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Operacoes Com Mercadorias Tributos

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Contabilidade| Material de apoio

Professor Marcelo Adriano

Operações com Mercadorias

1. Introdução
Toda empresa necessita apurar seus resultados.
2. Ramos de Atividade Empresarial
(1) Industrial, cujo objetivo é a fabricação de bens para a venda;
(2) Comercial, cujo objetivo é a venda de bens;
(3) O ramo de serviços, cujo objetivo é a prestação e serviços.

2.1. Principais Receitas e Despesas de cada ramo de atividade


2.1.1. Industria
(1) Receita:
Venda de produtos.
(2) Despesas
Entregar ao cliente os produtos que foram vendidos. CPV, Custo dos Produtos Vendidos que é formado pelo valor
dos produtos acabados que foram entregues em função de vendas ocorridas.
Estoques de matérias prima e insumos: onde estão os materiais que serão transformados em produtos.
Estoques de produtos em elaboração: são compostos pelos materiais que deixaram o estoque de matérias primas
e estão dentro da indústria recebendo algum tipo de agregação e passando por transformações.
Estoques de produtos acabados: onde estão os produtos prontos para venda.
 Custos Diretos: custos que podem ser mensurados e atribuídos diretamente a um determinado produto,
pois são facilmente identificáveis bem como sua apropriação. Serve de exemplo a matéria prima utilizada
na fabricação de determinado produto: Quanto mais produto produzido, proporcionalmente, mais matéria
prima será consumida.
 Indiretos: custos incorridos na fabricação dos produtos, mas que necessitam de formas específicas de
alocação, tais como bases de rateio ou estimativas. Serve de exemplo o aluguel do galpão onde fica a
produção.
2.1.2. Ramo comercial
(1) Receitas
Venda de mercadorias.
(2) Despesas
Entrega dos estoques de mercadorias anteriormente formados aos consumidores. Custo das Mercadorias Vendidas
(CMV), mensurada pelo valor da parcela dos estoques entregues aos clientes. Tais despesas serão consideradas
simultaneamente às receitas que lhe deram origem, ou seja, a venda das mercadorias.
2.1.3. Ramo de serviços
(1) Receitas
Prestação de serviços.
(2) Despesas
Custos dos Serviços Vendidos (CSV) ou Custo dos Serviços Prestados, que incluem: Materiais diretos aplicados nos
serviços vendidos, Mão de Obra Direta aplicada nos serviços vendidos (MO); Gastos Diretos (locação de equipamentos,
subcontratações, etc.) aplicados nos serviços vendidos (GDS); Gastos Indiretos (luz, mão de obra indireta, depreciações
de equipamentos, etc.) aplicados nos serviços vendidos (GIS).
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Tais custos podem ser divididos em:


 Diretos: são aqueles que podem ser atribuídos diretamente à prestação de um determinado serviço, pois são
fáceis, objetivos e diretamente apropriáveis aos serviços prestados.
 Indiretos: São aqueles que são diretamente utilizados na prestação de um determinado serviço, mas precisam
de esquemas especiais para a alocação, tais como bases de rateio, estimativas, etc. isso porque são difíceis de
atribuir o percentual que cabem a cada serviço, como aluguel de galpão, energia elétrica etc.
3. Formação do valor do Estoque na composição dos custos1
Segundo a Resolução CFC Nº. 1.170/09 que aprovou a NBC TG 16 estoques são ativos:
1. Mantidos para venda no curso normal dos negócios;
2. Em processo de produção para venda; ou
3. Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na
prestação de serviços.
Mas quais são os valores que compões esse custo?
Os estoques devem ser mensurados pelo valor de custo ou pelo valor realizável líquido, dos dois o menor, em
obediência ao princípio da prudência.
Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados
para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda.
Tal valor refere-se à quantia líquida que a entidade espera realizar com a venda do estoque no curso normal dos
negócios. O valor justo reflete a quantia pela qual o mesmo estoque pode ser trocado entre compradores e
vendedores conhecedores e dispostos a isso. O primeiro é um valor específico para a entidade, ao passo que o segundo
já não é. Por isso, o valor realizável líquido dos estoques pode não ser equivalente ao valor justo deduzido dos gastos
necessários para a respectiva venda.
 Custos do estoque
Custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição
e localização atuais.
(1) Custos de aquisição:
Preço de compra, os impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis perante o fisco), bem como
os custos de transporte, seguro, manuseio e outros diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados,
materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos na
determinação do custo de aquisição.
 Compras Brutas (CB)
(+) Valor das compras
(+) II (imposto de Importação)
(+) IPI (quando não recuperável)
(-) ICMS
Obs.: Para a apuração e contabilização das compras brutas, deve-se subtrair o ICMS incidente sobre o valor das
mercadorias adquiridas.
 Compras Líquidas (CL)
(+) Compras Brutas
(+) Custos de transporte

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Texto baseado na Resolução CFC Nº. 1.170 de 29 de maio de 2009.
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(+) Seguros
(+) carga e descarga de mercadorias compradas
(+) outros gastos
(-) Deduções:
(-) Devoluções de compras
(-) Abatimentos sobre compras
(-) Descontos incondicionais (comerciais) Obtidos
Ou ainda:
Compras líquidas = compras brutas (valor da mercadoria + tributos calculados por fora).
(+) frete sobre compras
(+) seguro sobre compras
(+) carga e descarga de mercadorias compradas
(+) outros gastos
(-) Deduções:
(-) abatimentos obtidos na compra
(-) desconto comercial obtido
(-) devolução de compras
(-) impostos recuperáveis

É pelo valor das compras líquidas que a mercadoria


entrará no estoque.

