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Apostila Arte III

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INSTITUTO FEDERAL DO MARANHÃO

ARTE III - Prof. Meiriluce Portela

REALISMO

Embora utilizado em geral para designar formas de representação


objetiva da realidade, o realismo como doutrina estética específica se impõe a
partir de 1850 na França, triunfando com Gustave Flaubert (1821 - 1880) na
literatura e Gustave Courbet (1819 - 1877) na pintura. As três telas de Coubert
expostas no Salão de 1850, Enterro em Ornans, Os Camponeses em Flagey e
Os Quebradores de Pedras, marcam seu compromisso com o programa
realista, pensado como forma de superação das tradições clássica e romântica,
assim como dos temas históricos, mitológicos e religiosos. O enfrentamento
direto e imediato da realidade, com o auxílio das técnicas pictóricas, descarta
qualquer tipo de ilusionismo. O pintor é simpatizante das posições anarquistas
de Proudhon e tem participação decisiva durante a Comuna de Paris, e seria
impossível compreender suas decisões estéticas sem considerar suas escolhas
políticas. A pintura, arte concreta por excelência, se aplica aos objetos reais, às
"coisas como elas são.

A cena do funeral na cidade natal do pintor, Ornans, é criticada por sua


feiúra e crueza. As figuras, destituídas de graça, parecem desencontradas nas
grandes dimensões da tela. No primeiro plano, o buraco aberto no chão e o
semblante algo caricato do padre. Já se observam na obra, nota o historiador
norte-americano Meyer Schapiro, a simplicidade e força das imagens ingênuas
que povoam a arte popular, com a qual a obra de Courbet mantém muitas
afinidades. Os temas banais, distantes dos padrões de beleza clássica e
romântica, o trabalho nas aldeias, os ofícios - os Amoladores de Faca, o
Paneleiro, os Joeireiros etc. -, a observação direta da natureza, entre outros,
afastam Courbet das construções eruditas ou da pintura filosófica que impõe
reflexões. Moças à Margem do Sena, 1857, explicita a aderência da forma
artística ao real, representa um fragmento da realidade: duas moças da cidade
fazendo a sesta à margem do rio, apresentadas sem idealização ou
dramatização. Não há nenhuma pretensão do artista em captar os sentimentos
das mulheres, assim como a paisagem não almeja ser representação da
natureza. Apenas duas figuras, num lugar qualquer. Cenas que Courbet vê e
registra. Como ele bem diz a respeito dos seus quebradores de pedras: "Não
inventei nada. Todos os dias, ao fazer minhas caminhadas, via as pessoas
miseráveis desse quadro". O foco de Courbet na realidade tangível das coisas
influencia a pintura de Millet, Daumier e outros pintores de sua época,
repercutindo posteriormente nos cubistas. Como aponta Apollinaire em 1913,
em Os Pintores Cubistas: "Courbet é o pai dos novos pintores". Não é possível
esquecer as relações íntimas da fotografia com a tradição realista na pintura,
no século XIX e no decorrer do século XX, que mereceriam tratamento à parte
CARACTERÍSTICAS DO REALISMO
PERÍODO HISTÓRICO: Século XIX
TOM: Objetividade, representação de cenas sem distorções.
TEMAS: Paisagens e retratos de operários e camponeses.
TÉCNICA: Pinceladas suaves.
FUNDADOR: Coubert
REPRESENTANTES:
Jean-Baptiste-Camille COROT (1769-1875): Pintor que aprendeu “a reproduzir
com o máximo possível de escrúpulos o que
via à sua frente”. “Trouxe um estilo natural,
objetivo, à pintura de paisagens, captando a
qualidade de um determinado lugar num
determinado momento”.
A ESCOLA DE BARBIZON: “Influenciados por Constable, que pintava cenas
reais, em vez de imaginadas, um grupo de
pintores de paisagens conhecido como
Escola de Barbizon trouxe um frescor
semelhante para a arte francesa. A partir de
1830, pintaram ao ar livre perto da aldeia de
Barbizon. Os nomes mais famosos
associados a essa escola foram Millet e
Corot”.
Jean-François MILLET (1814-1875): Pintor associado a retratos de
trabalhadores rurais arando, semeando e
colhendo. Seu objetivo era o de “fazer com
que o trivial servisse para exprimir o
sublime”.
Honoré DAUMIER (1808-1879): Desenhou caricaturas selvagens e satíricas
alfinetando a pompa dos nobres, bonapartistas e políticos,
alem de pinturas denunciando o padrão de vida subumano da
classe trabalhadora.
Algumas obras realistas:

Escultura: não se preocupou com a idealização da realidade, ao contrário,


procurou recriar os seres tais como eles são. Além
disso, os escultores preferiram os temas
contemporâneos, assumindo muitas vezes uma
intenção política em suas obras.

Dentre os escultores do período


realista, o que mais se destaca é
Auguste Rodin (1840-1917), cuja
produção desperta severas
polêmicas. Já seu primeiro
trabalho importante, A Idade do
Bronze (1877), causou uma grande discussão motivada
pelo seu intenso realismo. Alguns críticos chegaram a
acusar o artista de tê-lo feito a partir de moldes tirados
do próprio modelo vivo. Mas é com São João Pregando
(1879), que Rodin revela sua característica fundamental:
a fixação do momento significativo de um gesto humano.
Essa mesma tentativa de surpreender o homem em suas ações aparece em O
Pensador seguramente sua obra mais conhecida.

Quanto aos retratos, nem sempre Rodin foi fiel à preocupação naturalista de
reproduzir os traços fisionômicos do seu modelo. A escultura que fez de
Balzac, por exemplo, chegou a ser recusada pela Sociedade dos Homens de
Letras de Paris que a encomendara, pois não havia semelhança física entre a
obra e o retratado. O que o escultor fez foi privilegiar, à sua maneira, o caráter
vigoroso que a personalidade do escritor lhe sugeria, o que o envolveu numa
grande polêmica.

Arquitetura: ao adaptar-se ao novo contexto social, tende a tornar-se realista


ou científica, os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente
às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não
exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações
ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto
para os operários quanto para a nova burguesia.

TEATRO

Realismo e Naturalismo (séc.XIX)


A evolução do Realismo e do Naturalismo, que aos poucos começam a
fragmentar-se, tem como conseqüência o aparecimento de novas tendências.
Cheio de sentimento individualista, nasce o Impressionismo na Europa, no final
do século XIX.

CARACTERÍSTICAS:
 Contemporâneo;
 Cotidiano;
 Real;
 Palco geralmente na forma de sala de estar;
 Ação episódica e adereços na forma de objetos;
 Luz a gás e tochas (efeitos fantasmagóricos);
 Longos, precisos e autênticos ensaios;
 O aparecimento da luz elétrica e aperfeiçoamentos que permitiam
montagens muito mais arrojadas.
 Procuram imitar a realidade.
 Toda noção do real é transmitida através dos sentidos, isto é, são
apenas impressões subjetivas.

Dois importantes fatores contribuíram, a partir de 1870, para o


engrandecimento do teatro realista:

 As forças sociais que predominavam na época : superando


crenças religiosas e morais.
 As perspectivas de soluções individuais : e o desenvolvimento
do próprio teatro.

Dramaturgos

 Henryk Ibsen - Nasceu na Noruega, filho de um comerciante falido,


estuda sozinho para ter acesso à universidade. Dirigiu o Teatro
Norueguês de Kristiania (atual Oslo). As obras de Ibsen são
chamadas de dramas realistas contemporâneas ou dramas de
problematização social. Basicamente, existem quatro aspectos
destas peças que justificam tal descrição:

1. Fazem de problemas sociais o tema em debate.


2. Têm uma perspectiva crítica relativamente à sociedade.
3. A ação decorre num ambiente contemporâneo.
4. Apresentam pessoas e situações comuns.

