Nematódeos Intestinais
Nematódeos Intestinais
Nematódeos Intestinais
NEMATÓDEOS INTESTINAIS
1. TAXONOMIA
Na classificação tradicional, os principais nematódeos que parasitam o trato digestório de
populações humanas agrupam-se nas Classes:
Linfócitos TH2.
Células linfoides inatas do tipo 2 (ILC2).
Eosinófilos e basófilos: degranulam liberando proteínas tóxicas.
4 – Células TH2 e ILC2 ativadas liberam IL-4, IL-5, IL-13 e IL-9.
5 - Ação de IL-4, IL-5 e IL-13:
Os Mecanismos de Evasão:
Geralmente os helmintos apresentam tegumentos espessos e são muito grandes para serem
fagocitados. Assim, a ação dos macrófagos fica limitada à liberação de substâncias tóxicas que
visam lesar a membrana dos helmintos.
Além disso, como você pôde ver, os nematódeos desenvolveram uma variedade de mecanismos
para induzir respostas REGULATÓRIAS que favorecem sua sobrevivência no hospedeiro por
longos períodos e reduzem o efeito deletério da inflamação.
As respostas regulatórias induzidas durante a infecção pelos parasitos podem limitar a resposta
imune contra antígenos não relacionados. Podem então suprimir a resposta contra outros
patógenos, aumentando a gravidade de doenças, como hepatites virais, AIDS, tuberculose e
malária.
Gustavo Brazão - 2021.2
3. ASCARIS E ASCARÍASE
Ascaris lumbricoides é geralmente considerado um parasito que infecta exclusivamente seres
humanos, sendo o maior nematódeo do trato digestório. No entanto, há evidências de humanos
infectados por A. suum, um parasita de suínos MUITO SEMELHANTE ao A. lumbricoides.
Manifestações Clínicas:
A maioria das infecções humanas envolve menos de dez vermes adultos e é assintomática.
Doença Sintomática:
INFECÇÕES MACIÇAS:
Obstrução: infecções maciças, especialmente em crianças, podem causar um bloqueio
mecânico do intestino delgado (especialmente do íleo) por uma grande quantidade de vermes.
Nesses casos, podem ocorrer vólvulo (torção) ou intussuscepção intestinal e obstrução parcial
ou completa do intestino delgado, levando à isquemia e à necrose da parede intestinal.
Migração Anômala: vermes adultos podem passar pelos ductos biliares e pancreático ou pelo
fígado é outra complicação grave de infecções maciças, especialmente quando há febre, que
parece estimular o movimento desses helmintos.
Diagnóstico:
É diagnosticada em exames parasitológicos de fezes de rotina ou pela eliminação espontânea
de vermes nas fezes.
Hemograma: evidencia eosinofilia.
Tratamento:
Albendazol, mebendazol e ivermectina são efetivos.
Os casos mais graves de obstrução intestinal por Ascaris frequentemente requerem tratamento
cirúrgico.
Gustavo Brazão - 2021.2
4. SÍNDROME DE LOEFFLER:
Embora a fase de migração pulmonar das larvas seja assintomática na maioria dos pacientes,
alguns (especialmente crianças) apresentam uma pneumonite clinicamente caracterizada por:
5. ANCILOSTOMÍDEOS E ANCILOSTOMÍASE
Os principais ancilostomídeos que infectam o tubo digestório humano são Ancylostoma
duodenale e Necator americanus, que se desenvolvem no trato digestório humano, produzindo
a ancilostomíase.
Os vermes adultos de A. duodenale e N. americanus habitam o intestino delgado humano.
VIA ORAL:
A transmissão de A. duodenale também pode ser por via oral, mediante a ingestão de larvas em
água ou alimentos contaminados. Quando ingeridas, as larvas filarioides de A. duodenale
originam vermes adultos sem passar pela etapa de migração pulmonar.
Fraqueza.
Palidez.
Ancilostomose cutânea: uma pápula ou vesícula pruriginosa, pode ocorrer no local de entrada
das larvas na pele.
Larva migrans cutânea: é a manifestação na pele de infestação por ancilóstomo.
Gustavo Brazão - 2021.2
Diagnóstico:
O diagnóstico é realizado principalmente por:
Tratamento:
As drogas são: albendazol, mebendazol ou pamoato de pirantel.
6. STRONGYLOIDES E A ESTRONGILOIDÍASE
A estrongiloidíase é a infecção causada pelo Strongyloides stercoralis, que é o único nematódeo
intestinal cujos ovos eclodem no próprio trato digestório humano, tornando possível ao parasito
multiplicar-se no interior do hospedeiro (autoinfecção).
Tipos de Larvas:
Apenas as Larvas FILARIOIDES são Infectantes, isso vale para todos os Geo-helmintos.
Ciclo de Vida:
Strongyloides stercoralis possui dois ciclos de vida distintos, um no interior do corpo humano
e o outro de vida livre no solo. Independentemente do tipo de ciclo que as origina, realizam
uma migração pulmonar análoga à descrita para Ascaris e ancilostomídeos.
CICLO NO HUMANO: O ciclo de vida no corpo humano inicia pela penetração de larvas
filarioides infecciosas na pele, geralmente na pele dos pés, e sua migração para os pulmões. As
larvas penetram nos alvéolos, ascendem pelos brônquios e pela traqueia, sendo, então,
deglutidas. No intestino delgado, as larvas transformam-se em fêmeas partenogenéticas, que
penetram na submucosa das vilosidades intestinais e eliminam ovos 25 a 30 dias após o início
da infecção.
CICLO NO SOLO: Quando as larvas rabditoides são liberadas nas fezes e encontram solo
em boas condições de sobrevivência, se desenvolvem em larvas adultas que geram novas
larvas ou diretamente em larvas filarioides infectantes. As larvas filarioides se desenvolvem
obrigatoriamente em larvas adultas fêmeas partenogenéticas que se fixam à submucosa e
produzem ovos. Os ovos geralmente eclodem no interior da mucosa, formando larvas
rabditoides que são eliminadas nas fezes.
Reinfecção: As larvas filariformes também podem sair do ânus e causar uma reinfecção através
da pele perianal. Em pacientes imunocompetentes, esse é um evento incomum, sem relevância
clínica.
Gustavo Brazão - 2021.2
Autoinfecção:
Algumas larvas transformam-se em larvas filárias, que penetram diretamente na parede
intestinal sem deixar o hospedeiro, e migram até os pulmões.
A autoinfecção pode resultar em estrongiloidíase crônica.
HIPERINFECÇÃO: Em pacientes:
Patogênese:
Ações do na mucosa que determinam a patogênese podem ser divididas em:
Ação Traumática: irritação da parede abdominal, produção de ulcerações com formação de
tecido fibrótico -> íleo paralítico.
Ação Tóxica: Ativação de polimorfonucleares, complemento e resposta humoral.
Sintomas:
A maioria dos pacientes é assintomática, principalmente os com pequena quantidade de
vermes.
Intestinais: Dores epigástricas antes das refeições, diarreias, náuseas, vômitos, emagrecimento
e mau estado geral do paciente.
Vermes fêmeas adultas presentes na parede do intestino delgado podem causar inflamação
(enterites), resultando em diarreia aquosa, as enterites podem ser:
Diagnóstico:
Diagnóstico Clínico: é pouco preciso, geralmente se associa a pacientes com sinais e sintomas
característicos em uso de corticoides e imunossuprimidos.
Diagnóstico Laboratorial: Parasitológico de Fezes.
Hemograma: eosinofilia elevada.
Tratamento:
A ivermectina é o fármaco de escolha. O albendazol é uma droga alternativa.