8 Ano - Artes
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8 Ano - Artes
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REVISÃO DE TEXTO
Departamento Editorial
PROJETO GRÁFICO
Arte Totalle Edições Ltda.
8o ano
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA
Ensino Fundamental Allegro Digital
Impresso no Brasil.
ISBN aluno: 978-65-87971-09-4
ISBN professor: 978-65-87971-25-4
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998.
Fizeram-se todos os esforços para localizar os detentores dos direitos das fotos, das ilustrações
e dos textos contidos neste livro.
A editora pede desculpas se houve alguma omissão e, em edições futuras, terá prazer em incluir
quaisquer créditos faltantes.
Syda Productions/Adobestock.com
perspectiva de que a prática artística não
deve ser entendida como mero resultado da
aquisição de técnicas, mas sim como uma
linguagem que possibilita a expressão do
ser humano, que, por sua vez, encontra-se
imerso em uma cultura e em um contexto
sócio-histórico específico.
Fruto da concepção de que a sala de
aula é um espaço de construção democrá-
tica dos conhecimentos, a presente coleção,
em acordo com a Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), objetiva que, ao final, o
aluno seja capaz de:
III
Daisy Daisy/Adobestock.com
IV
Primeiramente, é a importância devida à por artistas) e o domínio de noções sobre a Esses autores podem ser tanto as pes-
função indispensável que a arte ocupa na vida arte derivativa da cultura universal. soas que se dedicam profissionalmente à
das pessoas e na sociedade desde os primór- Ao conhecer diferentes produções produção de arte — os artistas —, como os
dios da civilização, o que a torna um dos fato- do campo artístico (artesanato, objetos, indivíduos que fazem trabalhos artísticos
res essenciais de humanização. É fundamen- design, audiovisual, etc.), feitas por pes- como atividade cultural e educativa — os
tal entender que a arte se constitui de modos soas de classes sociais, períodos históricos estudantes, por exemplo. Nesse caso, ao
específicos de manifestação da atividade cria- e locais distintos, o educando amplia a sua fazer trabalhos artísticos, o educando tam-
tiva dos seres humanos, ao interagirem com concepção de arte e aprende a dar sentido a bém desenvolve ações mobilizadas por suas
o mundo em que vivem, ao se conhecerem e ela. Desse convívio, decorrem conhecimen- ideias, percepções, sensações, sentimentos
ao conhecerem-no. Em outras palavras, o va- tos que desenvolvem o repertório cultural e emoções. Ao produzir seu próprio trabalho
lor da arte está em ser um meio pelo qual as do estudante e, acima de tudo, possibili- e acompanhar os de seus companheiros, ele
pessoas expressam, representam e comuni- tam-lhe a apropriação crítica da arte. As- tem condições de identificar, reconhecer e
cam conhecimentos e experiências. sim, o educando aprende a identificar, res- valorizar as diferenças entre as mais varia-
Os seres da natureza, bem como os obje- peitar e valorizar as produções artísticas e das produções culturais e artísticas.
tos culturalmente produzidos, despertam em compreende que existe uma poética indivi- A comunicação entre o autor e seu públi-
nós diversas emoções e sentimentos, agra- dual dos autores e diferentes modalidades co costuma acontecer em exposições, concer-
dáveis ou não. Logo ao nascer, passamos a de arte, tanto eruditas como populares. tos, apresentações, feiras, etc. No entanto, as
viver em um mundo com uma história social De modo geral, as obras artísticas são novas tecnologias têm permitido outros sis-
de produções culturais que contribuem para construções poéticas por meio das quais temas de veiculação das obras, os quais pro-
a estruturação de nosso senso estético. Des- os artistas expressam ideias, sentimentos porcionam novos intercâmbios entre o real e
de a infância, interagimos com as manifesta- e emoções. Resultam do pensar, do sentir e o virtual. É nessa abrangência, integrando a
ções culturais de nosso meio e aprendemos do fazer, que, por sua vez, são mobilizados relação entre artistas, obras, público, modos
a demonstrar nossos gostos pessoais. Gra- pela materialidade da obra, pelo domínio de comunicação e sociedade (no passado e no
dativamente, vamos dando forma à nossa de técnicas e pelos significados pessoais e presente), que a arte deve compor os conteú-
maneira de apreciar, gostar e julgar as dife- culturais. As produções artísticas são, por dos de estudos no currículo escolar e mobili-
rentes manifestações culturais com as quais isso mesmo, constituídas de um conjunto zar atividades que diversifiquem e ampliem a
entramos em contato — entre elas, as obras de procedimentos mentais, materiais e cul- formação artística e estética dos estudantes.
de arte. Assim, mesmo sem saber, educamo- turais e podem concretizar-se em imagens Essa postura pedagógica, por sua vez, impli-
-nos esteticamente no convívio com as pes- visuais, sonoras, verbais ou corporais, por ca na indissociabilidade entre as experiências
soas e com as situações da vida cotidiana. exemplo. de ensino e aprendizagem de Arte e a produ-
A escola é um dos locais onde os alunos Os artistas, com suas diferentes origens, ção artística, valorizando os processos afeti-
têm a oportunidade de estabelecer vínculos histórias e experiências pessoais, procuram vos, imaginativos e cognitivos nos momentos
entre os conhecimentos construídos e os co- imaginar e inventar “formas novas” para re- de criação e apreciação artísticas.
nhecimentos sociais e culturais. Por isso, é presentar e expressar o mundo interior e sua Para ajudar o entendimento das concep-
também o lugar em que pode se verificar e relação com a natureza e o cotidiano cultu- ções que integram o fazer e o refletir sobre
estudar os modos de produção e difusão da ral. Ao fazê-lo, os autores de trabalhos artís- a arte, apresentamos, no quadro a seguir,
arte na própria comunidade, região ou país. ticos também agem e reagem diante das pes- uma síntese dos componentes que se in-
Desse modo, o aprendizado da arte vai inci- soas e do próprio mundo social. Com isso, ter-relacionam no processo artístico e que,
dir sobre a elaboração de formas de expres- criam novas realidades — é a realidade de portanto, não devem ser esquecidos ao lon-
são e comunicação artística (pelos alunos e cada obra, que é revelada no ato criador. go dos estudos escolares.
FERRAZ, Maria; FUSARI, Maria. Metodologia do ensino de arte: fundamentos e proposições. 2 ed. São Paulo: Cortez, 2001. p. 17-23. Adaptado.
VI
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VII
ALVAREZ MÉNDEZ, J.M. Avaliar para conhecer, examinar para excluir. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 36-37.
Monkey Business/Adobestock.com
VIII
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ção da experiência formadora é a que dificul-
ta ou inibe a curiosidade do educando e, em
consequência, a do educador. É que o educa-
dor, entregue a procedimentos autoritários
ou paternalistas os quais impedem ou difi-
cultam o exercício da curiosidade do educan-
do, termina por igualmente tolher sua pró-
pria curiosidade. Nenhuma curiosidade se
sustenta eticamente no exercício da nega-
ção da outra curiosidade. A curiosidade dos
pais que só se experimenta no sentido de sa-
ber como e onde anda a curiosidade dos fi-
lhos se burocratiza e fenece. A curiosidade
que silencia a outra nega-se a si mesma tam-
bém. O bom clima pedagógico-democrático
é aquele em que o educando vai aprendendo
à custa de sua própria prática, que sua curio-
sidade como sua liberdade deve estar sujei-
ta a limites, mas em permanente exercício.
Limites eticamente assumidos por ele. Mi-
nha curiosidade não tem o direito de invadir
a privacidade do outro e expô-la aos demais.
Como professor, devo saber que, sem a
curiosidade que me move, que me inquieta,
que me insere na busca, não aprendo nem
ensino. Exercer a minha curiosidade de for-
ma correta é um direito que tenho como discursivas do professor, espécies de res- a intimidade do movimento de seu pen-
gente e que corresponde ao dever de lutar postas a perguntas que não foram feitas. Isso samento. Sua aula é, assim, um desafio, e
por ele, o direito à curiosidade. Com a curio- não significa realmente que devamos reduzir não uma cantiga de ninar. Seus olhos can-
sidade domesticada, posso alcançar a me- a atividade docente em nome da defesa da sam, não dormem. Cansam porque acom-
morização mecânica do perfil deste ou da- curiosidade necessária a puro vaivém de per- panham as idas e vindas de seu pensamen-
quele objeto, mas não o aprendizado real ou guntas e respostas, que burocraticamente se to, surpreendem suas pausas, suas dúvidas,
o conhecimento cabal dele. A construção ou esterilizam. A dialogicidade não nega a vali- suas incertezas.
a produção do conhecimento do objeto im- dade de momentos explicativos, narrativos, Antes de qualquer tentativa de discus-
plica o exercício da curiosidade, sua capa- em que o professor expõe ou fala do objeto. são de técnicas, de materiais, de métodos
cidade crítica de tomar distância do objeto, O fundamental é que professor e alunos sai- para uma aula dinâmica, é preciso, indis-
de observá-lo, delimitá-lo, cindi-lo, cercá-lo bam que a postura deles é dialógica, aberta, pensável mesmo, que o professor se ache
ou fazer sua aproximação metódica, sua ca- curiosa, indagadora, e não apassivada, en- “repousado” no saber de que a pedra fun-
pacidade de comparar, de perguntar. quanto fala ou enquanto ouve. O que impor- damental é a curiosidade do ser humano. É
Estimular a pergunta, a reflexão crítica ta é que professor e alunos se assumam epis- ela que me faz perguntar, conhecer, atuar,
sobre a própria pergunta, o que se preten- temologicamente curiosos. perguntar mais, reconhecer.
de com esta ou com aquela pergunta em Nesse sentido, o bom professor é o que
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo: Paz e Ter-
lugar da passividade, face às explicações consegue, enquanto fala, trazer o aluno até ra, 2006. p. 84-86. Adaptado.
IX
Bibliografia complementar
ABRAMOVICH, F. Literatura infantil: gostosuras e bobices. São Paulo: Editora Scipione, 2010.
AMARAL, A. (org.). Arte construtiva no Brasil. São Paulo: Melhoramentos, 1998. (Coleção Adolpho Leirner).
BARBOSA, A. M. Arte e Educação no Brasil. São Paulo: Perspectiva, 1995. (Coleção Debates).
. Inquietações e mudanças no ensino da arte. São Paulo: Editora Cortez, 2002.
BUORO, A. Olhar em construção: uma experiência de ensino e aprendizagem da arte na escola. São Paulo: Editora Cortez, 1996.
COLL, C.; TEBEROSKY, A. Aprendendo arte na escola. São Paulo: Ática, 1996.
FEIST, H. Pequena viagem pelo mundo da arte. São Paulo: Editora Moderna, 1996. (Coleção Desafio).
KONDELA, I. Jogos teatrais. São Paulo: Editora Perspectiva, 1992. (Coleção Debates).
LIMA, Edmilson. O baú de brinquedos. Recife: Editora Bagaço, 2004.
MORAES, Frederico. O Brasil na visão do artista: O País e sua Cultura. São Paulo: Editora Prêmio, 2004.
PILLAR, Analice Dutra. A educação do olhar no ensino da arte. Porto Alegre: Mediação, 1999.
XI
XII
XIII
1. Explorar, conhecer, fruir e analisar criticamente práticas e produções artísticas e culturais do seu entorno social, dos povos in-
dígenas, das comunidades tradicionais brasileiras e de diversas sociedades, em distintos tempos e espaços, para reconhecer a
arte como um fenômeno cultural, histórico, social e sensível a diferentes contextos e dialogar com as diversidades.
2. Compreender as relações entre as linguagens da arte e suas práticas integradas, inclusive aquelas possibilitadas pelo uso das
novas tecnologias de informação e comunicação, pelo cinema e pelo audiovisual, nas condições particulares de produção, na
prática de cada linguagem e nas suas articulações.
3. Pesquisar e conhecer distintas matrizes estéticas e culturais — especialmente aquelas manifestas na arte e nas culturas que
constituem a identidade brasileira —, sua tradição e manifestações contemporâneas, reelaborando-as nas criações em arte.
4. Experienciar a ludicidade, a percepção, a expressividade e a imaginação, ressignificando espaços da escola e de fora dela no
âmbito da arte.
XIV
6. Estabelecer relações entre arte, mídia, mercado e consumo, compreendendo, de forma crítica e problematizadora, modos de
produção e de circulação da arte na sociedade.
7. Problematizar questões políticas, sociais, econômicas, científicas, tecnológicas e culturais, por meio de exercícios, produções,
intervenções e apresentações artísticas.