Principais Peças Teatrais:


 Um Inimigo do Povo : A sordidez dos interesses comerciais, a
desonestidade administrativa e a hipocrisia burguesa.
 Os Pilares da Sociedade: Lona Hessel
tem a última palavra e conclui dizendo
que o espírito da verdade e o espírito da
liberdade – são eles os pilares da
sociedade.
Espectros, de Ibsen.
 Espectros: Em 'Espectros', Ibsen aponta
uma luz crítica aos pilares que suportam a sociedade burguesa, o
casamento e o Cristianismo, e utiliza tabus típicos, o incesto, as doenças
venéreas e a eutanásia. Este fato fez com que o autor e os que
partilhavam das suas idéias se tornassem figuras controversas no seu
tempo.
 Casa de Bonecas : discute a situação social da mulher. Nora, esposa e
mãe, começa a compreender a sua posição na vida e a sua cega
obediência ao marido e ao resto da sociedade. Percebe que para mudar
tudo isso terá que pôr fim ao casamento e deixar, não só o marido, mas
também os filhos. Nora quebra os votos do casamento e desperta para
uma consciência própria ao renunciar ao seu dever inquestionável para
com o marido. Quando Nora bateu com a porta da sua casa de boneca,
em 1897, Ibsen lançou-a ao mundo para reclamar para a Mulher a
liberdade de crescer e de se tornar numa pessoa adulta independente e
responsável.

 Anton Tchekhov - A partir dos seus treze anos, ficou fascinado pelo
teatro da cidade, que dado o pouco dinheiro que tinha não frequentava
tantas vezes como queria. Como era proibida a entrada a crianças não
acompanhadas de adultos e sem a autorização do Liceu, chegou a
"disfarçar-se" de adulto, usando uma barba postiça. Na fase adulta.
licenciou-se em Medicina.

Principais Peças Teatrais:

 Tio Vânia.
 A Gaivota.
 O Jardim das Cerejeiras: Retrata o ambiente provinciano
 As três irmãs.
 O Canto do Cisne.
 Um Trágico à Força.
 Ivanov.

Características de suas obras:

o Influência do naturalismo no teatro.


o Inventou uma nova forma de escrever contos:
“um mínimo de enredo e o máximo de emoção”.
o Com uma visão de mundo ora humorística, ora
poética, ora dramática.
o Captou momentos ocasionais da realidade,
fatias de vida, pequenos flagrantes do cotidiano,
estados de espírito da gente comum.
o Transformava uma série de incidentes laterais e
de pormenores aparentemente insignificantes
da existência individual em representações
perfeitas do destino humano.
o Sua obra é profundamente melancólica.
o A vida, no campo ou na cidade, nas províncias ou na capital, é
sempre a mesma: comum, medíocre, desalentadora.
o Seus protagonistas podem ser camponeses, aristocratas ou
burgueses, funcionários ou artistas, operários ou camponeses,
homens ou mulheres.

 Constatin Stanislavski (1863-1938) Também influiu na ópera moderna,


e impulsionou os trabalhos de escritores como Máximo Gorki e Anton
Tchecov. Em 1905 funda o Teatro Estúdio (Moscou), que será dirigido
por Meyerhold. Escreveu obras de cunho teórico referente à arte de ser
ator e sua formação: minha vida na arte, autobiografia, A Preparação do
Ator e A Criação de um Papel.
O seu método, desenvolvido no Teatro de Arte de Moscou, baseado no
“Naturalismo Psicológico”, trata-se de uma espécie de motivações e
técnicas para estimular os sentimentos, fazendo a consciência atuar
sobre o inconsciente despertando assim uma natureza criadora que ele
vê como frente de inspiração do ator. Propõem uma descontração
muscular completa antes de encenar e uma concentração total no palco.
 Emile Zola - Foi um consagrado escritor francês, considerado criador e
representante mais expressivo da escola literária naturalista além uma
importante figura libertária da França / Seu texto ficou conhecido como
O romance experimental (1880) é o manifesto literário do movimento.
/Combinou algumas das teorias mais polêmicas de sua época, tais como
darwinismo, evolucionismo e determinismo científico

Principais peças teatrais:

 O Ventre de Paris (1873).


 A Terra (1887).
 Nana (1880).
 As Três Cidades, série sobre problemas religiosos e sociais.
 Os Quatro Evangelhos, com base nas teorias socialistas e depois
evoluindo para uma visão messiânica do destino humano, que ficou
incompleta, com a sua morte.
 Germinal (1885) elevou a estética e a descrição naturalistas a um novo
patamar de realismo e crueza. Sentiu na carne o trabalho sacrificado, a
dificuldade em empurrar um vagonete cheio de carvão, o problema do
calor e a umidade dentro da mina, o trabalho insano que era necessário
para escavar o carvão, a promiscuidade das moradias, o baixo salário e
a fome. Além do mais, acompanhou de perto a greve dos mineiros.

 Maksim Gorki ( pseudônimo de Aleksei Peshkov )/ Autodidata e


inteligente, não escapou de uma atormentada luta da sobrevivência, da
infelicidade pessoal e da solidão, tentando assim o suicídio. A
literatura, no entanto, o salvou. Pôs-se a escrever obsessivamente, e
seus primeiros contos foram publicados a partir da década de 1890,
m Gorki. obtendo grande repercussão.

Características de suas obras:

 Aderiu ao marxismo e militou em inúmeros grupos revolucionários.


 Registrou com vigor e emoção personagens que integravam as
classes excluídas: operários, vagabundos, prostitutas, gente humilde,
homens e mulheres do povo.
 Conhecia aquele universo por dentro, pois ele próprio era um desses
desvalidos.
 Captou o que havia de mais profundo na alma do povo russo.
 Enorme impressão de autenticidade que suas obras transmitem.
 Foi o criador da chamada literatura proletária que teve seguidores no
mundo inteiro, em especial na primeira metade do século XX.

Principais peças:

 Os Pequenos Burgueses : Mostra a escória da sociedade, debatendo-


v se contra a pobreza, e a classe média devorada pelo tédio.
 Ganhando Meu Pão: comovente texto de memórias que é a sua obra-
prima.

QUESTÕES

01) Embora tenha vivido numa época em que o Romantismo era quem ditava
as regras na literatura mundial, Honoré de Balzac (1799-1850) foi o escritor que
lançou as bases para o Realismo, movimento que encontrou o seu apogeu com
a publicação da obra de Flaubert.
MARTINS, Rafael Chaves. Eugênia Grandet: a triste história de uma mulher
inaugural. Revista Historiador nº 04. Ano 04. Dezembro de 2011. (Adaptado)
No contexto apresentado, a obra de Balzac teve como principal característica
histórica

a. a produção de uma única classe social, o operariado.


b. o desenho do retrato da nobreza como soberana e única.
c. o retrato do amor romântico sem influência do contexto social.
d. a representação da vida burguesa com uma crítica à industrialização.
e. o estilo impressionista com uma forte relação com os movimentos
sociais.
02)

A imagem acima mostra o quadro Fim do dia, de Jules Breton, produzido entre
1886 e 1887. Qual a escola de pintura (estilo) pode ser observado a partir
desta obra?

a. Romantismo
b. Realismo
c. Pós Impressionismo
d. Barroco
e. Art Nouveau

IMPRESSIONISMO

O Impressionismo, movimento artístico que principiou o processo de


ruptura com os cânones comuns a tradição artística legada pelo Renascimento,
surgiu como resposta às inúmeras questões que passaram a permear o
universo das artes visuais durante as últimas décadas do século XIX.
O processo de desenvolvimento tecnológico e científico que acompanha
a humanidade desde o seu surgimento, encontrou no século XIX um terreno
deveras fértil, propiciando que inúmeras conquistas fossem alcançadas num
curto espaço de tempo. Em apenas um século, as industrias e os meios de
transporte sofreram uma revolução com o advento da máquina a vapor, as
informações ganharam agilidade, as cidades passaram por um intenso
processo de urbanização. No campo da ciência e filosofia, o século XIX
presenciou o surgimento da Psicanálise de Sigmund Freud e das teorias
socialistas de Marx e Engels, além do advento de uma invenção que iria
revolucionar o processo de captação e reprodução da imagem, a fotografia.