(2) Custos de transformação:


Incluem os custos diretamente relacionados com as unidades produzidas ou com as linhas de produção, como pode
ser o caso da mão-de-obra direta. Também incluem a alocação sistemática de custos indiretos de produção, fixos e
variáveis, que sejam incorridos para transformar os materiais em produtos acabados.
Um processo de produção pode resultar em mais de um produto fabricado simultaneamente. Este é, por exemplo,
o caso quando se fabricam produtos em conjunto ou quando há um produto principal e um ou mais subprodutos.
Quando os custos de transformação de cada produto não são separadamente identificáveis, eles devem ser atribuídos
aos produtos em base racional e consistente. Essa alocação pode ser baseada, por exemplo, no valor relativo da receita
de venda de cada produto, seja na fase do processo de produção em que os produtos se tornam separadamente
identificáveis, seja no final da produção, conforme o caso.
Quando for esse o caso, eles são muitas vezes mensurados pelo valor realizável líquido e este valor é deduzido do
custo do produto principal. Como resultado, o valor contábil do produto principal não deve ser materialmente
diferente do seu custo.
(3) Outros custos
Outros custos que não de aquisição nem de transformação devem ser incluídos nos custos dos estoques somente na
medida em que sejam incorridos para colocar os estoques no seu local e na sua condição atuais. Por exemplo, pode
ser apropriado incluir no custo dos estoques gastos gerais que não sejam de produção ou os custos de desenho de
produtos para clientes específicos.
Exemplos de itens não-incluídos no custo dos estoques e reconhecidos como despesa do período em que são
incorridos:
(a) valor anormal de desperdício de materiais, mão-de-obra ou outros insumos de produção;

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(b) gastos com armazenamento, a menos que sejam necessários ao processo produtivo entre uma e outra fase
de produção;
(c) despesas administrativas que não contribuem para trazer o estoque ao seu local e condição atuais;
(d) e despesas de comercialização, incluindo a venda e a entrega dos bens e serviços aos clientes.
(4) Custos de estoque de prestador de serviços

Na medida em que os prestadores de serviços tenham estoques de serviços em andamento, devem mensurá-los pelos
custos da sua produção. Esses custos consistem principalmente em mão-de-obra e outros custos com o pessoal
diretamente envolvido na prestação dos serviços, incluindo o pessoal de supervisão, o material utilizado e os custos
indiretos atribuíveis. Os salários e os outros gastos relacionados com as vendas e com o pessoal geral administrativo
não devem ser incluídos no custo, mas reconhecidos como despesa do período em que são incorridos. O custo dos
estoques de prestador de serviços não inclui as margens de lucro nem os gastos gerais não-atribuíveis que são
frequentemente incluídos nos preços cobrados pelos prestadores de serviços.
(5) Custo do produto agrícola colhido proveniente de ativo biológico
Segundo a NBC TG 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola, os estoques que compreendam o produto agrícola que a
entidade tenha colhido, proveniente dos seus ativos biológicos, devem ser mensurados no reconhecimento inicial pelo
seu valor justo deduzido dos gastos estimados no ponto de venda no momento da colheita. Esse é o custo dos estoques
naquela data para aplicação desta Norma.
4. Tributos

4.1. Classificação do tributo conforme a cumulatividade


Exemplo:
 Um produto no vendido por 200 a uma empresa comercial;
 Imposto sobre vendas com alíquota de 10%;
 Venda da indústria para o comércio;
 Lucratividade mínima para o comércio de 90,00.

4.1.1. Tributo Não-Cumulativo - recuperável

Chama-se não-cumulativo o tributo que, na etapa subsequente dos processos produtivos e ou de comercialização,
não incide sobre a mesma base e tributo pago/recolhido na etapa anterior. O pagamento/recolhimento somente do
valor da operação fundamenta-se na utilização do crédito tributário Exemplos: IPI e ICMS. Ou seja, não se acumula de
uma operação para outra. E como funcionaria então?
Voltando ao exemplo, quando esse produto for vendido pela indústria a uma loja seu preço será 200, sendo 180,00
irá para a indústria e 20,00 será devido ao governo.
Esse produto para a loja agora é uma mercadoria, e, quando a loja for revendê-la ao consumidor final ela
certamente desejará obter uma lucratividade mínima (90,00) e estipulará o preço dessa mercadoria em 300. Ora o
imposto sobre a venda é não-cumulativo e assim ele incidirá somente sobre a diferença entre o valor pago e o valor
vendido, ou seja, 100. Como a alíquota é também de 10% o imposto pago será 10,00. A soma dos impostos nessa
situação será de 30,00 (20 +10).
Desconsiderando outros fatores, veja que o lucro da empresa comercial foi de 90,00 (300-200-10)
E se a loja não conseguir vede-lo por 300 e por necessidade resolver vende-lo por 200, ou seja, sem lucro algum?
Por ser não-cumulativo, não haverá imposto a ser pago.

4.1.2. Tributo Cumulativo – não recuperável

Exemplo, um produto no valor 200,00 e imposto cumulativo sobre vendas de 10%.