9. Analisar e valorizar o patrimônio artístico nacional e internacional, material e imaterial, com suas histórias e diferentes visões
de mundo.
Anton_Ivanov/Shutterstock
XV
Contextos e práticas
Elementos da linguagem
Artes visuais
Materialidades
Processos de criação
Sistemas da linguagem
Contextos e práticas
Elementos da linguagem
Dança
Processos de criação
Contextos e práticas
Música
Elementos da linguagem
Materialidades
XVI
(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar formas distintas das artes visuais tradicionais e contemporâneas, em obras de
artistas brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas e em diferentes matrizes estéticas e culturais, de modo a ampliar
a experiência com diferentes contextos e práticas artístico-visuais e cultivar a percepção, o imaginário, a capacidade de
simbolizar e o repertório imagético.
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes estilos visuais, contextualizando-os no tempo e no espaço.
(EF69AR03) Analisar situações nas quais as linguagens das artes visuais se integram às linguagens audiovisuais (cinema,
animações, vídeos, etc.), gráficas (capas de livros, ilustrações de textos diversos, etc.), cenográficas, coreográficas, musicais, etc.
(EF69AR04) Analisar os elementos constitutivos das artes visuais (ponto, linha, forma, direção, cor, tom, escala, dimensão,
espaço, movimento, etc.) na apreciação de diferentes produções artísticas.
(EF69AR05) Experimentar e analisar diferentes formas de expressão artística (desenho, pintura, colagem, quadrinhos,
dobradura, escultura, modelagem, instalação, vídeo, fotografia, performance, etc.).
(EF69AR06) Desenvolver processos de criação em artes visuais, com base em temas ou interesses artísticos, de modo individual,
coletivo e colaborativo, fazendo uso de materiais, instrumentos e recursos convencionais, alternativos e digitais.
(EF69AR07) Dialogar com princípios conceituais, proposições temáticas, repertórios imagéticos e processos de criação nas suas
produções visuais.
(EF69AR08) Diferenciar as categorias de artista, artesão, produtor cultural, curador, designer, entre outras, estabelecendo
relações entre os profissionais do sistema das artes visuais.
(EF69AR09) Pesquisar e analisar diferentes formas de expressão, representação e encenação da dança, reconhecendo e
apreciando composições de dança de artistas e grupos brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas.
(EF69AR10) Explorar elementos constitutivos do movimento cotidiano e do movimento dançado, abordando, criticamente, o
desenvolvimento das formas da dança em sua história tradicional e contemporânea.
(EF69AR11) Experimentar e analisar os fatores de movimento (tempo, peso, fluência e espaço) como elementos que,
combinados, geram as ações corporais e o movimento dançado.
(EF69AR12) Investigar e experimentar procedimentos de improvisação e criação do movimento como fonte para a construção
de vocabulários e repertórios próprios.
(EF69AR13) Investigar brincadeiras, jogos, danças coletivas e outras práticas de dança de diferentes matrizes estéticas e
culturais como referência para a criação e a composição de danças autorais, individualmente e em grupo.
(EF69AR14) Analisar e experimentar diferentes elementos (figurino, iluminação, cenário, trilha sonora, etc.) e espaços
(convencionais e não convencionais) para composição cênica e apresentação coreográfica.
(EF69AR15) Discutir as experiências pessoais e coletivas em dança vivenciadas na escola e em outros contextos,
problematizando estereótipos e preconceitos.
(EF69AR16) Analisar criticamente, por meio da apreciação musical, usos e funções da música em seus contextos de produção
e circulação, relacionando as práticas musicais às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica,
estética e ética.
(EF69AR17) Explorar e analisar, criticamente, diferentes meios e equipamentos culturais de circulação da música e do
conhecimento musical.
(EF69AR18) Reconhecer e apreciar o papel de músicos e grupos de música brasileiros e estrangeiros que contribuíram para o
desenvolvimento de formas e gêneros musicais.
(EF69AR19) Identificar e analisar diferentes estilos musicais, contextualizando-os no tempo e no espaço, de modo a aprimorar
a capacidade de apreciação da estética musical.
(EF69AR20) Explorar e analisar elementos constitutivos da música (altura, intensidade, timbre, melodia, ritmo, etc.), por meio
de recursos tecnológicos (games e plataformas digitais), jogos, canções e práticas diversas de composição/criação, execução e
apreciação musicais.
(EF69AR21) Explorar e analisar fontes e materiais sonoros em práticas de composição/criação, execução e apreciação musical,
reconhecendo timbres e características de instrumentos musicais diversos.
XVII
Música
Processos de criação
Contextos e práticas
Elementos da linguagem
Teatro
Processos de criação
Contextos e práticas
Processos de criação
Patrimônio cultural
Arte e tecnologia
XVIII
(EF69AR22) Explorar e identificar diferentes formas de registro musical (notação musical tradicional, partituras criativas e
procedimentos da música contemporânea), bem como procedimentos e técnicas de registro em áudio e audiovisual.
(EF69AR23) Explorar e criar improvisações, composições, arranjos, jingles, trilhas sonoras, entre outros, utilizando vozes, sons
corporais e/ou instrumentos acústicos ou eletrônicos, convencionais ou não convencionais, expressando ideias musicais de maneira
individual, coletiva e colaborativa.
(EF69AR24) Reconhecer e apreciar artistas e grupos de teatro brasileiros e estrangeiros de diferentes épocas, investigando os
modos de criação, produção, divulgação, circulação e organização da atuação profissional em teatro.
(EF69AR25) Identificar e analisar diferentes estilos cênicos, contextualizando-os no tempo e no espaço de modo a aprimorar a
capacidade de apreciação da estética teatral.
(EF69AR26) Explorar diferentes elementos envolvidos na composição dos acontecimentos cênicos (figurinos, adereços, cenário,
iluminação e sonoplastia) e reconhecer seus vocabulários.
(EF69AR27) Pesquisar e criar formas de dramaturgias e espaços cênicos para o acontecimento teatral, em diálogo com o teatro
contemporâneo.
(EF69AR28) Investigar e experimentar diferentes funções teatrais e discutir os limites e desafios do trabalho artístico coletivo e
colaborativo.
(EF69AR29) Experimentar a gestualidade e as construções corporais e vocais de maneira imaginativa na improvisação teatral e no
jogo cênico.
(EF69AR30) Compor improvisações e acontecimentos cênicos com base em textos dramáticos ou outros estímulos (música,
imagens, objetos, etc.), caracterizando personagens (com figurinos e adereços), cenário, iluminação e sonoplastia e considerando a
relação com o espectador.
(EF69AR31) Relacionar as práticas artísticas às diferentes dimensões da vida social, cultural, política, histórica, econômica, estética
e ética.
(EF69AR32) Analisar e explorar, em projetos temáticos, as relações processuais entre diversas linguagens artísticas.
(EF69AR33) Analisar aspectos históricos, sociais e políticos da produção artística, problematizando as narrativas eurocêntricas e as
diversas categorizações da arte (arte, artesanato, folclore, design, etc.).
(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimônio cultural, material e imaterial, de culturas diversas, em especial a brasileira, incluindo
suas matrizes indígenas, africanas e europeias, de diferentes épocas, e favorecendo a construção de vocabulário e repertório
relativos às diferentes linguagens artísticas.
(EF69AR35) Identificar e manipular diferentes tecnologias e recursos digitais para acessar, apreciar, produzir, registrar e
compartilhar práticas e repertórios artísticos, de modo reflexivo, ético e responsável.
XIX
Expectativas de
As cores de Frida Kahlo gênero, política e feminismo. Além disso, Frida foi con-
aprendizagem
siderada uma das primeiras mulheres a conseguir reco-
De origem alemã, indígena e mexicana, Magdalena nhecimento na História da Arte, tornando-se uma gran- • Compreender a arte como parte da vida
Carmen Frida Kahlo y Calderón era a terceira de quatro de defensora dos direitos das mulheres e um símbolo na social.
filhas de Guillermo Kahlo e Matilde Gonzalez y Calderón. luta pela causa. Ela foi considerada uma artista surrea-
Tinha ainda duas meias-irmãs mais velhas. Crescendo lista, porém não se via dessa forma, pois dizia que “não • Interpretar obras de arte e analisar em de-
entre várias mulheres, Frida viria a se tornar um verda- pintava sonhos, e sim a sua realidade”.
deiro símbolo de luta, resistência e resiliência feminina.
talhes suas particularidades.
Reprodução.
Com uma vida marcada por grandes infortúnios, logo ce- • Perceber que a arte pode ser uma ferra-
do contraiu poliomielite, o que resultou na deformação
de apenas uma de suas pernas. Esse fato, somado ao menta de superação para as adversidades
bullying que sofria na época, fez com que ela usasse cal-
ças compridas durante grande parte da sua adolescên-
da vida.
cia e juventude. Com o tempo, substituiu por saias lon-
gas, coloridas e estampadas, tornando-as uma de suas Considerações
marcas registradas.
Em 1925, Frida sofreu um trágico acidente. Um ôni-
bus em que viajava se chocou contra um bonde, fazendo
iniciais
com que seus ossos fossem fraturados e sua medula es- Neste capítulo, os alunos serão instruí-
pinhal, danificada. O período de recuperação foi longo e
doloroso, pois foram necessárias várias cirurgias para re- dos a refletir sobre a construção da iden-
construir as partes do seu corpo que haviam sido perfu- tidade de um artista a partir de sua vida e
radas durante o acidente. Kahlo ficou acamada, imóvel e
engessada por um longo período. A maternidade era um obra. Durante a introdução do assunto, é in-
desejo de Frida que, infelizmente, não foi concretizado. A
artista sofreu três abortos espontâneos devido às seque-
teressante refletir com os alunos sobre a im-
las do acidente. Contudo, foi nesse período que a pintura portância da arte para a identidade cultu-
entrou em sua vida. Frida começou a produzir em um ca-
valete adaptado à sua cama, utilizando a caixa de tintas ral de um país.
do seu pai. Foi por meio da arte que ela conseguiu pas-
sar o tempo e expor seus sentimentos e pensamentos.
Frida costumava pintar inúmeros autorretratos e uti-
A pintura The frame (Autorretrato), produzida em 1938, faz parte do acervo do Anotações
lizava, em suas obras, elementos simbólicos que retra- Museu do Louvre. A obra é um dos muitos autorretratos pintados por Frida
Kahlo. Na obra, podemos perceber a forte influência de elementos mexica-
tavam a sua vida. Inspirando-se na cultura popular do nos, como as cores fortes e vibrantes, os pássaros e as flores, que se torna-
México, retratava, também, questões como classe social, ram, também, uma de suas marcas.
Arte – 8o ano 5
Arte – 8º ano 5
:51:17
Reprodução.
tribuição para a cultura de uma região. Essas personalida- 1
pode ser um bom momento de desconstru- des costumam ser fonte de inspiração para as pessoas do
ção de fatos que são transmitidos de manei- local e fortalecem bastante os laços culturais.
escolha do grupo. O intuito será despertar a 2| Devido à sua fama mundial, a vida e a obra de Frida
são constantemente homenageadas em diferentes mí-
atenção das pessoas para a situação na qual
dias e expressões artísticas. Pesquise por referências a
se encontra o local. Frida Kahlo em obras de outros artistas e compartilhe
os resultados da pesquisa com seus colegas e professor.
2. A ação deverá ser documentada com
fotografias e vídeos. O que as outras
pessoas pensam
textos artísticos. As sociedades estão sem- o piloto, um dos personagens que interage alter ego de Saint-Exupéry, cuja obra literá-
pre em processo de mudança e, consequen- com o Pequeno Príncipe, revela que, quan- ria, anos mais tarde, se tornou best-seller, e
temente, isso também se reflete na produ- do criança, repetiu algumas vezes um mes- cujo desenho, tão criticado na infância, pas-
ção artística. Logo, é necessário cautela ao mo desenho, no qual se esforçava para re- sou a ser símbolo da pureza da imaginação
transmitir um juízo de valor sobre um traba- presentar uma cobra que teria devorado das crianças.
lho realizado por um estudante. um elefante. Contudo, as opiniões sobre
Um exemplo que ilustra como uma opi- o seu trabalho foram duras, fazendo com
nião inconsequente pode ser prejudicial que ele acreditasse que não tinha talento
para o desenvolvimento artístico de um in- e, por isso, decidisse abandonar a carrei-
divíduo está presente em O Pequeno Prínci- ra de artista que tanto almejava. Para mui-
pe, obra de Antoine de Saint-Exupéry. Nela, tas pessoas, o piloto é considerado como o
6 Manual do Educador
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teridade, o rosto de Frida Kahlo é facilmente encontrado,
por exemplo, em peças de vestuário, filmes, joias, estam- vável causa para suas pinceladas mais frou-
pas, etc. Frida teve uma vida bastante conturbada, cer-
cada de uma grande sucessão de infortúnios que molda- xas, apressadas e quase descuidadas; uma
ram sua personalidade. No entanto, todo o legado deixa- aplicação mais densa de tinta e uma artis-
do por ela é repleto de cor e inspiração. Ela não apenas
criou belas obras de arte; tornou-se sua maior criação.
