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Brazilian Journal of Development 112754

ISSN: 2525-8761

A relevância da atenção farmacêutica no manejo de reações adversas


no tratamento oncológico: uma revisão sistemática

The relevance of pharmaceutical care in the management of adverse


reactions in oncologic treatment: a systematic review
DOI:10.34117/bjdv7n12-180

Recebimento dos originais: 12/11/2021


Aceitação para publicação: 01/12/2021

Laiara Da Cruz Soares


Acadêmicos do Curso de Farmácia pelo Centro Universitário FAMETRO
Instituição: Centro Universitário FAMETRO
Endereço: Av. Constantino Nery, 3204 - Chapada, Manaus - AM, 69050-000
E-mail: laiarasoares1@gmail.com

Marlon Macedo Sena


Acadêmicos do Curso de Farmácia pelo Centro Universitário FAMETRO
Instituição: Centro Universitário FAMETRO
Endereço: Av. Constantino Nery, 3204 - Chapada, Manaus - AM, 69050-000
E-mail: marlonnsena@gmail.com

Sandra Da Costa Peres


Acadêmicos do Curso de Farmácia pelo Centro Universitário FAMETRO
Instituição: Centro Universitário FAMETRO
Endereço: Av. Constantino Nery, 3204 - Chapada, Manaus - AM, 69050-000
E-mail: sandracostaperes@gmail.com

Shayna Vilaça Pinheiro


Acadêmicos do Curso de Farmácia pelo Centro Universitário FAMETRO
Instituição: Centro Universitário FAMETRO
Endereço: Av. Constantino Nery, 3204 - Chapada, Manaus - AM, 69050-000
E-mail: shaynapinheiro@gmail.com

RESUMO
Introdução: a atenção farmacêutica visa a melhoria da qualidade de vida do paciente,
através de um modelo de prática profissional voltada à farmacoterapia inclusive em
tratamentos oncológicos, dos quais muitas vezes são desconfortáveis para o paciente
devido aos seus efeitos adversos. O profissional farmacêutico, dessa forma, tem o papel
de tornar o tratamento menos oneroso para os pacientes.Objetivo: este trabalho tem como
objetivo descrever a importância da atenção farmacêutica no tratamento oncológico,
relatando a importância do acompanhamento do profissional farmacêutico para adesão do
tratamento e efeitos colaterais mais comuns relatados pelos pacientes. Metodologia: para
alcançar os dados esperados será utilizado um estudo de revisão bibliográfica, através do
método prisma, com artigos dos anos de 2015 a 2020. A atenção farmacêutica em usuários
de tratamento oncológico, também proporciona orientações sobre as prescrições e
esclarece as queixas e dúvidas técnicas referentes ao uso dos antineoplásicos. Desta
forma, tem-se o intuito de demostrar que a presença do profissional farmacêutico na
atenção ao paciente em tratamento oncológico visa essencialmente promover condutas de

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prevenção, promoção, reabilitação, recuperação, de forma segura e eficaz.Resultados:


foram identificados ao todo identificados 233 trabalhos, sendo selecionados 22 trabalhos
que correspondiam aos critérios de elegibilidade escolhidos. Os artigos foram divididos
em relação à temática abordada respondendo os objetivos dispostos nessa pesquisa.
Quanto as reações adversas reportadas por farmacêuticos, é observável a importância
deste profissional devido seu conhecimento clínico em reconhecê-las e classificá-las em
relação ao seu risco. O farmacêutico em maioria das intervenções aplicadas, obteve um
grande sucesso em relação a melhora do tratamento do paciente e consequentemente
qualidade de vida deste. A interação entre o farmacêutico e a equipe multiprofissional
demonstrou-se ser de grande importância devido a facilidade de criar propostas de
intervenção para os problemas relacionados a medicamentos identificados.
Conclusão: o farmacêutico é um elemento crucial em oncologia quando se trata de
identificar e reportar reações adversas de forma a otimizar tratamentos, diminuir
desconforto e melhorar da qualidade de vida do paciente quando se há a comunicação
ideal entre os profissionais da equipe oncológica.

Palavras-chave: Atenção Farmacêutica. Farmacêutico na Oncologia. Reação Adversa.


Tratamento Oncológico.

ABSTRACT
Introduction: pharmaceutical care aims to improve the patient's quality of life, through
a model of professional practice focused on pharmacotherapy including cancer treatments
where are uncomfortable effects to patient because the collateral effects. The
pharmaceutical professional has the role of making treatment less costly for patients.
Objectives: this work aims to describe the importance of pharmaceutical care in cancer
treatment, reporting the importance of monitoring the pharmacist for treatment adherence
and the most common side effects reported by patients. Methodology: to achieve the
expected data, a literature review study will be made, using the prisma method, with
articles from the years 2009 to 2020. Pharmaceutical care for users of cancer treatment
also provides guidance on prescriptions and clarifies the complaints and technical doubts
related to the use of antineoplastic agents. Thus, try to demonstrate that the presence of
the pharmaceutical professional in the care of patients undergoing cancer treatment aims
to promote safe, effective prevention, promotion, rehabilitation and recovery procedures.
Results: a total of 233 papers were identified, being selected 22 works that corresponded
to the chosen eligibility criteria. The articles were divided in relation to the topic
addressed, answering the objectives set out in this research. As for adverse reactions
reported by pharmacists, the importance of this professional is observable due to their
clinical knowledge in recognizing and classifying them in relation to their risk. The
pharmacist, in most of the applied interventions, had great success in terms of improving
the patient's treatment and consequently the patient's quality of life. The interaction
between the pharmacist and the multidisciplinary team proved to be of great importance
due to the ease of creating intervention proposals for problems related to identified
medications.Conclusion: the pharmacist is a crucial element in oncology when it comes
to identifying and reporting adverse reactions to optimize treatments, reduce discomfort
and improve the patient's quality of life when there is optimal communication between
the professionals of the oncology team.