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Quando esse produto for vendido pela indústria a uma loja seu preço será 200,00, onde 180,00 irá para a indústria
e 20,00 será devido ao governo.
Esse produto para a loja agora é uma mercadoria, e quando a loja for revendê-lo ao consumidor final ela
certamente desejará obter uma lucratividade mínima (90,00).
Se ela estipular o preço dessa mercadoria em 300, ela vai obter essa lucratividade?
Ora o imposto é sobre a venda é cumulativo e assim incidirá novamente sobre o preço total dessa venda, 300,00.
Com a alíquota é novamente de 10%, o valor do imposto nessa operação será 30,00. A soma dos impostos nessa
situação terá então o valor de 50.
Veja que a lucratividade do comerciante foi de 70,00 (300-200-30), reduzida em relação ao tributo não cumulativo
pela parcela maior de tributos que são devidos ao governo.
Se o comerciante desejar ter uma lucratividade de 90,00 aproximadamente (como no sistema não cumulativo), por
ser a lucratividade mínima esperada para que a empresa “sobreviva”, ele precisará elevar o valor de venda para o
consumidor para 322,23, onde 32,22 irá para os cofres públicos a título de imposto e, aproximadamente, 90,00 será a
título de lucro.
Veja que, para atingir a lucratividade mínima o comercio teve que elevar o valor da mercadoria, o que prejudica a
o comercio em geral
E se a loja não conseguir vede-lo por 300 e por necessidade resolver vende-lo por 200, ou seja, sem lucro algum,
ou ainda com prejuízo?
A incidência do imposto cumulativo ocorreria da mesma forma e a empresa teria que pagar os 10% de imposto
sobre o preço da operação.
Isso quer dizer que independente do preço de venda, independente se a loja terá lucro ou prejuízo na operação, a
cada nova operação o imposto incidirá novamente.

4.1. Classificação do tributo conforme sua a integração ou não em sua própria base de calculo
Exemplo:
 Um produto cujo o valor mínimo a ser recebido pela empresa, para que a mesma obtenha uma
lucratividade mínima, é 180,00;
 Imposto sobre vendas com alíquota de 10%;
 Qual o valor final do produto?

4.1.1. Tributo calculado por fora:

Diz-se de um tributo calculado por fora, aquele que não integra a sua própria base de cálculo. Nesse caso a alíquota
real coincide com sua alíquota nominal.
Voltemos ao exemplo:
Se a empresa precisa receber 180,00 pelo produto, basta aplicar o percentual referente ao sobre o valor de venda.
Na venda, esse produto sai para o cliente por 198, sendo 180 como Receita Líquida da empresa e 18 como o imposto.
Assim a alíquota real do imposto é igual que a alíquota nominal, 10%.

O IPI, por exemplo, é um imposto calculado por fora, ou seja, no preço de compra ou de venda do bem não está
embutido o valor do IPI destacado e ele será adicionado ao valor a ser pago.

4.1.2. Tributo calculado por dentro:


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Diz-se de um tributo calculado por dentro, aquele que integra a sua própria base de cálculo.
Voltemos ao exemplo:
Se a empresa precisa receber 180,00 pelo produto, ela deve levar em consideração o valor já embutido do tributo
para, depois, aplicar a alíquota de 10%.
Dessa forma, se a empresa precisa receber 180,00 pelo produto, o valor final de venda será no valor de 200,00,
sendo 20 de imposto e 180 pelo valor da mercadoria se o tributo não existisse.
Ora, se o preço estipulado pela empresa é 180,00 e o imposto é 10%, então o valor a ser cobrado a título de imposto
deveria se 18,00 e não 20,00.
Isso ocorre porque o tributo incide sobre seu próprio valor, ou seja, paga-se 18,00 sobre o valor do produto (10%
de 180,00) e mais 2,00 em relação ao próprio tributo inserido (10% de 20), o que torna a alíquota real do imposto
maior que a alíquota nominal, pois está é de 10% quando na realidade a cobrada é de 11,11%, levando em
consideração o valor que o produto seria vendido se não houvesse tributo (180,00).
Essa diferença está no fato do imposto incidir sobre ele mesmo, elevando o valor a ser pago.

O ICMS, por exemplo, é um imposto calculado por dentro, ou seja, no preço de compra ou de venda do bem ou do
serviço já está embutido o valor do ICMS destacado.

4.2. Principais tributos


4.2.1. ICMS

Significado: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços.


Competência: Estadual
Cálculo: Por dentro
Regime: Não cumulativo
Fato Gerador: operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior.
Contribuintes: Indústria, comércio e empresas que prestam os serviços que são tributados por este imposto.
Recuperação: o ICMS é recuperável quando se adquire:
1. Mercadorias para comercialização;
2. Insumos para industrialização;
3. Bens de uso, compensado em quarenta e oito meses, ou seja, 1/48 avos ao mês (Art. 20 da lei complementar
87/96).

4.2.2. IPI

Significado: Imposto sobre Produtos industrializados.


Competência: Federal.
Cálculo: Por fora
Regime: Não cumulativo
Contribuintes: Indústria e equiparados.
Recuperação: o IPI é recuperável quando se adquire matérias prima e demais bens em almoxarifado destinados ao
processo de produção.
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4.2.3. ISS

Significado: Imposto sobre Serviços.


Competência: Municipal.
Cálculo: Por dentro
Regime: Cumulativo
Incidência: Serviços de qualquer natureza.
Contribuinte: Prestadores de serviços.