O homem invisível, de
ta menos precisa caracterizam sua pintura
Salvador Dalí, 1929–1932. A
de 1952. No ano de sua morte, em 1954, ha-
Diálogos com o obra faz parte do acervo do
Museu Nacional Centro de
tema
Arte Reina Sofia, Espanha.
via dias que, simplesmente, não conseguia
pintar, devido ao débil estado de saúde. [...]
Os significados da obra de Disponível em: http://coral.ufsm. br/artesvisuais/index.php/ini-
Frida cio/ publicacoes/45-realidade-e-sentimentona-obra-de-frida-
-kahlo. Acesso em: 25/01/2018. Adaptado.
1| Observe a pintura de Frida Kahlo a seguir.
Reprodução.
Arte – 8º ano 7
Reprodução.
com a venda de pinturas em forma de cartões, calendá-
rios e outros artigos. A principal preocupação da asso-
ciação é incentivar pessoas com deficiência física, pro-
porcionando-lhes uma bolsa de estudos até o aperfei-
çoamento delas na pintura.
8 Arte – 8o ano
8 Manual do Educador
Arte – 8o ano 9
Arte – 8º ano 9
2
Habilidades trabalhadas no capítulo
(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar Os enigmas da arte
formas distintas das artes visuais tradicio-
nais e contemporâneas, em obras de artis-
tas brasileiros e estrangeiros de diferentes
Os mistérios das pirâmides além desse desgaste natural, é provável que a esfinge
épocas e em diferentes matrizes estéticas tenha perdido seu nariz e sua barba devido a ações ico-
stock.adobe.com/AlexAnton
noclastas. Em busca de maiores explicações sobre sua
e culturais. verdadeira história, escavadores e pesquisadores con-
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes tinuam em busca de novos vestígios que tragam essas
informações. Até lá, o mistério em torno da colossal fi-
estilos visuais, contextualizando-os no tem- gura permanece.
po e no espaço.
(EF69AR04) Analisar os elementos constitu- Registre suas
tivos das artes visuais (ponto, linha, forma, ideias
direção, cor, tom, escala, dimensão, espa- A Grande Esfinge de Gizé é uma grandiosa escultura localizada junto às pirâ-
mides de Gizé, no Egito. A junção da cabeça humana com o corpo de leão sig- 1| Iconoclasta é a pessoa que destrói imagens religiosas
nificava inteligência e força para os egípcios antigos.
ço, movimento, etc.) na apreciação de dife- ou se opõe à sua adoração. Pesquise na Internet os mo-
Erguida na necrópole de Gizé, onde também estão tivos pelos quais uma pessoa ou determinado grupo age
rentes produções artísticas. localizadas as pirâmides dos faraós Quéops, Quéfren e dessa forma perante os símbolos religiosos.
Miquerinos, a enigmática figura surge imponente como
(EF69AR05) Experimentar e analisar dife- Sugestão de resposta: Um iconoclasta pode agir pelo
se montasse guarda diante dos gigantescos túmulos de
rentes formas de expressão artística (dese- pedra. A Grande Esfinge de Gizé foi esculpida utilizando-
simples prazer em depredar um símbolo religioso ou
-se uma única rocha de grandes proporções como maté-
nho, pintura, colagem, quadrinhos, dobra- ria-prima. Seu nome atual foi dado cerca de dois mil anos
pode ter outros motivos, como: crença diferente, des-
dura, escultura, modelagem, instalação, ví- após sua construção, pois a estátua remete a uma figura
mitológica grega com corpo de leão, cabeça de mulher e
crença em determinada religião e não aceitação da li-
deo, fotografia, performance, etc.). asas de águia. No entanto, a grande escultura egípcia não
possui asas, e sua cabeça tem proporções masculinas, o
(EF69AR08) Diferenciar as categorias de que evidencia que a obra não faz qualquer referência ao
berdade de culto.
artista, artesão, produtor cultural, curador, mito grego da besta que matava aqueles que não conse-
guissem adivinhar seus enigmas. 2| Quais prejuízos a destruição de símbolos religiosos po-
designer, entre outras, estabelecendo rela- A Grande Esfinge é geralmente atribuída ao faraó de trazer para uma sociedade?
Quéfren, pois muitos elementos a ligam à pirâmide de-
ções entre os profissionais do sistema das le. O rosto da escultura, possivelmente, homenagea-
Sugestão de resposta: Destruição de patrimônio cultu-
• Desconstruir conceitos infundados acer- ciais. Sendo assim, é de grande importân- pode levar para a aula reportagens sobre
ca de artistas, obras e culturas. cia que os alunos reconheçam a relação ataques a locais sagrados e sobre casos de
entre o estudo da arte e outras áreas do pais que perdem ou têm a guarda de seus fi-
Considerações conhecimento. lhos ameaçada por introduzi-los na religião
10 Manual do Educador
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saqueadas, as quais hoje fazem parte de acervos de mu- ro, inventor, pintor, anato-
seus pela Europa. mista, escultor, arquiteto, tico das pessoas que desperdiçavam suas
poeta e músico, Leonardo
a. Muitos museus se apropriam de artefatos pertecen- da Vinci é considerado um
energias com tais buscas. Em uma das ano-
tes a culturas de outros países. Em sua opinião, é corre- dos maiores artistas oci- tações que deixou registrada, afirma que
to uma peça que conta a história de um povo ser exibida dentais de todos os tempos.
em outro lugar como mero objeto de curiosidade? Outra grande característi- os alquimistas não conseguiram descobrir
ca que fascina milhares de
Resposta pessoal. qualquer elemento químico, embora mere-
pessoas ao redor do mun-
do é a atmosfera de misté- cessem aplausos por descobrirem elemen-
rio que envolve a vida des-
se notável florentino. Levan- Autorretrato de Leonardo da Vinci. tos úteis para as pessoas. Entretanto, não
do uma vida incomum à maioria das pessoas de sua época, lhes poupou críticas por também terem de-
Leonardo era vegetariano, escrevia da direita para a esquer-
b. Amani-Xaquéto vinha de uma dinastia de rainhas guer- da utilizando algarismos invertidos, dormia pouco e estava senvolvido vários tipos de veneno.
reiras e realizou grandes proezas durante seu reinado, co- sempre em busca de cadáveres para estudar a anatomia
mo enfrentar o império romano, o maior de sua época. O humana. Seu comportamento singular, aliado à sua genia- Disponível em: https://super.abril. com.br/historia/9-pergun-
reino cuxita fica em uma região próxima às famosas edifi-
tas-sobre-leonardo-da-vinci-que-nunca-se-calam/. Acesso em:
lidade, intriga tanto as pessoas que é bastante comum ha-
30/01/2021. Adaptado.
cações egípcias. Apesar disso, existem poucas informações ver um desejo de associar suas obras a enigmas.
sobre a vida da rainha. O fato de as pirâmides cuxitas terem A grande verdade, no entanto, é que Leonardo realiza-
sido destruídas contribuiu para isso? Explique. va vários estudos antes de compor uma obra e, assim co-
mo outros artistas da Renascença, valia-se de cálculos ma-
Anotações
Reprodução.
Arte – 8o ano 11
Arte – 8º ano 11
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Reprodução.
e científicas iniciado no século XIV, cujas principais ca-
feta João, e não existe qualquer elemento racterísticas são a valorização da Antiguidade greco-ro-
mana e do gênero humano. Além de Leonardo, Florença
que configure uma figura feminina. Obvia- abriga obras de grandes nomes do Renascimento. Pes-
mente, o autor deturpou vários fatos para quise e registre quais foram os mais famosos.
+ Informações sobre o so Manuscrito 512, a estatueta presenteada deadas em veículos de mídia diversos: pro-
12 Manual do Educador
Reprodução.
em vez disso, preferiram ra histórica, vale o questionamento: tudo isso teria acon-
acreditar que estavam diante tecido se o coronel tivesse se convencido de que a es-
de um item verdadeiro, porém tatueta que carregava não passava de um artefato pro-
oculto ao conhecimento dos duzido por algum artista em qualquer parte do mundo?
cientistas. Além da amizade
com Haggard, Fawcett também 1| O Manuscrito 512 é um documento que relata elemen-
mantinha relações com outro tos existentes em uma suposta cidade perdida encontra-
O coronel Percy Fawcett desa-
grande escritor: Sir Arthur Conan pareceu na região do Alto Xin- da por bandeirantes. Embora intrigue muitas pessoas,
Doyle, o criador do famoso gu enquanto procurava uma ci-
dade perdida que ele acredita-
atualmente o documento é considerado uma fraude, pois
personagem Sherlock Holmes. va existir. nunca se encontrou qualquer vestígio da suposta cida-
Tanto Haggard quanto Doyle posteriormente escreve- de. Isso custou a vida de várias pessoas, pois, além do co-
ram livros baseados na história de Fawcett: Ela, a feiticei- ronel Fawcett, outros exploradores morreram em busca
ra e O mundo perdido, respectivamente. Até mesmo o fa- dessa cidade mítica. Em sua opinião, como devemos pro-
moso personagem Indiana Jones foi inspirado na histó- ceder diante de falsas informações?
ria do destemido coronel. Nas histórias em quadrinhos, o
Reprodução.
fato também gerou grande influência: Hugo Pratt, artista
italiano, visitou o Brasil e embrenhou-se pela região do
Xingu e também no sertão da Bahia, onde supostamente
alguns bandeirantes afirmaram ter encontrado, no sécu-
lo XVIII, uma antiga cidade abandonada. Existe, inclusi-
ve, um documento, conhecido como Manuscrito 512, que
se encontra atualmente no acervo da Biblioteca Nacio-
nal do Rio de Janeiro. Nele, há relatos sobre o que teria
sido encontrado nessa suposta cidade. O fascínio do ar- Primeira página do Manuscrito 512, que se encontra guardado no acervo da
Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
tista italiano fez com que ele referenciasse Fawcett nas
histórias de seu mais famoso personagem: Corto Maltese.
Resposta pessoal.
Reprodução.
0:51:21
2| A região do Xingu abriga a maior reserva indígena do
mundo e está localizada no Estado de Mato Grosso. No lo-
cal existem quinze aldeias, que falam quatro grupos lin-
guísticos diferentes, porém todos apresentam semelhan-
ças com relação a crenças, rituais e cerimônias similares.
Pessoas de outras origens étnicas precisam de autorização
para entrar nessas localidades, pois esses povos são mais
vulneráveis a doenças comuns do que os habitantes das
Corto Maltese, personagem dos quadrinhos, e Indiana Jones, personagem do
cinema, foram inspirados no coronel Percy Fawcett. cidades. Além disso, povos indígenas vivem em equilíbrio
Arte – 8o ano 13
Arte – 8º ano 13
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Converse com a turma sobre a importân- necessário. Manter exploradores fora das reservas garan-
te a preservação das florestas e dos animais.
cia de valorizar e preservar os sítios arqueo-
lógicos ao redor do mundo. Durante o diá- a. Por que é importante demarcar terras indígenas?
logo, é importante questionar os alunos so- Sugestão de resposta: A demarcação das terras indíge-
bre iniciativas que podem contribuir para a nas resulta no estabelecimento dos limites físicos das
divulgação e para o reconhecimento da re- terras pertencentes aos indígenas, na proteção a possí-
levância desses lugares.
veis invasões e ocupações por parte dos povos não in-
filme
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meio de preservar a identidade, as tradições e a cultura
Anotações
FC
14 Manual do Educador
b. Com base em registros fotográficos, pesquise, na Internet ou em outras fontes (biblioteca, igreja, álbuns pessoais,
etc.), as transformações físicas pelas quais sua cidade passou ao longo dos anos. O que mudou? Como essa mudança
impactou física e socialmente a memória da cidade? Registre as respostas em seu caderno.