Keywords: pharmaceutical attention. Pharmacist in oncology. Adverse reaction.


Oncological treatment.

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1 INTRODUÇÃO
O câncer é um termo originário do grego, que significa caranguejo, e designa um
crescimento anormal de células, sendo de forma controlada ou não, rápida ou lenta,
podendo ser agressiva e espalhando-se para outros tecidos de onde esta célula se originou.
Foi citado pela primeira vez por Hipócrates em 460 a.C., mas a doença já foi citada em
papiros egípcios 2500 a.C. (DIAS, 1994; INCA, 2011).
De acordo com a proliferação anormal das células, o câncer pode ser classificado
como sendo benigno ou maligno. Um tumor benigno é caracterizado por uma massa
localizada de células que se multiplicam de forma vagarosa e constitui menor risco de
vida, já o tumor maligno tem a capacidade de multiplicação descontrolada e
desdiferenciada, invisibilidade e de se metastizar, tendo a classificação de acordo com o
tecido e os tipos de células que são acometidas. Os tipos mais comuns de câncer são
sarcomas, carcinomas, leucemias e linfomas (COOPER, 2007; INCA, 2011).
As mutações celulares que provocam a origem do câncer podem ser adquiridas ou
herdadas. As mutações adquiridas podem ser causadas por fatores químicos (fumaça do
cigarro, aflatoxina B1), físicos do meio ambiente (radiação ultravioleta), produtos tóxicos
da própria célula (radicais livres), ou até mesmo por vírus e bactérias. As mutações
herdadas são transmitidas geneticamente, ou seja, transmitidas a uma célula normal
através da transferência de genes tumorais (INCA, 2006; RANG et al. 2007).
No Brasil, houve a ocorrência de mais de 600mil novos casos de câncer no Brasil,
sendo 309 mil destes em homens, dos quais os mais incidentes foram: câncer de próstata
(29,20%); cólon e reto (9,1%); traqueia, brônquio e pulmão (7,9%); estômago (5,9%);
cavidade oral (5,0%); esôfago (3,9%); bexiga (3,4%); laringe (2,9%); leucemias (2,6%);
e do sistema nervoso central (2,6%). Quanto a mulheres os tipos mais comuns foram o
câncer de mama (16,4%) e os de traqueia, brônquios e pulmões (11,4%), seguidos dos
cânceres de cólon e reto (9,4%) e de colo de útero (6,0%) (INCA, 2019).
A terapia do paciente oncológico é realizada pela junção de diversos tratamentos
combinados, sendo desenvolvido por um acompanhamento individualizado,
considerando as necessidades de cada caso. Nesse sentido, é de extrema importância que
a equipe multiprofissional, composta por médicos, enfermeiros, psicólogos,
nutricionistas, faça a orientação adequada ao paciente durante todo o tratamento. Neste
âmbito o farmacêutico ocupou seu espaço nessa equipe de profissionais, tornando-se
indispensável para a qualidade do processo farmacoterapêutico, reduzindo assim erros de

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medicação no tratamento, tornando-o mais eficaz e melhorando a qualidade de vida do


paciente (ALMEIDA, 2010; LEÃO, 2012; PESSOA et al. 2021).
A missão do profissional farmacêutico é garantir que a terapia medicamentosa do
doente esteja devidamente adequada e que seja a mais segura e conveniente assim como
garantir a qualidade da assistência prestada ao paciente por meio do uso seguro e racional
de medicamentos e correlatos (SILVA et al. 2017).
Os fármacos utilizados na terapia antineoplásica têm como principal
funcionalidade impedir o desenvolvimento de processos vitais das células tumorais,
podendo não ser específicos apenas para estas células, agindo também em células
saudáveis e apresentam uma janela terapêutica estreita com dose usual próxima à dose
tóxica. As principais reações adversas predominantes neste grupo de medicamentos são:
náuseas, vômitos, supressão da medula óssea e alopecia, além de toxicidade pulmonar,
neurotoxicidade, toxicidade renal, cardiotoxicidade, lesão gonadal e esterilidade, tais
reações adversas muitas vezes induzem a desistência do paciente ao tratamento
oncológico (GUIMARÃES et al. 2015).
Desta forma a atenção farmacêutica tem um importante papel para este processo,
pois visa controlar e acompanhar esses tratamentos, reduzindo o número de pacientes que
abandonam o tratamento, fazendo-se concretizar o papel do farmacêutico na farmácia
hospitalar e pela provisão responsável do tratamento farmacológico com o objetivo de
alcançar resultados satisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de vida dos pacientes
(HEPLER e STRAND, 1990).
O Conselho Federal de Farmácia estabelece que o farmacêutico deva avaliar a
prescrição médica, quanto à quantidade, qualidade, compatibilidade, estabilidade e as
interações do medicamento. Assim, o acompanhamento do farmacêutico é uma arma
importante para a redução de erros na medicação e no tratamento, tornando o tratamento
mais eficaz e melhora a qualidade de vida do paciente e garante que a terapia
medicamentosa esteja devidamente ajustada, sendo mais eficaz, seguro e conveniente
para os pacientes (OMS, 1994; OLIBONI, 2009).
Sabendo disso, este trabalho visa descrever a importância da atenção farmacêutica
no manejo de reações adversas e no tratamento oncológico por meio de uma revisão
sistemática da literatura, destacando as reações adversas mais comuns, a importância do
profissional farmacêutico para uma terapia bem-sucedida e pontuando os casos
intervenção aos tratamentos a fim de minimizar reações, aumentar a adesão e qualidade
de vida do paciente durante a quimioterapia.

