Costa Larissasaitoda M
Costa Larissasaitoda M
Costa Larissasaitoda M
Campinas
2014
i
ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS
---------------------------------
Assinatura do Orientador
Campinas
2014
iii
iv
v
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, que incansavelmente continuam ao meu lado.
vi
AGRADECIMENTOS
A Deus, que cuida, guia, zela e dá forças.
Ao meu pai, Antonio Terto da Costa e à minha mãe, Lourdes Akemi Saito,
meus exemplos de vida. Agradeço pelo amor incondicional, compreensão pela
minha falta de tempo e ansiedade, pela amizade, dedicação, tempo e
financiamentos investidos em mim. Obrigada pelo incentivo, pelo apoio e pelas
alegrias compartilhadas nos momentos de sucesso alcançados.
vii
principalmente às farmacêuticas, que me auxiliaram em toda a execução deste
projeto.
Ao Prof. Dr. Diogo Pilger e à Prof.ª Dr.ª Maria Heloisa Souza Lima Blotta,
que aceitaram o convite de participação desta banca de defesa de tese, e à Prof.ª
Dr.ª Patrícia Moriel. Agradeço por todas as sugestões apresentadas no exame de
Qualificação para melhorias neste projeto.
viii
“...It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.”
William Ernest Henley
ix
RESUMO
x
ABSTRACT
xi
LISTA DE ABREVIATURAS
xiii
LISTA DE TABELAS
xiv
LISTA DE FIGURAS
xv
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 19
2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 39
3. OBJETIVOS ................................................................................................... 41
4. MÉTODOS...................................................................................................... 42
xvi
4.3. ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................... 43
5. RESULTADOS ............................................................................................... 50
6. DISCUSSÃO .................................................................................................. 61
xvii
8. CONCLUSÃO ................................................................................................. 73
9. REFERÊNCIAS .............................................................................................. 74
xviii
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, os serviços de saúde em todo o mundo têm sofrido uma
série de alterações para se adequar às expectativas de melhor assistência aos
pacientes, o que estimulou os hospitais a proporem um cuidado caracterizado por
mudanças no papel dos profissionais da saúde, que passaram de gerenciadores
de doença para gerenciadores de saúde (1). Dentro desta nova proposta do
cuidado ao paciente o farmacêutico torna-se um membro de importância dentro da
equipe de saúde, ocupando o papel na assistência à terapêutica e envolvendo-se
em diversas áreas dentro dos hospitais: prevenção de doenças, primeiros
cuidados, cuidados subagudos e urgências, uso racional de medicamentos,
sistemas de informação, assistência ambulatorial, entre outras. O farmacêutico
necessita exercer sua função aplicando seus conhecimentos clínicos para
favorecer a prática de uma terapia segura e racional, minimizando riscos e
contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes (1).
20
A Farmácia Clínica teve seus primeiros relatos em 1930, com a criação de
um curso na Faculdade de Farmácia da Universidade de Washington que inseria
os alunos em atividades de contato direto com os pacientes e diminuía o tempo de
atividades na área de vendas e dispensação de medicamentos. O curso foi
descontinuado, porém a discussão do tema voltou a entrar em destaque na
década de 1960, quando diversos estudos apontaram que a profissão
farmacêutica deveria afastar-se de funções estritamente distributivas e voltar seu
foco à área assistencial e de cuidado ao paciente. Foi nessa época, na farmácia
da universidade de Kentucky, que a prática da Farmácia Clínica se consolidou
com o primeiro serviço formal de informações sobre medicamentos em um
hospital norte-americano. Em 1979 foi fundada a American College of Clinical
Pharmacy (ACCP), que se tornou a organização oficial responsável por garantir
educação, defesa e recursos para os farmacêuticos clínicos na prática e pesquisa
(10). O desenvolvimento dessa área foi impetuoso nos Estados Unidos e teve um
enorme impacto sobre a educação, garantindo a imagem do farmacêutico voltada
ao cuidado ao paciente no hospital, e mais tarde também no ambulatório e na
comunidade.
Atualmente, a Farmácia Clínica nos EUA é considerada referência mundial,
e em seu modelo o farmacêutico é um membro ativo da equipe multidisciplinar,
que acompanha as visitas médicas para contribuir com as discussões terapêuticas
no cuidado ao paciente. O farmacêutico aplica seus conhecimentos para garantir o
uso racional de medicamentos, avaliando a terapia medicamentosa e sendo a
principal fonte de informações válidas relativas à segurança, ao uso apropriado e
ao custo-benefício dos medicamentos (11).
Na Europa, simultaneamente à criação da ACCP, foi fundada a European
Society of Clinical Pharmacy (ESCP), que promove a expansão e difusão dessa
prática na comunidade europeia. A ESCP pretendia demonstrar que, se o
farmacêutico desejasse manter um papel fundamental no sistema de saúde, ele
deveria se afastar da simples função de balconista e dispensador, para assumir
uma responsabilidade ativa como gerenciador de cuidado ao paciente (12). Na
Europa – com exceção do Reino Unido, que por razões históricas e linguísticas é
21
mais fortemente influenciado pelos EUA, a difusão da prática do cuidado ao
paciente pelo farmacêutico foi bastante lenta e muitas vezes limitada a alguns
visionários. O atraso no desenvolvimento do novo papel do farmacêutico
aconteceu em decorrência dos diferentes sistemas de ensino e idiomas que
separam os numerosos países europeus uns dos outros, e também por parte dos
professores das universidades, que perderam contato com a nova realidade da
profissão (12). Se as iniciativas de nível acadêmico quase não foram adotadas
para implementar uma nova orientação da profissão, farmacêuticos hospitalares
diretamente confrontados com o impacto negativo da farmacoterapia inadequada
reconheceram a importância da adoção do conceito de Farmácia Clínica na
prática. Nos últimos anos, tem acontecido na Europa, portanto, uma propagação
de atividades que podem ser integradas ao âmbito do termo “Farmácia Clínica”,
como: centros de informação sobre medicamentos, formulários de medicamentos,
elaboração de diretrizes terapêuticas, farmacoepidemiologia, farmacoeconomia,
nutrição parenteral, preparação centralizada de citostáticos, programas de
misturas intravenosas, monitoramento de drogas terapêuticas, e claro, a presença
do farmacêutico nos diferentes departamentos e unidades do hospital, prestando
serviços de Farmácia Clínica diretamente ao paciente (8).
