A atividade de criação ra-
cional de abelhas nativas sem ferrão é denominada “Meliponicultura”.

Seus Produtos
Mel – é o único produto doce que contém proteínas e diversos sais mi-
nerais e vitaminas essenciais à nossa saúde; é ainda um alimento de alto
potencial energético e de conhecidas propriedades medicinais. O mel
tem sua cor e sabor diretamente ligados com a predominância da flora-
da. Geralmente, os méis de coloração clara apresentam sabor e aroma
mais suaves; já os de coloração escura são mais ricos em proteínas e sais
minerais. Ao contrário do que muitas pessoas acreditam, a maioria dos
méis acaba cristalizando-se (açucarando) com o tempo.

Pólen – conhecido também como o pão das abelhas, é um produto ri-


quíssimo em proteínas, vitaminas e hormônios de crescimento. Sua im-
portância é tal que na falta do pólen as abelhas não sobrevivem. O pólen
pode ser indicado para melhorar a pele e fortificar os cabelos, favorece
a virilidade e fertilidade, estimula o pâncreas, combatendo a diabetes,
descongestiona a próstata, rins e fígado; o pólen não é remédio e sim,
um alimento que fortalece o organismo.

Geleia Real – é um produto natural, secretado pelas abelhas jovens, e


contém notáveis quantidades de proteínas, lipídios, carboidratos, vita-
minas, hormônios, enzimas. A geleia real é mais conhecida como ali-
mento por excelência da rainha. Para o homem, a geleia real tem ação
vitalizadora e estimulante do organismo, aumenta o apetite e tem efeito
antigripal.

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Agenda do Produtor Rural 2024

Própolis – constituída de resinas vegetais que as abelhas coletam de


determinadas árvores, cera, pólen e ácidos graxos. É uma substância que
as abelhas processam para fechar frestas da colmeia. Para o homem ela
tem ações antibióticas, antissépticas, imunológicas, anestésicas, cicatri-
zantes e anti-inflamatórias.

Cera – pode ser utilizada para a fabricação de velas de alta qualidade,


para pastas de polimento e lustração de móveis e veículos, para indús-
trias de componentes eletrônicos e de cosméticos. Também na indústria
farmacêutica tem o seu uso.

Apitoxina – também conhecida como o veneno das abelhas. Apesar de


ser letal para o homem, quando aplicada em grandes proporções, a api-
toxina é, paradoxalmente, um consagrado medicamento contra diver-
sos distúrbios e afecções cutâneas. No Brasil, sua aplicação praticamente
é empírica, limitando-se ao tratamento de reumatismo.

Informações preliminares e necessárias à atividade apícola

• Antes da instalação do apiário, verificar se a área a ser visitada pelas


abelhas tem uma boa vegetação que possa fornecer, durante o ano,
néctar e pólen;

• É necessário que essa vegetação dê uma ou mais floradas, para que as


abelhas possam armazenar o mel;

• A área a ser considerada é de cerca de 1,5 km de raio ao redor do apiá-


rio e deve existir fonte de água limpa o mais próximo possível;

• O apiário não deve ficar próximo de criação de animais, residências,


estradas movimentadas, escolas rurais, cidades ou vilas e locais de
cultivos, principalmente se forem mecanizados. Afinal, as abelhas são
seres extremamente sensíveis a odores exalados por animais e pelo
homem e irritam-se com qualquer tipo de movimentação anormal
que ocorra nas proximidades da colmeia;

• O apiário deverá ser instalado em local de fácil acesso a veículo para


transporte de insumos e produção;

94
Agenda do Produtor Rural 2024

• Não instalar no mesmo local excessiva quantidade de colmeias, sob


pena de saturação da área com abelhas em prejuízo da produção de
mel. Considerar o máximo de 50 unidades;

• Procurar proteger as colmeias de ventos fortes, correntes de ar, inso-


lação intensa e umidade excessiva;

• A boa produtividade de mel por colmeia dependerá da qualidade do


pasto apícola, não saturação da área e manejo adequado das colônias;

• O pasto apícola composto por monocultura deve ser evitado, por pro-
porcionar alimento às abelhas durante uma única época do ano. Esse
tipo de exploração só se justifica na atividade comercial, quando re-
alizada a chamada apicultura migratória por apicultores experientes;

• O apicultor iniciante não deve começar com um número expressivo


de colméias no apiário. Proceder aumento gradativo de acordo com o
potencial do pasto e a experiência adquirida;

• Para conduzir o trabalho de manejo de apiários, com cerca de 50 col-


meias, estima-se o empenho de um dia por semana da pessoa res-
ponsável e de um auxiliar, exceto na época da colheita do mel, quan-
do poderá requerer o trabalho de cerca de cinco pessoas.

Apicultura convencional
Na apicultura convencional, a produção de mel está diretamente rela-
cionada à duração das floradas e à diversidade da vegetação disponível
como fonte de néctar dentro da área de influência do apiário. Em média,
sob as condições de floradas predominantes na maior parte do Brasil, uma
colmeia fixa é capaz de produzir entre 18 e 20 quilos de mel por ano, em-
bora algumas exceções possam atingir até 25 quilos anualmente.

No entanto, é importante ressaltar que a apicultura tradicional geral-


mente enfrenta desafios relacionados à sazonalidade das floradas, o que
significa que as colmeias podem não estar constantemente em produ-
ção. Além disso, a necessidade de alimentação suplementar pode se tor-
nar uma prática comum para manter a colônia saudável durante perío-

95
Agenda do Produtor Rural 2024

dos de escassez de néctar e pólen. Esses fatores contribuem para uma


produtividade menos previsível e podem exigir um maior investimento
em manejo e cuidados com as abelhas ao longo do ano.

Apicultura migratória
Na apicultura migratória, a produtividade supera esse patamar, variando
de 80 a 100 quilos de mel por colmeia. Nesse sistema, as colmeias são
deslocadas para regiões onde estão ocorrendo as floradas. Isso resulta
em uma produção mais robusta, devido ao aumento na frequência das
colheitas, que pode chegar a duas, três ou até mais vezes por ano, em
contraste com apenas uma colheita no sistema tradicional. Normalmen-
te, a temporada de produção nas colmeias fixas acontece na primavera,
de setembro a dezembro, na maior parte do país.

Quando se utiliza a floração de eucalipto ou laranjeira, o período de colheita


do mel é distinto, embora ainda seja anual. Mesmo em floradas silvestres, há
variações na vegetação melífera predominante, com diferenças significati-
vas entre as épocas de floradas, que podem se estender por vários meses.

No que diz respeito às instalações e equipamentos, um apiário móvel


deve ser projetado de modo a ser facilmente transportado em busca de
novas floradas ou para fornecer serviços de polinização. As colmeias mó-
veis são semelhantes às fixas, mas requerem estruturas reforçadas para
suportar os frequentes carregamentos e descarregamentos.

O veículo de transporte também precisa contar com mecanismos para


fixação das colmeias e, se possível, um guincho hidráulico para facilitar
o carregamento e descarregamento do material. Em circunstâncias mais
raras no Brasil, dependendo da distância a ser percorrida, todo o equipa-
mento de manutenção das colmeias, incluindo a reciclagem de cera e
extração do mel, pode ser transportado junto com o apiário.

Nesses casos, podem ser necessárias adaptações ainda mais complexas


nos equipamentos para viabilizar seu transporte, instalação e operação.
O apicultor também deve considerar que a apicultura migratória tem a
grande vantagem de manter as colmeias sempre populosas, eliminando
a necessidade de alimentação complementar, além de resultar em uma
produção substancialmente maior.

96
Agenda do Produtor Rural 2024

Por outro lado, o apicultor precisará investir em especialização, mão de


obra qualificada, equipamentos especiais e transporte. Além disso, é im-
portante observar que a média de vida útil de uma rainha, em climas
tropicais, gira em torno de 16 a 18 meses, o que significa que o apicultor
deverá realizar a substituição anual das rainhas.
Fontes: https://www.embrapa.br/; www.saúdeanimal.com.br; APACAME - Mário Isao Otsuka, 2000.

CURIOSIDADES
• O mel foi a primeira substância adoçante conhecida na Antiguidade
e, segundo a Bíblia, era uma das duas dádivas da Terra da Promissão
(a outra era o leite).

• Alexandre Magno, “ O Grande”, morreu em batalha na Babilônia e foi


levado de volta à Grécia em um caixão cheio de mel, para evitar a de-
composição do seu corpo.

• A frutose do mel é o melhor açúcar tolerado pelos diabéticos. Mas


atenção: o consumo deve ser supervisionado por orientação médica.

• Conhecida desde a mais remota Antiguidade, a cera de abelhas era


usada, dentre outras inúmeras aplicações, como pagamento de tribu-
tos, taxas e multas. Em 181 d.C., a Córsega pagava a Roma um tributo
anual de 38 toneladas de cera.

• A apicultura é a criação de abelhas do gênero apis (com ferrão) co-


nhecidas como abelhas europeias, africanas e africanizadas. A me-
liponicultora é a criação de abelhas do gênero melíponas, trigonas,
bombus, entre outros (sem ferrão), conhecidas como abelhas nativas
ou indígenas.

• Raro sabor - o mel de abelhas Jataí, assim como de outras abelhas


nativas, tem como principal característica a elevada taxa de água. Sua
umidade gira em torno de 27%, enquanto o de Apis fica entre 17% e
20%. Também é considerado um delicioso licor e alcança altos preços
no mercado.

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Agenda do Produtor Rural 2024

BOVINOCULTURA
Os bovinos têm uma presença histórica no Brasil, remontando aos tem-
pos da chegada dos colonizadores portugueses. Essa atividade pecuária
se disseminou e firmou sua posição como uma das mais proeminentes
em escala global, ocupando uma extensa parcela de território no Brasil.
Essa predominância abrange tanto a criação de gado leiteiro quanto a
produção de carne bovina, solidificando a pecuária brasileira como um
destaque no cenário do agronegócio mundial, sendo uma das mais in-
fluentes em todo o mundo.

No ano de 2020, o rebanho bovino do Brasil alcançou o posto de maior


do mundo, abrangendo 14,3% do total mundial, com um contingente
de 217 milhões de cabeças, superando a Índia, que registrou 190 mi-
lhões de cabeças. Esse êxito notável na produção de bovinos está intrin-
secamente relacionado aos seguintes fatores determinantes:

• O clima tropical favorável;

• A vasta extensão territorial disponível;

• O rigoroso controle sanitário do rebanho;

• A garantia da segurança alimentar;

• A aplicação de tecnologia de ponta, inclusive na melhoria genética;

• Investimentos substanciais em capacitação profissional.

Tais elementos convergem para consolidar a bovinocultura como uma


atividade de destaque e de grande impacto no panorama econômico
brasileiro e internacional.

Para o êxito na produção de bovinos, torna-se imperativo assegurar a exis-


tência das condições mínimas de infraestrutura para o manejo e a criação
dos animais, tais como aguadas, pastagens, cercas, currais, cochos, está-
bulos/apriscos e estradas, entre outros elementos relevantes. Indepen-
dentemente do segmento escolhido, seja na produção de carne ou de
leite, a condução adequada do gado demanda a disponibilização de:

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Agenda do Produtor Rural 2024

• Instalações bem estruturadas;

• Manutenção periódica das instalações;

• Acesso constante à água;

• Áreas destinadas ao descanso dos animais;

• Eficiente manejo do rebanho;

• Nutrição cuidadosamente planejada.

Bovinocultura de corte
A bovinocultura de corte no Brasil é uma atividade amplamente disse-
minada, abrangendo todos os estados e ecossistemas do país. Essa di-
versidade é manifestada de várias formas, seja na densidade dos reba-
nhos em diferentes regiões, nas taxas de crescimento desses rebanhos
ou nos diversos sistemas de produção adotados. Independentemente
do grau de intensidade desses sistemas, é notável a predominância dos
genótipos zebuínos, com destaque para a raça Nelore, nas regiões Su-
deste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, enquanto os taurinos predomi-
nam na região Sul.