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2 METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado através de uma revisão sistemática organizado de
acordo com os critérios da Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-
analyses (PRISMA), que visa reunir um número mínimo de itens com base em evidências
para ajudar os autores a relatar uma ampla gama de revisões sistemáticas e meta-análises,
avaliando os benefícios e danos de uma intervenção de saúde.
Este trabalho foi desenvolvido com artigos publicados de 2015 a 2020, nos seguintes
bancos de dados: PubMed e Biblioteca Virtual em Saúde - BVS-MS.
As strings palavras-chave utilizadas para filtrar os artigos foram: “atenção
farmacêutica” ou “farmacêutico”, “oncologia” ou “quimioterapia” e “reação adversa”,
utilizando o sistema booleano de busca. Também se utilizou os respectivos termos em
inglês: “pharmaceutical care” ou “pharmacist”, “oncology” ou “chemotherapy” e
“adverse reaction”, de forma a ampliar os resultados de busca.
A partir disso, os artigos foram selecionados verificando os critérios de
elegibilidade, mediante a aplicação do filtro de busca dos anos, posteriormente serão lidos
seus títulos e resumos e em seguida lidos na íntegra.
Os critérios de elegibilidade serão: ano de publicação entre 2015 e 2020;
apresentarem as palavras-chave “atenção farmacêutica”, “oncologia”, “quimioterapia”,
“reação adversa”; com temática voltada para doenças oncológicas e atuação do
farmacêutico, relatando a contribuição do farmacêutico na oncologia e no manejo do
paciente que apresentar reações adversas.
Os critérios de exclusão foram: não estar dentro do limite de tempo de publicação
estipulado; não relacionados ao tema; artigos em outros idiomas senão o português,
espanhol ou inglês; artigos de revisão sistemática e repetidos.
Os critérios foram aplicados manualmente, sendo primeiramente aplicando o filtro
de tempo nas bases de dados, realizando a leitura de seus respectivos títulos e então seus
resumos, após isso, em uma tabela, foram então retirados os artigos repetidos
manualmente, selecionando os artigos para leitura na íntegra. Ao todo foram selecionados
22 artigos obtidos nas bases dados BVS e PubMed, estes dos quais foram lidos na íntegra
e divididos de acordo com os seguintes objetivos:
• Estudos que destacavam a importância da interação do farmacêutico junto
à equipe multiprofissional.
• Estudos que relatam as principais reações adversas reportadas por
profissionais clínicos, incluindo o farmacêutico;

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• Estudos que demonstravam a intervenção do farmacêutico em tratamentos


oncológicos a fim de minimizar as reações adversas e melhorar a qualidade de
vida do paciente;
Dessa forma, realizou-se a análise do conteúdo dos artigos a fim de se fazer uma
análise comparativa dos dados obtidos pontuando seus principais resultados, conclusões
e perspectivas futuras.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1 - Fluxograma de artigos obtidos com os critérios aplicados

Fonte: elaborado pelos autores

Dos 233 artigos encontrados nas bases de pesquisa, após a aplicação dos critérios
de inclusão e exclusão obteve-se um total de 22 artigos inseridos nesta revisão. Foram
selecionados para esta pesquisa trabalhos dos quais demonstraram minuciosamente como
o farmacêutico intervém e qual seu papel no manejo de reações adversas e na intervenção
da farmacoterapia oncológica.
Na Tabela 1, pode-se observar o número de artigos obtidos em cada base de dados
e o total de artigos obtidos de acordo com a aplicação dos critérios de elegibilidade
aplicados. O fluxograma na Figura 1 foi organizado de acordo com os critérios PRISMA,
mostrando a ordem em que os critérios foram aplicados.

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Tabela 1 - número de estudos obtidos por base de dados, palavras-chave e totais


Base de Dentro do Total
Palavras-chave Totais Repetidos Selecionados
dados tempo obtido
(oncology) AND (adverse reaction)
Pubmed 29 18
AND ("pharmaceutical care")
(oncology) AND (adverse reaction)
138 76
AND (pharmacist)
133 13 22
(oncology) AND (adverse reaction)
BVS 31 16
AND ("pharmaceutical care")
(oncology) AND (adverse reaction)
35 23
AND (pharmacist)

Fonte: elaborado pelos autores

Todos os 22 artigos obtidos nesta pesquisa estão no formato full paper original,
encontram-se em inglês. São estudos prospectivos, retrospectivos, observacionais ou
intervencionais. Foram divididos de acordo com seus conteúdos e como correspondem
com os objetivos específicos deste trabalho: sobre as principais reações adversas e como
o farmacêutico atua no seu manejo; quanto a intervenção do farmacêutico na
farmacoterapia e relacionados à importância da interação do farmacêutico junto à equipe
multiprofissional.
A Tabela 2 aborda suscintamente os dados obtidos nestes artigos relativo ao tipo
de estudo abordado, objetivos, resultados obtidos e conclusões destes trabalhos. No geral,
uma boa quantidade de artigos foi obtida durante a revisão de seus dados com resultados
interessantes.