No Brasil, o primeiro serviço de Farmácia Clínica e o primeiro Centro de
Informações sobre Medicamentos (CIM) foram instalados em 1979, no Hospital
Universitário Onofre Lopes (HUOL), da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN). A partir daí, novas iniciativas deram continuidade à expansão desta
área: em 1981, foi realizado o 1º Seminário Brasileiro de Farmácia Clínica, com
111 participantes de 14 Estados da Federação; em 1983, foi aberto o 1º Curso
Brasileiro de Farmácia Clínica, com a participação de 18 farmacêuticos de sete
Estados. Entre 1985 e 1992 foram realizados oito cursos de especialização em
Farmácia Hospitalar para o Controle de Infecção Hospitalar, dos quais
participaram 191 farmacêuticos de todo o país (13). Em 2009, o Conselho
Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) passou a participar dessa nova
iniciativa no âmbito farmacêutico, criando a Comissão Assessora de Farmácia
Clínica e o Grupo Nacional de Farmácia Clínica (GNFC), que tem por finalidade o
22
aprimoramento da Farmácia Clínica e a geração de conhecimento, estimulando e
contribuindo para a melhoria da qualidade do atendimento farmacêutico,
realizando pesquisas e promovendo o desenvolvimento da prática clínica
farmacêutica. Em 2011, o CRF-SP também promoveu o I Encontro Nacional de
Farmácia Clínica.
Atualmente, ainda são poucos os cursos brasileiros de graduação em
Farmácia que oferecem a disciplina de Farmácia Clínica, indicando que o Brasil
enfrenta o desafio em transportar os conceitos e ferramentas teóricas para o dia a
dia do profissional, passando pela mudança cultural dos próprios farmacêuticos,
pela valorização da profissão perante a sociedade, os demais profissionais de
saúde, e principalmente pelos administradores de sistemas de saúde e órgãos
governamentais (14).
23
potenciais de US$ 3.089.328,00. Os erros de medicação podem ser classificados
em cinco tipos: (i) erros de prescrição, (ii) erros de transcrição, (iii) erros de
dispensação, (iv) erros de preparação e (v) erros de administração (20). Os erros
de prescrição, principal objeto de estudo deste trabalho, são definidos como
aqueles que ocorrem durante a inserção do medicamento na prescrição da
terapia. Esses erros são facilmente detectáveis pelo farmacêutico, devido à
facilidade de acesso e monitoramento das prescrições eletrônicas.
Cabe ressaltar que a implantação de sistemas de detecção e prevenção de
erros de prescrição deve ser um dos objetivos das ações de Farmácia Clínica
realizadas nas instituições de saúde. É preciso estabelecer uma avaliação para
que não só seja possível diminuir a incidência de erros, como também contribuir
para identificação e relato de novas possibilidades, até então consideradas,
equivocadamente, como reações adversas. O trabalho do farmacêutico torna-se,
portanto, de grande importância para a melhoria na terapia medicamentosa dos
pacientes em uma unidade hospitalar (21).
O serviço de Farmácia Clínica pode reduzir significativamente os erros de
prescrição por meio da realização de intervenções farmacêuticas, que são
definidas como “o ato planejado e documentado, realizado junto ao usuário e
profissionais de saúde, que visa resolver ou prevenir problemas que interferem ou
podem interferir na farmacoterapia, sendo parte integrante do processo de
acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico” (22). Um método que poderia
ser implementado pelos serviços de farmácia consiste em reconhecer e analisar,
de uma forma sistematizada, as intervenções farmacêuticas que se relacionam
com os erros de prescrição, incluindo aquelas em que a incorporação do
farmacêutico à equipe clínica permite a intervenção antes da elaboração da
prescrição médica, ou durante sua análise na farmácia, evitando que o erro atinja
o paciente e melhorando o processo de prescrição.
Um estudo realizado em uma UTI de um hospital universitário brasileiro
demonstrou que a presença do farmacêutico clínico analisando as prescrições
médicas na farmácia antes da administração dos medicamentos identificou um
grande número de interações medicamentosas potenciais (IMPs), que eram
24
sinalizadas à equipe médica de acordo com a sua gravidade e necessidade de
manejo clínico (23). O trabalho de Rossignoli et al. (24), também realizado em
uma unidade de terapia intensiva, apontou que 76 interações medicamentosas
distintas foram detectadas em 53% das prescrições, totalizando 384 ocorrências.
Tais relatos demonstram a importância do farmacêutico inserido na equipe
multidisciplinar, para contribuir na diminuição de riscos provenientes da terapia
medicamentosa.
A análise dos erros de prescrição inclui fundamentalmente os seguintes
aspectos: gravidade de suas possíveis consequências para o paciente,
medicamentos envolvidos, tipos de problemas e causas e fatores que tenham
contribuído para o aparecimento do erro (25).
27
Embora o conhecimento científico tenha avançado com o decorrer do
tempo, a pré-eclâmpsia ainda é considerada uma síndrome que leva a graves
complicações maternas e fetais, conhecendo-se pouco a respeito de sua etiologia.