4.2.4. PIS

Significado: Programas de Integração Social


Competência: Contribuição federal.
Cálculo: Por dentro
Regime: Cumulativo (regra geral) e não cumulativo (para empresas tributadas pelo lucro real)
É possível a recuperação do PIS não-cumulativo gerado na aquisição de ativos de uso utilizados na produção de bens
ou prestação de serviço. Porém, essa recuperabilidade é feita de forma diferenciada, aplicando-se a alíquota de 1,65%
sobre o valor dos encargos de depreciação incorridos no mês.

4.2.5. COFINS

Significado: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social.


Competência: Contribuição federal.
Cálculo: Por dentro
Regime: cumulativo (regra geral) e não cumulativo (para empresas tributadas pelo lucro real).
É possível a recuperação da COFINS não-cumulativo gerado na aquisição de ativos de uso utilizados na produção
de bens ou prestação de serviço. Porém, essa recuperabilidade é feita de forma diferenciada, aplicando-se a alíquota
de 7,6% sobre o valor dos encargos de depreciação incorridos no mês.
Quadro resumo sobre comércio, indústria e prestador de serviço.

Quadro resumo sobre recuperabilidade do IPI e do ICMS

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4.3. Exemplo prático na aplicação do IPI, ICMS na aquisição de bens para três destinações distintas, referentes
aos três ramos de atividade.
Exemplo: três compras feitas em uma indústria por outra indústria do mesmo tipo de bem para os fins que se
seguem no valor de 20.000 cada, com incidência de 20% de ICMS e 10 % de IPI:
20.000: como matéria prima.
20.000: como mercadoria.
20.000: para prestação de serviços.
Antes dos lançamentos é necessária montagem da nota fiscal.

1) Matéria prima:
Diversos
Estoque de matéria prima 16.000
IPI a Recuperar.............................2.000
ICMS a Recuperar.........................4.000
a Caixa/Duplicatas a Pagar....................22.000

2) Revenda
Diversos
Estoque 18.000 (16.000 + 2000 do IPI)
ICMS a recuperar.........................4.000
a Caixa/Duplicatas a pagar.............................22.000

3) Prestação de serviço
Estoque
a Caixa/Duplicatas a pagar.......................22.000

4.4. Base de cálculo dos tributos


Os tributos aqui tratados incidirão uns sobre os outros nas seguintes situações
1. Em regra o IPI incidirá sobre o ICMS,
2. O ICMS só incidirá sobre o IPI se o bem adquirido não tiver como destinação o processo produtivo ou a
comercialização, ou seja, for um bem para uso.
Art. 155, § 2.º, In XI da CF: não compreenderá, em sua base de cálculo (o ICMS), o
montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada
entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos;
3. O ICMS, o PIS e a CONFINS incidirão uns sobre os outros, estando todos incluídos no preço de compra:

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O PIS e a COFINS recuperáveis incidirão sobre o IPI quando a empresa compradora não for contribuinte do IPI, isso
porque o IPI passa a integrar o custo do bem.
Seguem as bases de cálculo sobre as quais incidirão as alíquotas dos tributos.

VLB =Valor líquido do bem, ou seja, o valor do bem sem qualquer tributo.
* Integram sua própria base de cálculo, são classificados como impostos calculados por dentro.
5. Compras
O valor do custo de aquisição dos estoques compreende o preço de compra, os impostos de importação e outros
tributos (exceto os recuperáveis perante o fisco), bem como os custos de transporte, seguro, manuseio e outros
diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, materiais e serviços. Descontos comerciais, abatimentos e
outros itens semelhantes devem ser deduzidos na determinação do custo de aquisição.

5.1. Compras com frete

(1) Frete realizado pelo vendedor industrial e suportado pelo comprador:


Nesse caso o ICMS certamente incidirá sobre o frete. Porém com relação ao IPI há uma certa controvérsia.
Isso em função do que prevê o atr. 14 da lei 4.502/64 que assim reza:
Art. 14. Salvo disposição em contrário, constitui valor tributável: (Redação dada pela
Lei nº 7.798, de 1989):
(...)

II - quanto aos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer a saída do
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. (Redação dada pela Lei nº 7.798,
de 1989)

§ 1º. O valor da operação compreende o preço do produto, acrescido do valor do


frete e das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao
comprador ou destinatário. (Redação dada pela Lei nº 7.798, de 1989)

A questão a ser discutida é a Lei nº 4.502/64, não tem competência para alterar a base de cálculo do IPI estabelecida
no Código Tributário Nacional, haja vista a previsão constitucional de que Cabe à Lei Complementar estabelecer
normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre a definição de tributos e suas espécies, bem
com, em relação aos impostos discriminados na Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e
contribuintes.
Sendo matéria de competência reservada, essa matéria somente poderia ser regulamentada por lei complementar,
que não é o caso da lei 7.789/89 que deu a redação atual para o art. 14 da lei 4.502/64. Assim, o Código Tributário
Nacional, que foi recepcionado em nosso ordenamento jurídico como lei complementar, somente poderia ser alterado
por uma lei que também fosse complementar.
Exemplos
Caso 1

