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Tratamento Odontológico em Pacientes Com Câncer

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA

FELIPE DE CARVALHO SANTOS

TRATAMENTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTES COM CÂNCER: REVISÃO


SISTEMÁTICA

Natal-RN

2014
FELIPE DE CARVALHO SANTOS

TRATAMENTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTES COM CÂNCER: REVISÃO


SISTEMÁTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Odontologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
requisito para conclusão da graduação.

Orientador: Prof. Dr. Antonio de Lisboa


Lopes Costa

Natal-RN
2014
Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia
Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.
Santos, Felipe de carvalho.
Tratamento odontológico em pacientes com câncer: revisão sistemática / Felipe
de Carvalho Santos. – Natal, RN, 2014.
20 f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Antonio de Lisboa Lopes Costa.

Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal do Rio


Grande do Norte. Centro de Ciências da Saúde. Departamento de Odontologia.

1. Odontologia – Monografia. 2. Câncer – Monografia. 3. Pacientes –


Monografia. 4. Tratamento – Monografia. I. Costa, Antonio de Lisboa Lopes. II.
Título.

RN/UF/BSO Black D65


FELIPE DE CARVALHO SANTOS

TRATAMENTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTES COM CÂNCER: REVISÃO


SISTEMÁTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


ao Curso de Odontologia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como
requisito para conclusão da graduação.
AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente à Deus, por ser meu principal guia e suporte, não só
na vida acadêmica, mas em todas as partes da minha vida. Agradeço à minha
principal base, meus pais (Francisco e Marilene) e meu irmão (Danilo), pelo apoio
incondicional e por sempre acreditar na minha capacidade, sempre torcendo pela
minha vitória. Agradeço à todos os meus familiares que também sempre me
apoiaram, em especial meus avós paternos (Antônia e Manuel) e maternos (Carlos e
Francisca). Agradeço à minha namorada (Laisy) pela compreensão, carinho e força
passados diariamente. Agradecimento especial ao orientador Prof. Dr. Antônio
Lisboa Lopes Costa, primeiramente por ter me ajudado e me apoiado em trabalhos
científicos, além de ter me proporcionado a experiência da iniciação científica,
fundamental na minha carreira acadêmica e, por último, pela orientação prestada no
seguinte trabalho. Agradeço a todos os colegas de curso, em especial aos da minha
turma, por todo companheirismo e amizade, que levarei pelo resto da vida.
4

Tratamento odontológico em pacientes com câncer: revisão sistemática

Dental treatment in patients with cancer: a systematic review

Felipe de Carvalho SANTOS

Antonio de Lisboa Lopes COSTA

RESUMO

O seguinte trabalho tem como objetivo abordar o tratamento odontológico do


paciente oncológico, destacando o que deve ser feito em cada etapa da doença.
Foram utilizadas como fontes de pesquisa: artigos coletados das seguintes bases de
dados eletrônicas: PubMed, SciELO e LILACS, nos idiomas Inglês, Português e
Espanhol, no período de 2004 até 2014. Além de uma referência obtida no site da
Organização Mundial de Saúde. O critério de inclusão definido foi artigos que
relatam a correlação entre o atendimento odontológico e os pacientes oncológicos,
incluindo aspectos relacionados ao tratamento da doença, manejo clínico
odontológico e manifestações orais. O critério de exclusão definido foi artigos que
relatavam aspectos relacionados ao tratamento odontológico de pacientes com
câncer, restringindo-se, apenas, a uma única especialidade da odontologia, além de
artigos que abordavam apenas características clínicas e/ou histopatológicas da
doença. As estratégias de busca foram realizadas utilizando as seguintes palavras:
“odontologia”, “câncer”, “pacientes”, “tratamento”. Sendo utilizadas um total de 20
referências. 10 estudos abordavam o tratamento do câncer, 18 estudos abordavam
as manifestações orais e 18 estudos abordavam o manejo clínico odontológico. O
tratamento oncológico em si pode proporcionar algumas manifestações orais,
destacando-se a mucosite e a osteorradionecrose, infecções fúngicas e virais, perda
do paladar, trismo, cárie de radiação, xerostomia, alterações no periodonto, dentre
outras. O cirurgião-dentista precisa conhecer as características da doença, para que
possa atuar dentro do seu campo de atuação, proporcionando uma melhor
qualidade de vida ao paciente, atuando em cada etapa da doença, de acordo com
as necessidades do paciente.

Termos de indexação: odontologia, câncer, pacientes, tratamento.

ABSTRACT

This study aimed to approach the dental treatment of cancer patients, highlighting
what should be done at each stage of the disease. It was used as sources of
research papers collected from the following electronic databases: PubMed, SciELO
and LILACS, in languagues English, Portuguese and Spanish, during 2004 to 2014.
Apart from a reference obtained from the World Health Organization website. The
criterion of defined inclusion were papers that report the correlation between dental
care and oncology patients, including aspects related to treatment of the disease,
5

clinical dental conduct and oral manifestations. The criterion of defined exclusion
were papers that described aspects related to dental treatment of patients with
cancer, restricting only to a single specialty of odontology, as well as papers that
approach only clinical and/or histopathological characteristics of the disease. The
search strategies were performed using the following words: "odontology", "cancer",
"patients", "treatment". Being used in this paper a total of 22 references, 10 studies
approached the treatment of cancer, 18 studies approached the oral manifestations
and 18 studies approached the clinical dental conduct. The cancer treatment itself
can provide some oral manifestations, especially mucositis and osteoradionecrosis,
fungal and viral infections, taste loss, trismus, radiation caries, xerostomia, changes
in the periodontium, among others. The dentist needs to know the characteristics of
the disease, so you can work within your field of expertise, providing a better quality
of life for the patient, performing at each stage of the disease, according to the
patient's needs.

