Psicologia Aplicada À Nutrição
Psicologia Aplicada À Nutrição
Psicologia Aplicada À Nutrição
à Nutrição
Autora: Profa. Najla Mahmoud Kamel
Colaboradoras: Profa. Mônica Teixeira
Profa. Ronilda Ribeiro
Professora conteudista: Najla Mahmoud Kamel
Graduada em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e em Psicologia pela Universidade Paulista (UNIP).
Mestra e doutora em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (Ipusp). Especialista
em Avaliação do Ensino Superior pela Universidade de Brasília (UnB) e em Ensino a Distância pela UNIP. Uma
das autoras do livro Da Cultura de Provas para a Cultura de Avaliação e conteudista dos livros-texto Psicologia
do Consumidor e Psicologia Econômica (EaD/UNIP). Atualmente, é professora titular da UNIP/SP das disciplinas
Psicologia Aplicada à Nutrição; Psicologia do Consumidor; Psicologia Aplicada à Fisioterapia; Psicologia Jurídica;
Estatística Aplicada; Bioestatística; Direitos Humanos; Pesquisa de Mercado; Responsabilidade Social; e Tópicos de
Atuação Profissional.
84 p., il.
CDU 159.9:613.2
U505.91 – 20
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
permissão escrita da Universidade Paulista.
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Apoio:
Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto
Revisão:
Bruno Barros
Jaci Albuquerque de Paula
Sumário
Psicologia Aplicada à Nutrição
APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7
Unidade I
1 A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA................................................................................................................... 11
1.1 Psicanálise................................................................................................................................................ 17
1.2 Behaviorismo.......................................................................................................................................... 21
1.3 Gestalt........................................................................................................................................................ 23
1.4 Psicologia cognitiva............................................................................................................................. 25
1.5 Psicologia humanista........................................................................................................................... 28
1.6 Psicologia do desenvolvimento....................................................................................................... 29
1.7 Psicologia social..................................................................................................................................... 30
2 PERSONALIDADE E MOTIVAÇÃO................................................................................................................ 32
2.1 Personalidade.......................................................................................................................................... 32
2.2 Motivação................................................................................................................................................. 33
3 PERCEPÇÃO........................................................................................................................................................ 36
4 COMPORTAMENTOS DIVERGENTES.......................................................................................................... 37
4.1 Neuroses.................................................................................................................................................... 37
4.2 Psicoses...................................................................................................................................................... 39
4.3 Perversões................................................................................................................................................. 40
Unidade II
5 DISTÚRBIOS DA ALIMENTAÇÃO.................................................................................................................. 44
5.1 Anorexia nervosa................................................................................................................................... 46
5.2 Bulimia nervosa..................................................................................................................................... 48
5.3 Vigorexia................................................................................................................................................... 49
5.4 Comer compulsivo................................................................................................................................ 50
5.5 Ortorexia................................................................................................................................................... 51
5.6 Drunkorexia............................................................................................................................................. 51
5.7 Obesidade................................................................................................................................................. 51
6 O ESTRESSE E AS DEFICIÊNCIAS DE NUTRIÇÃO................................................................................... 57
6.1 Estresse...................................................................................................................................................... 57
6.2 Burnout..................................................................................................................................................... 61
6.3 Deficiências de nutrição..................................................................................................................... 63
7 DISTÚRBIOS PSICOSSOMÁTICOS............................................................................................................... 64
7.1 Sistema digestório................................................................................................................................ 64
8 DEPRESSÃO E ALTERAÇÕES ALIMENTARES........................................................................................... 68
APRESENTAÇÃO
Esta disciplina tem como objetivo compreender a importância da psicologia, seus principais conceitos
e como ela se relaciona com a área da nutrição. Vamos entender, por exemplo, como o estudo da
percepção, da personalidade e da afetividade das pessoas (seres psicossociais) determinam a relação
entre o comportamento e as suas consequências. Nesse sentido, serão abordados temas importantes
para o profissional da área de nutrição.
INTRODUÇÃO
Esta disciplina é importante para as diversas áreas profissionais que são comprometidas com a
alimentação. Entender o comportamento de um paciente proporciona maior segurança na tomada de
decisões tanto do nutricionista como de outros profissionais comprometidos com o profissional da área
da nutrição.
Para Vivilaine Maturana (2010): “o ato de comer, muitas vezes, estava relacionado a diversas questões
do âmbito social, estético e emocional, e como estas áreas se encontram quando o olhar sobre as partes
dá lugar à complexidade do todo” (MATURANA, 2010, p. 219).
Sabe-se que muitos pacientes, quando procuram o nutricionista, relatam o quanto é angustiante
a insatisfação com o seu peso e a frustração relacionada às dietas que lhes foram administradas pelo
profissional da área. Essa frustração decorre do fato de que elas não conseguem seguir, por muito
tempo, as regras determinadas pelas dietas.
Nesse sentido, a psicologia pode auxiliar o nutricionista a entender, por exemplo, o que leva as
pessoas a burlarem as dietas, qual a relação desses pacientes com a alimentação, entender por que
algumas pessoas fazem uso da compensação ou da compulsão. Veremos posteriormente, com mais
detalhes, como essas estratégias se desenvolvem.
A esse respeito, Henrique Carneiro (apud MONTANARI, 2013, p. 10) afirma que:
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A comida para os seres humanos é sempre cultura [...] nunca apenas pura
natureza. A humanidade adotou como parte essencial de suas técnicas de
sobrevivência os modos de produção, de preparação e de consumo dos
alimentos, desde o conhecimento sobre as plantas comestíveis até o uso
do fogo como principal artifício para transformar o alimento bruto em um
produto cultural, ou seja, em comida. A cozinha, assim, funda a própria civilização.
Atualmente a alimentação não pode ser entendida apenas como uma forma de nutrir o corpo para a
sobrevivência. Trata-se de um processo complexo que tem relação com diversos fatores como históricos,
familiares, sociais, religiosos e emocionais.
Essas relações que o alimento possibilita são mutáveis, pois vão se desenvolvendo em todas as fases
da vida de uma pessoa. Um exemplo importante é a relação de um bebê com a sua mãe. Durante a
amamentação é possível estabelecer uma relação emocional que, quando bem vivenciada entre a criança
e a mãe, será aprendida e levada por toda a vida.
Existem estudos como a da bióloga Suzana Herculano-Houzel (2003, p. 198) explicando a relação da
alimentação na adolescência: “com o cérebro em franca produção de capas gordurosas para suas fibras
nervosas, não é de se espantar que elas gostem tanto de frituras e manteiga em abundância”.
Além disso o adolescente tem a necessidade de pertencer a um grupo e de ser aceito por ele. Ele
é influenciado pelo chamado grupo de referência. Nesse sentido esse grupo passa a ser um guia de
comportamento para esse adolescente incluindo o tipo de alimento que esse grupo faz uso.