2| No Brasil, existem centenas de sítios arqueológicos com vestígios de povos indígenas que há milênios habitavam es-
ses locais. Entre os registros mais comuns, estão peças de cerâmica e pinturas rupestres feitas nas paredes de cavernas
e grutas. Esses registros artísticos possuem formas variadas e geralmente são classificados como antropomorfos, fi-
tomorfos, zoomorfos e amorfos. Pesquise e descubra o significado de cada um desses termos e, em seguida, classifi-
que as figuras a seguir de acordo com a composição das imagens.
Reprodução.
Reprodução.
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Amorfo. Antropomorfo.. Amorfo.
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0:51:23
Zoomorfo.
Arte – 8o ano 15
Arte – 8º ano 15
3
Habilidades trabalhadas no capítulo
(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar A arte da escrita
formas distintas das artes visuais tradicio-
nais e contemporâneas, em obras de artis-
tas brasileiros e estrangeiros de diferentes
épocas e em diferentes matrizes estéticas e A beleza medieval das que esses volumes chegassem às mãos da grande popu-
culturais, de modo a ampliar a experiência iluminuras lação, o que fazia com que existissem muitos analfabe-
tos e os poucos registros de conhecimento ficassem res-
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com diferentes contextos e práticas artís- tritos a uma pequena parcela da sociedade.
Um aspecto formidável das iluminuras é a sua dura-
tico-visuais e cultivar a percepção, o ima- bilidade. Enquanto muitas pinturas e afrescos realiza-
dos em séculos posteriores à Idade Média se perderam
ginário, a capacidade de simbolizar e o re- ao longo do tempo, uma grande quantidade de iluminu-
pertório imagético. ras sobreviveu sem apresentar grande deterioração. Is-
so constitui um rico acervo artístico e histórico disponí-
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferen- vel na atualidade, que nos permite compreender como
era a vida das pessoas durante a Idade Média.
tes estilos visuais, contextualizando-os no
Imagem da Virgem Maria e os monges dominicanos no acervo da biblioteca
tempo e no espaço.
Registre suas
do Museu San Marco, mosteiro do século XV. Florença, Itália.
(EF69AR03) Analisar situações nas quais Bastante comum na Idade Média, uma iluminura é ideias
um tipo de pintura decorativa aplicada à primeira letra
as linguagens das artes visuais se inte-
que abre um capítulo de um pergaminho, às imagens que
gram às linguagens audiovisuais (cinema, o ilustram e a outros elementos decorativos presentes na 1| Lettering é um termo inglês que basicamente signifi-
obra. O termo surgiu pelo fato de se utilizar ouro ou pra- ca desenhar letras em vez de simplesmente escrevê-las.
animações, vídeos etc.), gráficas (capas de ta para criar um aspecto brilhante na imagem. No en- Nesse tipo de arte, as frases ou blocos de palavras são
livros, ilustrações de textos diversos etc.), tanto, havia várias formas de se obter uma imagem ilu- desenhados de forma a se assemelharem a ilustrações,
minada utilizando minerais variados, que eram adminis- e cada elemento recebe grande atenção em seus deta-
cenográficas, coreográficas, musicais etc. trados aos pigmentos vegetais utilizados para a realiza- lhes, para criar um efeito exclusivo na composição final.
ção dos trabalhos.
(EF69AR06) Desenvolver processos de As iluminuras foram uma herança dos povos germâ-
criação em artes visuais, com base em te- nicos que se converteram ao cristianismo e difundiram
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seus conhecimentos em manuscritos feitos em peles de
mas ou interesses artísticos, de modo indi- alguns animais, como a ovelha. Posteriormente, o supor-
te para o trabalho que era realizado sobretudo nos mo-
vidual, coletivo e colaborativo, fazendo uso nastérios medievais passou a ser o papel, uma invenção
de materiais, instrumentos e recursos con- chinesa. Esse trabalho, no entanto, era bastante lento e
meticuloso, o que demandava bastante tempo para se
vencionais, alternativos e digitais. produzir um único livro. Além disso, os elevados custos
desse tipo de produção totalmente artesanal impediam
(EF69AR22) Explorar e identificar diferen- Dois exemplos de arte feitos utilizando a técnica de lettering.
16 Manual do Educador
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teres de um texto, de forma manual ou digital. Surgida na
China e aperfeiçoada pelo alemão Johannes Gutenberg ferramentas para criar linhas paralelas e
no século XV, a tipografia permitia a impressão em larga
escala, o que barateou bastante o processo de produ-
outras formas.
ção de um livro e permitiu que o conhecimento, gradati-
vamente, pudesse ser espalhado entre pessoas de todas
as classes sociais. As fontes tipográficas correspondem a
diversos conjuntos de caracteres, que seguem uma mes-
Anotações
Que tal criar uma mensagem utilizando essa técnica
ma linha de design e são apresentados de maneira bas-
e apresentá-la para a sala?
tante legível e facilmente compreensível para os leitores.
Exemplos de fontes tipográficas:
Material necessário:
• Lápis. • Régua.
• Borracha. • Canetas hidrográficas. Times New Roman Arial
• Papel. • Marcador de texto. Century Gothic Gill Sans
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ra das maiúsculas.
Linha de altura para as maiúsculas
Linha de altura para as minúsculas
Linha da base
Arte – 8o ano 17
Arte – 8º ano 17
sional deve praticar com muita regularida- dos. Abaixo estão as formas mais utilizadas:
como ritmo, tempo, batidas e pausas.
xar a partitura. Para isso, o estudante pode 4. Praticar, primeiramente, com músicas entre os estudos irão gerar esquecimento
treinar trechos isolados e depois tentar sol- fáceis. Essa é uma lição que se aplica a toda e não permitirão que se adquira a fluên-
fejá-los. Só após se familiarizar com a me- forma de aprendizado. No caso da música, cia. Nesse contexto, é melhor estudar de
lodia e com o ritmo é que ele deve interpre- iniciar com partituras complexas repletas de forma constante, dedicando-se um pouco
tar utilizando o instrumento. fusas e semifusas, provavelmente, irá gerar a cada dia.
3. Respeitar o ritmo de aprendizagem. grande frustração no praticante. Dessa ma- 6. Procurar formas criativas para estu-
Pessoas que ainda estão em processo de neira, é mais indicado começar com músicas dar pode quebrar a monotonia que tende a
aprendizado tendem a ler as partituras mais fáceis e, conforme o estudante progre- aborrecer alguns estudantes. Praticar com
mais lentamente. Uma boa maneira de dir, passar para partituras mais complexas. amigos e propor competições divertidas
compensar isso é aproveitar as pausas da 5. Praticar regularmente. Assim como pode ser uma excelente pedida para resol-
música para preparar o próximo compasso. aprender um novo idioma, grandes pausas ver o problema.
18 Manual do Educador
c. Algumas composições musicais fazem tanto sucesso se forem somadas todas as variantes existentes, em-
tema
que são regravadas por diversos artistas diferentes em bora o governo local tenha implementado uma po-
vários momentos da história. Pesquise alguma canção lítica de simplificação de muitos desses caracteres. Alguns países asiáticos ainda utilizam
que tenha sido regravada várias vezes e indique quem é Nas culturas ocidentais, apesar do uso do alfabeto ideogramas para a escrita, um deles é o Ja-
seu compositor e quais artistas já a interpretaram. arábico, também se utilizam muitos ideogramas na
comunicação. É o caso, por exemplo, dos símbolos pão, que possui três alfabetos predominan-
Resposta pessoal.
matemáticos. Existem ainda os pictogramas, cujas fi-
guras representam símbolos figurativos que são facil-
tes: hiragana, katakana e kanji. Atualmen-
mente identificados pela população. Placas de trân- te, muito da cultura japonesa é difundido
sito são bons exemplos de pictogramas.
por meio de mangás e animes. Sendo as-
stock.adobe.com/graphixmania
sim, pergunte aos alunos se já tiveram con-
tato com a escrita japonesa — ou até mes-
mo de outros países — por meio de algumas
+ Informações dessas mídias.
sobre o tema
A escrita ideográfica Anotações
Um ideograma é um símbolo gráfico utilizado pa-
ra representar uma palavra ou um conjunto de pala-
vras. Os sistemas de escrita ideográfica tiveram ori-
gem na Antiguidade e, em muitos casos, conservaram
muitas de suas características milenares. Nesses sis-
temas de escrita, é comum haver centenas de figuras
diferentes utilizadas para representar os vocabulários
locais. Diferem, portanto, da escrita alfabética, que é
baseada em um conjunto com poucos caracteres (em
média 26 em países ocidentais).
Entre os povos que utilizaram ou ainda utilizam
ideogramas, destacam-se os egípcios, japoneses,
astecas, anatólios, chineses, cretenses, maias e ol-
mecas. Em comum, essas culturas têm uma história
bastante antiga, que se desenvolveu muito antes da
criação dos primeiros alfabetos utilizados por gran-
de parte do mundo atual. No Japão, por exemplo, os
kanji, como são chamados os caracteres desse país,
somam mais de 1.400 símbolos diferentes. Esse siste-
ma é derivado do chinês, cuja complexidade é muito
maior, e possui muitas variantes entre regiões. Calcu-
la-se que existam mais de 85 mil caracteres chineses, Pictogramas que representam modalidades praticadas nos jogos olímpicos.
Arte – 8o ano 19
7. Por fim, a Internet oferece uma varie- tar duas versões de uma mesma música e
dade de softwares que podem ajudar os fu- pedir que eles observem e comentem quais
turos músicos a aprimorar a teoria musical. mudanças notaram. Você pode também
Disponível em: https:// canaldoensino.com.br/blog/7-dicas- mostrar uma versão ao vivo e uma versão
-para-aprender-a-ler-e-escrever-partituras-musicais. Acesso
em: 31/01/2021. Adaptado. gravada em estúdio. Em ambos os momen-
tos, converse com os alunos, ajudando-os
Diálogos com o a perceber aspectos que, porventura, ain-
tema da não tenham observado.
Arte – 8º ano 19
stock.adobe.com/Julia
1. Trabalhe manualmente a argila para que ela adquira
bastante liga e fique consistente.
ções, principalmente os indígenas brasileiros 2. Espalhe a argila em uma superfície de maneira a for-
— não só pela a herança cultural que temos mar um suporte retangular, oval ou triangular.
3. Utilizando os palitos de churrasco e picolé, desenhe
desses povos, mas também pela sua impor- símbolos com os quais você se identifica.
Reciclagem.
4. Utilize o pincel umedecido levemente com água para
tância, bem como as suas lutas e conquistas.
dar o acabamento final sobre a superfície do trabalho.
5. Deixe secar ao sol durante alguns dias até que toda a
umidade tenha se evaporado.
Anotações
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Repensando
Os incas ergueram o maior império da América do
Sul. Apesar de não desenvolverem a escrita, grava-
ram narrativas, por meio de pinturas em vasos, xíca-
Teatro.
ras e tecidos, que contam sua história. Além disso, o
que se conhece sobre o maior império andino tam-
2| Surgidos em uma época em que ainda não se uti- bém é baseado em relatos orais, registros de invaso-
lizava papel, muitos ideogramas foram feitos em tá- res espanhóis e hipóteses levantadas após descober-
buas de argila ou entalhados em pedras. Por conta dis- tas arqueológicas.
so, muitas informações milenares resistiram à ação do No Brasil, é evidente a herança genética e cultu-
tempo e chegaram até nós. Uma das heranças mais ral dos povos indígenas na população brasileira, po-
antigas é proveniente da Mesopotâmia e era produ- rém muitas pessoas desconhecem essas raízes por-
zida utilizando-se a escrita cuneiforme, que recebe que, assim como ocorreu com o Império Inca, todo o
esse nome por ser feita com o auxílio de cunhas. Os conhecimento era transmitido de forma oral, fato que
sumérios, habitantes da Mesopotâmia que desenvol- favoreceu o desaparecimento dessas tradições à me-
veram esse sistema de escrita, levavam as tábuas de dida que os europeus impunham uma nova cultura.
argila para serem tostadas em fornos, o que lhes con- Debata, com o professor e a turma, sobre possibili-
feria grande durabilidade depois do trabalho concluí- dades de manter viva a cultura dos povos indígenas
do. Os maias, por sua vez, criavam imagens em relevo restantes e o quanto isso pode ser importante para a
com uma qualidade impressionante. sociedade como um todo.
20 Arte – 8o ano
20 Manual do Educador
4 A máscara: representação
de um personagem
iluminação e sonoplastia, considerando a
relação com o espectador.