Diversas teorias propostas para solucionar o quadro clínico foram criadas. Dentre
elas, alguns estudos sugeriram o envolvimento dos genes da síntese do óxido
nítrico e do sistema HLA (human leucocyte antigens), considerados pontos iniciais
no processo fisiopatológico. As modificações gestacionais poderiam influenciar
esses fatores genéticos, bem como o endotélio, para a ativação da cascata
inflamatória normal na gravidez (34; 35; 36). A partir dessas alterações a má
adaptação placentária é favorecida, havendo falha da remodelação e da infiltração
de células trofoblásticas nas arteríolas espiraladas e subsequente hipoperfusão do
leito placentar (36). A isquemia ocasionada na circulação entre o útero e a
placenta resulta na liberação de substâncias vasoativas na circulação materna,
promovendo dano endotelial e consequente alteração de sua função. Essa lesão
gera uma série de alterações no sangue e no tecido, como agregação plaquetária
(36), ativação do sistema de coagulação (37) aumento da permeabilidade da
parede do vaso e aumento da reatividade e do tono do músculo liso vascular (36).
O resultado final é o vasoespasmo arteriolar generalizado, que leva a mudanças
funcionais e morfológicas em diversos órgãos, ocasionando a pré-eclâmpsia (37).
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima dessa faixa etária sua
incidência cresce rápida e progressivamente (47). As taxas de incidência variam
de 19,3 por 100.000 mulheres na África Oriental para 89,7 por 100.000 mulheres
na Europa Ocidental, e é elevada (superior a 80 por 100.000) em regiões
desenvolvidas do mundo (exceto Japão) e baixa (menos de 40 por 100.000) na
maior parte das regiões em desenvolvimento (48). As diferenças na incidência de
câncer de mama entre os países desenvolvidos e emergentes podem ser
parcialmente explicadas por hábitos alimentares incorretos combinados com
fatores como o primeiro parto tardio, número reduzido de partos e menor tempo de
amamentação (49). Como resultado, esta doença é classificada como a quinta
causa de morte por câncer em geral (458.000 mortes), sendo ainda a causa mais
29
frequente de óbito por câncer em mulheres, tanto em países emergentes como em
países desenvolvidos (49).
30
A contribuição de diversos fatores de risco modificáveis, excluindo fatores
reprodutivos, para a carga global de câncer de mama foi calculado por Danaei et
al. (55). Eles concluiram que 21% de todas as mortes por câncer de mama em
todo o mundo são atribuíveis ao consumo de álcool, excesso de peso, obesidade
e inatividade física. Esta proporção foi maior nos países de alta renda (27%),
sendo a contribuição mais importante relacionada ao excesso de peso e à
obesidade. Nos países de renda baixa e média a proporção de cânceres de mama
atribuíveis a estes fatores de risco foi de 18%, e a inatividade física foi o
determinante mais importante (10%).
A prevenção dessa doença pode ser realizada por meio do controle dos
fatores de risco modificáveis do câncer de mama, como a promoção de uma
alimentação saudável, atividade física e controle da ingestão de álcool. A longo
prazo esse controle pode eventualmente ter um impacto na redução da incidência
do câncer de mama (56).
Embora haja certa redução do risco com a prevenção, estas estratégias não
podem eliminar completamente a incidência do câncer. Portanto, a detecção
precoce a fim de melhorar o desfecho da doença e aumentar a sobrevida das
pacientes continua sendo a principal forma de controle do câncer de mama (57).
Existem dois métodos de detecção precoce: o conhecimento prévio dos sinais e
sintomas em populações sintomáticas, a fim de facilitar o tratamento precoce; e a
triagem, que é a aplicação sistemática de um teste de triagem em uma população
presumivelmente assintomática (58). A mamografia é o único método que tem
provado ser eficaz, mas outras alternativas, como o autoexame da mama, têm
aumentado a conscientização da população, e o exame clínico das mamas vem
sendo avaliado quanto à eficácia como uma abordagem de triagem de baixo custo
para países emergentes (58).
31
potencial curativo; quando há evidências de metástases o tratamento tem por
objetivos principais prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade de vida das
pacientes. As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas
em tratamento local (cirurgia e radioterapia) e tratamento sistêmico (quimioterapia,
hormonioterapia e terapia biológica) (59).
32
Em 2008 o câncer do colo do útero foi responsável por 275.000 mortes.
Destas, 88% ocorreram em regiões em desenvolvimento: 53.000 na África, 31.700
na América Latina e no Caribe, e 159.800 na Ásia (48). No Brasil é o segundo
tumor mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de
mulheres por câncer no Brasil. Por ano é responsável por 4.800 óbitos e
apresenta 18.430 novos casos (64).
33
tumor PTEN também está envolvido no desenvolvimento de cânceres do
endométrio (68).
34
dos cânceres desse órgão apresentam-se em estágio avançado no momento do
diagnóstico (64).
A mais recente estimativa mundial apontou que ocorreriam 225 mil casos
novos de câncer do ovário no ano de 2008, com um risco estimado de 6,3 casos a
cada 100 mil mulheres. As mais altas taxas de incidência foram observadas nas
partes ocidental e norte da Europa e na América do Norte. Entretanto, a incidência
permanece estável (48). No Brasil, o risco estimado é de 6 casos a cada 100 mil
mulheres (64).
O principal sintoma deste câncer é uma ferida que não cicatriza e que pode
começar como um pequeno caroço, uma coceira ou uma mancha que tende a
aumentar (78).
36
em que se encontra, pode ser necessária a radioterapia anterior ou posterior ao
procedimento cirúrgico (79).
37
terapias específicas com volume de ressuscitação, ventilação mecânica, ou
ambos.
38
2. JUSTIFICATIVA
39
saúde da mulher exige monitoramento diferenciado pelo farmacêutico clínico,
quando comparado ao monitoramento da terapia de pacientes internados em UTI
geral (83), o que demonstra ser urgente a necessidade de pesquisas que
contribuam para o seu desenvolvimento, auxiliando na promoção do uso racional
de medicamentos por meio de análises críticas de risco e benefício das terapias
propostas e análise de prescrições de medicamentos, antes de sua dispensação e
consequente utilização pelas pacientes deste grupo.