No início do século XIX, as descobertas cientificas na área de ótica e química convergiram para
a produção de uma nova forma de arte: a fotografia. Em 1826, o químico francês Nicéphore Niépce
(1765-1833) fez a primeira imagem fotográfica que sobreviveu, uma vista do pátio de sua casa. Para obter
a imagem nublada, Niépce deixou uma placa de estanho polido em exposição durante oito horas.
Seu colaborador, Louis-J. –M. Daguerre (1789-1851), inventou um processo mais prático de
fotografia em 1837. Sua primeira fotografia, “Natureza-Morta”, era uma vista brilhantemente detalhada
de um canto de seu ateliê, que ficou em exposição de 10 a 15 minutos. Em 1839, Daguerre
inadvertidamente tirou a primeira fotografia conhecida de um ser humano. Sua fotografia de um bulevard
parisiense conhecido pela multidão de pedestres apressados não mostra sinal nenhum de vida, exceto por
um homem engraxando os sapatos – o único que ficou parado tempo suficiente para que sua imagem
fosse registrada durante a longa exposição.
Carol Strickland, Arte Comentada
Com o advento da fotografia, o universo das artes visuais, passou a
contar com um processo mecânico que possibilitava um registro da natureza ou
do ser humano mais verossímil e em um tempo significativamente menor que o
gasto pela pintura para realizar o mesmo registro. A fotografia, desta forma,
atendia perfeitamente à função desempenhada pela pintura desde o
Renascimento (o registro fiel da natureza), contando ainda com a praticidade e
a agilidade, mesmo que para realizar os primeiros registros fotográficos de
seres humanos, estes tivessem que permanecer imóveis por alguns minutos.
Com as inúmeras possibilidades de uso propiciadas pela fotografia (fotografia
de viagem, fotografia de guerra, fotografia documental, fotografia-retrato e
fotografia de arte), a mais tradicional das técnicas artísticas, a pintura,
principiou uma crise por acreditar que seria substituída pela fotografia. De fato
a crença na eminente morte da pintura era cultuada por pintores e críticos, que
não vislumbravam outra função a ser desempenhada pela mesma. Tal crença
contagiou tanto o cenário artístico europeu que muitos pintores abandonaram a
pintura para tornarem-se fotógrafos enquanto que os mais radicais agrediam os
fotógrafos que encontravam pela rua.

Em oposição a esta postura pessimista, um grupo de jovens artistas


“excepcionalmente unido devido a seu interesse comum em pintar a natureza
ao ar livre”, elegeu como cerne de suas pinturas os registros dos efeitos
luminosos e as transformações realizadas pela luz sobre os corpos. Para este
grupo, o “objetivo principal era apresentar uma „impressão‟ou as percepções
sensoriais registradas por um artista num breve vislumbre (...) Para cumprir o
desafio de retratar essas qualidades voláteis da luz, eles criaram uma
pincelada distinta, curta, cortada”. Este grupo, composto inicialmente pelos
pintores Manet, Monet, Renoir, Degas, Pissarro, Sisley, Morisot e Cassatt
sofreram com a repulsa e a crítica severa dos meios oficiais de arte, que viam
nestas obras e em seus representantes um gesto insano e de desenfreada
rebeldia.

A primeira exposição do grupo, realizada no estúdio do fotógrafo


Nadar em 1874, marcou o nascimento oficial do movimento impressionista. O
nome que passou a identificar o grupo composto pelos pintores Manet, Monet,
Renoir bem como os demais integrantes, surgiu a partir do sarcástico ataque
realizado pelo jornalista Louis Leroy a pintura de Monet, intitulada Impressão:
sol nascente. Apesar do caráter depreciativo atribuído ao termo pelo jornalista
no intuito de criticar, através da obra de Monet, todo o grupo, a associação do
termo aos trabalhos dos integrantes do grupo e a aceitação dos integrantes
pelo uso do termo foi quase imediata.

Para o artista impressionista, o mais importante no processo de criação


de uma obra era o registro dos efeitos luminosos. O tema não exercia quase ou
nenhuma influência no momento de execução de uma pintura. O único
interesse que motivava o artista impressionista era o dedicar-se a pintar os
nuances de luz com a mesma intensidade e o mesmo brilho tal como estes se
manifestavam na natureza. Para tanto, pintores peregrinavam para as ruas e
cafés de Paris, para campos e praias ensolarados, levando consigo um arsenal
em tintas, pincéis e cavaletes portáteis. As pinturas eram realizadas no mesmo
intervalo de tempo que durava a luz que era registrada, de forma que o advento
das tintas industrializadas e embaladas em tubos de estanho contribuiu para a
agilidade na execução das pinturas, bem como a técnica das pinceladas curtas
e rápidas.

Carol Strickland, Arte Comentada

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
PERÍODO: 1862 - 86
ELENCO ORIGINAL: Manet, Monet, Renoir, degas, Pissarro, Sisley, Morisot,
cassat
TEMAS: Paisagens ao ar livre, beira de mar, ruas e cafés parisienses
PROPÓSITO: Retratar sensações visuais imediatas de uma cena

Como distinguir os principais representantes do Impressionismo


ARTISTA MANET MONET DEGAS
RENOIR
Atualizou temas Paisagens marinhas, Nus Retratos em pastel
dos Antigos séries sobre campos femininos de figuras humanas
Mestres, pintou de papoulas, voluptuosos, em pausa após a
cenas rochedos, montes de com pele de ação; bailarinas,
TEMAS contemporâneas feno, a Catedral de pêssego, o corridas de cavalo,
com visão crítica Rouen, fase final da café-society, café-society,
obra: nenúfares crianças, lavadeiras, circo;
aquáticos quase flores fase final da obra:
abstratos nus no banho

Manchas Tos solares, cores Vermelhos Tons vistosos lado a


escuras contra a primárias puras em ricos, cores lado para obter
luz, usava o pinceladas uma ao primárias, vibração; inicial:
CORES preto com lado da outra (as detestava o pastel suave; final:
acento; inicial: sombras eram cores preto – usava vastas lambuzadas
escuro; final: complementares em o azul em de pastéis em cores
colorido pinceladas uma ao seu lugar ácidas
lado da outra)

Formas Dissolvia a forma em Inicial: Ângulos não


simplificadas luz e clima, pinceladas convencionais com
com um mínimo contornos suaves, ar rápidas, as figuras
de modelo, impressionista figuras amostradas na beira
manchas de cor clássico misturadas da tela, composição
ESTILO chapada com ao fundo assimétrica com
contorno em nublado; vazio no centro
preto final: estilo
mais
clássicos,
nus
solidamente
formados

Não era um “Tente esquecer que “Pinte com Mesmo quando


grande teórico, objetos tem à sua alegria, com trabalha a partir da
mas disse: o frente, árvore, casa, a mesma natureza, a pessoa
artista “procura campo ou o que for. alegria com tem que compor”
simplesmente Pense apenas: “Aqui que amaria
ser ele mesmo e está um quadradinho uma mulher”
mais ninguém” azul, aqui uma forma
RECO-
oblonga cor-de-rosa,
MENDAÇÃO
aqui uma faixa
amarela e pinte-a
exatamente como
você a vê”
PÓS-IMPRESSIONISMO

Pós-Impressionismo é o nome que se dá a diferentes estilos e tendências


artísticas cuja origem encontra-se no Impressionismo, tanto como uma reação
contrária a ele como visando um desenvolvimento maior da escola. A maioria
dos artistas considerados pós-impressionistas participaram das exibições
impressionistas, mas acabaram por tomar outros rumos na realização de sua
arte. A forma das pinturas, o tratamento das cores ou a linha podiam ser
objetos de discordância com os impressionistas. Tendências como o
simbolismo e até o expressionismo já se encontram nas obras de alguns
desses pintores pós-impressionistas.

As divergências dos principais nomes considerados pós-impressionistas


com os impressionistas normalmente se concentravam na momentaneidade e
extrema subjetividade enevoada em que os últimos baseavam seus trabalhos
ou as tendências naturalistas do impressionismo. Essas divergências,
entretanto, manifestavam-se de maneiras e intensidades diferentes nos vários
estilos pós-impressionistas.

Os movimentos modernistas, também, devem muito ao pós-impressionismo,


principalmente pela figura de Paul Cézanne (1839 - 1906) e sua obstinação em
alcançar a natureza real atrás das aparências, criar uma arte com vida própria,
“concretizar“ suas impressões pessoais e “realizar o motivo“.

Acredita-se que de uma forma ou de outra, como por, exemplo, a


compreensão considerada errônea realizada pelo cubismo da pintura do artista,
todos os artistas e movimentos expressivos do Século 20 tenham sido
influenciados por Cèzanne.

O Neoimpressionismo de Seraut e sua extrema valorização das cores


também estão inseridos dentro dessa tendência maior pós-impressionista.

Gauguin e a proximidade de sua obra com o movimento poético simbolista,


sobrevalorizando as ideias e desprezando o naturalismo, também é
considerado um pós-impressionista.

Van Gogh, e seu mundo atormentado, foi outro artista de extrema


importância da pintura do Século 19, considerado um dos precursores do
expressionismo que pode ser encaixado dentro dessas tendências pós-
impressionistas.