(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimô-
nio cultural, material e imaterial, de culturas
diversas, em especial a brasileira, incluin-
A diversidade das máscaras As máscaras larvárias assumem fisionomias e lem-
teatrais bram formas simplificadas da figura humana. Recebem do suas matrizes indígenas, africanas e eu-
esse nome porque simbolizam o ser humano ainda em
ropeias, de diferentes épocas, e favorecen-
Reprodução.
estado de formação.
A máscara expressiva também pertence à categoria do a construção de vocabulário e repertório
das máscaras silenciosas. Ela possui feições mais elabo-
radas, enfatizando o caráter de uma personagem. São relativos às diferentes linguagens artísticas.
máscaras que cobrem o rosto inteiro e são inspiradas em
rostos comuns do cotidiano.
Já a meia-máscara é aquela que cobre a parte superior
do rosto e permite o uso da voz pelo atuante. A voz é um dos
Expectativas de
Arte – 8º ano 21
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2| Hoje, ainda é comum ver as máscaras no carnaval ve-
aula, qual a reação que os estudantes têm neziano com o intuito de preservar a cultura carnavales-
ao se depararem com algum desses perso- ca, porém, no princípio, a necessidade era outra. O tex-
to nos conta que a tradição das máscaras venezianas
nagens que fazem parte do folclore local. começou com os nobres da época buscando uma alter-
nativa para poder festejar nas ruas junto aos plebeus.
Acerca disso, por que era necessário que os nobres usas-
Sugestão de sem máscaras?
Autor: Alexandre Dumas O carnaval de Veneza tem duração de dez dias, e, nessa
época, as ruas ficam lotadas. O lugar principal é a Piazza
Este é o último livro da trilogia que con- San Marco, onde acontecem os desfiles de máscaras. Pe- O que as outras
ta a história dos Três Mosqueteiros e o que
las ruas, é possível encontrar lojas vendendo máscaras e
roupas de carnaval, tudo no estilo veneziano.
pessoas pensam
mais rendeu adaptações para o teatro e para Os trajes utilizados são característicos do século XVIII, sobre
e são comuns as maschera nobile, ou seja, máscaras no-
o cinema. O grande destaque dessa obra, bres, caretas brancas com roupa de seda negra e chapéu Máscaras africanas: uma
que mistura ficção com fatos reais, se deu
de três pontas. Desde 1979, foram somadas outras cores
aos trajes, embora as máscaras mais comumente usadas
construção de gerações
sejam brancas, prateadas e douradas. Uma das sociedades que mais se manifestam simbo-
por conta de um prisioneiro que utiliza uma
Em 1797, Veneza passou a fazer parte do Reino licamente por meio de suas expressões artísticas e que
horrenda máscara de ferro: Phillipe, irmão Lombardo-Vêneto, e Napoleão Bonaparte assinou um se tornaram conhecidas pelas suas máscaras é a africa-
decreto que proibia os festejos. No ano seguinte, os aus- na. No continente africano, encontram-se várias socie-
gêmeo de Luis XIV, rei da França. A trama traz tríacos tomaram conta da cidade. dades e etnias, em que cada uma possui traços especí-
ainda a presença de Nicolas Fouquet, ex-mi- Os festejos só foram restabelecidos em 1980 de forma ficos e particulares, respeitando o contexto cultural de
oficial, após quase dois séculos de ausência. Desde en- cada uma.
nistro de finanças do rei, que, historicamente, tão, a festa acontece nos dias antes da Quaresma. O continente africano é enorme e habitado por várias
etnias, por isso apresenta diferenças culturais, estéticas e
tem seu nome ligado ao famoso prisioneiro. Disponível em: http://www.correiodobrasil.com.br/carnaval-de-veneza-2016-
-glamour-tradicao-turistas-e-tristeza/. Acesso em: 11/03/2016. Adaptado. religiosas de uma região para outra. Consequentemente,
pensam sobre
O texto apresentado nos faz refletir so- FC_Artes_8A_01.indd 22 31/03/2023 10:51:28 FC_A
22 Manual do Educador
Arte – 8o ano 23
Arte – 8º ano 23
Reprodução.
Reprodução.
ras feitas em papel machê, o relho (uma espécie de chico-
te feito de madeira, ponteira e corda que estala no ar, em
desafios a outros caretas) e, ainda, os chocalhos presos a
placas com dizeres populares. Difícil precisar quando os
primeiros caretas apareceram nas ruas de Triunfo. O que
é certo é que, durante os quatro dias de Carnaval, grupos
de adultos e crianças fantasiados saem às ruas da cida-
de. É tradição os moradores oferecerem mungunzá sal-
gado para os mascarados. Simbolicamente, os caretas de
Triunfo são uma versão do personagem Mateus (do bum- A utilização de máscaras é uma característica marcante do carnaval pernam-
ba meu boi e do reisado), que, após expulso do “grupo”, bucano. À esquerda, um registro da troça carnavalesca Os Caiporas; à direi-
ta, uma fotografia de pessoas caracterizadas como papangus.
veste-se de mascarado para brincar na festa.
24 Arte – 8o ano
24 Manual do Educador
em porta pedindo um pouco da guloseima feita com mi- 1| Faça uma pesquisa sobre as festividades da região on-
tema
lho. Esse é um dos momentos principais da festa, pois, de você mora e anote, em seu caderno, as informações Professor, o conto A Máscara da Morte
se o papangu for reconhecido pelo dono da casa, preci- que são pedidas. Resposta pessoal.
sa tirar a máscara.
Vermelha — ou Rubra — tem características
Cavalhada (Goiás) – A cavalhada teve origem nos tor- a. Nome da festividade ou folguedo. típicas de uma peça teatral: os cenários re-
neios medievais, os quais têm, entre outras lembranças, b. Tipo de máscara que é usado.
o uso de fitas como prêmio, oferecidas pelo ganhador a c. História da máscara e da festividade. tratam salões de cores diferentes, os perso-
uma mulher ou a uma pessoa a quem se deseje homena- d. Material de que as máscaras são feitas.
nagens aparecem todos utilizando másca-
gear. É uma festa viva em vários pontos do Brasil, como e. Imagens da festividade.
Alagoas, Minas Gerais e Goiás. Em Pirenópolis (GO), a ca- ras e tudo combina perfeitamente com mú-
valhada é realizada durante a Festa do Divino.
sicas de festejos.
Nesse festejo, os mascarados, ou curucucus, assim cha-
mados por causa do som que emitem, vestem-se com más-
+ Informações Uma boa possibilidade de abordagem
caras, roupas coloridas, luvas e botas. Eles mudam a voz ao sobre o tema
falar e cobrem todo o corpo para não serem reconhecidos. desse conto seria adaptá-lo ao formato de
Enfeitam seus cavalos com fitas, tecidos, plantas e outros
texto teatral e, em seguida, encenar a peça
adereços. A máscara de boi é a mais tradicional e só é en- A Máscara da Morte
contrada entre os mascarados de Pirenópolis.
Vermelha para uma apresentação na escola. Como se
Reprodução.
Arte – 8o ano 25
51:29
Arte – 8º ano 25
Reproduções
horror e de repulsa.
Em uma assembleia de fantasmas, como eu pin-
Nos últimos anos, estamos vendo as
tei, é de se supor que nenhuma aparência comum po-
mídias digitais substituírem muitos veícu- deria ter excitado tal sensação. Na verdade, a liberda-
de do baile de máscaras da noite era quase ilimitada;
los impressos, como jornais, revistas e ou- mas a figura em questão ultrapassara em extravagância a
tros periódicos. Dessa forma, para evitar o Herodes e excedia os limites do decoro indefinido do
príncipe. Existem acordes no coração dos mais impru- 3. 4.
problema de falta de jornal, recomenda-se dentes que não podem ser tocados sem emoção. Mesmo
com os totalmente perdidos, para quem a vida e a morte
que esse material seja solicitado aos estu- são igualmente brincadeiras, há assuntos dos quais ne-
dantes com antecedência. nhuma brincadeira pode ser feita.
[...]”
Disponível em: https://pt.wikisource.org/wiki/A_m%C3%A1scara_da_Mor-
te_Vermelha. Acesso em: 10/11/2020. Adaptado.
Sugestão de 5. 6.
filme Repensando
O fantasma da ópera
1| Agora que vimos um pouco sobre a história das másca-
Direção: Joel Schumacher ras e suas variedades, vamos criar uma máscara de jornal?
7. 8.
O Teatro de Paris é o lugar perfeito pa- • Encha uma bexiga até ficar um pouco maior que a sua
cabeça. Recorte o jornal em pequenos pedaços. Com
ra um “Fantasma” se refugiar. Gênio da mú- um pincel, passe cola em apenas um dos lados da be-
sica desfigurado, ele encontra na ingênua xiga (para formar o rosto da máscara) e vá colando
pedacinhos de jornal. Repita essa operação três vezes
Christine a cantora ideal para alcançar as suas para formar camadas. Não precisa esperar secar entre
uma camada e outra.
próprias aspirações. Quando a temperamen-
• Depois que o jornal estiver seco, estoure a bexiga. Ela 9. 10.
tal La Carlotta abandona os ensaios do espe- desgrudará da máscara.
26 Manual do Educador
5 Arte conceitual
tética e ética.
(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimô-
nio cultural, material e imaterial, de culturas
diversas, em especial a brasileira, incluin-
do suas matrizes indígenas, africanas e eu-
As possibilidades da arte pontos opostos até se encontrarem na metade do ca- ropeias, de diferentes épocas, e favorecen-
performática minho, onde finalmente se despediram para sempre e
continuaram a caminhar, dessa vez se distanciando ca- do a construção de vocabulário e repertório
da vez mais um do outro. Cada um caminhou mais de
Marina Abramović é uma artista sérvia com mais de
2.500 quilômetros em uma jornada que visava dar um
relativos às diferentes linguagens artísticas.
40 anos de atuação em arte performática. Seu trabalho
clima de romantismo a uma relação que, embora tives-
explora a relação entre artista e público, os limites do
se chegado ao fim, tinha gerado grandes frutos e que
corpo e as possibilidades da mente. Uma performance
é uma modalidade de expressão artística que pode
encantou públicos do mundo inteiro durante mais de Expectativas de
uma década.
combinar música, teatro, poesia e vídeo. Pode ser rea-
aprendizagem
Reprodução.
lizada com ou sem a presença do público e geralmente
segue um roteiro preestabelecido, ou seja, não é algo
improvisado. Por contar com um público participante • Conhecer as expressões artísticas surgi-
bastante limitado ou mesmo ausente, muitas apresen-
tações só podem ser apreciadas por meio de fotogra- das no século XX que se baseiam em concei-
fias e filmagens.
Por sua visão inovadora, Marina se tornou um dos
tos, e não apenas no produto final.
grandes nomes da arte performática, e suas apresenta- • Analisar exemplos de artes conceituais
ções encantam por despertar os sentimentos das pes-
soas que têm a oportunidade de participar delas. A ar- presentes em nosso cotidiano.
tista teve uma infância difícil, pois a região onde nasceu
foi marcada por um longo histórico de conflitos arma-
dos, separações e disputas políticas violentas. Tudo is-
so iria se refletir no seu trabalho, em que sempre aborda
No trabalho Relation in time (1977), Marina e Ulay sentaram-se de costas, amar-
rados pelos cabelos durante dezesseis horas. O público podia entrar e intera-
Considerações
a resistência para vencer situações adversas. Com uma
vida bastante intensa, que seguia a mesma linha de seu
gir com ambos, com o intuito de lhes passarem energias positivas e aumen-
tarem a resistência do casal. iniciais
trabalho, Marina teve um relacionamento de longa da-
ta com Ulay, um artista performático de origem alemã. O senso comum nos ensina desde cedo a
A parceria rendeu diversos projetos, nos quais explora- Registre suas
atribuir valor para expressões artísticas tra-
vam desafios desconcertantes para o público e temas ideias
como a resistência do corpo, e a energia masculina e fe- dicionais que se baseiam em produtos aca-
minina presente em ambos.