Indexing terms: odontology, cancer, patients, treatment.

INTRODUÇÃO

Define-se como câncer, a multiplicação e o crescimento de células de


maneira desordenada, que pode ou não invadir outras células e tecidos, diferentes
dos de origem. Caracteriza-se por uma perda do controle dos mecanismos
responsáveis pela divisão celular e por essa possível capacidade de se difundir e
invadir outras estruturas corporais, processo denominado de metástase1.
A nomenclatura dada ao tipo de câncer varia de acordo com o tipo celular
envolvido. Dessa forma, um tumor maligno originado do epitélio de revestimento é
denominado de carcinoma, um tumor maligno originado do epitélio glandular é
denominado adenocarcinoma, dentre outros exemplos.
O câncer se desenvolve a partir de um processo denominado carcinogênese,
que pode levar muitos anos. Processo esse, resultado da interação de vários fatores
endógenos e/ou exógenos, responsáveis pelo início, desenvolvimento, proliferação e
inibição do tumor. É de extrema importância nesse processo, a resposta do indivíduo
frente ao distúrbio, podendo facilitar ou dificultar o progresso da doença1.

O câncer é uma das principais causas de morte no mundo e, em 2008,


causou 7,6 milhões de mortes. Espera-se que continue a aumentar as mortes por
câncer em todo o mundo e alcancem o número de 13,1 milhões em 2030. O
tratamento do câncer requer uma seleção cuidadosa de uma ou mais modalidades
6

terapêuticas, tais como cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. O objetivo é o de


curar a doença ou prolongar significativamente a sobrevivência e melhorar a
qualidade de vida do paciente. O diagnóstico e tratamento do câncer se
complementam com apoio psicológico 2.

De acordo com essas definições, entendemos o quanto esse distúrbio é


complexo, tanto do ponto de vista epidemiológico, pois alguns tipos de câncer
envolvem diversos fatores sociais, tanto do ponto de vista biológico, pois afeta
diferentes estruturas e varia de acordo com o tipo e o indivíduo afetado. Dessa
forma, percebe-se a importância de um diagnóstico correto e precoce, além de um
tratamento adequado.
Importante destacar também, que devido à complexidade do problema, se faz
necessária a existência de toda uma equipe multiprofissional de saúde, que trabalhe
desde o diagnóstico da doença, tratamento e cuidados futuros, para que possam ser
minimizados os prejuízos causados pela doença, sendo possível oferecer uma
melhor qualidade de vida ao paciente envolvido. Percebe-se que a doença é um dos
principais problemas de saúde pública do mundo, então se faz necessário que essa
equipe esteja devidamente preparada para tratar e acompanhar esses pacientes.
Já é comprovada cientificamente a existência de uma relação entre os
tratamentos realizados em pacientes oncológicos e o desenvolvimento de lesões
orais. Relação essa que varia de acordo com o tipo de câncer e o paciente. Dessa
forma, se torna importante o entendimento da correlação entre as manifestações
orais e as drogas e/ou radiação utilizadas no tratamento, para que os efeitos possam
ser minimizados, provocando menos danos ao paciente. Isso reforça a necessidade
da existência do dentista na equipe multiprofissional, sempre havendo uma inter-
relação entre os profissionais3.
É necessário então que, além da existência do dentista na equipe
multiprofissional de saúde, esse profissional tenha conhecimentos suficientes para
minimizar os efeitos orais que surgem em consequência do tratamento, dando
suporte ao paciente em todas as etapas da doença. Importante também, manter a
saúde bucal do paciente envolvido, diminuindo possíveis focos de infecção, que
tenham a chance de prejudicar o indivíduo imunossuprimido.
O trabalho em questão tem como objetivo abordar o tratamento odontológico
do paciente oncológico, através de uma revisão sistemática da literatura, destacando
7

a importância do dentista na equipe multiprofissional de saúde, estabelecendo o que


deve ser feito em cada fase da doença e a importância dessa intervenção.
Destacando a necessidade de compreensão do desenvolvimento do câncer pelo
dentista, com o intuito de proporcionar um melhor acompanhamento ao paciente
envolvido.
METODOLOGIA
O trabalho caracteriza-se como uma revisão sistemática da literatura,
utilizando, como fontes de pesquisa, artigos coletados das seguintes bases de
dados eletrônicas: PubMed, SciELO e LILACS. Foram utilizados artigos nos idiomas
Inglês, Português e Espanhol. Os estudos pesquisados corresponderam ao período
de 2004 até 2014. Além disso, também foi utilizado como instrumento de pesquisa o
sites da Organização Mundial de Saúde. O critério de inclusão definido foi artigos
que relatam a correlação entre o atendimento odontológico e os pacientes
oncológicos, incluindo aspectos relacionados ao tratamento da doença, manejo
clínico odontológico e manifestações orais. O critério de exclusão definido foi artigos
que relatavam aspectos relacionados ao tratamento odontológico de pacientes com
câncer, restringindo-se, apenas, a uma única especialidade da odontologia, além de
artigos que abordavam apenas características clínicas e/ou histopatólogicas da
doença não relacionando à intervenção odontológica. As estratégias de busca foram
realizadas utilizando as seguintes palavras: “odontologia”, “câncer”, “pacientes”,
“tratamento”, “cancer”, “patients”; “treatment” e “dentistry”, utilizando as combinações
tratamento odontológico e pacientes com câncer e dental treatment in patients with
cancer.