Até mesmo Toulouse-Lautrec, conhecido pela particularidade de seu estilo,


que se desenvolveu independentemente de escolas ou movimentos, pode ser
visto como um artista afinado com as tendências pós-impressionistas.
O emprego do termo Pós-Impressionismo, portanto, não designa uma escola
artística com características claras e homogêneas. A necessidade do emprego
de um termo que indica um período de tempo (aquilo que ocorreu entre o
Impressionismo e o Modernismo) partiu da heterogeneidade de tendências. Os
artistas que atuaram durante esse período tinham em comum a insatisfação
com a técnica impressionista e o desejo de renovar a pintura. Os caminhos
traçados por cada um deles apontam para possibilidades tanto compositivas
como poéticas distintas. Todavia, todos construíram um legado de valor
inestimável para a história da arte ocidental.

ESTILO PINCELADA INFLUENCIO OBRA


U
Utilizou a cor e Gestuais, Expressionism
a pincelada com ênfase o e Fauvismo.
como para as linhas
elementos onduladas e
expressivos. espiraladas.
VAN GOGH Emprego de Trabalhou
cores com o
vibrantes, empasto,
explorando aplicando
principalmente sobre a tela
o contraste. densas
camadas de
tinta.
Demonstrou Regular, Cubismo
uma grande resultando
obseção pelo em áreas
estudo da planas de cor
composição, (geralmente
CÉZANNE especialmente retangulares).
pela
permanência
da forma. Sua
obra explorou
principalmente
os gêneros
paisagem e
natureza-
morta.
Explorou o Diluída, com Expressionism
exotismo de uma técnica o e Fauvismo.
terras de desenho
distantes, que se
como o Tahiti. aproxima dos
Mesclou o desenhos e
GAUGUIN aspecto pinturas
ancestral de primitivos.
culturas tribais, Usou as
especialmente cores sem o
o simbolismo, vínculo com a
com natureza.
elementos da
cultura
europeia.

Mesclou a Traços Expressionism


simplicidade simples, bem o e o universo
da caricatura estilizados, das artes
com lembrando a gráficas.
elementos das caricatura.
artes gráficas
empregadas
TOULOUSE na confecção
-LAUTEC de cartazes.
Retratou o
universo
boêmio de
Paris,
especialmente
o do Moulin
Rouge.

FOTOGRAFIA

Atualmente, a introdução da tecnologia digital tem modificado


drasticamente os paradigmas que norteiam o mundo da fotografia. Os
equipamentos, ao mesmo tempo que são oferecidos a preços cada vez
menores, disponibilizam ao usuário médio recursos cada vez mais sofisticados,
assim como maior qualidade de imagem e facilidade de uso. A simplificação
dos processos de captação, armazenagem, impressão e reprodução de
imagens proporcionados intrinsecamente pelo ambiente digital, aliada à
facilidade de integração com os recursos da informática, como organização em
álbuns, incorporação de imagens em documentos e distribuição via Internet,
têm ampliado e democratizado o uso da imagem fotográfica nas mais diversas
aplicações. A incorporação da câmera fotográfica aos aparelhos de telefonia
móvel têm definitivamente levado a fotografia ao cotidiano particular do
indivíduo.

A fotografia não é a obra final de um único criador. Ao longo da história,


diversas pessoas foram agregando conceitos e processos que deram origem à
fotografia como a conhecemos. O mais antigo destes conceitos foi o da câmara
escura, descrita pelo napolitano Giovanni Baptista Della Porta, já em 1558, e
conhecida por Leonardo da Vinci que a usava, como outros artistas no século
XVI para esboçar pinturas.

A primeira fotografia reconhecida é uma imagem produzida em 1826


pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, numa placa de estanho coberta com
um derivado de petróleo fotossensível chamado Betume da Judéia. A imagem
foi produzida com uma câmera, sendo exigidas cerca de oito horas de
exposição à luz solar. Nièpce chamou o processo de "heliografia", gravura com
a luz do Sol. Paralelamente, outro francês, Daguerre, produzia com uma
câmera escura efeitos visuais em um espetáculo denominado "Diorama".
Daguerre e Niépce trocaram correspondência durante alguns anos, vindo
finalmente a firmarem sociedade.

Desde então, o mercado fotográfico teve experimentado uma crescente


evolução tecnológica, como o estabelecimento do filme colorido como padrão e
o foco automático, ou exposição automática. Essas inovações indubitavelmente
facilitaram a captação da imagem, melhoraram a qualidade de reprodução ou a
rapidez do processamento, mas muito pouco foi alterado nos princípios básicos
da fotografia.

A grande mudança recente, produzida a partir do final do século XX, foi


a digitalização dos sistemas fotográficos. A fotografia digital mudou paradigmas
no mundo da fotografia, minimizando custos, reduzindo etapas, acelerando
processos e facilitando a produção,

manipulação, armazenamento e transmissão de imagens pelo mundo. O


aperfeiçoamento da tecnologia de reprodução de imagens digitais tem
quebrado barreiras de restrição em relação a este sistema por setores que
ainda prestigiam o tradicional filme, e assim, irreversivelmente ampliando o
domínio da fotografia digital.

COMO CAI NA PROVA


01) Impressionismo foi um movimento artístico que revolucionou
profundamente a pintura e deu início às grandes tendências da arte do
século XX. Havia algumas considerações gerais, muito mais práticas do
que teóricas, que os artistas seguiam em seus procedimentos técnicos
para obter os resultados que caracterizaram a pintura impressionista.
Principais características da pintura:

a. A pintura deve registrar as tonalidades que os objetos adquirem ao


refletir a luz solar num determinado momento, pois as cores da natureza se
modificam constantemente, dependendo da incidência da luz do sol.

b. As figuras devem ter contornos nítidos, pois a linha não é uma abstração
do ser humano para representar imagens.
c. As sombras não devem ser luminosas e coloridas, tal como é a
impressão visual que nos causam, e sim escuras ou pretas, como os pintores
costumavam representá-las no passado.

d. Os contrastes de luz e sombra não devem ser obtidos de acordo com a


lei das cores complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta não
produz uma impressão de luz e de sombra muito mais real do que o claro-
escuro tão valorizado pelos pintores barrocos.

e. As cores e tonalidades devem ser obtidas pela mistura das tintas na


paleta do pintor. Devem ser puras e dissociadas nos quadros em pequenas
pinceladas. É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores,
obtendo o resultado final. A mistura torna-se, portanto, técnica e não óptica.
02) A escultura do período impressionista reflete uma mudança da percepção;
com a invenção da máquina fotográfica em 1820, impulsiona os artistas na
busca por novas propostas. O artista francês Edgard Degas pintou inúmeras
cenas com bailarinas que costumava observar longamente enquanto
ensaiavam e as fotografava para registrar os instantâneos mais expressivos.
Degas também realizou algumas esculturas, em bronze, sobre o mesmo tema,
como Bailarina de 14 anos (1880). No entanto, suas esculturas revelavam mais
do que um olhar atento, na escolha do material e no acabamento que adotava
em suas peças, rompendo com a tradição. Por quê? Observe a imagem e
assinale a alternativa correta.
Bailarina de 14 anos, 1880, Edgard Degas, Coleção MASP SP (Fonte:
Disponível em < http://masp.uol.com.br/exposicoes/

A) A escultura é feita de bronze, mas o artista vestiu a figura com um saiote e


corselete de tecido de verdade, e incluiu uma fita rosa para amarrar o cabelo. A
proposta da arte de Degas era se aproximar da vida real.
B) A escultura é feita de bronze, mas o artista, para alegrar a figura da
bailarina, resolveu aplicar materiais diferentes, como resina colorida,
destacando a saia e o corselete.
C) A bailarina é uma escultura esculpida em madeira policromada.
D) A escultura é feita de poliuretano escuro, com tinta acrílica aplicada sobre
partes das roupas da bailarina.
E) A escultura é feita com moldagem de poliuretano e injeções de pigmentos
coloridos nas partes que correspondem às roupas.

03) Adélia Prado é considerada uma grande poetiza da contemporaneidade. A


partir da leitura do poema Impressionista, desta autora, marque a opção que
corresponda à poesia e ao movimento impressionista nas artes visuais.
Impressionista
Numa ocasião
Meu pai pintou nossa casa
De alaranjado brilhante.
Por um bom tempo
Nós tivemos uma casa
Constantemente amanhecendo.