Em 1988, em um trabalho intitulado Amantes, Ma- 1| Em 2010, o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) bados, como quadros, uma escultura, um
rina e Ulay foram até a Grande Muralha da China, e lá reservou todos os seus seis andares para receber uma ex-
cada um começou uma longa caminhada a partir de posição abrangendo toda a obra de Marina Abramović.
filme, uma peça teatral ou uma música. No
entanto, a partir do século XX, surgiram no-
Arte – 8o ano 27 vas formas de expressão que traziam pro-
postas igualmente interessantes, porém
0:51:31 FC_Artes_8A_02.indd 27 14/01/2023 10:04:00
não se baseando no tradicional já social-
mente consagrado. Nesse contexto, surgi-
estilos visuais, contextualizando-os no tem-
BNCC po e no espaço.
ram abordagens como as performances, as
intervenções urbanas, a Land Art, Body Art
(EF69AR05) Experimentar e analisar dife-
Habilidades trabalhadas no capítulo e a videoarte. Essas novas perspectivas mu-
rentes formas de expressão artística (dese-
daram bastante as ideias sobre o que é arte.
(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar nho, pintura, colagem, quadrinhos, dobra-
formas distintas das artes visuais tradicio- dura, escultura, modelagem, instalação, ví- Registre suas
nais e contemporâneas, em obras de artis-
tas brasileiros e estrangeiros de diferentes
deo, fotografia, performance, etc.).
(EF69AR29) Experimentar a gestualidade e
ideias
épocas e em diferentes matrizes estéticas as construções corporais e vocais de manei- O momento do encontro de Marina
e culturais. ra imaginativa na improvisação teatral e no Abramović com Ulay permite que possa-
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes jogo cênico. mos sentir uma atmosfera única, que só
Arte – 8º ano 27
Reprodução.
o trabalho A artista está pre- nessa forma de expressão.
nado por eles não teria chegado ao público. sente, em que passou, ao to- Lady Gaga, cantora estaduni-
Compreender essa particularidade é funda- do, 736 horas sentada em uma dense, é um bom exemplo de
cadeira praticamente sem se artista contemporânea que
mental para entender como funciona uma mexer enquanto os visitan- conquistou grande reconhe-
tes sentavam à sua frente e cimento tanto por sua músi-
performance artística e, consequentemen- podiam interagir com ela visualmente, sem trocar pala- ca quanto pela performance
te, a arte conceitual. vras. Um dos visitantes, para surpresa dela, seria Ulay, com no palco.
quem não falava há vários anos. O vídeo registrando esse Assim como Lady Gaga,
momento ficou famoso no mundo inteiro e pode ser con- outros artistas também se
A cantora Lady Gaga durante uma
ferido no QR Code ao lado. utilizam de coreografias, fi- apresentação em Roma, na Itália.
O que as outras pessoas gurinos, vídeos e dança para performar sua arte. Pesqui-
rado o precursor desse tipo de expressão ciam uma perseguição ao artista com o in- na qualidade de cristãos, deveriam agir de
artística no Brasil. tuito de linchá-lo. Flávio consegue fugir e acordo com suas crenças, ou seja, serem be-
No ano de 1931, Flávio de Carvalho rea- se abrigar em uma leiteria — que, naquela nevolentes, mansos, amarem ao próximo e
lizou, no centro da cidade de São Paulo, época, funcionava como as atuais lancho- estarem prontos para perdoar outras pes-
uma ação que denominaria Experiência no netes — e, então, é resgatado pela polícia, soas. O resultado de sua ação rende um en-
2, pois não costumava dar títulos para mui- que o leva preso. saio intitulado no livro Experiência no 2: uma
tos de seus trabalhos. Na ação, o artista — Na delegacia, o artista informa que todo possível teoria e uma experiência. Quase 30
que trazia em sua cabeça um extravagan- o furdunço foi gerado por conta de uma ex- anos depois, como conclusão de uma série
te boné verde — caminha, em sentido con- periência na qual ele gostaria de analisar de artigos sobre moda, realiza sua Experiên-
trário a uma procissão de Corpus Christi. O a capacidade agressiva de uma procissão cia no 3, na qual exibe o New Look, uma con-
ato desperta a fúria da turba e logo eles ini- formada por religiosos que, teoricamente, cepção particular de vestimentas para o ho-
28 Manual do Educador
Arte – 8o ano 29
Arte – 8º ano 29
to social. A maioria dos grafites representa 1939, ficou apreensivo por imaginar que a construção
com mais de 800 anos iria receber uma ação daque- b. O conde Patrick Boyle foi convencido por seus filhos
algo para o grafiteiro ou para o mundo que le tipo. Entretanto, como planejava trocar todo o rebo- a aceitar a intervenção no castelo. Muitas pessoas ainda
co das paredes externas posteriormente, aceitou que enxergam o grafite como uma ação de vandalismo, e não
o rodeia. É uma espécie de linguagem e ne- os gêmeos realizassem a ação, que consumiu cerca de como arte. Para ampliar seu ponto de vista, faça uma
cessidade básica do ser humano de se co- 1.500 latas de spray. O que o conde não imaginava era entrevista com no máximo três pessoas conhecidas (fa-
que o local viraria um sucesso turístico na região. Ao fi- miliares ou membros da sua comunidade escolar) que
municar com o auxílio de figuras e símbo- nal de três anos, prazo concedido pelas autoridades lo- tenham idades diferentes. Em seguida, compare se as
cais para que o mural fosse retirado, o conde, na épo- respostas foram similares, mais ou menos similares ou
los por meio da arte. ca com 72 anos, escreveu para as autoridades gover- destoantes. Por fim, discuta o tema com a turma.
Os grafites atuais remetem a um sentido namentais pedindo para que o trabalho permaneces-
se. Seu pedido foi prontamente atendido.
diferente dos muros do passado, pois todas
+ Informações
Reprodução.
30 Manual do Educador
Reprodução.
• Barbante.
O xintoísmo é uma tradição espiritual japonesa bas-
tante antiga que conta com adeptos até os dias atuais.
Tendo a natureza como grande pilar de culto, os xintoís- Procedimento:
tas acreditam que objetos não devem ser descartados
se tiverem pouco tempo de uso, pois tudo foi extraído 1. Reúnam uma boa quantidade de pe-
da natureza e, por conta disso, possui espírito. Basean-
do-se nesses ensinamentos, que ouvia desde a infância
ças plásticas, de preferência da mesma cor.
no Japão, a artista Sayaka Ganz produz belíssimas es- 2. Utilizem o barbante para amarrar as
culturas a partir de objetos que são encontrados em la-
tas de lixo ou doados por amigos e familiares. peças.
Quando tinha 9 anos, Sayaka se mudou com sua fa-
3. Cubram com fita adesiva as partes em
mília para São Paulo, onde permaneceu por cinco anos. Utilizando principalmente o plástico como matéria-prima, as esculturas pro-
Arte – 8o ano 31
Sugestão de
filme
Cidade Cinza
em museus e em grandes galerias no exterior,
Direção: Guilherme Valiengo, Marcelo Mesquita
mas que, em São Paulo, cidade natal dos artis-
Este documentário é uma produção inde- tas, seus trabalhos são pintados de cinza pela
pendente que contou com a participação de ar- prefeitura. O documentário também acompa-
tistas como Os Gêmeos, Nunca e Nina, e Crio- nha a repintura de um enorme mural que foi
lo e Daniel Ganjaman, que compuseram a tri- apagado, faz alusão para a questão das cores
lha sonora. O trabalho mostra que os grafitei- desses artistas e questiona o cinza como cor
ros em questão possuem suas obras expostas predominante nas grandes metrópoles.
Arte – 8º ano 31
6
Habilidades trabalhadas no capítulo
Reprodução.
fluenciar o rapaz ao longo de toda a sua vida. As irmãs de
nais, alternativos e digitais. Courbet foram suas primeiras modelos, e todo esse am-
biente acolhedor lhe renderia grandes inspirações pa-
(EF69AR07) Dialogar com princípios con- ra o futuro. Convivendo com camponeses e compreen-
ceituais, proposições temáticas, repertó- dendo a dura realidade que a maior parte deles enfren-
tava, o artista desenvolveu uma visão bastante diferen-
rios imagéticos e processos de criação nas te da maioria dos pintores que se formavam nas escolas
de arte. Aos 20 anos, foi morar em Paris, onde estudou os
suas produções visuais. mestres espanhóis, holandeses e franceses.
(EF69AR08) Diferenciar as categorias de Pintura Os quebradores de pedras (1849), de Gustave Courbet. O pintor retra-
Inicialmente, as obras de Courbet não agradaram o jú-
tava a realidade dos trabalhadores à sua volta. ri responsável por aprovar quais quadros seriam aceitos,
artista, artesão, produtor cultural, curador, pois o pintor não tinha interesse pela pintura histórica,
Por muitos séculos, o trabalho dos artistas europeus
um tema muito apreciado pelos jurados e que era consi-
designer, entre outras, estabelecendo rela- esteve sujeito aos gostos das classes ricas e detentoras
derado como a vocação máxima de um pintor. Courbet
de poder perante a sociedade. No século XIX, no entanto,
ções entre os profissionais do sistema das novas ideias tomaram força entre a classe dominante eu-
simplesmente dizia que nenhum artista seria capaz de
pintar os aspectos de um período passado ou futuro da
artes visuais. ropeia e as classes mais pobres, que passaram a lutar por
forma como realmente seriam. Afirmava também que a
mudanças que pudessem dar maior dignidade às pes-
(EF69AR31) Relacionar as práticas artísti- soas que nasciam em condições miseráveis e não tinham
única fonte possível para um trabalho verdadeiro é a pró-
pria experiência do artista.
grandes expectativas ao longo da vida. Em meio a tudo
cas às diferentes dimensões da vida social, isso, surgiria um pintor francês que encarnava todo es-
cultural, política, histórica, econômica, es- se espírito de mudança em suas telas: Gustave Courbet.
Enquanto a imensa maioria dos artistas europeus pin- Registre suas
tética e ética. tava temas enfatizando seres mitológicos, cenas de bata- ideias
lha, retratos de famílias poderosas ou representações bí-
(EF69AR34) Analisar e valorizar o patrimô-
blicas, Courbet escandalizava os salões ao exibir quadros
nio cultural, material e imaterial, de cultu- nos quais as pessoas homenageadas faziam parte de uma 1| Almeida Júnior foi um pintor e desenhista paulista
camada desfavorecida da sociedade. Os mercadores de ar- que teve grande destaque para a História da Arte no Bra-
ras diversas, em especial a brasileira, in- te, reconhecendo o grande talento de Courbet, recomen- sil. Seus primeiros trabalhos remetiam a temas bíblicos
cluindo suas matrizes indígenas, africanas davam-lhe pintar cenas heroicas, mitológicas ou angeli- e heroicos, pois eram as temáticas mais adotadas en-
cais para agradar os compradores. O pintor, no entanto, tre os membros da Academia Imperial de Belas Artes e
e europeias, de diferentes épocas, e favo- recusava-se a mudar os temas de seus trabalhos e afirma- as que conferiam um bom retorno financeiro para os ar-
va que só pintava aquilo que realmente existia, e não pro- tistas. Em 1876, durante uma viagem ao interior paulis-
recendo a construção de vocabulário e re- dutos criados pela imaginação das pessoas. ta, o Imperador D. Pedro II ficou impressionado com os
pertório relativos às diferentes linguagens
artísticas. 32 Arte – 8o ano
32 Manual do Educador
Arte – 8º ano 33
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O artista tem inúmeras funções na so- principalmente, mulheres se dedicando a esse habi-
lidoso ofício ao ar livre.
ciedade. E uma das mais importantes é
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educar. Todas as formas de arte e de cul-
tura são educativas e devem ser incentiva-
das aos mais jovens como ferramenta de
A arte da ciclogravura é um exemplo
aprendizado. O artista consegue estimu- de produção da arte popular, em que
os artesãos utilizam materiais da natu-
lar a percepção, a sensibilidade e a cria- Bonecas de pano feitas à mão.
reza, como areia difundida, para fazer
seus objetos de arte.
tividade de uma maneira surpreendente. O mundo da arte popular brasileira — ou seja, o mun-
do dos costumes, das religiões e festas que se revelam
Disponível em: https://www.sabra. org.br/site/artista-qual- por seu intermédio e lhe servem habitualmente de te-
-a-sua-influencia-na-sociedade/. Acesso em: 04/01/2022. ma — é bastante complexo e dinâmico. As manifesta-
Adaptado. ções artísticas acontecem em todas as regiões do Bra- Trabalho com bilros feito por uma rendilheira, que cruza fios têxteis de forma
sil, e seus autores utilizam os materiais que têm à mão, bastante rápida e hábil.