Os sistemas de produção apresentam uma ampla gama de variação,


indo desde a pecuária extensiva, que se apoia em pastagens nativas e
cultivadas de baixa produtividade, com pouco uso de insumos, até a
pecuária intensiva, caracterizada por pastagens de alta produtividade,
suplementação alimentar no pasto e sistemas de confinamento. No
entanto, independentemente do sistema adotado, uma constante na
atividade é a centralidade das pastagens. Vários fatores influenciam a
rentabilidade, desde o sistema de produção escolhido até a seleção da
raça de gado utilizada.

O sistema de produção de bovinos de corte compreende as fases de cria


(desde a cobertura da vaca até a fase de desmama), recria (entre as fases
desmama e terminação) e engorda (fase de terminação), as quais são
desenvolvidas como atividades isoladas ou combinadas de forma a se
complementarem, a saber:

99
Agenda do Produtor Rural 2024

• Cria – Compreende a fase de reprodução, nutrição, do nascimen-


to da cria até a desmama. Esse período varia de acordo com a
exploração. Compõe-se do rebanho de fêmeas em reprodução e
reprodutores, podendo estar incluída a recria de fêmeas para re-
posição, para crescimento do rebanho e para venda. O pecuarista
pode vender a cria desmamada para outro pecuarista realizar a
recria, ou, ele mesmo, desenvolver as outras fases de produção
pecuária (recria/engorda). Em condições brasileiras, com animais
basicamente da raça Nelore, o peso médio de nascimento é de
30 kg e o desmame ocorre de 6 a 8 meses, com média de peso de
160 a 180 kg.

A fase de cria constitui-se INVESTIMENTO.

• Recria – A recria é a fase da exploração pecuária de corte que se


inicia após o desmame das crias. O objetivo da recria é melhorar a
condição corporal dos animais, preparando-os para o acabamen-
to ou para a reprodução, de acordo com a finalidade da criação.
O financiamento para recria poderá abranger a retenção da cria
ou a aquisição de animais desmamados, para desenvolver a fase
de crescimento dos animais para a fase adulta. Nessa fase, o peso
é o principal fator que determina o seu término, com o animal
pesando em torno de 360 a 400 kg. Normalmente, as fêmeas são
destinadas à reprodução (matrizes) e os machos à produção (ter-
minação).

A fase de recria constitui-se CUSTEIO PECUÁRIO.

• Engorda – Também conhecida como “terminação”, nesta fase se


faz com que o animal adulto atinja peso e acabamento de carcaça
adequados para abate, agregando valor a todo o trabalho desen-
volvido na cria e recria. O financiamento de custeio pecuário para
engorda abrangerá a aquisição de novilhos para engorda. A termi-
nação de bovinos pode ser a pasto ou em confinamento. No Brasil,
ainda é predominante a terminação a pasto, com a pastagem como
fonte de volumoso, sendo o concentrado fornecido no cocho.

A fase de engorda constitui-se CUSTEIO PECUÁRIO.

100
Agenda do Produtor Rural 2024

• Recria e Engorda – Dependendo da disponibilidade/qualidade


de pastagens e aguadas, pode-se realizar a fase de engorda jun-
tamente com a recria, ou seja, adquirir animais desmamados e
vende-los gordos para abate. Embora essa atividade tenha predo-
minância de machos, verifica-se também a utilização de fêmeas. A
fase de recria e engorda constitui-se CUSTEIO PECUÁRIO.

Quadro resumo para operações de financiamento de animais no Banco


do Nordeste do Brasil - BNB:
Modalidade de
Finalidade Itens financiados Prazo de reembolso
crédito

*Fêmea em reprodução (Matriz)


*Fêmea para reposição e/ou
Cria crescimento do rebanho (Novilha) Investimento Parcelas Anuais
*Macho para reprodução
(Reprodutor)

*Gastos necessários para reter os


machos ou fêmeas desmamados
Recria/retenção
até a fase de engorda (retenção Custeio pecuário Até 24 meses
de cria
para recria) ou ainda até o abate
(retenção para recria e engorda)

*Macho ou fêmea desmamados (6@


a 8@) para desenvolver a fase de
crescimento dos animais para a fase
Fêmeas - Até 18 meses
adulta com destino para abate.
Recria e engorda Custeio pecuário Machos - Até 30 meses
Obs: financiamento de fêmeas
limitado a 30% do rebanho total do
cliente (existente e a adquirir).

*Machos para engorda com destino


Engorda à pasto Custeio pecuário Até 18 meses
para abate (Novilhos)

Engorda em *Machos para engorda com destino


Custeio pecuário Até 9 meses
confinamento para abate (Novilhos)

Fonte: Banco do Nordeste

Recria e engorda
Os seguintes critérios devem ser observados nos projetos de recria e en-
gorda para o BNB:

a. Quando realizada de forma isolada e não confinada, não se reco-


menda a previsão de utilização de recursos forrageiros oriundos
de pastagens nativas em sua totalidade;

101
Agenda do Produtor Rural 2024

b. Os animais a serem adquiridos devem ter o peso vivo de no míni-


mo 180 kg (6@ de peso de carcaça) e máximo de 240 kg de peso
vivo (8@ de peso de carcaça), neste caso, tratando-se de financia-
mento isolado, o prazo será:

i. Machos: até 30 meses;

ii. Fêmeas: até 18 meses.

c. Para a atividade de engorda em regime extensivo (semiconfinada


ou a pasto) os animais a serem adquiridos devem ter o peso vivo
de, no mínimo, 270 kg (9@ de peso de carcaça) e máximo de 360
kg de peso vivo (12@ de peso de carcaça). Neste caso, tratando-se
de financiamento isolado, o prazo será de até 18 meses;

d. Financiamento para aquisição de bovinos e bubalinos para en-


gorda em confinamento: até 6 (seis) meses. O prazo poderá ser
de até 9 (nove) meses quando, em decorrência da quantidade de
animais financiados e devidamente comprovado por parecer de
técnico do Banco, haja necessidade de prazo extra para que ocor-
ra a aquisição, a engorda e a comercialização dos animais;

e. Os prazos de financiamento devem estar atrelados ao peso final


a ser atingido e a qualidade do suporte forrageiro a ser oferecido
aos animais, conforme capacidade de pagamento do projeto.

f. Não será exigido a formação de reserva estratégica de alimentação;

g. Na recria e engorda, deve-se considerar a evolução dos animais,


garrotes para novilhos, e adotar equivalência de 0,75 UA/cab.

Retenção de cria
A retenção de cria consiste na operação de reter as crias bovinas produ-
zidas no empreendimento até o fim da fase de recria, quando o objetivo
for vender o animal para engorda ou para reprodução, ou ainda reter as
crias para o ciclo completo, neste caso, destinadas ao abate. Note que
nesta modalidade não há a aquisição de animais, mas apenas a perma-
nência das crias por mais tempo no empreendimento. Assim, a operação

102
Agenda do Produtor Rural 2024

de “Retenção de Cria” difere da “Recria e Engorda” pela origem do ani-


mal, próprio e de terceiro, respectivamente. Também constitui-se CUS-
TEIO PECUÁRIO.

Bovinocultura de leite
Tradicionalmente praticada em todo o mundo, a cadeia produtiva de lei-
te tem também importante significado econômico no agronegócio na-
cional. O Brasil é um dos maiores produtores de leite bovino do mundo
e a cadeia produtiva se distribui em grande parte do território nacional.
Em 2021 foram produzidos no país 35,3 bilhões de litros de leite com
15,9 milhões de vacas ordenhadas, ou seja, uma produtividade média de
2.214 litros/vaca/ano.

A produção e a produtividade crescem a cada ano e muito se deve à


melhoria genética animal e vegetal, bem como à adoção de boas prá-
ticas de manejo e gestão das propriedades. Contudo, a pecuária leitei-
ra é bastante heterogênea em termos de sistemas de produção e perfil
de produtores, distribuídos principalmente em ambientes tropicais, nos
quais as elevadas temperatura do ar e umidade relativa podem causar
desconforto térmico aos animais.

O bem-estar animal e o manejo correto do rebanho são, talvez, um dos


itens mais relevantes para a boa produção de leite. Para além da ques-
tão da proteção animal, existem diversas complicações que podem vir a
surgir dos maus tratos, inclusive situações prejudiciais à saúde bovina.

O bem-estar animal é o estado do organismo durante suas tentativas de


se ajustar ao ambiente. Isto implica que:

1. bem-estar é uma característica do animal;

2. bem-estar pode ser bom ou ruim.

Podemos representar a relação entre ambiente-bem-estar e o animal e


suas consequências, conforme figura a seguir.

103
Agenda do Produtor Rural 2024

VOCÊ A ação humana não pode


animal ambiente SABIA ?
fornecer ou preservar o
bem-estar, mas apenas
melhorar ou assegurar que
o bem-estrar seja bom.

Ilustração: Maria de Fátima Pires


bem-estar O bem-estar dos animais
pode ser considerado bom
quando há uma perfeita
interação entre o animal e
DESEMPENHO PRODUTIVO E REPRODUTIVO
o ambiente.
QUALIDADE DO LEITE
COMPORTAMENTO
SAÚDE
FIQUE O bem-estar pode ser
$$$
ATENTO avaliado cientificamente
Diagrama representando a interação animal-ambiente atuando com medidas ibjetivas.
sobre o bem-estar.

Fonte: Alguns desafios de se produzir leite em condições de clima tropical / Maria Gabriela Campolina Diniz
Peixoto, Ricardo Guimarães Andrade, Maria de Fátima Ávila. – Brasília, DF: Embrapa, 2023.

FIQUE Um bom trabalhador rural VOCÊ O melhor teste para verificar o tipo
ATENTO nunca grita, assusta ou SABIA ?
de comportamento do tratador
bate nos animais. em relação aos animais é verificar
se houve aproximação, fuga ou
se o animal permanece na mesma
posição quando o tratador entra no
campo de visão do animal.

Fonte: Alguns desafios de se produzir leite em condições de clima tropical / Maria Gabriela Campolina Diniz
Peixoto, Ricardo Guimarães Andrade, Maria de Fátima Ávila. – Brasília, DF: Embrapa, 2023.

104
Agenda do Produtor Rural 2024

A forma como o gado é manejado também faz muita diferença no de-


sempenho do rebanho. Isso serve tanto para o transporte dos animais
entre as áreas abertas e fechadas, a administração de alimentos e su-
plementos, as medidas sanitárias e o próprio tratamento que os animais
recebem na sala de ordenha.

O produtor que quer trabalhar com um bom desempenho na atividade


leiteira precisa conhecer e entender as características da região, da pró-
pria fazenda e das melhores raças de gado para essa finalidade. É impor-
tante ter atenção ao seu sistema de produção, área para produção de
alimentos, capacidade de investimentos e expansão, para depois optar
por uma raça, tudo para otimizar a produção de leite e aumentar os lu-
cros da atividade.

As raças leiteiras são classificadas em taurinas e zebuínas. As raças tauri-


nas são provenientes da Europa, onde os animais são adaptados a um cli-
ma mais ameno, como a raça Holandesa, Jersey e Pardo Suíço. Enquanto
as zebuínas são oriundas da Ásia, e toleram mais o clima quente, como a
raça Gir, Girolanda, Guzerá e Sindi. Conheça a seguir algumas delas:

• Holandesa – É a raça mais conhecida devido à sua capacidade


de produzir grandes volumes de leite. Os animais são dóceis e de
grande porte, com pelagem preta e branca ou vermelho e branca.
Além da alta produtividade, possuem boa longevidade e fertilida-
de quando bem manejadas. São muito sensíveis ao calor e a pa-
rasitas como carrapatos. Por este motivo, expressam melhor seu
potencial produtivo em sistemas de confinamento, que tenham
conforto térmico e instalações apropriadas. A produção de uma
vaca holandesa diminui drasticamente nos dias mais quentes, vis-
to que sua zona termo neutra se situa entre 5 e 25°
C. Então, insta-
lações com ventilação e aspersão se tornam necessárias para que
as vacas tenham o máximo desempenho produtivo e reprodutivo.