Tabela 2 - Síntese das informações dos estudos selecionados para este estudo
Tipo de
Citação Objetivos Resultados e conclusões
Estudo
O farmacêutico é o principal sujeito a reportar reações
Explorar o conhecimento de
Estudo adversas, em sua maioria 4x ao ano, tendo maior
THORNE et profissionais de saúde em
qualitativo conhecimento em reportar esses eventos sendo eles sérios
al. 2018 relação a reações adversas e
(questionário) ou inesperados e quanto a medicações de maior
outros fatores
monitoramento.
Existe a possibilidade de acidente vascular cerebral
KARTHIKE Reportar um caso de reação mesmo em pacientes que não apresentem risco, o
Estudo de
YAN et al. adversa grave por farmacêutico oncologista deve estar atento a este tipo de
caso
2020 quimioterápico reação adversa rara, monitorando os sinais clínicos do
paciente
Estudo
observacional,
A maioria dos problemas relacionados a drogas foram
não Investigar potenciais
interações medicamentosas, reações adversas, duração de
VUCUR et intervencional, problemas relacionados a
tratamento inapropriado e intervalos de dosagem
al. 2020 não drogas em pacientes sujeitos
inapropriados, revelando a necessidade da intervenção do
randomizado a quimioterapia
farmacêutico no cuidado e atenção ao paciente
de centro
único

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Demonstrar o impacto de
As reações adversas são os maiores problemas nos
farmacêutico clínico no
tratamentos oncológicos, o farmacêutico ao realizar a
KUCUK et Estudo cuidado ao paciente
avaliação dos pacientes, 96% das intervenções foram
al. 2020 prospectivo recebendo imunoterapia e na
permitidas, sendo mais da metade solucionadas,
identificação de reações
otimizando o tratamento dos pacientes
adversas
A análise farmacêutica das prescrições contribuiu para um
Coletar e analisar as tratamento seguro do câncer, demonstrando o papel
Estudo
VANTART intervenções farmacêuticas importante do farmacêutico em otimizar o manejo de
interventivo
et al. 2015 na oncologia em um hospital pacientes oncológico em termos de ajuste de dose,
prospectivo
de câncer controle da toxicidade do medicamento, melhoria da
administração e interações medicamentosas
Determinar o número de
88% dos 510 pacientes avaliados encontravam-se com ao
discrepâncias e problemas
ASHJIAN et Estudo menos uma discrepância medicamentosa, realizando
relacionados à medicação e
al. 2015 prospectivo assim uma intervenção adequada à medicação e
realizar intervenções
aumentando a eficácia da medicação e tratamento.
adequadas
Estimar admissões As reações adversas são os maiores problemas nos
hospitalares relacionadas a tratamentos oncológicos, demonstrando que o
Estudo
REJI et al. problemas à medicamentos e farmacêutico pode melhor prover cuidado ao paciente
prospectivo
2018 estimar o custo de apenas identificando e prevenindo estes problemas
observacional
gerenciamento de PRMS relacionados a drogas, reduzindo custos e morbidade e
associados à quimioterapia mortalidade
Estudo pré- Avaliar o impacto de uma Um aumento considerável em relação ao conhecimento
posto intervenção educacional quanto à farmacovigilância e a reações adversas após o
SHRESTHA
intervencional sobre o conhecimento e treinamento mediado por farmacêuticos especialistas e a
et al. 2020
baseado em atitude dos profissionais de importância destes para educação da equipe
questionário saúde multiprofissional
Avaliar a eficácia da Demonstra que existe um crescimento significante quando
Estudo
intervenção farmacêutica em há uma intervenção farmacêutica na qualidade de vida do
WANG, WU controlado
quimioterapia e na qualidade paciente e no conhecimento relacionado a quimioterapia,
e XU, 2015 prospectivo
de vida em pacientes com levando a melhor postura do paciente, lidando com a
randomizado
câncer quimioterapia e reações adversas.
Melhora na terapia com levantinibe ocorreu depois das
Avaliar os benefícios do
Estudo intervenções farmacêuticas junto à médicos oncologistas.
SUZUKI et programa de manejo de
descritivo Demonstrando a importância de esclarecer o contínuo
al. 2020 pacientes com câncer de
retrospectivo manejo dos riscos de reações adversas e o desuso da
tireoide recebendo lenvatinib
medicação oral
Avaliar o impacto da Mais da metade dos casos de reações adversas às
Estudo colaboração de medicações foram melhorados devido a intervenção
SUZUKI et
retrospectivo farmacêuticos e oncologistas farmacêutica junto à oncologistas demonstrando a
al. 2019
de coorte no tratamento de reações importância dos serviços farmacêuticos na clínica
adversas à quimioterapia ambulatorial
Demonstrou o importante papel do farmacêutico em no
Explorar o papel dos
treinamento da equipe de enfermagem no manuseio
PATEL e farmacêuticos clínicos na
Estudo seguro de agentes anticâncer, sanando dúvidas
GURUMUR prestação de serviços de
prospectivo relacionadas a medicação e terapia de pacientes
THY, 2019 informação terapêutica e
oncológicos, para melhorar o cuidado ao paciente e
medicamentos
consultas quanto a reações adversas e seu manejo
O farmacêutico clínico interveio na prevenção de reações
Estudo Detectar e monitorar reação
adversas diminuindo-as em 81% no primeiro ano, e 34%
PATEL e prospectivo adversas em agentes
no último ano, o monitoramento da segurança do
GURUMUR observacional anticâncer e avaliar o
medicamento coordenado pelo farmacêutico pôde
THY, 2019 de centro impacto dos farmacêuticos
identificar fatores evitáveis que contribuem para RAMs
único clínicos em minimizá-las
relacionadas ao tratamento anticâncer.

