Leg DUA2024
Leg DUA2024
Leg DUA2024
DUA2024
DIREITO DO URBANISMO E
DO AMBIENTE
(Ano letivo 2023-2024)
LEGISLAÇÃO DO URBANISMO
Constituição da República Portuguesa (CRP) (normas mais relevantes)
Lei orgânica do XXII Governo (LOG) - DL n.º 169-B/2019, de 3 de dezembro
Comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDRs) - Decreto-Lei n.º
228/2012, de 25 de outubro – Diário da República n.º 207/2012, Série I de 2012-10-
25 – diploma revogado pelo Decreto_lei n.º 36/2023, de 26 de maio
Lei das autarquias locais (RJAL) - Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro (última
versão dada pelo Decreto-Lei n.º 10/2024, de 08/01) - estabelece o regimejurídico
dasautarquias locais
Regime jurídico da tutela administrativa (RJTA) - Lei n.º 27/96, de 1 de agosto: última
versão decreto-Lei n.º 214-G/2015, de 02/10.
Lei de Bases da Política de Ordenamento do Território e de Urbanismo -
Decreto-Lei n.º 31/2014, de 30 de maio que estabelece as Bases Gerais da
Política Pública de Solos, de Ordenamento do Território e de Urbanismo (BG-
PPSOTU): última versão dada pelo Decreto-Lei n.º 10/2024, de 08/01
Desenvolvimento das Bases da Política de Ordenamento e de Urbanismo -
Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial (RJIGT) - Decreto-
lei n. 0 80/2015, de 14 de maio: última versão dada pelo Decreto-Lei n.º
16/2024, de 19/01
Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação (RJUE) — Decreto-Lei n.º
555/99, de 16 de dezembro na versão dada pelo Decreto-Lei n.º 10/2024, de
08 de janeiro
Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU) (Decreto-Lei n.º 38 382
de 7 de agosto de 1951, versão atualizada pelo Decreto-lei n.º 10/2024, de
08/01)
Regime jurídico da reabilitação urbana - decreto-lei n.º 307/2009, de 23 de
outubro (última alteração Decreto-Lei n.º 10/2024, de 08/01 )
Código das Expropriações (CE) (Lei n.º 168/99, de 18 de setembro: última versão dada
pela Lei n.º 56/2008, de 04/09)
LEGISLAÇÃO DO AMBIENTE
Constituição Portuguesa (ver supra)
Página 1 de 651
Legislação de direito internacional público
Legislação ambiental da UE
Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia (TFUE) – (art.º 11.º; art.º
191.º a 193.º)
Lei de Bases da Política do Ambiente (LBA) - Lei n.º 19/2014, de 14 de abril.
Responsabilidade ambiental (RA) - Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de julho.
Regime de acesso à informação administrativa e ambiental (RAIAA) - Lei n.º
26/2016, de 22 de agosto (última alteração: Lei n.º 68/2021, de 26 de agosto).
Lei quadro das contraordenações ambientais (LQCA) – Lei n.º 50/2006, de 29 de
agosto, última alteração dada pela Lei n.º 25/2019, de 26/03.
Domínio público hídrico (recursos hídricos) (DPH) lei n.º 54/2005, de 15 de novembro
(última versão: Lei Orgânica n.º 2/2023, de 18/08)
Lei da água (LA) (lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, na última versão dada pela lei n.º
82/2023, de 29/12)
Regime jurídico da conservação da natureza e da biodiversidade (aprovado pelo DL
n.º 142/2008, de 24 de julho, última alteração dada pelo DL n.º 11/2023, de 10/02)
Prevenção e controlo das emissões de poluentes para o ar - decreto-lei n.º 39/2018, de
11 de junho: última versão dada pelo DL n.º 11/2023, de 10/02
Regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de setembro- diploma
revogado pelo DL n.º 102-D/2020, de 10 de dezembro).
Organizações Não-Governamentais de Ambiente (ONGAs) (lei n.º 35/98 - última
alteração dada pela Lei n.º 36/2021, de 14/06).
Nota prévia
A presente Coletânea de Legislação Anotada de Direito do Urbanismo e do Ambiente foi
expressamente elaborada para uso dos alunos da unidade curricular de Direito do Urbanismo e
do Ambiente da FDUP, no ano letivo de 2018/2019. Entretanto, tem vindo a ser sucessivamente
Página 2 de 651
atualizada, tendo contado, na edição de 2023, com a colaboração do Dr. António Graça Moura e,
na presente edição de 2024, colaboração da Dr.ª Sílvia Moreira. A consulta desta coletânea de
legislação não dispensa a consulta da versão oficial publicada no DR, nem a consulta de outros
diplomas complementares e pertinentes. A seleção feita de diplomas orientou-se pelo programa
adotado na FDUP e teve em vista servir de suporte legislativo para os alunos, numa perspetiva de
panorâmica geral das matérias mais importantes que compõem a Unidade Curricular.
Diversas passagens da lei foram sublinhadas a negro com o único objetivo de facilitar a
consulta, alertando para alguns aspetos importantes da regulação jurídica. Isto não significa, de
modo algum, que as outras partes da lei não sejam igualmente ou talvez até mais importantes
(consoante a perspetiva). O nosso objetivo foi o de captar, de forma rápida e seletiva, a atenção
de quem consulta a coletânea.
Fizemos diversas anotações, não tantas quantas desejaríamos, que se destinam a auxiliar a
compreensão e a interpretação das normas e princípios legais. Para uma panorâmica geral das
matérias relativas ao plano e à planificação como forma de atuação da Administração Pública,
remetemos para o nosso Manual de Direito Administrativo, Porto Vida Económica, 2019, n. m.
1824 e segs.
Agradecemos desde já todas as sugestões e críticas que possam ser feitas a este trabalho.
Esta será uma forma de podermos, noutras edições, aperfeiçoar e aprofundar o trabalho iniciado.
As críticas são tão importantes como as sugestões. A cultura democrática abre-nos e submete-nos
à crítica, à força dos argumentos, e isto tem de ser aprendido e praticado já nos bancos da
Faculdade. O docente tem, naturalmente, de ser o primeiro exemplo de humildade na
aprendizagem.
Porto, 13 de fevereiro de 2024
António Francisco de Sousa
BIBLIOGRAFIA
(Esta indicação bibliográfica é meramente indicativa. O aluno tem toda a
liberdade de aceder a outra bibliografia relevante. Ao longo das aulas serão
indicadas obras específicas sobre temas em concreto)
I. Bibliografia principal
Página 3 de 651
António Francisco de Sousa: “Conceitos Indeterminados” no Direito Administrativo, Coimbra,
Almedina, 1994, 268 págs. Esta obra foi objeto de uma exaustiva recensão, em seis páginas, de José
Lucas Cardoso, in: Polis: revista de estudos jurídico-políticos, n. 2, 1995.
António Francisco de Sousa: Casos práticos de Direito administrativo, com resolução, Luso Livro, 4. a ed.,
Lisboa 1995, 291 págs.
António Francisco de Sousa: Direito Administrativo, Lisboa, Editora Prefácio, 2009.
António Francisco de Sousa: Código do Procedimento Administrativo Anotado e Comentado, Porto 2009
(houve uma edição anterior, em 1993), 2. a edição, Porto 2010.
António Francisco de Sousa: Administração pública e direito administrativo: novos paradigmas, Porto,
Vida Económica, 2016.
António Francisco de Sousa: Direito administrativo europeu, Porto, Vida Económica, 2016.
António Francisco de Sousa: “A participação dos interessados no procedimento administrativo”, in:
Estudos em Homenagem ao Professor Doutor Jorge Ribeiro de Faria, Coimbra Editora, 2003, pág. 69 a 121.
António Francisco de Sousa: „O papel da burocracia no Estado de direito”, in: Revista da FDUP, 2012,
pág. 59 e segs.
António Francisco de Sousa: “O direito à informação no Estado de direito: aspetos da sua efetivação”, in:
Revista de Letras da UTAD, 11 n.º I I (201 1), pág. 91 a 1 12.
António Francisco de Sousa: “Controle da Administração pelos tribunais: julgar é ainda administrar”, in:
Jornal Estado de Direito (S. Paulo-Brasil), 23.a ed., janeiro de 201 1.
António Francisco de Sousa: “Para um Estado de Direito Efectivo”, in: Jornal Estado de Direito, São
Paulo, Brasil, maio de 2009.
António Francisco de Sousa: “O princípio da igualdade no Estado de direito”, in: Polis: Revista de
Estudos Jurídico-Políticos, n.º 13/16, Lisboa, 2007, pág. 181-195.
António Francisco de Sousa: “Liberdade artística e seus limites”, in: Atas do Colóquio de Faro, 2006.
António Francisco de Sousa: “Paradigmas fundamentais da Administração Pública”, in Revista da
Faculdade de Direito da Universidade do Porto, III — 2006, pág. 137-183.
António Francisco de Sousa: “Urgência e competência de urgência das forças policiais”, in Politeia,
Revista do Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, Ano II, n.º 1 (janeiro-junho
de 2005), Almedina, Coimbra, pág. 7 e segs.
António Francisco de Sousa: “Polícia Administrativa: autoridades, órgãos e competências”, in: Revista
de Estudos Jurídico-Políticos, n.º 9/12 (2003), págs. 61 a i 11.
António Francisco de Sousa: “Reforma do papel do Estado”, in: Revista da Universidade Lusíada,
Direito, n.º s I e 2 (2003), págs. 15-22.
António Francisco de Sousa: “A participação dos interessados no procedimento administrativo”, in:
Homenagem ao Professor Doutor Jorge Ribeiro de Faria, Coimbra Editora, 2003, pp. 69 a 121.
António Francisco de Sousa: “Das Geweberecht in Portugal und Spanien”, in: Gewerberecht im
Umbruch, Möglichkeiten und Grenzen einer Neuregelung, p. 85 e segs. (a edição foi dirigida pelo
Prof. Dr. Rolf Stober e editada, em 2004, pela editora Carl Heymanns Verlag KG, Köln, Berlin,
München, 2004, n.º 61 da Série Studien zum öffentlichen Wirtschafisrecht). Este artigo constituiu a
nossa contribuição para o “Sechste Hamburger Wirtschaftsrechtstag”, realizado na Universidade de
Hamburgo.
António Francisco de Sousa: “A regionalização no contexto do Estado de direito democrático e o caso
português” in: Revista de Direito Constitucional e Internacional — Cadernos de Direito
Constitucional e Ciência Política, Ano 8, 2000, n.º 30, p. 55 e segs.
António Francisco de Sousa: “O controlo jurisdicional da discricionariedade e das decisões de valoração
e prognose” (comunicação apresentada no âmbito da discussão pública da Reforma do Contencioso
Administrativo, realizada em 6/7 de junho de 2000 na Faculdade de Direito da Universidade do
Porto), in: Reforma do Contencioso Administrativo, Trabalhos Preparatórios — O Debate
Universitário (ed. do Ministério da Justiça), Lisboa 2000, p. 315 e segs.
António Francisco de Sousa: “Princípio da legalidade da Administração”, in: Polícia Portuguesa, n.º 1 1
1 (1998), p. 22 e segs.
António Francisco de Sousa: “Prevenção do perigo como função das forças de segurança e das
autoridades de polícia administrativa”, in: Polícia Portuguesa, n.º 105 (1997), p. 22 e segs.
António Francisco de Sousa: “Actuação policial e princípio da proporcionalidade”, in: RMP, 1998, 41ss.
e Polícia Portuguesa, n.º 113 (1998), p. 15ss.
António Francisco de Sousa: “A Polícia Municipal no Estado de Direito”, in: Separata Jurídica, n.º 2, p.
3 e segs.
António Francisco de Sousa: ““Margem de Apreciação” e Estado de Direito”, in: Polis, n.º 2, 1995.
António Francisco de Sousa: “Estado de Direito - Estado de Justiça”, in: Estado & Direito, Revista
LusoEspanhola de Direito Público, n.º 12, 1993, p. 95 e segs.
Página 4 de 651
António Francisco de Sousa: Os “conceitos legais indeterminados” no direito administrativo alemão”, in:
Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, Fundação Getúlio Vargas, n.º 166, págs. 276-291,
out./dez. 1986.
António Francisco de Sousa: “Consentimento do particular em matéria de tratamento de dados pela
autoridade administrativa”, in: Revista de Direito Público (S. Paulo„Brasil), n.º 77 (1986), p. 69 e
segs.
António Francisco de Sousa: “Renúncia às normas de protecção da vizinhança”, in: Revista de Direito
Público (S. Paulo-Brasil), n.º 76 (1985), p. 28 e segs.
António Francisco de Sousa: “Para a dogmática do acto administrativo necessitado da colaboração do
particular”, in: Revista de Direito Público (S. Paulo-Brasil), n.º 75 (1985), p. 31 e segs.
António Francisco de Sousa: “Controle da Administração pelos tribunais: julgar é ainda administrar”, in:
Jornal Estado de Direito (S. Paulo-Brasil), 23.a ed., janeiro de 2011.
António Francisco de Sousa: „Para a juridicidade da actuação policial”, in: Jornal Estado de Direito, São
Paulo, Brasil, setembro de 2011.
António Francisco de Sousa: „Exigências da garantia de imparcialidade no Estado de direito. Não basta
ser sério, é preciso parecê-lo”, in: Revista de Direito Público do Instituto Brasiliense de Direito
Público (IDP), vol. l , n.º 50, 2013 e também vol. l, n.º 57 (2014), pág. 27 a 49 (ht.t y//www.direilo
ublico.id ) .edu.br/indcx. h)/direito Jublico/ article/view/]490)
António Francisco de Sousa: “A informação como dever na Administração Pública Portuguesa”, in: Atas
do Colóquio Luso-Brasileiro realizado na FDUP em outubro de 2012 (em fase de publicação).
António Francisco de Sousa: „Abertura e transparência no Projeto de Revisão do CPA”, in: Revista da
Faculdade de Direito da Universidade do Porto, 2014, pág. 61 e segs.
António Francisco de Sousa: „A imparcialidade no Estado de direito”, in: Actas do Primeiro Ciclo de
Palestras em Direito Público e Privado, Faculdade de Direito da Universidade Kimpa Vita, Uíge,
Angola, em novembro de 2013.
António Francisco de Sousa: „Direito e Cultura”, Actas do Congresso Internacional da UTAD, 2013.
António Francisco de Sousa: „Cultura e direito: uma abordagem crítica”, Congresso Internacional de
Direito na Lusofonia, 19 a 22 de fevereiro de 2014, Escola de Direito da Universidade do Minho,
2014, no prelo.
António Francisco de Sousa: “Constituição universal como cultura — prolegómenos para um tribunal
constitucional internacional para a democracia na sociedade da informação”, 2018 (in www.hotto
os.com convenit29 index.htm).
AGATHE VAN LANG, “Affaire de l' Erika: Ia consécration du préjudice écologique par le juge
judiciaire”, in: AIDA, 2008/17, pág. 936 e segs.
AGATHE VAN LANG, “La directive «responsabilité environnementale» et le Droit Administratif:
influences prévisibles et paradoxales”, in: Juris Classeur —Droit Administratif, julho 2005, pág. 7
e segs.
BASTOS, Lucia Elena Arantes Ferreira: “O consumo de massa e a ética ambientalista”, in: Revista de
direito ambiental, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, ano 1, n. 43, jul./set., pág. 177-202,
2006.
BRADY, K., “New Convention on access to information and public participation in environmental
matters”, in: Environmental Policy & Law, 1998/2, pág. 69 segs.
CARBALLEIRA RIVERA, “La tutela ambiental en el derecho norteamericano”, in RAP, n. 0 137, 1995,
pág. 511 segs.
CARLA AMADO GOMES, “A ecologização da justiça administrativa: brevíssima nota sobre a alínea l)
do no I do artigo 40 do ETAF”, in: Textos dispersos de Direito do Ambiente, Lisboa, 2005, pág.
249 segs.
CARLA AMADO GOMES, “A responsabilidade civil extracontratual das entidades públicas e a
responsabilidade civil por dano ecológico: sobreposição ou complementaridade?”, in Revista do
Ministério Público, n.º 125, 201 1, pág. 147 e segs.
CARLA AMADO GOMES, “Acção Pública e Acção Popular na Defesa do Ambiente”, in: Estudos em
homenagem ao Professor Doutor Diogo Freitas do Amaral, Coimbra, Almedina, 2010.
CARLA AMADO GOMES, “As providências Cautelares e o Princípio da Precaução, Ecos da
jurisprudência”, in: Textos Dispersos de Direito do Ambiente (e matérias relacionadas), II,
2008.
CARLA AMADO GOMES, Introdução ao Direito do Ambiente, Lisboa, (AAFDL), 2012.
Página 5 de 651
CARLA AMADO GOMES, Risco e Modificação do Acto Administrativo Concretizador de Deveres de
Protecção do Ambiente, Coimbra, Coimbra Editora, 2007
ERNANDO CONDESSO, Direito à informação administrativa, Lisboa, 1995.
FERNANDO DOS REIS CODESSO; Direito do Ambiente - Ambiente e Território. Urbanismo e
Reabilitação Urbana, Almedina, 2017.
FIGUEIREDO DIAS, “Relevo prático da ‘intimação para consulta de documentos’ na garantia
jurisdicional do direito à informação dos administrados”, Anotação ao Acórdão do STA de 11 de
março de 1997, in: CJA, 1997, 5, pp. 50 segs
GOMES CANOTILHO: “Actos autorizativos jurídico-públicos e responsabilidade por danos ambientais”
in BFDUC, vol. LXIX, 1993.
HANDL, “Humanrights and protection of the environment: a mildly «revisionist» view”, in: Derechos
humanos, desarrollo sustentable y medio ambiente, Brasília, 1 992, pág. 1 17 segs.
HARTMANN, Ivar Alberto Martins: “O princípio da precaução e sua aplicação no direito do
consumidor: dever de informação no direito do consumidor: dever de informação”, in: Revista de
direito do consumidor, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, ano 18, n. 70, abr./jun., pág.
172-223, 2009.
KISS, “Direito Internacional do Ambiente”, in: Direito do Ambiente, INA, 1994, pág. 147 segs,.
KRÄMER, “La directive 90/313/CEE sur l'accès à l'information en matière d'environnement: genèse et
perspectives d'application”„in: RMCUE, no 353, 1991, pág. 866 segs.
KROMAREK, “Les limites de l'accés à l'information en matière d'environnement”, in: O direito do
cidadão à informação sobre ambiente. Seminário Internacional, Instituto Nacional do Ambiente,
(1992), pág. 65 segs.
MALJEAN„DUBOIS, “La Convention Européenne des Droits de l'Homme et Ie droit à l'information en
matière d'environnement. A propos de l'arrêt rendu par la CEDH le 19 février 1998 en l'affaire
Anna Maria Guerra et 39 autres c. Italie”, in: RGDIP, 1998/4, pág. 995 segs.
MENEZES, Paulo Roberto Brasil Teles de: “O direito do ambiente na era de risco: perspectivas de
mudança sob a ótica emancipatória”, in: Revista de direito ambiental, São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, ano 8., out./dez., pág. 123-144, 2003.
MONÉDIAIRE, “Les droits à l'information et à Ia participation du public auprès de l'Union Européenne
(lère partie)”, in: REDE, 1999/2, pág. 129 segs.
MORENO MOLINA ÁNGEL MANUEL: Derecho comunitário del medio ambiente;
MORENO MOLINA ÁNGEL MANUEL: “Puesta en funcionamiento del Derecho comunitario del
medioambiente. Acceso a Ia información. Acceso a Ia justicia”, in: Derecho Ambiental de la
Unión europea, Madrid, coord. de J. Picon Risquez, 1996, pág. 141 segs.
NUNES, Luis Antonio Rizzato: Curso de direito do consumidor, 4.a ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
NZO PELOSI, “Rafforzamento dell'accesso all'informazione ambientale alla luce della direttiva
2003/4/CE”, in: , pp. 23 segs
PEREIRA DA SILVA, “The Aarhus Convention: A 'bridge' to a better environment”, in: RJUA, n os
18/19, 2002, pág. 133 segs.
PEREIRA DA SILVA, V.: Da Protecção Jurídica Ambiental. os Denominados Embargos
Administrativos em Matéria de Ambiente, Lisboa, 1997.
PRIEUR, “Aspects généraux du droit à l'information sur l'environnement”, in: O direito do cidadão à
informação sobre ambiente. Seminário Internacional, Instituto Nacional do Ambiente (1992), pág.
29 e segs.
PRIEUR, “La Convention d' Aarhus, instrument universel de Ia démocratie environnementale”, in: RIE,
1999 (no especial), pág. 9.
SCOVAZZI, “La partecipazione del pubblico alle decisioni sui progetti che incidono su El 'ambiente”, in:
RGA, 1989/3, pp. 485 segs, 487.
SÉRVULO CORREIA, “O direito dos interessados à informação: ubi ius, ibi remedium, anotação ao
acórdão do STA de 2 de maio de 1996”, in: CJA, no 5, 1997, pág. 7 segs,
SIRVINSKAS, Luis Paulo: Manual de direito ambiental, 10.a ed., São Paulo: Saraiva, 2012,
SUZANNE CARVAL, “Un intéressant hybride: Ia «responsabilité environnementale» de Ia loi 2008„757
du ler août 2008”, in: Recueil Dalloz, Études et commentaires, 2009/24, pág. 1652 e segs.
SYMONIDES, “The human right to a clean, balanced and protected environment”, in: Diritti dell'uomo e
ambiente. La partecipazione dei cittadini alle decisioni sulla tutela dell'ambiente, Pádua, 1990,
pág. 239 segs,
TRAVASSOS, H. M. COSTA / T. SARAIVA / R. TOMÉ / M. ARMELIN / F. 1. RAMÍREZ / J. A.
NEVES, A energia eólica e a conservação da avifauna em Portugal, SPEA, Lisboa, 2005.
Página 6 de 651
Ac. do STA, 1, de 13 de janeiro de 2005 (proc. 085/04).
Ac. do TCAS de 7 de fevereiro de 2013 (proc. 05849/10).
Ac. do TCAS, de 31 de março de 2011 (proc. 06793/10).
Ac. do TCAS, de 7 de março de 2013 (proc. 04613/08).
Ac. do TCAN, de 29 de março de 2007, proc. 758/06.3 BECBR.
Ac. do Tribunal Constitucional no 136/05 (direito à informação ambiental).
Página 7 de 651
por toda a parte. Em Portugal, têm sido muitas as iniciativas de elevação de dimensões culturais •a
património cultural da humanidade, algumas até objeto de controvérsia, como o cante alentejano, o
fado, o chocalho alentejano ou os bonecos de Estremoz. Mais consensuais são centros históricos,
monumentos e reservas ecológicas. A nível da Europa, o Preâmbulo do TUE refere-se ao
“património cultural, religioso e humanístico da Europa”. São diversas as disposições normativas
deste diploma que se referem ao “património cultural comum”, destacando-se o art.º 3.º , n.º 3,
frase 4 do TUE: “A União respeita a riqueza da sua diversidade cultural e linguística e vela pela
salvaguarda e pelo desenvolvimento do património cultural europeu” (in: “Constituição universal
como cultura — prolegómenos para um tribunal constitucional internacional para a democracia na
sociedade da informação”, 2018 ( www.hottopos.com/convenit29/index.hlm)..
Nota 3: O Centro Histórico do Porto foi classificado, em 1996, como Património Cultural da
Humanidade.
Nota 4: A laurissilva da Madeira que com os seus 15.º 000 hectares ocupa 20% da área da Madeira,
foi declarada pela UNESCO, em 1999, património natural da humanidade.
Página 8 de 651
b) Assegurar a defesa dos bens do Estado, das regiões autónomas e das
autarquias locais.
Nota 1: Sobre a requisição de imóveis, e respetiva indemnização, cf. o art.º 80.º (requisição de
imóveis) e segs. do Código das Expropriações. O art.º 61.º, n.º 2, al. j), da LOG, prevê a “requisição de
pessoal a empresas públicas ou privadas”.
CAPÍTULO II
Direitos e deveres sociais
Página 9 de 651
Nota 1: “o plano exige a justa ponderação de todos os interesses em conflito, visa a
realização do bem comum, exige um abdicar das posições individuais a favor dos interesses da
sociedade, é essencialmente execução, porque se perpetua no tempo e o tempo é sua característica
essencial” (in: SOUSA, António Francisco de, A estruturação jurídica das normas de
planificação administrativa, ..., Lisboa 1987, p. 19 e seg.
Nota 2: “As decisões de planificação caracterizam-se por serem “decisões altamente complexas”,
nas quais se procura chegar a um compromisso (ou concordância prática) entre interesses públicos e
privados, positivos e negativos, de diferente valor ou peso, passados, presentes e futuros, dados conhecidos
e meras expectativas. Por conseguinte, a decisão planificadora é “decisão de conformação”, a qual implica
realização, iniciativa, decisão própria, autorresponsabilidade” (in: SOUSA, António Francisco de, A
estruturação jurídica das normas de planificação administrativa, ..., Lisboa 1987, p. 20).
Nota 1: O princípio da solidariedade entre gerações é formulado numa Constituição alemã como
“responsabilidade perante Deus, perante a Natureza, perante a história, perante a geração atual,
perante as gerações futuras”.
Nota 2: O art.º 131.º da Constituição da Baviera de 1946/1984, estabelece: “As escolas devem transmitir
não só saber e conhecimento, mas também formar o coração e o caráter”. Como noutra oportunidade
sustentámos, “as escolas devem também formar uma consciência de responsabilidade pela natureza
e pelo meio ambiente, de respeito pelo outro, de igualdade material, de liberdade responsável,
valores que devem fazer parte dos programas escolares desde o primeiro ano” (in: “Constituição
universal como cultura — prolegómenos para um tribunal constitucional internacional para a
democracia na sociedade da informação”, 2018 (www.hot10pos.com/conveni(.29/index.htm).
Nota 3: Quanto ao n.º 2, al. d), diversas Constituições alemãs assinalam a responsabilidade perante Deus
(ou perante “a Criação”), perante a Natureza, perante a história, perante a geração atuar e perante as
gerações vindouras.
Página 10 de 651
Nota 4: A educação ambiental referida na al. g), acentua o caráter cultural do direito do ambiente. O respeito
pela natureza e pelo ambiente são valências que devem fazer parte da formação escolar desde os
primeiros anos.
Bibliografia:
KONRAD HILPERT, “Verantwortung für die Natur. Ansätze zu einer Umweltethik in der gegenwärtigen
Theologie”, 1985, in: https://epub.ub.uni-muenchen.de/4384/1/4384.pdf;
DIETER STERZEL, “Õkologie, Recht und Verfassung”, in:
htts://www.k'.nomos.de/fiIeadmin/k7doc/1 992/19921 Sterzel S 19. . df
TÍTULO I
Princípios gerais
Notas:
1. O domínio público é incomerciável, uma vez que está subtraído ao comércio jurídico-privado.
2. O domínio público municipal não se confunde com o domínio privado municipal; este resulta
por exclusão daquele. No domínio privado municipal não há afetação pública. As camadas abaixo e
acima do solo podem integrar o domínio privado municipal, ainda que seja pública a respetiva superfície.
O domínio privado municipal (p. ex. de subsolo) pode ser objeto de negócio jurídico-privado, por exemplo
de compra e venda.
3. À luz do direito internacional público, os Estados gozam de soberania completa e exclusiva sobre
o espaço aéreo que cobre seu território, incluindo o espaço aéreo que cobre as águas territoriais (cf. o art.º
1.º da Convenção de Chicago da Aeronáutica Civil de 7/12/1944 - aprovada por ratificação pelo DL n.º
36158, de 17/02/1947 e ratificada por Carta de 28/04/1948). Para além dos limites da atmosfera, temos o
espaço atmosférico ou espaço exterior (outer space), que é considerado espaço internacional, o qual possui
um regime idêntico ao espaço de águas internacionais do alto mar. Sobre estes aspetos, cf. os art.ºs. I, II,
III e IX, do Tratado sobre Princípios que regem as Atividades dos Estados na Exploração e Utilização do
Espaço Exterior, incluindo a Lua e Outros Corpos Celestes - anexo ao DL n.º 286/71, de 30 de junho.
Página 11 de 651
5. O domínio público infraestrutural rodoviário municipal abarca as vias de comunicação
públicas municipais (que compreendem as vias de circulação, o seu subsolo, o seu espaço aéreo, os passeios,
as plantas, os muros de proteção e de sustentação, os sinais de trânsito, os equipamentos urbanos em geral,
as obras de arte, os túneis e viadutos, as condutas de águas e de saneamento), as praças e os espaços verdes
associados.
6. Os caminhos vicinais, tal como os cemitérios das freguesias integram o domínio público da
freguesia.
7. Afonso R. QUEIRÓ e JOSÉ G. QUEIRÓ, concluem: “ (…) assim, nos termos do art. 1344º/1 do
Código Civil, “a propriedade de imóveis abrange o espaço aéreo correspondente à superfície, bem como o
subsolo (…)”; mas, quando está em causa a fixação dos limites do domínio público, parece ser de aceitar
que o carácter dominial ou público do direito de propriedade só se estende até onde o exigir a afectação
dominial, podendo por conseguinte vigorar um regime de direito privado quanto às camadas sobre ou
subjacentes ao solo do domínio público. Sublinhe-se, contudo, que o facto de se aceitar que, por exemplo,
o subsolo ou o espaço aéreo das vias municipais de circulação podem não estar – ou podem deixar de estar
– abrangidos pelo regime do domínio público municipal não significa naturalmente que os municípios
deixem de ser proprietários daquelas camadas sub ou sobrejacentes. O que sucede é que, nessa hipótese,
em relação a tais volumes, eles passam então a ser proprietários no regime do direito privado”. “Os volumes
sub e sobrejacentes às coisas dominiais só devem, portanto, considerar-se sujeitos ao regime de propriedade
pública na estrita medida em que esse regime seja necessário à realização da correspondente afectação.
Onde cessarem as exigências dessa afectação, aí cessam também os limites da propriedade pública” (in:
Propriedade pública e direitos reais de uso público do domínio da circulação urbana.)
8. Ac. do TCAN de 26.3.2009 (proc. (00949/06.7BECBR), no qual se lê: “I. Existe, sem margem
para dúvidas, um domínio público autárquico e, em especial, um domínio público municipal, tanto para
mais que a sua existência é assumida e afirmada em vários diplomas legais e aceite pela doutrina. II. No
âmbito do nosso ordenamento existe efectivamente apenas um domínio público aéreo estadual ou
nacional, não havendo um domínio público aéreo municipal constituído ou correspondente aos
respectivos limites territoriais e que comece para lá da altitude onde o interesse dos proprietários já não
chegue. III. Não se pode concluir, todavia, que os municípios não sejam detentores de espaço aéreo
sobrejacente ao seu domínio público, mormente, ao domínio público rodoviário e que sobre esse espaço
os mesmos não possam ou não devam exercer seus poderes de administração, efectivando dessa forma seus
direitos e interesses. IV. Tal é reconhecido pelo próprio legislador ordinário [cfr. art. 19.º, als. b) e c) da
Lei n.º 42/98, de 06/08 - LFL à data dos factos vigente] quando afirma a sua existência e a confere tais
poderes aos municípios. V. Constitui “questão fiscal” para a qual são competentes os tribunais tributários
o apurar se assiste ao Município o direito a exigir de determinados sujeitos o pagamento de certa quantia,
acrescida de juros moratórios, devida a título de taxas pela utilização/ocupação do espaço público aéreo
nos termos decorrentes do Regulamento de Taxas e Licenças daquele Município.”
9. Segundo Menezes Cordeiro, o domínio público “… começa para lá da altitude onde o interesse
do proprietário já não chega …” (in: ob. cit., pág. 67). No mesmo sentido, Marcello Caetano in: “Manual
de Direito Administrativo”, Vol. II, 10.ª edição, pág. 906.
TÍTULO II
Planos
TÍTULO III
Políticas agrícola, comercial e industrial
Página 13 de 651
governativas colaboram na elaboração dos programas de ação, que neles participam
ativamente e que o ritmo da sua execução corresponde à programação antecipada.
Por outro lado, os desafios da Presidência do Conselho da União Europeia, que
Portugal exercerá no 1.º semestre de 2021, e a ambição do Programa do Governo, levam
a necessidades acrescidas de coordenação da ação governativa que obrigam ao reforço do
centro do Governo, com a inclusão de quatro Ministros de Estado.
A importância da colaboração manifesta-se, também, na previsão do exercício
conjunto ou coordenado de poderes administrativos (de direção, de superintendência e de
tutela), que são partilhados por vários membros do Governo, em função das suas áreas de
intervenção.