tema
Incentive os alunos a pesquisarem so- FC_Artes_8A_02.indd 34 14/01/2023 10:04:08 FC_A
34 Manual do Educador
Arte – 8o ano 35
Arte – 8º ano 35
36 Arte – 8o ano
36 Manual do Educador
Arte – 8º ano 37
7
Habilidades trabalhadas no capítulo
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Uma das maiores inovações do período renascentis-
culturais, de modo a ampliar a experiência ta foi a introdução da perspectiva nas composições. Em
com diferentes contextos e práticas artísti- arte, perspectiva é uma técnica de representação que
cria uma ilusão tridimensional, fazendo com que uma
co-visuais e cultivar a percepção, o imaginá- imagem adquira profundidade e uma forma possa apa-
rentar ter espessura. Leonardo da Vinci utilizou esse re-
rio, a capacidade de simbolizar e o repertó-
curso no afresco A última ceia, assim como Rafael em Es-
rio imagético. cola de Atenas. Analisando as duas imagens, você pode
perceber que as linhas arquitetônicas de ambos os ce-
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes nários convergem para um único ponto, onde os pinto-
estilos visuais, contextualizando-os no tem- res colocaram os personagens que deveriam ter maior
destaque: no caso de A última ceia, o foco está na figu-
po e no espaço. O afresco Escola de Atenas, do italiano Rafael Sanzio, foi composto de forma a
ra de Jesus Cristo, ao passo que, em Escola de Atenas, o
centro da composição está fixado nas figuras de Aristó-
(EF69AR04) Analisar os elementos constitu- guiar nosso olhar para os personagens centrais: Aristóteles e Platão.
teles e Platão.
tivos das artes visuais (ponto, linha, forma, Durante a Idade Média, a pintura europeia tinha ca-
racterísticas bastante singulares, que remetiam à simpli-
direção, cor, tom, escala, dimensão, espa- cidade das formas. Em um período no qual a Igreja Cató-
ço, movimento etc.) na apreciação de dife- lica detinha grande poder sobre os reinos, a arte estava Registre suas
a serviço da evangelização. Por conta disso, as composi- ideias
rentes produções artísticas. ções artísticas enfatizavam as figuras de Jesus Cristo, Ma-
ria e os santos católicos. Era bastante comum, por exem-
(EF69AR05) Experimentar e analisar dife- plo, que um desses personagens fosse representado em 1| O Renascimento foi sucedido pelo estilo barroco quan-
uma proporção muito maior em relação às demais figu- do a produção artística voltou a ter grande influência das
rentes formas de expressão artística (dese-
ras da pintura. religiões cristãs. Esse novo momento trouxe outras ino-
nho, pintura, colagem, quadrinhos, dobra- Com o Renascimento, no entanto, a produção pictóri- vações, como a pintura paisagística, muito comum em
ca europeia passou por profundas transformações. Após países como a Holanda, onde a população protestante
dura, escultura, modelagem, instalação, ví- a Igreja perder boa parte da hegemonia que manteve ao não era afeita a representações artísticas de personagens
deo, fotografia, performance etc.). longo dos séculos, os artistas passaram a enfatizar o pen- bíblicos. Assim, nomes como o pintor Frans Post se dedi-
samento racional e a colocar o ser humano como o fo- caram a produzir belas paisagens, que, assim como no
(EF69AR35) Identificar e manipular diferen- co principal de suas criações. Nessa época de profundos Renascimento, eram compostas utilizando-se técnicas
avanços científicos, pintores, desenhistas e arquitetos de perspectiva. Para uma paisagem, no entanto, como
tes tecnologias e recursos digitais para aces- passaram a adotar a geometria nas suas composições, muitas vezes não existem os recursos arquitetônicos pa-
sar, apreciar, produzir, registrar e comparti-
lhar práticas e repertórios artísticos, de mo- 38 Arte – 8o ano
Expectativas de
aprendizagem Considerações tura, desenho, ilustração, cenografia, etc.
38 Manual do Educador
Pintura Vista de Olinda, Brasil, de Frans Post, 1662. O pintor holandês este-
ve no Brasil durante a ocupação holandesa no Nordeste (1630–1654). Re- 2| Outro pintor barroco que utilizou os recursos da pers-
tratou muitas paisagens locais, e atualmente a maior parte dos seus tra-
balhos se encontra exposta no Instituto Ricardo Brennand, localizado no
pectiva com maestria foi o espanhol Diego Velázquez,
Recife, Pernambuco. que deixou uma herança repleta de obras magníficas,
sendo As meninas uma de suas mais famosas criações.
a. Os quadros de Frans Post retratando paisagens do O quadro foi pintado em 1656 e apresenta uma compo-
Nordeste geralmente apresentam um plano de fundo, sição intrigante e complexa que confunde o observa-
um plano intermediário e o primeiro plano. Analise, dor, pois todo o cenário cria um questionamento se o
juntamente com o professor, sobre quais seriam as ca- que se apresenta foi tirado da realidade ou se tudo não
racterísticas de cada um desses planos e registre o que passa de uma ilusão de ótica. A composição mostra um
aparece retratado em cada um deles. grande aposento onde estão presentes várias persona-
lidades da corte espanhola. O mais intrigante, no en-
Sugestão de resposta: O plano de fundo apresenta pla-
tanto, é que algumas das pessoas representadas — in-
cluindo o próprio pintor que se retratou na cena — es-
nícies e rios; o plano intermediário apresenta tipos hu-
tão com os olhares voltados na direção do observador.
Embora os movimentos artísticos que permitem a inte-
manos e edificações; o primeiro plano apresenta ele-
ração do público com o trabalho só surgissem séculos
depois, Velázquez já demonstrava estar muito à frente
mentos típicos da fauna e flora local.
do seu tempo. Por esse motivo, As meninas é uma das
obras mais analisadas no Ocidente. Muitos estudiosos
da obra de Velázquez acreditam que o artista se inspi-
rou em outro quadro famoso: O casal Arnolfini, do pin-
tor flamengo Jan van Eyck, que traz ao fundo um espe-
lho onde é possível ver o reflexo dos dois personagens
retratados em perspectiva.
Arte – 8o ano 39
Albert Eckhout , Zacharias Wagner, Faça uma pesquisa, reúna várias imagens e
Guilherme Piso e George Marcgraf. Grande exiba um slide para a turma enfatizando os
parte dos trabalhos realizados por eles elementos que mais caracterizam o barro-
chegou à contemporaneidade e nos co holandês.
permite analisar paisagens brasileiras da
época, técnicas e estilos de cada artista,
além do uso de perspectivas típicas do
barroco holandês.
Professor, como essas obras estão em
domínio público, existe uma grande varie-
dade de trabalhos disponíveis na Internet.
Arte – 8º ano 39
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A perspectiva e a arte pessoas pensam
A perspectiva, matematicamente fun-
sobre
damentada, desenvolveu-se na Itália dos Elementos da perspectiva
Ao observarmos uma situação, é interessante enten-
séculos XV e XVI, a partir das investiga-
dermos de que perspectiva estamos vendo.
ções de Filippo Brunelleschi (1377–1446), Perspectiva é o ponto de vista do qual estamos
olhando, e isso se aplica a várias situações além da ar-
arquiteto e escultor florentino — pioneiro te. Por exemplo, se estamos ouvindo um colega desaba-
As meninas (1656), de Velázquez, e O casal Arnolfini (1434), de Jan van Eyck.
no uso da técnica — e descrita pelo mais Até hoje, as obras são objeto de estudo e contemplação. far sobre uma situação chata entre ele e outra pessoa, é
importante entendermos que estamos conhecendo a si-
importante teórico da renascença, o pin- a. Analisando ambos os quadros, quais pontos desper- tuação pela perspectiva de apenas um lado da história.
tam maior atenção? Vimos que uma das características das obras renas-
tor, escultor e arquiteto Leon Battista Al- centistas é a inovação com o uso da perspectiva. Muito
Sugestão de resposta: Em As meninas, o homem ao fun-
berti (1404–1472). Escrito, originalmente, embora hoje estejamos acostumados a observar uma
pintura e perceber nela a relação entre os objetos retra-
do chama atenção porque as linhas arquitetônicas con-
em latim — De Pictura —, o tratado Del- tados, com suas dimensões e distâncias claramente de-
finidas, o uso da perspectiva é relativamente recente na
la Pittura (1435), de Alberti, é a primeira vergem em sua direção. Já no quadro O casal Arnolfini,
História da Arte. Podemos afirmar que o uso da perspec-
descrição sistemática de construção da as linhas do aposento convergem para o espelho ao fun-
tiva, com sua característica de projetar a ilusão de pro-
fundidade em uma base bidimensional, a partir do uso
perspectiva. dos pontos de fuga — para onde todas as linhas conver-
do, o que lhe confere grande destaque na composição.
gem e encaminham o olhar para o horizonte —, foi rea-
A partir daí, a nova ciência da perspec-
lizado somente no século XV, por um arquiteto italiano
tiva é colocada em prática por uma série chamado Filippo Brunelleschi (1377–1446). A partir daí,
o uso da técnica passou a se ampliar entre os pintores
de artistas. Masaccio (1401–1428) é consi- b. Baseando-se na resposta anterior, em sua opinião, italianos e a se espalhar pelo mundo, nas obras de gran-
derado exímio na aplicação das conquis- quais características esses dois pontos apresentam em des artistas que conhecemos em toda a História da Arte.
comum? Quando aplicado ao desenho, a perspectiva determi-
tas científicas à arte da representação. na os elementos, os tamanhos e as distâncias existentes
Sugestão de resposta: Ambos os pontos — a porta aber-
no ambiente retratado. A seguir, veja alguns elementos
A primeira obra a ele atribuída, o Triccio da perspectiva aplicada ao desenho.
ta e o espelho — sugerem uma passagem para um novo
do San Giovenale (Uffizi, Florença, 1422), 1. Linha do horizonte (LH): é o elemento da cons-
trução em perspectiva que representa o nível dos olhos
é exemplar de como conseguir criar um ambiente, o que amplia a profundidade da imagem.
do observador. Em uma paisagem, é a linha do horizon-
te que separa o céu e a Terra. Vista ao longe, ela está
sentido coerente de terceira dimensão na base das montanhas e risca horizontalmente o ní-
sobre a superfície bidimensional. Além vel do mar.
2. Ponto de vista (PV): na representação gráfica
dele, outros artistas importantes da épo- da perspectiva, é comum o ponto de vista ser identifi-
cado por uma linha vertical perpendicular: a linha do
ca exercitam as potencialidades da nova
técnica, dentro e fora da Itália: Piero Della
40 Arte – 8o ano
Francesca (1415–1492), Leonardo da Vinci
(1452–1519), Albrecht Dürer (1471–1528),
etc. A perspectiva, magistralmente prati- FC_Artes_8A_02.indd 40 14/01/2023 10:04:11 FC_A
cada pelos artistas do Renascimento, tor- nova concepção da luz recusam as nor- o espaço moderno na pintura, o que se ve-
na-se um dos fundamentos mais impor- mas da arte acadêmica, o que já se obser- rifica, decisivamente, na obra de Edouard
tantes da pintura europeia até meados do va em artistas românticos como Eugène Manet (1832–1883). É com o impressionis-
século XIX. Delacroix (1798–1863). O questionamento mo que a crise da perspectiva anunciada
A arte moderna — cujo trajeto no sé- com os temas clássicos, defendidos pelas anteriormente se agudiza.
culo XIX acompanha a curva definida pelo academias de arte, vem acompanhando a Disponível em: http:// enciclopedia.itaucultural.org.br/ ter-
mo3636/perspectiva. Acesso em: 27/02/2018. Adaptado.
romantismo, realismo e impressionismo arte moderna pelo abandono das tentati-
— caracteriza-se por uma atitude crítica vas de representar, ilusionisticamente, um
em relação às convenções artísticas, en- espaço tridimensional sobre um suporte
tre elas, a perspectiva. O emprego livre de plano. A consciência da tela plana, de seus
cores vivas, as pinceladas expressivas e a limites e de suas possibilidades inaugura
40 Manual do Educador
horizonte (LH). O ponto de vista revela-se exatamente O uso dos elementos da perspectiva em conjunto per-
filme
no cruzamento dessas duas linhas. mite a elaboração de esquemas gráficos necessários pa-
ra desenhar objetos contextualizados em ambientes ou 2001 – Uma Odisseia no Espaço
paisagens sem distorção estrutural. Veremos a base des-
ses recursos gráficos, conhecendo sobre os diferentes ti-
Direção: Stanley Kubrick
pos de visualização em perspectiva.