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Uma indústria adquire matéria prima de outra indústria no valor de 10.000, com frete no valor de 1000, pago pelo
comprador e realizado pelo vendedor. Sobre a operação houve a incidência de ICMS (20%) e IPI (10%).
Matéria Prima 10.000
Frete 1.000
IPI – 10% 1.000
ICMS já incluído no preço da operação 20% (2.200)
Total de Nota Fiscal 12.000
Lançamento feito pelo comprador:
Estoque de Matéria Prima...........................8.800
IPI a Recuperar.............................................1.000
ICMS a Recuperar........................................2.200
a Caixa/Fornecedores..............................................12.000
CASO 2
Se o comprador fosse uma empresa comercial comprando mercadoria da indústria o lançamento seria dessa forma:
Lançamento feito pelo comprador:
Estoque de Mercadorias..............................9.800
ICMS a Recuperar..........................................2.200
a Caixa/Fornecedores..............................................12.000

(2) Frete realizado por terceiros e suportado pelo comprador:


Caso 1:
Transporte intermunicipal ou interestadual com frete realizado por terceiros, mas arcado por quem compra:
Mercadorias 10.000
IPI – 10% 1.000
ICMS já incluído no preço da operação 20% (2.000)
Total de Nota Fiscal 11.000
Nota fiscal de conhecimento de transporte
Frete 1.000
ICMS já incluído no preço da operação 20% (200)

Total de Nota Fiscal 1.000

Estoque de Matéria Prima...........................8.800


IPI a Recuperar............................................1.000
ICMS a Recuperar........................................2.200
a Caixa/Fornecedores de Mercadoria..................11.000
a Caixa/Transportador............................................1.000
Caso 2:
O mesmo exemplo acima sendo o transporte municipal com o ISS de 20%:
Nota fiscal de conhecimento de transporte

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Frete 1.000
ISS já incluído no preço da operação 20% (200)

Total de Nota Fiscal 1.000

Lançamento feito pelo comprador:


Estoque de Matéria Prima...........................9.000
IPI a Recuperar.............................................1.000
ICMS a Recuperar........................................2.000
a Caixa/Fornecedores de mercadoria..................11.000
a Caixa/Transportador............................................1.000

5.2. Compras com incidência de tributos


Exemplo 1:
Em um estado que regulamentou por lei recuperação prevista pela lei complementar 87/96, empresa vende a prazo
para empresa comercial, móveis e utensílios para o ativo fixo no valor de 2.000, com a incidência de ICMS 20% e de
IPI de 10%:
Caso 1:
Vendedor sendo uma empresa industrial
Móveis e utensílios 2.000
IPI – 10% 200
ICMS já incluído no preço da operação 20% (440)
Total de Nota Fiscal 2.200

Lançamento contábil feito pelo comprador.


Diversos
Móveis e Utensílios.....................................1.760
ICMS a Recuperar.........................................440 (Ativo Circulante e RLP)
a Fornecedores....................................................2.200
Sendo a compra para o ativo fixo, os móveis e utensílios não são destinados à comercialização ou à industrialização,
dessa forma o ICMS incide, também sobre o valor do IPI.
Se não for possível a recuperação do ICMS o lançamento assim ficará
Móveis e Utensílios
a Fornecedores....................................................2.200
Caso 2:
Sendo o vendedor uma empresa comercial:
Móveis e utensílios 2.000

ICMS já incluído no preço da operação 20% (400)


Total de Nota Fiscal 2.000

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Lançamento contábil feito pelo comprador.


Diversos
Móveis e Utensílios..............................1.600
ICMS a Recuperar....................................400 (Ativo Circulante e RLP)
a Fornecedores................................................2.000
Se não for possível a recuperação do ICMS, o lançamento assim ficará
Móveis e Utensílios
a Fornecedores....................................................2.000
Observação:
Se o fosse material for consumo (limpeza, tinta para pintura, por exemplo) não há previsão de recuperação nem
do IPI nem do ICMS e assim o lançamento seria como o anterior.
Exemplo 2
Uma empresa industrial contribuinte do Imposto de Renda pelo Lucro Real adquire produtos de outra indústria, para
serem usados como matéria prima, por 20.000, com a incidência de 10% IPI e 15% de ICMS, PIS e COFINS.
Lembremo-nos das alíquotas do PIS e da COFINS
PIS não-cumulativo: 1,65%;
PIS cumulativo: 0,65%.
COFINS não-cumulativa: 7,6%;
COFINS cumulativo: 3%.

Móveis e utensílios 20.000


IPI – 10% 2.000
ICMS já incluído no preço da operação 20% (3000)
PIS (330)
COFINS (1.520)
Total de Nota Fiscal 22.000
Lançamento da compradora:
Diversos
Estoque de Matéria Prima...................15.150
IPI A Recuperar ....................................2.000
ICMS a Recuperar..................................3.000
PIS a Recuperar........................................330
COFINS a Recuperar..............................1.520
A Caixa/Duplicatas a Pagar..............................22.000
Se a compradora não fosse optante do lucro real, não se poderia recuperar e PIS e a COFINS e o lançamento ficaria
assim:
Diversos
Estoque de Matéria Prima...................17.000
IPI A Recuperar ....................................2.000

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ICMS a Recuperar..................................3.000
A Caixa/Duplicatas a Pagar..............................22.000

Caso 2:
Mesmo fato contábil, só que agora é uma empresa comercial optante do Lucro Real adquirindo, para a revenda,
de uma indústria:
Lançamento da compradora:
Diversos
Estoque de Mercadorias......................16.965,00
ICMS a Recuperar...................................3.000
PIS a Recuperar.........................................363
COFINS a Recuperar................................1.672
a Caixa/Duplicatas a Pagar...................................22.000
O IPI não é recuperável, sendo assim, o PIS e a COFINS incidirão sobre o “valor da mercadoria” que para esse tipo
de empresa, é valor da mercadoria destacada na nota somado ao IPI. Assim tais tributos incidirão sobre o valor do
IPI.
Se a compradora não fosse optante do lucro real, não poderia recuperar e PIS e a COFINS e o lançamento ficaria assim:
Estoque de Mercadorias......................19.000,00
ICMS a Recuperar..................................3.000,00
a Caixa/Duplicatas a Pagar...................................22.000