RESULTADOS

Na base de dados PubMed, foram encontrados 20 artigos, porém apenas 3 se


enquadravam nos critérios de inclusão estabelecidos no trabalho. No LILACS, foram
encontrados 19 artigos, sendo utilizados para esse trabalho 8 dos que foram
encontrados, dentro dos padrões estabelecidos. Na base de dados SciELO, foram
encontrados 12 artigos, dos quais 8 foram selecionados como referência do
trabalho, já que se encaixavam dentro da metodologia proposta.

No total, foram utilizadas 20 referências, das quais havia 1 referência extraída


de um site (Organização Mundial da Saúde) e 19 artigos científicos encontrados nas
8

bases de dados eletrônicas determinadas. Foi verificado que em 10 estudos (45,4%)


relatou-se o tratamento do câncer, através de um dos três métodos (cirurgia,
quimioterapia e radioterapia) ou as associações, relacionando com as indicações, os
efeitos colaterais e a eficácia do tratamento proposto. Em 18 estudos (81,8%) foram
analisadas as manifestações orais decorrentes da própria doença ou em virtude do
tratamento executado. Verificou-se que em 18 estudos (81,8%) foi relatada a
importância do manejo clínico odontológico, desde as fases iniciais da doença, com
o intuito de adequar o meio bucal do paciente, até as fases seguintes, amenizando
as manifestações orais e eliminando possíveis focos de infecção.

Todos os artigos que correlacionavam as manifestações orais com o câncer


relatavam a grande possibilidade de surgir complicações no meio oral em virtude
dos tratamentos quimioterápicos e/ou radioterápicos, dando destaque principalmente
a mucosite e a osteorradionecrose. Todos os artigos que correlacionavam o manejo
clínico odontológico com o câncer relatavam a importância do conhecimento do
cirurgião-dentista sobre a doença, para que ela possa intervir da melhor maneira
possível, dentro do seu campo de atuação, sempre com o intuito de proporcionar
uma melhor qualidade de vida ao paciente.

DISCUSSÃO

Atualmente, o tratamento do câncer é feito através de cirurgia, radioterapia e


quimioterapia, podendo ser realizado apenas um método ou a associação de dois ou
mais métodos, de acordo com as características da doença. Dentre os citados, o
cirúrgico é o único que atua especificamente no tecido afetado. A quimioterapia e a
radioterapia atuam através da inibição ou destruição de células, não diferenciando
as células neoplásicas das células normais, dessa forma, é evidente que há uma
maior chance de surgimento de efeitos colaterais. Já na fase pré-tratamento, é
necessária a eliminação de sítios de infecção, como por exemplo, dentes cariados
ou doenças gengivais4,3.

Quando se estabelece um determinado tratamento, deve ser pensado que


impacto o mesmo exercerá em todos os aspectos da vida do paciente. Existe uma
relação entre a qualidade de vida e a saúde oral, dessa forma devem ser tomadas
medidas que visem minimizar os danos causados pelo tratamento estabelecido5,3.
Dessa forma, torna-se necessário o conhecimento por parte do profissional sobre
9

essa relação entre a qualidade de vida, saúde oral e o tratamento indicado ao


paciente.

As neoplasias são a segunda causa de mortes por doença no mundo, e cerca


de 70% dos pacientes doentes receberão quimioterapia antineoplásica no decorrer
do tratamento. Dependendo do tipo, da dosagem e da frequência de utilização dos
agentes quimioterápicos, severas complicações bucais podem surgir 3.

Estima-se que cerca de 40% dos pacientes oncológicos que realizam


tratamento antineoplásico irão apresentar comprometimentos na cavidade oral, em
virtude da estomatotoxicidade direta ou indireta. Dando destaque à mucosite,
xerostomia e infecções fúngicas ou virais3,6. Outras possíveis manifestações orais
relatadas na literatura são: perda do paladar, trismo, cárie de radiação e
osteorradionecrose7,8,9. Alterações estruturais de natureza química e física também
podem ocorrer no esmalte e na dentina, enfraquecendo os tecidos, tornando-os mais
susceptíveis ao desenvolvimento de processos cariosos10.