40
3. OBJETIVOS
41
4. MÉTODOS
42
A UTI em estudo possui 6 leitos e atende pacientes agudamente doentes,
que necessitam de suporte intensivo de vida. Em geral, essas pacientes possuem
quadros clínicos mais homogêneos (complicações obstétricas, ginecológicas e
oncológicas), em que todas são monitoradas constantemente por uma equipe
multiprofissional composta por médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de
enfermagem e farmacêuticos quanto a: dieta, analgesia, sedação, prevenção de
tromboembolismo, decúbito elevado, profilaxia de úlcera de estresse e controle de
glicemia (FAST HUG).
43
4.4. POPULAÇÃO DE ESTUDO
44
Tabela 1 – Classificação dos erros de prescrição
Erros de prescrição
Frequência do tratamento maior que a correta
Frequência do tratamento menor que a correta
Dosagem maior que a correta
Dosagem menor que a correta
Medicamento incorreto por contraindicação, alergia ou reação adversa
Medicamento incorreto (sem efeito terapêutico)
Forma farmacêutica incorreta
Medicamento administrado sem necessidade
Duplicação terapêutica
Medicamento não seguro na lactação
Medicamento não seguro na gestação
Medicamento não seguro por presença de interação medicamentosa
46
Tabela 3 – Significância clínica dos erros de prescrição prevenidos
Impacto da
Descrição
intervenção
47
A recomendação resolve uma situação que poderia ter
1.Extremamente
consequências extremamente graves, ou uma situação com
significante
risco de vida.
A recomendação previne um dano real ou potencial para
um órgão vital;
2.Muito
A recomendação impede efeitos adversos graves
significante
resultantes de uma interação medicamentosa ou
contraindicação.
A recomendação melhora a qualidade de vida do paciente
3.Significante
(práticas padronizadas definidas pelo hospital).
A recomendação tem um efeito neutro, dependendo de
4.Pouco como ela é interpretada pelo profissional envolvido (isto
significante difere das recomendações significantes, em que a prática
padronizada do hospital apoia a recomendação).
Apenas para propósitos informativos;
5.Insignificante Intervenções gerais, não específicas para um único
paciente.
6.Intervenção Recomendações inadequadas que podem levar a um
prejudicial agravamento da condição do paciente.
48
Tabela 5 – Grupos anatômicos e terapêuticos de acordo com o primeiro nível de
classificação ATC
Classificação ATC
A Aparelho digestivo e metabolismo
B Sangue e órgãos hematopoiéticos
C Aparelho cardiovascular
D Medicamentos dermatológicos
G Aparelho genito-urinário e hormonas sexuais
H Preparações hormonais sistémicas, excluindo hormonas sexuais e insulinas
J Anti-infecciosos gerais para uso sistémico
L Agentes antineoplásicos e imunomoduladores
M Sistema músculo-esquelético
N Sistema nervoso
P Produtos antiparasitários, inseticidas e repelentes
Q Uso veterinário
R Aparelho respiratório
S Órgãos dos sentidos
V Vários
49
5. RESULTADOS
50
Tabela 6 – Características da população de estudo.
Pacientes
Obstétricas
Características
Ginecológicas
Gestantes Oncológicas
Pós-aborto
Puérperas
Total
Trimestre
Trimestre
Trimestre
1º Câncer Câncer de Câncer
2º
3º
endométrio Câncer
de de
e colo de de vulva
mama útero ovário
No. 1 6 26 66 9 32 48 14 1 19 222
Idade (anos) 28,17 ± 30,48 ± 30,07 ± 28,25 ± 61,38± 56,83 ± 56,43 ± 54,37 ± 44,50 ±
23,00 76,00
(média ± DP*) 6,27 7,09 7,64 5,28 14,05 13,42 14,45 18,73 8,40
Dias de internação 4,33 ± 4,77 ± 5,79 ± 7,88 ± 4,59 ± 8,42 ± 5,79 ± 5,37 ± 5,89 ±
6,00 6,00
(média ± DP*) 1,03 2,58 4,37 8,77 3,73 5,36 4,35 3,09 6,44
Prescrições avaliadas 4,33 ± 4,77 ± 5,79 ± 7,88 ± 4,59 ± 8,42 ± 5,79 ± 5,37 ± 5,89 ±
6,00 6,00
(média ± DP*) 1,03 2,58 4,37 8,77 3,73 5,36 4,35 3,09 6,44
Prescrições avaliadas
0,92 ± 0,94 ± 1,00 ± 0,27 ± 0,57 ± 0,45 ± 0,24 ± 0,44 ±
com intervenções 0,00 0,00 0,00
0,28 0,55 0,00 0,45 0,67 0,69 0,44 0,36
(média ± DP*)
N° de medicamentos
12,17 ± 11,85 ± 12,75 ± 13,88 ± 15,15 ± 13,70 ± 17,73 ± 19,68 ± 14,56 ±
por prescrição 12,83 15,83
1,44 3,64 5,29 8,41 5,70 7,62 5,36 9,43 6,23
(média ± DP*)
*Desvio Padrão
51
Os motivos gerais de internação foram pré-eclâmpsia, monitoramento pós-
operatório e sepse/choque séptico (tabela 7).