Verificam-se, então, algumas alterações na composição do executivo que refletem
não apenas a organização mais adequada à execução do programa, e que inclui áreas e
programas transversais a várias áreas governativas, mas também a resposta às exigências
particulares desta legislatura.
No presente regime é espelhada, igualmente, a função reguladora do procedimento
legislativo e da articulação entre as/os que nele intervêm, com vista a estabelecer uma
calendarização precisa das iniciativas legislativas indispensáveis ao cumprimento do
Programa do XXII Governo Constitucional para a XIV Legislatura.
Reforça-se a avaliação prévia e o controlo de criação de novos custos
administrativos para os cidadãos e para as empresas, alargando-se o âmbito a impactos
não económicos.
Retoma-se a concentração da deliberação sobre atos legislativos numa só reunião
mensal do Conselho de Ministros e a garantia de que nenhum ato legislativo é
definitivamente aprovado sem que seja acompanhado da regulamentação indispensável à
sua aplicação efetiva, na data da respetiva entrada em vigor.
Retoma-se, tendo em vista a transposição tempestiva de atos normativos de Direito
da União Europeia, um mecanismo de coordenação e de monitorização assente na
articulação entre os vários departamentos governamentais, desde a fase prévia de
negociação de atos normativos da União Europeia até à fase da sua transposição.
Retoma-se, igualmente, uma estratégia de desmaterialização do procedimento
legislativo e decisório do Governo, através do recurso às tecnologias de informação e a
mecanismos eletrónicos automatizados de tramitação, incluindo a possibilidade de
tomada de deliberações eletronicamente formalizadas.
Retoma-se, por fim, salvo situações de excecional interesse público, de necessidade
de regulação de situações de emergência ou de cumprimento de obrigações
internacionais, a necessidade dos atos normativos que alterem o enquadramento jurídico
das empresas apenas poderem entrar em vigor, semestralmente, a 1 de janeiro ou a 1 de
julho de cada ano.
Recupera-se a enunciação de regras de legística a observar no processo legislativo
do Governo, visando garantir a qualidade normativa e linguística dos textos aprovados
pelo Governo, sem prejuízo da aprovação, no decorrer da legislatura, de um código de
legística comum a todas as instituições com poderes legislativos.
Assim:
Nos termos do n.º 2 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o seguinte:
TÍTULO I
Organização do Governo
CAPÍTULO I
Estrutura do Governo
Página 14 de 651
Artigo 1.º
Composição
Artigo 2.º
Ministras/os
Integram o Governo as/os seguintes ministras/os:
a) Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital;
b) Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros;
c) Ministra de Estado e da Presidência;
d) Ministro de Estado e das Finanças;
e) Ministro da Defesa Nacional;
f) Ministro da Administração Interna;
g) Ministra da Justiça;
h) Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública;
i) Ministro do Planeamento;
j) Ministra da Cultura;
k) Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior;
l) Ministro da Educação;
m) Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social;
n) Ministra da Saúde;
o) Ministro do Ambiente e da Ação Climática;
p) Ministro das Infraestruturas e da Habitação;
q) Ministra da Coesão Territorial;
r) Ministra da Agricultura;
s) Ministro do Mar.
Artigo 3.º
Secretárias/os de Estado
1 - O Primeiro-Ministro é coadjuvado no exercício das suas funções pelo Secretário de
Estado dos Assuntos Parlamentares e pelo Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-
Ministro.
2 - O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital é coadjuvado no exercício
das suas funções pelo Secretário de Estado Adjunto e da Economia, pela Secretária de
Estado do Turismo, pelo Secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do
Consumidor e pelo Secretário de Estado para a Transição Digital.
3 - O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros é coadjuvado no exercício das suas
funções pela Secretária de Estado dos Assuntos Europeus, pelo Secretário de Estado dos
Negócios Estrangeiros e da Cooperação, pela Secretária de Estado das Comunidades
Portuguesas e pelo Secretário de Estado da Internacionalização.
4 - A Ministra de Estado e da Presidência é coadjuvada no exercício das suas funções
pelo Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, pela Secretária de
Estado para a Cidadania e a Igualdade e pela Secretária de Estado para a Integração e as
Migrações.
Página 15 de 651
5 - O Ministro de Estado e das Finanças é coadjuvado no exercício das suas funções pelo
Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais, pelo Secretário de Estado do
Orçamento, pelo Secretário de Estado das Finanças e pelo Secretário de Estado do
Tesouro.
6 - O Ministro da Defesa Nacional é coadjuvado no exercício das suas funções pelo
Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional e pela Secretária de Estado de
Recursos Humanos e Antigos Combatentes.
7 - O Ministro da Administração Interna é coadjuvado no exercício das suas funções pelo
Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna e pela Secretária de Estado da
Administração Interna.
8 - A Ministra da Justiça é coadjuvada no exercício das suas funções pelo Secretário de
Estado Adjunto e da Justiça e pela Secretária de Estado da Justiça.
9 - A Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública é coadjuvada no
exercício das suas funções pela Secretária de Estado da Inovação e da Modernização
Administrativa, pelo Secretário de Estado da Administração Pública e pelo Secretário de
Estado da Descentralização e da Administração Local.
10 - O Ministro do Planeamento é coadjuvado no exercício das suas funções pelo
Secretário de Estado do Planeamento.
11 - A Ministra da Cultura é coadjuvada no exercício das suas funções pela Secretária de
Estado Adjunta e do Património Cultural e pelo Secretário de Estado do Cinema,
Audiovisual e Media.
12 - O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior é coadjuvado no exercício das
suas funções pelo Secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
13 - O Ministro da Educação é coadjuvado no exercício das suas funções pelo Secretário
de Estado Adjunto e da Educação, pela Secretária de Estado da Educação e pelo
Secretário de Estado da Juventude e do Desporto.
14 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social é coadjuvada no exercício
das suas funções pelo Secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação
Profissional, pelo Secretário de Estado da Segurança Social, pela Secretária de Estado da
Inclusão das Pessoas com Deficiência e pela Secretária de Estado da Ação Social.
15 - A Ministra da Saúde é coadjuvada no exercício das suas funções pelo Secretário de
Estado Adjunta e da Saúde e pelo Secretário de Estado da Saúde.
16 - O Ministro do Ambiente e da Ação Climática é coadjuvado no exercício das suas
funções pelo Secretário de Estado Adjunto e da Energia, pela Secretária de Estado do
Ambiente, pelo Secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do
Ordenamento do Território e pelo Secretário de Estado da Mobilidade.
17 - O Ministro das Infraestruturas e da Habitação é coadjuvado no exercício das suas
funções pelo Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, pelo Secretário de Estado
das Infraestruturas e pela Secretária de Estado da Habitação.
18 - A Ministra da Coesão Territorial é coadjuvada no exercício das suas funções pelo
Secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional e pela Secretária de Estado
da Valorização do Interior.
19 - A Ministra da Agricultura é coadjuvada no exercício das suas funções pelo Secretário
de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural.
20 - O Ministro do Mar é coadjuvado no exercício das suas funções pela Secretária de
Estado das Pescas.
21 - As/Os Secretárias/os de Estado referidos no n.º 2 do artigo seguinte ordenam-se nos
termos aí indicados, seguindo-se os demais pela ordem indicada no presente artigo.
Página 16 de 651
Artigo 4.º
Composição do Conselho de Ministros
1 - O Conselho de Ministros é constituído pelo Primeiro-Ministro, que preside, e pelas/os
ministras/os.
2 - Salvo determinação em contrário do Primeiro-Ministro, participam nas reuniões do
Conselho de Ministros, sem direito a voto, o Secretário de Estado dos Assuntos
Parlamentares, o Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro e o Secretário de
Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
3 - Podem também participar nas reuniões do Conselho de Ministros, sem direito de voto,
as/os secretárias/os de Estado que venham, em cada caso, a ser convocadas/os por
indicação do Primeiro-Ministro.
4 - O chefe do gabinete do Primeiro-Ministro pode assistir às reuniões do Conselho de
Ministros.
5 - Salvo indicação em contrário do Primeiro-Ministro, este é substituído, no exercício
das suas funções de presidência e de coordenação, durante as suas ausências ou
impedimentos, pelo ministro que não se encontre ausente ou impedido, de acordo com a
ordem estabelecida no artigo 2.º
6 - Cada ministra/o é substituída/o, nas suas ausências ou impedimentos, pela/o
secretária/o de Estado que indicar ao Primeiro-Ministro, através de comunicação
eletrónica dirigida ao Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Artigo 5.º
Composição das reuniões de Secretárias/os de Estado
1 - As reuniões de Secretárias/os de Estado são presididas pela Ministra de Estado e da
Presidência ou, na sua ausência e impedimento, pelo Secretário de Estado da Presidência
do Conselho de Ministros.
2 - Participam nas reuniões de Secretárias/os de Estado:
a) O Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares;
b) O Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro;
c) O Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, que coadjuva a
Ministra de Estado e da Presidência nas mesmas;
d) Uma/um secretária/o de Estado em representação de cada ministro.
3 - Podem também participar nas reuniões de Secretárias/os de Estado, sem direito a voto,
outras/os secretárias/os de Estado que, pela natureza da matéria agendada, sejam
convocadas/os pela Ministra de Estado e da Presidência.
4 - Podem assistir às reuniões de Secretárias/os de Estado:
a) Um membro do gabinete do Primeiro-Ministro;
b) Um membro do gabinete da Ministra de Estado e da Presidência;
c) Um membro do gabinete do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de
Ministros.
5 - O Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, o Secretário de Estado Adjunto
do Primeiro-Ministro e o Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros
são substituídos nas reuniões de Secretárias/os de Estado, nas suas ausências ou
impedimentos, pelas/os respetivas/os chefes dos gabinetes, exceto para os efeitos do n.º
1 do presente artigo.
Artigo 6.º
Cartões de identificação
Aos membros do Governo é atribuído um documento de identificação e de livre-trânsito
próprio, de modelo a aprovar por portaria do Primeiro-Ministro.
Página 17 de 651
CAPÍTULO II
Competência dos membros do Governo
Artigo 7.º
Competência do Primeiro-Ministro
Artigo 8.º
Ausências e impedimentos do Primeiro-Ministro
O Primeiro-Ministro, salvo sua indicação em contrário, é substituído na sua ausência ou
impedimento pela/o ministra/o que não se encontre ausente ou impedido, de acordo com
a ordem estabelecida no artigo 2.º, sendo a substituição comunicada ao Presidente da
República, nos termos do n.º 1 do artigo 185.º da Constituição.
Artigo 9.º
Competência das/os ministras/os
1 - As/Os ministras/os possuem a competência própria que a lei lhes atribui e a
competência que, nos termos da lei, lhes seja delegada pelo Conselho de Ministros ou
pelo Primeiro-Ministro.
2 - A Ministra de Estado e da Presidência exerce, ainda, as competências conferidas no
título ii do presente decreto-lei, podendo delegá-las no Secretário de Estado da
Presidência do Conselho de Ministros.
3 - As/Os ministras/os podem delegar nas/os secretárias/os de Estado que os coadjuvam,
com faculdade de subdelegação, a competência relativa aos serviços, organismos,
entidades e estruturas deles dependentes.
4 - As/Os ministras/os podem delegar nas/os secretárias/os-gerais dos respetivos
ministérios as competências relativas à prática dos atos necessários à adoção dos
instrumentos de mobilidade ou à celebração dos contratos previstos na lei, relativos ao
exercício de funções de apoio técnico e administrativo nos respetivos gabinetes, bem
como para autorizar a realização de despesas por conta do orçamento do respetivo
gabinete, até ao limite previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º
197/99, de 8 de junho, na sua redação atual.
Artigo 10.º
Ausências e impedimentos das/os ministras/os
Cada ministra/o é substituída/o na sua ausência ou impedimento pela/o secretária/o de
Estado que indicar ao Primeiro-Ministro ou, na falta de tal indicação, pelo membro do
Página 18 de 651
Governo que o Primeiro-Ministro designar, nos termos do n.º 2 do artigo 185.º da
Constituição.
Artigo 11.º
Competência das/os secretárias/os de Estado
1 - As/Os secretárias/os de Estado não dispõem de competência própria, exceto no que se
refere aos respetivos gabinetes, e exercem, em cada caso, a competência que neles seja
delegada pelo Primeiro-Ministro ou pela/o ministra/o respetiva/o.
2 - As/Os secretárias/os de Estado podem no que se refere aos respetivos gabinetes
delegar nas/os secretárias/os-gerais dos respetivos ministérios as competências relativas
à prática dos atos necessários à adoção dos instrumentos de mobilidade ou à celebração
dos contratos previstos na lei, relativos ao exercício de funções de apoio técnico e
administrativo nos respetivos gabinetes, bem como para autorizar a realização de
despesas por conta do orçamento do respetivo gabinete, até ao limite previsto na alínea a)
do n.º 1 do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 197/99, de 8 de junho, na sua redação atual.
Artigo 12.º
Desafios estratégicos
1 - O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital tem por missão acompanhar
a execução das medidas de caráter interministerial de execução do Programa do Governo
relativas à transição digital, que articula com o Ministro de Estado e das Finanças, com a
Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, com o Ministro da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com o Ministro da Educação, com a Ministra do
Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, com o Ministro das Infraestruturas e da
Habitação e com a Ministra da Coesão Territorial.
2 - A Ministra de Estado e da Presidência tem por missão coordenar e acompanhar a
execução das medidas de caráter interministerial de execução do Programa do Governo
relativas à demografia, que articula com o Ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros, com o Ministro de Estado e das Finanças, com o Ministro da Administração
Interna, com a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, com a Ministra
da Saúde, com o Ministro das Infraestruturas e da Habitação, com a Ministra da Coesão
Territorial, e, bem como relativas às desigualdades, que articula com o Ministro de Estado
e das Finanças, com o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com o Ministro
da Educação, com a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, com a
Ministra da Saúde, com o Ministro das Infraestruturas e da Habitação e com a Ministra
da Coesão Territorial.
3 - O Ministro do Ambiente e da Ação Climática tem por missão acompanhar as medidas
de caráter interministerial de execução do Programa do Governo relativas à ação
climática, que articula com o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital,
com o Ministro de Estado e das Finanças, com o Ministro da Administração Interna, com
o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, com o Ministro das Infraestruturas
e da Habitação, com a Ministra da Coesão Territorial, com a Ministra da Agricultura e
com o Ministro do Mar.
4 - O acompanhamento a que se referem os números anteriores compreende:
a) O acompanhamento da execução do Programa do Governo;
b) Promover o envolvimento da sociedade civil no debate em torno dos desafios
estratégicos enunciados no Programa do Governo;
c) A criação de modelos de indicadores de acompanhamento das áreas a que
correspondem os desafios estratégicos enunciados no Programa do Governo.
Página 19 de 651
CAPÍTULO III
Orgânica do Governo
Artigo 13.º
Presidência do Conselho de Ministros
1 - A Presidência do Conselho de Ministros é o departamento central do Governo que tem
por missão prestar apoio ao Conselho de Ministros, ao Primeiro-Ministro e aos demais
membros do Governo aí organicamente integrados e promover a coordenação
interministerial dos diversos departamentos governamentais.
2 - A Presidência do Conselho de Ministros integra os seguintes membros do Governo:
a) Ministra de Estado e da Presidência;
b) Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares;
c) Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro;
d) Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros;
e) Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade;
f) Secretária de Estado para a Integração e as Migrações.
3 - A Presidência do Conselho de Ministros compreende os seguintes serviços,
organismos, entidades e estruturas:
a) O Gabinete Nacional de Segurança;
b) A Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros;
c) O Centro de Competências Jurídicas do Estado;
d) O Centro de Gestão da Rede Informática do Governo;
e) O Instituto Nacional de Estatística, I. P.;
f) A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género;
g) O Alto Comissariado para as Migrações, I. P.;
h) A Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais, I. P;
i) Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração
Pública (PlanAPP).
4 - Os serviços, organismos, entidades e estruturas integrados na Presidência do Conselho
de Ministros dependem do Primeiro-Ministro, salvo disposição legal em contrário e sem
prejuízo do disposto nos números seguintes, podendo a respetiva competência ser
delegada na Ministra de Estado e da Presidência ou nos demais membros do Governo
integrados na Presidência do Conselho de Ministros, que as podem subdelegar.
5 - A competência prevista no número anterior, no que refere ao PlanAPP, pode ainda ser
delegada no Ministro do Planemento, que a pode subdelegar.
6 - A Presidência do Conselho de Ministros assegura o apoio aos serviços dependentes
do Primeiro-Ministro, nos termos do respetivo diploma orgânico.
7 - A Presidência do Conselho de Ministros assegura o apoio aos serviços dependentes
da Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, do Ministro do
Planeamento, da Ministra da Cultura, do Ministro das Infraestruturas e da Habitação e da
Ministra da Coesão Territorial.
Artigo 14.º
Economia e Transição Digital
1 - O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital tem por missão formular,
conduzir, executar e avaliar as políticas de desenvolvimento dirigidas ao crescimento da
economia, da competitividade, do investimento e da inovação, à internacionalização das
empresas, à promoção da indústria, do comércio, dos serviços e do turismo, à defesa dos
consumidores e à transição digital.
Página 20 de 651
2 - O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital tem por missão acompanhar
a execução das medidas de caráter interministerial de execução do Programa do Governo
relativas à transição digital, nos termos do n.º 1 do artigo 12.º
3 - O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital exerce a direção sobre:
a) A Secretaria-Geral da Economia;
b) O Gabinete de Estratégia e Estudos;
c) A Direção-Geral das Atividades Económicas;
d) A Direção-Geral do Consumidor;
e) A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica.
4 - O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital exerce a superintendência
e tutela sobre:
a) O IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, I. P.;
b) O Instituto do Turismo de Portugal, I. P.;
c) O Instituto Português da Qualidade, I. P.;
d) O Instituto Português de Acreditação, I. P.;
e) O Conselho Nacional para o Empreendedorismo e a Inovação;
f) A Comissão Permanente de Apoio ao Investidor;
g) As Entidades Regionais de Turismo.
5 - O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital é responsável, em
coordenação com o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e com a Ministra
do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, pelo programa «Iniciativa Nacional
Competências Digitais e.2030 - INCoDe.2030».
6 - O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, conjuntamente com o
Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, exerce a superintendência e tutela,
nas matérias da sua competência, sobre a ANI - Agência Nacional de Inovação, S. A.
7 - O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital exerce a superintendência
e tutela sobre a IFD - Instituição Financeira de Desenvolvimento, S. A., em coordenação
com o Ministro de Estado e das Finanças.
8 - Compete ao Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, sem prejuízo
dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros e a outros membros do
Governo, promover, atrair e acompanhar a execução de investimentos nacionais e
estrangeiros, bem como a promoção de reuniões de coordenação de assuntos económicos
e de investimento, visando a coordenação e o acompanhamento dos assuntos de caráter
setorial com implicações na esfera económica e no investimento e o favorecimento da
concretização célere de projetos de investimento relevantes, em coordenação com o
Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e com a Ministra da Modernização do
Estado e da Administração Pública.
9 - Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros e ao
Ministro de Estado e das Finanças, o Ministro de Estado, da Economia e da Transição
Digital exerce as competências que lhe são conferidas por lei sobre as entidades do setor
empresarial do Estado, no domínio das matérias referidas nos n.º s 1 e 2.
10 - O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital exerce ainda os poderes
que lhe são conferidos pelo n.º 4 do artigo 15.º, pelo n.º 5 do artigo 20.º, pelo n.º 10 do
artigo 24.º, pelo n.º 6 do artigo 25.º, pelos n.º s 6 e 7 do artigo 26.º e pelo n.º 15 do artigo
32.º
Artigo 15.º
Negócios Estrangeiros
1 - O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros tem por missão formular, conduzir,
executar e avaliar a política externa e europeia do país, bem como coordenar e apoiar os
Página 21 de 651
demais ministros no âmbito da dimensão externa e da dimensão europeia das respetivas
competências.
2 - O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros exerce a direção sobre:
a) A Secretaria-Geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros;
b) A Direção-Geral de Política Externa;
c) A Inspeção-Geral Diplomática e Consular;
d) A Direção-Geral dos Assuntos Europeus;
e) A Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas;
f) As Embaixadas;
g) As missões e representações permanentes e missões temporárias;
h) Os postos consulares.
3 - O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros exerce a superintendência e tutela
sobre:
a) O Fundo para as Relações Internacionais, I. P.;
b) O Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, I. P.
4 - O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros exerce a superintendência e tutela
sobre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, E. P. E., em
coordenação com o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.
5 - O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros assegura o funcionamento da
Comissão Interministerial de Limites e Bacias Hidrográficas Luso-Espanholas, em
coordenação com o Ministro do Ambiente e da Ação Climática e o Ministro do Mar.
6 - Compete ao Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, conjuntamente com o
Ministro do Mar, a coordenação intersetorial da participação nacional nos organismos
europeus e internacionais responsáveis pela definição e pela monitorização das políticas
marítimas.
7 - O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros exerce ainda os poderes que lhe
são conferidos pelos n.º s 8 e 9 do artigo 16.º, pelo n.º 1 do artigo 23.º e pelo n.º 2 do
artigo 32.º
Artigo 16.º
Presidência
1 - A Ministra de Estado e da Presidência tem por missão exercer as competências que
lhe são delegadas pelo Primeiro-Ministro, em matéria de preparação, convocação e
coordenação do Conselho de Ministros e da reunião de Secretárias/os de Estado,
promover a coordenação interministerial dos diversos departamentos governamentais,
bem como formular, conduzir, executar e avaliar uma política global e coordenada nas
áreas da cidadania e da igualdade, incluindo a área da prevenção e combate à violência
contra as mulheres e à violência doméstica, e nas áreas das migrações.
2 - A Ministra de Estado e da Presidência tem por missão coordenar e acompanhar
execução das medidas de caráter interministerial de execução do Programa do Governo
relativas à demografia e às desigualdades, nos temos do n.º 2 do artigo 12.º
3 - A Ministra de Estado e da Presidência exerce a direção sobre:
a) A Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros, sem prejuízo das
competências da Ministra da Cultura na área da comunicação social;
b) O Centro de Gestão da Rede Informática do Governo;
c) A Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.
4 - A Ministra de Estado e da Presidência exerce a superintendência e tutela sobre:
a) O Instituto Nacional de Estatística, I. P.;
b) O Alto Comissariado para as Migrações, I. P.
5 - A Ministra de Estado e da Presidência exerce a superintendência sobre a Imprensa
Nacional-Casa da Moeda, S. A., no que diz respeito ao serviço público de edição do
Página 22 de 651
Diário da República, sem prejuízo da superintendência do Ministro de Estado e das
Finanças quanto aos demais domínios.
6 - A Ministra de Estado e da Presidência exerce, conjuntamente com a Ministra do
Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, a superintendência e tutela sobre a Comissão
para a Igualdade no Trabalho e no Emprego no que concerne à promoção da igualdade e
da não discriminação entre homens e mulheres no trabalho e no emprego, à promoção do
Diálogo Social, à promoção e elaboração de estudos, à formação e à cooperação nacional
e internacional com entidades públicas e privadas em ações e projetos afins com a
respetiva missão, e em coordenação nas restantes atribuições da referida Comissão.
7 - A Ministra de Estado e da Presidência, conjuntamente com a Ministra do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social, exerce a superintendência e tutela, no que diz respeito
às matérias de demografia e desigualdade, sobre o Conselho Nacional para as Políticas
de Solidariedade, Voluntariado, Família, Reabilitação e Segurança Social.
8 - A Ministra de Estado e da Presidência coordena a conceção, adoção e execução das
novas soluções procedimentais e organizacionais, podendo preparar e apresentar atos
normativos ao Conselho de Ministros, em matéria de concessão de vistos, de autorizações
de residência e de nacionalidade, tendo em vista a promoção de políticas de integração de
imigrantes, em articulação com o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, com
o Ministro da Administração Interna, com a Ministra da Justiça e com a Ministra do
Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
9 - A Ministra de Estado e da Presidência coordena a política de acolhimento e integração
de requerentes e beneficiários de proteção internacional, em articulação com o Ministro
de Estado e dos Negócios Estrangeiros, com o Ministro da Administração Interna e com
a Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Artigo 17.º
Finanças
1 - O Ministro de Estado e das Finanças tem por missão formular, conduzir, executar e
avaliar a política financeira do Estado, promovendo a gestão racional dos recursos
públicos, o aumento da eficiência e equidade na sua obtenção e gestão.
2 - O Ministro de Estado e das Finanças exerce a direção sobre:
a) A Secretaria-Geral do Ministério das Finanças;
b) O Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais;
c) A Inspeção-Geral de Finanças;
d) A Direção-Geral do Orçamento;
e) A Direção-Geral do Tesouro e Finanças;
f) A Autoridade Tributária e Aduaneira.
3 - O Ministro de Estado e das Finanças exerce a superintendência e tutela sobre o
Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público, I. P.;
4 - Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros e a outros
membros do Governo, o Ministro de Estado e das Finanças exerce as competências que
lhe são atribuídas por lei sobre as demais entidades do setor empresarial do Estado.
5 - Compete ao Ministro de Estado e das Finanças, sem prejuízo dos poderes conferidos
por lei ao Conselho de Ministros, quando estejam em causa empresas participadas, definir
as orientações da PARPÚBLICA - Participações Públicas (SGPS), S. A., bem como
acompanhar a sua execução, em coordenação com o membro do Governo competente em
razão da matéria.
6 - O Ministro de Estado e das Finanças exerce a superintendência e tutela sobre a
Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública, I. P., em coordenação com a
Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, com exceção das
Página 23 de 651
competências a esta especificamente atribuídas nos termos do disposto no n.º 5 do artigo
21.º
7 - O Ministro das Finanças exerce a superintendência e tutela sobre a Imprensa Nacional-
Casa da Moeda, S. A., sem prejuízo da superintendência da Ministra de Estado e da
Presidência no que se refere ao serviço público de edição do Diário da República.
8 - O Ministro de Estado e das Finanças exerce a direção sobre a Inspeção-Geral das
Finanças, em coordenação com a Ministra da Modernização do Estado e da
Administração Pública no âmbito do controlo e avaliação dos serviços públicos nas áreas
de organização, funcionamento, gestão e recursos humanos e no âmbito do exercício da
tutela inspetiva sobre as autarquias locais, as demais formas de organização territorial
autárquica e o setor empresarial local.
9 - O Ministro de Estado e das Finanças, conjuntamente com a Ministra da Saúde, exerce
a tutela sobre o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais.
10 - O Ministro de Estado e das Finanças assegura a coordenação e gestão do Programa
de Remoção do Amianto, em articulação com as demais áreas governativas.
11 - Dependem, ainda, do Ministro de Estado e das Finanças a Unidade Técnica de
Acompanhamento e Monitorização do Setor Público Empresarial e a Unidade Técnica de
Acompanhamento de Projetos.
12 - O Ministro de Estado e das Finanças exerce ainda os poderes que lhe são conferidos
pelo n.º 7 do artigo 14.º, pelo n.º 6 do artigo 21.º, pelo n.º 8 do artigo 26.º, pelo n.º 6 do
artigo 31.º e pelo n.º 7 do artigo 32.º
Artigo 18.º
Defesa Nacional
1 - O Ministro da Defesa Nacional tem por missão formular, conduzir, executar e avaliar
a política de defesa nacional no âmbito das competências que lhe são conferidas pela Lei
de Defesa Nacional, bem como assegurar e fiscalizar a administração das Forças Armadas
e dos demais serviços, organismos, entidades e estruturas nele integrados.
2 - O Ministro da Defesa Nacional exerce a direção sobre:
a) O Estado-Maior-General das Forças Armadas;
b) Os ramos das Forças Armadas - Marinha, Exército e Força Aérea;
c) A Secretaria-Geral do Ministério da Defesa Nacional;
d) A Inspeção-Geral da Defesa Nacional;
e) A Direção-Geral de Política de Defesa Nacional;
f) A Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional;
g) O Instituto da Defesa Nacional;
h) A Polícia Judiciária Militar.
3 - O Ministro da Defesa Nacional exerce a superintendência e tutela sobre o Instituto de
Ação Social das Forças Armadas, I. P.
4 - O Ministro da Defesa Nacional exerce a tutela sobre a Liga dos Combatentes.
5 - O Ministro da Defesa Nacional exerce a tutela sobre as instituições de ensino superior
militar, em coordenação com o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior no que
respeita às matérias de ensino e investigação.
6 - Compete ao Ministro da Defesa Nacional, conjuntamente com o Ministro do Mar, no
âmbito das respetivas competências, definir as orientações estratégicas para a Autoridade
Marítima Nacional e coordenar a execução dos poderes de autoridade marítima nos
espaços de jurisdição e no quadro de atribuições do Sistema da Autoridade Marítima.
7 - Compete ao Ministro da Defesa Nacional definir as orientações estratégicas para o
Instituto Hidrográfico, bem como fixar objetivos e acompanhar a sua execução, em
Página 24 de 651
coordenação com o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e com o Ministro
do Mar.
8 - O Ministro da Defesa Nacional conduz a atividade interministerial de planeamento
civil de emergência, em matérias da sua competência e, especificamente, no que respeita
às relações com a Organização do Tratado do Atlântico Norte, em coordenação com o
Ministro da Administração Interna.
9 - O Ministro da Defesa Nacional exerce ainda os poderes que lhe são conferidos pelo
n.º 10 do artigo 24.º e pelo n.º 13 do artigo 32.º
Artigo 19.º
Administração Interna
Artigo 20.º
Justiça
1 - A Ministra da Justiça tem por missão formular, conduzir, executar e avaliar a política
de justiça definida pela Assembleia da República e pelo Governo.
2 - A Ministra da Justiça exerce a direção sobre:
a) A Secretaria-Geral do Ministério da Justiça;
b) A Inspeção-Geral dos Serviços de Justiça;
c) A Direção-Geral da Política de Justiça;
d) A Direção-Geral da Administração da Justiça;
e) A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais;
f) A Polícia Judiciária;
g) A Comissão de Programas Especiais de Segurança.
3 - A Ministra da Justiça exerce a superintendência e tutela sobre:
a) O Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I. P.;
b) O Instituto dos Registos e do Notariado, I. P.;
c) O Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, I. P.
Página 25 de 651
4 - A Ministra da Justiça exerce a tutela sobre o Centro de Estudos Judiciários.
5 - A Ministra da Justiça exerce a superintendência e tutela sobre o Instituto Nacional da
Propriedade Industrial, I. P., em coordenação com o Ministro de Estado, da Economia e
da Transição Digital e com o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
6 - O Conselho Consultivo da Justiça é o órgão consultivo da Ministra da Justiça.
7 - A Ministra da Justiça exerce ainda os poderes que lhe são conferidos pelo n.º 8 do
artigo 16.º
Artigo 21.º
Modernização do Estado e da Administração Pública
Artigo 22.º
Planeamento
Página 26 de 651
1 - O Ministro do Planeamento tem por missão formular, conduzir e avaliar as
estratégias de desenvolvimento económico e social, tendo em conta os objetivos da
convergência e da coesão.
2 - O Ministro do Planeamento exerce a direção sobre:
a) A Estrutura de Missão Portugal Inovação Social;
b) O Fundo para a Inovação Social;
c) A Unidade Nacional de Gestão do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico
Europeu.
3 - O Ministro do Planeamento exerce a superintendência e tutela sobre a Agência
para o Desenvolvimento e Coesão, I. P.
4 - O Ministro do Planeamento coordena a Comissão Interministerial de Coordenação do
Acordo de Parceria - CIC Portugal 2020, exercendo as competências previstas no n.º 3 do
artigo 10.º, no n.º 3 do artigo 23.º e no n.º 16 do artigo 83.º do Decreto-Lei n.º 137/2014,
de 12 de setembro, bem como a competência prevista na alínea a) do n.º 2 do artigo 5.º
do Decreto-Lei n.º 159/2014, de 27 de outubro.
5 - O Ministro do Planeamento integra as comissões especializadas da Comissão
Interministerial de Coordenação do Acordo de Parceria - CIC Portugal 2020, previstas no
n.º 5 do artigo 9.º do Decreto-Lei n.º 137/2014, de 12 de setembro.
6 - As competências previstas nos n.º s 4 e 5 do artigo 24.º do Decreto-Lei n.º 137/2014,
de 12 de setembro, são exercidas conjuntamente com a Ministra da Coesão Territorial.
7 - Compete ao Ministro do Planeamento a definição da estratégia, das prioridades, das
orientações, da monitorização, da avaliação e a gestão global e dos programas financiados
por fundos europeus, nomeadamente no âmbito da política de coesão da União Europeia.