Dr. Dave Bowman e outros astronautas
são enviados para uma missão rumo ao pla-
neta Júpiter em uma aeronave controlada
pelo computador HAL 9000. No entanto, es-
se equipamento comete uma falha, levando a
um tenso confronto entre homem e máquina.
Nota: assim como a maioria dos filmes produ-
Tipos de perspectiva
zidos pelo diretor Stanley Kubrick, 2001 — Uma
Dependendo da posição ou do nível visual em que um
objeto esteja em relação ao observador, a sua represen- Odisseia no Espaço apresenta várias tomadas
tação em perspectiva pode ser aplicada com um, dois
ou três pontos de fuga, denominada respectivamente de filmadas com um ponto de fuga, o que gera um
perspectiva paralela, oblíqua ou aérea. Veja a seguir efeito bastante característico de perspectiva.
como são aplicados os conceitos de perspectiva parale-
la e oblíqua.
Dependendo do ângulo visual de observação do mo-
tivo, a linha vertical que localiza o ponto de vista pode 1. Perspectiva paralela (PF1):
Anotações
situar-se centralizada na cena compositiva ou em um de No desenho em perspectiva paralela, as linhas de fuga
seus lados, esquerdo ou direito. deslocam-se apenas para um ponto (PF). Objetos nessa
3. Ponto de fuga (PF): é o ponto localizado na linha situação apresentam sua face frontal paralela ao obser-
do horizonte, para onde todas as linhas paralelas conver- vador, tanto os que estão localizados à sua frente (cubo
gem quando vistas em perspectiva. B) quanto aqueles à sua esquerda (cubo A) ou à direita
Em alguns tipos de perspectiva, são necessários dois (cubo C).
ou mais pontos de fuga. Em situações como estas, pode- Um detalhe a ser ob-
rão ter pontos tanto na linha do horizonte quanto na li- servado é que, na pers-
nha vertical do ponto de vista. Em alguns casos, é possí- pectiva paralela, o ponto
vel o ponto ficar fora tanto da linha do horizonte quan- de vista (PV, linha ponti- C
to do ponto de vista.
4. Linhas de fuga: são as linhas imaginárias que des-
lhada vertical) localiza-
-se representado em po-
A B
crevem o efeito da perspectiva convergindo para o pon- sição perpendicular à li-
to de fuga (linhas convergentes pontilhadas). É o afuni- nha do horizonte, situa-
lamento dessas linhas em direção ao ponto que gera a do tão próximo ao ponto
sensação visual de profundidade das faces em propor- de fuga que parece estar
ções menores dos objetos em perspectiva. sobre ele (PF).
Arte – 8o ano 41
Arte – 8º ano 41
o efeito do uso da perspectiva de um filme é va.php. Acesso em: 14/09/2017. Adaptado. tema em questão.
No entanto, o fotógrafo e aventureiro Os australianos são famosos por te- riscos e abrir mão de sua antiga vida. Ele
australiano Shantanu Starick soube apro- rem espírito aventureiro e é bastante co- afirma que as viagens são muito mais pro-
veitar bem esse sistema para unir o útil ao mum tirarem um período sabático após o dutivas do que seriam se as planejasse e
agradável: viajar o mundo e oferecer seus ensino médio para descansar e escolher juntasse dinheiro para poder fazê-las. Em-
serviços fotográficos como moeda de troca. quais rumos dar para suas vidas. Starick bora não siga um roteiro programado, seus
A iniciativa se transformou no projeto afirma que, no passado, preferiu optar por passos são planejados mediante disponi-
Pixel Trade e teve início em Melborne, Aus- uma vida de comodidade e dinheiro, po- bilidade de locais. Quando concluir sua
trália, passando por vários países do mun- rém isso não lhe trouxe o resultado espe- jornada, terá reunido um acervo de valor
do. A iniciativa de Starick visa a atingir todos rado, chegando a perder um relacionamen- inestimável.
os continentes do planeta. Em troca, ele re- to por conta de seu antigo comportamen- Disponível em: https://www. hypeness.com.br/2015/03/ foto-
grafo-viaja-o-mundo-sem-dinheiro-trocando-seus-cliques-por-
cebe abrigo, comida e transporte. to. Decidiu, então, que era hora de correr -servicos/. Acesso em: 05/02/2021. Adaptado.
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apresentava grande precisão e tampouco permitia que
se fizessem cópias. Por isso, outros pesquisadores foram Professor, essa seção aborda um dos
aperfeiçoando o invento até produzir o que hoje conhe-
cemos como fotografia. passatempos favoritos de alguns estudan-
Depois de um longo tempo, a fotografia se estabele-
tes: as fotos com perspectiva forçada.
ceu como arte. O fotógrafo não se limita a registrar a rea-
lidade por intermédio de uma máquina. O simples fato Esse recurso já é bastante comum nas fo-
de escolher o que vai fotografar já revela sua sensibilida-
de. Em seguida, ele decide focalizar de determinada ma- tografias encontradas em redes sociais, no
neira o objeto escolhido, procurando a intensidade de luz entanto, todo o processo geralmente é feito
que acha mais adequada e selecionando os demais ele-
Sugestão de resposta: Posicionando a câmera próxima
mentos que poderão compor a foto. Com isso, de certa
ao solo, pôde-se obter esse efeito, uma vez que os pés
de forma bastante amadora, o que não per-
forma, ele altera a realidade e imprime na foto seu mo-
do original de ver o mundo que o rodeia.
do homem no primeiro plano estão praticamente no mite uma boa exploração dos recursos pos-
mesmo nível das pessoas ao fundo, criando-se a ilusão
Disponível em: http://arteeformas-sidneytorres.blogspot.com.br/2012/03/190312-e-200312- de que ambos estão no mesmo plano. síveis para o uso da perspectiva. Se possível,
-8-ano-e-b-rapidezda.html. Acesso em: 14/09/2017. Adaptado.
Arte – 8o ano 43
Arte – 8º ano 43
8
Habilidades trabalhadas no capítulo
Elementos naturais que se
(EF69AR01) Pesquisar, apreciar e analisar
formas distintas das artes visuais tradicio-
transformam em arte
nais e contemporâneas, em obras de artis-
tas brasileiros e estrangeiros de diferentes A união entre a arte e a humanas. Em sua terra natal, a Itália, Arcimboldo não
épocas e em diferentes matrizes estéticas obteve grande destaque, porém no reino da Boêmia, on-
natureza de os governantes tinham gosto pelo diferente e promo-
e culturais. viam grandes incentivos às atividades artísticas e pesqui-
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Reprodução.
1 2
sas científicas, o italiano encontrou um local e momento
(EF69AR02) Pesquisar e analisar diferentes apropriado para se dedicar às suas criações.
estilos visuais, contextualizando-os no tem- À distância, seus quadros pareciam retratos humanos
comuns. Porém, ao nos aproximarmos da pintura, po-
po e no espaço. demos perceber que tudo é formado por vários elemen-
tos inanimados sobrepostos, que eram cuidadosamen-
(EF69AR05) Experimentar e analisar dife- te construídos em sua imaginação. Esses elementos, no
rentes formas de expressão artística (dese- entanto, não eram escolhidos aleatoriamente, pois ca-
da um deles enfatizava a caracterização da imagem e su-
nho, pintura, colagem, quadrinhos, dobra- geria uma mensagem. É o que ocorre com o quadro Pri-
mavera, no qual os elementos utilizados remetem a es-
dura, escultura, modelagem, instalação, ví-
sa época do ano na Europa.
deo, fotografia, performance, etc.). Muitos artistas contemporâneos de Arcimboldo taxa-
vam sua arte de grotesca e ofensiva, e isso era potenciali-
(EF69AR06) Desenvolver processos de cria- zado pelo fato de o artista ser ligado a sociedades secre-
1 – Verão (1563), de Giuseppe Arcimboldo. A obra faz parte do acervo do Museu
ção em artes visuais, com base em temas Kunsthistorisches de Viena.
tas, algo muito comum a outros artistas e cientistas da
2 – O garçom (1574), de Giuseppe Arcimboldo. época, que temiam ser considerados hereges por mem-
ou interesses artísticos, de modo individual, Natureza-morta é um tipo de pintura ou fotografia
bros radicais da Igreja. Logo, suas telas remetiam a toda
a paixão e ardor de uma época em que muitos pesquisa-
coletivo e colaborativo, fazendo uso de ma- que retrata elementos inanimados, como frutas, horta-
dores se debruçavam sobre a natureza e as suas maravi-
liças, talheres, livros, garrafas, entre outros objetos. Ini-
teriais, instrumentos e recursos convencio- cialmente, esse tipo de trabalho era feito para que os pin-
lhas ainda a serem descobertas.
Expectativas de
44
aprendizagem Arte – 8o ano
44 Manual do Educador
Gogh e Paul Cézanne. Contemporâneos, ambos chegaram Como vimos, uma natureza-morta pode ser obtida a
pensam sobre
a dividir o mesmo estúdio em uma época em que se encon- partir de técnicas variadas, como a pintura ou a fotogra-
travam em profundas dificuldades financeiras. Para pintar fia. Escolha uma expressão artística para criar uma obra Natureza na arte e arte na
modelos vivos, era preciso alugar o tempo dessas pessoas retratando elementos inanimados. natureza
ou encontrar alguém disposto a posar durante várias horas
(ou dias) de graça. Os pintores, então, para resolver o pro- Procedimento:
blema, dedicavam-se a retratar flores e frutas. Dessa épo- 1. Primeiramente, reserve um local apropriado para co- O projeto naturayarte, do artista Lorenzo
ca, resultaram a famosa série de girassóis de Van Gogh e as locar os objetos a serem retratados.
Durán, tem folhas de árvores como matéria-
composições com frutas de Cézanne. 2. Distribua os elementos de forma a criar uma cena har-
mônica, a fim de evitar confusão na disposição das -prima, que, por meio de técnicas de perfu-
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1 imagens.
3. Pinte, desenhe ou registre a imagem a partir de um rações de origem oriental, se transformam
bom ângulo, no qual a luz enfatize as formas. em delicadas obras de arte. Esses desenhos
4. Compartilhe o resultado com a turma.
geométricos perfurados adaptam-se à for-
O que as outras ma de cada folha, obtendo um resultado
pessoas pensam tão frágil e delicado como a natureza que
sobre nos rodeia.
Naturayarte é um exemplo de arte e sus-
Espanhol transforma folhas tentabilidade no sentido mais amplo da ex-
secas em objetos de arte pressão, não apenas por ter como matéria e
Nas mãos do artista espanhol Lorenzo Durán, as fo-
substância folhas das árvores em sua obra,
lhas podem ganhar contornos bem distintos daqueles
que herdaram da natureza. nem tampouco por proporcionar uma re-
flexão sobre a natureza e sua fragilidade.
Reprodução.
Reprodução.
2
Mas sim, porque Lorenzo Durán propõe a
Naturayarte como uma forma criativa e ino-
vadora de “comércio justo” com a qual pre-
tende não só ganhar a vida com o seu tra-
balho, mas também quebrar certos esque-
mas consagrados no mercado da arte. As fo-
lhas de Lorenzo estão à venda por meio do
Reprodução.
Anotações
Arte – 8º ano 45
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aflorar, tanto na preparação dos pigmen- rias árvores da região onde mora, na cidade de Guadala-
jara, na Espanha. Com o nome Naturayarte, o projeto de
tos naturais quanto nas pinturas nas folhas. Durán também envolve sua família.
“Há quem use a madeira, escultores que talham as
pedras e outros que usam as folhas como meio de ex-
pressão artística, coisa que me parece nova e apaixonan-
Sugestão de te”, diz.
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Essa obra clássica apresenta um mundo sência”, diz.
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nhada de características que podem alterar
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Repensando
sem se desviar da mensagem original. Engloba vários cam-
pos da arte e tem por finalidade dar uma nova interpreta- Repensando
ção a um trabalho que geralmente já é conhecido pelo pú-
blico. Para se criar uma releitura, o artista, geralmente, in-
sere características pessoais ou referentes ao período em Gulal é o nome dado a um pó colorido e perfumado Como o final do ano letivo se aproxima,
que vive a ideia original, criando uma obra que pode ter utilizado nos rituais hindus típicos da Índia e de países
que tal organizar uma despedida em gran-
de estilo? Com bastante pó colorido para ce-
Arte – 8o ano 47
lebrar as conquistas e amizades, a festa de
encerramento pode se tornar inesquecível.
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No Brasil, existem muitas versões não
+ Informações sobre o tóxicas que são vendidas por valores bas-
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Resposta pessoal.
48 Arte – 8o ano
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