Pacientes
Obstétricas
Gestantes Oncológicas
Ginecológicas
Total* (n)
Pós-aborto
Características
Puérperas
1º Trimestre
2º Trimestre
3º Trimestre
endométrio
Câncer de
Câncer de
Câncer de
Câncer de
e colo do
mama
ovário
vulva
útero
Pré-eclâmpsia/
0 2 16 66 1 0 - - - - 85
eclâmpsia
Monitoramento
0 0 0 0 0 12 22 5 1 9 49
(pós-operatório)
Complicações
0 0 0 0 0 13 15 3 0 4 35
cardiovasculares
Sepse/ choque séptico 0 0 2 3 6 2 3 5 0 4 25
Insuficiência renal 0 0 1 3 0 0 8 0 0 2 14
Complicações
0 0 3 0 0 0 2 2 1 0 8
respiratórias
Complicações hormonais
1 1 1 1 0 0 2 0 0 0 6
e metabólicas
Infecção 0 3 0 1 0 0 2 0 0 0 6
Choque hemorrágico 0 0 0 1 2 0 0 0 0 3 6
Choque hipovolêmico 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2
Insuficiência hepática 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1
Outras causas 0 0 3 6 0 4 5 6 0 3 27
Total (n) 1 6 27 81 9 32 60 21 2 25 264
* As pacientes podem ter mais de um diagnóstico na internação
52
seguro na lactação (15[14,85%]). Destes erros, 87 foram prevenidos (0,40±0,70
erros por paciente) e os mais frequentes foram dosagem maior que a correta
(19[18,81%]), medicamento não seguro por presença de interação medicamentosa
(17[16,83%]) e medicamento não seguro na lactação (14[13,86%]) (tabela 8). A
média de erros de prescrição não prevenidos / nº de pacientes acompanhadas foi
0,04±0,87. Nas prescrições das gestantes no 2º trimestre da gestação e da
paciente com câncer de vulva não foram identificados erros nas prescrições.
53
Tabela 8 – Tipos de erros de prescrição encontrados
Desfecho Total
Erros Prevenidos Erros não prevenidos
n (%)***
n (%)* n (%)**
1º trimestre da gestação
Medicamento não seguro na gravidez 1 (100,00%) 0 (0,00%) 1 (0,99%)
3º trimestre da gestação
Dosagem maior que a correta 3 (21,43%) 0 (0,00%) 3 (2,97%)
Dosagem menor que a correta 3(21,43%) 0 (0,00%) 3 (2,97%)
Outros 7 (50,00%) 1 (7,13%) 8 (7,92%)
Puérperas
Medicamento não seguro na lactação 14 (45,16%) 1 (3,23%) 15 (14,85%)
Medicamento não seguro por presença de interação
4 (12,90%) 1 (3,23%) 5 (4,95%)
medicamentosa (IM)
Outros 11 (80,65%) 0 (0,00%) 11 (24,75%)
Pós-aborto
Dosagem menor que a correta 1 (100,00%) 0 (0,00%) 1 (0,99%)
Câncer de mama
Medicamento não seguro por presença de IM 5 (50,00%) 1 (10,00%) 6 (60,00%)
Frequência do tratamento maior que a correta 2 (20,00%) 0 (0,00%) 2 (1,98%)
Outros 1 (10,00%) 1 (10,00%) 2 (1,98%)
Câncer de útero
Dosagem maior que a correta 11 (33,34%) 2 (6,06%) 13 (39,40%)
Medicamento incorreto por contraindicação, alergia ou
6 (18,20%) 1 (3,03%) 7 (21,21%)
reação adversa
Outros 9 (27,30%) 4 (12,12%) 13 (39,40%)
Câncer de ovário
Dosagem maior que a correta 1 (20,00%) 0 (0,00%) 1 (0,99%)
Dosagem menor que a correta 1 (20,00%) 0 (0,00%) 1 (0,99%)
Medicamento não seguro por presença de IM 1 (20,00%) 0 (0,00%) 1 (0,99%)
Medicamento incorreto por contraindicação, alergia ou
1 (20,00%) 0 (0,00%) 1 (0,99%)
reação adversa
Medicamento administrado sem necessidade 1 (20,00%) 0 (0,00%) 1 (0,99%)
Ginecológicas
Medicamento não seguro por presença de IM 2 (33,33%) 0 (0,00%) 2 (1,98%)
Outros 2 (33,33%) 2 (33,33%) 4 (3,96%)
Total
Dosagem maior que a correta 19 (18,81%) 3 (2,97%) 22 (21,78%)
Medicamento não seguro por presença de IM 17 (16,83%) 3 (2,97%) 20 (19,80%)
Medicamento não seguro na lactação 14 (13,86%) 1 (0,99%) 15 (14,85%)
Outros 37 (36,63%) 7 (6,93%) 44 (43,56%)
*Porcentagem de erros prevenidos em relação ao total de erros por especialidade
**Porcentagem de erros não prevenidos em relação ao total de erros por especialidade
***Porcentagem de erros em relação ao total de erros pelo total de pacientes
Ginecológica Paciente com ClCr<40ml/min, sugeriu-se ajuste de dose de 10mg para 5mg a cada 8h, de acordo com os guidelines.
metoclopramida
Câncer de endométrio e Como a paciente apresentava sintomas de náusea muito fortes, o médico optou por ajuste da freqüência para
(n=2)
Dosagem maior colo do útero 12/12h.
que a correta
Paciente com baixo peso (30kg), foi sugerido diminuir a dose de 4000mg para a metade devido ao risco de
dipirona sódica Câncer de endométrio e
toxicidade da dipirona. A médica explicou que não poderia diminuir a dose devido à alta necessidade de analgesia
(n=1) colo do útero
da paciente, mas ela foi monitorada em caso de haver sinais de toxicidade da dipirona.
Medicamento não Medicamento não indicado na lactação por excretar metabólitos no leite materno, foi sugerida troca por paracetamol.
dipirona sódica
seguro na Puérpera (lactante) O médico preferiu manter a dipirona e explicou que a paciente a utilizaria por poucos dias. O bebê foi monitorado em
(n=1)
lactação caso de sintomas de toxicidade pela dipirona.
Medicamento Câncer de endométrio e
incorreto (história colo do útero
Contraindicado em insuficiência renal com ClCr<30mL/min, foi sugerida troca por heparina ou por enoxaparina com
prévia de alergia, fondaparinux sódico
ajuste. Médico preferiu manter o fondaparinux, no entanto, no dia seguinte o fondaparinux foi suspenso pelo médico
contraindicação (n=2)
Câncer de mama responsável do dia e foi introduzida a heparina.
ou reação
adversa)
Gestante (3º trimestre) Paciente com insuficiência renal (ClCr <50mL/min); era necessário diminuir a frequência (de 8h/8h para 24/24h) ou
ranitidina substituir por omeprazol. Porém, médico explicou que a função renal estava melhorando, então não seria necessário
(n=2) Câncer de endométrio e ajuste. A paciente foi monitorada em caso de piora da função renal e sinais de eventos adversos provocados pela
colo do útero ranitidina.