Saiba mais
Como afirmado por Renssen e Villela, o adolescente busca maior
independência e autonomia, arriscando-se em relacionamentos fora da
família. Conheça mais sobre o assunto em:
RENSSEN, C.; VILLELA, N. Contribuições de um grupo terapêutico
sistêmico para pais com filhos na fase da adolescência. Rio de Janeiro:
Instituto de Psiquiatria Ipub/UFRJ, 2007.
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O tipo de alimento e a forma de se alimentar são contextos repletos de sentidos e emoções que vão
sendo passadas pelas famílias. Quando repetimos essas experiências, relembramos a família e passamos
a nos sentir pertencendo a um grupo e a estarmos dando continuidade a uma tradição.
Leonardo (2009) nos mostra como essa relação entre alimento e tradições aparecem em outras
culturas. Segundo ele, na Espanha os amigos se encontram na praça para dividirem sementes de girassol;
no Paraguai, as reuniões acontecem para tomarem chá; na Itália, as refeições têm durações mais longas
objetivando um maior tempo de contato entre as pessoas do grupo; e na cultura árabe, as mulheres
utilizam a preparação da comida para a confraternização.
Com o contato dessa disciplina, vamos conhecer a um pouco da área da psicologia, seus termos
técnicos e como eles se aplicam no entendimento do comportamento humano e em especial no
comportamento alimentar. Assim, desenvolveremos a capacidade de o aluno perceber na prática
os aspectos psicológicos que determinam, consciente ou inconscientemente, os comportamentos
alimentares adequados e patológicos.
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PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
Unidade I
1 A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
A palavra “psicologia” deriva das palavras gregas psique, que significa “alma”, e logia, que significa
“estudo de” entendida inicialmente como a ciência que estuda a alma. Atualmente ela é entendida como
a ciência que estuda o comportamento, os processos psíquicos e as interações socioculturais.
No final do século XIX, a psicologia passa a ser reconhecida como uma ciência que compreende
o comportamento humano, tanto o observável quanto o não observável. Esse desenvolvimento se dá
juntamente com o aparecimento do capitalismo, e nesse novo contexto tanto a visão de mundo quanto
a visão sobre o homem sofreram mudanças significativas, fatores determinantes para o surgimento das
primeiras teorias psicológicas que se limitaram à análise da mente e de seus mecanismos. Inicialmente,
a psicologia se interessou pelo comportamento individual e de suas respostas ao ambiente.
Observação
11
Unidade I
como método a introspecção, na qual o indivíduo explora seus próprios pensamentos e sensações
para compreender as experiências sensoriais.
• Associacionismo: fundada por Edward Thorndike (1874-1949), teórico que elaborou a primeira
teoria de aprendizagem. Ela se dá por meio de associação de ideias.
Ao fazermos uma comparação com a medicina, por exemplo, destacam-se os estudos dos processos
psíquicos que originam os comportamentos físicos, corporais. Nesse momento surge a chamada área da
psicossomática explicando como a mente pode influenciar o funcionamento do corpo.
Portanto, ao observarmos a história da psicologia como ciência, nos deparamos com diversas teorias
psicológicas. Para Bock (2002):
A psicologia como ciência humana permite conhecermos o ser humano e a forma como ele se
relaciona com o mundo. O psicólogo utiliza em seu trabalho o conhecimento científico e técnico
possibilitando diagnosticar os problemas e, a partir da utilização de técnicas adequadas, fazer uma
interpretação e intervenção adequadas.
Essa ciência dispõe de instrumentos próprios para a obtenção de dados sobre os processos psíquicos,
tais como testes psicológicos e técnicas de entrevista e de observação. Podemos destacar que o
conhecimento das teorias psicológicas permite ao psicólogo determinar um caminho mais adequado
para iniciar seu trabalho junto a seus pacientes, seja ele de caráter individual ou grupal, visando sempre
a promoção da saúde mental do indivíduo.
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PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
É importante levar em consideração que a busca pela saúde mental se dá também no sentido
preventivo e, nesse sentido, o psicólogo também pode criar estratégias que evitem o aparecimento
de doenças, distúrbios de comportamento vendo o homem na sua totalidade: como ser biológico,
sociológico, psicológico e, ao mesmo tempo, inserido em um contexto em que ele interage ativamente.
Por volta de 1930, surge a psicologia social. Essa área estuda de que forma ocorrem as interações
sociais, as manifestações comportamentais decorrentes da interação de uma pessoa com outras
pessoas ou a expectativa resultante dessa interação. Nesse momento, o interesse dos psicólogos
passa a ser a investigação das interações dos indivíduos nos grupos e na sociedade. A partir de então,
muitos aspectos foram investigados, como o efeito das organizações sobre os indivíduos; a relação
dos indivíduos dentro de um mesmo grupo e de grupos diferentes; os diferentes tipos de papéis que
o indivíduo assume quando em ambientes diferentes e funções sociais diferenciadas; a dinâmica
de grupos; as atitudes e preconceitos de grupos; conflitos grupais; obediência; e transformações
sociais. Essas informações foram tão significativas que determinaram um interesse pelas empresas
que passaram a colocar em prática esses conhecimentos.
Um estudo muito interessante foi o de Kurt Lewin (1890-1947), cujo modelo descreve que para
haver uma mudança pessoal ou organizacional é necessário passar por três etapas. A primeira é
o descongelamento.
Para Lewin, essa etapa é a mais difícil, uma vez que geralmente resistimos a mudanças e a alterações
em nossa rotina. Para ele, é importante “criar um ambiente de segurança psicológica durante a etapa de
descongelamento” (O LIVRO..., 2012, p. 221).
Lembrete
Para Kurt Lewin, o indivíduo inserido em uma sociedade não era um ser
passivo, diferentemente do behaviorismo, que considerava que a influência
dos outros era que moldava o indivíduo. Para ele, havia uma interação do
indivíduo com o seu entorno.
Um outro estudo foi o de Solomon Asch, que após suas pesquisas, provou que as pessoas se submetem
ao poder do grupo, adotando uma atitude de conformidade em relação a esse poder. De acordo com o
nosso entendimento em relação ao autor, podemos destacar:
13
Unidade I
• São capazes de fingir ou até convencer a si mesmas que concordam com a maioria.
• A tendência à conformidade pode ser mais forte do que os valores ou percepções básicas das pessoas.
Por sua vez, Robert Zajonc (1923-2008) desenvolve a teoria da familiaridade, que se resume da
seguinte forma: “quanto mais se vê, mais se gosta”. Para ele, as preferências que demonstramos não são
racionais:
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PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
Tanto a sociologia quanto a psicologia têm demonstrado interesse no estudo dos pequenos grupos
sociais, pensando o grupo como uma intermediação entre o indivíduo e a massa.
Nesse sentido, observa-se que a psicologia percorreu vários caminhos aplicando-se a várias
áreas de conhecimento:
Ainda a esse respeito, Bock nos chama a atenção para duas questões importantes:
Os sujeitos são os responsáveis pela sua subjetividade, mas não o fariam se não
fosse a vida coletiva, as construções coletivas simbólicas que permitem que
toda atividade sobre o mundo exterior tenha seu correspondente subjetivo.