• Gir – É originária da Índia e hoje é a raça zebuína de maior produ-


tividade leiteira em clima tropical devido à sua adaptação e rusti-
cidade. Apresenta boa resistência aos ectoparasitas e boa capaci-
dade de pastejo, sendo muito indicada para sistemas a pasto. O

105
Agenda do Produtor Rural 2024

leite possui grandes quantidades de sólidos e a maioria das vacas


produzem leite tipo A2. Porém, a produção de leite é mais baixa e
a persistência da lactação também. Possuem menor precocidade
sexual e alguns animais necessitam do bezerro ao pé na hora da
ordenha, o que dificulta o manejo.

• Girolando – Raça brasileira formada pelo cruzamento das raças


Gir e Holandesa, com o objetivo de aliar as características produ-
tivas e precoces da Holandesa com a rusticidade e adaptação da
raça Gir. Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Girolan-
do, o padrão racial é 5/8 Holandesa e 3/8 Gir. A raça apresenta boa
produtividade, rusticidade e adaptação ao clima brasileiro.

• Guzerá – É uma raça rústica e os animais são bem adaptados ao


calor. Os animais possuem boa fertilidade e participam de cruza-
mentos com a raça Holandês, para formar a Guzolando, que não
tem ainda tanta expressividade como a Girolando, que é altamen-
te difundida e utilizada. O leite possui grande teor de sólidos e é
uma raça considerada de dupla aptidão.

• Sindi – Os animais desta raça possuem pequeno porte e são adap-


tados às regiões quentes e secas, sendo muito utilizados no Norte
e Nordeste. Porém, apresentam baixa produtividade leiteira.

O leite está presente na mesa da grande maioria dos brasileiros, não


apenas na sua forma original, como também em derivados. Parte impor-
tante da dieta humana, por suas propriedades nutricionais, e com vasta
oferta no mercado, não fica difícil entender por que a bovinocultura de
leite se apresenta como uma boa opção de negócio. De acordo com a
Embrapa, o leite está na alimentação de cerca de 80% da população e
contribui com 5% da energia, 9% da gordura e 10% da proteína ingerida
em todo o mundo.

A qualidade do leite é medida por seus parâmetros físico-químicos e mi-


crobiológicos. A qualidade microbiológica é o fator mais crítico para ob-
tenção do leite de alta qualidade e pode ser definida como a estimativa
de contaminação do leite por microrganismos que estão diretamente
relacionados à saúde do animal (úbere, alimentação, genética, estágio

106
Agenda do Produtor Rural 2024

de lactação e situações de estresse no animal) e às condições de higiene


adotadas na fazenda (particularmente no momento da ordenha). Sobre
esse tema, atentar para a adequação dos projetos às recomendações
contidas na Instrução Normativa (IN) n. º 62/2011, do Ministério da Agri-
cultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), que alterou a IN n. º 51/2002.

Como alternativa para evitar perdas econômicas, recomenda-se preve-


nir e combater doenças ou pragas (mastite, piolhos, sarnas, carrapatos,
entre outros) com produtos naturais, que não agridam o meio ambiente
nem o animal, além de não deixar resíduos nos produtos (carne e leite).

Fontes: https://www.canalrural.com.br/agricultura/estudo-ressalta-brasil-maiores-produtores-agrico-
las/; Coleção SENAR – 232 - Bovinocultura: manejo e alimentação de bovinos de corte em confinamen-
to (https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/232-BOVINOCULTURA.pdf); Sistemas de produção de
gado de corte no Brasil: uma descrição com ênfase no regime alimentar e no abate I Ivo Martins Cezar
... [et al.l. -- Campo Grande, MS : Embrapa Gado de Corte, 2005; Bovinocultura de leite: o que você pre-
cisa saber - MF Magazine (mfrural.com.br); Alguns desafios de se produzir leite em condições de clima
tropical / Maria Gabriela Campolina Diniz Peixoto, Ricardo Guimarães Andrade, Maria de Fátima Ávila.
– Brasília, DF: Embrapa, 2023. (https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1155877/
alguns-desafios-de-se-produzir-leite-em-condicoes-de-clima-tropical); https://esteiogestao.com.br/
principais-racas-de-vacas-leiteiras-utilizadas-no-brasil/#:~:text=7%20%E2%80%93%20Sindi,utiliza-
dos%20no%20Norte%20e%20Nordeste.

107
Agenda do Produtor Rural 2024

A CARCINICULTURA

A exploração da Carcinicultura tem evoluído sobremaneira nos últi-


mos anos. Inicialmente, uma boa parcela dos cultivos de camarões era
realizada no regime extensivo, no entanto, com o desenvolvimento do
processo de larvicultura em laboratório, e também com a evolução das
tecnologias de reprodução, constatou-se a ampliação da produção em
larga escala no Brasil, bem como a exploração em regimes semi e super
intensivos, com um adensamento maior conforme o sistema tecnológi-
co adotado.

Os dois principais tipos de camarões explorados economicamente são o


de água doce e água salgada.

O principal perfil de mercado é o voltado à exportação do produto. A


espécie mais explorada em água doce é a Macrobrachium rosenbergii
(iniciada no Brasil no ano de 1977, na Universidade Federal de Pernam-
buco). Quanto à exploração do camarão marinho, destaca-se a Litope-
naeus vannamei.

Sistemas de cultivo do camarão:


• Sistema extensivo: Caracteriza-se principalmente pela baixa densi-
dade de estocagem de camarões (0,5 – 4,0 camarões/m²).

• Sistema semi-intensivo: Trata-se de sistema com maior aporte de ca-


marões/m² (6-20 camarões/m²).

• Sistema intensivo: Diz respeito aos sistema em que se utiliza tanques


com altas taxas de estocagem (20-100 camarões/m²), alimento de alta
qualidade e altas taxas de renovação de água (50-100%/dia).

(Fonte:http://www.abccam.com.br/. POLI, C. R.; ARANA, L. V. (Org.). Aquicultura: Experiências Brasilei-


ras. 1º ed. Florianópolis-SC: Multitarefa, 2004. p. 45-72.)

108
Agenda do Produtor Rural 2024

Camarão marinho:
O camarão marinho da espécie Litopenaeus vannamei pode ser culti-
vado em água doce, pois se trata de crustáceo que apresenta grande
adaptabilidade.

Essa modalidade de cultivo tem chamado a atenção ultimamente pelo


seu rápido crescimento, - a engorda do camarão Litopenaeus vannamei
em águas interiores, longe da costa. Dependendo da região, o valor do
hectare de terra nas imediações de um açude, ou em local que disponha
de lençol subterrâneo de água doce ou salobra, pode ser até 20 vezes
menor do que o valor do hectare nas áreas próximas ao mar.

O seu cultivo já vem sendo realizado em toda a região Nordeste, onde a


produtividade está em torno de 10 ton/ha/ano.

Tendo em vista a importância da atividade para a região, em particular


para as comunidades litorâneas do Nordeste, e considerando também
os riscos inerentes ao desenvolvimento da carcinicultura, recomenda-se
a adoção de bases de financiamento que tenham o aporte garantido via
projetos de investimento e custeio, garantindo-se a análise e apreciação
criteriosa dos dados técnicos projetados, quais sejam, o sistema adota-
do, forma de comercialização, custos e receitas previstos para a ativida-
de, dentre outros.

Nos projetos para exploração da Carcinicultura, recomenda-se:

a. Dispor de estrutura de controle sanitário eficiente, controlando a


entrada de pessoas, veículos, animais, dentre outros, à fazenda,
através do uso de rodolúvio, pedilúvio, arco sanitário ou outro sis-
tema de pulverização para evitar contaminação de qualquer tipo;

b. Localização adequada do empreendimento, não se acatando explo-


rações em mangues e em áreas sujeitas à poluição ou enchentes;

c. Obtenção de parecer do IBAMA ou de órgão estadual de meio


ambiente, se houver, sobre a observância da legislação de prote-
ção ao meio ambiente e à preservação das espécies;

109
Agenda do Produtor Rural 2024

d. Contratação, em regime de tempo integral, de profissional com


capacidade técnica e experiência comprovada na atividade;

e. Garantia de suprimento de ração de boa qualidade, evitando-se


rações paliativas e de procedência duvidosa;

f. Garantia de acesso ao mercado mediante parceria com empresas


beneficiadoras;

g. Adquirir, mediante contrato de garantia, pós-larvas somente de


laboratórios idôneos que atestem a qualidade/sanidade dos lotes;

h. Adotar as seguintes práticas de manejo para o cultivo: tratamento


de solo, uso de aeradores, fertilização adequada às condições do
viveiro, água suficiente e de boa qualidade;

i. Dispor de equipamentos para monitoramento e controle dos


parâmetros físicoquímicos de qualidade da água e do solo dos
viveiros;

j. Procurar, sempre que possível, projetar épocas de povoamento


dos viveiros que possibilitem despescas e comercialização nos
meses de preços mais favoráveis;

k. Adquirir pós-larvas (PLs) SPF (livres do patógeno WSSV - Mancha


Branca), e, se não for possível, adquirir PLs de laboratórios livres das
principais enfermidades que podem afetar os cultivos de camarão;

l. Reduzir as densidades de estocagem nos períodos climáticos mais


instáveis;

m. Usar aeração artificial independentemente da densidade de esto-


cagem;

n. Recircular toda a água de cultivo, evitando o ingresso de água de


outras fazendas;

o. Controlar eliminando, se for possível, o ingresso de animais aquá-


ticos, terrestres, pássaros, dentre outros na fazenda, porque eles
são veículos de possível contaminação de muitas enfermidades;

110
Agenda do Produtor Rural 2024

p. Implementar um plano diário de monitoramento dos camarões


“em fresco” para controle de enfermidades em geral, com técnico
qualificado, bem como o laboratório de análises;

q. Empregar, sistematicamente, biorreguladores, biocontroladores e


probióticos, como medidas de controle e prevenção;

r. Esterilizar, depois de cada despesca, o viveiro inteiro com cal vir-


gem, e os utensílios, com uma solução forte de cloro ou amônia
quaternária, exigindo o mesmo do comprador (esterilizar o cami-
nhão, caixas, pessoal, etc.);

s. Não compartilhar caiaques, redes de despesca, tarrafas, come-


douros, aeradores, telas de filtragem, estacas das bandejas, cai-
xas de transferência, escovões, caixas de despesca, medidores de
qualidade da água, mangueiras e outros instrumentos e/ou ferra-
mentas;

t. Considerar taxa de sobrevivência de acordo com a densidade de


estocagem, a saber:

• de 5 a 10 cam/m2 - 90% a 95%

• de 11 a 15 cam/ m2 - 80% a 85%

• de 16 a 25 cam/ m2 - 70 a 75%

• acima de 25 cam/ m2 - 65%

u. Qualquer sinal de anormalidade quanto a enfermidades poten-


cialmente mortíferas, comunicar ao MAPA (Ministério da Agricul-
tura, Pecuária e Abastecimento) para coletas de amostras.

111
Agenda do Produtor Rural 2024

Tabelas Carcinicultura:
1. Planilha para cálculo simplificado de necessidade de ração

Dados:

• A taxa de conversão é para 1Kg de camarão

• Percentual de ração inicial – Até 30%

• O percentual de ração de crescimento varia conforme o percentu-


al da ração inicial escolhido.

2. Tabela sobre principais doenças da carciniculura

Doenças de notificação obrigatória listadas pela Organização Mundial


para Saúde Animal (OIE) que provocam maior impacto na carcinicultura
brasileira.

112
Agenda do Produtor Rural 2024

3. Tabela sobre solos desejáveis para carcinicultura

Características desejáveis no solo de viveiros em fazendas de engorda de


camarão-marinho.