Frequência do
tratamento maior Paciente com insuficiência renal (ClCr <30mL/min) necessita diminuir a frequência (de 6/6h para 12/12h). Porém,
ampicilina / sulbactam Câncer de endométrio e
que a correta médico explicou que a função renal estava melhorando, então não seria necessário ajuste. A paciente foi monitorada
(n=1) colo do útero
em caso de piora da função renal e sinais de eventos adversos do medicamento.
cloridrato de tramadol Câncer de endométrio e Paciente apresentava insuficiência renal aguda, o tramadol necessitava de ajuste de frequência de 6/6h para 12/12h.
(n=1) colo do útero Médico afirmou que a paciente era muito pesada, e que por este motivo diminuiria a frequência aos poucos.
Medicamento A permetrina não estava tendo resultados, sugeriu-se troca por ivermectina. O médico responsável preferiu manter a
permetrina
incorreto (sem Ginecológica permetrina por mais tempo e verificar se teria resultado. A paciente foi transferida da UTI para a enfermaria sem
(n=1)
efeito terapêutico) haver sinais de melhora.
55
5.3. INTERVENÇÕES FARMACÊUTICAS REALIZADAS
56
Tabela 10 – Tipos de intervenções farmacêuticas realizadas
Desfecho
Total****
Aceitas* Parcialmente aceitas** Não aceitas***
1º trimestre da gestação
Uso na gestação 1 (100,00%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 1 (0,79%)
3º trimestre da gestação
Ajuste de dose 6 (37,50%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 6 (4,72%)
Interações
2 (12,50%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 2 (1,57%)
medicamentosas (IM)
Informações sobre
2 (12,50%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 2 (1,57%)
medicamentos
Outras 5 (31,25%) 0 (0,00%) 1 (6,25%) 6 (4,72%)
Puérperas
Uso na lactação 14 (37,84%) 0 (0,00%) 1 (2,70%) 15 (11,81%)
Ajuste de dose 7 (18,92%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 7 (5,51%)
Outras 14 (37,85%) 0 (0,00%) 1 (2,70%) 15 (11,81%)
Pós-aborto
Ajuste de dose 1 (50,00%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 1 (0,79%)
Informações sobre
1 (50,00%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 1 (0,79%)
medicamentos
Câncer de mama
IM 5 (33,33%) 0 (0,00%) 1 (6,66%) 6 (40,00%)
Informações sobre
5 (33,33%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 5 (33,33%)
medicamentos
Outras 3 (20,00%) 0 (0,00%) 1 (6,66%) 4 (26,66%)
Câncer de útero
Ajuste de dose 12 (27,90%) 1 (2,33%) 1(2,33%) 14 (11,02%)
Informações obre
7 (16,28%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 7 (5,51%)
medicamentos
Outras 17 (39,53%) 3 (6,98%) 2 (4,66%) 22 (17,33%)
Câncer de ovário
Ajuste de dose 2 (33,33%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 2 (1,57%)
Outras 4 (66,67%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 4 (3,15%)
Ginecológicas
IM 2 (28,57%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 2 (1,57%)
Outras 3 (42,86%) 1 (14,29%) 1 (14,29%) 5(3,94%)
Total
Ajuste de dose 29 (22,83%), 2 (1,57%) 1 (0,79%) 32 (25,20%)
IM 17(13,39%) 0 (0,00%) 3 (2,36%) 20 (15,75%)
Informações sobre
17(13,39%) 0 (0,00%) 0 (0,00%) 17 (13,39%)
medicamentos
Outras 50 (39,37%) 3 (2,36%) 5 (39,37%) 58 (45,67%)
*Porcentagem de intervenções aceitas em relação ao total de intervenções por especialidade
**Porcentagem de intervenções parcialmente aceitas em relação ao total de intervenções por especialidade
***Porcentagem de intervenções não aceita sem relação ao total de intervenções por especialidade
****Porcentagem de intervenções em relação ao total de intervenções pelo total de pacientes
57
mais frequentes foram significantes (68[60,18%]), muito significantes (17[15,04%])
pouco significantes (16[14,16%]) e insignificantes (12[10,62%]) (tabela 12).
Ginecológicas
Total (n)
Pós-aborto
Puérperas
Tipo de erro
1º Trimestre
2º Trimestre
3º Trimestre
endométrio e
colo de útero
Câncer de
Câncer de
Câncer de
Câncer de
mama
ovário
vulva
Potencialmente
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
letal
Séria 0 0 3 4 0 4 5 2 0 1 19
Significante 1 0 9 24 1 6 20 3 0 2 66
Menor 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 2
Total 1 0 12 28 1 10 27 5 0 3 87
Ginecológicas
Total (n)
Tipo de
Pós-aborto
Puérperas
1º Trimestre
2º Trimestre
3º Trimestre
intervenção
endométrio e
colo de útero
Câncer de
Câncer de
Câncer de
Câncer de
mama
ovário
vulva
Extremamente
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
significante
Muito significante 0 0 3 1 0 6 4 2 0 1 17
Significante 1 0 9 27 1 4 21 3 0 2 68
Pouco significante 0 0 2 5 0 0 6 1 0 2 16
Insignificante 0 0 2 2 1 3 4 0 0 0 12
Prejudicial 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 1 0 16 35 2 13 35 6 0 5 113
58
5.5. CLASSIFICAÇÃO ATC DOS MEDICAMENTOS ENVOLVIDOS NOS
ERROS DE PRESCRIÇÃO
Significância
Classificação ATC Total
Menor Significante Séria
A Aparelho digestivo e metabolismo 1 25 7 33
B Sangue e órgãos hematopoiéticos 0 14 1 15
Anti-infecciosos gerais para uso
J 0 11 3
sistêmico 14
N Sistema nervoso 1 15 3 19
- Outros 0 1 5 6
Total 2 66 19 87
Sistema nervoso 7
Medicamento não seguro na lactação 0,0060
Trato digestivo e metabolismo 6
Medicamento não seguro por presença
0,0106 Sistema nervoso 8
de interação medicamentosa
59
Houve associação entre o tipo de erro dosagem menor que a correta e a
especialidade médica oncológica (p=0,0328). Para os demais tipos de erros e
especialidades, não houve associação significativa. Também não houve
associação significativa entre as especialidades e as classes de medicamentos e
a significância clínica dos erros.