A relação entre as neoplasias e as manifestações bucais é definida por uma


série de variáveis, que podem estar relacionadas ao paciente e/ou a terapia. No que
diz respeito ao paciente, as principais variáveis são idade, diagnóstico, tipo de
câncer e suas características e as condições orais antes e durante a terapia
antineoplásica. Já em relação a terapia, as variáveis de mais destaque são o tipo da
droga, a dosagem, frequência de uso e tratamento concomitante11,6. O tratamento
quimioterápico, necessário em grande parte dos casos de câncer, provoca no
indivíduo um estado de imunossupressão e, dentre outras sequelas, provoca
manifestações na cavidade oral. Isso deve ser analisado adequadamente, pois
apresenta uma grande importância na medida em que pode alterar o tratamento
proposto12,8.
Uma das alterações de maior destaque é a mucosite, distúrbio de etiologia
multifatorial, que ocorre em virtude da quimioterapia e/ou radioterapia,
caracterizando-se como uma resposta inflamatória da mucosa oral. Clinicamente
apresenta regiões avermelhadas, com a presença de úlceras, sangramento e
edema, geralmente associado a dor, desconforto, afetando diretamente a qualidade
de vida do paciente, além de prejudicar a sua higienização oral6,7. A literatura aponta
como tratamentos propostos para a mucosite: aplicação de anestésicos tópicos para
10

aliviar os sintomas instalados e o uso de analgésicos sistêmicos, em caso de dores


mais severas11. Além disso, recomenda-se interromper alguns hábitos prejudiciais,
como o uso do fumo e do álcool, substituição de próteses mal adaptadas, utilizando-
as o mínimo possível durante o tratamento6,8, além de bochechos com clorexidina a
0,12% ou 0,2%, duas vezes ao dia11,8. Alguns estudos apontam que a utilização de
aspirina (ácido acetil salicílico), 4 vezes ao dia, via oral, aliviam o desconforto 11.
Corticosteróides, como a prednisona, 40 a 80 mg, via oral, diariamente durante 1
semana, também teriam o mesmo efeito8. A literatura também aponta como
modalidade terapêutica (podendo ser utilizada também na prevenção) o laser de
baixa potência6, 4, 11.
A radioterapia é amplamente utilizada no tratamento de neoplasias, que visa a
destruição de células tumorais através de feixes de radiação ionizante, sendo que
esta modalidade de tratamento tem a possibilidade de gerar diversos efeitos
colaterais, já que também atinge células consideradas normais7. A
osteorradionecrose tem como principais fatores predisponentes: higienização oral
deficiente, doença periodontal, cáries, abscesso dento-alveolar, localização
anatômica do tumor, dentre outros 7,8. Importante citar que o uso de álcool e/ou
tabaco também pode aumentar as chances de desenvolvimento da
osteorradionecrose8,9. A literatura aponta como possíveis tratamentos para a
osteorradionecrose: a oxigenação hiperbárica, onde o paciente entra em uma
câmara, com alta concentração de oxigênio em alta pressão atmosférica, onde o
mesmo é absorvido pelo organismo, servindo para melhorar a cicatrização9. Porém,
esse tratamento não seria suficiente, teria que ser associado ao tratamento cirúrgico,
de acordo com o caso7,8,9.

“Tem sido demonstrado na literatura que a avaliação e a abordagem odontológica


realizada antes do início da radioterapia resultam em: redução dos efeitos indesejáveis da
radioterapia, otimização do tratamento e melhora da qualidade de vida dos pacientes”13.

Em relação ao tratamento radioterápico, o cirurgião-dentista deve atuar nas


infecções e/ou alterações que já estejam presentes na cavidade oral, além de
prevenir novas alterações8. Basicamente, antes da radioterapia, devem ser tomadas
medidas como: instruções de higiene oral, profilaxia, aplicação tópica de flúor,
tratamentos restauradores, tratamento periodontal, exodontias necessárias e
eliminação de traumas. Durante a radioterapia, deve-se tomar as seguintes medidas:
controle e orientação de higiene bucal, uso de flúor tópico, exodontia são contra-
11

indicadas. Após a radioterapia, devem ser tomadas as seguintes medidas: controle e


orientação de higiene bucal, evitar exodontias por um ano e devem ser feitas visitas
regulares ao consultório odontológico9,14.
O paciente irradiado possui o seu sistema imunológico comprometido, sua
capacidade de defesa contra infecções não atua de forma conveniente, a função dos
neutrófilos polimorfonucleares está suprimida, favorecendo o aparecimento de
infecções virais, bacterianas e fúngicas8. Somado a isso, o paciente irradiado possui
apresenta diminuição do fluxo salivar, comprometendo a função antibacteriana da
saliva. As infecções secundárias são tratadas com o uso de antifúngicos, antibióticos
sistêmicos ou tópicos, de acordo com o agente causador8,14.
A radiação usada no tratamento radioterápico provoca danos nos vasos
sanguíneos do periodonto. Radiograficamente nota-se espessamento do ligamento
periodontal e perda óssea trabecular. Essas alterações podem aumentar o risco de
doença periodontal e podem comprometer o tratamento realizado, devido mudanças
na capacidade de reparo e remodelação óssea. Dessa forma, o dentista deve intervir
promovendo um exame adequado do periodonto, estabelecendo um tratamento que
inclua orientações de higiene oral, raspagens e remoções de fatores de acúmulo de
placa. Esse acompanhamento periodontal deve ser mantido durante todo o
tratamento do paciente oncológico8.