Exemplo 3
Mesmo fato contábil, porém sendo um comércio optante do Lucro Real adquirindo, para a revenda, mercadoria de
outro comércio:
Móveis e utensílios 20.000
ICMS já incluído no preço da operação 20% (3000)
PIS (330)
COFINS (1.520)
Total de Nota Fiscal 20.000

Lançamento da compradora:
Diversos
Estoque de Mercadorias.........................15.150
ICMS a Recuperar......................................3.000
PIS a Recuperar............................................330
COFINS a Recuperar..................................1.520
A Caixa/Duplicatas a Pagar..............................20.000
Se a compradora não fosse optante do lucro real, não poderia recuperar e PIS e a COFINS e o lançamento ficaria assim:
Diversos
Estoque de Mercadorias......................17.000
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ICMS a Recuperar...................................3.000
A Caixa/Duplicatas a Pagar..............................20.000

5.3. Principais fatos que alteram as compras

5.3.1. Devolução de Compra

Exemplo: Uma empresa industrial contribuinte do Imposto de Renda pelo Lucro Real adquire matéria prima de um
comércio pelo valor de 20.000, com 15% de ICMS.
Após perceber uma inadequação da matéria prima adquirida a empresa devolveu 50% do lote comprado.
1) Inventário permanente

Caixa/Duplicatas a Pagar.......................10.000
a Diversos
a Estoque de Mercadoria.................................8.500
a ICMS a Recolher............................................1.500
2) Inventário periódico conta mista

Caixa/Duplicatas a Pagar.......................10.000
a Diversos
a Mercadorias (função mista).........................8.500
a ICMS a Recolher...........................................1.500
3) Inventário periódico conta desdobrada

Caixa/Duplicatas a Pagar.......................10.000
a Diversos
a Devolução de Compras.......................8.500
a ICMS a Recolher...................................1.500
Se o frete dessa compra foi suportado pela empresa e não há possibilidade de restituição na devolução, o
montante proporcional ao valor devolvido deverá ser excluído do estoque e lançado como despesa operacional
com o seguinte lançamento:
D - Despesa de Frete (Resultado)
C - Estoque de Mercadorias (Ativo Circulante)

5.3.2. Abatimentos sobre compra (obtidos)

Vejamos o fato citado no exemplo anterior recebendo um abatimento no valor de 2.000.


(1) Lançamento de devolução para inventário permanente:
Caixa/Duplicatas a Pagar
a Estoques.........................................1.000
(2) Lançamento de abatimento para inventário periódico com conta mista:
Caixa/Duplicatas a Pagar
a Mercadorias (função mista).........................1.000
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(3) Lançamento de Abatimento para inventário periódico com conta desdobrada:


Caixa/Duplicatas a Pagar
a Abatimento sobre Compras..........................1.000

5.3.3. Desconto incondicional, comercial, promocional obtido.

Exemplo: Uma empresa comercial contribuinte do Imposto de Renda pelo Lucro Real compra bens mercadorias de
uma indústria para revenda no valor de 20.000 com desconto de 20%. Sobre a operação incidiram 10% IPI e 15% de
ICMS, PIS e COFINS
Valor da Mercadoria:........20.000
Desconto incondicional:..(4.000)
IPI ......................................2.000
ICMS...................................2.400
PIS (1,65% de 18.000)............297
COFINS (7,6% de 18.000)......1.368
Valor da nota fiscal............18.000
CL........................................13.935
Vejamos agora o lançamento:
Diversos
Estoque de Mercadorias...................... 13.935
ICMS a Recuperar..................................2.400
PIS a Recuperar.........................................297
COFINS a Recuperar..............................1.368
a Caixa/Duplicatas a Pagar.............................. 18.000

Porém, para que fique destacado o desconto, é mais apropriado que o lançamento seja assim feito:
Diversos
Estoque de Mercadorias....................15.935
ICMS a Recuperar..................................2.400
PIS a Recuperar.........................................297
COFINS a Recuperar...............................1.368
a Desconto incondicional...................2.000
a Caixa/Duplicatas a Pagar.............................. 18.000

6. Custo das Mercadorias Vendidas e Custo dos Produtos Vendidos


Para determinar de forma global o custo das mercadorias vendidas em um determinado período utiliza-se a
seguinte fórmula:
CMV = EI + C – EF
Onde:
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EI = Estoque inicial (valores líquidos).


C = Compras (compras Líquidas).
EF = Estoque final.
O estoque inicial somado às mercadorias adquiridas no período (compras líquidas) representam o total de
mercadorias a disposição da empresa naquele período determinado.

7. Vendas

7.1. Vendas Brutas (Receita Bruta)


Somatório total do valor recebido em razão da venda de mercadorias, produtos e serviços ligados à atividade fim
da entidade, com exceção dos tributos calculados por fora, quando houver, que, somados à Receita Bruta, formam o
Faturamento Bruto.