1,20
1,00 1,00
0,86
0,80
0,75
0,79 0,72 0,71 0,67 0,67
0,58 0,64 0,62
0,60
0,50 0,62
0,56 0,53
0,47 0,45 0,38 0,50
0,40 0,38
0,33 0,31 0,33 0,33
0,33 0,27 0,29
0,25 0,24 0,25
0,20 0,19 0,17
0,11 0,11
0,05
0,00 0,00 0,00 0,00
fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez jan fev
60
6. DISCUSSÃO
61
Tabela 15 – Estudos relatando internações de pacientes em UTI
Tipos de Média de idade Tempo de
N° de N° de Principal motivo de
Estudo País Características da UTI pacientes (anos) internação (dias)
leitos pacientes internação
incluídas (média ± DP*) (média ± DP*)
Obstétricas
UTI especializada em saúde
CAISM Brasil 6 ginecológicas e 222 44,50 ± 8,40 5,89 ± 6,44 Pré-eclâmpsia/ eclampsia
da mulher
oncológicas
Hazelgrove et al. (80) Inglaterra 14 utis gerais - Obstétricas 210 30 1 Desordens hipertensivas
Amorim et al. (108) Brasil UTI obstétrica 12 Obstétricas 933 24,8 + 6,9 5,13 ± 4,28 Pré-eclâmpsia
Bouvier-colle et al. (109) França 4 utis gerais - Obstétricas 375 20-34** - Doenças hipertensivas
Demirkiran et al. (111) Turquia UTI geral - Obstétricas 125 28 ± 6 4±5 Pré-eclâmpsia
Karnad et al. (112) Índia UTI neuro-médica 17 Obstétricas 453 25.2 ± 4.4 4 Pré-eclâmpsia
Keizer et al. (113) Holanda UTI geral 30 Obstétricas 142 30 4,5 Pré-eclâmpsia
Obstétricas
Rios et al. (114) Argentina 4 utis médico-cirúrgicas - 242 32 ± 7 2 Pré-eclâmpsia
(gestantes)
Zwart et al. (115) Holanda Utis obstétricas - Obstétricas 847 32 3 Desordens hipertensivas
Heinonen et al. (117) Finlândia UTI médico-cirúrgica 22 Ginecológicas 23 55.4 ± 16.9 4.97 ± 9.28 Hemorragia pós-operatória
Complicações
Van-Le et al. (119) EUA UTI cirúrgica - Oncológicas 45 62 57
cardiovasculares
Leath et al. (120) EUA UTI geral - Oncológicas 185 60 1 Ressucitação volêmica
Ruskin et al. (121) EUA UTI geral - Oncológicas 255 64 - Reposição de fluidos
*DP: desvio padrão
**O estudo não apresenta média de idade, somente a faixa etária da maior parte das pacientes incluídas
62
O trabalho de Oliveira Neto et al. (107) é um estudo retrospectivo que
incluiu apenas pacientes obstétricas e foi realizado na UTI do CAISM. A elevada
quantidade de pacientes incluídas comparada à deste trabalho é decorrente de um
maior período de realização (agosto/2002 a setembro/2007). Os resultados estão
de acordo com os encontrados neste trabalho referentes às pacientes obstétricas,
já que a maioria das pacientes incluídas foram puérperas (51,5%), o principal
motivo de internação foi a pré-eclâmpsia, e a média de idade e de tempo de
internação na UTI foram semelhantes. É necessário ressaltar que Oliveira Neto et
al. (107) não diferencia o tempo médio de internação entre as pacientes
obstétricas, enquanto este estudo demonstrou que as pacientes pós-aborto
permaneceram por um maior período na UTI do que as puérperas e gestantes.
63
O estudo de Heinonen et al. (117), que incluiu pacientes ginecológicas de
uma UTI na Finlândia, apresentou hemorragia pós-operatória como principal
motivo de internação. O principal motivo das pacientes ginecológicas deste estudo
foi monitoramento pós-operatório, que poderia ou não incluir hemorragia pós-
operatória como complicação resultante da internação, mas esta não foi
diferenciada no trabalho. A média de idade e de tempo de internação em ambos
os estudos é semelhante.
64
Tabela 16 – Estudos relacionando erros de medicação em pacientes
obstétricas
Obstétricas,
UTI especializada em Dosagem maior
CAISM Brasil 6 222 2012-2013 ginecológicas 101
saúde da mulher que a correta
e oncológicas
Medicamento
Pocock e Centro de referência incorreto, dose
EUA - 50 2004-2005 Obstétricas -
Chen (123) terciário incorreta e horário
inadequado
Kandil et Erros de
Egito Ala de emergência - 10.000 2010 Obstétricas 1976
al. (124) administração
Omissão e horário
Little et al.
EUA Hospital geral - - 1996-2001 Obstétricas 164 incorreto de
(89)
administração
Medicamento
Bilal et al.
Arábia Saudita Hospital maternidade - - 2001 Obstétricas - incorreto e dose
(125)
incorreta
Obs.: os outros estudos não distinguem erros de prescrição dos demais tipos de erros de medicação, não sendo adequado utilizar o termo
‘erro de prescrição’ nesta tabela
65
102; 127), de um hospital canadense (128), dos setores de ginecologia e
obstetrícia de um hospital terciário espanhol (100) de mesma especialidade que o
CAISM (Tabela 17 e Tabela 18) e de um hospital na Tailândia (129) e um na
Malásia (130).