8 - O Ministro do Planeamento exerce ainda os poderes que lhe são conferidos pelo n.º 6
do artigo 31.º e pelo n.º 7 do artigo 32.º
Artigo 23.º
Cultura
1 - A Ministra da Cultura tem por missão formular, conduzir, executar e avaliar uma
política global e coordenada na área da cultura e domínios com ela relacionados,
designadamente na salvaguarda e valorização do património cultural, bem como na área
da comunicação social, no incentivo à criação artística e à difusão cultural, na qualificação
do tecido cultural e, em coordenação com o Ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros, na internacionalização da cultura e língua portuguesa.
2 - A Ministra da Cultura exerce a direção sobre:
a) A Inspeção-Geral das Atividades Culturais;
b) O Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais;
c) A Direção-Geral das Artes;
d) A Direção-Geral do Património Cultural;
e) As direções regionais de cultura.
3 - A Ministra da Cultura exerce a direção da Biblioteca Nacional de Portugal e da
Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, em coordenação com o Ministro
da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em matéria de repositórios digitais.
4 - A Ministra da Cultura exerce a superintendência e tutela sobre:
a) O Instituto do Cinema e do Audiovisual, I. P.;
b) A Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, I. P.
5 - Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros e ao
Ministro de Estado e das Finanças, a Ministra da Cultura exerce as competências que lhe
Página 27 de 651
são atribuídas por lei sobre as entidades do setor empresarial do Estado nas áreas da
cultura e da comunicação social, que compreende, designadamente:
a) O Organismo de Produção Artística, E. P. E.;
b) O Teatro Nacional de São João, E. P. E.;
c) O Teatro Nacional D. Maria II, E. P. E.;
d) A Lusa - Agência de Notícias de Portugal, S. A.;
e) A RTP - Rádio e Televisão de Portugal, S. A.
6 - A Ministra da Cultura exerce a direção sobre a Secretaria-Geral da Presidência do
Conselho de Ministros, no que diz respeito à área da comunicação social.
7 - A Ministra da Cultura exerce os poderes previstos nos respetivos estatutos sobre as
Academias e Fundações da área da cultura.
8 - O Conselho Nacional de Cultura é o órgão consultivo da Ministra da Cultura.
Artigo 24.º
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
Página 28 de 651
Espacial Portuguesa Portugal Space, em coordenação com o Ministro de Estado, da
Economia e da Transição Digital e com o Ministro da Defesa Nacional.
11 - O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior acompanha as atividades de
interesse público desenvolvidas pela Agência para a Investigação Clínica e Inovação
Biomédica, na área da investigação clínica e da translação, e pelo Conselho Nacional dos
Centros Académicos Clínicos, em coordenação com a Ministra da Saúde.
12 - São órgãos consultivos do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior o
Conselho Nacional de Educação, órgão independente com funções consultivas comuns
ao Ministro da Educação, o Conselho Coordenador do Ensino Superior e o Conselho
Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, órgão independente com funções
consultivas comuns ao Ministro de Estado, da Economia e Transição Digital.
13 - O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior exerce ainda os poderes que
lhe são conferidos pelos n.º s 5 e 6 do artigo 14.º, pelos n.º s 5 e 7 do artigo 18.º, pelo n.º
4 do artigo 19.º, pelo n.º 5 do artigo 20.º, pela alínea a) do n.º 3 do artigo 29.º e pelos n.º
s 10, 11 e 15 do artigo 32.º
Artigo 25.º
Educação
Página 29 de 651
e Ensino Superior, o Conselho das Escolas, o Conselho Consultivo da Juventude e o
Conselho Nacional do Desporto.
9 - O Ministro da Educação exerce ainda os poderes que lhe são conferidos pelo n.º 8 do
artigo 24.º
Artigo 26.º
Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
1 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social tem por missão formular,
conduzir, executar e avaliar as políticas de emprego, de formação profissional, de relações
laborais e condições de trabalho, solidariedade e segurança social, bem como a
coordenação das políticas sociais de apoio à família, crianças e jovens em risco, idosos e
natalidade, de inclusão das pessoas com deficiência, de combate à pobreza e de promoção
da inclusão social, de fortalecimento do setor cooperativo, da economia social e do
voluntariado.
2 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social exerce a direção sobre:
a) A Secretaria-Geral do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social;
b) A Inspeção-Geral do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social;
c) O Gabinete de Estratégia e Planeamento;
d) A Autoridade para as Condições do Trabalho;
e) A Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho;
f) A Direção-Geral da Segurança Social.
3 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social exerce a superintendência
e tutela sobre:
a) O Instituto da Segurança Social, I. P.;
b) O Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social, I. P.;
c) O Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social, I. P.;
d) O Instituto Nacional para a Reabilitação, I. P.;
e) A Casa Pia de Lisboa, I. P.;
f) O Instituto de Informática, I. P.
4 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social exerce a tutela sobre a Santa
Casa da Misericórdia de Lisboa.
5 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social exerce os poderes previstos
nos respetivos estatutos sobre as fundações e cooperativas da respetiva área governativa,
bem como sobre as entidades no âmbito ou na sua dependência, designadamente a
Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens e o Centro
de Relações Laborais.
6 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, conjuntamente com o
Ministro da Educação, exerce a superintendência e tutela, nas matérias da sua
competência, sobre a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I. P.,
em coordenação com o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.
7 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social exerce a superintendência
e tutela sobre o Instituto do Emprego e da Formação Profissional, I. P., em coordenação
com o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital.
8 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social exerce a superintendência
e tutela sobre a Caixa Geral de Aposentações, I. P., em coordenação com o Ministro de
Estado e das Finanças.
9 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social exerce conjuntamente com
a Ministra de Estado e da Presidência a superintendência e tutela sobre a Comissão para
a Igualdade no Trabalho e no Emprego, no que concerne à promoção da igualdade e da
não discriminação entre homens e mulheres no trabalho e no emprego, à promoção do
Diálogo Social, à promoção e elaboração de estudos, à formação e à cooperação nacional
Página 30 de 651
e internacional com entidades públicas e privadas em ações e projetos afins com a
respetiva missão, e em coordenação as restantes atribuições da referida Comissão.
10 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, conjuntamente com a
Ministra de Estado e da Presidência, exerce a superintendência e tutela, no que diz
respeito às matérias de demografia e desigualdade, sobre o Conselho Nacional para as
Políticas de Solidariedade, Voluntariado, Família, Reabilitação e Segurança Social.
11 - A Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social exerce ainda os poderes
que lhe são conferidos pelo n.º 5 do artigo 14.º, pelos n.º s 8 e 9 do artigo 16.º e pelo n.º
8 do artigo 24.º
Artigo 27.º
Saúde
1 - A Ministra da Saúde tem por missão formular, conduzir, executar e avaliar a política
nacional de saúde e, em especial, a direção do serviço nacional de saúde, garantindo uma
aplicação e utilização sustentáveis de recursos e a avaliação dos seus resultados.
2 - A Ministra da Saúde exerce a direção sobre:
a) A Secretaria-Geral do Ministério da Saúde;
b) A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde;
c) A Direção-Geral da Saúde;
d) O Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências.
3 - A Ministra da Saúde exerce a superintendência e tutela sobre:
a) A Administração Central do Sistema de Saúde, I. P.;
b) O INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I. P.;
c) O Instituto Nacional de Emergência Médica, I. P.;
d) O Instituto Português do Sangue e da Transplantação, I. P.;
e) O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I. P.;
f) A Administração Regional de Saúde do Norte, I. P.;
g) A Administração Regional de Saúde do Centro, I. P.;
h) A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, I. P.;
i) A Administração Regional de Saúde do Alentejo, I. P.;
j) A Administração Regional de Saúde do Algarve, I. P.;
k) Serviços e estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde.
4 - A Ministra da Saúde, conjuntamente com o Ministro de Estado e das Finanças, exerce
a tutela, nas matérias da sua competência, sobre o Serviço de Utilização Comum dos
Hospitais.
5 - Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros e ao
Ministro de Estado e das Finanças, a Ministra da Saúde exerce as competências que lhe
são atribuídas por lei sobre as entidades do setor empresarial do Estado no domínio da
saúde, que compreende:
a) Os estabelecimentos do Serviço Nacional de Saúde com natureza de entidade pública
empresarial;
b) Os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, E. P. E.
6 - O Conselho Nacional de Saúde é o órgão consultivo da Ministra da Saúde.
7 - A Ministra da Saúde exerce ainda os poderes que lhe são conferidos pelo n.º 11 do
artigo 24.º
Artigo 28.º
Ambiente e Ação Climática
Página 31 de 651
1 - O Ministro do Ambiente e da Ação Climática tem por missão formular, conduzir,
executar e avaliar as políticas de ambiente, ordenamento do território, cidades,
transportes urbanos, suburbanos e rodoviários de passageiros, mobilidade, clima,
silvicultura, conservação da natureza, bem-estar dos animais de companhia,
energia, geologia e florestas, numa perspetiva de desenvolvimento sustentável e de
coesão social e territorial.
2 - O Ministro do Ambiente e da Ação Climática tem por missão acompanhar as medidas
de caráter interministerial de execução do Programa do Governo relativas à ação
climática, nos termos do n.º 3 do artigo 12.º
3 - O Ministro do Ambiente e da Ação Climática exerce a direção sobre:
a) A Secretaria-Geral do Ministério do Ambiente;
b) A Direção-Geral do Território;
c) O Gabinete para a Mobilidade Elétrica em Portugal;
d) A Direção-Geral de Energia e Geologia.
4 - O Ministro do Ambiente e da Ação Climática exerce a superintendência e tutela
sobre:
a) A Agência Portuguesa do Ambiente, I. P.;
b) O Laboratório Nacional de Energia e Geologia, I. P.;
c) O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I. P.
5 - O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, conjuntamente com a Ministra da
Modernização do Estado e da Administração Pública, com a Ministra da Agricultura e
com o Ministro do Mar, exerce a direção, nas matérias da sua competência, sobre a
Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
6 - O Ministro do Ambiente e da Ação Climática exerce a competência em matéria de
florestas e silvicultura, em coordenação com a Ministra da Agricultura, no que respeita a
medidas financiadas pelos fundos europeus.
7 - Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros, ao
Ministro de Estado e das Finanças e ao Ministro das Infraestruturas e da Habitação o
Ministro do Ambiente e da Ação Climática exerce as competências que lhe são conferidas
por lei sobre as entidades do setor empresarial do Estado, no domínio das águas, dos
resíduos, do ordenamento do território, da política de cidades, dos transportes urbanos e
suburbanos de passageiros, da mobilidade, da energia, da geologia e das florestas.
8 - O Ministro do Ambiente e da Ação Climática exerce as competências que lhe são
atribuídas pela lei sobre a ADENE - Agência para a Energia.
9 - O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, conjuntamente com a Ministra da
Agricultura, exerce a direção, nas matérias da sua competência, sobre o Provedor do
Animal.10 - O Ministro do Ambiente e da Ação Climática exerce ainda os poderes que
lhe são conferidos pelo n.º 5 do artigo 15.º, pela alínea c) do n.º 3 do artigo 29.º, pelo n.º
3 do artigo 30.º, pelo n.º 8 do artigo 31.º e pelos n.º s 10 e 15 do artigo 32.º
Artigo 29.º
Infraestruturas e Habitação
Página 32 de 651
3 - O Ministro das Infraestruturas e da Habitação exerce a superintendência e tutela
sobre:
a) O Laboratório Nacional de Engenharia Civil, I. P., em coordenação com o Ministro da
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior;
b) O Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção, I. P.;
c) O Instituto da Mobilidade e dos Transportes, I. P., em coordenação com o Ministro da
Administração Interna, com o Ministro do Ambiente e da Ação Climática e com o
Ministro do Mar, em razão das matérias relacionadas com as respetivas áreas;
d) O Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, I. P.
4 - Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros, ao
Ministro de Estado e das Finanças e ao Ministro do Ambiente e da Ação Climática, o
Ministro das Infraestruturas e da Habitação exerce as competências legalmente previstas
em relação às entidades do setor empresarial do Estado que atuam no âmbito das matérias
identificadas no n.º 1, incluindo o Metro Mondego, S. A., a CP - Comboios de Portugal,
E. P. E., e a Infraestruturas de Portugal, S. A., e gere a concessão de exploração do serviço
de transporte ferroviário de passageiros do eixo Norte-Sul da região de Lisboa.
5 - Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros e ao
Ministro de Estado e das Finanças, o Ministro das Infraestruturas e da Habitação exerce
a superintendência e tutela sobre as administrações portuárias, em coordenação com o
Ministro do Mar.
6 - O Ministro das Infraestruturas e da Habitação exerce ainda os poderes que lhe são
conferidos pelos n.º s 6 e 11 do artigo 32.º
Nota: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo define a “operação de
reabilitação urbana” como “o conjunto articulado de intervenções visando, de forma integrada, a
reabilitação urbana de uma determinada área”.
Artigo 30.º
Coesão Territorial
1 - A Ministra da Coesão Territorial tem por missão formular, conduzir, executar e avaliar
as políticas de coesão territorial, de cooperação territorial europeia, de desenvolvimento
regional e de valorização do interior, tendo em vista a redução das desigualdades
territoriais e o desenvolvimento equilibrado do território, atendendo às especificidades
das áreas do país com baixa densidade populacional e aos territórios transfronteiriços.
2 - A Ministra da Coesão Territorial é responsável pelo Programa de Valorização do
Interior e pelo Programa de Revitalização do Pinhal Interior.
3 - A Ministra da Coesão Territorial exerce a direção sobre as comissões de coordenação
e desenvolvimento regional, em coordenação com a Ministra da Modernização do Estado
e da Administração Pública, no que diz respeito à relação com as autarquias locais, e com
o Ministro do Ambiente e da Ação Climática, em matérias de ambiente e ordenamento
do território.
4 - A Ministra da Coesão Territorial preside, com faculdade de delegação, à Comissão de
Captação de Investimento para o Interior.
5 - A Ministra da Coesão Territorial exerce ainda os poderes que lhe são conferidos pelo
n.º 6 do artigo 22.º
Artigo 31.º
Agricultura
Página 33 de 651
1 - A Ministra da Agricultura tem por missão formular, conduzir, executar e avaliar as
políticas em matéria agrícola, agroalimentar, de desenvolvimento rural, bem como
planear e coordenar a aplicação dos fundos nacionais e europeus destinados à agricultura
e ao desenvolvimento rural, procedendo à respetiva definição da estratégia e prioridades.
2 - A Ministra da Agricultura exerce a direção sobre:
a) A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária;
b) A Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural.
3 - A Ministra da Agricultura exerce a superintendência e tutela sobre:
a) O Instituto da Vinha e do Vinho, I. P.;
b) O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P.;
c) O Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I. P.
4 - A Ministra da Agricultura, conjuntamente com o Ministro do Mar, exerce a direção,
nas matérias da sua competência, sobre:
a) O Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral;
b) As direções regionais de agricultura e pescas.
5 - A Ministra da Agricultura, conjuntamente com a Ministra da Modernização do Estado
e da Administração Pública, com o Ministro do Ambiente e da Ação Climática e com o
Ministro do Mar, exerce a direção, nas matérias da sua competência, sobre a Inspeção-
Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território.
6 - A Ministra da Agricultura exerce a superintendência e tutela do Instituto de
Financiamento da Agricultura e Pescas, I. P., conjuntamente com o Ministro do Mar, e
em coordenação com o Ministro de Estado e das Finanças e com o Ministro do
Planeamento.
7 - Nos termos do disposto no número anterior, a Ministra da Agricultura exerce a
superintendência e tutela em matéria de agricultura, desenvolvimento rural e respetivos
fundos europeus, e o Ministro do Mar exerce a superintendência e tutela em matéria de
mar e respetivos fundos europeus.
8 - Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros e ao
Ministro de Estado e das Finanças, a Ministra da Agricultura exerce a superintendência
sobre a EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S. A., sendo
a competência relativa à definição das orientações, nos domínios do ambiente, dos
recursos hídricos, do ordenamento do território e do desenvolvimento regional, bem como
ao acompanhamento da sua execução, exercida em coordenação com o Ministro do
Ambiente e da Ação Climática.
9 – A Ministra da Agricultura, conjuntamente como Ministro do Ambiente e da Ação
Climática, exerce a direção, nas matérias da sua competência, sobre o Provedor do
Animal.
10 - A Ministra da Agricultura exerce ainda os poderes que lhe são conferidos pelo n.º 6
do artigo 28.º e pelo n.º 8 do artigo 32.º
Artigo 32.º
Mar
1 - O Ministro do Mar tem por missão a coordenação transversal dos assuntos do mar,
através da definição e acompanhamento da Estratégia Nacional para o Mar, da promoção
do conhecimento científico, da inovação e do desenvolvimento tecnológico na área do
mar, da definição e coordenação da execução das políticas de proteção, planeamento,
ordenamento, gestão e exploração dos recursos do mar, da promoção de uma presença
efetiva no mar, dos seus usos e de uma economia do mar sustentável, das pescas, da
Página 34 de 651
náutica de recreio, dos portos de pesca e a gestão dos fundos nacionais e europeus
relativos ao mar.
2 - Compete ao Ministro do Mar, conjuntamente com o Ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros, a coordenação intersetorial da participação nacional nos organismos
europeus e internacionais responsáveis pela definição e pela monitorização das políticas
marítimas.
3 - O Ministro do Mar exerce a direção sobre:
a) A Direção-Geral de Política do Mar;
b) A Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos;
c) A Comissão Técnica do Registo Internacional de Navios da Madeira;
d) A Autoridade de Gestão do Programa Operacional Mar 2020 (Mar 2020).
4 - O Ministro do Mar, conjuntamente com a Ministra da Agricultura, exerce a direção,
no que diz respeito às matérias da sua competência, sobre:
a) O Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral;
b) As direções regionais de agricultura e pescas.
5 - O Ministro do Mar, conjuntamente com a Ministra da Modernização do Estado e da
Administração Pública, com o Ministro do Ambiente e da Ação Climática e com a
Ministra da Agricultura, exerce a direção sobre a Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar,
do Ambiente e do Ordenamento do Território, no que diz respeito às suas áreas de
competência.
6 - O Ministro do Mar exerce a direção sobre a Direção-Geral de Recursos Naturais,
Segurança e Serviços Marítimos e sobre o Gabinete de Investigação de Acidentes
Marítimos e da Autoridade para a Meteorologia Aeronáutica, em coordenação com o
Ministro das Infraestruturas e da Habitação, em razão das matérias relacionadas com as
respetivas áreas.
7 - O Ministro do Mar, conjuntamente com a Ministra da Agricultura, exerce a
superintendência e tutela do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas, I. P., e
em coordenação com o Ministro de Estado e das Finanças e o Ministro do Planeamento.
8 - Nos termos do disposto no número anterior, o Ministro do Mar exerce a
superintendência e tutela em matéria de mar e respetivos fundos europeus, conjuntamente
com a Ministra da Agricultura, que exerce a superintendência e tutela em matéria de
agricultura, desenvolvimento rural e respetivos fundos europeus.
9 - Compete ao Ministro do Mar, sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao
Conselho de Ministros e ao Ministro de Estado e das Finanças, a superintendência e tutela
da Docapesca - Portos e Lotas, S. A.
10 - O Ministro do Mar exerce a superintendência e tutela sobre o Instituto Português do
Mar e da Atmosfera, I. P., em coordenação com o Ministro da Ciência, Tecnologia e
Ensino Superior e com o Ministro do Ambiente e da Ação Climática.
11 - O Ministro do Mar exerce a tutela sobre a Escola Superior Náutica Infante D.
Henrique, em coordenação com o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e
com o Ministro das Infraestruturas e da Habitação.
12 - O Ministro do Mar coordena a Comissão Interministerial para os Assuntos do Mar e
substitui o Primeiro-Ministro na respetiva presidência, nas suas ausências e
impedimentos.
13 - Compete ao Ministro do Mar definir as orientações estratégicas para a Estrutura de
Missão para a Extensão da Plataforma Continental, em coordenação com o Ministro da
Defesa Nacional.
14 - Compete ao Ministro do Mar, conjuntamente com o Ministro da Defesa Nacional,
no âmbito das respetivas competências, definir as orientações estratégicas para a
Autoridade Marítima Nacional e coordenar a execução dos poderes de autoridade
Página 35 de 651
marítima nos espaços de jurisdição e no quadro de atribuições do Sistema da Autoridade
Marítima.
15 - Compete ao Ministro do Mar definir as orientações estratégicas para o Observatório
para o Atlântico, em coordenação com o Ministro de Estado, da Economia e da Transição
Digital, com o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e com o Ministro do
Ambiente e da Ação Climática.
16 - Encontra-se na dependência do Ministro do Mar a Estrutura de Missão para as
Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação comandada pelo navegador
português Fernão de Magalhães (2019-2022).
17 - Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos a outras áreas governativas, o
Ministro do Mar assume a qualidade de concedente no âmbito das bases da concessão das
atividades de serviço público de exploração e administração do equipamento «Oceanário
de Lisboa».
18 - O Ministro do Mar exerce ainda os poderes que lhe são conferidos pelo n.º 5 do artigo
15.º, pelo n.º 7 do artigo 18.º e pela alínea c) do n.º 3 e pelo n.º 5 do artigo 29.º
Artigo 33.º
Setor empresarial do Estado
Nos casos omissos neste decreto-lei, e sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos
ao Conselho de Ministros e ao Ministro de Estado e das Finanças, as/os ministras/os
exercem as competências que lhes são atribuídas por lei sobre as entidades do setor
empresarial do Estado, nas matérias abrangidas pelas suas competências.
Artigo 34.º
Serviços e fundos autónomos
Nos casos omissos no presente decreto-lei, e sem prejuízo dos poderes legalmente
conferidos ao Conselho de Ministros, as/os ministras/os exercem as competências que
lhes são atribuídas pela lei sobre os serviços e fundos autónomos.
Artigo 35.º
Organismos profissionais públicos
Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros, as/os
ministras/os exercem as competências que lhes são atribuídas pela lei sobre as entidades
profissionais de direito público na área da respetiva competência.
Artigo 36.º
Entidades reguladoras e outros órgãos ou entidades administrativas independentes
Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros, as/os
ministras/os exercem as competências que lhes são atribuídas pela lei sobre as entidades
reguladoras e outros órgãos ou entidades administrativas independentes na área da
respetiva competência.
Artigo 37.º
Estruturas ou unidades de missão
Sem prejuízo dos poderes legalmente conferidos ao Conselho de Ministros, as/os
ministras/os exercem as competências que lhes são atribuídas por lei ou outro ato
normativo sobre as estruturas ou unidades de missão na área da respetiva competência.
Página 36 de 651
TÍTULO II
Funcionamento do Governo
CAPÍTULO I
Do Conselho de Ministros
Artigo 38.º
Periodicidade
Artigo 39.º
Ordem do dia
1 - As reuniões do Conselho de Ministros obedecem à ordem do dia, fixada na respetiva
agenda pelo Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, sob indicação
do Primeiro-Ministro e da Ministra de Estado e da Presidência.
2 - Apenas o Primeiro-Ministro pode sujeitar à apreciação do Conselho de Ministros
quaisquer projetos ou assuntos que não constem da respetiva agenda.
Artigo 40.º
Agenda do Conselho de Ministros
1 - A organização da agenda do Conselho de Ministros cabe ao Primeiro-Ministro, sob
proposta da Ministra de Estado e da Presidência, que é, para o efeito, coadjuvada pelo
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
2 - A agenda do Conselho de Ministros é remetida previamente aos gabinetes de todos os
membros do Governo pelo gabinete do Secretário de Estado da Presidência do Conselho
de Ministros.
3 - A agenda do Conselho de Ministros comporta quatro partes:
a) A primeira, relativa à análise da situação política nacional, europeia e internacional e
ao debate de assuntos específicos de políticas setoriais, incluindo a coordenação dos
assuntos europeus;
b) A segunda, relativa à apreciação de projetos que tenham reunido consenso em reunião
de Secretárias/os de Estado;
c) A terceira, relativa à apreciação de projetos que já tenham sido aprovados na
generalidade em anteriores reuniões do Conselho de Ministros;
d) A quarta, relativa à apreciação de projetos que:
i) Não tenham obtido consenso em reunião de Secretárias/os de Estado ou que tenham
sido adiados em anterior reunião do Conselho de Ministros;
ii) Tenham sido objeto de agendamento direto para Conselho de Ministros;
iii) Tenham sido apresentados nos termos do n.º 2 do artigo 39.º
Artigo 41.º
Solidariedade
Página 37 de 651
Todos os membros do Governo estão vinculados às deliberações tomadas em Conselho
de Ministros, bem como ao dever de sigilo sobre as posições tomadas e as deliberações
efetuadas.
CAPÍTULO II
Reunião de Secretárias/os de Estado
Artigo 42.º
Periodicidade
Artigo 43.º
Reuniões de Secretárias/os de Estado especializadas
Artigo 44.º
Objeto
As reuniões de Secretárias/os de Estado são preparatórias do Conselho de Ministros e têm
por objeto:
a) Analisar a situação política e debater assuntos específicos de políticas setoriais;
b) Analisar os projetos colocados em circulação.
Artigo 45.º
Agenda
1 - A fixação da agenda da reunião de Secretárias/os de Estado cabe à Ministra de Estado
e da Presidência, sob proposta do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de
Ministros.
2 - A agenda da reunião de Secretárias/os de Estado é remetida previamente aos gabinetes
de todos os membros do Governo pelo gabinete do Secretário de Estado da Presidência
do Conselho de Ministros.
3 - A agenda da reunião de Secretárias/os de Estado comporta três partes:
a) A primeira, relativa à troca de informações sobre assuntos setoriais;
b) A segunda, relativa à apreciação de projetos postos em circulação que lhe sejam
submetidos pela primeira vez;
c) A terceira, relativa à apreciação de projetos transitados de anteriores reuniões e de
projetos remetidos pelo Conselho de Ministros.
4 - Excecionalmente podem ser agendados projetos diretamente para reunião de
Secretárias/os de Estado, na terceira parte da agenda.
5 - A agenda das reuniões extraordinárias e especializadas de secretárias/os de Estado é
fixada pela Ministra de Estado e da Presidência, com faculdade de delegação no
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Página 38 de 651
CAPÍTULO III
Do procedimento legislativo governamental
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 46.º
Confidencialidade
Artigo 47.º
Desmaterialização do procedimento
SECÇÃO II
Fase de planificação legislativa e de monitorização
Artigo 49.º
Calendarização de iniciativas
1 - Até ao final de cada sessão legislativa, cada gabinete ministerial informa o gabinete
do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros da calendarização
proposta para as várias iniciativas legislativas tendentes à implementação do programa
do Governo durante a sessão legislativa seguinte.
Página 39 de 651
2 - A apresentação da calendarização prevista no número anterior não invalida a
apresentação superveniente de correções, supressões ou aditamentos, em especial quando
se trate de iniciativas legislativas de natureza urgente ou de vigência temporária.
Artigo 50.º
Avaliação e validação estratégica
O Primeiro-Ministro procede à avaliação e validação estratégica da calendarização
proposta, fixando a ordem de prioridades legislativas e a calendarização da
implementação de medidas legislativas, em coordenação com a Ministra de Estado e da
Presidência, sob coadjuvação do Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e do
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Artigo 51.º
Procedimento de negociação de atos normativos da União Europeia
Artigo 52.º
Procedimento de transposição de atos normativos da União Europeia
Página 40 de 651
Artigo 53.º
Monitorização da transposição de atos normativos da União Europeia
SECÇÃO III
Fase de elaboração e redação normativa
Artigo 54.º
Legística
Artigo 55.º
Avaliação do impacto legislativo
1 - Os projetos de atos normativos do Governo devem ser sujeitos a uma avaliação prévia
de impacto legislativo, que procure estimar a variação de benefícios e de encargos
impostos sobre a vida das pessoas e relativos à atividade das empresas, em especial
pequenas e médias empresas, bem como outros impactos de natureza não económica.
2 - O exercício de avaliação de impacto legislativo referido no número anterior é
assegurado pela Unidade Técnica de Avaliação de Impacto Legislativo no prazo de 5 dias,
contados a partir da data da sua solicitação pelo gabinete do Secretário de Estado da
Presidência do Conselho de Ministros, sendo o prazo passível de prorrogação, a título
excecional, pelo Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
3 - Os relatórios e avaliação de impacto legislativo relativos a projetos de propostas de lei
podem ser remetidos à Assembleia da República, mediante solicitação desta.
SECÇÃO IV
Fase de iniciativa
Artigo 56.º
Início do procedimento legislativo
Página 41 de 651
Conselho de Ministros, sob pena de rejeição imediata e sua devolução ao gabinete
ministerial proponente.
Artigo 57.º
Documentos que acompanham os projetos
Artigo 58.º
Acompanhamento de instrumentos de regulamentação
1 - Para além dos elementos exigidos pelo artigo anterior, os projetos de diplomas
legislativos devem ser obrigatoriamente acompanhados de todos os projetos de
Página 42 de 651
regulamentação necessários à sua implementação logo que entrem em vigor,
designadamente e consoante os casos de:
a) Projetos de decretos regulamentares;
b) Projetos de portarias;
c) Projetos de despachos normativos.
2 - Os projetos de diplomas legislativos devem ser obrigatoriamente acompanhados de
um relatório sucinto sobre o grau e os custos de adaptabilidade ao novo regime jurídico
proposto, de sistemas e tecnologias de informação já instalados e em execução.
3 - Sem prejuízo da possibilidade de fixação de um prazo razoável, para efeitos de
cumprimento superveniente das condições constantes dos números anteriores, a falta do
seu cumprimento implica a possibilidade de recusa de envio para circulação ou de
inscrição em agenda de reunião de Secretárias/os de Estado, pelo Secretário de Estado da
Presidência do Conselho de Ministros.
SECÇÃO V
Fase de instrução legislativa
SUBSECÇÃO I
Pareceres internos
Artigo 59.º
Parecer do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros
1 - Todos os projetos de atos legislativos que visem a transposição para a ordem jurídica
nacional de atos normativos da União Europeia, ou que se mostrem necessários para
assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes dos tratados da União Europeia,
carecem de parecer obrigatório, e não vinculativo, do Ministro de Estado e dos Negócios
Estrangeiros.
2 - Compete ao membro do Governo proponente do projeto solicitar ao Ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros a emissão de parecer, dando disso conhecimento ao
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
3 - O disposto nos números anteriores é aplicável a todos os atos normativos de
organizações internacionais de que Portugal faça parte e que sejam suscetíveis de
aplicabilidade direta na ordem jurídica portuguesa.
Artigo 60.º
Parecer da Ministra de Estado e da Presidência
Página 43 de 651
Artigo 61.º
Parecer do Ministro de Estado e das Finanças
1 - Todos os projetos legislativos que envolvam aumento de despesas ou diminuição de
receitas são obrigatoriamente sujeitos a parecer favorável do Ministro de Estado e das
Finanças.
2 - Carecem de parecer obrigatório, mas não vinculativo, do Ministro de Estado e das
Finanças os projetos que visem:
a) A criação, organização ou extinção de serviços e organismos públicos;
b) A fixação ou alteração de atribuições, da estrutura, das competências e do
funcionamento de serviços e organismos públicos;
c) A aprovação ou alteração de quadros ou mapas de pessoal em geral, incluindo os que
tenham em vista a criação de lugares;
d) A criação e reestruturação de carreiras dos regimes geral e especial e de corpos
especiais e a fixação ou alteração das respetivas escalas salariais;
e) A fixação ou alteração das condições de ingresso, acesso e progressão nas carreiras e
corpos especiais;
f) A definição ou alteração do regime e condições de atribuição de suplementos
remuneratórios;
g) A fixação ou alteração das condições de aposentação, reforma ou invalidez e dos
benefícios referentes à ação social complementar;
h) A atribuição de quotas de descongelamento para admissão de pessoal estranho à função
pública;
i) A contratação de pessoal a termo certo;
j) A requisição de pessoal a empresas públicas ou privadas;
k) A racionalização e eficácia da organização e gestão públicas, designadamente quanto
à autonomia de gestão.
3 - Compete ao membro do Governo proponente do projeto solicitar ao Ministro de
Estado e das Finanças a emissão de parecer, dando disso conhecimento ao Secretário de
Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Artigo 62.º
Parecer da Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública
Página 44 de 651
singulares e coletivos, deveres, responsabilidades e garantias dos trabalhadores da
Administração Pública.
3 - Compete ao membro do Governo proponente solicitar a emissão dos pareceres
referidos nos números anteriores, dando disso conhecimento ao Secretário de Estado da
Presidência do Conselho de Ministros.