113
Agenda do Produtor Rural 2024

4. Tabelas sobre parâmetros para monitoramento de água na Carci-


nicultura

Parâmetros para monitoramento de qualidade da água do viveiro com


vistas às medidas a serem tomadas para renovação de água, fertilização,
calagem, etc.

5. Parâmetros físico-químicos da água na Carcinicultura

114
Agenda do Produtor Rural 2024

6. Produção da Carcinicultura no Nordeste


Produção - Carcinicultura no Nordeste

Estado Produção em Kg %

Maranhão 405.502 0,52%

Piauí 3.389.476 4,32%

Ceará 33.713.719 43,00%

Rio Grande do Norte 21.190.655 27,02%

Paraíba 6.242.500 7,96%

Pernambuco 3.248.536 4,14%

Alagoas 1.477.400 1,88%

Sergipe 4.543.856 5,79%

Bahia 4.200.890 5,36%

Espírito Santo 9.750 0,01%

Minas Gerais - -

Total 78.412.534 100%

Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal 2021

Nota: De acordo com o Decreto nº 4.895, de 25/11/2003, no caso de exploração de aquicultura em águas públicas da

União, mesmo que o corpo d’água seja administrado pelo DNOCS, CODEVASF, Secretaria do Patrimônio da União (SPU)

ou Companhias Hidroelétricas, o aquicultor (pessoa física ou jurídica), apresentará ao Banco comprovante de autorização

do uso de águas públicas, emitida pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, após aprovação do projeto

técnico pela Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca da Presidência da República (SEAP).

115
Agenda do Produtor Rural 2024

EVOLUÇÃO NO USO DA ENERGIA SOLAR

No Subsistema Nordeste do Sistema Interligado Nacional (SIN), nos últimos


anos, a fonte solar está paulatinamente ocupando maior espaço na geração
de energia elétrica, representando 3,83% do total gerado em 2020.

Evolução da participação das fontes na geração de energia elétrica do


Subsistema Nordeste – 2010-2020 (%)

2,01 2,21 3,50 5,07 11,02 0,02 0,03 0,69 2,48 3,57 3,83

13,45 10,02
16,67 23,36
38,16
38,71 45,27
51,63 46,80
52,88
47,22
42,29

87,77 31,94
84,54 12,86
79,83 33,14
25,30 19,65
56,22
41,76 36,51
34,34 29,87
20,90 20,59 23,90

2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Hidrelétrica Térmica Eólica Solar

Fonte: ONS (2021). Elaboração: BNB/Etene.

GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR


NO MEIO RURAL

Os produtores rurais podem alcançar maior autonomia e economia de re-


cursos quando instalam sistemas próprios para a geração de energia elé-
trica. Quando o sistema gerador de energia for ligado à rede de distribui-
ção, o mesmo é denominado sistema on-grid e, no caso do produtor rural,

117
Agenda do Produtor Rural 2024

pode ser implantado nas modalidades de micro ou minigeração distribu-


ída de energia elétrica. Esse tipo de sistema é basicamente composto de:

1. elemento gerador, que pode ser um conjunto de painéis solares fo-


tovoltaicos, um gerador eólico, uma turbina hidráulica ou um gera-
dor termoelétrico movido pela queima de biomassa (carvão, cavacos
de madeira, pellets, bagaço de cana, etc);

2. inversor de energia, o qual transforma a energia de corrente con-


tínua do elemento gerador em corrente alternada, compatível com
aquela de rede de distribuição;

3. medidor bidirecional, o qual mede a energia gerada injetada na


rede e a energia consumida da rede. Se a energia injetada for maior
que a consumida, o produtor não paga pela energia e tem um cré-
dito para utilizar o excedente que foi injetado na rede por um prazo
de até 5 anos. Se a energia consumida for maior do que a energia
injetada na rede, o produtor paga somente a diferença entre o que
consumui e produziu.

Quando o sistema gerador de energia for completamente independente


da rede de distribuição, o mesmo é denominado sistema. Nesse caso, o
sistema não terá o medidor bidirecional, sendo composto de:

1. elemento gerador: painéis solares, cabos e estrutura de suporte;

2. inversor de energia: alimenta diretamente as cargas, retirando ener-


gia de um banco de baterias, gerando o sinal elétrico de corrente al-
ternada e fornecendo a potência elétrica diretamente aos aparelhos
consumidores;

3. conjunto de baterias, para acumulação da energia gerada, normali-


zando seu fluxo e permitindo sua utilização em momentos em que o
elemento gerador não estiver funcionando.

O Banco do Nordeste financia tanto os sistemas on-grid com a micro e


minigeração distribuída de energia elétrica, quanto os sistemas off-grid
para produtores rurais, por meio da linha FNE Sol.

118
Agenda do Produtor Rural 2024

SUSTENTABILIDADE NAS CONSTRUÇÕES

Conforme apontado pelo Conselho Internacional da Construção – CIB,


a indústria da construção é o setor de atividades humanas que mais
consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, geran-
do consideráveis impactos ambientais. A busca pela sustentabilidade
nas construções visa justamente diminuir esses impactos, o que muitas
vezes também resulta na diminuição geral de custos. Essa busca pode
ser alcançada de diversas maneiras, como por exemplo desenvolven-
do-se alternativas viáveis a materiais que causam maiores impactos
e aplicando-se no processo construtivo uma combinação de técnicas
tradicionais e modernas.

Felizmente hoje existem diversas técnicas construtivas que vão no ca-


minho da sustentabilidade, tais como: construção sustentável, cons-
trução verde, arquitetura bioclimática, arquitetura vernacular, constru-
ção natural e bioconstrução. Todas elas trazem tecnologias e materiais

119
Agenda do Produtor Rural 2024

alternativos ao das construções convencionais e que podem perfeita-


mente atender aos interesses dos produtores, melhorando sua orga-
nização e elevando seu padrão de vida e segurança econômica, sem
destruir a natureza.

Onde podemos encontrar essas tecnologias? Primeiro, verificando se al-


guma solução já foi desenvolvida por algum produtor da região ou se as
soluções da tradição antiga (como taipa ou adobe) não resolvem o pro-
blema, principalmente quando aplicadas com qualidade técnica, como
fazem diversos bioconstrutores que atuam na região.

Imagine uma comunidade carente, de difícil acesso, onde seja quase im-
possível a importação de matéria-prima e mão de obra. A aplicação nes-
sa comunidade de tecnologias de bioconstrução, com uso de materiais
locais e resgate de técnicas tradicionais adaptadas ao clima e caracte-
rísticas da região, permitirá a criação de um ambiente mais harmonioso
para se viver, tomando-a mais independente de outras regiões.

Aquecimento de água com energia solar, arrefecimento de ambientes


com construção e plantas adequadas, iluminação natural com a aloca-
ção de janelas e claraboias cuidadosamente planejadas são exemplos
dessas tecnologias.

Antes de projetar ou construir, é recomendável que os membros da co-


munidade levem em consideração o uso das mencionadas tecnologias.
As seguintes questões, extraídas da publicação “Manual do Arquiteto
Descalço” de Johan Van Lengen, podem ajudar na escolha das técnicas
mais adequadas:

• A nova técnica vai satisfazer as necessidades básicas das pessoas,


tais como abrigo, alimentação, saúde e educação?

• A construção vai empregar mão de obra e materiais da região?

• Na aplicação desta técnica, as pessoas da região têm iniciativa


própria e são orientadas por pessoal local?

• A nova técnica leva em conta os valores tradicionais da comu-


nidade?

120
Agenda do Produtor Rural 2024

• A técnica é simples e permite a participação criativa das pessoas?

• A técnica não provoca a extinção dos materiais nem a contamina-


ção do meio ambiente?

• Com esta técnica se melhora o aspecto das edificações e do meio


ambiente ao seu redor?

Para quem quiser se aprofundar um pouco mais sobre sustentabilidade


nas construções, abaixo segue a indicação de algumas publicações, dis-
poníveis na internet:

• Cartilha de Construções Sustentáveis do Ministério do Meio Am-


biente.

• Curso de Bioconstrução do Proecotur, Ministérios do Meio Am-


biente e do Turismo.

Gases como o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e o


vapor d’água (H2O) funcionam como uma cortina de gás
que vai da superfície da Terra em direção ao espaço, im-
pedindo que a energia do sol absorvida pela Terra du-
rante o dia seja emitida de volta para o espaço. Sendo
assim, parte do calor fica “aprisionado” próximo da Terra
(onde o ar é mais denso), o que faz com que a tempe-
ratura média do nosso planeta seja em torno de 15°
C. A
esse fenômeno de aquecimento da Terra dá-se o nome
de efeito estufa.

FONTE: USP - http://www.usp.br/qambiental/tefeitoestufa.htm

121
Agenda do Produtor Rural 2024

O BANCO DO NORDESTE E OS ASPECTOS


AMBIENTAIS, SOCIAIS E DE GOVERNANÇA
(ASG)

É cada vez mais evidente o impacto dos fatores sociais, ambientais e cli-
máticos no desempenho de diversos setores econômicos, ampliando in-
certezas e riscos para os negócios. Em paralelo, o crescente fluxo e ritmo
das informações amplia o grau de exigência da sociedade, governos e
órgãos de regulação sobre o papel e desempenho das organizações na
geração de valor para toda sociedade e não só para seus proprietários,
mitigando impactos negativos e promovendo impactos positivos à so-
ciedade e ao meio ambiente.

Atento a este cenário, o mercado financeiro tem buscado incorporar a ob-


servação de critérios não financeiros em suas avaliações de riscos e opor-
tunidades para decisão de investimentos. São os chamados “indicadores
ASG”, ou seja, critérios Ambientais (A), Sociais (S) e de Governança (G).

As questões ASG são também importantes para o setor agropecuário,


em especial pelos impactos que as mudanças climáticas podem gerar
no aumento dos riscos nas atividades, com a elevação das temperaturas
médias, mudanças no clima, eventos climáticos extremos e aumento do
estresse hídrico. O setor agropecuário se depara com novas necessida-
des relacionadas à adaptação e mitigação dos efeitos dessas mudanças
sobre a produção. Também há novas oportunidades como o pagamento
por serviços ambientais, a adoção de produção mais sustentável ado-
tando técnicas da Agricultura de Baixo Carbono (ABC), florestamento
e reflorestamento, ou a Integração Lavoura Pecuária Floresta, além da
adoção de inovações que reduzam impactos negativos e promovam
uma agropecuária regenerativa e de menor impacto social, ambiental,
climático. E todas estas atividades devem contar com gestão integrada,
objetiva e transparente, garantindo a confiabilidade das informações
disponibilizadas para a sociedade e para investidores.

123
Agenda do Produtor Rural 2024

Assim, também em relação à agropecuária, cada vez mais os investido-


res, clientes e consumidores finais tendem a escolher empreendimentos
que adotam melhores práticas ASG. Temas como rastreabilidade da pro-
dução, manejo ecológico do solo, uso eficiente da água, atendimento
à legislação ambiental, respeito ao Código Florestal, produção orgânica
ou agroecológica, agricultura regenerativa, agricultura sustentável, utili-
zação de energias renováveis no campo, certificação da produção, reflo-
restamento, respeito aos direitos humanos, sociais e trabalhistas fazem
parte do conceito de sustentabilidade aplicado à produção agropecuá-
ria. O desafio para os produtores é corresponder à demanda nacional e
mundial por alimentos com especial atenção e atendimento das ques-
tões ambientais e com a incorporação dessas tecnologias e inovações
nos sistemas de produção, aproveitando também as novas oportunida-
des de negócios abertas pela agenda ASG.

O Plano Safra 2023/2024 busca promover uma agropecuária sustentá-


vel sendo que as operações destinadas ao financiamento de projetos
de conservação e proteção do meio ambiente, recuperação de áreas
degradadas ou alteradas, recuperação de vegetação nativa e desenvol-
vimento de atividades sustentáveis no âmbito da agricultura da baixo
carbono (ABC), e de áreas com produção certificada, nacional ou interna-
cionalmente, de baixa emissão ou neutralidade em carbono, com base
em evidências científicas, desde que o projeto não contemple abertura
de novas áreas a partir da supressão de matas/florestas nativas, contam
com encargos reduzidos.