66
Tabela 18 – Tipos de intervenções mais realizadas em hospitais
Sistema de
Estudo Tipos de intervenção mais realizados
classificação
Fernández-
Llamazares et al. ‘Ajuste de frequência’ (390[54,5%]) e ‘dosagem’ (119[16,6%]) Próprio
(100)
Leape et al. (102) ‘Correção de prescrição’ (178[45,8%])* Próprio
Baldinger et al. ‘Descontinuação de medicamento’ (33[16,9%]) e ‘alteração de frequência’
Próprio
(103) (30[15,4%]);
Kopp et al. (127) ‘Informação sobre medicamentos’ (51[39,5%]) Próprio
Montazeri et al. ‘Aconselhamento terapêutico’ (257[44,7%]) e ‘informações sobre medicamentos‘
Próprio
(128) (224[39,0%]);
Saokaew et al. ‘Pedido para completar as informações da prescrição’ (33[26,0%]) e ‘informações
Próprio
(129) sobre medicamentos’ (27[21,3%]);
Zaidi et al. (130) ‘Descontinuação de medicamento’ (22[39,0%]) e ‘dosagem’ (9[16,0%]). Próprio
Adaptado de
CAISM ‘Dosagem’ (22[19,6%]) e ‘interações medicamentosas’ (17[15,2%])
Leape.et.al.
*A intervenção inclui ‘duplicações terapêuticas’, ‘correção de dose’, ‘frequência errada’, ‘escolha de tratamento inadequada’ e ‘prescrição de
medicamento incompleta’
A intervenção mais realizada neste trabalho (dosagem) também foi uma das
mais prevalentes no estudo de Fernández-Llamazares et al. (100) (119[16,6%]) e
no de Leape et al. (102) (178[45,8%]), sendo ela quantificada neste último estudo
dentro de uma intervenção denominada ‘correção de prescrição’, que inclui
também ‘duplicações terapêuticas’, ‘correção de dose’, ‘frequência errada’,
‘escolha de tratamento inadequada’ e ‘prescrição de medicamento incompleta’. As
intervenções referentes a ‘interações medicamentosas’ realizadas neste estudo
foram identificadas somente no estudo de Leape et al. (102) (14[4,0%]),
possivelmente nos outros trabalhos elas podem estar incluídas em outra
denominação, já que cada um dos estudos possui sistemas próprios de
classificação.
67
Os indicadores gerados nas tabelas 17 e 18 demonstram a importância da
presença do farmacêutico clínico atuando junto à equipe multiprofissional da UTI,
pois este realizou intervenções em momentos muito próximos àqueles em que os
problemas ocorriam, contribuindo para evitar que tais problemas pudessem
implicar em danos para as pacientes. Ao comparar estes indicadores com a média
dos três hospitais norte-americanos e do hospital canadense, nota-se que há um
menor número de intervenções farmacêuticas realizadas diariamente no CAISM.
Ao comparar com o hospital espanhol, há um maior número de intervenções por
prescrição no CAISM. Estes fatos podem estar relacionados à diferença entre os
locais estudados. A UTI onde este estudo foi realizado, contendo apenas 6 leitos e
especializada em saúde da mulher, dificulta a comparação quantitativa dos dados.
68
6.3. COMPORTAMENTO DAS INTERVENÇÕES FARMACÊUTICAS
REALIZADAS E ERROS DE PRESCRIÇÃO IDENTIFICADOS AO
LONGO DO TEMPO
69
Tabela 19 – Recorrência de erros de prescrição durante o período de estudo
Mês
Desfecho
(-1ºcaso)
Total
Tipos de erros
2013
2013
Ago
Nov
Jun
Dez
Mar
Jan
Fev
Fev
Abr
Out
Mai
Set
Jul
Interação medicamentosa potencial do diazepam (moderada e maior) com 1 caso não
1º caso 4 1 5
demais medicamentos prescritos: sugeriu-se troca por lorazepam) prevenido
70
Foi realizada uma análise sobre os erros que se repetiram ao longo do
período de estudo. Dentre eles, foi observado que frequentemente ocorreram
ajustes na dosagem da enoxaparina (tabela 19) devido ao peso e à função renal
das pacientes (2,5 erros por mês) até o 2º mês de estudo. A partir do terceiro mês,
o farmacêutico pesquisador desenvolveu um protocolo com as dosagens corretas
para estes casos (anexo 1), o que resultou na diminuição de erros de prescrição
desta natureza até o décimo mês (0,5 erros por mês); no entanto, no último mês
de estudo ocorreram 2 erros relacionados a este medicamento. Este fato
demonstra que o desenvolvimento de protocolos que padronizem sistemas de
dosagem é uma ferramenta eficaz para contribuir na diminuição de erros de
prescrição, pois facilita o acesso e disponibiliza o conhecimento para todo o
hospital, porém é sujeito a falhas, já que não pode controlar fatores
comportamentais ligados ao ato de não consultar o protocolo previamente.
71
7. LIMITAÇÕES DO ESTUDO
72
8. CONCLUSÃO
73
9. REFERÊNCIAS
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farmacêutico em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) 2010 [Internet]. [Acesso
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10. ANEXOS
89
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10.2. PROTOCOLO DE DOSAGEM DA ENOXAPARINA
Enoxaparina
Profilaxia Tratamento
Padrão -
40 mg SC 24/24h 1 mg/kg SC 12/12h
CrCl ≥ 30 ml/min 40 mg SC 24/24h 1 mg/kg SC 12/12h
Insuficiência renal
CrCl < 30 ml/min 20mg SC 24/24h 1 mg/kg SC 24/24h
IMC<45 40mg 24/24h 1mg/kg SC 12/12H
Obesidade
IMC≥45 60mg 24/24h 1mg/kg SC 12/12H
Manter a dose usual, monitorar cuidadosamente
Baixo peso <45kg
em caso de sinais e sintomas de sangramento.
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