Artigo 63.º
Procedimento para a emissão de parecer
SECÇÃO VI
Fase de circulação legislativa
Artigo 64.º
Circulação e devolução
Página 45 de 651
Artigo 65.º
Prazos de circulação
Artigo 66.º
Apreciação interministerial
Artigo 67.º
Articulação interministerial
SECÇÃO VII
Fase de discussão e aprovação
SUBSECÇÃO I
Discussão e aprovação em reunião de Secretárias/os de Estado
Artigo 68.º
Reunião de Secretárias/os de Estado
Página 46 de 651
e) Pendentes de avaliação política;
f) Adiados;
g) Adiados a pedido do membro do Governo proponente;
h) Retirados pelo membro do Governo proponente;
i) Remetidos para a parte iv da agenda do Conselho de Ministros.
2 - Os projetos que não reúnam consenso em reunião de Secretárias/os de Estado são
objeto de apreciação pelos Ministros competentes na matéria em causa, sob coordenação
do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, antes do seu
agendamento para Conselho de Ministros.
3 - Os projetos agendados cujo procedimento haja desrespeitado o disposto no n.º 1 do
artigo 66.º e no n.º 2 do artigo 67.º são automaticamente adiados, sem prejuízo da remessa
para parte iv da agenda do Conselho de Ministros uma vez concluída a respetiva
articulação interministerial.
Artigo 69.º
Deliberações
Artigo 70.º
Súmula
SUBSECÇÃO II
Audições
Artigo 71.º
Audição das regiões autónomas
1 - Nos casos previstos na Constituição e na lei, o Governo procede à audição dos órgãos
de governo próprio das regiões autónomas, nos termos dos números seguintes.
2 - Após a aprovação do diploma em reunião de Secretárias/os de Estado, a audição prévia
dos órgãos de governo próprio das regiões autónomas, constitucional ou legalmente
exigida, é efetuada por solicitação do Secretário de Estado da Presidência do Conselho
de Ministros.
Página 47 de 651
3 - A audição é feita em condições que preservem a confidencialidade.
4 - Quando tal se justifique, podem os projetos ser submetidos a Conselho de Ministros,
para aprovação na generalidade, ficando a aprovação final dependente do transcurso do
prazo de audição.
Artigo 72.º
Outras audições
1 - Sem prejuízo das competências das ministras/os quanto ao âmbito dos respetivos
ministérios, compete ao Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros
promover as audições previstas na Constituição não incluídas no artigo anterior e todas
as outras audições previstas na lei, preferencialmente, após a aprovação em reunião de
Secretárias/os de Estado ou, nos termos do número seguinte, em Conselho de Ministros.
2 - Quando tal se justifique, podem os projetos ser submetidos a Conselho de Ministros,
para aprovação na generalidade, antes de decorrido o prazo da audição, ficando a
aprovação final dependente do transcurso desse prazo.
3 - O disposto no n.º 1 não abrange a negociação ou audição de estruturas representativas
dos trabalhadores, designadamente dos trabalhadores da Administração Pública.
4 - Para os efeitos do n.º 1, deve o membro do Governo proponente facultar a lista de
entidades a ser ouvidas no âmbito do procedimento legislativo ao gabinete do Secretário
de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
5 - Quando tal seja considerado necessário ou conveniente, pode o Secretário de Estado
da Presidência do Conselho de Ministro determinar que seja o membro do Governo
proponente a promover as audições, cabendo àquele assegurar, no contexto do
procedimento legislativo, o respeito pelos direitos de audição previstos na Constituição e
na lei.
SUBSECÇÃO III
Discussão e aprovação em Conselho de Ministros
Artigo 73.º
Conselho de Ministros
Página 48 de 651
h) Remessa para discussão em reunião de Secretárias/os de Estado.
5 - Os projetos aprovados com reserva de redação final são insuscetíveis de modificação
substancial não expressamente salvaguardada pelo Conselho de Ministros, mas podem
ser objeto de alterações formais ou legísticas, por parte do Secretário de Estado da
Presidência do Conselho de Ministros.
6 - Qualquer projeto pode ser retirado até à sua deliberação ou votação, pelo Primeiro-
Ministro ou pelos respetivos membros do Governo proponentes.
Artigo 74.º
Deliberações
1 - O Conselho de Ministros delibera validamente desde que esteja presente a maioria dos
seus membros com direito a voto.
2 - As deliberações do Conselho de Ministros são tomadas por consenso, salvo se o
Primeiro-Ministro optar por sujeitar a deliberação a votação.
3 - Dispõem de direito a voto o Primeiro-Ministro, as/os ministras/os e as/os secretárias/os
de Estado que estejam nas condições previstas no n.º 2 do artigo 2.º, tendo o Primeiro-
Ministro voto de qualidade.
4 - Em caso de urgência ou de excecional interesse público, as deliberações podem ser
tomadas por deliberação escrita, expressa pelo Primeiro-Ministro e por cada uma/um
das/os ministras/os, através da rede informática do Governo, dirigida ao gabinete do
Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
Artigo 75.º
Comunicado do Conselho de Ministros
De cada reunião do Conselho de Ministros é elaborado um comunicado, que é
publicamente divulgado.
Artigo 76.º
Súmula
SECÇÃO VIII
Fase de redação final
Artigo 77.º
Tramitação subsequente
Página 49 de 651
1 - Compete ao Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros promover
a introdução das alterações na redação dos diplomas aprovados, quando tal tenha sido
deliberado em Conselho de Ministros.
2 - Os diplomas devem ser assinados pelas/os ministras/os competentes em razão da
matéria, nos termos do n.º 3 do artigo 201.º da Constituição, num prazo que não deve
exceder três dias.
3 - O Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros pode promover a
assinatura dos diplomas na reunião do Conselho de Ministros em que os mesmos são
aprovados.
4 - Após o processo de recolha de assinaturas, as propostas de lei ou de resolução da
Assembleia da República são enviadas pelo Secretário de Estado da Presidência do
Conselho de Ministros ao Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, que conduz
o respetivo processo de apresentação à Assembleia da República.
Artigo 78.º
Princípio da concentração da vigência de novos atos normativos
Salvo situações de excecional interesse público, de necessidade de regulação de situações
de emergência ou da necessidade de cumprimento de obrigações internacionais, os atos
normativos que alterem o enquadramento jurídico das empresas apenas podem entrar em
vigor, semestralmente, a 1 de janeiro ou a 1 de julho de cada ano.
CAPÍTULO IV
Dos outros procedimentos
SECÇÃO I
Procedimentos normativos
Artigo 79.º
Aplicação subsidiária
Artigo 80.º
Parecer do Ministro de Estado e das Finanças
1 - Todos os projetos de atos normativos que não assumam natureza legislativa e que
envolvam aumento de despesas ou diminuição de receitas são obrigatoriamente sujeitos
a parecer favorável do Ministro de Estado e das Finanças.
2 - Em simultâneo ao envio do projeto ao Ministro de Estado e das Finanças, deve disso
ser dado conhecimento ao Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros.
SECÇÃO II
Outros procedimentos
Artigo 81.º
Atos de delegação de poderes do Conselho de Ministros do XXI Governo
Constitucional
Página 50 de 651
Para efeitos do disposto no artigo 50.º do Código de Procedimento Administrativo, os
atos de delegação de poderes efetuados pelo Conselho de Ministros nos respetivos
membros do Governo, no âmbito do Decreto-Lei n.º 251-A/2015, de 17 de dezembro, na
sua redação atual, que aprova a Lei Orgânica do XXI Governo Constitucional, que ainda
não esgotaram todos os seus efeitos, não se extinguem, considerando-se as delegações
efetuadas nos membros do Governo que os sucederam nas suas atribuições e
competências nos termos do presente decreto-lei.
Artigo 82.º
Suprimento de irregularidades
Salvo o disposto nos artigos 74.º e 85.º, consideram-se supridas todas as irregularidades
decorrentes do incumprimento das disposições de natureza procedimental do presente
título, bem como do anexo, com a aprovação do ato normativo em causa no Conselho de
Ministros.
Artigo 83.º
Procedimento de alienação
A alienação, permuta, oneração e a cedência de utilização cuja natureza não seja precária
do património imobiliário do Estado e de qualquer entidade da Administração direta e
indireta do Estado ou do setor público empresarial estão dependentes de despacho do
Primeiro-Ministro, que pode delegar em qualquer membro do Governo, com faculdade
de subdelegação, a referida competência.
Artigo 83.º-A
Coordenação regional
O Primeiro-Ministro procede à nomeação, mediante despacho, dos membros do Governo,
designadamente em situação de alerta, contigência ou calamidade, estado de sítio ou de
emergência, a quem incumbe a coordenação horizontal das entidades, organismos ou
serviços de âmbito regional ou distrital da administração direta ou indireta do Estado,
promovendo a articulação e interlocução de todas as estruturas desconcentradas do
Estado, autarquias locais e entidades dos setores social e económico existentes na
respetiva NUTS II.
TÍTULO III
Das disposições complementares, transitórias e finais
Artigo 84.º
Disposições orçamentais
1 - Os encargos com os gabinetes dos membros do Governo são assegurados com recurso
às verbas anteriormente afetas às estruturas que prosseguiam as respetivas atribuições e
competências, até à entrada em vigor da Lei do Orçamento do Estado para 2020, sendo
que, a partir de 1 de janeiro de 2020, a estrutura do Orçamento do Estado reflete as
alterações decorrentes do presente decreto-lei.
2 - Compete ao Ministro de Estado e das Finanças providenciar e implementar a efetiva
reafetação de verbas necessárias ao funcionamento da nova estrutura governamental, em
estreita coordenação com as/os respetivas/os ministras/os, sob proposta das áreas
setoriais, em face das necessidades líquidas.
3 - Para efeitos de execução, prestação de contas e fecho da Conta Geral do Estado de
2019, mantém-se a mesma codificação de programas e títulos orçamentais definidos pela
Lei do Orçamento do Estado para 2019.
Página 51 de 651
4 - Para as demais entidades, são aplicáveis as disposições dos números anteriores,
aplicando-se as alterações decorrentes do presente decreto-lei, bem como ainda as
alterações de regime financeiro não implementadas até final de 2019, a partir de 1 de
janeiro de 2020.
Artigo 85.º
Atos de incidência orçamental
Todos os atos do Governo que envolvam aumento das despesas ou diminuição das
receitas previstas na Lei do Orçamento do Estado para cada ano, são obrigatoriamente
aprovados pelo Ministro de Estado e das Finanças.
Artigo 86.º
Gabinetes do Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, do Secretário de
Estado Adjunto do Primeiro-Ministro e do Secretário de Estado da Presidência do
Conselho de Ministros
COMISSÕES DE COORDENAÇÃO E
DESENVOLVIMENTO REGIONAL (CCDRs)
Página 52 de 651
REGIME JURÍDICO DAS AUTARQUIAS LOCAIS (RJAL)
Estabelece o regime jurídico das autarquias locais, aprova o estatuto das entidades
intermunicipais, estabelece o regime jurídico da transferência de competências do Estado
para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais e aprova o regime jurídico
do associativismo autárquico.
Artigo 1.º
Objeto
Artigo 2.º
Sucessão
Página 53 de 651
à data da entrada em vigor da presente lei, esta cinde-se em tantas comunidades
intermunicipais quantas as áreas geográficas resultantes da divisão, que sucedem nas
partes correspondentes dos direitos e deveres das anteriores, ficando os municípios
automaticamente integrados na comunidade intermunicipal por cuja área geográfica
tenham passado a estar abrangidos, sem prejuízo do direito de abandoná-las.
5 - Os municípios que deixem de estar abrangidos pela área territorial de uma
comunidade intermunicipal existente à data da entrada em vigor da presente lei deixam
automaticamente de fazer parte daquela e ficam automaticamente integrados na área
metropolitana ou na comunidade intermunicipal por cuja área geográfica tenham
passado a estar abrangidos, sem prejuízo de abandonar a comunidade intermunicipal.
6 - No prazo de 90 dias, as novas comunidades intermunicipais aprovam os seus
estatutos e as comunidades intermunicipais existentes à data da entrada em vigor da
presente lei que sofram alterações nas respetivas áreas geográficas reveem os seus
estatutos e regulam as consequências jurídicas da alteração.
7 - Mantêm-se válidos e em vigor, com as devidas adaptações, e em tudo o que não
contrarie o disposto no regime jurídico das entidades intermunicipais, aprovado no
anexo i, os regulamentos com eficácia externa e os regulamentos de organização e
funcionamento dos serviços das entidades intermunicipais existentes à data da entrada
em vigor da presente lei.
8 - Caso o direito de abandono das comunidades intermunicipais referido nos n.º s 2, 3,
4 e 5 seja exercido no prazo de 6 meses após a entrada em vigor da presente lei não é
aplicável o disposto no n.º 2 do artigo 65.º
Artigo 3.º
Norma revogatória
1 - São revogados:
a) Os artigos 2.º a 7.º, 10.º, 11.º, 13.º, 14.º, 44.º, 103.º, 105.º e 177.º a 187.º do Código Administrativo;
b) O Decreto-Lei n.º 78/84, de 8 de março;
c) A Lei n.º 159/99, de 14 de setembro, alterada pelos Decretos-Leis n.º s 7/2003, de 15 de janeiro, e
268/2003, de 28 de outubro, e pelas Leis n.º s 107-B/2003, de 31 de dezembro, 55-B/2004, de 30 de
dezembro, 60-A/2005, de 30 de dezembro, 53-A/2006, de 29 de dezembro, 67-A/2007, de 31 de
dezembro, 64-A/2008, de 31 de dezembro, 3-B/2010, de 28 de abril, e 55-A/2010, de 31 de dezembro;
d) Os artigos 1.º a 3.º, 10.º-A, 13.º a 16.º, as alíneas c) a o) e q) a s) do n.º 1 e os n.º s 2 a 6 do artigo 17.º,
os artigos 18.º a 20.º, o n.º 1 do artigo 23.º, 30.º a 41.º, 46.º-A, 49.º a 52.º-A, as alíneas b) a j) e m) a r) do
n.º 1 e os n.º s 2 a 8 do artigo 53.º, os artigos 54.º e 55.º, 62.º a 74.º, 81.º a 95.º, e 98.º e 99.º da Lei n.º
169/99, de 18 de setembro, alterada e republicada pela Lei n.º 5-A/2002, de 11 de janeiro, pela Lei n.º
67/2007, de 31 de dezembro, e pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de novembro;
e) O n.º 1 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 310/2002, de 18 de dezembro, alterado pelos Decretos-Leis n.º
s 156/2004, de 30 de junho, 9/2007, de 17 de janeiro, 114/2008, de 1 de julho, 48/2011, de 1 de abril, e
204/2012, de 29 de agosto, na parte em que refere as alíneas b), c) e f) do artigo 1.º do mesmo diploma,
bem como as suas subsequentes disposições relativas à titularidade da competência para o licenciamento
das atividades de venda ambulante de lotarias, de arrumador de automóveis e atividades ruidosas de
caráter temporário que respeitem a festas populares, romarias, feiras, arraiais e bailes;
f) A Lei n.º 45/2008, de 27 de agosto, sem prejuízo do disposto no número seguinte;
g) A Lei n.º 46/2008, de 27 de agosto, alterada pela Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro, sem prejuízo
do disposto no número seguinte.
2 - Os artigos 23.º a 30.º da Lei n.º 45/2008, de 27 de agosto, e os artigos 23.º a 28.º da Lei n.º 46/2008, de
27 de agosto, alterada pela Lei n.º 55-A/2010, de 31 de dezembro, mantêm-se em vigor até 31 de
dezembro de 2013.
3 - A revogação da Lei n.º 159/99, de 14 de setembro, prevista na alínea c) do número anterior, não
prejudica as transferências e delegações de competências efetuadas previamente à entrada em vigor da
presente lei.
Página 54 de 651
Artigo 4.º
Entrada em vigor
Sem prejuízo do disposto no n.º 2 do artigo anterior, a presente lei entra em vigor no dia
seguinte ao da realização das eleições gerais para os órgãos das autarquias locais
imediatamente subsequentes à sua publicação.
Artigo 5.º
Regime especial
ANEXO I
(a que se refere o n.º 2 do artigo 1.º)
TÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objeto
Artigo 2.º
Atribuições
Artigo 3.º
Página 55 de 651
Competências
As autarquias locais prosseguem as suas atribuições através do exercício pelos respetivos
órgãos das competências legalmente previstas, designadamente:
a) De consulta;
b) De planeamento;
c) De investimento;
d) De gestão;
e) De licenciamento e controlo prévio;
f) De fiscalização.
Artigo 4.º
Princípios gerais
A prossecução das atribuições e o exercício das competências das autarquias locais e das
entidades intermunicipais devem respeitar os princípios da descentralização
administrativa, da subsidiariedade, da complementaridade, da prossecução do interesse
público e da proteção dos direitos e interesses dos cidadãos e a intangibilidade das
atribuições do Estado.
TÍTULO II
Autarquias locais
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 5.º
Órgãos
1 - Os órgãos representativos da freguesia são a assembleia de freguesia e a junta de
freguesia.
2 - Os órgãos representativos do município são a assembleia municipal e a câmara
municipal.
Artigo 6.º
Natureza
1 - A assembleia de freguesia e a assembleia municipal são os órgãos deliberativos,
respetivamente, da freguesia e do município.
2 - A junta de freguesia e a câmara municipal são os órgãos executivos, respetivamente,
da freguesia e do município.
3 - A constituição, composição e organização dos órgãos das autarquias locais são
reguladas na Lei n.º 169/99, de 18 de setembro, alterada pelas Leis n.º s 5-A/2002, de 11
de janeiro, e 67/2007, de 31 de dezembro, e pela Lei Orgânica n.º 1/2011, de 30 de
novembro.
CAPÍTULO II
Freguesia
SECÇÃO I
Atribuições
Página 56 de 651
Artigo 7.º
Atribuições da freguesia
SECÇÃO II
Assembleia de freguesia
SUBSECÇÃO I
Competências
Artigo 8.º
Natureza das competências
Sem prejuízo das demais competências legais e de acordo com o disposto no artigo 3.º, a
assembleia de freguesia tem as competências de apreciação e fiscalização e as
competências de funcionamento previstas na presente lei
Artigo 9.º
Competências de apreciação e fiscalização
Página 57 de 651
g) Autorizar a celebração de contratos de delegação de competências e de acordos de
execução entre a junta de freguesia e a câmara municipal, bem como a respetiva resolução
e, no caso dos contratos de delegação de competências, a sua revogação;
h) Autorizar a celebração de protocolos de delegação de tarefas administrativas entre a
junta de freguesia e as organizações de moradores;
i) Autorizar a celebração de protocolos com instituições públicas, particulares e
cooperativas que desenvolvam a sua atividade na circunscrição territorial da freguesia,
designadamente quando os equipamentos envolvidos sejam propriedade da freguesia e se
salvaguarde a sua utilização pela comunidade local;
j) Autorizar a freguesia a estabelecer formas de cooperação com entidades públicas ou
privadas;
k) Autorizar a freguesia a constituir as associações previstas no capítulo IV do título III;
l) Autorizar a concessão de apoio financeiro ou de qualquer outra natureza às instituições
dedicadas ao desenvolvimento de atividades culturais, recreativas e desportivas
legalmente constituídas pelos trabalhadores da freguesia;
m) Aprovar o mapa de pessoal dos serviços da freguesia;
n) Aprovar a criação e a reorganização dos serviços da freguesia;
o) Regulamentar a apascentação de gado, na respetiva área geográfica;
p) Estabelecer, após parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos
Portugueses, a constituição dos brasões, dos selos e das bandeiras da freguesia e das suas
localidades e povoações e proceder à sua publicação no Diário da República;
q) Verificar a conformidade dos requisitos relativos ao exercício de funções a tempo
inteiro ou a meio tempo do presidente da junta de freguesia;
r) Autorizar a celebração de protocolos de geminação, amizade, cooperação ou parceria
entre freguesias com afinidades, quer ao nível das suas denominações, quer quanto ao
orago da freguesia ou a outras características de índole cultural, económica, histórica ou
geográfica.
2 - Compete ainda à assembleia de freguesia:
a) Aceitar doações, legados e heranças a benefício de inventário;
b) Estabelecer as normas gerais de administração do património da freguesia ou sob sua
jurisdição;
c) Deliberar sobre a administração dos recursos hídricos que integram o domínio público
da freguesia;
d) Conhecer e tomar posição sobre os relatórios definitivos resultantes de ações tutelares
ou de auditorias executadas sobre a atividade dos órgãos e serviços da freguesia;
e) Apreciar, em cada uma das sessões ordinárias, uma informação escrita do presidente
da junta de freguesia acerca da atividade desta e da situação financeira da freguesia, a
qual deve ser enviada ao presidente da mesa da assembleia de freguesia com a
antecedência de cinco dias sobre a data de início da sessão;
f) Discutir, na sequência de pedido de qualquer dos titulares do direito de oposição, o
relatório a que se refere o Estatuto do Direito de Oposição;
g) Aprovar referendos locais;
h) Apreciar a recusa da prestação de quaisquer informações ou recusa da entrega de
documentos por parte da junta de freguesia ou de qualquer dos seus membros que obstem
à realização de ações de acompanhamento e fiscalização;
i) Acompanhar e fiscalizar a atividade da junta de freguesia;
j) Pronunciar-se e deliberar sobre todos os assuntos que visem a prossecução das
atribuições da freguesia;
k) Pronunciar-se e deliberar sobre todos os assuntos com interesse para a freguesia, por
sua iniciativa ou após solicitação da junta de freguesia.
Página 58 de 651
3 - Não podem ser alteradas na assembleia de freguesia as propostas apresentadas pela
junta de freguesia referidas nas alíneas a), f) e m) do n.º 1, nem os documentos referidos
na alínea b) do mesmo número, sem prejuízo de esta poder vir a acolher em nova proposta
as recomendações ou sugestões feitas pela assembleia de freguesia.
Artigo 10.º
Competências de funcionamento
SUBSECÇÃO II
Funcionamento
Artigo 11.º
Sessões ordinárias
Artigo 12.º
Sessões extraordinárias
Página 59 de 651
3 - A sessão extraordinária referida no número anterior deve ser realizada no prazo
mínimo de 3 dias e máximo de 10 dias após a sua convocação.
4 - Quando o presidente da mesa da assembleia de freguesia não convoque a sessão
extraordinária requerida, podem os requerentes convocá-la diretamente, observando, com
as devidas adaptações, o disposto nos n.º s 2 e 3 e promovendo a respetiva publicitação
nos locais habituais.
Artigo 13.º
Mesa da assembleia de freguesia
1 - Compete à mesa:
a) Elaborar a ordem do dia das sessões e proceder à sua distribuição;
b) Deliberar sobre as questões de interpretação e de integração de lacunas do regimento;
c) Encaminhar, em conformidade com o regimento, as iniciativas dos membros da
assembleia de freguesia e da junta de freguesia;
d) Comunicar à assembleia de freguesia as decisões judiciais relativas à perda de mandato
em que incorra qualquer dos seus membros;
e) Dar conhecimento à assembleia de freguesia do expediente relativo aos assuntos
relevantes;
f) Proceder à marcação e justificação de faltas dos membros da assembleia de freguesia;
g) Exercer os poderes funcionais e cumprir as diligências que lhe sejam determinadas
pela assembleia de freguesia;
h) Exercer as demais competências legais.
2 - O pedido de justificação de faltas pelo interessado é feito por escrito e dirigido à mesa,
no prazo de cinco dias a contar da data da sessão ou reunião em que a falta se tenha
verificado, e a decisão é notificada ao interessado pessoalmente ou por via postal.
3 - Das deliberações da mesa cabe recurso para o plenário da assembleia de freguesia.
Artigo 14.º
Competências do presidente e dos secretários
Página 60 de 651
SECÇÃO III
Junta de freguesia
SUBSECÇÃO I
Competências
Artigo 15.º
Natureza das competências
Sem prejuízo das demais competências legais e de acordo com o disposto no artigo 3.º,
a junta de freguesia tem as competências materiais e as competências de funcionamento
previstas na presente lei.
Artigo 16.º
Competências materiais
1 - Compete à junta de freguesia:
a) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia de freguesia as opções do plano e a
proposta do orçamento, assim como as respetivas revisões;
b) Executar as opções do plano e o orçamento, assim como aprovar as suas alterações;
c) Adquirir, alienar ou onerar bens imóveis de valor até 220 vezes a remuneração
mínima mensal garantida (RMMG) nas freguesias até 5000 eleitores, de valor até 300
vezes a RMMG nas freguesias com mais de 5000 eleitores e menos de 20 000 eleitores
e de valor até 400 vezes a RMMG nas freguesias com mais de 20 000 eleitores;
d) Alienar em hasta pública, independentemente de autorização da assembleia de
freguesia, bens imóveis de valor superior aos referidos na alínea anterior, desde que a
alienação decorra da execução das opções do plano e a respetiva deliberação tenha sido
aprovada por maioria de dois terços dos membros da assembleia de freguesia em
efetividade de funções;
e) Elaborar e aprovar a norma de controlo interno, bem como o inventário dos bens,
direitos e obrigações patrimoniais da freguesia e respetiva avaliação, e ainda os
documentos de prestação de contas, a submeter à apreciação da assembleia de freguesia;
f) Executar, por empreitada ou administração direta, as obras que constem das opções
do plano e tenham dotação orçamental adequada nos instrumentos de gestão previsional
aprovados pela assembleia de freguesia;
g) Aprovar operações urbanísticas em imóveis integrados no domínio patrimonial
privado da freguesia, após parecer prévio das entidades competentes;
h) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia de freguesia os projetos de
regulamentos externos da freguesia, bem como aprovar regulamentos internos;
i) Discutir e preparar com a câmara municipal contratos de delegação de competências e
acordos de execução, nos termos previstos na presente lei;
j) Submeter à assembleia de freguesia, para efeitos de autorização, propostas de
celebração de contratos de delegação de competências e de acordos de execução, bem
como da respetiva resolução e, no caso de contratos de delegação de competências,
revogação;
k) Discutir e preparar com as organizações de moradores protocolos de delegação de
tarefas administrativas que não envolvam o exercício de poderes de autoridade;
l) Submeter à assembleia de freguesia, para efeitos de autorização, propostas de
celebração dos protocolos de delegação de tarefas administrativas previstos na alínea
anterior;
m) Discutir e preparar com instituições públicas, particulares e cooperativas que
Página 61 de 651
desenvolvam a sua atividade na circunscrição territorial da freguesia protocolos de
colaboração, designadamente quando os respetivos equipamentos sejam propriedade da
freguesia e se salvaguarde a sua utilização pela comunidade local;
n) Submeter à assembleia de freguesia, para efeitos de autorização, propostas de
celebração dos protocolos de colaboração referidos na alínea anterior;
o) Deliberar sobre as formas de apoio a entidades e organismos legalmente existentes,
nomeadamente com vista à execução de obras ou à realização de eventos de interesse
para a freguesia, bem como à informação e defesa dos direitos dos cidadãos;
p) Pronunciar-se sobre projetos de construção e de ocupação da via pública, sempre que
tal lhe for requerido pela câmara municipal;
q) Participar, nos termos acordados com a câmara municipal, no processo de elaboração
dos planos municipais de ordenamento do território;
r) Colaborar, nos termos acordados com a câmara municipal, na discussão pública dos
planos municipais do ordenamento do território;
s) Facultar a consulta pelos interessados dos planos municipais de ordenamento do
território;
t) Promover e executar projetos de intervenção comunitária nas áreas da ação social,
cultura e desporto;
u) Participar, em colaboração com instituições particulares de solidariedade social, em
programas e iniciativas de ação social;
v) Apoiar atividades de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou
outra de interesse para a freguesia;
w) Emitir parecer sobre a denominação das ruas e praças das localidades e das
povoações;
x) Prestar a outras entidades públicas toda a colaboração que lhe for solicitada,
designadamente nos domínios da estatística e outros do interesse da população da
freguesia;
y) Colaborar com a autoridade municipal de proteção civil na iminência ou ocorrência
de acidente grave ou catástrofe;
z) Promover a conservação de abrigos de passageiros existentes na freguesia;
aa) Gerir, conservar e promover a limpeza de balneários, lavadouros e sanitários
públicos;
bb) Gerir e manter parques infantis públicos e equipamentos desportivos de âmbito
local;
cc) Conservar e promover a reparação de chafarizes e fontanários públicos;
dd) Colocar e manter as placas toponímicas;
ee) Conservar e reparar a sinalização vertical não iluminada instalada nas vias
municipais;
ff) Proceder à manutenção e conservação de caminhos, arruamentos e pavimentos
pedonais;
gg) Conceder terrenos, nos cemitérios propriedade da freguesia, para jazigos, mausoléus
e sepulturas perpétuas;
hh) Gerir, conservar e promover a limpeza dos cemitérios propriedade da
freguesia;
ii) Administrar e conservar o património da freguesia;
jj) Elaborar e manter atualizado o cadastro dos bens móveis e imóveis propriedade da
freguesia;
kk) Adquirir e alienar bens móveis;
ll) Declarar prescritos a favor da freguesia, após publicação de avisos, os jazigos,
mausoléus ou outras obras, bem como sepulturas perpétuas instaladas nos cemitérios
Página 62 de 651
propriedade da freguesia, quando não sejam conhecidos os proprietários ou
relativamente aos quais se mostre que, após notificação judicial, se mantém desinteresse
na sua conservação e manutenção de forma inequívoca e duradoura;
mm) Fornecer material de limpeza e de expediente às escolas do 1.º ciclo do ensino
básico e aos estabelecimentos de educação pré-escolar;
nn) Proceder ao registo e ao licenciamento de canídeos e gatídeos;
oo) Proceder à administração ou à utilização de baldios sempre que não existam
assembleias de compartes;
pp) Executar, no âmbito da comissão recenseadora, as operações de recenseamento
eleitoral, bem como desempenhar as funções que lhe sejam determinadas pelas leis
eleitorais e dos referendos;
qq) Lavrar termos de identidade e justificação administrativa;
rr) Passar atestados;
ss) Conhecer e tomar posição sobre os relatórios definitivos de ações tutelares ou de
auditorias levadas a efeito aos órgãos ou serviços da freguesia;
tt) Dar cumprimento ao Estatuto do Direito de Oposição;
uu) Deliberar sobre a constituição e participação nas associações previstas no capítulo
IV do título III;
vv) Remeter ao Tribunal de Contas as contas da freguesia;
ww) Exercer os poderes funcionais e cumprir as diligências que lhe sejam determinadas
pela assembleia de freguesia;
xx) Apresentar propostas à assembleia de freguesia sobre matérias da competência
desta.
2 - Compete também à junta de freguesia proceder à construção dos equipamentos
referidos nas alíneas z) a cc) e hh) do número anterior quando os mesmos se destinem a
integrar o respetivo património.
3 - Compete ainda à junta de freguesia o licenciamento das seguintes atividades:
a) Venda ambulante de lotarias;
b) Arrumador de automóveis;
c) Atividades ruidosas de caráter temporário que respeitem a festas populares, romarias,
feiras, arraiais e bailes.
4 - A alienação de bens e valores artísticos do património da freguesia é objeto de
legislação especial.
Nota: A Lei n.º 68/93, de 4 de setembro, define, no seu art.º 1.º, n.º 1, baldios como “os terrenos possuídos
e geridos por comunidades locais”. Estas comunidades locais são constituídas pelos respetivos universos
de compartes. E o n.º 3, do art.º 1.º, determina que os compartes, como “moradores de uma ou mais
freguesias ou parte delas, segundo os usos e costumes, têm direito ao uso e fruição do baldio”.
Artigo 17.º
Delegação de competências no presidente da junta de freguesia
1 - A junta de freguesia pode delegar as suas competências no respetivo presidente, com
exceção das previstas nas alíneas a), c), e), h), j), l), n), o), p), q), r), v), oo), ss), tt) e xx)
do n.º 1 do artigo anterior, com possibilidade de subdelegação em qualquer dos vogais
ou em titulares de cargos de direção intermédia.