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Investigar a relação da
A intervenção de profissionais de saúde, incluindo
reação de síndrome mão-pé
farmacêuticos com conhecimentos especiais, deve ser
OCHI et al. Estudo associada ao inibidor da
realizada para o tratamento adequado com antineoplásicos
2018 retrospectivo multiquinase e a intervenção
como inibidores de multiquinase, pois torna maior a
de farmacêuticos após a
adesão ao tratamento
introdução de sorafenibe.
Avaliar a efetividade da A taxa de adoção das recomendações farmacêuticas e de
atenção farmacêutica em medicamentosas atenuaram os sintomas dos pacientes,
tratamento com inibidores do demonstrando a efetividade da assistência farmacêutica na
SAITO et al. Estudo
sistema imunológico durante contribuição para uma melhor qualidade do tratamento
2020 retrospectivo
a promoção de ambulatorial e o aconselhamento farmacêutico face a face
recomendações até 3 meses após o início do tratamento com ICI é o mais
farmacêuticas importante.
Descrever os resultados de Os resultados sugerem que os eventos adversos em
um programa de pacientes com câncer de pulmão podem ser gerenciados
KHRYSTOL
Estudo gerenciamento de eventos com sucesso em um ambiente real comunitário com a
UBOVA et
prospectivo adversos liderado por ajuda da educação do paciente liderada por farmacêutico
al. 2020
farmacêuticos com educação colaborativo, monitoramento de eventos adversos e
colaborativa ao paciente suporte contínuo
O caracterizar e avaliar a
Demonstraram o benefício do farmacêutico na equipe
HOLLE, eficácia de um programa de
multidisciplinar para auxiliar na abordagem deles,
PURI e Estudo monitoramento de
identificando uma série de questões potencialmente
CLEMENT, prospectivo quimioterapia oral conduzido
significativas do ponto de vista clínico para pacientes em
2016 por farmacêutico em
quimioterapia oral
pacientes adultos
Os problemas mais frequentes relacionados com os
UMAR, Avaliar a relevância de um medicamentos foram eventos adversos com
APIKOGLU- serviço abrangente de medicamentos. Mais de 90% de propostas interventivas
Estudo
RABUS e gerenciamento de foram aceitas e quase todas solucionaram os problemas,
prospectivo
YUMUK, medicamentos em pacientes demonstrando que a integração dos serviços de farmácia
2020 oncológicos clínica ajuda a reduzir o número de problemas
relacionados com medicamentos
Observar reações adversas à
Demonstrou o alto valor dos programas de
medicamentos no ambiente
farmacovigilância ativa, que futuramente pode demonstrar
FORNASIER Estudo real e avaliar se a supervisão
o impacto do farmacêutico na melhoria da adesão do
et al. 2018 observacional do farmacêutico impacta no
paciente e na medição da diferença nas notificações de
manejo destas e na satisfação
RAMs nas diferentes formas seguidos pelo farmacêutico
dos pacientes
Uma interpretação equivocada ou avaliação inadequada
das necessidades do paciente pode levar a consequências
BAYRAKTA Demonstrar as diferenças nas
graves, mostrando lacunas potenciais no monitoramento
R- avaliações dos efeitos
Estudo dos efeitos colaterais relacionados com imunoterapias
EKINCIOGL colaterais por um
prospectivo direcionadas. Os farmacêuticos no processo de
U e KUCUK, farmacêutico e enfermeiras
monitoramento do paciente ajudam a identificar as
2018 em pacientes de oncologia
necessidades relacionadas ao paciente, melhorando a
continuidade do atendimento
A clínica de monitoramento de quimioterapia oral com
Estabelecer uma clínica de
ajuda do farmacêutico clínico desempenhou um papel
monitoramento de
Estudo proativo para identificar erros de medicação evitáveis,
BATTIS et quimioterapia oral para
intervencional monitorar a terapia de medicação, melhorar a adesão,
al. 2017 garantir o tratamento seguro
prospectivo gerenciar reações adversas a medicamentos e restabelecer
e eficaz dos pacientes já
o atendimento aos pacientes que perderam o
atendidos
acompanhamento.

Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.7, n.12, p. 112754-112772 dec. 2021


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ISSN: 2525-8761

Os serviços de farmácia clínica podem ter eficácia


Identificar os problemas otimizada da terapia e prevenir efeitos adversos. As
Estudo relacionados a medicamentos intervenções farmacêuticas foram altamente reconhecidas
BOSNAK et
intervencional e compreender os benefícios por oncologistas e pacientes; isso pode indicar a presença
al. 2019
prospectivo dos farmacêuticos para o de uma grande conveniência e necessidade de
tratamento implementar serviços de farmácia clínica em hospitais
alternativos.

Fonte: elaborado pelos autoreseações adversas a medicamentos reportadas por farmacêuticos

O farmacêutico é o principal sujeito a reportar reações adversas, em sua maioria


4x ao ano, e em sua maioria é o que maior tem conhecimento em reportar esses eventos
de forma adequada, estudos realizados por Thorne e colaboradores, por meio de um
questionário para avaliar profissionais de saúde oncológica no Reino Unido, demonstram
que farmacêuticos tendem a reportar reações adversas ao menos 4 vezes ao ano, sendo o
que mais reportam em casos de reações adversas graves. Estes profissionais, usualmente
utilizam plataformas como a “Yellow Card Scheme”, um esquema do governo britânico
para reportar reações adversas.
Contudo, os profissionais de saúde podem não reportar reações adversas em
tratamentos oncológicos, devido, em sua maioria, o tempo demorado ou inconveniência
do método, assim como não acharem importante ou não conseguir decidir quando fazer.
Isso pode ocorrer pela falta de conhecimento do profissional em relação a importância de
reportar reações adversas e até mesmo identificá-las (THORNE et al. 2018; SHRESTHA
et al. 2020).
De fato, o farmacêutico clínico deve estar preparado para realizar intervenções de
tratamento em casos de reações adversas com medicamento quimioterápicos como o caso
do 5-fluorouracil, do qual já foi relatado reações adversas graves como o acidente
vascular cerebral, considerado uma reação rara, porém grave e que pode ocorrer em
pacientes de baixo risco de AVC (Karthikeyan1, 2020). Além do 5-fluorouracil, a
literatura relata outros quimioterápicos como os inibidores de multiquinase, como o
sorafenibe, em que um dos principais efeitos adversos observados é a síndrome mão-pé,
com prevalência de 55% dos pacientes estudados. Além desta, também se observou
reações adversas como anemia, hipertensão, anorexia e trombocitopenia, reações estas
que com a devida intervenção do farmacêutico, podem ser evitadas ou minimizadas
(OCHI et al. 2018). Outros estudos com sorafenibe já reportam neuropatia e descamação
da pele como efeitos mais comuns (FORNASIER et al. 2018).
Terapias medicamentosas com levantinibe também levaram a mais de 80% de
suspensão temporária do tratamento devido a presença de reações adversas, das quais

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principalmente foram síndrome mão-pé, proteinúria, trombocitopenia, anorexia e fadiga


(SUZUKI et al. 2020). Já terapias com afatinibe as reações adversas mais comuns foram
diarreia, erupção cutânea/reações cutâneas, estomatite/mucosite e paroníquia
(KHRYSTOLUBOVA et al. 2020). Já terapias com imatinibe foi observado maior
prevalência de lacrimejamento e edema de pálpebra, enquanto terapias com sunitibe
relata-se hipotiroidismo, descamação de pele e dor musculoesquelética (FORNASIER et
al. 2018).
Conhecimentos em farmacovigilância são essenciais em oncologia, pois o torna
as notificações dessas reações adversas cada vez mais relevantes e induz a notificação
espontânea que pode gerar novos sinais sobre reações adversas a medicamentos. Realizar
o monitoramento do paciente dessa forma, melhora sua satisfação e diminui a suspensão
de medicamentos ou a autorregulação e, consequentemente, os efeitos adversos. O
farmacêutico é, dessa forma, constantemente contatado pelos pacientes e profissionais da
saúde para se realizar mudanças no tratamento ou no manejo de reações adversas
(FORNASIER et al. 2018).
Reações adversas são os um dos problemas relacionados a medicações mais
comumente observados nas terapias quimioterápicas. Vucur e colaboradores (2020),
realizando um estudo observacional, relatou que um dos principais problemas nos
tratamentos quimioterápicos em pacientes oncológicos foram reações adversas presentes
em quase todos as sessões de quimioterapia, juntamente com duração de tratamento e
intervalos de dosagem inapropriados. Kucuk e colaboradores (2020) observaram que
cerca de 36% dos problemas relacionados a drogas em pacientes oncológicos se trata de
reações adversas, sendo os mais comuns problemas hematológicos, disfunção tireoidiana
e erupções cutâneas.
Mais de 70% de eventos adversos encontrados em reações adversas relatadas
demonstravam se tratar de reações sérias e graves (nível 3 e 4) em um estudo de avaliação
de intervenção farmacêutica (VANTARD et al. 2015). SUZUKI et al. 2019 observou que,
das intervenções farmacêuticas realizadas em uma clínica ambulatorial para pacientes
com câncer, 20% eram tratamentos para reações adversas das quais as mais comuns eram
de vômitos, náuseas ou constipação e de reações cutâneas e de pele, sendo importante
ressaltar que o farmacêutico deve estar apto a reconhecer estas reações adversas e intervir
com uma terapia medicamentosa.
Patel e Gurumurth (2019) também observou que o vômito era uma das reações
adversas mais comuns, seguido de alopecia, diarreia, mielossupressão e reações de pele

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e cutâneas. Reações das quais em sua maioria eram causadas por frequência de
administração inadequada e regime de antieméticos, falta de cuidados de suporte e erros
de administração.
Estudos observacionais em um hospital-escola na Índia, demonstram que a
maioria das reações adversas a medicamentos são em sua maioria reações adversas
prováveis, causadas por quimioterápicos do tipo agentes alquilantes, antimetabólitos e
alcaloides de plantas. As reações adversas normalmente são vistas em pacientes mais
velhos, e se maximizam naqueles que tem comorbidades (REJI et al. 2018).