(a) O poema tem como tema central a casa, assim como a arte impressionista
dá extrema importância a forma desprezando outros elementos como as
cores.
(b) Os trechos “alaranjado brilhante” e “constantemente amanhecendo”da
poesia revelam um olhar mais atento que o pai da poetiza teve ao observar
a incidência da luz sobre os objetos modificando suas cores, o que
caracteriza uma preocupação dos artistas impressionistas.
(c) Se o pai da poetiza tentasse pintar a casa numa tela ao estilo
impressionista, teria indispensavelmente que utilizar as linhas e as cores
escuras.
(d) Atualmente temos uma variedade de tons, inclusive o “alaranjado brilhante”,
que podemos obter graças a tecnologia das fábricas de tintas. A limitação
da arte impressionista se dá pela falta de tintas mais elaboradas, o que
levou ao uso da têmpora e pigmentos, sendo a tinta a óleo uma inovação
seguinte.
04) As tendências comportamentais mencionadas no texto expressaram-se na
organização dos processos criativos e produtivos da construção civil, com a
ampliação da divisão técnica do trabalho nos escritórios de arquitetura, nas
firmas de engenharia e nos canteiros de obras.

(Figura 2: MONET. Le train dans la neige. 1875. (Disponível em:


http://www.railart.co.uk/images/monet.jpg. Acesso: 22 maio 2009.)
c) Com base na figura 2 e nos conhecimentos sobre o Impressionismo,
considere as afirmativas a seguir:
I. Monet foi um artista que, embora utilizando a fotografia, pouco proveito tirou
da representação naturalista.
II. Na pintura impressionista o tema deve ser coerente e completo sob o ponto
de vista da unidade compositiva.
III. Para Monet, pintar as ferrovias significava representar a atmosfera luminosa
que as caracterizava.
IV. Enquanto a arte acadêmica valorizava os grandes temas históricos e
mitológicos, os pintores impressionistas adotavam fatos da vida cotidiana.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

06) Leia o texto a seguir, intitulado “Minha pincelada não tem sistema”, que foi
extraído de uma carta de um pintor pós-impressionista a Émile Bernard, em
1888.

No momento, estou absorvido pela floração das árvores frutíferas, róseos


pessegueiros, pereiras amarelo e branco. Minha pincelada não tem qualquer
sistema. Eu ataco a tela com toques irregulares do pincel, que deixo como
saem. Empastes, pontos da tela que ficam descobertos, aqui e ali pedaços
absolutamente inacabados, repetições, brutalidades; em suma, estou inclinado
a pensar que o resultado é demasiado intranquilizante e irritante para que isso
não faça a felicidade dessas pessoas que têm ideias preconcebidas fixas sobre
a técnica. [...] Trabalhando diretamente no local, procuro fixar no desenho o
que é essencial – mais tarde, encho os espaços delimitados pelos contornos –
expressos ou não, mas de qualquer modo, sentidos – com tons que também
são simplificados, no sentido de que tudo o que vai ser solo terá o mesmo tom
parecido com o violeta, que todo céu terá um tom de azul, que a vegetação
verde será verde-azulada, ou verde-amarelada, exagerando deliberadamente
os amarelos e azuis neste caso.

(CHIPP, H. B. Teorias da arte moderna. 2ª. ed. São Paulo: Martins Fontes,
1996. p. 28.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre pintura moderna, identifique a


autoria da carta.

a) Paul Cézanne, que foi conhecido pelo emprego da cor e da pincelada fluida
em seus trabalhos.

b) Matisse, que, a princípio, foi chamado de fauvista (besta selvagem) e,


posteriormente, aclamado como defensor da tradição clássica na pintura
francesa.

c) Pablo Picasso, que privilegiou a aplicação simbólica das cores, em oposição


a qualquer naturalismo.

d) Paul Gauguin, cujo trabalho introduziu distorções formais e alterações de


perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o peso dos objetos.

e) Vincent van Gogh, que se interessou pelas relações de força, como atração,
tensão e repulsão, no uso das cores.

O pescador, de Pierre Auguste Renoir


07) O Impressionismo foi um estilo de pintura caracterizado pela busca de
maior naturalidade em sua composição. Além de Monet, Degas e Renoir,
outros artistas passaram a explorar novas possibilidades para definir um novo
conceito estético. Nesse estilo, era uma marca definidora.

a) O uso da cor preta, dando contornos mais nítidos aos objetos.


b) a busca do retrato fiel, preso nos conceitos classiczantes da arte.
c) A recorrência às pinceladas rápidas sem contorno definido sob uma luz
artificial.
d) A busca de paisagens com amplitude espacial e submetida aos efeitos
da luz natural.
e) O retrato da mesma paisagem em diferentes momentos para captar as
diferentes emoções do pintor.

VANGUARDAS EUROPÉIAS

As vanguardas européias são os movimentos culturais que


começaram na Europa no início do século XX, os quais iniciaram um tempo de
ruptura com as estéticas precedentes. Nesse período, a Europa estava em
clima de contentamento diante dos progressos industriais, dos avanços
tecnológicos, das descobertas científicas e médicas, como: eletricidade,
telefone, rádio, telégrafo, vacina anti-rábica, os tipos sanguíneos, cinema, RX,
submarino, produção do fósforo. Ao mesmo tempo, a disputa pelos mercados
financeiros (fornecedores e compradores) ocasionou a I Guerra Mundial. O
clima estava propício para o surgimento das novas concepções artísticas sobre
a realidade.

Surgiram inúmeras tendências na arte, principalmente manifestos


advindos do contraste social: de um lado a burguesia eufórica pela emergente
economia industrial e, de outro lado, a marginalização e descontentamento da
classe proletária e a intensificação do desemprego (especialmente após a
queda da bolsa de Nova Iorque em 1929).

O Brasil, por sua vez, passou de escravocrata para mão de obra


livre, da Monarquia para República. Os movimentos culturais desse período,
responsáveis por uma série de manifestos, são: Expressionismo, Fauvismo,
Futurismo, Expressionismo, Cubismo, Dadaísmo, Surrealismo, chamados de
vanguardas européias. “Vanguardas”, por se tratar de movimentos pioneiros da
arte e da cultura e “européias” por terem origem na Europa.
EXPRESSIONISMO

A noção do expressionismo foi empregada pela primeira vez em


1911, na revista Der Sturm ('A tempestade'), marcando uma oposição clara ao
impressionismo francês. A visão expressionista encontra suas fontes na defesa
à expressão do irracional, dos impulsos e das paixões individuais.

No expressionismo, não há uma preocupação em relação à


objetividade da expressão, mas sim, com a exteriorização da reflexão individual
e subjetiva dos artistas. Em outras palavras, não se pretende, simplesmente,
absorver o mundo e reproduzi-lo, mas sim, recriá-lo. Entre suas características,
podemos citar: o distanciamento da figuratividade, o uso de traços e cores
fortes, a imitação das artes primitivas, etc. Tal movimento desenvolveu-se
grandemente na Alemanha, especificamente no período após a Primeira
Guerra Mundial, sendo um importante instrumento para a realização de
denúncias sociais, especialmente em um momento que, politicamente, os
valores humanos eram o que menos importava.

Na América Latina, o movimento manifestou-se como uma via de


protesto político. O expressionismo também foi marcante na literatura, cinema
e teatro. No Brasil, o movimento encontrou sua máxima representação através
da pintura, especialmente por meio de artistas como Anita Malfatti, Lasar Segall
e Osvaldo Goeldi.

A obra representa uma


figura andrógena num
momento de angústia e
desespero existencial.

O pano de fundo é a doca


de Oslofjord ao pôr-do-Sol.

"O Grito" é considerado


como uma das obras mais
importantes do movimento
expressionista e adquiriu

“Jovem com Sombrinha Oriental" de Ernest Ludwig Kirchner

(1906), óleo sobre tela (Museu de Belas-Artes, Dusseldorf).


O Expressionismo trata-se de um movimento de origem alemã, iniciado em
1905. A sua inspiração procede, entre outros artistas, de Van Gogh de
Nietzsche (1844 a 1900) e Freud (1856 a 1939). Um dos seus artistas mais
célebre foi Oskar Kokoschka (1886 a 1989). O Expressionismo teve o seu
expoente máximo entre os anos 1905 e 1933 e teve três fases:

A Ponte (em alemão: Die Brϋcke) – 1905 a 1913 em Dresden


Cavalo Azul (em alemão: Der Blaue Reiter) – 1910 a 1914 em Munique
Nova Objetividade – (em alemão: Neue Sachlichkeit) 1925 a …

“Toda ação humana é expressiva; um gesto é uma ação intencionalmente


expressiva. Toda arte é expressiva – de seu autor e da situação em que ele
trabalha -, mas uma certa corrente artística pretende impressionar-nos através
de gestos visuais que transmitem, e talvez libertem, emoções ou mensagens
emocionalmente carregadas. Tal arte é expressionista. Uma considerável
parcela da arte do século XX foi desse gênero, especialmente na Europa
Central, e o rótulo expressionismo foi lhe aplicado (assim como às tendências
comparáveis na literatura, arquitetura e música).