O Banco do Nordeste, que historicamente tem incentivado a produção


resiliente na convivência com o clima Semiárido e promovido o crédito
verde na região, inclui a Agricultura Familiar e o Agronegócio Sustentá-
vel como uma linha de Ação de sua Estratégia ASG e em sua Política de
Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) com o objetivo
de fomentar ainda mais a sustentabilidade na agropecuária em sua área
de atuação. Com isso, os produtores rurais, como principais parceiros
nessa jornada, com o apoio do Banco do Nordeste têm a possibilidade
de se alinharem à essa importante agenda mundial e de ampliarem sua
produção com mitigação dos riscos, aproveitando as novas oportunida-
des de modo cada vez mais sustentável.

124
Agenda do Produtor Rural 2024

125
Agenda do Produtor Rural 2024

PLANEJAMENTO DAS ATIVIDADES


AGROPECUÁRIAS

Nesta agenda, o produtor poderá fazer as anotações necessárias ao ade-


quado planejamento de suas atividades agropecuárias.

Esse planejamento requer acompanhamento diário das atividades, de


forma que o produtor esteja atento ao conjunto de ações e procedimen-
tos que deverão ser executados na propriedade para o bom andamento
do seu negócio.
AGENDA DE ATIVIDADES

Agendar as datas das atividades agropecuárias e indicar os momentos


de realização de controles é fundamental para a obtenção de resultados
de produção e produtividade e, também, para a avaliação do negócio ou
do plano estratégico estabelecido, possibilitando a realização de ajus-
tes no transcorrer do período. Neste sentido, estão as datas referentes a
vacinações, pulverizações, adubações, manutenção de maquinários etc.
além daquelas destinadas à análise, avaliação e possíveis redireciona-
mentos em função dos resultados obtidos

Exemplo:

06 01 24

10 01 24

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CONTROLES FINANCEIROS E
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA
RENTABILIDADE DA EMPRESA RURAL

Pensando nos agricultores familiares e nos mini e pequenos empreende-


dores rurais, esta Agenda está disponibilizando uma alternativa simplifica-
da para que se possa realizar os Controles Financeiros do empreendimen-
to e exercitar um planejamento de suas atividades durante o ano.

O esforço é no sentido de atingir o maior número possível de produtores


rurais, apresentando ferramentas que permitam o aprimoramento da
produção e da gestão da empresa rural.

O preenchimento correto desses formulários ensejará ao produtor:

• a) ter uma visualização global do movimento financeiro da em-


presa rural;

• b) identificar os resultados apresentados pelas atividades explora-


das na propriedade;

• c) mensurar a variação patrimonial da empresa no exercício, o que


permitirá, inclusive, avaliar a racionalidade dos investimentos re-
alizados;

• d) obter uma visão real dos resultados econômico-financeiros do


negócio agrícola, mediante a atualização monetária dos aponta-
mentos;

• e) fornecer subsídios para o preenchimento da Declaração do Im-


posto de Renda.

Seguem as planilhas de estimativa da conta cultural das atividades agrí-


colas e, também, pecuárias. A ideia é que o produtor possa planejar suas
atividades durante o ano considerando a rentabilidade a ser obtida e a
possibilidade de manter sua família com a renda da atividade rural. Para

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Agenda do Produtor Rural 2024

efeito de acompanhamento do planejamento, têm-se os seguintes for-


mulários: Registro de Vendas, Registro de Insumos Adquiridos, Registro
de Serviços, Registro de Despesas da Empresa Rural, Registro de Despe-
sas da Família, Cálculo das Receitas não Rurais e Cálculo da Rentabilidade
da Empresa Rural.

Estimativa da conta cultural das atividades agrícolas


Ano:
Cultura:
Nº de Colheitas no Ano (B):

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Agenda do Produtor Rural 2024

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Agenda do Produtor Rural 2024

Estimativa da conta cultural das atividades pecuárias


Criação de:
Ano:
Nº de Cabeças:

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Agenda do Produtor Rural 2024

ESTIMATIVA DE RENTABILIDADE
DA EMPRESA RURAL
REGISTRO DE VENDAS (R)
Registrar as vendas realizadas, indicando, na coluna descrição, o nome
dos produtos e subprodutos.

Ao final de cada mês, encerrar as anotações do período, registrando os


totais do mês.

165
Agenda do Produtor Rural 2024

REGISTRO DE INSUMOS ADQUIRIDOS (I)


Registrar as compras realizadas junto aos seus fornecedores de insumos,
indicando no campo insumo o nome do material ou matéria-prima. Ao
final de cada mês, encerrar as anotações do período, registrando o total
do mês.

166
Agenda do Produtor Rural 2024

REGISTRO DE SERVIÇOS (S)


Registrar os serviços contratados com os prestadores de serviços e diaris-
tas. Ao final de cada mês, encerrar as anotações do período, registrando
o total do mês

167
Agenda do Produtor Rural 2024

REGISTRO DE DESPESAS DA EMPRESA RURAL (DR)


Registrar, dia a dia, as despesas com a empresa rural, que são os gastos
que tem na propriedade e que não podem identificar com uma conta
cultural específica, como, por exemplo, arrendamento da propriedade
rural, impostos e juros de empréstimos com bancos etc. Ao final de cada
mês, encerrar as anotações do período, registrando o total do mês.

168
Agenda do Produtor Rural 2024

REGISTRO DE DESPESAS DA FAMÍLIA (DF)


Registrar, dia a dia, as despesas com a família, ou seja, todas as des-
pesas domésticas, como alimentação, escola, transporte, luz, água etc.
Ao final de cada mês, encerrar as anotações do período, registrando o
total do mês.

169
Agenda do Produtor Rural 2024

CÁLCULO DAS RECEITAS NÃO RURAIS (RNR)


Com este formulário é possível calcular o total de receitas não rurais obti-
do pelos membros da família. Receitas não rurais são aquelas referentes
a ganhos obtidos fora das atividades produtivas da propriedade, como,
por exemplo, aposentadoria do INSS, pensão, empregos urbanos etc.

170
Agenda do Produtor Rural 2024

CÁLCULO DA RENTABILIDADE DA EMPRESA RURAL


Com este formulário é possível calcular a rentabilidade da empresa rural
em um determinado período: semestralmente, anualmente ou no fim da
safra e comercialização dos produtos e subprodutos.

Para isso, basta que faça o acompanhamento mensal a partir dos formu-
lários anteriores, some cada um dos itens e preencha o quadro abaixo.
Por exemplo: se for calcular a rentabilidade no primeiro semestre do ano,
é preciso que tenha os totais de cada um dos formulários, de janeiro a
junho do ano. Somam-se os valores do período e os coloca no seu res-
pectivo item no quadro adiante. Aí, é só ir somando ou subtraindo, con-
forme indicado, e se chega ao valor disponível.

171
Agenda do Produtor Rural 2024

ANOTAÇÕES DA PECUÁRIA

O conjunto dos formulários desta seção tem como objetivos principais


ensejar ao produtor:

a. registrar a quantidade diária de chuvas;

b. compatibilizar as disponibilidades do suporte forrageiro com as


necessidades dos rebanhos;

c. dispor, a qualquer época, demonstrativos do número de animais,


por espécie e categoria;

d. orientar as medidas a serem adotadas com vistas no aprimora-


mento do manejo dos rebanhos;

e. promover a seleção dos rebanhos com base no desempenho


apresentado por cada animal;

f. manter sob controle a sanidade dos rebanhos, mediante a progra-


mação sistemática dos tratamentos profiláticos e curativos;

g. avaliar o desempenho das diversas explorações pecuárias, atra-


vés da comparação dos índices de produtividade alcançados na
fazenda, com os índices médios regionais, bem como aqueles ob-
servados em empresas que utilizam tecnologias modernas.

172
Agenda do Produtor Rural 2024

1. REGISTRO DIÁRIO DAS CHUVAS(MM)

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Agenda do Produtor Rural 2024

2. ESTIMATIVA DAS NECESSIDADES E DISPONIBILIDADES DE


SUPORTE FORRAGEIRO

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Agenda do Produtor Rural 2024

3. CONTROLE DE COBERTURAS

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Agenda do Produtor Rural 2024

4. CONTROLE DE NASCIMENTOS DE BEZERROS(AS)

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Agenda do Produtor Rural 2024

5. CONTROLE DE PERDAS DE BOVINOS

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Agenda do Produtor Rural 2024

6. CONTROLE DE PERDAS DE OVINOS

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Agenda do Produtor Rural 2024

7. CONTROLE DE PERDAS DE CAPRINOS

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Agenda do Produtor Rural 2024

8. CONTROLE DE ENTRADAS E SAÍDAS DE BOVINOS, CAPRINOS E OVINOS

180
Agenda do Produtor Rural 2024

9.CONTROLE DE ENTRADAS E SAÍDAS DE SUÍNOS, EQUINOS,


ASININOS E MUARES

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Agenda do Produtor Rural 2024

10. CONTROLE DO NÚMERO DE BOVINOS

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Agenda do Produtor Rural 2024

11. CONTROLE DO NÚMERO DE EQUINOS, ASININOS E MUARES

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Agenda do Produtor Rural 2024

12. CONTROLE DO NÚMERO DE OVINOS E CAPRINOS

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Agenda do Produtor Rural 2024

13. CONTROLE DO NÚMERO DE SUÍNOS E AVES

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Agenda do Produtor Rural 2024

14. CONTROLE DA PRODUÇÃO DE PEIXES

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Agenda do Produtor Rural 2024

15. CONTROLE DE LACTAÇÃO

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Agenda do Produtor Rural 2024

16. CONTROLE SANITÁRIO DE BOVINOS

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Agenda do Produtor Rural 2024

17. CONTROLE SANITÁRIO DE SUÍNOS

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Agenda do Produtor Rural 2024

18. CONTROLE SANITÁRIO DE OVINOS

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19. CONTROLE SANITÁRIO DE CAPRINOS

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Agenda do Produtor Rural 2024

20. CONTROLE DAS VENDAS DIÁRIAS

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Agenda do Produtor Rural 2024

21. PRODUTIVIDADE DA PECUÁRIA DE CORTE– ÍNDICES MÉDIOS


ALCANÇADO

70 – 85 80

70 – 80 75

15

16 – 20 16 – 18

193
Agenda do Produtor Rural 2024

22. PRODUTIVIDADE DA PECUÁRIA DE LEITE - ÍNDICES MÉDIOS

194
Agenda do Produtor Rural 2024

EQUIVALÊNCIA ANIMAL

Equivalência Bovinocultura de Bovinocultura de


Ovinocultura Caprinocultura
Animal (UA) Corte Leite

Bezerro 0,33 0,25 - -

Bezerra 0,33 0,25 - -

Garrote 0,50 0,50 - -

Garrota 0,50 0,50 - -

Novilho 1,00 1,00 - -

Novilha 1,00 1,00 - -

Matriz 1,00 1,00 0,14 0,14

Reprodutor 1,50 1,50 0,20 0,20

Fêmea 0-1 ano - - 0,07 0,07

Fêmea 1-2 anos - - 0,14 0,14

Macho 0-1 ano - - 0,07 0,07

Macho 1-2 anos - - 0,14 014

195
Agenda do Produtor Rural 2024

O RELÓGIO BIOLÓGICO DA VACA PRODUTIVA

Parição/Início da Lactação
Toda vaca deve dar uma
cria a cada 12 meses.
Isto deve ser avaliado através
do intervalo entre partos (IP)
Cobertura/
Secagem 12 meses Inseminação
(gado de leite) As coberturas
As vacas de leite 11 meses 1 mês
devem ocorrer ao
devem estar secas redor de 85 dias
60 dias antes do após o último parto.
próximo parto. 10 meses 2 meses
Para gado de corte,
estas coberturas
devem ser
Desmame 9 meses 3 meses concentradas
em uma estação
(gado de corte)
Lactação de monta.
Bezerros criados a
Para gado de leite,
pastos devem ser 8 meses
Gestação 4 meses ao contrário, elas
desmamados com
devem ser
8 meses de idade.
igualmente
7 meses 5 meses distribuídas ao
6 meses longo do ano.