2 - À revogação dos atos e ao recurso das decisões do presidente da junta de freguesia
ou dos vogais no exercício de competências delegadas ou subdelegadas é aplicável, com
as devidas adaptações, o previsto nos n.º s 2 e 3 do artigo 34.º
Artigo 18.º
Competências do presidente da junta de freguesia
Página 63 de 651
1 - Compete ao presidente da junta de freguesia:
a) Representar a freguesia em juízo e fora dele;
b) Elaborar a ordem do dia, convocar, abrir e encerrar as reuniões da junta de freguesia,
dirigir os trabalhos e assegurar o cumprimento da lei e a regularidade das deliberações;
c) Representar a junta de freguesia na assembleia de freguesia e integrar a assembleia
municipal do município em cuja circunscrição territorial se compreende a circunscrição
territorial da respetiva freguesia, comparecendo às sessões, salvo caso de justo
impedimento, sendo representado, neste caso, pelo substituto legal por si designado;
d) Responder, no prazo máximo de 30 dias, aos pedidos de informação formulados
pelos membros da assembleia de freguesia através da respetiva mesa;
e) Suspender ou encerrar antecipadamente as reuniões, quando circunstâncias
excecionais o justifiquem, mediante decisão fundamentada a incluir na ata da reunião;
f) Executar as deliberações da junta de freguesia e coordenar a respetiva atividade;
g) Dar cumprimento às deliberações da assembleia de freguesia, sempre que para a sua
execução seja necessária a intervenção da junta de freguesia;
h) Autorizar a realização de despesas até ao limite estipulado por delegação da junta de
freguesia;
i) Autorizar o pagamento das despesas orçamentadas, de acordo com as deliberações da
junta de freguesia;
j) Submeter a norma de controlo interno, quando aplicável, bem como o inventário dos
bens, direitos e obrigações patrimoniais e respetiva avaliação e ainda os documentos de
prestação de contas, à aprovação da junta de freguesia e à apreciação e votação da
assembleia de freguesia, com exceção da norma de controlo interno;
k) Submeter a visto prévio do Tribunal de Contas, nos termos da lei, os atos praticados e
os contratos celebrados pela junta de freguesia, assim como quaisquer outros
instrumentos que impliquem despesa para a freguesia;
l) Assinar, em nome da junta de freguesia, toda a correspondência, bem como os termos,
atestados e certidões da competência da mesma;
m) Colaborar com outras entidades no domínio da proteção civil, tendo em vista o
cumprimento dos planos de emergência e programas estabelecidos, designadamente em
operações de socorro e assistência na iminência ou ocorrência de acidente grave ou
catástrofe;
n) Participar no conselho municipal de segurança;
o) Presidir à unidade local de proteção civil, salvo em caso de justo impedimento, em
que é representado pelo substituto legal por si designado;
p) Determinar a instrução dos processos de contraordenação e proceder à aplicação das
coimas;
q) Comunicar à assembleia de freguesia as faltas injustificadas marcadas aos membros
da junta de freguesia;
r) Dar conhecimento aos restantes membros da junta de freguesia e remeter à
assembleia de freguesia cópias dos relatórios definitivos de ações tutelares ou de
auditorias sobre a atividade da junta de freguesia e dos serviços da freguesia, no prazo
máximo de 10 dias após o recebimento dos mesmos;
s) Promover a publicação por edital do relatório de avaliação previsto no Estatuto do
Direito de Oposição;
t) Presidir à comissão recenseadora da freguesia;
u) Promover todas as ações necessárias à administração do património da freguesia;
v) Elaborar e enviar à assembleia de freguesia os elementos referidos na alínea e) do n.º
2 do artigo 9.º;
w) Informar a câmara municipal sobre a existência de edificações degradadas ou que
Página 64 de 651
ameacem desmoronar-se e solicitar a respetiva vistoria;
x) Responder, no prazo máximo de 20 dias, aos pedidos de informação formulados
pelos cidadãos recenseados na freguesia sobre matérias nas quais tenham interesse e que
sejam da atribuição da freguesia ou da competência da junta de freguesia;
y) Exercer as demais competências legais e delegadas, bem como exercer os poderes
funcionais e cumprir as diligências que lhe sejam determinadas pela junta de freguesia.
2 - Compete ainda ao presidente da junta de freguesia:
a) Decidir sobre o exercício de funções em regime de tempo inteiro ou de meio tempo,
nos termos da lei;
b) Proceder à distribuição de funções pelos restantes membros da junta de freguesia e
designar o seu substituto nas situações de faltas e impedimentos.
3 - A distribuição de funções implica a designação dos membros aos quais as mesmas
cabem e deve prever, designadamente:
a) A elaboração das atas das reuniões da junta de freguesia, na falta de trabalhador
nomeado para o efeito;
b) A certificação, mediante despacho do presidente da junta de freguesia, dos factos que
constem dos arquivos da freguesia e, independentemente de despacho, o conteúdo das
atas das reuniões da junta de freguesia;
c) A subscrição dos atestados que devam ser assinados pelo presidente da junta de
freguesia;
d) A execução do expediente da junta de freguesia;
e) A arrecadação das receitas, o pagamento das despesas autorizadas e a escrituração
dos modelos contabilísticos da receita e da despesa, com base nos respetivos
documentos que são assinados pelo presidente da junta de freguesia.
4 - O presidente da junta de freguesia pode delegar nos vogais as competências previstas
nas alíneas d), g), h), i), j), l), m), n), p), u), w), x) e y) do n.º 1 do presente artigo.
Artigo 19.º
Competências de funcionamento
Compete à junta de freguesia:
a) Executar e velar pelo cumprimento das deliberações da assembleia de freguesia;
b) Gerir os serviços da freguesia;
c) Proceder à marcação das faltas dos seus membros e à respetiva justificação;
d) Instaurar pleitos e defender-se neles, podendo confessar, desistir ou transigir, se não
houver ofensa de direitos de terceiros;
e) Gerir os recursos humanos ao serviço da freguesia.
SUBSECÇÃO II
Funcionamento
Artigo 21.º
Convocação das reuniões ordinárias
1 - Na falta da deliberação a que se refere o n.º 2 do artigo anterior, compete ao
presidente da junta de freguesia marcar o dia e hora certos das reuniões ordinárias e
Página 65 de 651
publicitar a decisão nos termos e com os efeitos da parte final do mesmo número.
2 - Quaisquer alterações ao dia e hora marcados nos termos do número anterior devem
ser comunicadas a todos os membros da junta de freguesia com, pelo menos, três dias
de antecedência e por carta com aviso de receção ou protocolo.
Artigo 22.º
Convocação das reuniões extraordinárias
1 - As reuniões extraordinárias podem ser convocadas por iniciativa do presidente da
junta de freguesia ou a requerimento da maioria dos seus membros, não podendo, neste
caso, ser recusada a convocação.
2 - As reuniões extraordinárias são convocadas com, pelo menos, cinco dias de
antecedência, sendo comunicadas a todos os membros da junta de freguesia por edital e
por carta com aviso de receção ou protocolo.
3 - O presidente da junta de freguesia convoca a reunião para um dos oito dias
subsequentes à receção do requerimento previsto no n.º 1.
4 - Quando o presidente da junta de freguesia não efetue a convocação que lhe tenha
sido requerida nos termos do número anterior, podem os requerentes efetuá-la
diretamente, observando, com as devidas adaptações, o disposto nos n.º s 2 e 3 e
promovendo a respetiva publicitação nos locais habituais.
CAPÍTULO III
Município
SECÇÃO I
Atribuições
Artigo 23.º
Atribuições do município
1 - Constituem atribuições do município a promoção e salvaguarda dos interesses
próprios das respetivas populações, em articulação com as freguesias.
2 - Os municípios dispõem de atribuições, designadamente, nos seguintes domínios:
a) Equipamento rural e urbano;
b) Energia;
c) Transportes e comunicações;
d) Educação, ensino e formação profissional;
e) Património, cultura e ciência;
f) Tempos livres e desporto;
g) Saúde;
h) Ação social;
i) Habitação;
j) Proteção civil;
k) Ambiente e saneamento básico;
l) Defesa do consumidor;
m) Promoção do desenvolvimento;
n) Ordenamento do território e urbanismo;
o) Polícia municipal;
p) Cooperação externa.
Página 66 de 651
SECÇÃO II
Assembleia municipal
SUBSECÇÃO I
Competências
Artigo 24.º
Competências
Sem prejuízo das demais competências legais e de acordo com o disposto no artigo 3.º,
a assembleia municipal tem as competências de apreciação e fiscalização e as
competências de funcionamento previstas na presente lei.
Artigo 25.º
Competências de apreciação e fiscalização
1 - Compete à assembleia municipal, sob proposta da câmara municipal:
a) Aprovar as opções do plano e a proposta de orçamento, bem como as respetivas
revisões;
b) Aprovar as taxas do município e fixar o respetivo valor;
c) Deliberar em matéria de exercício dos poderes tributários do município;
d) Fixar anualmente o valor da taxa do imposto municipal sobre imóveis, bem como
autorizar o lançamento de derramas;
e) Pronunciar-se, no prazo legal, sobre o reconhecimento pelo Governo de benefícios
fiscais no âmbito de impostos cuja receita reverte para os municípios;
f) Autorizar a contratação de empréstimos;
g) Aprovar as posturas e os regulamentos com eficácia externa do município;
h) Aprovar os planos e demais instrumentos estratégicos necessários à prossecução
das atribuições do município;
i) Autorizar a câmara municipal a adquirir, alienar ou onerar bens imóveis de valor
superior a 1000 vezes a RMMG, e fixar as respetivas condições gerais, podendo
determinar o recurso à hasta pública, assim como a alienar ou onerar bens ou valores
artísticos do município, independentemente do seu valor, sem prejuízo do disposto no
n.º 2 do artigo 33.º;
j) Deliberar sobre formas de apoio às freguesias no quadro da promoção e salvaguarda
articulada dos interesses próprios das populações;
k) Autorizar a celebração de contratos de delegação de competências entre a câmara
municipal e o Estado e entre a câmara municipal e a entidade intermunicipal e autorizar
a celebração e denúncia de contratos de delegação de competências e de acordos de
execução entre a câmara municipal e as juntas de freguesia;
l) Autorizar a resolução e revogação dos contratos de delegação de competências e a
resolução dos acordos de execução;
m) Aprovar a criação ou reorganização dos serviços municipais e a estrutura orgânica
dos serviços municipalizados;
n) Deliberar sobre a criação de serviços municipalizados e todas as matérias previstas
no regime jurídico da atividade empresarial local e das participações locais que o
mesmo não atribua à câmara municipal;
o) Aprovar os mapas de pessoal dos serviços municipais e dos serviços
municipalizados;
p) Autorizar a câmara municipal a celebrar contratos de concessão e fixar as respetivas
condições gerais;
q) Deliberar sobre a afetação ou desafetação de bens do domínio público municipal;
Página 67 de 651
r) Aprovar as normas, delimitações, medidas e outros atos previstos nos regimes do
ordenamento do território e do urbanismo;
s) Deliberar sobre a criação do conselho local de educação;
t) Autorizar a geminação do município com outros municípios ou entidades equiparadas
de outros países;
u) Autorizar o município a constituir as associações previstas no capítulo IV do título
III;
v) Autorizar os conselhos de administração dos serviços municipalizados a deliberar
sobre a concessão de apoio financeiro ou de qualquer outra natureza a instituições
legalmente constituídas ou participadas pelos seus trabalhadores, tendo por objeto o
desenvolvimento de atividades culturais, recreativas e desportivas, ou a concessão de
benefícios sociais aos mesmos e respetivos familiares;
w) Deliberar sobre a criação e a instituição em concreto do corpo de polícia municipal.
2 - Compete ainda à assembleia municipal:
a) Acompanhar e fiscalizar a atividade da câmara municipal, dos serviços
municipalizados, das empresas locais e de quaisquer outras entidades que integrem o
perímetro da administração local, bem como apreciar a execução dos contratos de
delegação de competências previstos na alínea k) do número anterior;
b) Apreciar, com base na informação disponibilizada pela câmara municipal, os
resultados da participação do município nas empresas locais e em quaisquer outras
entidades;
c) Apreciar, em cada uma das sessões ordinárias, uma informação escrita do presidente
da câmara municipal acerca da atividade desta e da situação financeira do município, a
qual deve ser enviada ao presidente da assembleia municipal com a antecedência
mínima de cinco dias sobre a data do início da sessão;
d) Solicitar e receber informação, através da mesa e a pedido de qualquer membro,
sobre assuntos de interesse para o município e sobre a execução de deliberações
anteriores;
e) Aprovar referendos locais;
f) Apreciar a recusa da prestação de quaisquer informações ou recusa da entrega de
documentos por parte da câmara municipal ou de qualquer dos seus membros que
obstem à realização de ações de acompanhamento e fiscalização;
g) Conhecer e tomar posição sobre os relatórios definitivos resultantes de ações tutelares
ou de auditorias executadas sobre a atividade dos órgãos e serviços do município;
h) Discutir, na sequência de pedido de qualquer dos titulares do direito de oposição, o
relatório a que se refere o Estatuto do Direito de Oposição;
i) Elaborar e aprovar o regulamento do conselho municipal de segurança;
j) Tomar posição perante quaisquer órgãos do Estado ou entidades públicas sobre
assuntos de interesse para o município;
k) Pronunciar-se e deliberar sobre todos os assuntos que visem a prossecução das
atribuições do município;
l) Apreciar o inventário dos bens, direitos e obrigações patrimoniais e a respetiva
avaliação, bem como apreciar e votar os documentos de prestação de contas;
m) Fixar o dia feriado anual do município;
n) Estabelecer, após parecer da Comissão de Heráldica da Associação dos Arqueólogos
Portugueses, a constituição dos brasões, dos selos e das bandeiras do município e
proceder à sua publicação no Diário da República.
3 - Não podem ser alteradas na assembleia municipal as propostas apresentadas pela
câmara municipal referidas nas alíneas a), i) e m) do n.º 1 e na alínea l) do número
anterior, sem prejuízo de esta poder vir a acolher em nova proposta as recomendações
Página 68 de 651
ou sugestões feitas pela assembleia municipal.
4 - As propostas de autorização para a contratação de empréstimos apresentadas pela
câmara municipal, nos termos da alínea f) do n.º 1, são obrigatoriamente acompanhadas
de informação detalhada sobre as condições propostas por, no mínimo, três instituições
de crédito, bem como do mapa demonstrativo da capacidade de endividamento do
município.
5 - Compete ainda à assembleia municipal:
a) Convocar o secretariado executivo metropolitano ou a comunidade intermunicipal,
conforme o caso, e nos termos da presente lei, com o limite de duas vezes por ano, para
responder perante os seus membros pelas atividades desenvolvidas no âmbito da área
metropolitana ou comunidade intermunicipal do respetivo município;
b) Aprovar moções de censura à comissão executiva metropolitana ou ao secretariado
executivo intermunicipal, no máximo de uma por mandato.
Nota: Segundo Marcelo Caetano a afetação é “o acto ou prática que consagra a coisa à produção efectiva
de utilidade pública” (Direito Administrativo, 1990: 922 e 923). A desafetação (do domínio público) é,
como inverso da afetação, o ato, da lei ou da Administração, de retirar ou subtrair a utilidade pública de
determinada coisa, retirando-a do regime jurídico do domínio público.
Artigo 26.º
Competências de funcionamento
1 - Compete à assembleia municipal:
a) Elaborar e aprovar o seu regimento;
b) Deliberar sobre recursos interpostos de marcação de faltas injustificadas aos seus
membros;
c) Deliberar sobre a constituição de delegações, comissões ou grupos de trabalho para o
estudo de matérias relacionadas com as atribuições do município e sem prejudicar o
funcionamento e a atividade normal da câmara municipal.
2 - No exercício das respetivas competências, a assembleia municipal é apoiada por
trabalhadores dos serviços do município a afetar pela câmara municipal, nos termos do
artigo 31.º
SUBSECÇÃO II
Funcionamento
Artigo 27.º
Sessões ordinárias
1 - A assembleia municipal reúne em cinco sessões ordinárias anuais, em fevereiro,
abril, junho, setembro e novembro ou dezembro, convocadas com uma antecedência
mínima de oito dias por edital e por carta com aviso de receção ou protocolo.
2 - A apreciação do inventário dos bens, direitos e obrigações patrimoniais, a respetiva
avaliação e a apreciação e votação dos documentos de prestação de contas do ano
anterior devem ter lugar na sessão ordinária de abril, e a aprovação das opções do plano
e da proposta de orçamento para o ano seguinte na sessão de novembro ou dezembro,
salvo o disposto no artigo 61.º
Artigo 28.º
Sessões extraordinárias
1 - A assembleia municipal reúne em sessão extraordinária por iniciativa do seu
presidente, da mesa ou após requerimento:
a) Do presidente da câmara municipal, em cumprimento de deliberação desta;
Página 69 de 651
b) De um terço dos seus membros;
c) De um número de cidadãos eleitores inscritos no recenseamento eleitoral do
município equivalente a 5 % do número de cidadãos eleitores até ao limite máximo de
2500.
2 - O presidente da assembleia municipal, no prazo de cinco dias após a sua iniciativa
ou a da mesa ou a receção dos requerimentos previstos no número anterior, por edital e
por carta com aviso de receção ou protocolo, convoca a sessão extraordinária da
assembleia municipal.
3 - A sessão extraordinária referida no número anterior deve ser realizada no prazo
mínimo de três dias e máximo de 10 após a sua convocação.
4 - Quando o presidente da mesa da assembleia municipal não convoque a sessão
extraordinária requerida, podem os requerentes convocá-la diretamente, observando,
com as devidas adaptações, o disposto nos n.º s 2 e 3, e promovendo a respetiva
publicitação nos locais habituais.
Artigo 29.º
Mesa da assembleia municipal
1 - Compete à mesa:
a) Elaborar o projeto de regimento da assembleia municipal ou propor a constituição de
um grupo de trabalho para o efeito;
b) Deliberar sobre as questões de interpretação e integração de lacunas do regimento;
c) Elaborar a ordem do dia das sessões e proceder à sua distribuição;
d) Verificar a conformidade legal e admitir as propostas da câmara municipal
legalmente sujeitas à competência deliberativa da assembleia municipal;
e) Encaminhar, em conformidade com o regimento, as iniciativas dos membros da
assembleia municipal, dos grupos municipais e da câmara municipal;
f) Assegurar a redação final das deliberações;
g) Realizar as ações que lhe sejam determinadas pela assembleia municipal no exercício
da competência a que se refere a alínea a) do n.º 2 do artigo 25.º;
h) Encaminhar para a assembleia municipal as petições e queixas dirigidas à mesma;
i) Requerer à câmara municipal ou aos seus membros a documentação e informação que
considere necessárias ao exercício das competências da assembleia municipal, assim
como ao desempenho das suas funções, nos termos e com a periodicidade julgados
convenientes;
j) Proceder à marcação e justificação de faltas dos membros da assembleia municipal;
k) Comunicar à assembleia municipal a recusa da prestação de quaisquer informações
ou documentos, bem como a falta de colaboração por parte da câmara municipal ou dos
seus membros;
l) Comunicar à assembleia municipal as decisões judiciais relativas à perda de mandato
em que incorra qualquer membro;
m) Dar conhecimento à assembleia municipal do expediente relativo aos assuntos
relevantes;
n) Exercer os poderes funcionais e cumprir as diligências que lhe sejam determinadas
pela assembleia municipal;
o) Exercer as demais competências legais.
2 - O pedido de justificação de faltas pelo interessado é feito por escrito e dirigido à
mesa, no prazo de cinco dias a contar da data da sessão ou reunião em que a falta se
tenha verificado, e a decisão é notificada ao interessado, pessoalmente ou por via postal.
3 - Das deliberações da mesa da assembleia municipal cabe recurso para o plenário.
Página 70 de 651
Artigo 30.º
Presidente e secretários
1 - Compete ao presidente da assembleia municipal:
a) Representar a assembleia municipal, assegurar o seu regular funcionamento e presidir
aos seus trabalhos;
b) Convocar as sessões ordinárias e extraordinárias;
c) Abrir e encerrar os trabalhos das sessões;
d) Dirigir os trabalhos e manter a disciplina das sessões;
e) Assegurar o cumprimento da lei e a regularidade das deliberações;
f) Suspender e encerrar antecipadamente as sessões, quando circunstâncias excecionais
o justifiquem, mediante decisão fundamentada a incluir na ata da sessão;
g) Integrar o conselho municipal de segurança;
h) Comunicar à assembleia de freguesia ou à câmara municipal as faltas dos presidentes
de junta de freguesia e do presidente da câmara municipal às sessões da assembleia
municipal;
i) Comunicar ao Ministério Público competente as faltas injustificadas dos restantes
membros da assembleia, para os efeitos legais;
j) Exercer os poderes funcionais e cumprir as diligências que lhe sejam determinados
pelo regimento ou pela assembleia municipal;
k) Exercer as demais competências legais.
2 - Compete ainda ao presidente da assembleia municipal autorizar a realização de
despesas orçamentadas relativas a senhas de presença, ajudas de custo e subsídios de
transporte dos membros da assembleia municipal e de despesas relativas às aquisições
de bens e serviços correntes necessárias ao seu regular funcionamento e representação,
comunicando o facto, para os devidos efeitos legais, incluindo os correspondentes
procedimentos administrativos, ao presidente da câmara municipal.
3 - Compete aos secretários coadjuvar o presidente da assembleia municipal no
exercício das suas funções, assegurar o expediente e, na falta de trabalhador designado
para o efeito, lavrar as atas das sessões.
Artigo 31.º
Funcionamento
1 - A assembleia municipal dispõe de um núcleo de apoio próprio, sob orientação do
respetivo presidente e composto por trabalhadores do município, nos termos definidos
pela mesa e a afetar pela câmara municipal.
2 - A assembleia municipal dispõe igualmente de instalações e equipamentos
necessários ao seu funcionamento e representação, a afetar pela câmara municipal.
3 - No orçamento municipal são inscritas, sob proposta da mesa da assembleia
municipal, dotações discriminadas em rubricas próprias para pagamento das senhas de
presença, ajudas de custo e subsídios de transporte dos membros da assembleia
municipal, bem como para a aquisição dos bens e serviços correntes necessária ao seu
funcionamento e representação.
SECÇÃO III
Câmara municipal
SUBSECÇÃO I
Competências
Página 71 de 651
Artigo 32.º
Natureza das competências
Sem prejuízo das demais competências legais e de acordo com o disposto no artigo 3.º,
a câmara municipal tem as competências materiais e as competências de funcionamento
previstas na presente lei.
Artigo 33.º
Competências materiais
1 - Compete à câmara municipal:
a) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia municipal os planos necessários
à realização das atribuições municipais;
b) Participar, com outras entidades, no planeamento que diretamente se relacione
com as atribuições do município, emitindo parecer a submeter a apreciação e
deliberação da assembleia municipal;
c) Elaborar e submeter a aprovação da assembleia municipal as opções do plano e a
proposta do orçamento, assim como as respetivas revisões;
d) Executar as opções do plano e orçamento, assim como aprovar as suas alterações;
e) Fixar os preços da prestação de serviços ao público pelos serviços municipais ou
municipalizados, sem prejuízo, quando for caso disso, das competências legais das
entidades reguladoras;
f) Aprovar os projetos, programas de concurso, cadernos de encargos e a adjudicação de
empreitadas e aquisição de bens e serviços, cuja autorização de despesa lhe caiba;
g) Adquirir, alienar ou onerar bens imóveis de valor até 1000 vezes a RMMG;
h) Alienar em hasta pública, independentemente de autorização da assembleia
municipal, bens imóveis de valor superior ao referido na alínea anterior, desde que a
alienação decorra da execução das opções do plano e a respetiva deliberação tenha sido
aprovada por maioria de dois terços dos membros da assembleia municipal em
efetividade de funções;
i) Elaborar e aprovar a norma de controlo interno, bem como o inventário dos bens,
direitos e obrigações patrimoniais do município e respetiva avaliação e ainda os
documentos de prestação de contas, a submeter à apreciação e votação da assembleia
municipal;
j) Aceitar doações, legados e heranças a benefício de inventário;
k) Elaborar e submeter à aprovação da assembleia municipal os projetos de
regulamentos externos do município, bem como aprovar regulamentos internos;
l) Discutir e preparar com os departamentos governamentais e com as juntas de
freguesia contratos de delegação de competências e acordos de execução, nos termos
previstos na presente lei;
m) Submeter à assembleia municipal, para efeitos de autorização, propostas de
celebração de contratos de delegação de competências com o Estado e propostas de
celebração e denúncia de contratos de delegação de competências com o Estado e as
juntas de freguesia e de acordos de execução com as juntas de freguesia;
n) Submeter à assembleia municipal, para efeitos de autorização, propostas de resolução
e revogação dos contratos de delegação de competências e dos acordos de execução;
o) Deliberar sobre as formas de apoio a entidades e organismos legalmente existentes,
nomeadamente com vista à execução de obras ou à realização de eventos de interesse
para o município, bem como à informação e defesa dos direitos dos cidadãos;
p) Deliberar sobre a concessão de apoio financeiro ou de qualquer outra natureza a
instituições legalmente constituídas ou participadas pelos trabalhadores do município,
tendo por objeto o desenvolvimento de atividades culturais, recreativas e desportivas, ou
Página 72 de 651
a concessão de benefícios sociais aos mesmos e respetivos familiares;
q) Assegurar a integração da perspetiva de género em todos os domínios de ação do
município, designadamente através da adoção de planos municipais para a igualdade;
r) Colaborar no apoio a programas e projetos de interesse municipal, em parceria com
entidades da administração central;
s) Deliberar sobre a constituição e participação nas associações previstas no capítulo IV
do título III;
t) Assegurar, incluindo a possibilidade de constituição de parcerias, o levantamento,
classificação, administração, manutenção, recuperação e divulgação do património
natural, cultural, paisagístico e urbanístico do município, incluindo a construção de
monumentos de interesse municipal;
u) Promover a oferta de cursos de ensino e formação profissional dual, no âmbito do
ensino não superior, e apoiar atividades de natureza social, cultural, educativa,
desportiva, recreativa ou outra de interesse para o município, incluindo aquelas que
contribuam para a promoção da saúde e prevenção das doenças;
v) Participar na prestação de serviços e prestar apoio a pessoas em situação de
vulnerabilidade, em parceria com as entidades competentes da administração central e
com instituições particulares de solidariedade social, nas condições constantes de
regulamento municipal;
w) Ordenar, precedendo vistoria, a demolição total ou parcial ou a beneficiação de
construções que ameacem ruína ou constituam perigo para a saúde ou segurança das
pessoas;
x) Emitir licenças, registos e fixação de contingentes relativamente a veículos, nos casos
legalmente previstos;
y) Exercer o controlo prévio, designadamente nos domínios da construção,
reconstrução, conservação ou demolição de edifícios, assim como relativamente aos
estabelecimentos insalubres, incómodos, perigosos ou tóxicos;
z) Emitir parecer sobre projetos de obras não sujeitas a controlo prévio;
aa) Promover a observância das normas legais e regulamentares aplicáveis às obras
referidas na alínea anterior;
bb) Executar as obras, por administração direta ou empreitada;
cc) Alienar bens móveis;
dd) Proceder à aquisição e locação de bens e serviços;
ee) Criar, construir e gerir instalações, equipamentos, serviços, redes de circulação, de
transportes, de energia, de distribuição de bens e recursos físicos integrados no
património do município ou colocados, por lei, sob administração municipal;
ff) Promover e apoiar o desenvolvimento de atividades e a realização de eventos
relacionados com a atividade económica de interesse municipal;
gg) Assegurar, organizar e gerir os transportes escolares;
hh) Deliberar no domínio da ação social escolar, designadamente no que respeita a
alimentação, alojamento e atribuição de auxílios económicos a estudantes;
ii) Proceder à captura, alojamento e abate de canídeos e gatídeos;
jj) Deliberar sobre a deambulação e extinção de animais considerados nocivos;
kk) Declarar prescritos a favor do município, após publicação de avisos, os jazigos,
mausoléus ou outras obras, assim como sepulturas perpétuas instaladas nos cemitérios
propriedade municipal, quando não sejam conhecidos os seus proprietários ou
relativamente aos quais se mostre que, após notificação judicial, se mantém desinteresse
na sua conservação e manutenção, de forma inequívoca e duradoura;
ll) Participar em órgãos de gestão de entidades da administração central;
mm) Designar os representantes do município nos conselhos locais;
Página 73 de 651
nn) Participar em órgãos consultivos de entidades da administração central;
oo) Designar o representante do município na assembleia geral das empresas locais,
assim como os seus representantes em quaisquer outras entidades nas quais o município
participe, independentemente de integrarem ou não o perímetro da administração local;
pp) Nomear e exonerar o conselho de administração dos serviços municipalizados;
qq) Administrar o domínio público municipal;
rr) Deliberar sobre o estacionamento de veículos nas vias públicas e demais lugares
públicos;
ss) Estabelecer a denominação das ruas e praças das localidades e das povoações, após
parecer da correspondente junta de freguesia;
tt) Estabelecer as regras de numeração dos edifícios;
uu) Deliberar sobre a administração dos recursos hídricos que integram o domínio
público do município;
vv) Propor a declaração de utilidade pública para efeitos de expropriação;
ww) Enviar ao Tribunal de Contas as contas do município;
xx) Deliberar, no prazo máximo de 30 dias, sobre os recursos hierárquicos impróprios
das deliberações do conselho de administração dos serviços municipalizados;
yy) Dar cumprimento ao Estatuto do Direito de Oposição;
zz) Promover a publicação de documentos e registos, anais ou de qualquer outra
natureza, que salvaguardem e perpetuem a história do município;
aaa) Deliberar sobre a participação do município em projetos e ações de cooperação
descentralizada, designadamente no âmbito da União Europeia e da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa;
bbb) Assegurar o apoio adequado ao exercício de competências por parte do Estado;
ccc) Apresentar propostas à assembleia municipal sobre matérias da competência desta.
ddd) Deliberar sobre as formas de apoio, em complementaridade com o Estado, às
instituições de ensino superior, do sistema nacional de ciência, tecnologia e inovação e
ao Serviço Nacional de Saúde, para a requalificação dos equipamentos e infraestruturas
ou para o desenvolvimento de projetos ou ações, de interesse para o município, nas
condições a definir em contrato-programa.
2 - A alienação de bens e valores artísticos do património do município é objeto de
legislação especial.
Artigo 34.º
Delegação de competências no presidente da câmara municipal
1 - A câmara municipal pode delegar as suas competências no respetivo presidente, com
exceção das previstas nas alíneas a), b), c), e), i), j), k), m), n), o), p), s), u), z), aa), hh),
oo), vv), aaa) e ccc) do n.º 1 do artigo anterior e na alínea a) do artigo 39.º, com
possibilidade de subdelegação em qualquer dos vereadores.
2 - Das decisões tomadas pelo presidente da câmara municipal ou pelos vereadores no
exercício de competências delegadas ou subdelegadas cabe recurso para a câmara
municipal, sem prejuízo da sua impugnação contenciosa.
3 - O recurso para a câmara municipal pode ter por fundamento a ilegalidade ou
inconveniência da decisão e é apreciado no prazo máximo de 30 dias.