4 A INTERVENÇÃO DO FARMACÊUTICO EM TRATAMENTOS


ONCOLÓGICOS
A atuação do farmacêutico está principalmente em intervir na farmacoterapia
diminuindo as causas das reações adversas, estas causas estão principalmente
relacionadas a seleção do medicamento, uso do medicamento e seleção da dose. Estudos
feitos em um ambulatório de oncologia hospitalar relata que a intervenção farmacêutica
pode variar a nível de prescritor, com aconselhamento ao médico; a nível de droga, onde
há a mudança de doses, mudança de medicação ou suspensão do tratamento; e a nível de
paciente, com aconselhamento ao paciente ou familiares/cuidadores. Neste estudo,
obteve-se um total de 96% de aceitação da intervenção, com 65% dos problemas
relacionados a medicações sendo solucionados, otimizando os resultados dos tratamentos
em pacientes (KUCUK et al. 2019). Em estudos feitos em 2020, com inibidores de
controle imunológico demonstraram que a taxa de aceitação das intervenções também foi
de 96%, obtendo 70% de atenuação dos sintomas (SAITO et al. 2020).
Umar, Apikoglu-Rabus, Yumuk (2020) também relatam que, em um programa de
manejo de medicações, a maioria das intervenções feitas por farmacêuticos são a nível de
prescritor, quase 70%, enquanto o restante das intervenções foi feito a nível de drogas,
com taxa de aceitação de 93%, e destas intervenções, 90% delas foram solucionadas.
Os objetivos do serviço de atenção farmacêutica em oncologia incluem: otimizar
os regimes de quimioterapia, minimizar os efeitos colaterais/toxicidade, fornecer
educação sobre medicamentos e apoio psicológico e melhorar o resultado e a qualidade
de vida dos pacientes. Intervenções farmacêuticas obtiveram eficácia evidente em
pacientes com câncer, aumentando significativamente o conhecimento relacionado à
quimioterapia, melhorando as emoções positivas e corrigindo alguns comportamentos
ruins quanto à terapia (WANG, WU e XU, 2015).

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VANTARD et al. 2015 em avaliação de intervenções farmacêuticas no cuidado


ao câncer, relata que mais de 50% das intervenções realizadas estavam relacionadas à
dosagem incorreta, seja de subdosagem ou superdosagem, sendo caracterizadas como
erro de cálculo, omissão da dose de ajuste e má escolha de tratamento antineoplásico,
desses casos até mesmo dosagens fatais puderam ser prevenidas. Em casos de reações
adversas, o farmacêutico interveio em sua maioria propondo redução de dose, seguida de
descontinuação do tratamento e troca da medicação. Discrepâncias em tratamentos
oncológicos também são foco de intervenções farmacêuticas que incluem alterações de
dose, adições de medicamentos, adições de produtos fitoterápicos e medicamentos
descontinuados (ASHJIAN et al. 2015).
Em terapias com levantinibe farmacêuticos de uma clínica ambulatorial
realizaram 125 intervenções das quais em sua maioria foram realizadas com um
fluxograma próprio de manejo de reações adversas seguido de optar pelo
interrompimento temporário do tratamento após relato de reações adversas a
medicamentos, melhorando a terapia com a medicação. Intervenções estas que podem ser
realizadas por meio de telefone, tornando um acompanhamento útil para identificar
reações adversas graves a medicamentos em pacientes em casa (SUZUKI et al. 2020).
Suzuki e colaboradores (2019), em estudos observou que um farmacêutico
oncologista deve estar clinicamente preparado para diagnosticar com sucesso as reações
adversas para realizar as intervenções adequadas, de forma a administrar novas
medicações para minimizar estes efeitos adversos.
A intervenção farmacêutica pode vir não somente na proposição de novas terapias
para os problemas relacionados aos antineoplásicos administrados, mas também na
prestação de serviços por meio de veiculação de informação terapêutica e de
medicamentos em ambiente de cuidados oncológicos para pacientes e para a equipe
multiprofissional, otimizando assim os tratamentos e manejo de reações (PATEL e
GURUMURTH, 2019). Uma educação ao paciente eficaz torna o tratamento mais efetivo,
juntamente com o ajuste de dose e indicação de medicações OTC ou medicação prescrita,
beneficiando o paciente para um tratamento menos doloroso (KHRYSTOLUBOVA,
2020).
Uma pesquisa para coletar feedback sobre serviços de farmácia oncológica
respondidos por equipe médica que obteve resposta satisfatórias ao serviço de
gerenciamento de terapia medicamentosa, observando sua utilidade no desenvolvimento
de protocolos de quimioterapia para pacientes individuais, na garantia a dosagem correta