[...] A subjetividade não cessará de se modificar, pois as experiências cotidianas
sempre trarão novos elementos para renová-la (BOCK, 2011, p. 10).
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Unidade I
Observação
Como visto anteriormente, a psicologia é uma ciência que abrange o estudo dos processos e
comportamentos mentais humanos no geral, não apenas dos comportamentos anormais. Assim, o
relacionamento entre o nutricionista e seu paciente torna-se importante, pois não basta apenas
o profissional ter a técnica. Faz-se necessário conhecer a realidade socioeconômica e cultural do
paciente, levando-se em consideração seus valores, suas crenças, o lugar que ele ocupa na família,
entre outros aspectos.
A comunicação entre nutricionista e paciente deve ser efetiva e útil, ao passo que se deve evitar
responder impulsivamente ou dar conselhos sem pensar. É importante que o profissional mantenha um
certo distanciamento do paciente, ação essa que advém de uma maturidade, experiência e prática, o
que demonstra autoconfiança.
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PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
1.1 Psicanálise
Sigmund Freud, fundador da psicanálise, publicou uma ampla obra durante toda a sua vida,
mostrando suas descobertas e formulando leis sobre a estrutura e funcionamento da psique humana.
Freud foi defensor da existência de processos mentais inconscientes. Para ele, o inconsciente é uma
instância psíquica de emoções e sentimentos reprimidos da consciência. A repressão ocorre devido ao
conteúdo insuportável dessas emoções e desses sentimentos. No entanto, há conteúdos que mesmo
num primeiro momento inconscientes podem passar para a consciência. Alguns exemplos podem ser
destacados como os atos falhos, os sonhos e os lapsos de linguagem. Essa passagem, de acordo com
ele, é favorecida pelo estado emocional do indivíduo, porém de forma disfarçada. De acordo com a sua
teoria, o inconsciente exerce um papel importante na determinação do comportamento do indivíduo.
Isto significa que não somos donos de nossas mentes, somos dominados e até mesmo dirigidos por
processos mentais inconscientes, por desejos, por medos, por conflitos e por fantasias.
O psicanalista faz uso da análise como técnica de tratamento visando à cura ou ao autoconhecimento.
Dessa forma, a análise busca a origem do sintoma ou do comportamento manifesto ou latente, ou seja,
do conteúdo não verbalizado com o objetivo de integrar tanto os conteúdos inconscientes quanto
os conscientes.
A interpretação dos conteúdos inconscientes pode ser realizada a partir dos sonhos, dos atos falhos
ou das associações livres. É importante enfatizar que para o psicanalista importa tanto o funcionamento
mental normal como o patológico.
Para a psicanálise nada acontece por acaso, há sempre uma determinada explicação para tudo que
acontece. Muito do que aparece em nossas mentes tem uma relação. Aparentemente são encarados
como desconexos.
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Unidade I
Freud afirma que os instintos, e em especial os sexuais, são forças que nos levam à ação,
permitem o desenvolvimento humano e por isso são vitais. Trata-se de uma energia que atua
tanto internamente quanto externamente na vida do indivíduo. Para ele, esse processo ocorre desde
a infância e posteriormente, na idade adulta, o desenvolvimento sexual se concretiza. Dessa forma, a
sexualidade nos acompanha desde o nascimento até a morte, tornando-se importante na formação
psíquica humana.
Para ele, o instinto tem quatro componentes: uma fonte, uma finalidade, uma pressão e um
objeto. Na fonte é onde surge uma necessidade. A finalidade é reduzir a necessidade fazendo com
que o organismo se satisfaça. A pressão refere-se à quantidade de energia ou força que é investida
para satisfazer ou gratificar o instinto. Finalmente, o objeto de um instinto é qualquer alternativa de
ação ou expressão.
Vejamos um exemplo aplicando os componentes dos instintos na área da nutrição. Imagine uma
pessoa com fome. Quando o corpo consome energia em qualquer atividade, ele vai precisar de energia,
que em nosso exemplo, seria o alimento. À medida que a necessidade aumenta ela vai se tornar
consciente e será manifesta com o surgimento da fome. Se a fome não for satisfeita, a pressão pode
aumentar para que de alguma forma alivie a fome. Todo esse processo deve acontecer com finalidade
de reduzir a tensão provocada pela fome que vem acompanhada por outras ações, como levantar-se, ir
até a cozinha ou a um restaurante escolher várias opções e comê-las.
Portanto, uma pessoa diante de uma necessidade irá buscar uma atividade para reduzir a tensão
para que o corpo volte ao nível de equilíbrio antes de a necessidade surgir. Esse processo de equilíbrio,
tensão e atividade é denominado por Freud de modelo de tensão-redução.
Para Freud, existem dois grupos de instintos: os instintos de vida e os instintos de morte. Os instintos
de vida objetivam a autopreservação da pessoa; os instintos sexuais (que são os mais conhecidos) e a
preservação da espécie.
Os instintos de morte são os instintos cuja energia é dirigida em um sentido mais destrutivo. Além do
conceito do inconsciente e dos instintos, ele apresenta a estrutura do aparelho psíquico composto pelo
id, ego e superego.
O ego é a estrutura do aparelho psíquico que está em contato com a realidade externa. Essa
estrutura é guiada pelo princípio da realidade. uma de suas características importantes é que ele
equilibra o id e o superego.
Finalmente temos o superego, que é constituído pelas exigências sociais e culturais adquiridas
pelo indivíduo em seu ambiente social. Nesse sentido, o indivíduo vai introjetando as normas e leis
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PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
sociais que irão constituir uma parte da personalidade. Ele representa a força moral em decorrência
dessa internalização.
Freud também nos trouxe outros conceitos importantes, entre eles destacamos:
• Existe uma sexualidade infantil e por isso ele coloca a sexualidade no centro da vida psíquica.
Com a psicanálise Freud explica de que forma é possível o indivíduo diminuir a angústia provocada
pelos conflitos internos. Ele contribui, nesse sentido, mostrando o quanto é importante a utilização dos
mecanismos de defesa. A seguir apresentamos alguns tipos de mecanismos de defesa:
• Distração: a atenção é desfocada. Exemplo: assistir a uma aula focando a atenção em outros pensamentos.
• Fantasia: criação de um mundo próprio, imaginário. Exemplo: a pessoa que fantasia o par perfeito.
• Racionalização: a pessoa busca apresentar uma explicação coerente, lógica e moralmente aceita
para um comportamento, uma ideia ou um sentimento. Exemplo: uma pessoa que explica que
não consegue seguir uma dieta devido a sua família.
• Regressão: comum em pessoas que não assumem a responsabilidade ou consequência por seus
atos. Exemplo: o adolescente que se comporta como uma criança quando deseja algo.
• Projeção: qualidades, sentimentos e desejos que são expulsos de si e localizados em outra coisa
ou pessoa. Exemplo: quando uma pessoa se queixa a respeito do comportamento de alguém ou
quando a própria pessoa gostaria de ter tal comportamento.