Artigo 35.º
Competências do presidente da câmara municipal
1 - Compete ao presidente da câmara municipal:
a) Representar o município em juízo e fora dele;
b) Executar as deliberações da câmara municipal e coordenar a respetiva atividade;
Página 74 de 651
c) Dar cumprimento às deliberações da assembleia municipal, sempre que para a sua
execução seja necessária a intervenção da câmara municipal;
d) Elaborar e manter atualizado o cadastro dos bens móveis e imóveis do município;
e) Participar ao Ministério Público as faltas injustificadas dos membros da câmara
municipal, para os efeitos legais;
f) Aprovar os projetos, programas de concurso, cadernos de encargos e a adjudicação de
empreitadas e aquisição de bens e serviços, cuja autorização de despesa lhe caiba;
g) Autorizar a realização das despesas orçamentadas até ao limite estipulado por lei ou
por delegação da câmara municipal, com a exceção das referidas no n.º 2 do artigo 30.º;
h) Autorizar o pagamento das despesas realizadas;
i) Comunicar, no prazo legal, às entidades competentes para a respetiva cobrança o
valor da taxa do imposto municipal sobre imóveis, assim como, quando for o caso, a
deliberação sobre o lançamento de derramas;
j) Submeter a norma de controlo interno, bem como o inventário dos bens, direitos e
obrigações patrimoniais do município e respetiva avaliação, e ainda os documentos de
prestação de contas, à aprovação da câmara municipal e à apreciação e votação da
assembleia municipal, com exceção da norma de controlo interno;
k) Enviar ao Tribunal de Contas os documentos que devam ser submetidos à sua
apreciação, sem prejuízo do disposto na alínea ww) do n.º 1 do artigo 33.º;
l) Assinar ou visar a correspondência da câmara municipal que tenha como destinatários
quaisquer entidades ou organismos públicos;
m) Convocar, nos casos previstos no n.º 4 do artigo 40.º, as reuniões ordinárias da
câmara municipal para o dia e hora marcados e enviar a ordem do dia a todos os outros
membros;
n) Convocar as reuniões extraordinárias;
o) Estabelecer e distribuir a ordem do dia das reuniões;
p) Abrir e encerrar as reuniões, dirigir os trabalhos e assegurar o cumprimento da lei e a
regularidade das deliberações;
q) Suspender ou encerrar antecipadamente as reuniões, quando circunstâncias
excecionais o justifiquem, mediante decisão fundamentada a incluir na ata da reunião;
r) Representar a câmara municipal nas sessões da assembleia municipal;
s) Responder, em tempo útil e de modo a permitir a sua apreciação na sessão seguinte
da assembleia municipal, aos pedidos de informação apresentados por esta;
t) Promover a publicação das decisões ou deliberações previstas no artigo 56.º;
u) Promover o cumprimento do Estatuto do Direito de Oposição e a publicação do
respetivo relatório de avaliação;
v) Dirigir, em articulação com os organismos da administração pública com
competência no domínio da proteção civil, o serviço municipal de proteção civil, tendo
em vista o cumprimento dos planos de emergência e programas estabelecidos e a
coordenação das atividades a desenvolver naquele âmbito, designadamente em
operações de socorro e assistência na iminência ou ocorrência de acidente grave ou
catástrofe;
w) Presidir ao conselho municipal de segurança;
x) Remeter à assembleia municipal a minuta das atas e as atas das reuniões da câmara
municipal, logo que aprovadas;
y) Enviar à assembleia municipal, para os efeitos previstos na alínea c) do n.º 2 do
artigo 25.º, toda a documentação, designadamente relatórios, pareceres, memorandos e
documentos de igual natureza, incluindo a respeitante às entidades abrangidas pelo
regime jurídico da atividade empresarial local e das participações locais, quando
existam, indispensável para a compreensão e análise crítica e objetiva da informação aí
Página 75 de 651
inscrita.
2 - Compete ainda ao presidente da câmara municipal:
a) Decidir todos os assuntos relacionados com a gestão e direção dos recursos humanos
afetos aos serviços municipais;
b) Designar o trabalhador que serve de oficial público para lavrar todos os contratos nos
termos da lei;
c) Modificar ou revogar os atos praticados por trabalhadores afetos aos serviços da
câmara municipal;
d) Gerir os recursos humanos dos estabelecimentos de educação;
e) Promover a execução, por administração direta ou empreitada, das obras, bem como
proceder à aquisição de bens e serviços;
f) Outorgar contratos em representação do município;
g) Intentar ações judiciais e defender-se nelas, podendo confessar, desistir ou transigir,
se não houver ofensa de direitos de terceiros;
h) Praticar os atos necessários à administração corrente do património do município e à
sua conservação;
i) Proceder aos registos prediais do património imobiliário do município, bem como a
registos de qualquer outra natureza;
j) Conceder autorizações de utilização de edifícios;
k) Embargar e ordenar a demolição de quaisquer obras, construções ou edificações,
efetuadas por particulares ou pessoas coletivas, nos seguintes casos:
i) Sem licença ou na falta de qualquer outro procedimento de controlo prévio
legalmente previsto ou com inobservância das condições neles constantes;
ii) Com violação dos regulamentos, das posturas municipais, de medidas preventivas, de
normas provisórias, de áreas de construção prioritária, de áreas de desenvolvimento
urbano prioritário ou de planos municipais de ordenamento do território plenamente
eficazes;
l) Ordenar o despejo sumário dos prédios cuja expropriação por utilidade pública tenha
sido declarada;
m) Conceder licenças policiais ou fiscais, nos termos da lei, regulamentos e posturas;
n) Determinar a instrução dos processos de contraordenação e aplicar as coimas, com a
faculdade de delegação em qualquer dos outros membros da câmara municipal;
o) Dar conhecimento à câmara municipal e enviar à assembleia municipal cópias dos
relatórios definitivos resultantes de ações tutelares ou de auditorias sobre a atividade da
câmara municipal e dos serviços do município, no prazo máximo de 10 dias após o
recebimento dos mesmos;
p) Conceder terrenos, nos cemitérios propriedade do município, para jazigos, mausoléus
e sepulturas perpétuas.
3 - Em circunstâncias excecionais, e no caso de, por motivo de urgência, não ser
possível reunir extraordinariamente a câmara municipal, o presidente pode praticar
quaisquer atos da competência desta, ficando os mesmos sujeitos a ratificação na
primeira reunião realizada após a sua prática, sob pena de anulabilidade.
4 - Da informação prevista na alínea c) do n.º 2 do artigo 25.º devem constar o saldo e o
estado das dívidas a fornecedores e as reclamações, recursos hierárquicos e processos
judiciais pendentes, com indicação da respetiva fase e estado.
Artigo 36.º
Distribuição de funções
1 - O presidente da câmara municipal é coadjuvado pelos vereadores no exercício das
suas funções.
Página 76 de 651
2 - O presidente da câmara municipal pode delegar ou subdelegar competências nos
vereadores.
Artigo 37.º
Coordenação dos serviços municipais
Sem prejuízo dos poderes de fiscalização dos quais sejam titulares os membros da
câmara municipal nos domínios sob sua responsabilidade, compete ao presidente da
câmara municipal a coordenação dos serviços municipais.
Artigo 38.º
Delegação de competências nos dirigentes
1 - O presidente da câmara municipal e os vereadores podem delegar ou subdelegar no
dirigente da unidade orgânica materialmente competente as competências previstas nas
alíneas a), b), c), g), h), k) e v) do n.º 1 e d), f), h), i), m) e p) do n.º 2 do artigo 35.º
2 - No domínio da gestão e direção de recursos humanos, podem ainda ser objeto de
delegação ou subdelegação as seguintes competências:
a) Aprovar e alterar o mapa de férias e restantes decisões relativas a férias, sem prejuízo
pelo regular funcionamento do serviço e da salvaguarda do interesse público;
b) Justificar faltas;
c) Conceder licenças sem remuneração ou sem vencimento até ao prazo máximo de um
ano;
d) Homologar a avaliação de desempenho dos trabalhadores, nos casos em que o
delegado ou subdelegado não tenha sido o notador;
e) Decidir em matéria de organização e horário de trabalho, tendo em conta as
orientações superiormente fixadas;
f) Autorizar a prestação de trabalho extraordinário;
g) Assinar contratos de trabalho em funções públicas;
h) Homologar a avaliação do período experimental;
i) Praticar os atos relativos à aposentação dos trabalhadores;
j) Praticar os atos respeitantes ao regime de segurança social, incluindo os relativos a
acidentes em serviço e acidentes de trabalho.
3 - Podem ainda ser objeto de delegação ou subdelegação as seguintes competências:
a) Autorizar a realização e o pagamento de despesas em cumprimento de contratos de
adesão cuja celebração tenha sido autorizada e com cabimento no orçamento em vigor;
b) Autorizar a realização de despesas até ao limite estabelecido por lei;
c) Autorizar o registo de inscrição de técnicos;
d) Autorizar termos de abertura e encerramento em livros sujeitos a essa formalidade,
designadamente livros de obra;
e) Autorizar a restituição aos interessados de documentos juntos a processos;
f) Autorizar a passagem de termos de identidade, idoneidade e justificação
administrativa;
g) Autorizar a passagem de certidões ou fotocópias autenticadas aos interessados,
relativas a processos ou documentos constantes de processos arquivados e que careçam
de despacho ou deliberação dos eleitos locais;
h) Emitir alvarás exigidos por lei na sequência da decisão ou deliberação que confiram
esse direito;
i) Conceder licenças de ocupação da via pública por motivo de obras;
j) Autorizar a renovação de licenças que dependa unicamente do cumprimento de
formalidades burocráticas ou similares pelos interessados;
k) Emitir o cartão de vendedor ambulante;
l) Determinar a instrução de processos de contraordenação e designar o respetivo
Página 77 de 651
instrutor;
m) Praticar outros atos e formalidades de caráter instrumental necessários ao exercício
da competência decisória do delegante ou subdelegante.
n) As competências previstas no artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro,
na sua redação atual.
4 - A delegação ou subdelegação da competência prevista na alínea a) do n.º 1 do artigo
35.º depende da prática de ato especialmente dirigido a cada uma das representações em
causa.
5 - Às delegações e subdelegações previstas no presente artigo é aplicável, com as devidas
adaptações, o disposto nos n.º s 2 e 3 do artigo 34.º
Artigo 39.º
Competências de funcionamento
Compete à câmara municipal:
a) Elaborar e aprovar o regimento;
b) Executar e velar pelo cumprimento das deliberações da assembleia municipal;
c) Proceder à marcação e justificação das faltas dos seus membros.
SUBSECÇÃO II
Funcionamento
Artigo 40.º
Periodicidade das reuniões
1 - A câmara municipal tem uma reunião ordinária semanal, ou quinzenal, se o
julgar conveniente, e reuniões extraordinárias sempre que necessário.
2 - As reuniões ordinárias da câmara municipal devem ter lugar em dia e hora certos,
cuja marcação é objeto de deliberação na sua primeira reunião.
3 - A deliberação prevista no número anterior é objeto de publicitação por edital e deve
constar em permanência no sítio da Internet do município, considerando-se convocados
todos os membros da câmara municipal.
4 - Quaisquer alterações ao dia e hora objeto da deliberação prevista no n.º 2 devem ser
devidamente justificadas e comunicadas a todos os membros do órgão com, pelo menos,
três dias de antecedência e por protocolo.
Artigo 41.º
Convocação das reuniões extraordinárias
1 - As reuniões extraordinárias podem ser convocadas por iniciativa do presidente da
câmara municipal ou após requerimento de, pelo menos, um terço dos respetivos
membros.
2 - As reuniões extraordinárias são convocadas com, pelo menos, dois dias de
antecedência por protocolo, aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto no n.º
3 do artigo anterior.
3 - O presidente da câmara municipal convoca a reunião para um dos oito dias
subsequentes à receção do requerimento previsto no n.º 1.
4 - Quando o presidente da câmara municipal não efetue a convocação que lhe tenha
sido requerida ou não o faça nos termos do número anterior, podem os requerentes
efetuá-la diretamente, aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto no número
anterior e publicitando a convocação nos locais habituais.
Artigo 42.º
Apoio aos membros da câmara municipal
Página 78 de 651
1 - O presidente da câmara municipal pode constituir um gabinete de apoio à
presidência, com a seguinte composição:
a) Nos municípios com um número de eleitores igual ou inferior a 50 000, um chefe do
gabinete e um adjunto ou secretário;
b) Nos municípios com um número de eleitores superior a 50 000 e igual ou inferior a
100 000, um chefe do gabinete, um adjunto e um secretário;
c) Nos restantes municípios, um chefe do gabinete, dois adjuntos e um secretário.
2 - O presidente da câmara municipal pode constituir um gabinete de apoio ao conjunto
dos vereadores que exerçam funções a tempo inteiro ou a meio tempo, com a seguinte
composição:
a) Nos municípios com um número de eleitores igual ou inferior a 10 000, um
secretário;
b) Nos municípios com um número de eleitores superior a 10 000 e igual ou inferior a
50 000, dois secretários;
c) Nos municípios com um número de eleitores superior a 50 000 e igual ou inferior a
100 000, três secretários;
d) Nos restantes municípios, um adjunto e um secretário por cada vereador a tempo
inteiro, até ao limite máximo do número de vereadores indispensável para assegurar
uma maioria de membros da câmara municipal em exercício de funções a tempo inteiro.
3 - O gabinete de apoio previsto no n.º 2 é denominado gabinete de apoio à vereação.
4 - O gabinete de apoio à presidência pode ser constituído por mais um adjunto ou
secretário, desde que tal implique a não nomeação do chefe do gabinete.
5 - O gabinete de apoio à presidência e os gabinetes de apoio à vereação podem ser
constituídos por um número de secretários superior ao referido nos n.º s 1 e 2, desde que
tal implique a não nomeação, em igual número, de adjuntos.
6 - O presidente da câmara municipal e os vereadores podem delegar a prática de atos
de administração ordinária nos membros dos respetivos gabinetes de apoio.
7 - O presidente da câmara municipal deve disponibilizar a todos os vereadores os
recursos físicos, materiais e humanos necessários ao exercício do respetivo mandato,
devendo, para o efeito, recorrer preferencialmente aos serviços do município.
Artigo 43.º
Estatuto dos membros dos gabinetes de apoio pessoal
1 - A remuneração do chefe do gabinete de apoio à presidência é igual a 90 % da
remuneração base do vereador a tempo inteiro, em regime de exclusividade, da câmara
municipal correspondente.
2 - A remuneração dos adjuntos dos gabinetes de apoio à presidência e à vereação é
igual a 80 % da remuneração base do vereador a tempo inteiro, em regime de
exclusividade, da câmara municipal correspondente.
3 - A remuneração dos secretários dos gabinetes de apoio à presidência e à vereação é
igual a 60 % da remuneração base do vereador a tempo inteiro, em regime de
exclusividade, da câmara municipal correspondente.
4 - Os membros dos gabinetes de apoio à presidência e à vereação são designados e
exonerados pelo presidente da câmara municipal, sob proposta dos vereadores no caso
do gabinete de apoio à vereação, e o exercício das suas funções cessa igualmente com a
cessação do mandato do presidente da câmara municipal.
5 - Aos membros dos gabinetes de apoio referidos nos números anteriores é aplicável,
com as devidas adaptações, o disposto no diploma que estabelece o regime jurídico a
que estão sujeitos os gabinetes dos membros do Governo no que respeita a designação,
Página 79 de 651
funções, regime de exclusividade, incompatibilidades, impedimentos, deveres e
garantias.
CAPÍTULO IV
Disposições comuns aos órgãos das autarquias locai
Artigo 44.º
Princípio da independência
Os órgãos das autarquias locais são independentes e as suas deliberações só podem ser
suspensas, modificadas, revogadas ou anuladas nos termos da lei.
Artigo 45.º
Princípio da especialidade
Os órgãos das autarquias locais só podem deliberar no quadro da prossecução das
atribuições destas e no âmbito do exercício das suas competências, nos termos da lei.
Artigo 46.º
Sessão
Os órgãos deliberativos podem, quando necessário, reunir mais do que uma vez no
decurso da mesma sessão.
Artigo 47.º
Participação de eleitores
1 - Nas sessões extraordinárias dos órgãos deliberativos convocadas após requerimento
de cidadãos eleitores têm o direito de participar, nos termos a definir no regimento e
sem direito de voto, dois representantes dos respetivos requerentes.
2 - Os representantes referidos no número anterior podem apresentar sugestões ou
propostas, as quais são votadas se tal for deliberado.
Artigo 48.º
Primeira reunião
A primeira reunião dos órgãos executivos realiza-se no prazo máximo de cinco dias
após a sua constituição, competindo ao seu presidente a respetiva marcação e
convocação, com a antecedência mínima de dois dias, por edital e por carta com aviso
de receção ou protocolo.
Artigo 49.º
Sessões e reuniões
1 - As sessões dos órgãos deliberativos das autarquias locais são públicas, sendo fixado,
nos termos do regimento, um período para intervenção e esclarecimento ao público.
2 - Os órgãos executivos das autarquias locais realizam, pelo menos, uma reunião
pública mensal, aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto na parte final do
número anterior.
3 - Às sessões e reuniões dos órgãos das autarquias locais deve ser dada publicidade,
com indicação dos dias, horas e locais da sua realização, de forma a promover o
conhecimento dos interessados com uma antecedência de, pelo menos, dois dias úteis
sobre a data das mesmas.
4 - A nenhum cidadão é permitido intrometer-se nas discussões, aplaudir ou reprovar as
opiniões emitidas, as votações feitas ou as deliberações tomadas.
5 - A violação do disposto no número anterior é punida com coima de (euro) 150 a
(euro) 750, para cuja aplicação é competente o juiz da comarca, após participação do
presidente do respetivo órgão.
6 - As atas das sessões e reuniões, terminada a menção aos assuntos incluídos na ordem
Página 80 de 651
do dia, fazem referência sumária às eventuais intervenções do público na solicitação de
esclarecimentos e às respostas dadas.
Artigo 50.º
Objeto das deliberações
1 - Só podem ser objeto de deliberação os assuntos incluídos na ordem do dia da sessão
ou reunião.
2 - Tratando-se de sessão ordinária de órgão deliberativo, e no caso de urgência
reconhecida por dois terços dos seus membros, pode o mesmo deliberar sobre assuntos
não incluídos na ordem do dia.
Artigo 51.º
Convocação ilegal de sessões ou reuniões
A ilegalidade resultante da inobservância das disposições sobre convocação de sessões
ou reuniões só se considera sanada quando todos os membros do órgão compareçam e
não suscitem oposição à sua realização.
Artigo 52.º
Período de antes da ordem do dia
Em cada sessão ou reunião ordinária dos órgãos das autarquias locais é fixado um
período de antes da ordem do dia, com a duração máxima de 60 minutos, para
tratamento de assuntos gerais de interesse autárquico.
Artigo 53.º
Ordem do dia
1 - A ordem do dia deve incluir os assuntos indicados pelos membros do respetivo
órgão, desde que sejam da competência deste e o pedido correspondente seja
apresentado por escrito com uma antecedência mínima de:
a) Cinco dias úteis sobre a data da sessão ou reunião, no caso de sessões ou reuniões
ordinárias;
b) Oito dias úteis sobre a data da sessão ou reunião, no caso de sessões ou reuniões
extraordinárias.
2 - A ordem do dia é entregue a todos os membros do órgão com a antecedência mínima
de dois dias úteis sobre a data do início da sessão ou reunião, enviando-se-lhes, em
simultâneo, a respetiva documentação.
Artigo 54.º
Quórum
1 - Os órgãos das autarquias locais só podem reunir e deliberar quando esteja presente a
maioria do número legal dos seus membros.
2 - As deliberações são tomadas à pluralidade de votos, tendo o presidente voto de
qualidade em caso de empate, não contando as abstenções para o apuramento da
maioria.
3 - Quando o órgão não possa reunir por falta de quórum, o presidente designa outro dia
para nova sessão ou reunião, que tem a mesma natureza da anterior, a convocar nos
termos previstos na presente lei.
4 - Das sessões ou reuniões canceladas por falta de quórum é elaborada ata na qual se
registam as presenças e ausências dos respetivos membros, dando estas lugar à
marcação de falta.
Página 81 de 651
Artigo 55.º
Formas de votação
1 - A votação é nominal, salvo se o regimento estipular ou o órgão deliberar, por
proposta de qualquer membro, outra forma de votação.
2 - O presidente vota em último lugar.
3 - As deliberações que envolvam a apreciação de comportamentos ou de qualidades de
qualquer pessoa são tomadas por escrutínio secreto e, em caso de dúvida, o órgão
delibera sobre a forma da votação.
4 - Havendo empate em votação por escrutínio secreto, procede-se imediatamente a
nova votação e, se o empate se mantiver, adia-se a deliberação para a sessão ou reunião
seguinte, procedendo-se a votação nominal se na primeira votação desta sessão ou
reunião se repetir o empate.
5 - Quando necessária, a fundamentação das deliberações tomadas por escrutínio secreto
é feita pelo presidente após a votação, tendo em conta a discussão que a tiver precedido.
6 - Não podem estar presentes no momento da discussão nem da votação os membros
do órgão que se encontrem ou se considerem impedidos.
Artigo 56.º
Publicidade das deliberações
1 - Para além da publicação em Diário da República quando a lei expressamente o
determine, as deliberações dos órgãos das autarquias locais, bem como as decisões dos
respetivos titulares destinadas a ter eficácia externa, devem ser publicadas em edital
afixado nos lugares de estilo durante cinco dos 10 dias subsequentes à tomada da
deliberação ou decisão, sem prejuízo do disposto em legislação especial.
2 - Os atos referidos no número anterior são ainda publicados no sítio da Internet, no
boletim da autarquia local e nos jornais regionais editados ou distribuídos na área da
respetiva autarquia, nos 30 dias subsequentes à sua prática, que reúnam
cumulativamente as seguintes condições:
a) Sejam portugueses, nos termos da lei;
b) Sejam de informação geral;
c) Tenham uma periodicidade não superior à quinzenal;
d) Contem com uma tiragem média mínima por edição de 1500 exemplares nos últimos
seis meses;
e) Não sejam distribuídas a título gratuito.
3 - As tabelas de custos relativas à publicação das decisões e deliberações referidas no
n.º 1 são estabelecidas anualmente por portaria dos membros do Governo responsáveis
pelas áreas da comunicação social e da administração local, ouvidas as associações
representativas da imprensa regional e a Associação Nacional dos Municípios
Portugueses.
Artigo 57.º
Atas
1 - De cada sessão ou reunião é lavrada ata, a qual contém um resumo do que de
essencial nela se tiver passado, indicando, designadamente, a data e o local da
sessão ou reunião, os membros presentes e ausentes, os assuntos apreciados, as
decisões e deliberações tomadas e a forma e o resultado das respetivas votações e,
bem assim, o facto de a ata ter sido lida e aprovada.
2 - As atas são lavradas, sempre que possível, por trabalhador da autarquia local
designado para o efeito e são postas à aprovação de todos os membros no final da
respetiva sessão ou reunião ou no início da seguinte, sendo assinadas, após aprovação,
Página 82 de 651
pelo presidente e por quem as lavrou.
3 - As atas ou o texto das deliberações mais importantes podem ser aprovadas em
minuta, no final das sessões ou reuniões, desde que tal seja deliberado pela maioria dos
membros presentes, sendo assinadas, após aprovação, pelo presidente e por quem as
lavrou.
4 - As deliberações dos órgãos só adquirem eficácia depois de aprovadas e assinadas as
respetivas atas ou depois de assinadas as minutas, nos termos dos números anteriores.
Artigo 58.º
Registo na ata do voto de vencido
1 - Os membros do órgão podem fazer constar da ata o seu voto de vencido e as
respetivas razões justificativas.
2 - Quando se trate de pareceres a emitir para outras entidades, as deliberações são
sempre acompanhadas das declarações de voto apresentadas.
3 - O registo na ata do voto de vencido exclui o eleito da responsabilidade que
eventualmente resulte da deliberação.
Artigo 59.º
Atos nulos
1 - São nulos os atos para os quais a lei comine expressamente essa forma de
invalidade.
2 - São, em especial, nulos:
a) Os atos que prorroguem ilegal ou irregularmente os prazos de pagamento
voluntário dos impostos, taxas, derramas, mais-valias e preços;
b) As deliberações de qualquer órgão das autarquias locais que envolvam o exercício de
poderes tributários ou determinem o lançamento de taxas ou mais-valias não previstas
na lei;
c) As deliberações de qualquer órgão das autarquias locais que determinem ou
autorizem a realização de despesas não permitidas por lei.
Nota: Sobre os atos nulos e o seu regime jurídico, cf. os artigos 161.º e 162.º do CPA.
Artigo 60.º
Formalidades dos requerimentos de convocação de sessões extraordinárias
1 - Os requerimentos aos quais se reportam as alíneas c) dos n.º s 1 dos artigos 12.º e
28.º são acompanhados de certidões comprovativas da qualidade de cidadão recenseado
na área da respetiva autarquia local.
2 - As certidões referidas no número anterior são passadas no prazo de oito dias pela
comissão recenseadora respetiva e estão isentas de quaisquer taxas, emolumentos e do
imposto do selo.
3 - A apresentação do pedido das certidões deve ser acompanhada de uma lista contendo
as assinaturas, bem como de documento de identificação, dos cidadãos que pretendem
requerer a convocação da sessão extraordinária.
Artigo 61.º
Aprovação especial dos instrumentos previsionais
A aprovação das opções do plano e da proposta de orçamento para o ano imediato ao da
realização de eleições intercalares nos meses de novembro ou dezembro tem lugar, em
sessão ordinária ou extraordinária do órgão deliberativo que resultar do ato eleitoral, até
ao final do mês de abril do referido ano.
Página 83 de 651
Artigo 62.º
Alvarás
Salvo se a lei prescrever forma especial, o título dos direitos conferidos aos
particulares por deliberação dos órgãos das autarquias locais ou decisão dos seus
titulares é um alvará expedido pelo respetivo presidente.
TÍTULO III
Entidades intermunicipais
CAPÍTULO I
Natureza, criação e regime
Artigo 63.º
Natureza e fins
1 - Podem ser instituídas associações públicas de autarquias locais para a prossecução
conjunta das respetivas atribuições, nos termos da presente lei.
2 - São associações de autarquias locais as áreas metropolitanas, as comunidades
intermunicipais e as associações de freguesias e de municípios de fins específicos.
3 - São entidades intermunicipais a área metropolitana e a comunidade intermunicipal.
Artigo 64.º
Tutela administrativa
Artigo 65.º
Abandono de associações de autarquias locais
1 - As autarquias locais integrantes de uma comunidade intermunicipal ou de uma
associação de fins específicos podem a todo o tempo abandoná-las, mediante
deliberação à pluralidade de votos do respetivo órgão deliberativo.
2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, as autarquias locais que abandonem
uma associação nos três anos seguintes à data em que nela ingressaram perdem todos os
benefícios financeiros e administrativos que tenham recebido em virtude da sua
pertença à mesma e ficam impedidas, durante um período de dois anos, de integrar
outras associações com a mesma finalidade.
CAPÍTULO II
Área metropolitana
SECÇÃO I
Órgãos
Artigo 66.º
Identificação
Página 84 de 651
Artigo 67.º
Atribuições das áreas metropolitanas
1 - As áreas metropolitanas visam a prossecução dos seguintes fins públicos:
a) Participar na elaboração dos planos e programas de investimentos públicos com
incidência na área metropolitana;
b) Promover o planeamento e a gestão da estratégia de desenvolvimento económico,
social e ambiental do território abrangido;
c) Articular os investimentos municipais de caráter metropolitano;
d) Participar na gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional,
designadamente no âmbito de fundos europeus;
e) Participar, nos termos da lei, na definição de redes de serviços e equipamentos de
âmbito metropolitano;
f) Participar em entidades públicas de âmbito metropolitano, designadamente no
domínio dos transportes, águas, energia e tratamento de resíduos sólidos;
g) Planear a atuação de entidades públicas de caráter metropolitano.
2 - Cabe igualmente às áreas metropolitanas assegurar a articulação das atuações entre
os municípios e os serviços da administração central nas seguintes áreas:
a) Redes de abastecimento público, infraestruturas de saneamento básico, tratamento de
águas residuais e resíduos urbanos;
b) Rede de equipamentos de saúde;
c) Rede educativa e de formação profissional;
d) Ordenamento do território, conservação da natureza e recursos naturais;
e) Segurança e proteção civil;
f) Mobilidade e transportes;
g) Redes de equipamentos públicos;
h) Promoção do desenvolvimento económico e social;
i) Rede de equipamentos culturais, desportivos e de lazer.
3 - Cabe ainda às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto exercer as atribuições
transferidas pela administração central e o exercício em comum das competências
delegadas pelos municípios que as integram.
4 - Cabe igualmente às áreas metropolitanas designar os representantes municipais em
entidades públicas ou entidades empresariais sempre que tenham natureza
metropolitana.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. ee), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “resíduos” são “quaisquer substâncias ou
objetos de que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação de se desfazer”.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. xx) do regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para o
ar (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 39/2018, de 11 de junho) “resíduos” são “quaisquer substâncias ou
objetos de que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação de se desfazer”.
Artigo 68.º
Órgãos
São órgãos da área metropolitana o conselho metropolitano, a comissão executiva
metropolitana e o conselho estratégico para o desenvolvimento metropolitano.
SUBSECÇÃO I
Conselho metropolitano
Página 85 de 651
Artigo 69.º
Natureza e constituição
1 - O conselho metropolitano é o órgão deliberativo da área metropolitana.
2 - O conselho metropolitano é constituído pelos presidentes das câmaras municipais
dos municípios que integram a área metropolitana.
3 - O conselho metropolitano tem um presidente e dois vice-presidentes, eleitos por
aquele, de entre os seus membros.
4 - Ao exercício de funções no conselho metropolitano não corresponde qualquer
remuneração, sem prejuízo das ajudas de custo devidas nos termos da lei.
Artigo 70.º
Reuniões
1 - O conselho metropolitano tem 12 reuniões anuais com periodicidade mensal.
2 - O conselho metropolitano reúne extraordinariamente por iniciativa do seu presidente
ou após requerimento de um terço dos seus membros.
3 - As reuniões do conselho metropolitano são públicas.
4 - A primeira reunião tem lugar no prazo de 30 dias após a realização de eleições gerais
para os órgãos deliberativos dos municípios e é convocada pelo presidente da câmara
municipal do município com maior número de eleitores.
5 - As reuniões do conselho metropolitano podem realizar-se na circunscrição territorial
de qualquer dos municípios que integram a área metropolitana.
6 - O presidente do conselho metropolitano pode convocar, sempre que entender
necessário, os membros da comissão executiva metropolitana para as reuniões daquele
órgão.
7 - É aplicável, com as devidas adaptações, o disposto nos n.º s 3 e 4 do artigo 40.º
Artigo 71.º
Competências
1 - Compete ao conselho metropolitano:
a) Eleger o seu presidente e vice-presidentes, na sua primeira reunião;
b) Definir e aprovar as opções políticas e estratégicas da área metropolitana;
c) Aprovar o plano de ação da área metropolitana e a proposta de orçamento e as suas
alterações e revisões, bem como apreciar o inventário de todos os bens, direitos e
obrigações patrimoniais e respetiva avaliação e, ainda, apreciar e votar os documentos
de prestação de contas;
d) Aprovar os planos, os programas e os projetos de investimento e desenvolvimento de
interesse metropolitano, cujos regimes jurídicos são definidos em diploma próprio,
incluindo:
i) Plano metropolitano de ordenamento do território;
ii) Plano metropolitano de mobilidade e logística;
iii) Plano metropolitano de proteção civil;
iv) Plano metropolitano de gestão ambiental;
v) Plano metropolitano de gestão de redes de equipamentos de saúde, educação, cultura
e desporto;
e) Acompanhar e fiscalizar a atividade da comissão executiva metropolitana, das
empresas locais e de quaisquer outras entidades que integrem o perímetro da
administração local;
f) Apreciar, com base na informação disponibilizada pela comissão executiva
metropolitana, os resultados da participação da área metropolitana nas empresas locais e
em quaisquer outras entidades;
Página 86 de 651
g) Conhecer e tomar posição sobre os relatórios definitivos resultantes de ações tutelares
ou de auditorias executadas sobre a atividade dos órgãos e serviços da área
metropolitana;
h) Tomar posição perante quaisquer órgãos do Estado ou entidades públicas sobre
assuntos de interesse para a área metropolitana;
i) Autorizar a celebração de contratos de delegação de competências com o Estado e
com os municípios, bem como a respetiva resolução e revogação;
j) Autorizar a área metropolitana a associar-se com outras entidades públicas, privadas
ou do setor social e cooperativo, a criar ou participar noutras pessoas coletivas e a
constituir empresas locais;
k) Deliberar sobre o número de secretários metropolitanos remunerados, nos termos da
presente lei;
l) Aprovar o seu regimento;
m) Aprovar, sob proposta da comissão executiva metropolitana, os regulamentos com
eficácia externa;
n) Deliberar, sob proposta da comissão executiva metropolitana, sobre a forma de
imputação material aos municípios integrantes da área metropolitana das despesas não
cobertas por receitas próprias;
o) Apreciar e deliberar sobre o exercício da competência de cobrança dos impostos
municipais pelos serviços da área metropolitana, nos termos a definir por diploma
próprio;
p) Aprovar ou autorizar a contratação de empréstimos;
q) Designar, sob proposta da comissão executiva metropolitana, o representante da área
metropolitana na assembleia geral das empresas locais, assim como os seus
representantes em quaisquer outras entidades, organismos ou comissões nos quais a área
metropolitana participe, independentemente de integrarem ou não o perímetro da
administração local;
r) Designar, sob proposta da comissão executiva metropolitana, o revisor oficial de
contas ou a sociedade de revisores oficiais de contas;
s) Acompanhar a atividade da área metropolitana, e avaliar os respetivos resultados, nas
empresas locais e noutras entidades nas quais a área metropolitana detenha alguma
participação;
t) Aprovar a criação ou reorganização dos serviços metropolitanos;
u) Aprovar o mapa de pessoal dos serviços metropolitanos;
v) Autorizar a comissão executiva metropolitana a celebrar, após concurso público,
contratos de concessão e fixar as respetivas condições gerais;
w) Aceitar doações, legados e heranças a benefício de inventário;
x) Autorizar a comissão executiva metropolitana a adquirir, alienar ou onerar bens
imóveis e fixar as respetivas condições gerais, podendo determinar o recurso à hasta
pública, assim como a alienar ou onerar bens ou valores artísticos da área metropolitana,
aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto no n.º 2 do artigo 33.º;
y) Deliberar sobre a participação da área metropolitana em projetos e ações de
cooperação descentralizada, designadamente no âmbito da União Europeia e da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa;
z) Deliberar sobre a composição em concreto do conselho estratégico para o
desenvolvimento metropolitano;
aa) Ratificar o regimento de organização e funcionamento do conselho estratégico para
o desenvolvimento metropolitano;
bb) Deliberar sobre a emissão de parecer relativo às matérias previstas nas alíneas b) a
e) do n.º 1 do artigo 25.º e na alínea e) do n.º 1 do artigo 33.º;
Página 87 de 651
cc) Aprovar a constituição da entidade gestora para a requalificação nas autarquias, bem
como o regulamento específico;
dd) Pronunciar-se e deliberar sobre todos os assuntos que visem a prossecução das
atribuições da área metropolitana;
ee) Exercer as demais competências previstas na lei e no regimento.