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de medicamentos anticâncer e para identificar e resolução de problemas relacionados com


medicamentos antes destes alcançar pacientes. A revisão da terapia medicamentosa por
farmacêuticos clínicos melhora na reconciliação de medicamentos e no monitoramento
da segurança de medicamentos (PATEL e GURUMURTH, 2019).
Farmacêuticos também podem ser responsáveis pelo monitoramento de pacientes
oncológicos, e desta forma garantir que estes continuem seu tratamento, considerando
que muitos abandonam a terapia devido a efeitos adversos e outros problemas
relacionados a drogas. O farmacêutico, por meio de educação e monitoramento destes
pacientes, busca a realização de ações interventivas para atenuar efeitos adversos e
demonstrar a importância da adesão ao tratamento, melhorando a segurança do paciente
e fornecendo ações imediatas para corrigir erros em medicações (BATTIS et al. 2017).

5 A INTERAÇÃO DO FARMACÊUTICO JUNTO À EQUIPE


MULTIPROFISSIONAL
A colaboração entre o farmacêutico e a equipe multiprofissional, seja com
médicos ou enfermeiros, diminui as chances de incidências de reações adversas assim
como otimiza o tratamento quimioterápico e melhora a qualidade de vida do paciente,
como pode ser observado em estudos de terapia direcionada em que a aceitação da
intervenção farmacêutica solucionou mais de 60% dos problemas relacionados a
medicação (KUCUK et al. 2019).
O conhecimento do profissional farmacêutico de farmacovigilância e
reconhecimento de reações adversas, assim como a sua importância em reportá-las
torna-o um profissional mais apto a identificar essas reações e colaborar com a equipe
multiprofissional. Isso é observado na necessidade de assistência farmacêutica em
hospitais de câncer, onde há relatos de grandes números de problemas relacionados à
medicação, dos quais o farmacêutico pode facilmente intervir e com a devida aceitação
dos médicos responsáveis, aumentam a qualidade de vida do paciente (VUCUR et al.
2020; THORNE et al. 2018).
Propostas de intervenção educacionais podem ser um ótimo método de aumentar
o conhecimento da equipe multiprofissional em relação à farmacovigilância e reações
adversas, dos quais podem ter um aumento de até 100% no conhecimento relacionado a
reportar reações quando for necessário e das responsabilidades dos profissionais quanto
ao manejo dessas reações (SHRESTHA et al. 2020).

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A colaboração entre farmacêuticos, médicos e enfermeiras no tratamento


ambulatorial é benéfica, no entanto, esses serviços são limitados e precários. Suzuki e
colaboradores (2020) observaram o impacto de intervenções farmacêutica em
colaboração com oncologista no tratamento de reações adversas a medicamentos, onde
relatam que das intervenções feitas pelos farmacêuticos e aceitas por oncologistas, 57%
obtiveram resultado bem-sucedido na diminuição do efeito de reações adversas,
sugerindo tratamentos alternativos para minimizar estas reações.
A prestação de serviços por meio de veiculação de informação terapêutica e de
medicamentos em ambiente de cuidados oncológicos é um dos mais importantes papeis
do farmacêutico na equipe multiprofissional, grande parte dessas informações são sobre
a busca na melhoria do atendimento ao paciente, atualização de conhecimentos e até
mesmo no treinamento de enfermeiros no manejo dos tratamentos e do paciente. Também
pode-se citar uma das principais informações relatadas de farmacêuticos para a equipe
são relacionadas a reações adversas a medicamentos e seu manejo, ajustes de dose,
cuidados de suporte relacionados, contraindicações, medicamento interações,
gerenciamento de comorbidades e seleção de quimioterapia em populações especiais.
Demonstrando que o profissional deve estar apto não somente de conhecimento, mas
também de metodologia para repassar essas informações de forma clara e suscinta
(PATEL e GURUMURTH, 2019).
Uma colaboração entre profissionais da saúde na avaliação de efeitos adversos em
pacientes oncológicos é precária, isso devido também a grande carga de trabalho destes
profissionais. O farmacêutico também não é um membro habitual da equipe de saúde,
tendo ganhado mais recentemente seu espaço na equipe multiprofissional. Contudo,
estudos observam que uma permanência mais próxima do farmacêutico ao paciente no
monitoramento da terapia aumenta oportunidades de melhorar esta comunicação com
pacientes e outros profissionais da saúde, aumentando continuidade do cuidado
(BAYRAKTAR-EKINCIOGLU e KUCUK, 2018).

6 CONCLUSÃO
A quimioterapia em si é multiprofissional, tendo como destaque também o
profissional farmacêutico. A alta prevalência de reações adversas a medicações é
observada em tratamentos quimioterápicos o que leva ao abandono da terapia,
desconforto e diminuição da qualidade de vida do paciente. No entanto, o tratamento pode
ser facilmente otimizado com intervenções do farmacêutico nas medicações ou com

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medidas junto à equipe multiprofissional, tornando a terapia mais eficaz e evitando


problemas relacionados a medicações. As intervenções do farmacêutico oncológico nos
estudos observados foram muito bem aceitas pelos prescritores e havendo a redução
significativa de reações adversas e outros problemas relacionados a medicamentos,
havendo também maior promoção da colaboração entre médicos, farmacêuticos clínicos
e enfermeiros estimulando o trabalho multidisciplinar.

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