Características:

Através de formas explosivas e demoníacas, os artistas expressam


sátira e ironia relativamente a forças sociais como a burguesia e os
militares (representação de figuras humanas com rostos inexpressivos,
caricatos);
O expressionismo estabelece o primado da cor;
Evidencia-se um acentuado pessimismo em todas as expressões de
arte, através da representação de vários temas e sentimentos negativos
e de grande sofrimento interior (a insegurança afetiva, a falta de auto
estima, uma solidão silenciosa desoladora, a vulnerabilidade do ser
humano), compondo, assim, auto – retratos em corpos de aspecto tísico
e nervoso;
Nas composições verifica-se o predomínio de uma tonalidade geral
escura onde, em muitos casos, os olhos das figuras mostram um
sombreado negro e carregado;

Os temas mais carismáticos desta corrente são cenas de rua, de cabaré, de


prostíbulos, ou cenas do quotidiano. Os impressionistas do final do século XIX
exaltavam o “olhar para fora”; os expressionistas, por sua vez, preferem o
“olhar para dentro” (a especialidade do ser).

FAUVISMO

O Fauvismo, de origem francesa, foi o primeiro movimento vanguardista da História da Arte


Contemporânea. É caracterizado pela estilização das formas, o exagero das formas e das cores.
O período mais importante do movimento fauvista foi de 1905 a 1907, sendo o seu artista
mais célebre Henri Matisse (1869 a 1954). A inspiração fauvista remonta, sobretudo, a Paul
Gauguin (1848 a 1903) e a Vicent Van Gogh (1853 a 1890) e recusa penetrar em questões
profundas de ordem psíquica ou social, dedicando-se à "pintura pura".

Características:

 Abandono das regras tradicionais da pintura mais acadêmica;


 Afastamento do uso de desenhos com pormenores;
 Passagem do uso da técnica do claro/escuro para o uso das cores de uma forma
anárquica;
 Uso do realce, a traços pretos, dos contornos das figuras;
 A cor é uma força emocional, daí que pouco importa a escolha das cores. Estas
devem corresponder às necessidades emotivas do pintor;
 Fascínio pela cor de tons puros e pelo distorcer das formas;
 As cores são aplicadas em pinceladas soltas, vigorosas, violentas, refletindo a
ideia de brilho e de violência, bem como a sua alegria de viver;
 A cor prevalece sobre a definição das formas;
 Distorção dos volumes;
 Anti-naturalismo.

Os temas preferidos são as paisagens e vistas urbanas, os retratos de


bailarinas, as freqüentadoras de locais noturnos e a Natureza (representam-na
marcada pelo Homem). As composições mostram a subsistência de algum
sentido de ordem e de decorativo. Na pintura, o temperamento dos artistas
prevalece sobre as regras da composição e o realismo cromático. Os pintores,
escultores, escritores, músicos, etc revelam um apreço pela arte primitiva, tribal
e infantil.
CUBISMO

Les Demoiselles d'Avignon (1907) de


Pablo Picasso

Tema: Prostituição.

Obra cubista com influência de Cézanne. A


forma de apresentação da mulher é frontal e a
sua configuração geométrica é elíptica. O
quadro é uma composição de cubos e
cilindros. Este quadro denúncia dois períodos
do autor, à esquerda, o rosa, à direita, o azul.

Movimento artístico personificado em Pablo Picasso e Georges Braque, em


Paris entre os anos de 1907 e 1914, principalmente, que tinha por fim
"descompor e recompor a realidade". O estilo cubista das artes plásticas
rejeitou as técnicas tradicionais de perspectiva bem como a ideia de arte como
imitação da natureza e privilegiou a bidimensionalidade e a fragmentaridade
dos objectos. O nome cubismo tem uma história conhecida: o pintor francês
Henri Matisse fez parte de um júri da exposição do Salão de Outono de Paris
(1908), onde estava exposto o quadro de Braque Maisons à l'Estaque, que lhe
mereceu o qualificativo de "caprichos cúbicos". O quadro que definitivamente
afirmou o estilo cubista foi, no entanto, Les Demoiselles d'Avignon (1907), de
Picasso. O período de 1910 a 1912 é conhecido por cubismo analítico, porque
os quadros, entretanto revelados analisam abstratamente, desafiando todos os
cânones, a forma dos objetos e das figuras humanas. O movimento fica
consolidado com duas obras teóricas: Du cubisme (1912), de Albert Gleizes e
Jean Metzinger, e Les peintres cubistes (1913), de Guillaume Apollinaire. A
fase seguinte é conhecida por cubismo sintético, porque se busca uma síntese
das formas, apoiadas por cores fortes, e figuras mais decorativas e amplas,
aproveitando também colagens de vários materiais como jornais, fotografias,
ou invólucros de tabaco. Estava aberto o caminho para a anulação do limite do
real na pintura.
Características:

 - As imagens representadas são reduzidas aos seus volumes, ou seja,


as formas são decompostas em múltiplos poliedros (esferas, cones,
cilindros, pirâmides, cubos);
 - Opção pelo espaço bidimensional e fragmentário;
 - O claro-escuro perde a sua função;
 - Representação do volume colorido sobre superfícies planas;
 - Sensação de pintura escultórica;
 - A expressão facial da figura tende a confundir-se com uma mascara de
aspecto semiselvagem (influência africana)
 - Uso das cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por
um ocre apagado ou um castanho suave;
 - Redução das gamas de cores utilizadas.

Além de Pablo Picasso (1881 a 1973) e Georges Braque (1882 a 1963),


celebrizaram-se, como artistas cubistas, Juan Gris (1887 a 1927), Fernand
Léger (1881 a 1955), Robert Delaunay (1885 a 1941), Pierre Reverdy (1889 a
1960), Guillaume Apollinaire (1880 a 1918), Érico Veríssimo (1905 a
1975),John Dos Passos (1896 a 1970) e Jean Metzinger (1883 a 1956).

Obras cubistas importantes:

 Paul Cézanne, “La Montagne Saint - Victoire” (1906);


 Pablo Picasso, “Les Demoiselles D‟Avignon” (1907);
 Georges Braque, “Natureza – Morta com Taça de Fruta” (1908-09);
 Pablo Picasso, “Retrato de Ambroise Vollard” (1909-10);
 Albert Gleizes, “Paisagem com Pessoas” (1911);
 Juan Gris, “Homenagem a Picasso” (1911);
 Pablo Picasso, “Natureza – Morta com Cadeiras de Palha” (1912);
 Juan Gris, “Natureza – Morta com Garrafas e Faca” (1912);
 Fernand Léger, “Mulher com Ramo de Flores” (1924);
Oskar Kokoschka, "Noiva do Vento" (1914);
Marc Chagall, "O Judeu Cor-de-Rosa" (1914/15);
Otto Dix, "Retrato de Anita Berber" (1925);
Pablo Picasso, "Guernica" (1937);
Paul Klee, "Morte e Fogo" (1940);
Max Beckmann, "Auto - Retrato" (1944).

CUBISMO ANALÍTICO - A primeira fase vivenciada pelo Cubismo foi


chamada de analítica por analisar as formas dos objetos, partindo-os em
fragmentos e distribuindo-os pela tela. Tais composições apresentavam pouca
variação de tons, em geral fazendo uso do marrom, do verde e do cinza,
assumindo desta forma um acentuado caráter monocromático a fim de evitar
que a presença demasiada de tons intervisse na analise das formas. Picasso e
Braque realizaram diversas obras neste período, como o retrato de Ambroise
Vollard, de Picasso.

CUBISMO SINTÉTICO - A segunda fase do Cubismo consiste na realização


de trabalhos com a técnica da colagem. À tela são adicionados recortes de
papel, jornal e tecidos no intuito de sintetizar as formas, tornando-as mais
acentuadas. O Cubismo Sintético emprega cores fortes e decorativas,
distanciando-se do efeito monocromático do Cubismo Analítico. Alem de
Braque e Picasso, também participaram da segunda fase do Cubismo Juan
Gris e Fernad Léger, que por sua vez adicionou formas curvas ao vocabulário
angular cubista.