2 - Compete ainda ao conselho metropolitano deliberar sobre a demissão da comissão
executiva.
3 - As deliberações do conselho metropolitano sobre as matérias previstas nas alienas
k), n) e o) do n.º 1 são tomadas por unanimidade.
Artigo 72.º
Presidente
Compete ao presidente do conselho metropolitano:
a) Representar em juízo a área metropolitana;
b) Assegurar a representação institucional da área metropolitana;
c) Convocar as sessões ordinárias e extraordinárias;
d) Dirigir os trabalhos do conselho metropolitano;
e) Conferir posse aos membros da comissão executiva metropolitana;
f) Dar início ao processo de formação da comissão executiva metropolitana;
g) Exercer as demais competências previstas na lei e no regimento.
SUBSECÇÃO II
Comissão executiva metropolitana
Artigo 73.º
Natureza e constituição
1 - A comissão executiva metropolitana é o órgão executivo da área metropolitana.
2 - A comissão executiva metropolitana é constituída por um primeiro-secretário e por
quatro secretários metropolitanos e é eleita nos termos dos artigos seguintes.
Artigo 74.º
Eleição
1 - Na sua primeira reunião, o conselho metropolitano aprova, à pluralidade de votos, a
lista ordenada dos candidatos a membros da comissão executiva metropolitana a
submeter a votação nas assembleias municipais.
2 - Na reunião prevista no número anterior, o conselho metropolitano delibera ainda
sobre o dia e hora para a votação, que deve ocorrer num período entre 20 a 45 dias.
3 - O presidente do conselho metropolitano comunica, nos 5 dias seguintes, aos
presidentes das assembleias municipais dos municípios associados o conteúdo das
deliberações previstas no número anterior.
4 - Os presidentes das assembleias municipais desencadeiam todos os procedimentos
necessários para assegurar a reunião regular das assembleias municipais na data e na
hora fixadas, tendo em vista a realização da votação a que se refere o número anterior.
5 - Nas reuniões a que se refere o número anterior só participam e têm direito a voto os
membros eleitos das assembleias municipais, com base nos quais se apura o quórum.
6 - A votação decorre em simultâneo em todas as assembleias municipais e realiza-se
por sufrágio secreto, sob pena de nulidade.
7 - A lista submetida a votação é eleita se reunir a maioria dos votos favoráveis num
número igual ou superior a metade das assembleias municipais, desde que aqueles votos
sejam representativos da maioria do número de eleitores somados de todos os
Página 88 de 651
municípios integrantes da área metropolitana.
8 - Para efeitos do número anterior, os votos representativos dos eleitores dos
municípios integrantes da área metropolitana são apurados nos seguintes termos:
a) Os votos dos membros das assembleias municipais integrantes da área metropolitana
são transportados e contabilizados globalmente, com a ponderação prevista na alínea
seguinte;
b) Cada voto expresso numa dada assembleia municipal tem a ponderação igual ao
produto da divisão do número total de eleitores do município pelo número total de
membros dessa assembleia municipal com direito de voto nesta votação.
9 - Caso a lista submetida a votação não seja eleita, o conselho metropolitano, tendo em
conta os resultados das eleições gerais para as assembleias municipais e ouvidos os
partidos, coligações e grupos de cidadãos nelas representados, aprova e submete a
eleição uma nova lista, aplicando-se o disposto nos números anteriores, com as
necessárias adaptações.
Artigo 75.º
Reuniões
1 - A comissão executiva metropolitana tem uma reunião ordinária quinzenal e reuniões
extraordinárias sempre que necessário.
2 - As reuniões da comissão executiva metropolitana não são públicas.
3 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a comissão executiva metropolitana
deve assegurar a consulta e a participação das populações sobre matérias de interesse
metropolitano, designadamente através da marcação de datas para esse efeito.
4 - As atas das reuniões da comissão executiva metropolitana são obrigatoriamente
publicitadas no sítio da Internet da área metropolitana.
Artigo 76.º
Competências
1 - Compete à comissão executiva metropolitana:
a) Elaborar e submeter à aprovação do conselho metropolitano os planos necessários à
realização das atribuições metropolitanas;
b) Propor ao Governo os planos, os programas e os projetos de investimento e
desenvolvimento de interesse metropolitano;
c) Participar, com outras entidades, no planeamento que diretamente se relacione com as
atribuições da área metropolitana, emitindo parecer a submeter a apreciação e
deliberação do conselho metropolitano;
d) Pronunciar-se sobre os planos e programas da administração central com interesse
metropolitano;
e) Assegurar a articulação entre os municípios e os serviços da administração central;
f) Colaborar com os serviços da administração central com competência no domínio da
proteção civil e com os serviços municipais de proteção civil, tendo em vista o
cumprimento dos planos de emergência e programas estabelecidos, bem como nas
operações de proteção, socorro e assistência na iminência ou ocorrência de acidente
grave ou catástrofe;
g) Participar na gestão de programas de desenvolvimento regional e apresentar
candidaturas a financiamentos através de programas, projetos e demais iniciativas;
h) Elaborar e submeter a aprovação do conselho metropolitano o plano de ação e a
proposta do orçamento, assim como as respetivas alterações e revisões;
i) Executar as opções do plano e orçamento;
j) Elaborar e apresentar ao conselho metropolitano propostas de harmonização no
domínio dos poderes tributários dos municípios;
Página 89 de 651
k) Aprovar os projetos, programas de concurso, cadernos de encargos e a adjudicação
de empreitadas e aquisição de bens e serviços, cuja autorização de despesa lhe caiba;
l) Propor ao conselho metropolitano o representante da área metropolitana na
assembleia geral das empresas locais, assim como os seus representantes em quaisquer
outras entidades, organismos ou comissões nos quais a área metropolitana participe,
independentemente de integrarem ou não o perímetro da administração local;
m) Alienar bens imóveis em hasta pública, independentemente de autorização do
conselho metropolitano, desde que a alienação decorra da execução das opções do plano
e a respetiva deliberação tenha sido aprovada por unanimidade do conselho
metropolitano;
n) Elaborar e aprovar a norma de controlo interno, bem como o inventário dos bens,
direitos e obrigações patrimoniais da área metropolitana e respetiva avaliação e ainda os
documentos de prestação de contas, a submeter à apreciação e votação do conselho
metropolitano;
o) Colaborar no apoio a programas e projetos de interesse metropolitano, em parceria
com entidades da administração central;
p) Elaborar e submeter à aprovação do conselho metropolitano projetos de regulamentos
com eficácia externa da área metropolitana;
q) Proceder à aquisição e locação de bens e serviços;
r) Executar obras por empreitada;
s) Dirigir os serviços metropolitanos de apoio técnico e administrativo;
t) Alienar bens móveis;
u) Participar em órgãos de gestão de entidades da administração central;
v) Participar em órgãos consultivos de entidades da administração central;
w) Propor a declaração de utilidade pública para efeitos de expropriação;
x) Enviar ao Tribunal de Contas as contas da área metropolitana;
y) Dar conhecimento das contas da área metropolitana às assembleias municipais dos
respetivos municípios;
z) Desenvolver projetos de formação dos recursos humanos dos municípios;
aa) Desenvolver projetos de apoio à gestão municipal;
bb) Acompanhar e apoiar a instrução dos processos de execução fiscal no âmbito da
administração municipal;
cc) Acompanhar e apoiar a instrução dos procedimentos de controlo prévio,
designadamente nos domínios da construção, reconstrução, conservação ou demolição
de edifícios, assim como relativamente aos estabelecimentos insalubres, incómodos,
perigosos ou tóxicos, da competência das câmaras municipais;
dd) Exercer as competências delegadas nos termos dos contratos previstos no artigo
120.º;
ee) Assegurar o cumprimento das deliberações do conselho metropolitano;
ff) Dirigir os serviços metropolitanos;
gg) Discutir e preparar com os departamentos governamentais e com as câmaras
municipais contratos de delegação de competências, nos termos previstos na presente
lei;
hh) Submeter ao conselho metropolitano, para efeitos de autorização, propostas de
celebração dos contratos de delegação de competências previstos na alínea anterior;
ii) Submeter ao conselho metropolitano, para efeitos de autorização, propostas de
resolução e revogação dos contratos previstos na alínea dd);
jj) Propor ao conselho metropolitano o parecer relativo às matérias previstas nas alíneas
b) a e) do n.º 1 do artigo 25.º;
kk) Propor ao conselho metropolitano a constituição da entidade gestora da
Página 90 de 651
requalificação nas autarquias;
ll) Exercer as demais competências legais, incluindo aquelas que o Estado venha a
transferir para as áreas metropolitanas no quadro da descentralização;
mm) Apresentar propostas ao conselho metropolitano sobre matérias da competência
deste.
2 - A comissão executiva metropolitana pode delegar as suas competências no primeiro-
secretário, com faculdade de subdelegação nos secretários metropolitanos, com exceção
das previstas nas alíneas a), b), c), d), h), j), k), l), m), n), p), s), u), v), x), hh), ii), jj),
kk) e mm) do número anterior.
3 - Compete ao primeiro-secretário, com faculdade de subdelegação nos secretários
metropolitanos, outorgar contratos em representação da área metropolitana.
4 - Compete ainda à comissão executiva metropolitana comparecer perante as
assembleias municipais, nos termos e para os efeitos do n.º 5 do artigo 25.º
Nota: Sobre os resíduos perigosos, cf. o Regulamento N.º 1357/2014 da Comissão Europeia de 18 de
dezembro de 2014, que substitui o anexo III da Diretiva 2008/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho,
relativa aos resíduos. Este Regulamente define tecnicamente diferentes conceitos como “cancerígeno”,
“infecioso”, “tóxico”, etc. definições que, no seu âmbito de aplicação, têm de ser rigorosamente respeitadas,
sem qualquer margem de flexibilidade para o seu intérprete e aplicador, o que prova o caráter contraditório,
por nós há longos anos repetidamente denunciado, da chamada “discricionariedade técnica”. O problema
dos conceitos técnicos é, pois, sobretudo um problema de interpretação, que no caso presente já está feita
através das definições legais.
Artigo 77.º
Estatuto dos membros da comissão executiva metropolitana
1 - A remuneração do primeiro-secretário é igual a 45 % da remuneração base do
Presidente da República.
2 - A remuneração dos secretários metropolitanos é igual à remuneração base de
vereador a tempo inteiro, em regime de exclusividade, de câmara municipal de
município com um número de eleitores superior a 10 000 e inferior a 40 000.
3 - O primeiro-secretário e os secretários metropolitanos têm direito a despesas de
representação, respetivamente, no valor de 30 % e de 20 % das suas remunerações base.
4 - O primeiro-secretário é obrigatoriamente remunerado.
5 - O conselho metropolitano delibera, por unanimidade, sobre o número de secretários
metropolitanos remunerados, o qual não pode ser inferior a dois.
6 - Os membros da comissão executiva metropolitana remunerados exercem funções em
regime de exclusividade.
7 - Aos membros da comissão executiva metropolitana está vedado o exercício de
quaisquer cargos nos órgãos de soberania ou das autarquias locais.
8 - Os membros da comissão executiva metropolitana não podem ser prejudicados na
respetiva colocação ou emprego permanente por virtude do desempenho dos seus
mandatos.
9 - Durante o exercício do respetivo mandato não podem os membros da comissão
executiva metropolitana ser prejudicados no que respeita a promoções, gratificações,
benefícios sociais ou qualquer outro direito adquirido de caráter não pecuniário.
10 - O tempo de serviço prestado como membro da comissão executiva metropolitana é
contado como se tivesse sido prestado à entidade empregadora.
11 - As remunerações base e as despesas de representação devidas aos membros da
comissão executiva metropolitana são suportadas pelo orçamento da respetiva área
metropolitana.
Página 91 de 651
12 - É aplicável o disposto nos artigos 78.º e 79.º do Estatuto da Aposentação, aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 498/72, de 9 de dezembro.
SUBSECÇÃO III
Conselho estratégico para o desenvolvimento metropolitano
Artigo 78.º
Natureza e constituição
1 - O conselho estratégico para o desenvolvimento metropolitano é um órgão de
natureza consultiva destinado ao apoio ao processo de decisão dos restantes órgãos da
área metropolitana.
2 - O conselho estratégico para o desenvolvimento metropolitano é constituído por
representantes das instituições, entidades e organizações com relevância e intervenção
no domínio dos interesses metropolitanos.
3 - Compete ao conselho metropolitano deliberar sobre a composição em concreto do
conselho estratégico para o desenvolvimento metropolitano.
Artigo 79.º
Funcionamento
1 - Compete ao conselho estratégico para o desenvolvimento metropolitano aprovar o
respetivo regimento de organização e funcionamento.
2 - O regimento previsto no número anterior é válido após a ratificação pelo conselho
metropolitano.
3 - Ao exercício de funções no conselho estratégico para o desenvolvimento
metropolitano não corresponde qualquer remuneração.
CAPÍTULO III
Comunidade intermunicipal
SECÇÃO I
Órgãos
Artigo 79.º-A
Identificação das comunidades intermunicipais
As comunidades intermunicipais são as livremente instituídas pelos municípios
integrantes das áreas geográficas definidas no anexo iii e assumem as designações dele
constantes.
Artigo 80.º
Instituição e estatutos
1 - A constituição das comunidades intermunicipais compete às câmaras municipais,
ficando a eficácia do acordo constitutivo, que define os seus estatutos, dependente da
aprovação pelas assembleias municipais.
2 - As comunidades intermunicipais constituem-se por contrato, nos termos previstos na
lei civil, sendo outorgantes os presidentes dos órgãos executivos dos municípios
envolvidos.
Página 92 de 651
3 - Os estatutos de cada comunidade intermunicipal estabelecem obrigatoriamente:
a) A denominação, contendo a referência à unidade territorial que integra, a sede e a
composição da comunidade intermunicipal;
b) Os fins da comunidade intermunicipal;
c) Os bens, serviços e demais contributos com que os municípios concorrem para a
prossecução das suas atribuições;
d) A estrutura orgânica, o modo de designação e de funcionamento dos seus órgãos;
e) As competências dos seus órgãos.
4 - Qualquer município integrante de uma unidade territorial em que já exista uma
comunidade intermunicipal tem o direito potestativo de a ela aderir, mediante
deliberação da câmara municipal aprovada pela assembleia municipal respetiva e
comunicada à comissão executiva intermunicipal, sem necessidade de autorização ou
aprovação dos restantes municípios.
5 - Não podem existir comunidades intermunicipais com um número de municípios
inferior a cinco ou que tenham uma população que somada seja inferior a 85 000
habitantes.
Artigo 81.º
Atribuições das comunidades intermunicipais
1 - As comunidades intermunicipais destinam-se à prossecução dos seguintes fins
públicos:
a) Promoção do planeamento e da gestão da estratégia de desenvolvimento económico,
social e ambiental do território abrangido;
b) Articulação dos investimentos municipais de interesse intermunicipal;
c) Participação na gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional,
designadamente no âmbito de fundos europeus;
d) Planeamento das atuações de entidades públicas, de caráter supramunicipal.
2 - Cabe às comunidades intermunicipais assegurar a articulação das atuações entre os
municípios e os serviços da administração central, nas seguintes áreas:
a) Redes de abastecimento público, infraestruturas de saneamento básico, tratamento de
águas residuais e resíduos urbanos;
b) Rede de equipamentos de saúde;
c) Rede educativa e de formação profissional;
d) Ordenamento do território, conservação da natureza e recursos naturais;
e) Segurança e proteção civil;
f) Mobilidade e transportes;
g) Redes de equipamentos públicos;
h) Promoção do desenvolvimento económico, social e cultural;
i) Rede de equipamentos culturais, desportivos e de lazer.
3 - Cabe às comunidades intermunicipais exercer as atribuições transferidas pela
administração estadual e o exercício em comum das competências delegadas pelos
municípios que as integram, nos termos da presente lei.
4 - O disposto no presente artigo não se aplica às comunidades intermunicipais cujos
territórios estão integrados em áreas metropolitanas, que apenas prosseguem as
seguintes atribuições, com faculdade de delegação na área metropolitana do seu
território:
a) Promoção do planeamento e da gestão da estratégia de desenvolvimento económico,
social e ambiental do território abrangido;
b) Participação na gestão de programas de apoio ao desenvolvimento regional,
designadamente no âmbito de fundos europeus.
Página 93 de 651
5 - As comunidades intermunicipais a que se refere o número anterior prosseguem ainda
as atribuições que lhe forem delegadas, mediante contrato interadministrativo, pelas
respetivas áreas metropolitanas.
6 - Às delegações de atribuições previstas nos números anteriores aplica-se, com as
devidas adaptações, o disposto nos artigos 120.º a 123.º
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. xx) do regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para o
ar (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 39/2018, de 11 de junho) “resíduos” são “quaisquer substâncias ou
objetos de que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação de se desfazer”.
Artigo 82.º
Órgãos
São órgãos da comunidade intermunicipal a assembleia intermunicipal, o conselho
intermunicipal, o secretariado executivo intermunicipal e o conselho estratégico para o
desenvolvimento intermunicipal.
SUBSECÇÃO I
Assembleia intermunicipal
Artigo 83.º
Constituição e funcionamento
1 - A assembleia intermunicipal é constituída por membros de cada assembleia
municipal, eleitos de forma proporcional, nos seguintes termos:
a) Dois nos municípios até 10 000 eleitores;
b) Quatro nos municípios entre 10 001 e 50 000 eleitores;
c) Seis nos municípios entre 50 001 e 100 000 eleitores;
d) Oito nos municípios com mais de 100 000 eleitores.
2 - A eleição ocorre em cada assembleia municipal pelo colégio eleitoral constituído
pelo conjunto dos membros da assembleia municipal, eleitos diretamente, mediante a
apresentação de listas que não podem ter um número de candidatos superior ao previsto
no número anterior e que devem apresentar, pelo menos, um suplente.
3 - Os mandatos são atribuídos, em cada assembleia municipal, segundo o sistema de
representação proporcional e o método da média mais alta de Hondt.
4 - A assembleia intermunicipal reúne ordinariamente duas vezes por ano e
extraordinariamente sempre que convocada nos termos dos estatutos da comunidade
intermunicipal.
Artigo 84.º
Competências
Compete à assembleia intermunicipal:
a) Eleger a mesa da assembleia intermunicipal;
b) Aprovar, sob proposta do conselho intermunicipal, as opções do plano, o orçamento e
as suas revisões, bem como apreciar o inventário de todos os bens, direitos e obrigações
patrimoniais e respetiva avaliação e, ainda, apreciar e votar os documentos de prestação
de contas;
c) Eleger, sob proposta do conselho intermunicipal, o secretariado executivo
intermunicipal;
d) Aprovar o seu regimento e os regulamentos, designadamente de organização e
funcionamento;
e) Exercer os demais poderes que lhe sejam conferidos por lei, pelos estatutos ou pelo
Página 94 de 651
regimento;
f) Aprovar moções de censura ao secretariado executivo intermunicipal.
Artigo 85.º
Mesa da assembleia intermunicipal
1 - Os trabalhos da assembleia intermunicipal são dirigidos por uma mesa, constituída
pelo presidente, um vice-presidente e um secretário, a eleger por voto secreto de entre
os seus membros.
2 - Enquanto não for eleita a mesa da assembleia intermunicipal, a mesma é dirigida
pelos eleitos mais antigos.
Artigo 86.º
Presidente da assembleia intermunicipal
Compete ao presidente da assembleia:
a) Convocar as reuniões ordinárias e extraordinárias;
b) Dirigir os trabalhos da assembleia;
c) Exercer os demais poderes que lhe sejam conferidos por lei, pelos estatutos, pelo
regimento ou pela assembleia.
Artigo 87.º
Senhas de presença
1 - Os membros da assembleia intermunicipal têm direito a uma senha de presença pela
participação nas reuniões ordinárias, calculada nos termos aplicáveis ao pagamento das
senhas de presença abonadas aos membros das assembleias municipais.
2 - Os membros da assembleia intermunicipal não têm direito a ajudas de custo pela sua
participação nas reuniões deste órgão.
SUBSECÇÃO II
Conselho intermunicipal
Artigo 88.º
Constituição
1 - O conselho intermunicipal é constituído pelos presidentes das câmaras municipais
dos municípios que integram a comunidade intermunicipal.
2 - O conselho intermunicipal tem um presidente e dois vice-presidentes, eleitos por
aquele, de entre os seus membros.
3 - Ao exercício de funções no conselho intermunicipal não corresponde qualquer
remuneração, sem prejuízo das ajudas de custo devidas nos termos da lei.
Artigo 89.º
Reuniões
1 - O conselho intermunicipal tem 12 reuniões anuais com periodicidade mensal.
2 - O conselho intermunicipal reúne extraordinariamente por iniciativa do seu
presidente ou após requerimento de um terço dos seus membros.
3 - As reuniões do conselho intermunicipal são públicas.
4 - A primeira reunião tem lugar no prazo de 30 dias após a realização de eleições gerais
para os órgãos deliberativos dos municípios e é convocada pelo presidente da câmara
municipal do município com maior número de eleitores.
5 - As reuniões do conselho intermunicipal podem realizar-se na circunscrição territorial
de qualquer dos municípios que integram a comunidade intermunicipal.
Página 95 de 651
6 - O presidente do conselho intermunicipal pode convocar, sempre que entender
necessário, os membros do secretariado executivo intermunicipal para as reuniões
daquele órgão.
7 - É aplicável, com as devidas adaptações, o disposto nos n.º s 3 e 4 do artigo 40.º
Artigo 90.º
Competências
1 - Compete ao conselho intermunicipal:
a) Eleger o seu presidente e vice-presidentes, na sua primeira reunião;
b) Definir e aprovar as opções políticas e estratégicas da comunidade intermunicipal;
c) Submeter à assembleia intermunicipal a proposta do plano de ação da comunidade
intermunicipal e o orçamento e as suas alterações e revisões;
d) Aprovar os planos, os programas e os projetos de investimento e desenvolvimento de
interesse intermunicipal, cujos regimes jurídicos são definidos em diploma próprio,
incluindo:
i) Plano intermunicipal de ordenamento do território;
ii) Plano intermunicipal de mobilidade e logística;
iii) Plano intermunicipal de proteção civil;
iv) Plano intermunicipal de gestão ambiental;
v) Plano intermunicipal de gestão de redes de equipamentos de saúde, educação, cultura
e desporto;
e) Propor ao Governo os planos, os programas e os projetos de investimento e
desenvolvimento de interesse intermunicipal;
f) Pronunciar-se sobre os planos e programas da administração central com interesse
intermunicipal;
g) Acompanhar e fiscalizar a atividade do secretariado executivo intermunicipal, das
empresas locais e de quaisquer outras entidades que integrem o perímetro da
administração local;
h) Apreciar, com base na informação disponibilizada pelo secretariado executivo
intermunicipal, os resultados da participação da comunidade intermunicipal nas
empresas locais e em quaisquer outras entidades;
i) Conhecer e tomar posição sobre os relatórios definitivos resultantes de ações tutelares
ou de auditorias executadas sobre a atividade dos órgãos e serviços da comunidade
intermunicipal;
j) Tomar posição perante quaisquer órgãos do Estado ou entidades públicas sobre
assuntos de interesse para a comunidade intermunicipal;
k) Discutir e preparar com os departamentos governamentais e com as câmaras
municipais contratos de delegação de competências, nos termos previstos na presente
lei;
l) Aprovar a celebração de contratos de delegação de competências com o Estado e com
os municípios, bem como a respetiva resolução e revogação;
m) Autorizar a comunidade intermunicipal a associar-se com outras entidades públicas,
privadas ou do setor social e cooperativo, a criar ou participar noutras pessoas coletivas
e a constituir empresas locais;
n) Propor a declaração de utilidade pública para efeitos de expropriação;
o) Deliberar sobre a existência e o número de secretários intermunicipais, no limite
máximo de dois, e se os mesmos são remunerados, nos termos da presente lei;
p) Aprovar o seu regimento;
q) Aprovar, sob proposta do secretariado executivo intermunicipal, os regulamentos
com eficácia externa;
Página 96 de 651
r) Deliberar sobre a forma de imputação material aos municípios integrantes da
comunidade intermunicipal das despesas não cobertas por receitas próprias;
s) Apresentar à assembleia intermunicipal, para aprovação, os documentos de prestações
de contas da comunidade intermunicipal;
t) Aprovar a constituição da entidade gestora da requalificação nas autarquias, bem
como o regulamento específico.
2 - Compete ao conselho comparecer nas assembleias municipais para efeitos da alínea
a) do n.º 5 do artigo 25.º, com faculdade de delegação no secretariado executivo
intermunicipal.
3 - Compete ainda ao conselho intermunicipal deliberar sobre a demissão do
secretariado executivo intermunicipal.
4 - Nas comunidades intermunicipais cujos territórios estão integrados em áreas
metropolitanas, as competências do conselho intermunicipal estão limitadas pelas suas
atribuições, incluindo as que venham a ser delegadas na respetiva comunidade
intermunicipal, não sendo aplicável as alíneas d), e), f), n) e t) do n.º 1.
Artigo 91.º
Representação externa
É da competência do conselho intermunicipal a representação da comunidade
intermunicipal perante quaisquer entidades externas, com faculdade de delegação no
secretariado executivo intermunicipal.
Artigo 92.º
Presidente
Compete ao presidente do conselho intermunicipal:
a) Representar em juízo a comunidade intermunicipal;
b) Assegurar a representação institucional da comunidade intermunicipal;
c) Convocar as sessões ordinárias e extraordinárias;
d) Dirigir os trabalhos do conselho intermunicipal;
e) Conferir posse aos membros do secretariado executivo intermunicipal;
f) Dar início ao processo de formação do secretariado executivo intermunicipal;
g) Exercer as demais competências previstas na lei e no regimento.
SUBSECÇÃO III
Secretariado executivo intermunicipal
Artigo 93.º
Constituição
O secretariado executivo intermunicipal é constituído por um primeiro-secretário e,
mediante deliberação unânime do conselho intermunicipal, até dois secretários
intermunicipais.
Artigo 94.º
Eleição
1 - Na sua primeira reunião, o conselho intermunicipal aprova, à pluralidade de votos, a
lista ordenada dos candidatos a membros do secretariado executivo intermunicipal a
submeter a votação e comunica-a ao presidente da assembleia intermunicipal.
2 - O presidente da assembleia intermunicipal desencadeia todos os procedimentos
necessários para assegurar a reunião regular da assembleia intermunicipal num dos 30
dias subsequentes à comunicação a que se refere o dia anterior, tendo em vista a
Página 97 de 651
deliberação sobre a lista dos candidatos a membros do secretariado executivo
intermunicipal.
3 - A votação realiza-se por sufrágio secreto, sob pena de nulidade.
4 - Caso a lista submetida a votação não seja eleita, o conselho intermunicipal, tendo em
conta os resultados das eleições gerais para as assembleias municipais e ouvidos os
partidos, coligações e grupos de cidadãos nelas representados, aprova e submete a
eleição uma nova lista, aplicando-se o disposto nos números anteriores, com as
necessárias adaptações.
Artigo 95.º
Reuniões
1 - O secretariado executivo intermunicipal tem uma reunião ordinária quinzenal e
reuniões extraordinárias sempre que necessário.
2 - As reuniões do secretariado executivo intermunicipal não são públicas.
3 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, o secretariado executivo
intermunicipal deve assegurar a consulta e a participação das populações sobre matérias
de interesse intermunicipal, designadamente através da marcação de datas para esse
efeito.
4 - As atas das reuniões do secretariado executivo intermunicipal são obrigatoriamente
publicitadas no sítio da Internet da comunidade intermunicipal.
Artigo 96.º
Competências
1 - Compete ao secretariado executivo intermunicipal:
a) Elaborar e submeter à aprovação do conselho intermunicipal os planos necessários à
realização das atribuições intermunicipais;
b) Participar, com outras entidades, no planeamento que diretamente se relacione com
as atribuições da comunidade intermunicipal, emitindo parecer a submeter a apreciação
e deliberação do conselho intermunicipal;
c) Assegurar a articulação entre os municípios e os serviços da administração central;
d) Colaborar com os serviços da administração central com competência no domínio da
proteção civil e com os serviços municipais de proteção civil, tendo em vista o
cumprimento dos planos de emergência e programas estabelecidos, bem como nas
operações de proteção, socorro e assistência na iminência ou ocorrência de acidente
grave ou catástrofe;
e) Participar na gestão de programas de desenvolvimento regional e apresentar
candidaturas a financiamentos através de programas, projetos e demais iniciativas;
f) Preparar para o conselho intermunicipal a proposta do plano de ação e a proposta do
orçamento, assim como as respetivas propostas de alteração e revisão;
g) Executar as opções do plano e o orçamento;
h) Aprovar os projetos, programas de concurso, cadernos de encargos e a adjudicação
de empreitadas e aquisição de bens e serviços, cuja autorização de despesa se encontre
abaixo do limite definido pelo conselho intermunicipal;
i) Alienar bens imóveis em hasta pública, por autorização do conselho intermunicipal;
j) Preparar para o conselho intermunicipal a norma de controlo interno, bem como o
inventário dos bens, direitos e obrigações patrimoniais da comunidade intermunicipal e
respetiva avaliação e ainda os documentos de prestação de contas;
k) Colaborar no apoio a programas e projetos de interesse intermunicipal, em parceria
com entidades da administração central;
l) Elaborar e submeter à aprovação do conselho intermunicipal projetos de regulamentos
Página 98 de 651
com eficácia externa da comunidade intermunicipal;
m) Proceder à aquisição e locação de bens e serviços, cuja autorização de despesa se
encontre abaixo do limite definido pelo conselho intermunicipal;
n) Dirigir os serviços intermunicipais;
o) Alienar bens móveis, dependente de autorização quando o valor se encontre acima do
limite definido pelo conselho intermunicipal;
p) Participar em órgãos de gestão de entidades da administração central;
q) Participar em órgãos consultivos de entidades da administração central;
r) Enviar ao Tribunal de Contas as contas da comunidade intermunicipal;
s) Executar projetos de formação dos recursos humanos dos municípios;
t) Executar projetos de apoio à gestão municipal;
u) Exercer as competências delegadas nos termos dos contratos previstos no artigo
120.º;
v) Assegurar o cumprimento das deliberações do conselho intermunicipal;
w) Apresentar propostas ao conselho intermunicipal sobre matérias da competência
deste;
x) Exercer as demais competências legais.
2 - As competências previstas nas alíneas b), c), d), k), p) e q) do número anterior são
exercidas por delegação do conselho intermunicipal.
3 - O secretariado executivo intermunicipal pode delegar as suas competências no
primeiro-secretário, com faculdade de subdelegação nos secretários intermunicipais.
Artigo 97.º
Estatuto dos membros do secretariado executivo intermunicipal
1 - A remuneração do primeiro-secretário é igual a 45 % da remuneração base do
Presidente da República.
2 - A remuneração dos secretários intermunicipais é igual à remuneração base de
vereador a tempo inteiro, em regime de exclusividade, de câmara municipal de
município com um número de eleitores superior a 10 000 e inferior a 40 000.
3 - O primeiro-secretário e os secretários intermunicipais têm direito a despesas de
representação, respetivamente, no valor de 30 % e de 20 % das suas remunerações base.
4 - O cargo de primeiro-secretário é remunerado.
5 - O conselho intermunicipal delibera, por unanimidade, sobre a existência e o número
de secretários intermunicipais, no limite máximo de dois, e se os mesmos são
remunerados.