Em alguns casos, o tratamento radioterápico provoca trismo, que se


estabelece de 3 a 6 meses após o término do tratamento, comprometendo o
movimento mandibular, dificultando a higiene bucal e outros cuidados odontológicos.
Para a melhora do quadro, recomenda-se a realização de exercícios fisioterápicos,
para propiciar uma melhor abertura bucal, e o uso de antiinflamatórios não
esteroidais (AINES), para aliviar a dor 8.

A xerostomia, efeito colateral comum no tratamento radioterápico e


quimioterápico, consiste em uma reação inflamatória degenerativa das células
serosas acinares das glândulas salivares que, somado ao estado sistêmico e
psicológico do paciente, leva a uma diminuição do fluxo salivar, encontrando-se
inferior a 0,3 ml/min. Esse distúrbio causa uma série de efeitos indesejáveis, como:
alteração do paladar, disfagia, perda de peso e do apetite, cáries (devido a
diminuição do efeito tampão da saliva), entre outros. Para que o distúrbio seja
evitado ou minimizado, durante a radioterapia, deve-se minimizar ao máximo a
12

exposição da glândula, além da utilização de saliva artificial e o estímulo de


alimentação líquida, feito para o paciente8.. Podem ser usados também sialogogos,
como a pilocarpina 5mg, via oral, 3 a 4 vezes ao dia, durante todo o tratamento 8,14.

O acompanhamento odontológico ao paciente que está realizando tratamento


oncológico tem como principais objetivos: remoção de focos infecciosos ativos e
remoção de fatores de risco que podem provocar complicações orais durante o
tratamento, como cáries extensas, infecções endodônticas e infecções
periodontais15. “Torna-se imprescindível a atuação do profissional da odontologia
dentro da equipe multidisciplinar do tratamento antineoplásico, tanto nas fases
iniciais de diagnóstico, quanto durante a terapia, realizando avaliações
estomatológicas e dando ao paciente condições de ser submetido às modalidades
terapêuticas com as melhores taxas de cura, prevenindo ou reduzindo os efeitos
colaterais”3.
Existem estudos que comprovam que em muitas situações o cirurgião-
dentista não participa ativamente do tratamento integrado do paciente oncológico,
seja por falta de acesso ao profissional, seja por falta de instrução, dentre outros
motivos. É evidente que o campo de atuação do dentista é a cavidade oral, mas ele
deve ter uma noção geral do estado de saúde do paciente, que danos o câncer
proporciona e deve interagir com os demais profissionais envolvidos na equipe
multiprofissional.5
É de extrema importância que, dentro da equipe multiprofissional de saúde, o
dentista esteja presente, intervindo dentro do seu campo de atuação, realizando a
eliminação de possíveis focos de infecção na cavidade oral, adequando o meio
bucal, realizando procedimentos odontológicos em todas as etapas do tratamento
odontológico, de acordo com as necessidades do momento, além de minimizar os
efeitos colaterais da quimioterapia e/ou radioterapia na cavidade oral 16,17.
Referindo-se mais especificamente ao câncer de boca, em muitas situações,
o diagnóstico precoce é dificultado, isso porque, dentre outros motivos, as
manifestações iniciais são assintomáticas, não sendo dada a devida importância
pelo portador e muitas vezes pelo profissional18,15. Em outros casos, esse
diagnóstico precoce é dificultado pela falta de acesso aos serviços de saúde. Dessa
forma, muitos casos de câncer de boca são diagnosticados tardiamente, em fases
mais avançadas, havendo uma maior dificuldade no tratamento e um pior
13

prognóstico18,14. Mais uma vez, torna-se evidente a importância do cirurgião-dentista


no diagnóstico de determinados tipo de câncer e a importância do conhecimento que
ele deve ter sobre a doença19,17.

O dentista deve intervir propiciando uma melhora das condições orais do


paciente, garantindo um maior conforto ao paciente. Isso pode ser feito de acordo
com a necessidade do paciente10. É importante que o dentista atue em conjunto com
a equipe multiprofissional, sendo responsável, juntamente com o radioterapeuta pela
prevenção e tratamento das possíveis complicações orais, sendo que o dentista é
quem vai intervir diretamente na cavidade oral com o intuito de minimizar as
alterações20,18.

Fica evidente, o quanto se torna importante o conhecimento das


características do câncer pelo cirurgião dentista, e as possíveis alterações que o
tratamento odontológico pode trazer de maneira tanto positiva quanto negativa a
esse distúrbio, como também a necessidade, muitas vezes, durante o tratamento de
ajustar condutas odontológicas para um melhor resultado, de acordo com o estado
de saúde do paciente20,10,19.

CONCLUSÃO

O câncer ainda é uma doença que atinge milhares de pessoas em todo o mundo.
Em virtude da sua complexidade, é exigida uma equipe multiprofissional de saúde
capacitada que atue de forma integrada com o intuito de curar ou prolongar a vida
do paciente, sempre propiciando uma melhor qualidade de vida ao mesmo. Dentre
esses profissionais, se faz necessária a existência do cirurgião dentista na equipe,
por uma série de motivos. Diante da pesquisa, foi possível perceber que as
alterações orais mais encontradas em pacientes com câncer são: mucosite,
xerostomia, infecções fúngicas, bacterianas e virais, perda do paladar, trismo, cárie
de radiação e osteorradionecrose.