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Unidade I
• Sublimação: mecanismo mais evoluído, implica no desempenho de uma atividade humana que
requer sua energia de pulsão sexual para a realização. Pode ocorrer em criações literárias, artísticas
ou intelectuais.
De acordo com o estudo de Viviliane Maturana (2010), para entender mais sobre a relação estabelecida
pelo indivíduo com a alimentação, é importante conhecer mais sobre algumas teorias psicológicas que
nos levam a pensar sobre a problemática que envolve o sujeito, sua subjetividade e a alimentação.
A autora coloca em evidência o estudo sobre a fase oral, período que dura de 0 a 2 anos, em que a zona de
erotização do bebê é a boca e o prazer ainda está ligado à ingestão de alimentos e à excitação da mucosa
dos lábios e da cavidade bucal. Para ela, na fase oral existe uma necessidade intensa de gratificação e
satisfação. Assim, desde o nascimento, tais necessidades estão concentradas, predominantemente, em
volta dos lábios, na língua e, um pouco mais tarde, nos dentes.
Porém, a psicanálise não destacou apenas a fase oral, para Fadigman e Frager, segundo Maturana
(2010), a pulsão primária do bebê não é social ou interpessoal, mas funciona apenas para receber
alimento para atenuar as tensões de fome e sede. Enquanto é alimentada, a criança é também
confortada, aninhada, acalentada e acariciada. Então, num primeiro momento, ela associa o prazer à
redução da tensão no processo da alimentação. Dessa forma, a boca seria a primeira área do corpo que
o bebê pode controlar. Para Freud, nessa fase, a maior parte da energia libidinal disponível é direcionada
ou focalizada justamente nessa área. Então, ao longo do crescimento da criança, outras áreas do corpo
desenvolvem-se e tornam-se importantes regiões de gratificação.
Ainda segundo Freud, alguma energia é permanentemente fixada nos meios de gratificação oral
também durante a fase adulta, pois existem muitos hábitos orais bem desenvolvidos e um interesse
contínuo em manter prazeres orais. Comer, chupar, morder, lamber ou beijar com estalo, por exemplo,
são expressões físicas desses interesses. Pessoas que mordicam constantemente, fumantes e os que
costumam comer demais, para Freud, são indivíduos parcialmente fixados na fase oral, e cuja maturação
psicológica pode não ter se completado.
Na mesma linha, Fadigman e Frager salientam que a fase oral tardia, depois do aparecimento
dos dentes, inclui a gratificação dos instintos agressivos, como morder o seio, causando dor à mãe e
levando-a à inibição do ato de amamentar e gerando consequências no futuro:
Se a gratificação sistemática ligada à oralidade pode ser apresentada como uma patologia, a
compulsão alimentar, os parâmetros de saciedade e de satisfação também podem ser estudados por
esse viés.
1.2 Behaviorismo
Alto-falante
Luzes
Alavanca reativa
Alimentador Grade elétrica
Essa teoria teve como marco inicial um artigo publicado por Watson em 1913, intitulado”Psychology
as the Behaviorist Views it”. Watson nesse artigo chama a atenção para o objetivo dessa teoria: a
predição e o controle do comportamento.
De acordo com Watson, toda aprendizagem depende do meio externo. Dessa forma, todo
comportamento é condicionado (aprendido) e condicionável.
Para o behaviorismo, como o seu objeto de estudo dizia respeito a um objeto observável e mensurável,
este podia ser reproduzido em diferentes condições e em diferentes sujeitos. Os principais pressupostos
de Watson podem ser resumidos da seguinte maneira:
• O comportamento pode ser analisado por métodos científicos objetivos, pois é composto de
respostas dadas no meio externo.
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Unidade I
• Os processos conscientes não podem ser cientificamente estudados, pois há dúvidas de sua existência.
• O homem passa a ser estudado como um produto do processo de aprendizagem, que se inicia
desde a infância.
• Os behavioristas, de alguma forma, excluem a motivação de seus estudos, pois acreditam que sua
natureza é essencialmente psicológica.
Com relação a essa questão, veremos posteriormente o surgimento de teorias psicológicas que levam
em consideração o quanto a motivação é importante ao determinar comportamentos. Por exemplo: em um
ambiente de consumo e, ainda, permitindo a continuidade de uma dieta.
Outro teórico behaviorista importante foi Skinner que afirmou que: “O objetivo do behaviorismo
é eliminar todo tipo de coerção, transformando o ambiente e ajustando o que nos controla”
(O LIVRO..., 2012, p. 80).
Dessa forma, podemos dizer que existem comportamentos que podem ser aprendidos e outros não.
A aprendizagem passa a acontecer e a se apresentar pelas consequências comportamentais motivadas
pelas condições ambientais facilitadoras ou que dificultam a aprendizagem, a partir da estrutura
estímulo-resposta.
Outros conceitos importantes também foram destacados por essa teoria. O primeiro deles diz
respeito ao reforço positivo, entendido como uma recompensa. Esse tipo de reforço pode determinar
comportamentos e, com isso, fazer com que as pessoas aprendam e repitam tais ações a partir desse
reforço. Assim, ele possibilita o aumento da probabilidade de ocorrência dos comportamentos e é
definido pelo resultado que produz no comportamento.
Além dele, existe o reforço negativo, porém nele o aumento da ocorrência do comportamento
aparece para que o estímulo aversivo desapareça ou seja prevenido. Ele pode ser observado em dois
momentos: por meio da fuga em que a pessoa realiza um comportamento com o objetivo de terminar
com o evento aversivo (negativo); e pela prevenção, na qual a pessoa emite um comportamento para
evitar a ocorrência de um evento aversivo. Por exemplo, uma pessoa que tem muito medo de trovões
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PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
(evento aversivo). Aqui há duas possibilidades de minimizar esse medo: por meio da fuga, em que a
pessoa ao observar um relâmpago, que normalmente vem antes do trovão, pode se esconder em um
lugar seguro dentro de casa (fuga); ou após ver o relâmpago ela pode tampar os ouvidos para não ouvir
o trovão (prevenção).
Necessário destacar que Skinner construiu seus estudos realizando experimentos com ratos, na
denominada caixa de Skinner. Na primeira experiência, ele fez uso do reforço positivo, no caso utilizando
a água, fazendo com que o rato (que ficou um dia inteiro sem tomar água) aprendesse a pressionar
uma alavanca, que encontrava-se dentro da caixa, permitindo que uma gota de água caia no chão e ele
matasse a sua sede. Na segunda experiência, Skinner apresentou a um outro rato (que não estava com
sede) um estímulo aversivo, no caso um choque no assoalho da caixa, que quando o rato pressionasse
a alavanca, mesmo não estando com sede, permitia que o choque terminasse. Nessa experiência fez-se
o uso do reforço negativo. Observamos que nas duas experiências o comportamento de pressionar a
alavanca aumentou: na primeira o comportamento permitia o aparecimento do reforço positivo (água)
e na segunda, o comportamento permitiu a eliminação do reforço negativo (choque).
