Trabalho Wandervan
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RECIFE - PE
JUNHO, 2023
TRABALHO
Deus ordena em Sua Palavra que haja o estabelecimento da paz entre o Seu
povo. Primeiro, porque Ele não está dividido (1Co 1.13; Ef 4.5); segundo, sem uma
vida em unidade com os irmãos ninguém verá a Deus (Hb 12.14, Tg 3.17-18, 1 Pe
3.11). Então, com base nisso, o povo de Deus deve ter em mente que a resolução do
conflito é uma ordem de Deus para os Seus servos obedecerem. Com isso, veremos
como alguns conflitos foram resolvidos.
A Bíblia não fala como a resolução do conflito deve acontecer, mas também,
trata daqueles que estão interessados em permanecer no conflito. No texto citado
acima, Jesus disse que se aquele ao qual foi procurado para que tivesse o conflito
existente solucionado, se ele não aceitar a reconciliação, ele será declarado como
gentio e publicano. A falta de perdão é também uma evidência de falta de amor, algo
que é reprovado pelo Senhor (Mt 22.37-39). Embora a Igreja seja um ajuntamento de
pecadores, e onde há pecadores há também conflitos. Ela deve primeiro, buscar
promover a paz entre os irmãos. Todo aquele que se levanta contra esses princípios
que Deus estabeleceu devem ser retirados do seio da Igreja, conforme afirmou Paulo
em Romanos 16.17-18.
Pecados de cunho sexual também têm sido cada dia mais visto na Igreja. Sejam
pecados como adultério, fornicação, masturbação, entre outros. Esses conflitos
apresentam danos não somente aos envolvidos, mas também a toda Igreja. Pois, ela
se torna motivo de escândalo no ambiente em que ela está localizada. A Bíblia começa
mostrando que todo pecado brota de um coração corrompido (Mt 15.10-20; Tg 1.13-
18). Para evitar esses conflitos, o homem deve buscar ter mais intimidade com Deus
e meditar na Sua lei (Sl 119.11), desviar-se do caminho que anda os homens que
praticam tais coisas (Sl 1.1), policiar o que os seus olhos veem e suas mãos tocam
(Mt 5.29, 30). Esses são meios que os cristãos devem fazer uso para não caírem
nesses pecados. Se for o caso de terem tropeçado, a Palavra de Deus também mostra
como essas pessoas devem ser tratadas. Primeiro, confessando seus pecados a
Deus (1 Jo 1.5-10); confessando seus pecados publicamente (Tg 5.16); disciplinados
(Pv 12.1; 13.18; Hb 12.11); cuidar e amar o irmão faltoso (Lc 17.3-10). Esses são os
mandamentos para tratar desses conflitos, buscando a restauração da paz entre o
povo de Deus.
Nem todo conflito é pecaminoso, existem aqueles que são necessários para
revelar os pecados que estão encobertos. Um exemplo claro de conflitos necessários
para confrontar pecados encobertos é o de Natã e Davi. Em 2 Samuel 11, temos o
registro de toda estratégia de Davi para encobrir os seus pecados. Ele transgrede o
décimo mandamento ao cobiçar a esposa de Urias (Êx 20.17); o sétimo (Êx 20.14) ao
deitar-se com ela; o sexto mandamento (Êx 20.13) ao tramar a morte de Urias; e o
nono mandamento (Êx 20.16) ao falsificar a verdade do ocorrido se casando com ela.
É nesse contexto que um conflito é levantado por Natã, que vai até ele e gera um
conflito para revelar os pecados de Davi que estavam em oculto. O resultado foi a
restauração de Davi que se arrependeu dos seus pecados e se voltou para Deus. Ele
deixa isso bem claro quando escreve o Salmo 51.1: “Ao mestre de canto. Salmo de
Davi, quando o profeta Natã veio ter com ele, após haver ele possuído Bate-Seba
Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão
das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões.”
O próprio Deus se serve ao deixa que Seus filhos gerem conflitos por causa de
seus pecados para tratar deles. A confissão de fé de Westminster no capítulo 5, seção
V, diz: “O mui sábio, justo e gracioso Deus muitas vezes deixa por algum tempo seus
filhos entregues a muitas tentações e à corrupção dos seus próprios corações, para
castigá-los pelos seus pecados anteriores ou fazer-lhes conhecer o poder oculto da
corrupção e dolo dos seus corações, a fim de que eles sejam humilhados; para animá-
los a dependerem mais intima e constantemente do apoio dele e torná-los mais
vigilantes contra todas as futuras ocasiões de pecar, para vários outros fins justos e
santos.” Aqui a confissão de fé informa que Deus segundo a Sua sabedoria e para
mostrar a Sua graça, permite que os homens caiam em pecados e através deles
mostre a eles o quanto são pecadores e dependentes Dele.
Os conflitos existem conforme dito acima ou são gerados devido aos pecados
cometidos, ou para revelar pecados ocultos, ou para mostrar o quanto o homem é
mal e precisa da graça de Deus. Eles têm uma causa e propósito, porém, nesse
ínterim eles podem causar danos a Igreja e a união dos irmãos, por isso, devem ser
tratados e resolvidos a luz do que é revelado nas Sagradas Escrituras. A unidade da
Igreja promove a glória de Deus, uma Igreja que não resolve seus conflitos, traz
divisão e escândalo para o Reino de Deus. Quando a Igreja se omite em solucionar
os seus problemas, ela gera uma reação negativa entre os irmãos, como, por
exemplo, os irmãos mais fracos podem se desviar devido o escândalo causado por
um conflito não resolvido. Como também os conflitos mal resolvidos pela não
observância da forma como Deus prescreveu, geram outros conflitos e em boa parte
ainda maiores. Quando a Igreja negligencia a sua missão, o mal prevalece.
Portanto, a Igreja como corpo de Cristo não pode estar dividida ou marcada por
conflitos não resolvidos. Ela exala o bom perfume de Cristo, conforme Paulo falou em
2 Coríntios 2.15: “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto
nos que são salvos como nos que se perdem.” Não cumprir esse propósito acarreta
grave pecado. Por isso, devemos observar e aplicar os meios que Deus nos orientou
para resolver os problemas, para que o bom nome de Deus seja glorificado. Sabendo
que esse é o meio que podemos usar para los tratar com profundidade e eficácia.