O paciente oncológico necessita de um acompanhamento odontológico em todas


as etapas da doença. O dentista atua de forma preventiva, através de um
acompanhamento e orientação de higiene oral, e de forma curativa, eliminando
focos de infecção presentes que podem interferir no tratamento proposto ao paciente
ou tratando manifestações orais que surgem em virtude do tratamento
14

antineoplásico. O cirurgião-dentista deve atuar, portanto, dentro do seu campo de


atuação, sendo necessário um conhecimento, por parte desse profissional, das
características da doença, só assim ele poderá agir da maneira mais eficiente e
necessária.

REFERÊNCIAS

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cirurgiões-dentistas de Santa Catarina. RFO UPF. 2009;14(2):99-104.
20. Lima AAS, França BHS, Ignácio AS, Baioni CS. Conhecimento de alunos
universitários sobre câncer bucal. Rev Bras Cancerol. 2005;51(4):283-288.
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ANEXOS – NORMAS DA REVISTA ONDE O ARTIGO SERÁ PUBLICADO

A Revista aceita artigos inéditos em português, espanhol ou inglês, com título,


resumo e termos de indexação no idioma original e em inglês, nas seguintes
categorias:

a) Original: contribuições destinadas à divulgação de resultados de natureza


empírica, experimental ou conceitual de pesquisas inéditas tendo em vista a
relevância do tema, o alcance e o conhecimento gerado para a área da pesquisa;
b) Especial: artigos a convite sobre temas atuais;
c) Revisão: síntese crítica de conhecimentos disponíveis sobre determinado tema,
mediante análise e interpretação de bibliografia pertinente, de modo a conter uma
análise crítica e comparativa dos trabalhos na área, que discuta os limites e
alcances metodológicos, permitindo indicar perspectivas de continuidade de estudos
naquela linha de pesquisa. Serão publicados até dois trabalhos por fascículo;
d) Comunicação: relato de informações sobre temas relevantes, apoiado em
pesquisas recentes, subsidiando o trabalho de profissionais que atuam na área,
servindo de apresentação ou atualização sobre o tema;
e) Ensaio: trabalhos que possam trazer reflexão e discussão de assunto que gere
questionamentos e hipóteses para futuras pesquisas;
f) Caso Clínico: são artigos que representam dados descritivos de um ou mais casos
explorando um método ou problema através de exemplos. Apresenta as
características do indivíduo humano ou animal estudado, com indicação de suas
características, tais como, gênero, nível socioeconômico, idade entre outras.

Os manuscritos aprovados quanto à forma de apresentação serão


encaminhados ao Conselho Editorial, que considerará o mérito científico da
contribuição. Aprovados nesta fase, os manuscritos serão encaminhados aos
revisores ad hoc previamente selecionados pelo Conselho. Cada manuscrito será
enviado para dois relatores de reconhecida competência na temática abordada. Em
caso de desacordo, o original será enviado para uma terceira avaliação. Os
trabalhos que, a critério do Conselho Editorial ou de Assessores ad hoc, não forem
considerados convenientes para publicação na RGO - Revista Gaúcha de
Odontologia serão devolvidos aos autores em caráter definitivo.

Serão aceitos trabalhos acompanhados de declaração assinada por todos os


autores de que o trabalho está sendo submetido apenas à RGO - Revista Gaúcha
de Odontologia e de concordância com a cessão de direitos autorais. Se houver
figuras extraídas de outros trabalhos previamente publicados, os autores deverão
providenciar permissão, por escrito, para a sua reprodução. Esta autorização deve
acompanhar os manuscritos submetidos à publicação.

Autoria: O crédito de autoria deverá ser baseado em contribuições substanciais, tais


como concepção e desenho, análise e interpretação dos dados, redação ou revisão
crítica do manuscrito e na aprovação de sua versão final. Não se justifica a inclusão
de nome de autores cuja contribuição não se enquadre nos critérios acima,
podendo, nesse caso, figurar na seção Agradecimentos.

A RGO - Revista Gaúcha de Odontologia considera aceitável o limite máximo


de 6 autores por artigo. Entretanto, poderá admitir, em caráter excepcional, maior
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número de autores em trabalhos de maior complexidade, que deverão ser


acompanhados, em folha separada, de justificativa convincente para a participação
de cada um do(s) autor(es).

Os manuscritos devem conter, na página de identificação, explicitamente, a


contribuição de cada um dos autores.

O processo de avaliação por pares é o sistema de blind review, procedimento


sigiloso quanto à identidade tanto dos autores quanto dos revisores. O nome dos
autores é, propositalmente, omitido para que a análise do trabalho não sofra
qualquer influência e, da mesma forma, os autores, embora informados sobre o
método em vigor, não fiquem cientes sobre quem são os responsáveis pelo exame
de sua obra. No caso da identificação de conflito de interesse por parte dos
revisores, o Conselho Editorial encaminhará o manuscrito a outro revisor ad hoc. Os
pareceres dos consultores comportam três possibilidades: a) aceitação integral; b)
aceitação com reformulações; c) recusa integral. Em quaisquer desses casos, o
autor será comunicado.