O behaviorismo pode, nesse sentido, nos descrever e explicar como os comportamentos relacionados
à nutrição são aprendidos e a partir disso temos a possibilidade de modificá-los.
Lembrete
1.3 Gestalt
Outra teoria psicológica importante é a da gestalt, que explica como percebemos o mundo, a nós
mesmos e os outros. Nesse sentido, os estudiosos dessa linha preocuparam-se em compreender os
processos psicológicos que estavam envolvidos no que denominaram ilusão de ótica. Esse fenômeno,
que ocorre com todos, surge quando o estímulo físico é percebido diferentemente do que uma pessoa
tem dele na realidade. Por exemplo, a percepção dos fotogramas estáticos do cinema. O movimento que
vemos na tela é uma ilusão de ótica causada pela pós-imagem da retina (a imagem demora um pouco
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Unidade I
para se apagar em nossa retina). E como as imagens vão se sobrepondo na retina, temos a sensação de
movimento, mas o que de fato está na tela é uma fotografia estática (BOCK, 2011).
A gestalt também explica a relação entre figura e fundo. A figura é constituída dos aspectos da
experiência, que são eleitos como dominantes e que se sobressaem em relação ao fundo. Já o fundo é
composto pelas experiências anteriores.
Observação
Essa teoria nos trouxe contribuições importantes para que possamos compreender o que significa
uma boa percepção, que depende de uma “boa” forma. De acordo com a gestalt, a percepção, para ser
efetiva, necessita levar em consideração certos princípios como: fechamento, simetria e regularidade dos
pontos que compõem qualquer figura. Um outro aspecto importante a salientar é a relação parte‑todo:
“[...] o todo não pode ser entendido simplesmente como um conjunto das partes, mas sempre quando
vemos uma parte, ocorre uma tendência à restauração do equilíbrio da forma” (BOCK, 2011, p. 18).
• A análise das partes de um objeto não necessariamente proporciona uma compreensão do todo.
O fundador dessa abordagem foi Perls, que publicou o livro Ego, Fome e Agressão.
O autor, nessa época, propõe novos elementos para compor a personalidade humana, como o instinto
de fome, a agressão biológica e a necessidade da gratificação.
Nesse sentido, ele atribui estágios no desenvolvimento do instinto de fome: pré-natal (antes do
nascimento), pré-dental (amamentação), incisivo (morder) e molar (morder e mastigar). Esses estágios
estariam envolvendo a alimentação como nutrição e como relação com o mundo. Perls exemplifica
isso citando a impaciência do indivíduo com a alimentação: para ele muitas pessoas têm o hábito de
engolir a comida como se fosse um líquido, demonstrando, de acordo com o autor, uma personalidade
24
PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
Saiba mais
Conheça mais sobre Frederick Perls e como a gestalt-terapia foi criada:
MATURANA, V. Reflexões acerca da relação entre a alimentação e o
homem. Revista IGT, v. 7, n. 12, p. 219, 2010. Disponível em: https://www.igt.
psc.br/ojs/include/getdoc.php?id=1573&article=292&mode=pd. Acesso em:
30 mar. 2020.
Além disso, aliado a essa questão da percepção e da interpretação, existe uma hierarquia de
necessidades. Dependendo do sujeito e do momento, surge uma necessidade dominante, aquela que
de alguma forma precisa ser satisfeita.
Para Perls, essa hierarquia das necessidades está sempre sendo operada pelo indivíduo para que o
organismo restabeleça o equilíbrio procurando vias e meios para isso de acordo com a interação com
o meio.
A psicologia cognitiva estuda a cognição e os processos mentais que estão por detrás do
comportamento, ganhando força pelo avanço da tecnologia. Para Bock (2011, p. 18), “hoje, o que temos
são teorias derivadas dessa vertente pioneira, e ela inspirou, em parte, os estudos do campo cognitivista,
que é de muita importância para a psicologia social”.
Para a psicologia cognitiva, a aprendizagem ocorre por meio da educação, pressuposto baseado
em como as pessoas estabelecem associações entre conceitos, memorizam sequências de conceitos,
resolvem os problemas e têm ideias.
Para os teóricos dessa linha, uma aprendizagem é válida quando possibilita formas eficazes de
comunicação para facilitar as associações entre produtos e serviços. Por exemplo: vamos supor que foi
apresentada uma lista com diversos nomes de alimentos para uma pessoa. Se fosse pedido para que ela
se lembrasse das palavras, observaríamos que as mais lembradas seriam as primeiras e as últimas da lista.
Esse fenômeno é chamado de efeito de posicionamento em série.
Um outro aspecto importante dessa teoria é a aprendizagem por associação em par. Por exemplo, a
criação de marcas que sugerem o uso de determinado produto ou serviço.
25
Unidade I
Os estudos dessa linha teórica da psicologia ocasionaram novos olhares para o entendimento do
cérebro. Os psicólogos passaram a estudar os processos mentais, cognitivos, principalmente os que
estavam relacionados com a memória, a percepção e as emoções:
Um estudo importante nessa área foi o entendimento da estrutura da memória. Após várias pesquisas,
criou-se o modelo de memória de armazenamento múltiplo, que compreende três sistemas:
• Memória sensorial: compreende os cinco sentidos (visão, audição, paladar, tato e olfato). Nela
ocorre a atenção preliminar em que o estímulo é analisado.
Esses e outros estudos na área da psicologia cognitiva foram tão importantes que transformaram o
conceito de inteligência. Anteriormente, éramos avaliados quanto à inteligência por meio do chamado
Quociente de Inteligência (QI). Então, a partir dos estudos do psicólogo Daniel Goleman no livro
Inteligência Emocional, aparece a discussão sobre o conceito de inteligência. Para ele, a obtenção de
nosso sucesso é decorrente da chamada inteligência emocional, que está dividida em cinco áreas
de habilidades:
• autoconhecimento emocional;
• controle emocional;
• automotivação;
Dessa forma, percebe-se que para a pessoa ser classificada como emocionalmente inteligente ela
deve ter uma habilidade tanto de entender outras pessoas (inteligência interpessoal) quanto entender a
si mesmo (inteligência intrapessoal).
26
PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
Posteriormente outro psicólogo, Howard Gardner, propôs uma divisão da inteligência em sete competências:
• lógico-matemática;
• espacial;
• musical;
• interpessoal;
• intrapessoal.
Outro estudo importante está relacionado às atitudes. Segundo Daniel Katz (1903-1998), as atitudes
teriam quatro funções básicas:
• Função instrumental ajustativa ou utilitária: é a função que tem como premissa o reforço e a
punição. O indivíduo forma sua atitude em torno da recompensa que poderá obter e da forma pela
qual poderá reduzir a insatisfação. São atitudes que procuram maximizar os ganhos e minimizar
os custos.
• Função ego-defensiva: essa função atende a uma necessidade básica do psiquismo em termos de
proteção do eu. Protege o indivíduo distorcendo a realidade se esta se apresentar incongruente
com sua autoimagem e com seus valores.
