Xxe Dengue
Xxe Dengue
Xxe Dengue
Angélica Siqueiraa
Maria Angélica Petrinib
1 INTRODUÇÃO
Para Viana e Ignotti (2013), a dengue cobre uma extensa área territorial
devido a compreender as regiões tropicais e subtropicais, caracterizando-se por
alterações no clima, locais com bastante uso da terra (água armazenada e intensa
irrigação, crescimento econômico e urbano com consequente crescimento
populacional), fatores que contribuem para permanência do vetor.
De acordo com Mariano, Scopel e Silva (2008), a alta taxa de proliferação do
mosquito da dengue mostra, em muitos casos, a falta de política pública de saúde
que realmente sejam eficazes. O descaso público leva a falta de controle da doença,
gerando epidemias todos os anos em muitas cidades brasileiras.
Para Mariano, Scopel e Silva (2008), o Aedes aegypti mantém características
urbanas e alimenta-se de seivas das plantas, porém, as fêmeas são hematófagas,
alimentam-se de sangue. Quando ingerem o sangue do hospedeiro infectado, o
microrganismo que produz a doença é ingerido junto. As fêmeas chegam a depositar
entre 150 a 200 ovos. O transmissor da dengue mantém características domiciliares,
ficando geralmente dentro das casas, sob geladeiras, mesas, cadeiras, armários etc.
Para Braga e Valle (2007), a doença dengue transmitida pelo vetor Aedes
aegypti, após a década de 1980 houve uma intensa circulação viral no Brasil, com
epidemias que se alastraram para todas as cidades brasileiras, sendo que 70% dos
municípios são considerados infestados. O reaparecimento da dengue clássica e o
aparecimento da febre hemorrágica de dengue, foi considerado como maiores
problemas de saúde na metade do século XX. As mudanças demográficas e o fluxo
migratório rural-urbano decorreram no crescimento desordenado, somado a
ineficácia do saneamento básico, em decorrência houve o aumento da população do
vetor.
O Brasil é um país tropical, Viana e Ignotti (2013) colocam as razões, é
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tropical por se situar em zonas de latitudes baixas, com clima quente e úmido, com
temperatura média de 20ºC, com grande extensão territorial de 8,5 milhões de km²,
dividido por cinco regiões, Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com cinco
compartimentos climáticos, Equatorial, Temperado, Tropical Brasil Central, Tropical
Nordeste Oriental e Tropical Zona Equatorial.
Braga e Valle (2007) explicam que, no Brasil, a dengue apresenta padrão
sazonal, com maior prevalência nos primeiros cinco meses do ano, devido a ser um
período mais quente e úmido, típico dos climas tropicais.
O Brasil apresenta outros fatores preponderantes além do clima, assim
comentam Costa et al. (2011) conforme a Organização Pan-Americana de Saúde
(OPAS), são diversos os meios que favorecem a infestação pelo vetor e
consequente contaminação pela dengue, como coleta de lixo inadequada,
densidade da população alta, saneamento básico inadequado e pobreza.
Conforme Braga e Valle (2007), no país circula três sorotipos do vírus: DEN-1,
DEN-2, DEN-3. A dengue é transmitida por mosquitos do gênero Aedes, tendo como
principal vetor da doença o Aedes aegypti, tendo sua presença com destaque no
meio urbano, com achados em reservatórios de água - caixas de água, cisternas,
fossas e locais temporários de água - lixo, pote de plantas, água que não escoa -
alagados.
2 METODOLOGIA
mais frio é julho com 13° C. Já a precipitação pluviométrica anual é de 2210 mm,
sendo outubro o mês mais úmido, com 227 mm, e abril o mais seco, com 151 mm
(ALVARES et al., 2013).
Em 2018, a população estimada de Xanxerê é de 50.309 habitantes,
apresentando uma densidade demográfica 133,16 hab./km² (IBGE, 2018). Há
aproximadamente 20.000 habitações, conforme o setor de IPTU da Prefeitura
Municipal de Xanxerê.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tabela 1 – Número de focos e de imóveis com focos de Aedes aegypti no município de Xanxerê, de
2015 a 2017.
chuva.
Ressalta-se com Magalhães e Zanella (2013), que no período seco, com
poucas chuvas, a população faz o armazenamento da água, o que acarreta em
ambientes favoráveis ao desenvolvimento do Aedes aegypti, mantendo a
preocupação com a doença dengue. Desta maneira, com chuva ou sem chuva, o
descaso da população continua sendo o fator primordial da infestação de Aedes
aegypti.
Figura 1 – Chuva acumulada (mm) mensal de 2015 a 2017. Fonte: Elaborado pelas autoras a partir
de dados do INMET.
Figura 2 –Temperatura média mensal. Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do INMET.
Figura 3 – Umidade relativa do ar, em %. Fonte: Elaborado pelas autoras a partir de dados do INMET.
Tabela 3 – Correlação linear (r) entre o número de focos de Aedes aegypit e as variáveis
meteorológicas, durante o período analisado (2015-2017).
Variáveis meteorológicas r
Chuva acumulada -0,05
Temperatura média 0,61
Umidade relativa média 0,35
Figura 4 – Temperaturas não-toleráveis ao mosquito do ano de 2015. Fonte: Elaborado pelas autoras
a partir de dados do INMET.
Figura 5 – Temperaturas não-toleráveis ao mosquito do ano de 2016. Fonte: Elaborado pelas autoras
a partir de dados do INMET.
Figura 6 – Temperaturas não-toleráveis ao mosquito do ano de 2017. Fonte: Elaborado pelas autoras
a partir de dados do INMET.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abstract: The Aedes aegypti mosquito is present in almost all continents with
tropical and subtropical climate. The subtropical climate of Santa Catarina State,
Brazil, is, therefore, favorable to the mosquito. The present article aims to establish
relationships between the incidence of Aedes aegypti vector and the meteorological
variables of precipitation, air temperature and relative humidity in the municipality of
Xanxerê, from 2015 to June 2018. In addition, it is intended to relate complementary
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factors, such as basic sanitation and urban growth. The research was guided by the
qualitative-quantitative method, using data on Aedes aegypit foci and dengue cases
provided by the Epidemiological Surveillance Department (DIVE) and by the
Entomological Surveillance and Epidemiological Surveillance of Xanxerê; data
collected by the automatic meteorological station of the National Meteorological
Institute (INMET) located in the municipality; as well as complementary data from the
Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE). Data were analyzed using
Pearson's linear correlation. The study indicates considerable interference of climatic
conditions, and the average monthly temperature showed a positive correlation of
61% with the number of mosquitoes. It is noteworthy that the high temperature
associated with rain maintain high rates of infestation, also occurring with the high
relative air humidity and high temperature. At low temperatures, with or without rain,
the presence of the vector is lower.
REFERÊNCIAS
BESERRA, E. B.; CASTRO JR, F. P.; SANTOS, J. W.; SANTOS, T. S.; FERNANDES,
C. R. M. Biologia e exigências térmicas de Aedes (Stegomyia) aegypti (L.) (Diptera:
Culicidae) provenientes de quatro regiões bioclimáticas da Paraíba. Neotropical
Entomology, v.35, n.6, p.853-860, 2006.