A qualidade provocativa de toda a arte cubista deriva de sua ambivalência entre a representação e a
abstração. No limite da dissolução do objeto em suas partes componentes, as alusões ao objeto oscilam dentro
e fora da consciência. Baseado no mundo das aparências, o Cubismo envia uma visão multifacetada, como um
olho de mosca, da realidade. “Não é uma realidade que se possa pegar com as mãos. É mais como um
perfume”, disse Picasso. “O aroma está em todo lugar, mas não se sabe de onde vem”.

Carol Strickland, Arte Comentada, p. 138

Na literatura: No que se refere ao campo das artes literárias, instaura-se uma


fragmentação da realidade por meio da linguagem, retratada pelo uso de
palavras onde as mesmas são dispostas de maneira simultânea no intento de
formar uma imagem. Entre os principais escritores figuram-se Apollinaire e
Cendras.

FUTURISMO

O primeiro manifesto foi publicado no Le Fígaro de Paris, em 22/02/1909, e


nele, o poeta italiano Marinetti, dizendo que "o esplendor do mundo
enriqueceu-se com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel
de carreira é mais belo que a Vitória de Samotrácia". O segundo manifesto, de
1910, resultou do encontro do poeta com os pintores Carlo Carra, Russolo,
Severini, Boccioni e Giacomo Balla.

Os futuristas saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à máquina.


Para Balla, "é mais belo um ferro elétrico que uma escultura". Para os
futuristas, os objetos não se esgotam no contorno aparente e seus aspectos se
interpenetram continuamente a um só tempo, ou vários tempos num só
espaço. O grupo pretendia fortalecer a sociedade italiana através de uma
pregação patriótica que incluía a aceitação e exaltação da tecnologia.

O futurismo é a concretização desta pesquisa no espaço bidimensional.


Procura-se neste estilo expressar o movimento real, registrando a velocidade
descrita pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está
interessado em pintar um automóvel, mas captar a forma plástica a velocidade
descrita por ele no espaço.

Principais Artistas:

GIACOMO BALLA , em sua obra o pintor italiano tentou endeusar os novos


avanços científicos e técnicos por meio de representações totalmente
desnaturalizadas, embora sem chegar a uma total abstração. Arte Abstrata

UMBERTO BOCCIONI (1882-1916), sua obra se manteve sob a influência do


cubismo, mas incorporando os conceitos de dinamismo e simultaneidade:
formas e espaços que se movem ao mesmo tempo e em direções contrárias.

Na literatura: As principais manifestações ocorreram na poesia italiana, que se


dedicava às causas políticas. A linguagem é espontânea e as frases são
fragmentadas para exprimir a ideia de velocidade.

ABSTRACIONISMO

A rigor, pode ser chamada de “arte abstrata“ toda aquela que não se prende a
uma representação fiel da natureza. Esse tipo de arte, portanto, existiu desde
os primórdios da civilização, encontrando alguns momentos de maior ou menor
aceitação. Entretanto, o termo hoje é mais utilizado para designar a produção
artística do século XX, com seus movimentos de ruptura com a arte europeia
tradicional, que se baseava ainda, em grande medida, nas ideias
renascentistas.
A maioria dos movimentos desse século valorizava a subjetividade na arte,
permitindo distorções de formas que se chocavam, por exemplo, aos ideais do
grande crítico renascentista Giorgio Vasari e sua crença no valor do artista
intimamente ligado à sua capacidade de representar a natureza com o máximo
de precisão possível.
Apesar de ter havido uma série de movimentos de ruptura com o conceito
tradicional de pintura no século XX, desenvolvendo a arte abstrata, houve três
tendências básicas:
- A exemplificada pelo trabalho de Brancusi, que consiste na supremacia das
formas simplificadas, reduzindo as naturais até chegar nesse tipo de forma;
- A presente nas esculturas em relevo de Ben Nicholson. A partir de formas
básicas que não se referem ou representam nenhum aspecto reconhecível, são
construídos os objetos artísticos.
- O princípio existente, por exemplo, no surrealismo, em que se valoriza um
estilo livre e espontâneo de criação.
Na arte abstrata o uso da luz, das diferentes texturas e contornos das linhas,
do espaço e das cores ganham nova expressividade.
A partir de 1930, o abstracionismo pode ser considerado como um dos
principais pontos de caracterização da arte do século atual. Entretanto, ele vem
ganhando espaço bem antes disso. Kandisky, já em 1910, fez a primeira
pintura utilizando-se de formas não reconhecíveis. Muitos membros do cubismo
terminaram por desenvolver o uso de formas abstratas depois do fim do
movimento. O Suprematismo de Malevich e o grupo Stijl de Mondrian são
outros importantes pontos de desenvolvimento da arte abstrata na década de
10 do século XX.

DADAÍSMO

Formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se


tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados
para o serviço militar, o Dada foi um movimento de negação. Durante a
Primeira Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça,
eram contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra.

Fundaram um movimento literário para expressar suas decepções em relação


a incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes
em evitar a destruição da Europa. A palavra Dada foi descoberta
acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara Tristan num dicionário alemão-
francês. Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil
"cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte
que perdera todo o sentido diante da irracionalidade da guerra.

Sua proposta é que a arte ficasse solta das amarras racionalistas e fosse
apenas o resultado do automatismo psíquico, selecionado e combinando
elementos por acaso. Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o
absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um
protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra.

O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.

Principais artistas:

MARCEL DUCHAMP (1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu


caminho para movimentos como a pop art e a op art das décadas de 1950 e
1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento
das formas.

O experimentalismo e a provocação o conduziram a ideias radicais em arte,


antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Criou os ready-mades,
objetos escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem um
título, adquiriam a condição de objeto de arte.

Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou
de "Fonte". Depois fez interferências (pintou bigodes na Mona Lisa, para
demonstrar seu desprezo pela arte tradicional), inventou mecanismos ópticos.
FRANÇOIS PICABIA (1879-1953), pintor e escritor francês. Envolveu-se
sucessivamente com os principais movimentos estéticos do início do século
XX, como cubismo, surrealismo e dadaísmo. Colaborou com Tristan Tzara na
revista Dada.

Suas primeiras pinturas cubistas, eram mais próximas de Léger do que de


Picasso, são exuberantes nas cores e sugerem formas metálicas que se
encaixam umas nas outras. Formas e cores tornaram-se a seguir mais
discretas, até que por volta de 1916 o artista se concentrou nos engenhos
mecânicos do dadaísmo, de índole satírica. Depois de 1927, abandonou a
abstração pura que praticara por anos e criou pinturas baseadas na figura
humana, com a superposição de formas lineares e transparentes.

MAX ERNEST (1891-1976), pintor alemão, Adepto do irracional e do onírico e


do inconsciente, esteve envolvido em outros movimentos artísticos, criando
técnicas em pintura e escultura. No Dadaímo contribuiu com colagens e
fotomontagens, composições que sugerem a múltipla identidade dos objetos
por ele escolhidos para tema. Inventou técnicas como a decalcomania e o
frottage, que consiste em aplicar uma folha de papel sobre uma superfície
rugosa, como a madeira de veios salientes, e esfregar um lápis de cor ou
grafita, de modo que o papel adquira o aspecto da superfície posta debaixo
dele.

SURREALISMO

Um relógio que derrete, um peixe com corpo de mulher. Esquisitices assim só


podem ser vistas em sonho, já que estão acima da realidade - ou, em francês,
"sur le réel", daí o termo "surrealismo", escola artística que tem esses delírios
como tema.

Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de


FREUD e as incertezas políticas criaram um clima favorável para o
desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura europeia e a frágil
condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem
movimentos estéticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade.

O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação


do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no
dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico.

Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta


livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os
surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção
mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com
a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.
A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em
outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se
propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de
partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o homem
tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse
ponto do espírito no qual a realidade interna e externa são percebidas
totalmente isentas de contradições.

A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise


freudiana, transformaram-se nos procedimentos básicos do surrealismo,
embora aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja, qualquer
forma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de controle,
os surrealistas tentavam plasmar, seja por meio de formas abstratas ou
figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do ser humano:
o subconsciente.

Principais artistas

Salvador Dali - é, sem dúvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas.