• Função de expressão de valores: essa função faz o indivíduo expressar atitudes apropriadas a
seus valores pessoais e seu autoconceito. Dessa expressão o indivíduo obteria uma satisfação em
termos de experimentar um estado de congruência. Uma dona de casa que recusa enlatados, por
exemplo, elogiará um restaurante de comida caseira.
• Função de conhecimento: essa função seria necessária para construir seu universo de forma
organizada, procurando dar significado e organização às percepções. Para tanto, elementos que
são percebidos como inconscientes ou incompletos são reorganizados ou modificados para formar
um todo (GADE, 1998, p. 137-138).
Atualmente, segundo Christiane Gade, nenhuma pesquisa consegue afirmar e constatar que uma
mudança de atitude tenha gerado uma mudança no comportamento. Por isso a autora prefere falar em
possibilidades de mudança:
27
Unidade I
A psicologia humanista, que traz dois teóricos importantes como Rogers e Maslow, tem como pressupostos:
• crença nas responsabilidades do indivíduo e na sua capacidade de prever as ações mais apropriadas
para serem utilizadas em sua realidade.
Para Rogers, as pessoas se definem por sua experiência. Segundo o autor, todo indivíduo vive em
um mundo de experiência no qual é o centro. Esse mundo particular, composto de eventos, percepções,
sensações, é denominado campo fenomenal ou campo experiencial e está disponível à consciência e que
pode ou não corresponder à realidade objetiva. Dessa forma, o comportamento humano decorre de um
esforço para satisfazer as necessidades humanas.
De acordo com ele, há três condições vistas como eficazes para o aperfeiçoamento da condição humana:
II – empatia: é necessário que o indivíduo se coloque no lugar do outro, com os referenciais do outro
tentando sentir o que ele sente; e
28
PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
Outro nome importante dessa área é Maslow, considerado um dos fundadores dessa linha. Ele
estudou a autorrealização humana que procura suas capacidades que muitas vezes estão inibidas.
Resumidamente, o que seria essa autorrealização:
• arriscar-se no novo;
• decidir sozinho;
Maslow construiu a teoria motivacional intitulada Teoria da Hierarquia das Necessidades, que será
apresentada posteriormente. Para ele, a motivação orienta o comportamento e é a força que está por
trás de nossas necessidades. Mais adiante, explicaremos como é entendida essa teoria.
O principal representante dessa psicologia foi o psicólogo Jean Piaget. Sua teoria, denominada
epistemologia genética, parte do princípio de que existe certa continuidade entre os processos biológicos,
a adaptação ao meio e a inteligência. Para ele, a inteligência é usada pelo indivíduo como uma das
formas de adaptação.
Ele afirma que as estruturas biológicas, sensoriais e neurológicas, vão amadurecendo à medida que
entram em contato com o meio, resultantes da interação do homem com seu meio ambiente.
29
Unidade I
Segundo Piaget, todas as relações que o indivíduo apresenta com relação ao seu ambiente e ao seu
social vão evoluindo em todas as fases de vida, classificando-as em períodos de desenvolvimento:
• Período das operações formais (12 anos em diante): nesse período, desenvolve-se a capacidade para
o pensamento abstrato, permitindo um modo mais flexível para pensar e manipular as informações.
A psicologia também desenvolveu estudos sobre a influência dos grupos nos indivíduos. Observa-se
que um grupo não é simplesmente uma reunião de pessoas que riem ou choram juntas, trata-se de um
agrupamento, um agregado social de indivíduos em constante interação que se aceitam mutuamente
e partilham das mesmas metas.
• Ambiente físico: aspectos físicos e espaciais concretos do ambiente que envolvem uma atividade
de consumo.
• Ambiente social: efeitos que outras pessoas provocam sobre o consumidor durante uma atividade
de consumo.
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PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
• Grupo de referência: grupos cujos valores, normas, atitudes ou crenças são usadas por uma pessoa
como um guia de comportamento.
• Grupo de aspiração: grupo ao qual a pessoa gostaria de pertencer. Se for impossível participar do
grupo, ele se tornará simbólico para ela.
• Grupo primário: grupo do qual a pessoa faz parte e no qual interage ativamente. Se caracterizam
pela intimidade entre seus membros e pela falta de limites para a discussão de vários assuntos.
• Grupo formal: grupo cuja organização e estrutura são definidas por escrito. Por exemplo, sindicatos
trabalhistas, universidades e grupos estudantis.
• Grupo informal: grupo que não tem estrutura organizacional por escrito. Geralmente são baseados
no fator social, por exemplo, um grupo de amigos que se encontram com frequência para praticar
um esporte, jogar cartas ou fazer festas.
Com relação aos tipos de grupos, Gade (1998) afirma que a família é o mais importante dos
grupos primários e é o primeiro agente da socialização do indivíduo. Para ele, grupo de referência é o grupo
de indivíduos igualmente importante, pois seus julgamentos, preferências, crenças e comportamentos
servem de ponto de referência para a orientação do indivíduo, que passa a se comportar como o grupo.
Finalmente, após uma breve apresentação de algumas áreas da psicologia, podemos concluir
que a psicologia nos traz diferentes explicações de como o comportamento humano se desenvolve.
No entanto, não há escola psicológica mais importante ou melhor do que a outra, pois cada uma delas
trouxe descobertas importantes para o mesmo objeto de estudo, o comportamento humano.
Observação
31
Unidade I
2 PERSONALIDADE E MOTIVAÇÃO
2.1 Personalidade
A palavra personalidade apresenta variações de significado. Esse fato ocorre devido às influências
de outras áreas de conhecimento, como a antropologia, a sociologia, a filosofia, a biologia e a genética.
No entanto, geralmente representa um conceito de unidade integrativa do ser humano, uma noção
de totalidade.
No senso comum, a personalidade é usada para se referir à capacidade de uma pessoa de tomar
decisões, a uma característica marcante da pessoa como a timidez ou extroversão, por exemplo, ou,
ainda, a alguém importante ou ilustre, ou se a pessoa é boa ou má.
Porém, a personalidade não é um aspecto imutável. Certas características vão evoluindo de acordo
com a organização interna da pessoa.
Basicamente, a maior parte das teorias psicológicas apresentou uma definição para o termo personalidade.
Por exemplo, Freud afirma que a estrutura da personalidade já está formada aos 4 ou 5 anos de idade,
enquanto, para Piaget, ela começa a se formar entre os 8 e 12 anos.
A partir do estudo da personalidade, foi possível detectar que alguns distúrbios podem se relacionar
a ela. Mais adiante mostraremos alguns desses distúrbios.
• Teoria psicodinâmica: considera que as origens da personalidade estão nas motivações e nos
conflitos inconscientes, frequentemente sexuais. Para Freud, o desenvolvimento da personalidade
tem sua base principal na satisfação dos instintos sexuais.
• Teoria humanista: as motivações positivas são importantes para o crescimento e a formação da
personalidade, de acordo com Carl Rogers, seu principal representante.
• Teoria dos traços: as pessoas diferem entre si de acordo com o grau que têm de determinado traço
de personalidade, afirma Gordon Allport.