A RGO - Revista Gaúcha de Odontologia está aberta a contribuições da


comunidade científica nacional e internacional, que contribuam para o estudo e
desenvolvimento científico na área de Odontologia e suas subáreas.

O texto deverá ser digitado em fonte Arial tamanho 12, com espaço 1,5 cm, e
limite máximo de 25 laudas. O papel deverá ser de tamanho A4, com formatação de
margens superior e esquerda (3 cm), inferior e direita (2 cm). Todas as páginas
devem ser numeradas a partir da página de identificação. Para esclarecimentos de
eventuais dúvidas quanto à forma, sugere-se consulta a este fascículo.

Os artigos devem ter, no máximo, 30 referências, exceto no caso de artigos


de revisão, que podem apresentar em torno de 50. A versão reformulada deverá ser
encaminhada por e-mail, indicando o número do protocolo e o número da versão.
O(s) autor(es) deverá(ão) enviar apenas a última versão do trabalho. O texto do
artigo deverá empregar fonte colorida (cor azul) para todas as alterações,
juntamente com uma carta ao editor, reiterando o interesse em publicar nesta
Revista e informando quais alterações foram processadas no manuscrito. Se houver
discordância quanto às recomendações dos revisores, o(s) autor(es) deverá(ao)
apresentar os argumentos que justificam sua posição. O título e o código do
manuscrito deverão ser especificados. Os prazos fixados para nova submissão dos
originais corrigidos serão informados no ofício que acompanha os originais e
deverão ser rigorosamente respeitados. A nova submissão fora dos prazos
estipulados acarretará no cancelamento definitivo do processo de avaliação e a
devolução definitiva dos originais.

Os elementos constituintes do texto devem ser dispostos segundo a


seqüência apresentada abaixo:

Especialidade ou área da pesquisa: uma única palavra que permita ao leitor


identificar de imediato a especialidade ou área à que pertence a pesquisa.
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Título: a) título completo em português e inglês ou espanhol, devendo ser conciso,


evitando excesso das palavras, como "avaliação do...", "considerações a cerca
de...", "estudo exploratório"; b) short title (título abreviado baseado no título original)
com até 50 caracteres. Nome do(s) autor(es): a) nome de todos os autores por
extenso, indicando o Departamento e/ou Instituição a que pertencem (incluindo
cidade, estado e país); b) será aceita uma única afiliação por autor. O(s) autor(es)
deverá(ão), portanto, escolher dentre suas afiliações aquela que julgar(em) a mais
importante; c) todos os dados da afiliação devem ser apresentadas por extenso, sem
nenhuma abreviação; d) endereço completo para correspondência de todos os
autores, incluindo o nome para contato, telefone e e-mail.

Observação: esta deverá ser a única parte do texto com a identificação dos autores.

Resumo: a) todos os artigos submetidos em português ou espanhol deverão ter


resumo no idioma original e em inglês, com um mínimo de 150 palavras e máximo
250 palavras. Os artigos submetidos em inglês deverão vir acompanhados de
resumo em português, além do abstract em inglês; b) para os artigos originais, os
resumos devem ser estruturados destacando objetivos, métodos básicos adotados,
informação sobre o local, população e amostragem da pesquisa, resultados e
conclusões mais relevantes, considerando os objetivos do trabalho, e indicando
formas de continuidade do estudo. Para as demais categorias, o formato dos
resumos deve ser o narrativo, mas com as mesmas informações; c) não deve conter
citações e abreviaturas.

Termos de indexação: correspondem às palavras ou expressões que identifiquem


o conteúdo do artigo. Para a escolha dos descritores, deve-se consultar a lista de
"Descritores em Ciências da Saúde - DeCS", elaborada pela BIREME, (disponível
em http://decs.bvs.br/) ou a lista de "MeSh - Medical Subject Headings" (disponível
em http://www.nlm.nih.gov/mesh/MBrowser.html). Devem ser apresentados um
mínimo de 3 e um máximo de 6 descritores.

Introdução: deve ser curta, definindo o problema estudado, sintetizando sua


importância e destacando as lacunas do conhecimento que serão abordadas no
artigo. Deve conter revisão da literatura atualizada e pertinente ao tema, adequada à
apresentação do problema, e que destaque sua relevância. Não deve ser extensa, a
não ser em manuscritos submetidos como Artigo de Revisão. Evitar ao máximo -
tanto na Introdução quanto na Discussão - frases em que o sujeito das orações são
autores, bem como a citação dos nomes dos mesmos.

Métodos: os métodos devem ser apresentados com detalhes suficientes para


permitir a confirmação das observações, incluindo os procedimentos adotados,
universo e amostra; instrumentos de medida e, se aplicável, método de validação;
tratamento estatístico. Em relação à análise estatística, os autores devem
demonstrar que os procedimentos utilizados foram não somente apropriados para
testar as hipóteses do estudo, mas também corretamente interpretados. Os níveis
de significância estatística (ex. p<0,05; p<0,01; p<0,001) devem ser mencionados.
Identificar com precisão todas as drogas e substâncias químicas utilizadas, incluindo
nome(s) genérico(s), dose(s) e via(s) de administração. Os termos científicos devem
ser grafados por extenso, em vez de seus correspondentes símbolos abreviados.
Incluem-se nessa classificação: nomes de compostos e elementos químicos e
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binômios da nomenclatura microbiológica, zoológica e botânica. Os nomes


genéricos de produtos devem ser preferidos às suas respectivas marcas comerciais,
sempre seguidos, entre parênteses, do nome do fabricante, da cidade e do país em
que foi fabricado, separados por vírgula. Informar que a pesquisa foi aprovada por
Comitê de Ética credenciado junto ao Conselho Nacional de Saúde e fornecer o
número do processo. Ao relatar experimentos com animais, indicar se as diretrizes
de conselhos de pesquisa institucionais ou nacionais - ou se qualquer lei nacional
relativa aos cuidados e ao uso de animais de laboratório - foram seguidas.