Note que um animal nunca deve estar seco e vazio ao mesmo tempo.

Comentários:
1. Parição/Início da lactação: toda vaca deve parir a cada 12 meses,
conforme intervalo entre partos (IP);

2. Cobertura/Inseminação: as coberturas ou inseminações devem


ocorrer do 60º ao 80º dia após o parto;

3. Desmame (linhagem de corte): o desmame dos bezerros deve ser


realizado em do 8º mês;

4. Secagem (linhagem leiteira): recomenda-se secagem das vacas


60 dias antes do parto, quando os bezerros devem estar com 10
meses.

Nota: A vaca nunca deve estar seca e vazia ao mesmo tempo.

196
Agenda do Produtor Rural 2024

23. PRODUTIVIDADE DA OVINOCULTURA –ÍNDICES MÉDIOS

197
Agenda do Produtor Rural 2024

24. PRODUTIVIDADE DA CAPRINOCULTURA –ÍNDICES MÉDIOS

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Agenda do Produtor Rural 2024

25. PRODUTIVIDADE DA SUINOCULTURA –ÍNDICES MÉDIOS

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Agenda do Produtor Rural 2024

26. PRODUTIVIDADE DA AVICULTURA DE


CORTE – ÍNDICES MÉDIOS

200
Agenda do Produtor Rural 2024

27. PRODUTIVIDADE DA AVICULTURA DE


POSTURA – ÍNDICES MÉDIOS

201
Agenda do Produtor Rural 2024

28. APICULTURA – DADOS SOBRE A PRODUÇÃO DE MEL

QUADRO COMPARATIVO - APICULTURA

APICULTURA CONVENCIONAL (FIXA) APICULTURA MIGRATÓRIA

18-20 Kg de mel/ano/colmeia 80-100 Kg de mel/ano/colmeia

População = 50.000 abelhas População = 80.000 a 100.000 abelhas

Vida útil da rainha: 18 a 24 meses Vida útil da rainha: 16 a 18 meses

Colmeia: Langstroth Colmeia: Langstroth de estrutura reforçada

Equipamento para transporte: Necessário veículo


Equipamento para transporte: Apenas para colheita
adaptado

Manejo intensivo sazonal Manejo intensivo durante todo o ano

(Fonte: https://www.cpt.com.br/artigos/apicultura-migratoria-versus-apicultura-convencional)

OUTROS INDICADORES DA APICULTURA

INDICADOR PRODUTIVIDADE MÉDIA

Pólen 100 a 150 g/colmeia/dia

Própolis 600 a 800 g/colmeia/ano

Taxa de abandono (para colmeias na sombra com


30%
água potável)

Fonte: MILFONTE, M. Diversificando a produção na apicultura: Pólen apícola. RCPA. Rev. Científica de Produção Animal.
v.22, n.1, p.11-16, 2020; FERNANDES NETO, J. Produção da própolis de Apis mellifera no Semiárido. Cartilha. Universidade
Federal do Vale do São Francisco. Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural. Juazeiro. 2018.

202
Agenda do Produtor Rural 2024

LOCAIS RECOMENDADOS PARA


APLICAÇÃO DE INJEÇÕES

203
Agenda do Produtor Rural 2024

29. CARACTERIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS RAÇAS DE BOVINOS

204
Agenda do Produtor Rural 2024

30. COMPARAÇÃO ENTRE OS VALORES NUTRICIONAIS DE


DIFERENTES TIPOS DE CARNES (por 100 gramas)

31. REBANHOS BOVINO, BUBALINO, SUÍNO, CAPRINO, OVINO E


GALINÁCEO DO BRASIL
REBANHOS DO BRASIL
Tipo de rebanho
Região
Bovino % Bubalino % Suíno* % Caprino % Ovino % Galináceo** %

Norte 52.586.264 24% 1.013.630 67% 337.962 7% 161.368 1% 571.266 3% 13.055.487 5%

Nordeste 28.606.835 13% 131.493 9% 1.059.893 22% 11.497.991 95% 14.560.898 71% 49.423.769 20%

Sudeste 37.446.512 17% 201.304 13% 710.873 15% 154.560 1% 616.264 3% 93.948.046 37%

Centro-
75.075.950 34% 61.798 4% 627.608 13% 100.088 1% 1.014.619 5% 33.849.875 13%
Oeste

Sul 24.120.721 11% 94.029 6% 2.105.483 43% 187.679 2% 3.860.017 19% 62.494.933 25%

Total 217.836.282 100% 1.502.254 100% 4.841.819 100% 12.101.686 100% 20.623.064 100% 252.772.110 100%

*Suínos - apenas matrizes; **Galináceos - apenas galinhas


Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal 2021

205
Agenda do Produtor Rural 2024

32. REBANHOS BOVINO, BUBALINO, SUÍNO, CAPRINO, OVINO E


GALINÁCEO DO NORDESTE, MINAS GERAIS E ESPÍRITO SANTO
REBANHOS DO NORDESTE, MINAS GERAIS E ESPÍRITO SANTO
Tipo de rebanho
UF
Bovino % Bubalino % Suíno* % Caprino % Ovino % Galináceo** %

Alagoas 1.321.236 2% 1.119 1% 15.558 1% 81.450 1% 337.054 2% 2.265.523 3%

Bahia 11.755.096 21% 22.503 10% 167.710 10% 3.359.915 29% 4.247.960 29% 7.680.374 9%

Ceará 2.607.005 5% 1.793 1% 195.027 12% 1.163.844 10% 2.500.836 17% 14.014.278 16%

Espírito
2.213.129 4% 4.112 2% 20.498 1% 10.976 0% 39.762 0% 15.644.290 18%
Santo

Maranhão 8.561.509 15% 95.811 43% 187.185 12% 360.155 3% 299.019 2% 2.660.871 3%

Minas Gerais 22.856.143 41% 80.976 37% 522.072 33% 71.804 1% 206.133 1% 20.478.998 23%

Paraíba 1.371.007 2% 722 0% 47.589 3% 764.758 7% 744.132 5% 3.232.484 4%

Pernambuco 2.173.313 4% 10.723 5% 172.214 11% 3.204.448 28% 3.435.530 24% 14.656.972 16%

Piauí 1.421.095 3% 546 0% 178.699 11% 1.945.903 17% 1.737.799 12% 2.380.026 3%

Rio Grande
1.015.835 2% 2.338 1% 86.262 5% 448.890 4% 879.977 6% 4.577.866 5%
do Norte

Sergipe 1.090.821 2% 514 0% 8.306 1% 24.000 0% 177.690 1% 1.550.819 2%

Total 56.386.189 100% 221.157 100% 1.601.120 100% 11.436.143 100% 14.605.892 100% 89.142.501 100%

*Suínos - apenas matrizes; **Galináceos - apenas galinhas


Fonte: IBGE - Pesquisa da Pecuária Municipal 2021

As fazendas verticais têm sido vistas como a tecnologia do


futuro para alimentar as próximas gerações. A ideia é utilizar
instalações automatizadas com o menor impacto ambiental
possível. Essas instalações utilizam controle artificial da luz
(Iluminação de LED), controle ambiental (umidade, tempe-
ratura, gases, etc.) e fertirrigação (injeção de fertilizantes).
Algumas fazendas verticais usam técnicas semelhantes às
estufas, onde o aproveitamento da luz solar natural pode ser
complementado com iluminação artificial e otimizado com
refletores metálicos. Os sistemas de produção que mais se
destacam nessas fazendas são a hidroponia (cultura na água)
e aeroponia (cultura no ar). Já os tipos de instalação/estrutura
são os contêineres e construções.

Fonte: https://tecnologianocampo.com.br/fazenda-vertical

206
Agenda do Produtor Rural 2024

33. CARACTERIZAÇÃO DAS PRINCIPAIS RAÇAS DE CAPRINOS E OVINOS

207
Agenda do Produtor Rural 2024

EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE BOVINOS


DE LEITE E CORTE

O conhecimento ou a caracterização dos alimentos e a quantificação


dos nutrientes necessários ao desempenho adequado dos animais, é de
grande importância para pecuaristas e técnicos responsáveis pela nutri-
ção animal.

Em 1942, o Comitê de Nutrição Animal do National Research Council


(NRC- Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA) iniciou um esforço para
produzir uma publicação contendo os valores das necessidades nutri-
cionais de animais domésticos para todos os nutrientes para os quais
existiam dados quantitativamente.

Em seguida, são apresentadas algumas tabelas de exigências nutricio-


nais de bovinos de leite e de corte, publicadas pelo NRC de 2001, com
algumas adaptações para uso em países de clima tropical, que poderão
servir de guia ou referencial para cálculo de rações.

A Tabela 33 dá as exigências diárias de energia, proteína bruta, cálcio,


fósforo e vitaminas A e D dos animais em mantença (para pesos de 350
a 800 kg), animais em manutenção que estejam nos dois últimos meses
de gestação, exigência por litro ou quilo de leite produzido que devem,
portanto, ser somadas àquelas de mantença, e, finalmente, as exigências
por kg de variação de peso.

A Tabela 34, adaptada do NRC de gado de corte, edições 1996 e 2000,


dá as exigências diárias de matéria seca, volumoso, proteína bruta, NDT,
cálcio e fósforo, em função do peso vivo do animal de 250 a 450 kg, ob-
servada a variação de peso por dia.

A Tabela 34, adaptada pela Embrapa/CNPGC (1998), dá a composição


média de proteína bruta (PB), energia (em NDT e energia metabolizável
– EM) e fibra bruta (FB) de alguns concentrados e volumosos, expressos
na base de matéria seca (MS).

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Agenda do Produtor Rural 2024

34. EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DIÁRIAS DE VACAS EM


LACTAÇÃO E GESTAÇÃO (NRC, 2001)

209
Agenda do Produtor Rural 2024

35. NECESSIDADES DE NUTRIENTES PARA NOVILHOS EM


CRESCIMENTO E ENGORDA (NUTRIENTES DIÁRIOS POR ANIMAL)

210
Agenda do Produtor Rural 2024

211
Agenda do Produtor Rural 2024

36. COMPOSIÇÃO MÉDIA DE ALGUNS ALIMENTOS

212
Agenda do Produtor Rural 2024

37. CONTROLE DE DOENÇAS E PARASITAS DOS ANIMAIS

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Agenda do Produtor Rural 2024

214
Agenda do Produtor Rural 2024

215
Agenda do Produtor Rural 2024

216
Agenda do Produtor Rural 2024

38. PRIMEIROS SOCORROS EM ACIDENTES POR OFÍDIOS E ARACNÍDEOS

217
Agenda do Produtor Rural 2024

218
39. PRINCIPAIS LAVOURAS TEMPORÁRIAS DO NORDESTE - INDICADORES TÉCNICOS MÉDIOS
PARA O SEMIÁRDO

1,0 a 1,5 50
60
Agenda do Produtor Rural 2024

219
220
40. PRINCIPAIS CULTURAS OLERÍCOLAS DO NORDESTE - INDICADORES TÉCNICOS MÉDIOS
Agenda do Produtor Rural 2024
Agenda do Produtor Rural 2024

221
222
41. PRINCIPAIS LAVOURAS PERENES DO NORDESTE - INDICADORES TÉCNICOS MÉDIOS
CICLO ORÇAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DE 1 HA(*)

CULTURAS

PH DO SOLO
ESPAÇA- MENTO (M
MUDAS (UNID.)
ÁGUA 1.000 M 3

VIDA ÚTIL (ANOS)