• Teoria da aprendizagem: de base cognitivo-social, localiza as raízes da personalidade nos modos
como as pessoas pensam, agem e reagem ao ambiente.
32
PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
• Teoria do apego: o vínculo da pessoa com o mundo é a primeira relação com o meio. Aqui espera-se
que essa relação tenha sido desenvolvida em base segura, na qual a criança percebe o mundo como
um lugar confiável.
Observação
2.2 Motivação
A motivação é a alteração do estado de uma pessoa que a conduz para um comportamento voltado
a um objetivo. A motivação diz respeito à direção, intensidade e persistência de um comportamento ao
longo do tempo. Como afirma Michael Solomon (2002):
A motivação é constituída de várias necessidades, sentimentos e desejos que levam a pessoa a esse
comportamento. Ela surge a partir de um estímulo que a conduz a uma necessidade, que em seguida
leva à motivação. O estímulo pode ser: interno, que vem do próprio indivíduo, como a fome ou o desejo
de viajar; ou externo, que pode vir de uma mensagem de propaganda ou de um comentário.
Reconhecer uma necessidade é perceber a discrepância entre uma condição real e uma condição
desejada. Há dois tipos de necessidades:
• Expressão (hedonista): que se refere ao desejo que se tem de atender aos requisitos sociais, do ego
e estéticos, relacionado à manutenção do conceito de si mesmo.
33
Unidade I
• Utilitária: que se refere ao desejo que se tem de resolver problemas básicos do dia a dia.
Entre as teorias de motivação está a teoria da hierarquia de necessidades de Maslow, como já citado
anteriormente. Para Maslow, as necessidades são ordenadas como se estivessem representadas em uma
pirâmide. As necessidades são:
Realizações
pessoais Criatividade, talento,
desenvolvimento pessoal
Reconhecimento,
Estima status, autoestima
Segurança da família, do
Segurança corpo, da propriedade
Comida, água,
Fisiologia abrigo, sono
No entanto, a hierarquia de Maslow já sofreu críticas, pois acredita-se que os jovens, ao contrário
dos mais velhos, se concentram mais nas necessidades de realização pessoal do que nas fisiológicas.
Nesse caso, autores como Morris e Maisto (2004) explicam que:
34
PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
conviver com ela é insuportável. Nesse caso, assim que ela encontra o alívio,
abandona o tratamento. Assim, a motivação não está baseada na busca da
cura ou da melhora prolongada, pois para isso seria necessário que o sujeito
se sentisse motivado, acreditasse e se lançasse para alcançar seus objetivos.
É sempre importante que, para que o sujeito se sinta motivado, ele entenda
o que está acontecendo, a partir de uma linguagem acessível em que haja
espaço para questionamentos. Caso contrário, não será possível sentir
motivação na pessoa, afinal, como se sentir motivado se o indivíduo não
compreende o que está acontecendo com ele? Portanto, é fundamental que,
quando você for um profissional, procure diagnosticar a motivação do seu
cliente para o tratamento. Use de seus conhecimentos técnicos explicando a
ele todas as etapas e condutas do seu trabalho em uma linguagem que ele
possa entender e na qual sinta-se seguro e motivado (p. 265-266).
Ainda sob a ótica da motivação, a teoria das necessidades aprendidas, de David McClelland, se
destaca pelas quatro necessidades básicas aprendidas que levam à motivação. São elas:
• Necessidade de poder: obter e exercitar o controle sobre outras pessoas. Essa necessidade pode
ser: positiva, resultando no poder persuasivo e inspirador; ou negativa, por meio do desejo de
dominar e obter submissão dos outros.
Outros autores, como Morris e Maisto (2004), afirmam que nossas necessidades corporais, como a
fome, por exemplo, criam um estado de tensão ou estimulação, chamado impulso. Dessa forma, para
35
Unidade I
que o organismo retorne ao equilíbrio ele precisa agir, ou seja, o comportamento será a busca por
comida. Essa teoria classifica os impulsos em duas categorias:
• Impulsos inatos: são os impulsos não aprendidos, chamados também de primários. Eles estão
presentes em todos os seres e garantem a sobrevivência das espécies, inclusive a humana. Exemplos
deles são o sexo, a fome e a sede.
• Impulsos secundários: ao contrário dos anteriores, esses são adquiridos por meio da aprendizagem
e podem mudar de uma pessoa para outra, pois cada indivíduo pode sentir-se motivado a buscar
sua satisfação de diferentes maneiras e de acordo com os estímulos que recebeu. Algumas pessoas
são motivadas a praticar boas ações e outras a ganhar dinheiro, por exemplo.
Outro estudo sobre a motivação é a teoria da ativação, explicada por Morris e Maisto (2004):
Cabe, nesse momento, enfatizar a importância do nutricionista como elemento estimulador para
seu paciente. O seu papel é fundamental para motivá-lo a seguir um determinado tratamento.
3 PERCEPÇÃO
Anteriormente, foi apresentada a teoria da gestalt, mostrando o quanto ela interessou-se em explicar
a percepção. A seguir, tendo como foco a área da nutrição, veremos os seguintes conceitos: imagem
corporal, autoimagem e autoestima. Todos esses aspectos interferem na percepção de uma pessoa.
A imagem corporal é como o nosso corpo se parece para nós mesmos, trata-se da representação
mental dele para nós. A autoimagem é o que pensamos de nós mesmos e parte importante dela é
composta pela imagem corporal.
A imagem de nós mesmos são representações descritivas e avaliativas em torno do “ eu” que
determinarão como nos sentimos sobre nós mesmos. Esse sentimento influenciará nossas ações,
interferindo em nossas experiências de vida, em nossa saúde psíquica, na nossa atitude em relação a
nós mesmos e com as demais pessoas.
A autoimagem não é inata, pois ela se desenvolve e evolui a partir das observações dos outros e da
própria auto-observação. Esse desenvolvimento acontece desde a infância. A criança, a partir de suas
experiências, vai reformulando sua autoimagem no sentido de reforçar alguns aspectos ou substituindo-os
36
PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
por outros. Dessa forma, podemos observar que em cada período da vida, a autoimagem apresenta
características específicas.
Observação
Todo corpo apresenta as marcas da história de sua existência. Portanto, quanto mais forem os
estímulos e as possibilidades de novas experiências do recém-nascido, por exemplo, mais completa será
sua formação do esquema corporal.
O mesmo é percebido na fase da adolescência, considerada como o período mais crítico para a
formação da imagem corporal. Nela, as transformações corporais ocorrem de maneira muito rápida e na
maioria das vezes a maturidade psicológica e a mental não acompanham as mudanças físicas. Veremos,
posteriormente, que grande parte dos distúrbios alimentares ocorre na fase da adolescência.
As percepções podem ser classificadas como normais se realmente correspondem àquilo que o observador
vê, ouve e sente, contudo, podem ser deficientes se houver ilusões dos sentidos ou mesmo alucinações.