Resultados: devem ser apresentados com o mínimo possível de discussão ou


interpretação pessoal, acompanhados de tabelas e/ou material ilustrativo adequado,
quando necessário. Não repetir no texto todos os dados já apresentados em
ilustrações e tabelas. Dados estatísticos devem ser submetidos a análises
apropriadas.

Discussão: deve restringir-se ao significado dos dados obtidos, evitando-se


hipóteses não fundamentadas nos resultados, e relacioná-los ao conhecimento já
existente e aos obtidos em outros estudos relevantes. Enfatizar os aspectos novos e
importantes do estudo e as conclusões derivadas. Não repetir em detalhes dados ou
outros materiais já citados nas seções de Introdução ou Resultados. Incluir
implicações para pesquisas futuras.

Conclusão: parte final do trabalho baseada nas evidências disponíveis e pertinentes


ao objeto de estudo. As conclusões devem ser precisas e claramente expostas,
cada uma delas fundamentada nos objetos de estudo, relacionando os resultados
obtidos com as hipóteses levantadas. Evidenciar o que foi alcançado com o estudo e
a possível aplicação dos resultados da pesquisa; podendo sugerir outros estudos
que complementem a pesquisa ou para questões surgidas no seu desenvolvimento.
Não serão aceitas citações bibliográficas nesta seção. As conclusões devem ser
dispostas de forma corrida, isto é, evitar citá-las em tópicos.

Agradecimentos: podem ser registrados agradecimentos, em parágrafo não


superior a três linhas, dirigidos a instituições ou indivíduos que prestaram efetiva
colaboração para o trabalho.

Anexos: deverão ser incluídos apenas quando imprescindíveis à compreensão do


texto. Caberá aos editores julgar a necessidade de sua publicação.

Abreviaturas e siglas: deverão ser utilizadas de forma padronizada, restringindo-se


apenas àquelas usadas convencionalmente ou sancionadas pelo uso,
acompanhadas do significado, por extenso, quando da primeira citação no texto.
Não devem ser usadas no título e no resumo.

Referências: devem ser numeradas consecutivamente, seguindo a ordem em que


foram mencionadas a primeira vez no texto, baseadas no estilo Vancouver. Nas
referências com até seis autores, citam-se todos; acima de seis autores, citam-se os
seis primeiros, seguido da expressão latina et al. Os títulos de periódicos devem ser
abreviados de acordo com o List of Journals Indexed in Index Medicus
(http://www.nlm.nih.gov/tsd/serials/lji.html) e impressos sem negrito, itálico ou grifo,
devendo-se usar a mesma apresentação em todas as referências. Se um trabalho
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não publicado, de autoria de um dos autores do manuscrito, for citado (ou seja, um
artigo in press), será necessário incluir a carta de aceitação da revista que publicará
o referido artigo.

Citações bibliográficas no texto: utilizar o sistema numérico de citação, no qual


somente os números-índices das referências, na forma sobrescrita, são indicados no
texto. Deverão ser colocadas em ordem numérica, em algarismos arábicos, meia
linha acima e após a citação, e devem constar da lista de referências. Se forem dois
autores, citam-se ambos ligados pelo "&"; se forem mais de dois, cita-se o primeiro
autor, seguido da expressão et al. A exatidão e a adequação das referências a
trabalhos que tenham sido consultados e mencionados no texto do artigo são de
responsabilidade do autor. Todos os autores cujos trabalhos forem citados no texto
deverão ser listados na seção de Referências.

Tabelas, quadros e figuras devem ser limitados a seis no conjunto e numerados


consecutiva e independentemente com algarismos arábicos, de acordo com a ordem
de menção dos dados, e devem vir em folhas individuais e separadas, com
indicação de sua localização no texto. É imprescindível a informação do local e ano
do estudo. A cada um se deve atribuir um título breve. Os gráficos devem ser
enviados sempre acompanhados dos respectivos valores numéricos que lhes deram
origem e em formato Excel. O(s) autor(es) se responsabiliza(m) pela qualidade das
figuras (desenhos, ilustrações, tabelas, quadros e gráficos), que deverão permitir
redução sem perda de definição, para os tamanhos de uma ou duas colunas (7 e
15cm, respectivamente); não serão aceitas figuras inseridas em arquivos originados
em editores de texto como o word e nem figuras em power point. Figuras
digitalizadas deverão ter extensão JPEG e resolução mínima de 300 DPI. Na
apresentação de imagens e texto, deve-se evitar o uso de iniciais, nome e número
de registro de pacientes. O paciente não poderá ser identificado ou reconhecível nas
imagens.

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