RO DO SOLO (H/M)

ESTA- BILIZA- ÇÃO (T/HA)


Agenda do Produtor Rural 2024

INÍCIO PROD. (ANOS)


MÃO-DE- OBRA (H/D)

RENDI- MENTO NO ANO DE


DEFEN- SIVOS (KG OU L)
MECANI- ZAÇÃO PREPA-

FERTILI- ZANTE NPK (KG)


Abacate (sequeiro) 5,5-6,0 8x8 20 3º 10 a 20 160 64 1 - 60 7

Ata (sequeiro) 6,0-7,0 8x8 20 3º 1,5 a 2 160 64 1 - 60 7

Banana (irrigada) 5,5-7,0 3x2 4 2º 30 a 40 2.000 1.000 2 20 220 9

Cacau (sequeiro) 6,5-7,0 3x3 40** 4º*** 1,0 a 1,5 1.500 270 34 - 250 7

Café (sequeiro) 6,0-7,0 4x2 15 4º 1,5 a 1,8 1.300 1.750 7 - 180 7

Caju anão precoce (sequeiro) 4,5-6,5 7x7 30 2º 1a2 230 250 2 - 70 7

Caju comum (sequeiro) 4,5-6,5 10 x 10 40 4º 0,2 a 0,8 110 40 2 - 60 7

1/4 entre
Cana-de-açúcar 5,5-7,0 4 2º 60 a 70 8t 500 2 - 170 9
sulcos

Citros (irrigado) 5,5-7,0 6x6 20 4º 25 a 30 280 300 2 12 60 7

Coco anão (irrigado) 6,0-7,0 8x8 30 4º 18 a 20 160 64 2 12 60 7

Coco comum (sequeiro) 6,0-7,0 10 x 10 60 5º 3a4 100 40 2 - 60 7

Goiaba (sequeiro) 6,0-7,0 7x7 20 3º 5a6 210 84 2 - 60 7

Graviola (irrigada) 6,5-7,0 6x6 20 3º 6a7 270 108 2 10 60 7

Mamão (irrigado) 6,0-6,5 3x3 4 2º 20 a 30 1.200 800 2 10 150 7

Manga (irrigada) 5,0-5,5 8x8 30 3º 10 a 20 160 64 2 12 60 7


CICLO ORÇAMENTO PARA IMPLANTAÇÃO DE 1 HA(*)

CULTURAS

PH DO SOLO
ESPAÇA- MENTO (M
MUDAS (UNID.)
ÁGUA 1.000 M 3

VIDA ÚTIL (ANOS)


RO DO SOLO (H/M)

ESTA- BILIZA- ÇÃO (T/HA)

INÍCIO PROD. (ANOS)


MÃO-DE- OBRA (H/D)

RENDI- MENTO NO ANO DE


DEFEN- SIVOS (KG OU L)
MECANI- ZAÇÃO PREPA-

FERTILI- ZANTE NPK (KG)


Maracujá (irrigado) 6,0-7,0 4x3 3 2º 20 a 25 900 500 2 9 200 7

Pimenta do reino 5,5-6,8 2,5 x 2,5 20 3º 4a5 1.600 649 2 - 69 7

Sisal 5,5-6,0 3x1 10 3º 1 a 1,5 3.300 - - - 60 7

Urucum 5,5-6,0 5x5 30 3º 1a2 400 85 2 - 50 7

Uva (irrigada) 6,0-6,5 3x3 20 3º 25 a 30 1.200 350 20 17 170 7

(*) Corresponde às operações do 1º ano, à exeção do preparo da área.

(**) Idade média considerada pela Comissão Excecutiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC). A própria instituição relata que com as enxertias em plantas “velhas”, há sobre-
vida para o ciclo produtivo, encontrando-se na região cacaueira plantas em ciclo produtivo com 80 anos de plantio.

(***) Considerando-se novos plantios com a utilização de mudas clonais, o início da frutificação ocorre a partir de 12 meses (segundo CEPLAC) e para mudas enxertadas em cam-
po, frutificação 12 meses após enxertia. No entanto, considera-se ciclo produtivo comercial a partir do 4º anos com estabilização a partir do 7º ano.
Agenda do Produtor Rural 2024

223
224
42. INFORMAÇÕES SOBRE AS PRINCIPAIS LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS
Agenda do Produtor Rural 2024
Fonte: a) Agroceres; b) UFV; c) Forragens na Seca - coordenação Henrique Paulo Haag, Campinas, Fundação Cargil, 1986.
Agenda do Produtor Rural 2024

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43. INFORMAÇÕES SOBRE AS PRINCIPAIS GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS
Agenda do Produtor Rural 2024
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Agenda do Produtor Rural 2024

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Agenda do Produtor Rural 2024

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Agenda do Produtor Rural 2024

INTERPRETAÇÃO DE DADOS DE ANÁLISE


DE ÁGUA PARA FINS DE IRRIGAÇÃO

A qualidade da água utilizada na irrigação é de grande importância para


o bom desenvolvimento das culturas agrícolas, uma vez que a água con-
taminada com elementos tóxicos pode comprometer o desenvolvimen-
to dos vegetais. Portanto, a água para irrigação deve apresentar padrões
apropriados em sua constituição. Só por meio da análise laboratorial po-
demos saber se sua qualidade é adequada ao objetivo pretendido.

CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS PARA IRRIGAÇÃO


A classificação das águas para irrigação é determinada pela concentra-
ção de alguns íons, tais como o sódio, o potássio, o cloreto e o sulfato,
e por parâmetros como os sais dissolvidos, a condutividade elétrica e a
concentração total de cátions, que influenciam de maneira diferenciada
no crescimento de cada espécie vegetal.

Dentre os critérios de classificação da água para fins de irrigação, um dos


mais aceitos atualmente é a classificação proposta pelo United States Sa-
linity Laboratory (USSL). Esta classificação baseia-se na razão de adsorsão
de sódio (SAR) e na condutividade elétrica da água (CE).

a) Classes de água quanto ao risco de salinidade

Classe C1 – Água de baixa salinidade. Pode ser usada na irrigação da


maioria das culturas e na maioria dos solos com pouca possibilidade de
ocasionar salinidade ou decréscimo na produção.

Classe C2 – Água de média salinidade. Pode ser usada sempre e quando


houver uma lixiviação (lavagem do solo) moderada de sais.

Classe C3 – Água de alta salinidade. Não pode ser usada em solos com
drenagem deficiente. Mesmo com drenagem adequada podem ser ne-
cessárias práticas especiais de controle da salinidade, devendo ser utili-
zada na irrigação de espécies vegetais de alta tolerância aos sais.

234
Agenda do Produtor Rural 2024

Classe C4 – Água com salinidade muito alta. Não é apropriada para irri-
gação sob condições normais, porém pode ser usada ocasionalmente
em circunstâncias muito especiais. Os solos devem ser muito permeá-
veis e a drenagem adequada, devendo ser aplicada água em excesso
para se obter uma boa lixiviação de sais.

b) Classes de água quanto ao risco de sodicidade

Classe S1 – Água de baixa sodicidade ou com baixa concentração de só-


dio. Pode ser usada na irrigação da maioria das culturas e na maioria dos
solos com pouca probabilidade de se atingir níveis perigosos de sódio
trocável.

Classe S2 – Água de sodicidade média ou com média concentração de


sódio. Em solos de textura fina (argilosos) o sódio dessa classe de água
representa um perigo considerável de dispersão com redução de per-
meabilidade. Pode ser usada sempre e quando houver uma lixiviação
moderada de sais.

Classe S3 – Água de alta sodicidade ou com alta concentração de sódio.


Pode produzir níveis tóxicos de sódio trocável na maioria dos solos, ne-
cessitando de práticas especiais de manejo: boa drenagem, alta lixivia-
ção e adição de condicionadores químicos ou orgânicos.

Classe S4 – Água de muito alta sodicidade ou de muito alta concentra-


ção de sódio. É uma classe inadequada para irrigação exceto quando sua
salinidade é baixa ou média e quando a dissolução do cálcio do solo e a
aplicação de condicionadores não se torna antieconômica.

235
Agenda do Produtor Rural 2024

COMO REALIZAR UMA AMOSTRAGEM DAS


ÁGUAS PARA ANÁLISE
O recipiente para coleta de amostra deve ser preferencialmente de plás-
tico, pois apresenta a vantagem de não contaminar a amostra coletada
com o boro. No caso de recipiente com aparente sujeira, o mesmo deve
ser lavado com ácido clorídrico (10%) e, em seguida, várias vezes com
água da torneira. O volume mínimo de água necessária para análise é de
aproximadamente 1 litro. Antes da coleta da amostra, o recipiente a ser
utilizado deverá ser lavado pelo menos duas vezes, com a mesma água
a ser coletada. No tocante à região Nordeste, sugere-se a coleta de pelo
menos duas amostras, uma na época mais seca do ano e outra durante
o período chuvoso. Se a fonte receber quaisquer despejos de indústria,
química ou agroindústria deve ser coletada e monitorada regularmente,
de preferência, mensalmente.

Depois de coletadas, as amostras devem ser enviadas ao laboratório de


análise o mais rápido possível e, caso não seja possível transportá-las
imediatamente, as mesmas devem ser mantidas em geladeira para evi-
tar qualquer alteração química e/ou biológica.

Para alimentar a crescente população global, as estima-


tivas sugerem que teremos que aumentar a produção
de alimentos em até 68% até 2050. E esse não é o único
desafio; há também o fato de que a população de clas-
se média está crescendo, o que geralmente traz consigo
uma maior demanda por carne em detrimento de grãos,
legumes e trigo.

Fonte: https://forbes.com.br/forbesagro/2022/02/producao-de-ali-
mentos-2-grandes-tendencias-que-vao-ditar-o-futuro-do-campo

Fontes: a) BARRETO, Aurelir Nobre. Irrigação e drenagem na empresa agrícola: impacto ambiental
versus sustentabilidade. Aracaju: Embrapa Tabuleiros Costeiros; Campina Grande: Embrapa Algodão,
2003. 418 p.: il. Color; b) HOLANDA, J. S. de; AMORIM, J. R. A. de. Qualidade da água para irrigação;
c) In: GHEYI, H. R.; QUEIROZ,J. E.; MEDEIROS, J. F. de. (eds.). Manejo e controle da salinidade na agricul-
tura irrigada. Campina Grande: UFPB/ SBEA, 1997. p. 137-170.

236
Agenda do Produtor Rural 2024

PEDOLOGIA SIMPLIFICADA
Trata-se da realização de um estudo do solo, objetivando a sua utilização
para a agricultura. O levantamento ou estudo pedológico é imprescin-
dível, quando se vai implantar um projeto de irrigação, independente-
mente do tamanho da área. Esse estudo nos permite conhecer o solo
em relação às suas características fundamentais, tais como: fertilidade,
drenabilidade, profundidade, textura e estrutura. Portanto, essas infor-
mações técnicas são muito importantes para conhecermos o solo e o
classificarmos quanto aos seguintes aspectos:

a. sua adequação à prática da irrigação, inclusive nos possibilitando


eleger o sistema a ser utilizado e também nos fornecendo infor-
mações básicas para o dimensionamento do mesmo;

b. seleção da cultura a ser implantada;

c. quais as práticas agronômicas corretivas do solo que devem ser


adotadas, tais como: implantação de drenagem, calagem, fosfata-
gem e os níveis de adubação a serem utilizados etc.

O estudo de forma simplificada somente deverá ser adotado para pe-


quenas áreas, preferencialmente, no máximo de 10 ha, desde que a
mancha do solo seja relativamente uniforme. Nas áreas maiores, devem
ser realizados estudos pedológicos mais detalhados, tendo em vista a
maior complexidade do empreendimento, como também o volume de
recursos a serem investidos.