4 COMPORTAMENTOS DIVERGENTES
4.1 Neuroses
Freud, entre as suas contribuições, afirmou que o ser humano é um “animal doente”, pois a civilização
exige sacrifícios que causam conflitos inconscientes. O psicanalista contribuiu para o estudo das doenças
37
Unidade I
mentais, dividindo seu campo de estudo em três estruturas psíquicas: neurose, psicose e parafilias.
Na Classificação Internacional de Doenças (CID 10) elas são descritas entre inúmeras outras.
De acordo com ele, as estruturas psíquicas manifestam o jeito como cada um se posiciona diante da
angústia causada pela civilização.
Saiba mais
A neurose é um termo que se refere a qualquer desequilíbrio mental que causa angústia e ansiedade,
porém, ao contrário da psicose e de algumas outras desordens mentais, não impede ou afeta o
pensamento racional, permitindo, dessa forma, que o indivíduo permaneça a realizar suas atividades.
Segundo a psicanálise, a maioria das pessoas é afetada pela neurose de alguma forma.
• Neurose obsessiva: geralmente são pessoas que tentam resolver os conflitos internos entre a lei
e o desejo, se defendem do mundo que as angustia por sua imprevisibilidade e contingências, e
que vivem nos limites das normas sociais e do senso comum. O conflito entre a obediência à lei
e o desejo pode levar o sujeito, por exemplo, a apresentar sintomas comportamentais repetitivos
ou a viver paralisado por dúvidas e pelo medo de agir.
• Neurose histérica: pressupõe uma posição da pessoa diante da lei do desejo que questiona sua
legitimidade, que, inconscientemente, quer ser chamada à ordem. Essa pessoa acredita que um
dia vai realizar seu desejo dentro da civilização, que, por ora, lhe nega essa realização. Algumas de
suas características são: insatisfação generalizada, que se manifesta em dores no corpo; rebeldia,
e falta de concentração.
• Neurose de angústia: carrega como principal traço a fobia causada por objetos. Tem sua origem
no mesmo fato que é causa das histerias histérica e obsessiva, ou seja, o desejo sexual infantil
recalcado. No fundo, o que causa a neurose de angústia é o medo de castração, medo da
sexualidade que pode, frequentemente, manifestar-se na adolescência.
A neurose pode ser tratada por diferentes métodos. A psicoterapia pode aliviar os sintomas, assim
como alguns medicamentos que podem melhorar a autoestima do paciente.
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PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
4.2 Psicoses
A psicose é um distúrbio psiquiátrico grave em que o paciente perde contato com a realidade, emite juízos
falsos (delírios), apresenta alucinações (percepções irreais quanto à audição, à visão e ao tato) e distúrbios de
conduta que o impossibilitam do convívio social, além de outras formas excêntricas de comportamento.
As psicoses podem ter várias origens, por exemplo, por lesões cerebrais, tumores cerebrais,
esquizofrenia, tóxicos, álcool, infecções, traumas emocionais etc. Algumas são incuráveis, já outras
apresentam cura completa, mas quase sempre é exigido tratamento à base de remédios e nem sempre é
necessária a internação. Nas psicoses agudas, geralmente as psicoterapias são pouco indicadas.
A seguir, estão apresentadas algumas linhas de estudo sobre as origens das psicoses:
• Modelo sociogênico: a sociedade pela sua complexidade e exigência seria a responsável pelo
enlouquecimento humano.
Já a psicose esquizofrênica é aquela na qual a pessoa apresenta uma fala sem rumo, pois,
devido a uma alteração cerebral, ela passa a ter dificuldade em ter um julgamento correto sobre
a realidade, a produzir pensamentos abstratos e a expressar emoções. Trata-se de uma doença
crônica exigindo tratamento por toda a vida.
Fora dos padrões da normalidade encontra-se também quem sofre de psicose paranoica. Nesse caso, a
pessoa apresenta um quadro não confuso, porém delirante. A pessoa pode ter a ilusão de ser perseguido
ou, ao contrário, apresentar algum delírio de grandeza.
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Unidade I
4.3 Perversões
Hoje as perversões são entendidas como parafilias, que são transtornos do comportamento sexual que
se caracterizam, em geral, por apresentarem práticas e padrões sexuais particulares, que podem ser lesivos
ao indivíduo e seus parceiros. Cabe salientar que não há uma lista definitiva dos tipos de parafilias, porém
as mais comuns são: o sadismo, o masoquismo, o exibicionismo, o voyeurismo ou o fetichismo.
O sadomasoquismo é entendido como uma excitação e prática sexual que envolve dor, humilhação
e submissão.
O voyerismo é uma compulsão em observar pessoas nuas, mantendo relações sexuais ou despindo-se,
sem que a pessoa observada perceba.
Esses comportamentos divergentes foram brevemente apresentados para que se entenda algumas
de suas características, pois, dependendo do tipo de transtorno, o comportamento alimentar dessas
pessoas pode sofrer alterações significativas. Por exemplo, pessoas que sofrem de neurose obsessiva
podem se tornar obsessivas por determinados alimentos.
Resumo
Exercícios
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Unidade I
Quadro 1
A) I – 5; II – 3; III – 6; IV – 2; V – 1 e VI – 4.
B) I – 6; II – 5; III – 4; IV – 3; V – 2 e VI – 1.
C) I – 1; II – 3; III – 5; IV – 2; V – 4 e VI – 6.
D) I – 2; II – 4; III – 6; IV – 1; V – 3 e VI – 5.
E) I – 6; II – 4; III – 2; IV – 5; V – 3 e VI – 1.
Análise da questão
I – Entre os autores mais expressivos da psicologia humanista figuram Carl Rogers, Burrhus. F. Skinner
e Abraham Maslow.
II – Para Carl Rogers, cada pessoa é impulsionada a ser competente e capaz, ou seja, é impulsionada
em direção à autonomia.
III – Para Carl Rogers, assim como para Freud, a conduta humana é causada por ocorrências do
passado, tensões vividas na infância e necessidades que, não tendo sido satisfeitas no passado, voltam
a se manifestar no presente.
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PSICOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
IV – Não é a realidade que provoca o comportamento, mas sim o modo pelo qual ela é percebida
pelo indivíduo.
A) I e II.
B) II e III.
C) I e IV.
D) II e IV.
E) II, III e IV.
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: Carl Rogers (1902-1985) e Abraham Maslow (1908-1970) estão entre os autores
mais expressivos da psicologia humanista. Já Burrhus F. Skinner (1904-1990) é um autor expressivo do
behaviorismo, ou teoria comportamental, desenvolvido no século XIX, influenciado pelas ciências biológicas.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: uma das grandes contribuições de Carl Rogers no âmbito da psicologia humanista é a
ideia de que todo indivíduo é impulsionado em direção à autonomia. Assim, um organismo deixado livre
se desenvolve rumo à autonomia.
IV – Afirmativa correta.
Justificativa: cada pessoa tem um modo próprio de perceber e interpretar os eventos cotidianos.
Por isso, é correto afirmar que é impossível perceber a realidade em si, já que, sendo diversos os modos
de percebê-la, os comportamentos são provocados pela percepção que se tem dela e não por ela.
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