7.2. Vendas Líquidas


Obtida subtraindo das Vendas Brutas os valores referentes às deduções da Receita Bruta, os tributos sobre venda
calculados por dentro, as devoluções, os abatimentos e os descontos incondicionais concedidos.
Fique atento, pois os tributos calculados por fora não entram no cálculo da Receita Bruta. Se estiverem presentes
na operação, os mesmos somados à Receita Bruta formam o Faturamento Bruto.
Faturamento Bruto
(-) Tributos calculados por fora
= Receita Bruta
Nas compras os tributos recuperáveis representam direitos contra o fisco, registrados em contas de tributos a
recuperar, já os tributos não-recuperáveis, representam custo de aquisição, agregando-se ao custo do bem adquirido.

7.3. Tributos nas vendas

7.3.1. Tributos na venda calculados por dentro

Pelo fato de integrarem o valor da mercadoria, produto ou serviço vendido, eles integrarão o que contabilmente
se chama de Receita Bruta, que nada mais é do que a soma do valor das mercadorias, produtos ou serviços vendidos,
já que tais tributos estão inseridos nesse valor.

7.3.2. Tributos na venda calculados por fora (IPI)

Como é calculado por fora, o IPI não integra o valor da mercadoria e, consequentemente, também não integra a
Receita Bruta, não sendo por isso considerado uma dedução da receita. Quando esse tributo é recebido pela empresa
vendedora junto com o valor do produto, a soma desses recursos formará o Faturamento Bruto (Receita Bruta + IPI).
O tratamento contábil dado a estes tributos no momento do lançamento de cada venda é o de despesa.

7.4. Venda com incidência de tributos


Exemplo 1:
Uma empresa comercial vende mercadorias pelo valor de 20.000 obtendo lucro de 100%. Incidiram sobre essa
operação: ICMS 20%, PIS 0,65% e COFINS 3%
Dados:
Mercadoria: 20.000
ICMS: 4.000
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PIS: 130
COFINS: 600
Valor da nota: 20.000
CMV: 10.000
Lançamento:
Caixa/Clientes
a Receita de Vendas.........20.000
ICMS sobre Vendas
a ICMS a Recolher................4.000
PIS sobre Vendas
a PIS a Recolher........................130
COFINS sobre Vendas
a COFINS a Recolher.................600
CMV
a Estoque de Mercadorias.....10.000
Poder-se-ia listar ainda todas as contas devedoras e depois todas as contas credoras:
Diversos
a Diversos
Caixa/Clientes.............20.000
ICMS sobre Vendas......4.000
PIS sobre Vendas............130
COFINS sobre Vendas....700
CMV.............................10.000
a Receita de Vendas...............20.000
a ICMS a Recolher....................4.000
a PIS a Recolher..........................130
a COFINS a Recolher...................600
a Estoque de Mercadorias.......10.000
O lançamento ainda poderia ser feito da seguinte forma, sendo as anteriores tecnicamente mais aconselháveis:
Caixa/Clientes
a Receita de Vendas..........20.000
Tributos sobre Vendas........2.365
a Diversos
a ICMS a Recolher................2.000
a PIS a Recolher.......................130
a COFINS a Recolher...............600
CMV
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a Estoque de Mercadorias.....10.000
O lançamento ainda poderia ser feito segregando todos os lançamentos devedores e após todos os credores.

Exemplo 2:
Uma indústria vende matéria prima para outra indústria no valor de 20.000, com uma saída de estoque no valor
de 12.000. Sobre tal operação incidiram os seguintes tributos: IPI 10%, ICMS 20%, PIS 0,65% e COFINS 3%.
Dados:
Mercadoria: 20.000
IPI: 2.000
ICMS: 4.000
PIS: 130
COFINS: 600
Valor da nota: 22.000
CMV: 12.000
Lançamento:
Caixa/Clientes
a Faturamento Bruto...........................22.000
IPI sobre vendas
a IPI a Recolher..................................2.000
ICMS sobre Vendas
a ICMS a Recolher....................4.000
PIS sobre Vendas
a PIS a Recolher...........................130
COFINS sobre Vendas
a COFINS a Recolher....................600
CMV
a Estoque de Matéria Prima.....12.000
Ou ainda dessa forma:
Caixa ou Clientes.......................22.000
a Diversos
a Receita de Vendas...................20.000
a IPI a Recolher............................2.000
ICMS sobre Vendas
a ICMS a Recolher................4.000
PIS sobre Vendas
a PIS a Recolher........................130
COFINS sobre Vendas
a COFINS a Recolher.................600
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CMV
a Estoque de Matéria Prima.....12.000
Exemplo 3:
Operações com incidência ISS
Exemplo: prestação de serviços no valor de 1000 com a incidência de ISS de 5% de ISS
Lançamento feito pelo Prestador de serviços:
Caixa ou clientes
a Receita de vendas........................................................1000
ISS sobre Serviços
a ISS a Pagar......................................................................50

7.5. Fatores que alteram as vendas (deduções da Receita Bruta)


São os mesmos que alteram as compras.