Esse estudo consiste basicamente em realizar tradagens do solo, em


uma proporção de pelo menos uma por hectare, a fim de se levantar os
seguintes dados:

1. Profundidade do solo - as tradagens devem ser realizadas até a


profundidade da barreira de impedimento do solo, ou, pelo me-
nos, até 1,50 m da sua superfície. Para que o solo seja considerado
adequado à prática da irrigação, a sua profundidade mínima deve
ser de 1,0 a 1,2 m;

237
Agenda do Produtor Rural 2024

2. Lençol freático - o ideal é que o solo não apresente lençol e, caso


haja, que seja em uma profundidade mínima de 1,0 m em relação
à superfície do solo. A presença de lençol com menos de 1,0 m é
indicativo da necessidade de se realizar a drenagem da área;

3. Indicativos de má drenabilidade - identificar a presença de alguns


indicativos da má drenabilidade do solo, tais como: mosqueados, que
são manchas vermelhas, amarelas ou cinzas mescladas ao solo, e con-
creções ferruginosas, que são pequenas pedras arredondadas e como
se estivessem enferrujadas. A presença dessas características também
é indicativa da necessidade da realização da drenagem da área.

Por ocasião das tradagens, deve-se coletar solo, em camadas estratifi-


cadas de 0-30 cm, 30-60 cm e 60-90 cm, devendo-se fazer análise labo-
ratorial química completa de macro e microelementos, inclusive com
informações sobre a condutividade elétrica, o pH e o teor de matéria
orgânica. Com base nos resultados obtidos, deve-se fazer as correções
químicas que forem necessárias, devendo-se para tal consultar um en-
genheiro agrônomo.

A adoção dessa prática é de fundamental importância para impedir o


aumento de áreas salinizadas, principalmente no nosso semiárido, e
também evitar a inviabilização técnica de alguns empreendimentos que
pretendam explorar atividades irrigadas.

A Internet das Coisas (IoT) será potencializada com o avanço


e a chegada do 5G, tornando o acesso do sistema à infraes-
trutura em nuvem mais rápido. O 4G atualmente suporta co-
nectividade com a internet para uma quantidade pequena de
dispositivos em um intervalo específico. O 5G, com sua capa-
cidade superior, poderá suportar uma ampla quantidade de
dispositivos conectados simultaneamente.
Fonte: https://www.ey.com/pt_br/cea/o-5g-e-o-agronegocio-conectado

238
Agenda do Produtor Rural 2024

44. SINTOMAS DE DEFICIÊNCIA E EXCESSO DOS PRINCIPAIS


NUTRIENTES DAS PLANTAS

239
Agenda do Produtor Rural 2024

45. INTERPRETAÇÃO DE DADOS DE ANÁLISE DE SOLO

46. NÍVEIS CRÍTICOS DE FÓSFORO E POTÁSSIO

47. PROPORÇÕES N: P2O5: K2O, EM FUNÇÃO DA ANÁLISE DO SOLO

240
Agenda do Produtor Rural 2024

48. PRINCIPAIS ADUBOS QUÍMICOS

49. NUTRIENTES FORNECIDOS PELO ESTERCO

241
Agenda do Produtor Rural 2024

50. QUANTIDADE DE CALCÁRIO (T/HA) A USAR COMO


CORRETIVO DO SOLO - ÍNDICES MÉDIOS

51. FAIXAS DE PH MAIS ADEQUADAS PARA


AS CULTURAS - ÍNDICES MÉDIOS

242
Agenda do Produtor Rural 2024

243
Agenda do Produtor Rural 2024

DEFENSIVOS AGRÍCOLAS

Os defensivos agrícolas podem ser definidos como quaisquer produtos de


natureza biológica, física ou química que tenham a finalidade de extermi-
nar pragas ou doenças que atacam as culturas agrícolas, podem ser:

• a. pesticidas ou praguicidas - combatem insetos em geral;

• b. fungicidas - atingem os fungos;

• c. herbicidas - matam as plantas invasoras ou daninhas.

Classificação dos defensivos agrícolas :

• Quanto à finalidade - ovicidas (atingem os ovos dos insetos); lar-


vicidas (atingem as larvas); acaricidas (específicos para ácaros) e
formicidas (atacam formigas).

• Quanto à maneira de agir - através da ingestão (a praga ingere a


planta com o produto); microbiano (o produto contém microrga-
nismos que atacarão a praga ou o agente causador da doença) e
por contato (toca o corpo da praga).

• Quanto à origem - inorgânicos (muito utilizados no passado e


atualmente representam 10% do total de pesticidas em uso. São
à base de arsênico e flúor e compostos minerais que agem por
contato matando a praga por asfixia, visto que os insetos respi-
ram pela pele) e orgânicos (compreendem os de origem vegetal
e os organo-sintéticos. Os primeiros, muito usados na agricultura
orgânica; já os organo-sintéticos, além de persistirem muitos anos
nos ecossistemas, também trazem uma série de problemas de
saúde para os seres humanos).

A produção, o comércio e o uso dos defensivos agrícolas dependem de


registro prévio no Governo Federal e este registro está condicionado
ao grau de perigo que o produto representa. Pode-se impugnar e pedir
cancelamento de registros de defensivos agrícolas questionando prejuí-
zos ao ambiente, aos recursos naturais e à saúde humana.

244
Agenda do Produtor Rural 2024

Segundo o Dec. n. 3.964, de 21/12/2000, do Governo Federal, devem


constar no rótulo e nas bulas os componentes de matérias-primas, ingre-
dientes inertes e aditivos usados na fabricação dos defensivos agrícolas.

Os defensivos agrícolas e afins, conforme Decreto n. 98.816, de


11/01/1990, só poderão ser comercializados diretamente ao usuário,
mediante apresentação de receituário agronômico prescrito por profis-
sional legalmente habilitado.

Por outro lado, o receituário agronômico não pode ser entendido ape-
nas como uma receita escrita, mas sim como um processo em que o pro-
fissional habilitado vá até a propriedade do agricultor, verifique as con-
dições da cultura, em todo o seu contexto socioeconômico-ambiental, e
então, somente depois desta rigorosa inspeção, seja emitida ou não uma
receita agronômica para que o agricultor compre e aplique o agrotóxico.
Na receita, deve conter também os equipamentos de proteção obrigató-
rios para a aplicação do produto.

A legislação federal (Lei n. 9.974, de 6 junho de 2000) disciplina a desti-


nação final de embalagens vazias de defensivos agrícolas e determina
as responsabilidades para o agricultor, o revendedor e para o fabricante.
Os usuários de defensivos agrícolas, seus componentes e afins deverão
efetuar a devolução das embalagens vazias dos produtos aos estabeleci-
mentos comerciais em que foram adquiridos.

Cabe ao agricultor preparar as embalagens realizando a tríplice lavagem


nas embalagens rígidas; as embalagens flexíveis contaminadas devem
ser acondicionadas em sacos plásticos padronizados. Os reven-dedo-
res deverão disponibilizar unidades de recebimento para devolução de
embalagens vazias pelos usuários e informar aos agricultores, no ato da
venda, sobre os procedimentos de lavagem, armazenamento e devolu-
ção das embalagens vazias. A reciclagem ou a destruição das embala-
gens devolvidas é de responsabilidade do fabricante.

O não cumprimento destas responsabilidades poderá implicar em penali-


dades previstas na legislação específica e na lei de crimes ambientais (Lei
n. 9.605, de 13 de fevereiro de 1998), como multas e até pena de reclusão.
Fonte: http://www.planetaorganico.com.br/agrothist2.htm.

245
Agenda do Produtor Rural 2024

52. DEFENSIVOS AGRÍCOLAS - CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO


Classificação dos defensivos agrícolas e Características de Identificação

(Decreto n. 98.816, de 11/01/1990)

246
Agenda do Produtor Rural 2024

53. RENDIMENTOS MÉDIOS DAS OPERAÇÕES AGRÍCOLAS COM


TRAÇÃO ANIMAL

NOTA: Dia de 6 horas de trabalho.


Fonte: Assessoria de mecanização da Emater-CE.

54. RENDIMENTO MÉDIO DAS OPERAÇÕES AGRÍCOLAS MOTO-


MECANIZADAS E CONSUMO DE COMBUSTÍVEL (DIESEL) POR
FAIXA DE POTÊNCIA DO TRATOR

247
248
55. ASPECTOS GERAIS A SEREM CONSIDERADOS NA ESCOLHA DO SISTEMA DE IRRIGAÇÃO
Agenda do Produtor Rural 2024
Agenda do Produtor Rural 2024

56. FATORES QUE AFETAM A SELEÇÃO DO MÉTODO DE IRRIGAÇÃO

TIPO DE Sensibilidade
Taxa de Efeito do
SISTEMA DE Declividade da Cultura ao
Infiltração Vento
IRRIGAÇÃO Molhamento
Área deve Não recomen- Não adaptável Não é pro-
ser plana dado para a algumas blema para
ou nivelada solos com in- culturas. o sistema de
artificialmente filtração acima sulcos.
a um limite de de 60mm/h
1%. Maiores ou com taxa
SUPERFÍCIE declividades de infiltração
podem ser muito baixa.
empregadas
tomando-se
cuidados no
dimensiona-
mento.
Adaptável a Adaptável as Pode propiciar Pode afetar a
diversas condi- mais diversas o desenvolvi- uniformidade
ASPERSÃO
ções. condições. mento de do- de distribuição
enças foliares. e eficiência.
Adaptável as Todo tipo. Menor efeito Nenhum efeito
mais diversas Pode ser usado de doenças do no caso de
condições em casos ex- que a aspersão. gotejamento.
LOCALIZADA tremos, como Permite ume-
em solos muito decimento de
arenosos ou apenas parte
muito pesados. da área.

Tabela adaptada de: http://www.recolastambiental.com.br/blog/reservatorios/tipos-de-irrigacao/

249
Agenda do Produtor Rural 2024

57. INDICAÇÕES PARA SELEÇÃO DE MOTORES E BOMBAS HIDRÁULICAS

250
58. PROBLEMAS OPERACIONAIS EM BOMBA HIDRÁULICA
Agenda do Produtor Rural 2024

251
Agenda do Produtor Rural 2024

252
59. PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS DAS CULTURAS E SEUS CONTROLES
Agenda do Produtor Rural 2024

253
Agenda do Produtor Rural 2024

254
Agenda do Produtor Rural 2024

255
Agenda do Produtor Rural 2024

256
Agenda do Produtor Rural 2024

257
Agenda do Produtor Rural 2024

ALGUNS MÉTODOS UTILIZADOS NO


CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS E
DOENÇAS DE PLANTAS E/OU ANIMAIS

258
Agenda do Produtor Rural 2024

259
Agenda do Produtor Rural 2024

260
Agenda do Produtor Rural 2024

ALGUMAS PLANTAS INVASORAS INDICATI-


VAS DO ESTADO DE SAÚDE DO SOLO

261
Agenda do Produtor Rural 2024

262
Agenda do Produtor Rural 2024

263
Agenda do Produtor Rural 2024

60. TABELA DE CONVERSÃO

264
Agenda do Produtor Rural 2024

265
Agenda do Produtor Rural 2024

61. ÍNDICES E RENDIMENTOS MÉDIOS DE TRANSFORMAÇÃO

266
Agenda do Produtor Rural 2024

267
Agenda do Produtor Rural 2024

62. OUTROS ÍNDICES E RENDIMENTOS MÉDIOS


AGROINDUSTRIAIS/EXTRATIVISMO

268
Agenda do Produtor Rural 2024

269
Agenda do Produtor Rural 2024

63. MEDIDAS LOCAIS E EQUIVALÊNCIAS NO SISTEMA MÉTRICO

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Agenda do Produtor Rural 2024

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Agenda do Produtor Rural 2024

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Agenda do Produtor Rural 2024

273
Agenda do Produtor Rural 2024

64. DETERMINAÇÃO DE ÁREA E VOLUMES

274
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UNIDADES DE PESQUISA DA EMBRAPA

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UNIDADES DE PESQUISA E
ASSISTÊNCIA TÉCNICA

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