Estudou em Barcelona e depois em Madri, na Academia de San Fernando.
Nessa época teve oportunidade de conhecer Lorca e Buñuel. Suas primeiras
obras são influenciadas pelo cubismo de Gris e pela pintura metafísica de
Giorgio De Chirico. Finalmente aderiu ao surrealismo, junto com seu amigo
Luis Buñuel, cineasta. Em 1924 o pintor foi expulso da Academia e começou a
se interessar pela psicanálise de Freud, de grande importância ao longo de
toda a sua obra. Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para
sua carreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se entusiasmou com a obra
de Tanguy e o maneirista Arcimboldo. O filme O Cão Andaluz, que fez com
Buñuel, data de 1929. Ele criou o conceito de “paranoia critica“ para referir-se
à atitude de quem recusa a lógica que rege a vida comum das pessoas
.Segundo ele, é preciso “contribuir para o total descrédito da realidade”. No
final dos anos 30 foi várias vezes para a Itália a fim de estudar os grandes
mestres. Instalou seu ateliê em Roma, embora continuasse viajando. Depois
de conhecer em Londres Sigmund Freud, fez uma viagem para a América,
onde publicou sua biografia A Vida Secreta de Salvador Dali (1942). Ao voltar,
se estabeleceu definitivamente em Port Lligat com Gala, sua mulher, ex-mulher
do poeta e amigo Paul Éluard. Desde 1970 até sua morte dedicou-se ao
desenho e à construção de seu museu. Além da pintura ele desenvolveu
esculturas e desenho de joias e móveis.
Salvado Dalí – A Persistência da Memória

A obra de Dalí é marcada pela mescla entre a técnica acadêmica e o registro


de situações oníricas. Como esse processo criativo não recorria ao
automatismo defendido pelos surrealistas, Dalí não foi visto com bons olhos
pelo restante do grupo, mas foi muito bem ACEITO PELO PÚBLICO,

Joan Miró - iniciou sua formação como pintor na escola de La Lonja, em


Barcelona. Em 1912 entrou para a escola de arte de Francisco Gali, onde
conheceu a obra dos impressionistas e fauvistas franceses. Nessa época, fez
amizade com Picabia e pouco depois com Picasso e seus amigos cubistas, em
cujo grupo militou durante algum tempo. Em 1920 Miró instalou-se em Paris
(embora no verão voltasse para Montroig), onde se formara um grupo de
amigos pintores, entre os quais estavam Masson, Leiris, Artaud e Lial. Dois
anos depois adquiriu forma La masía, obra fundamental em seu
desenvolvimento estilístico posterior e na qual Miró demonstrou uma grande
precisão gráfica. A partir daí sua pintura mudou radicalmente. Breton falava
dela como o máximo do surrealismo e se permitiu destacar o artista como um
dos grandes gênios solitários do século XX e da história da arte. A famosa
magia de Miró se manifesta nessas telas de traços nítidos e formas sinceras na
aparência, mas difíceis de serem elucidadas, embora se apresentem de forma
amistosa ao observador. Miró também se dedicou à cerâmica e à escultura,
nas quais extravasou suas inquietações pictóricas. Obra Destacada: Noitada
Esnobe da Princesa.

COMO CAI NA PROVA


01) Em 1937, Guernica, na Espanha, foi bombardeada sob o comando da
força aérea da Alemanha nazista, que apoiou os franquistas durante a
Guerra Civil Espanhola (1936-1939).

A pintura-mural de Picasso e a fotografia retratam os efeitos do bombardeio,


ressaltando, respectivamente:

a.Crítica social – conformismo político.

b.Percepção individual – registro histórico.

c. Realismo acrítico – idealização romântica.

d. Sofrimento humano – destruição material.

e.Objetividade artística – subjetividade jornalística.


02)

O autor foi o criador do Ready-made, termo criado para designar um tipo de


objeto, por ele inventado, que consiste em um ou mais artigos de uso cotidiano,
produzidos em massa, selecionados sem critério estético e expostos como
obras de arte em espaços especializados como museus e galerias. Ao
transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista realiza uma crítica radical
ao sistema da arte.

Assinale a alternativa que mencione respectivamente o nome do artista


responsável pelos trabalhos apresentados na questão e o movimento artístico
que adotava os procedimentos expostos no enunciado, levando muitos a
exclamarem: “Isso não é arte!”

Fonte: Carol Strickland. Arte Comentada.


a. Marcel Duchamp – Dadaísmo
b.George Braque – Expressionismo;
c. Alberto Giacometti – Surrealismo;
d. Henri Moore – Surrealismo;
e. Franz Arp – Dadaísmo.

03) As artes, com suas vanguardas e seus desafios estatísticos, ganharam


espaço históricos no mundo capitalista. Picasso, Van Gogh, Salvador Dali, Miró
e tantos outros pertencentes a essas vanguardas:
a. mantiveram as tradições culturais do Ocidente, reafirmando o valor da
estética do classicismo.
b. romperam com modelos acadêmicos da época, mudando as regras no
mercado das artes.

c. foram muito bem aceitos pelos críticos europeus da época, sendo


exaltados pelas suas ousadias.

d. conseguiram espaço imediato nos grandes museus, tendo uma


aceitação popular indiscutível e surpreendente.

e. renovaram a forma de fazer arte no Ocidente, mas ficaram restritos ao


mundo acadêmico e intelectual do século XX.

04) A professora Meire analisou com a turma a obra “O Grito”, de Edouard


Munch, que é um exemplo dos temas que sensibilizaram os artistas ligados ao
expressionismo, movimento artístico que teve origem na Alemanha, por volta
de 1905, e que procurou expressar os sentimentos e as angústias que
caracterizavam psicologicamente o homem do início do século XX.

Analisando a obra, os alunos concluíram que nela estão presentes os


seguintes elementos de composição:

I - formas geometrizadas;

II - linhas sinuosas e cores fortes;

III - figuras alongadas;

IV - o mundo interior, com a revelação dos sentimentos humanos;


V - figura humana desprovida de linhas reais, com imagem distorcida.

Estão corretos APENAS os elementos

(A) I, II e III.

(B) I, II e IV.

(C) II, III e IV.

(D) I, III, IV e V.

(E) II, III, IV e V.

05) Leia o texto e assinale a proposição que responde o que se pede: Dois
surrealistas têm uma conversa surrealista. - Oi, René! Que belo quadro onírico!
Gostei da forma como esse trem a vapor flutuante sai da sua lareira! -
Obrigado, Salvador! Eu gosto do seu quadro onírico com um relógio derretido
cercado por gafanhotos ferozes! Ele me lembra um de meus sonhos! - E é um
de seus sonhos! É aquele no qual eu estava! Não lembra? Nós matamos um
gafanhoto gigante pouco antes de acordar? - É isso mesmo, Salvador! Veja só,
eu ia me esquecendo disso! Fonte: COX, Michael. Arte Atroz. São Paulo:
Melhoramento, 2005.
A imagem que reproduz o quadro de Salvador Dali citado no texto é:
06)
Rene Magritte. Golconde, óleo sobre tela, 1953.

Com relação à imagem apresentada e ao estilo da arte que ela representa,


assinale a opção correta.

A) Na arte surrealista, elementos da realidade são associados a elementos


existentes na natureza.

B) As imagens surrealistas recusam o pensamento lógico e racional.

C) Os artistas surrealistas são influenciados pelo neoclassicismo.

D) Na pintura apresentada, a diagonal é o elemento principal.

07)

Henry Matisse. A dança, óleo sobre tela, 1910.

A respeito do estilo da arte que a imagem acima representa,


assinale a opção correta.
A) Os pintores conhecidos como fauvistas destacavam-se pelos temas ligados
a artistas de circo.
B) Os pintores fauvistas produziam pinturas que, para os padrões da época,
pareciam inacabadas.
C) A arte dos pintores fauvistas era objetiva: buscavam retratar a realidade
como ela se apresentava.
D) Os pintores neoclássicos influenciaram os pintores fauvistas.
QUESTÃO 41

08) Analise a imagem a seguir e, em seguida, preencha a lacuna da afirmativa,


corretamente.

“Jaqueline com mãos cruzadas” – Pablo Picasso. Disponível em:


1954 www1.folha.uol.com.br. Acesso em: 29. Out. 2011.

A reprodução do quadro, de autoria do pintor espanhol Pablo Picasso, é


exemplo da tendência artística denominada Cubismo porque
(A) apresenta a quem vê a imagem os vários pontos de vista do que foi
retratado.
(B) deforma os traços fisionômicos da figura para demonstrar o engajamento
do artista.
(C) faz, indiretamente, apologia à modernidade e ao ritmo veloz do início do
século XX.
D) projeta na figura da mulher o ceticismo do artista no período pós-guerra na
Europa.
(E) reproduz o universo interno e caótico dos sonhos e loucuras dos seres
humanos.

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