7.5.1. Devoluções de vendas

Exemplo:
Uma empresa comercial vende a vista mercadorias pelo valor de 20.000 obtendo lucro de 100%, com ICMS 20%.
Após houve a devolução de 30% por parte do comprador.
Lançamento no momento da venda:
Caixa
a Receita de vendas..................................20.000

ICMS sobre Vendas


a ICMS a recolher ........................................4.000

CMV
a Estoque ........................................................10.000
Após, em função devolução o lançamento assim ficará feito:
Devolução de Vendas
a Caixa/Clientes....................6.000
ICMS a Recuperar
a ICMS sobre Vendas................1.200
Estoque
a CMV.......................................3.000

7.5.2. Abatimentos sobre venda (concedidos)

Usando ainda o exemplo acima, imagine ao invés de devolver os 30% da mercadoria o cliente resolveu ficar com
ela desde que recebesse um abatimento de 10% sobre o valor da mercadoria, o lançamento seria como se segue:
Abatimento sobre vendas
a Caixa/Clientes....................2.000

7.5.3. Desconto incondicional (comercial ou promocional) concedido


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Exemplo:
Uma empresa comercial vende mercadoria para empresa comercia no valor de 20.000 com saída de estoque no
valor de 12.000. Para concretizar tal operação a vendedora concedeu um desconto comercial de 10% sobre o valor do
produto. Sobre tal operação incidiram os seguintes tributos: ICMS 20%,
Dados:
Mercadoria: 20.000
Desconto: 2.000
ICMS: 3.600
Valor da nota: 18.000
CMV: 12.000
Lançamento:
Caixa/Clientes...............................................18.000
Descontos Incondicionais Concedidos...2.000
a Receita de Vendas..............................................20.000
ICMS sobre Vendas
a ICMS a Recolher....................................................3.600
CMV
a Estoque de Mercadorias.....................................12.000

8. Resultado com Mercadorias - RCM (Resultado Bruto) - Apuração Extra Contábil


Exemplo:
Lançamento:
Caixa/Clientes.........................................18.000
Descontos Incondicionais Concedidos...2.000
a Receita de Vendas..............................................20.000
ICMS sobre Vendas
a ICMS a Recolher..................................................3.600
PIS sobre Vendas
a PIS a Recolher........................................................117
COFINS sobre Vendas
a COFINS a Recolher.................................................540
CMV
a Estoque de Mercadorias.....................................12.000
Apuração do Resultado Bruto:
Receita Bruta..............................20.000
(-) Deduções da Receita Bruta
(-) Desc. Incondicional....(2.000)
(-) Trib. Recuperáveis......(4.257)
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= Receita Líquida........................13.743
(-) CMV........................................(12.000) .
Lucro Bruto = RCM.........................1.743
9. Apuração dos tributos recuperáveis

Os tributos não cumulativos são, em regra, recuperados na compra e devidos na venda. Para os registro do tributos
pode-se utilizar duas formas:
1) Conta única (conta corrente tributo)

Registros devedores na recuperação (direito) e credores na venda (obrigação)


2) Duas contas:
Tributo a recuperas (direito)
Tributo a recolher (obrigação)

Seu processo de apuração é pela compensação, ou seja, compensa-se a obrigação gerada na venda com o direito
gerado na compra e o saldo:
1) Se tiver natureza credora será pago no vencimento.

Isso ocorre principalmente quando as vendas são realizadas em valor maior que as compras. É o mais recorrente, afinal
em regra o preço de compra é maior que o preço da venda.
1) Se tiver natureza devedora será compensado no período de apuração seguinte

Isso ocorre principalmente quando as compras são realizadas em valor maior que as vendas. Não é comum, já que,
em regra, o preço de compra é maior que o preço da venda.
Exemplo prático
Compra de 100 unidade a 50 cada uma com incidência de ICMS a 20%
Venda das 100 unidades por 100 cada, 50% a vista, com incidência de ICMS a 20%.

COMPRA:
D – Estoque de Mercadorias 4.000
D – ICMS a recuperar.......................1.000
C – Caixa/BCM/Fornecedores.....................5.000

VENDA
D - Caixa...........................................5.000
D - Clientes.......................................5.000
C - Receita de Vendas 10.000
D - ICMS sobre vendas
C - ICMS a recolher...............................2.000
D – CMV
C – Estoques de Mercadoria....................5.000
Apuração do ICMS devido
Na apuração deve-se transportar o saldo da conta com valor menor para a conta com valor maior para a devida
apuração.
Nesse exemplo, o saldo de ICMS a recolher (obrigação) é maior que do ICMS a recuperar (direito). Assim, por
intermédio do método das partidas dobradas, credita-se a conta ICMS a Recuperar e debita-se a conta ICMS a
Recolher.
D – ICMS a Recolher
C – ICMS a Recuperar............................1.000
Assim, a conta ICMS a Recuperar fica com seu saldo zerado e a conta ICMS a Recolher fica com saldo de 1.000, valor
que deverá ser recolhido (pago) ao fisco em momento oportuno.
Atenção para as seguinte observações sobre a conta ICMS a Recuperar:

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 Essa conta não conterá o lançamento do ICMS incidente sobre aquisição de mercadorias ou serviços
alheios à atividade do estabelecimento
 Essa conta não conterá o lançamento relativo à utilização de serviços resultantes de operações ou
prestações isentas ou não tributadas
 Essa conta relativamente aos créditos decorrentes de entrada de mercadorias destinadas ao ativo
permanente da empresa, a apropriação será feita, como regra, à razão de um quarenta e oito avos
por mês, devendo a primeira fração ser apropriada no mês em que ocorrer a entrada no
estabelecimento.
 O direito à utilização do saldo positivo da referida conta, para efeito de compensação com débito do
imposto, reconhecido ao estabelecimento que tenha recebido as mercadorias ou para o qual tenham
sido prestados os serviços, está condicionado à idoneidade da documentação e, se for o caso, à
escrituração nos prazos e condições estabelecidos na legislação.

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