6 - Os membros do secretariado executivo intermunicipal remunerados exercem funções
em regime de exclusividade.
7 - Aos membros do secretariado executivo intermunicipal está vedado o exercício de
quaisquer cargos nos órgãos de soberania ou das autarquias locais.
8 - Os membros do secretariado executivo intermunicipal não podem ser prejudicados
na respetiva colocação ou emprego permanente por virtude do desempenho dos seus
mandatos.
9 - Durante o exercício do respetivo mandato não podem os membros do secretariado
executivo intermunicipal ser prejudicados no que respeita a promoções, gratificações,
benefícios sociais ou qualquer outro direito adquirido de caráter não pecuniário.
10 - O tempo de serviço prestado como membro do secretariado executivo
intermunicipal é contado como se tivesse sido prestado à entidade empregadora.
11 - As remunerações base e as despesas de representação devidas aos membros do
secretariado executivo intermunicipal são suportadas pelo orçamento da respetiva
comunidade intermunicipal.
Página 99 de 651
12 - Aos membros do secretariado executivo intermunicipal é aplicável o disposto nos
artigos 78.º e 79.º do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 498/72,
de 9 de dezembro.
SUBSECÇÃO IV
Conselho estratégico para o desenvolvimento intermunicipal
Artigo 98.º
Natureza e constituição
1 - O conselho estratégico para o desenvolvimento intermunicipal é um órgão de
natureza consultiva destinado ao apoio ao processo de decisão dos restantes órgãos da
comunidade intermunicipal.
2 - O conselho estratégico para o desenvolvimento intermunicipal é constituído por
representantes das instituições, entidades e organizações com relevância e intervenção
no domínio dos interesses intermunicipais.
3 - Compete ao conselho intermunicipal deliberar sobre a composição em concreto do
conselho estratégico para o desenvolvimento intermunicipal.
Artigo 99.º
Funcionamento
1 - Compete ao conselho estratégico para o desenvolvimento intermunicipal aprovar o
respetivo regimento de organização e funcionamento.
2 - O regimento previsto no número anterior é válido após a ratificação pelo conselho
intermunicipal.
3 - Ao exercício de funções no conselho estratégico para o desenvolvimento
intermunicipal não é atribuída qualquer remuneração.
SECÇÃO II
Disposições comuns aos órgãos das entidades intermunicipais
Artigo 100.º
Tomada de posse dos membros da comissão executiva metropolitana e do
secretariado executivo intermunicipal
Artigo 101.º
Mandato dos membros do conselho metropolitano, da
assembleia intermunicipal e do conselho intermunicipal
Artigo 102.º
Demissão da comissão executiva metropolitana e do
secretariado executivo intermunicipal
1 - Qualquer dos seguintes factos determina a demissão da comissão executiva
metropolitana e do secretariado executivo intermunicipal:
a) A aprovação de moções de censura pela maioria das assembleias municipais dos
municípios que integram a respetiva área metropolitana ou comunidade intermunicipal;
b) As deliberações do conselho metropolitano, do conselho intermunicipal e da
assembleia intermunicipal previstas no n.º 2 do artigo 71.º, no n.º 3 do artigo 90.º e na
alínea f) do artigo 84.º
2 - Na sequência da demissão da comissão executiva metropolitana ou do secretariado
executivo intermunicipal nos termos do número anterior é aplicável, com as devidas
adaptações, o disposto nos artigos 74.º e 94.º
Artigo 103.º
Vacatura
1 - A vacatura do cargo de primeiro-secretário por morte, renúncia, perda de mandato
ou qualquer outro motivo atendível legalmente previsto determina a dissolução da
comissão executiva metropolitana e do secretariado executivo intermunicipal e a
realização de novo ato eleitoral.
2 - A vacatura do cargo de secretário da comissão executiva metropolitana e do
secretariado executivo intermunicipal por morte, renúncia, perda de mandato ou
qualquer outro motivo atendível legalmente previsto determina a realização de um novo
ato eleitoral limitado à eleição de um novo membro.
3 - Os membros eleitos na sequência de dissolução da comissão executiva metropolitana
e do secretariado executivo intermunicipal ou de vacatura do cargo de secretário
completam os mandatos antes iniciados na decorrência da realização de eleições gerais
para os órgãos deliberativos dos municípios.
4 - Os atos eleitorais previstos nos n.º s 1 e 2 realizam-se de acordo com as disposições
dos artigos 74.º e 94.º, com as devidas adaptações.
Artigo 104.º
Funcionamento
O funcionamento das entidades intermunicipais regula-se, em tudo o que não esteja
previsto na presente lei, pelo regime jurídico aplicável aos órgãos municipais.
Artigo 105.º
Deliberações
1 - As deliberações dos órgãos das entidades intermunicipais vinculam os municípios
que as integram.
2 - As deliberações do conselho metropolitano e do conselho intermunicipal
consideram-se aprovadas quando os votos favoráveis dos seus membros correspondam,
cumulativamente, a um número igual ou superior ao dos votos desfavoráveis e à
representação de mais de metade do universo total de eleitores dos municípios
Artigo 106.º
Serviços municipais
1 - As entidades intermunicipais podem criar serviços de apoio técnico e administrativo.
2 - A natureza, estrutura e funcionamento dos serviços referidos no número anterior são
definidos em regulamento interno, aprovado pelo conselho da entidade intermunicipal,
sob proposta da comissão executiva metropolitana ou do secretariado executivo
intermunicipal.
Artigo 107.º
Pessoal
1 - As entidades intermunicipais dispõem de mapa de pessoal próprio, privilegiando-se
o recurso ao seu preenchimento através dos instrumentos de mobilidade geral
legalmente previstos, preferencialmente de trabalhadores oriundos dos mapas de pessoal
dos municípios que as integram.
2 - Aos trabalhadores das entidades intermunicipais é aplicável o regime jurídico do
contrato de trabalho em funções públicas.
CAPÍTULO IV
Associações de freguesias e de municípios de fins específicos
Artigo 108.º
Constituição
1 - A constituição das associações de autarquias locais de fins específicos compete aos
órgãos executivos colegiais dos municípios ou das freguesias interessados, ficando a
eficácia do acordo constitutivo, que define os seus estatutos, dependente da aprovação
pelos respetivos órgãos deliberativos.
2 - As associações de autarquias locais de fins específicos constituem-se por contrato,
nos termos previstos na lei civil, sendo outorgantes os presidentes dos órgãos executivos
dos municípios ou das freguesias envolvidas.
3 - A constituição de uma associação de autarquias locais de fins específicos é
comunicada pela autarquia local em cuja circunscrição esteja sedeada ao membro do
Governo que tutela as autarquias locais.
Artigo 109.º
Estatutos
1 - Os estatutos das associações de autarquias locais de fins específicos devem
especificar:
a) A denominação, incluindo a menção «Associação de Municípios» ou «Associação de
Freguesias», consoante os casos, a sede e a composição;
b) Os fins da associação;
c) Os bens, os serviços e os demais contributos com que os municípios concorrem para
a prossecução das suas atribuições;
d) As competências dos seus órgãos;
e) A estrutura orgânica e o modo de designação e funcionamento dos seus órgãos;
f) A duração, quando a associação de municípios de fins específicos não se constitua
Artigo 110.º
Regime jurídico
As associações de autarquias locais de fins específicos regem-se pelo disposto na
presente lei e na demais legislação aplicável às pessoas coletivas públicas, bem como
pelos respetivos estatutos e regulamentos internos, estando nomeadamente sujeitas,
quaisquer que sejam as particularidades dos seus estatutos e do seu regime de gestão:
a) Aos princípios constitucionais de direito administrativo;
b) Aos princípios gerais da atividade administrativa;
c) Ao Código do Procedimento Administrativo;
d) Ao Código dos Contratos Públicos;
e) Às leis do contencioso administrativo;
f) À lei de organização e processo do Tribunal de Contas e ao regime de jurisdição e
controlo financeiro do Tribunal de Contas e da Inspeção-Geral de Finanças;
g) Ao regime jurídico da administração financeira e patrimonial do Estado;
h) Ao regime jurídico das incompatibilidades e impedimentos de cargos públicos e dos
trabalhadores em funções públicas, incluindo as incompatibilidades previstas nos
artigos 78.º e 79.º do Estatuto da Aposentação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 498/72,
de 9 de dezembro;
i) Aos princípios da publicidade, da concorrência e da não discriminação em matéria de
recrutamento de pessoal e ao regime jurídico aplicável aos trabalhadores que exercem
funções públicas;
j) Ao regime da realização das despesas públicas;
k) Ao regime da responsabilidade civil do Estado e das demais entidades públicas.
TÍTULO IV
Descentralização administrativa
CAPÍTULO I
Disposições gerais
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 111.º
Descentralização administrativa
Para efeitos da presente lei, a descentralização administrativa concretiza-se através da
transferência por via legislativa de competências de órgãos do Estado para órgãos das
autarquias locais e das entidades intermunicipais.
Artigo 112.º
Objetivos
Artigo 113.º
Intangibilidade das atribuições e natureza e âmbito da
descentralização administrativa
No respeito pela intangibilidade das atribuições autárquicas e intermunicipais, o Estado
concretiza a descentralização administrativa promovendo a transferência progressiva,
contínua e sustentada de competências em todos os domínios dos interesses próprios das
populações das autarquias locais e das entidades intermunicipais, em especial no âmbito
das funções económicas e sociais.
SECÇÃO II
Transferência de competências
Artigo 114.º
Transferência de competências
A transferência de competências tem caráter definitivo e universal.
Artigo 115.º
Recursos
1 - A lei deve prever expressamente os recursos humanos, patrimoniais e financeiros
necessários e suficientes ao exercício pelos órgãos das autarquias locais e das entidades
intermunicipais das competências para eles transferidas.
2 - Na previsão dos recursos referidos no número anterior, a lei faz obrigatoriamente
referência às respetivas fontes de financiamento e aos seus modos de afetação.
3 - O Estado deve promover os estudos necessários de modo a que a concretização da
transferência de competências assegure a demonstração dos seguintes requisitos:
a) O não aumento da despesa pública global;
b) O aumento da eficiência da gestão dos recursos pelas autarquias locais ou pelas
entidades intermunicipais;
c) Os ganhos de eficácia do exercício das competências pelos órgãos das autarquias
locais ou das entidades intermunicipais;
d) O cumprimento dos objetivos referidos no artigo 112.º;
e) A articulação entre os diversos níveis da administração pública.
4 - Os estudos referidos no número anterior são elaborados por equipas técnicas
multidisciplinares, compostas por representantes dos departamentos governamentais
envolvidos, das comissões de coordenação e desenvolvimento regional, da Associação
Nacional dos Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias.
5 - A lei deve obrigatoriamente fazer referência aos estudos referidos no n.º 3.
CAPÍTULO II
Delegação de competências
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 117.º
Prossecução de atribuições e delegação de competências
1 - O Estado, as autarquias locais e as entidades intermunicipais articulam entre si, nos
termos do artigo 4.º, a prossecução das respetivas atribuições, podendo, para o efeito,
recorrer à delegação de competências.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, os órgãos do Estado podem delegar
competências nos órgãos das autarquias locais e das entidades intermunicipais e os
órgãos dos municípios podem delegar competências nos órgãos das freguesias e das
entidades intermunicipais.
Artigo 118.º
Objetivos
A concretização da delegação de competências visa a promoção da coesão territorial, o
reforço da solidariedade inter-regional, a melhoria da qualidade dos serviços prestados
às populações e a racionalização dos recursos disponíveis.
Artigo 119.º
Intangibilidade das atribuições e âmbito da delegação de competências
No respeito pela intangibilidade das atribuições estaduais, autárquicas e intermunicipais,
o Estado e os municípios concretizam a delegação de competências em todos os
domínios dos interesses próprios das populações das freguesias, dos municípios e das
entidades intermunicipais.
Artigo 120.º
Contrato
1 - A delegação de competências concretiza-se através da celebração de contratos
interadministrativos, sob pena de nulidade.
2 - À negociação, celebração e execução dos contratos é aplicável o disposto na
presente lei e, subsidiariamente, o Código dos Contratos Públicos e o Código do
Procedimento Administrativo.
Artigo 121.º
Princípios gerais
A negociação, celebração, execução e cessação dos contratos obedece aos seguintes
princípios:
a) Igualdade;
b) Não discriminação;
c) Estabilidade;
d) Prossecução do interesse público;
e) Continuidade da prestação do serviço público;
f) Necessidade e suficiência dos recursos.
Artigo 122.º
Recursos
Artigo 123.º
Cessação do contrato
1 - O contrato pode cessar por caducidade, revogação ou resolução.
2 - O contrato cessa por caducidade nos termos gerais, designadamente pelo decurso do
respetivo período de vigência.
3 - Sem prejuízo do disposto no n.º 3 do artigo 126.º e no n.º 3 do artigo 129.º, a
mudança dos titulares dos órgãos dos contraentes públicos não determina a caducidade
do contrato.
4 - Os contraentes públicos podem revogar o contrato por mútuo acordo.
5 - Os contraentes públicos podem resolver o contrato por incumprimento da
contraparte ou por razões de relevante interesse público devidamente fundamentadas.
6 - No caso de cessação por revogação ou resolução por razões de relevante interesse
público, os contraentes públicos devem demonstrar o preenchimento dos requisitos
previstos nas alíneas a) a e) do n.º 3 do artigo 115.º
7 - A cessação do contrato não pode originar quebra ou descontinuidade da prestação do
serviço público.
8 - Os contraentes públicos podem suspender o contrato com os fundamentos referidos
no n.º 5.
9 - À suspensão do contrato prevista do número anterior é aplicável, com as devidas
adaptações, o disposto nos n.º s 6 e 7.
SECÇÃO II
Delegação de competências do Estado nos municípios e
nas entidades intermunicipais
Artigo 124.º
Intangibilidade das atribuições e âmbito da delegação de competências
Artigo 125.º
Igualdade e não discriminação
1 - Na concretização da delegação de competências, e no respeito pelos princípios da
igualdade e da não discriminação referidos nas alíneas a) e b) do artigo 121.º, o Estado
considera, designadamente, a caraterização da entidade intermunicipal como área
metropolitana ou como comunidade intermunicipal.
2 - Na concretização da delegação de competências, e no respeito pelos princípios da
igualdade e da não discriminação referidos nas alíneas a) e b) do artigo 121.º, o Estado
considera, designadamente, a caraterização da autarquia local como município ou
Artigo 126.º
Período de vigência
1 - O período de vigência do contrato coincide com a duração do mandato do Governo,
salvo casos excecionais, devidamente fundamentados, e sem prejuízo do disposto no
número seguinte.
2 - O contrato considera-se renovado após a tomada de posse do Governo, sem prejuízo
do disposto no número seguinte.
3 - Os outorgantes podem promover a denúncia do contrato, no prazo de seis meses
após a tomada de posse do Governo ou após a instalação do órgão autárquico.
4 - Os órgãos deliberativos das autarquias locais e das entidades intermunicipais não
podem, em caso algum, promover a denúncia do contrato.
Artigo 127.º
Comunicação
1 - Os departamentos governamentais competentes comunicam ao serviço da
administração central responsável pelo acompanhamento das autarquias locais, por via
eletrónica e no prazo de 30 dias, a celebração, alteração e cessação dos contratos,
mediante o envio de cópia.
2 - Compete ao serviço referido no número anterior manter atualizado o registo dos
contratos mencionados no número anterior.
3 - Os contratos estão disponíveis para consulta, nos termos da lei.
SECÇÃO III
Delegação de competências dos municípios
SUBSECÇÃO I
Nas entidades intermunicipais
Artigo 128.º
Âmbito da delegação de competências
Artigo 129.º
Período de vigência
1 - O período de vigência do contrato coincide com a duração do mandato do órgão
deliberativo do município, salvo casos excecionais, devidamente fundamentados, e sem
prejuízo do disposto no número seguinte.
2 - O contrato considera-se renovado após a instalação do órgão deliberativo do
município, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
3 - Os outorgantes podem promover a denúncia do contrato, no prazo de seis meses
após a instalação do órgão deliberativo do município.
Artigo 130.º
Registo
1 - Os contraentes públicos mantêm um registo atualizado dos contratos celebrados.
2 - Os contratos estão disponíveis para consulta, nos termos da lei.
SUBSECÇÃO II
Nas freguesias
Artigo 131.º
Âmbito da delegação de competências
Artigo 132.º
Delegação legal
(Revogado)
Artigo 133.º
Acordos de execução
(Revogado)
Artigo 134.º
Cessação
(Revogado)
Artigo 135.º
Igualdade e não discriminação
(Revogado)
Artigo 136.º
Período de vigência
(Revogado)
TÍTULO V
Disposições finais
Artigo 138.º
Regiões autónomas
Artigo 139.º
Unidades administrativas
A Assembleia da República decreta, nos termos dos artigos 164.º, alínea d), e 169.º, n.º
3, da Constituição, o seguinte:
Artigo 1.º
Âmbito
1 - A presente lei estabelece o regime jurídico da tutela administrativa a que ficam
sujeitas as autarquias locais e entidades equiparadas, bem como o respectivo regime
sancionatório.
2 - Para efeitos do presente diploma são consideradas entidades equiparadas a
autarquias locais as áreas metropolitanas, as assembleias distritais e as associações de
municípios de direito público.
Artigo 2.º
Objecto
Artigo 3.º
Artigo 4.º
Deveres de informação e cooperação
Artigo 5.º
Titularidade dos poderes de tutela
A tutela administrativa compete ao Governo, sendo assegurada, de forma articulada,
pelos Ministros das Finanças e do Equipamento, do Planeamento e da Administração do
Território, no âmbito das respectivas competências.
Artigo 6.º
Realização de acções inspectivas
Artigo 7.º
Sanções
Artigo 8.º
Perda de mandato
Artigo 9.º
Dissolução de órgãos
Artigo 10.º
Causas de não aplicação da sanção
Artigo 11.º
Decisões de perda de mandato e de dissolução
Artigo 12.º
Efeitos das decisões de perda de mandato e de dissolução
1 - Os membros de órgão dissolvido ou os que hajam perdido o mandato não podem
fazer parte da comissão administrativa a que se refere o n.º 1 do artigo 14.º
2 - No caso de dissolução do órgão, o disposto no número anterior não é aplicável aos
membros do órgão dissolvido que tenham votado contra ou que não tenham participado
nas deliberações, praticado os actos ou omitido os deveres legais a que estavam
obrigados e que deram causa à dissolução do órgão.
3 - A renúncia ao mandato não prejudica o disposto no n.º 1 do presente artigo.
4 - A dissolução do órgão deliberativo da freguesia ou da região administrativa envolve
necessariamente a dissolução da respectiva junta.
Artigo 13.º
Inelegibilidade
A condenação definitiva dos membros dos órgãos autárquicos em qualquer dos crimes
de responsabilidade previstos e definidos na Lei n.º 34/87, de 16 de Julho, implica a sua
inelegibilidade nos actos eleitorais destinados a completar o mandato interrompido e
nos subsequentes que venham a ter lugar no período de tempo correspondente a novo
mandato completo, em qualquer órgão autárquico.
Artigo 15.º
Regime processual
Artigo 16.º
Aplicação às Regiões Autónomas
Artigo 17.º
Norma transitória
Artigo 18.º
Norma revogatória
TÍTULO I
Disposições gerais
CAPÍTULO I
Objeto, fins e princípios gerais
Artigo 1.º
Objeto
Artigo 2.º
Fins
Nos termos do art.º 3.º, al. j), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de setembro,
última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “descontaminação de solos” consiste no “o
procedimento de remoção da fonte de contaminação e o confinamento, tratamento, in situ ou ex situ,
conducente à remoção e ou à redução de agentes poluentes nos solos, bem como à eliminação ou
diminuição dos efeitos por estes causados”.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. qq), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “valorização” é qualquer operação,
nomeadamente as constantes no anexo ii do presente decreto-lei, cujo resultado principal seja a
transformação dos resíduos de modo a servirem um fim útil, substituindo outros materiais que, caso
contrário, teriam sido utilizados para um fim específico ou a preparação dos resíduos para esse fim na
instalação ou conjunto da economia”.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. xx) do regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para o
ar (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 39/2018, de 11 de junho) “resíduos” são “quaisquer substâncias ou
objetos de que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação de se desfazer”.
Nota 1: Sobre os princípios ambientais referidos no n.º 2, cf. o art.º 3.º da LBA.
Nota 2: Sobre o “princípio da solidariedade intergeracional”, cf. também o art.º 8.º do regime jurídico
dos instrumentos de gestão territorial, que impõe a “harmonização dos vários interesses públicos com
expressão territorial”. Cf. art.º 12.º , n.º 2, do mesmo diploma e o art.º 10.º , al. c), da Lei de Bases do
Ambiente.
Nota 3: Nos termos do art.º 3.º, al. x), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “prevenção” consiste na “adoção de medidas
antes de uma substância, material ou produto assumir a natureza de resíduo, destinadas a reduzir”:
I) a quantidade de resíduos produzidos, designadamente através da reutilização de produtos ou do
prolongamento do tempo de vida dos produtos; II) os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou III) o teor de substâncias nocivas presentes nos materiais e nos
produtos”.
Nos termos do art.º 11.º, al. m), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de prevenção” são “quaisquer medidas adotadas em resposta a um acontecimento, ato
ou omissão que tenha causado uma ameaça iminente de danos ambientais, destinadas a prevenir ou
minimizar ao máximo esses danos”.
CAPÍTULO II
Direitos e deveres gerais
Artigo 4.º
Direito de propriedade privada do solo
Artigo 5.º
Direito ao ordenamento do território
Artigo 6.º
Outros direitos
Artigo 7.º
Deveres gerais
Artigo 8.º
Deveres do Estado, das regiões autónomas e das autarquias locais
CAPÍTULO I
Estatuto jurídico do solo
SECÇÃO I
Disposições comuns
Artigo 9.º
Regime de uso do solo
1 - O uso do solo realiza-se no âmbito dos limites previstos na Constituição, na lei, nos
planos territoriais de âmbito intermunicipal ou municipal em vigor e em conformidade
com a respetiva classificação e qualificação.
2 - O regime de uso do solo define a disciplina relativa à respetiva ocupação, utilização
e transformação.
3 - O regime de uso do solo é estabelecido pelos planos territoriais de âmbito
intermunicipal ou municipal através da classificação e qualificação do solo.
Artigo 10.º
Classificação e qualificação do solo
1 - A classificação do solo determina o destino básico do solo, com respeito pela sua
natureza, e assenta na distinção entre solo rústico e solo urbano.
2 - Para efeitos do disposto no número anterior, entende-se por:
a) «Solo rústico», aquele que, pela sua reconhecida aptidão, se destine, nomeadamente,
ao aproveitamento agrícola, pecuário, florestal, à conservação, valorização e exploração
de recursos naturais, de recursos geológicos ou de recursos energéticos, assim como o
que se destina a espaços naturais, culturais, de turismo, recreio e lazer ou à proteção de
riscos, ainda que seja ocupado por infraestruturas, e aquele que não seja classificado
como urbano;
b) «Solo urbano», o que está total ou parcialmente urbanizado ou edificado e, como tal,
afeto à urbanização ou à edificação, em plano territorial ou deliberação dos órgãos das
autarquias locais, nos termos da lei, mediante contratualização para a realização das
respetivas obras de urbanização e de edificação.
3 - A classificação e reclassificação do solo como urbano traduzem uma opção de
planeamento, nos termos e condições previstos na lei.
4 - A qualificação do solo define, com respeito pela sua classificação, o conteúdo do seu
aproveitamento por referência às potencialidades de desenvolvimento do território.
5 - Podem ser propostas desafetações ou alterações dos condicionamentos do
aproveitamento específico do solo resultantes das restrições de utilidade pública, em
função da respetiva avaliação e ponderação, nos termos e condições previstos na lei:
a) No âmbito dos procedimentos de elaboração, alteração ou revisão dos planos
territoriais de âmbito intermunicipal ou municipal;
b) Através de outros mecanismos ou procedimentos previstos na lei.
Artigo 10.º-A
Solo urbano
Artigo 11.º
Restrições de utilidade pública
Artigo 12.º
Áreas territoriais a reabilitar e a regenerar
SECÇÃO II
Direitos e deveres relativos ao solo
Artigo 13.º
Direitos dos proprietários
Artigo 14.º
Deveres dos proprietários
Artigo 15.º
Aquisição gradual das faculdades urbanísticas
Artigo 16.º
Imposição da realização de operações urbanísticas
Artigo 17.º
Sacrifício de direitos preexistentes e juridicamente consolidados
Artigo 18.º
Reserva de solo
SECÇÃO III
Estruturação da propriedade
Artigo 19.º
Estruturação da propriedade
Artigo 20.º
Uso do solo e edificabilidade
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “edificabilidade” como “a quantidade de edificação que, nos termos das disposições legais e
regulamentares aplicáveis, pode ser realizada numa dada porção do território”.
Artigo 21.º
Transferência de edificabilidade
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define “lote” como o “prédio destinado à edificação, constituído ao abrigo de uma operação de
loteamento ou de um plano de pormenor com efeitos registais.”
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define “edificabilidade” como “a quantidade de edificação que, nos termos das disposições legais
e regulamentares aplicáveis, pode ser realizada numa dada porção do território”.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. x), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “prevenção” consiste na “adoção de medidas
antes de uma substância, material ou produto assumir a natureza de resíduo, destinadas a reduzir”:
I) a quantidade de resíduos produzidos, designadamente através da reutilização de produtos ou do
prolongamento do tempo de vida dos produtos; II) os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou III) o teor de substâncias nocivas presentes nos materiais e nos
produtos”
Nos termos do art.º 11.º, al. m), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de prevenção” são “quaisquer medidas adotadas em resposta a um acontecimento, ato
ou omissão que tenha causado uma ameaça iminente de danos ambientais, destinadas a prevenir ou
minimizar ao máximo esses danos”.
CAPÍTULO II
Propriedade pública do solo e intervenção do Estado, das
regiões autónomas e das autarquias locais
SECÇÃO I
Propriedade pública do solo
Artigo 22.º
Espaços de uso público, equipamentos e infraestruturas de utilização coletiva
Artigo 23.º
Domínio privado e políticas públicas de solos
Nota 2: Os bens que integram o domínio público podem pertencer ao Estado, às regiões autónomas ou às
autarquias locais (domínio público estadual, domínio público regional e domínio público autárquico). Só
os entes públicos de população e território (ou “de base territorial”) são titulares de bens do domínio
público. Certos bens integram necessariamente, pela sua ligação à soberania do Estado, o domínio público
do Estado, como é o caso do domínio público marítimo e domínio público aéreo. No entanto, os entes
Nota 3: O património do Estado é constituído pelos bens do seu domínio público e privado, e ainda pelos
direitos e obrigações com conteúdo económico de que o Estado é titular. Integram o domínio público do
Estado os seguintes bens: “a) águas territoriais com os seus leitos, as águas marítimas interiores com os
seus leitos e margens e a plataforma continental; b) lagos, lagoas e cursos de água navegáveis ou flutuáveis
com os respetivos leitos e margens e, bem assim, os que por lei forem reconhecidos como aproveitáveis
para produção de energia elétrica ou para irrigação; c) barragens de utilidade pública, portos artificiais,
docas, aeroportos, aeródromos de interesse público e outros bens do domínio público hídrico; d) camadas
aéreas, jazigos minerais e petrolíferos, nascentes de águas mineromedicinais, recursos geotérmicos, e outras
riquezas naturais do subsolo, com exclusão dos minerais utilizados na construção; e) linhas férreas de
interesse público, autoestradas, estradas nacionais e acessórios, e obras de arte; f) obras e instalações
militares e zonas territoriais adstritas à defesa militar; g) navios da armada, aeronaves militares, carros de
combate e outro equipamento militar de natureza e durabilidade equivalente; h) linhas telefónicas, cabos
submarinos, obras, canalizações e redes de distribuição pública de energia elétrica; i) palácios,
monumentos, museus, bibliotecas, arquivos e teatros nacionais, e palácios escolhidos pelo Chefe de Estado,
para a Presidência, para sua residência e das pessoas da sua família; j) direitos públicos sobre imóveis
privados classificados ou de uso e fruição sobre quaisquer bens privados; k) servidões administrativas,
restrições de utilidade pública ao direito de propriedade; l) outros bens do Estado sujeitos por lei ao regime
de direito público” (art.º 4.º do D.L. 477/80, de 15 de outubro). Diferentemente, integram o domínio
privado do Estado bens como: a) imóveis: prédios rústicos e urbanos e direitos a eles inerentes; b) direitos
de arrendamento dos quais ocupe a posição de arrendatário; c) direitos reais; d) bens móveis corpóreos
(com exceção das coisas consumíveis e daquelas que, sem se destruírem imediatamente, se depreciam muito
rapidamente). Estes bens são suscetíveis de comércio privado (cf. art.º 1304º do Código Civil), mas nem
todos eles são comerciáveis, pelo que há que distinguir entre bens do domínio privado disponível e bens do
domínio privado indisponível (art.º 5.º do D.L. 477/80, de 15 de outubro).
Artigo 24.º
Autonomização de bens imóveis de titularidade ou afetação pública
Artigo 25.º
Cedência de bens imóveis
Nota 2: Sobre a reversão, cf. o art.º 45.º do RJUE: direito de reversão em caso de as parcelas cedidas
serem afetas a fins diversos daqueles para que hajam sido cedidas.
Nota 3: Cf. ainda ao cf. art.º 5.º do Código das Expropriações (direito de reversão) no caso de os bens
expropriados não serem aplicados, no prazo de dois anos, ao fim que determinou a expropriação ou se,
entretanto, tiverem cessado as finalidades da expropriação. Sobre como se processa a reversão no caso de
expropriação, cf. 74.º e segs. do CE.
Nota 4: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo (de setembro de 2019)
define as “operações urbanísticas” como “as operações materiais de urbanização, de edificação,
utilização dos edifícios ou do solo desde que, neste último caso, para fins não exclusivamente agrícolas,
pecuários, florestais, mineiros ou de abastecimento público de água”.
SECÇÃO II
Meios de intervenção administrativa no solo
Artigo 26.º
Instrumentos de política de solos
Artigo 27.º
Gestão territorial
Artigo 28.º
Transação de bens do domínio privado
Nota 1: Os bens que integram o domínio público podem pertencer ao Estado, às regiões autónomas ou às
autarquias locais (domínio público estadual, domínio público regional e domínio público autárquico). Só
os entes públicos de população e território (ou “de base territorial”) são titulares de bens do domínio
público. Certos bens integram necessariamente, pela sua ligação à soberania do Estado, o domínio público
do Estado, como é o caso do domínio público marítimo e domínio público aéreo. No entanto, os entes
públicos também são titulares de bens do domínio privado, integrem estes o património financeiro
(património privado disponível) ou o património administrativo (património privado indisponível).
Nota 2: O património do Estado é constituído pelos bens do seu domínio público e privado, e ainda pelos
direitos e obrigações com conteúdo económico de que o Estado é titular. Integram o domínio público do
Estado os seguintes bens: “a) águas territoriais com os seus leitos, as águas marítimas interiores com os
seus leitos e margens e a plataforma continental; b) lagos, lagoas e cursos de água navegáveis ou flutuáveis
com os respetivos leitos e margens e, bem assim, os que por lei forem reconhecidos como aproveitáveis
para produção de energia elétrica ou para irrigação; c) barragens de utilidade pública, portos artificiais,
docas, aeroportos, aeródromos de interesse público e outros bens do domínio público hídrico; d) camadas
aéreas, jazigos minerais e petrolíferos, nascentes de águas mineromedicinais, recursos geotérmicos, e outras
riquezas naturais do subsolo, com exclusão dos minerais utilizados na construção; e) linhas férreas de
interesse público, autoestradas, estradas nacionais e acessórios, e obras de arte; f) obras e instalações
militares e zonas territoriais adstritas à defesa militar; g) navios da armada, aeronaves militares, carros de
combate e outro equipamento militar de natureza e durabilidade equivalente; h) linhas telefónicas, cabos
submarinos, obras, canalizações e redes de distribuição pública de energia elétrica; i) palácios,
monumentos, museus, bibliotecas, arquivos e teatros nacionais, e palácios escolhidos pelo Chefe de Estado,
para a Presidência, para sua residência e das pessoas da sua família; j) direitos públicos sobre imóveis
privados classificados ou de uso e fruição sobre quaisquer bens privados; k) servidões administrativas,
restrições de utilidade pública ao direito de propriedade; l) outros bens do Estado sujeitos por lei ao regime
de direito público” (art.º 4.º do D.L. 477/80, de 15 de outubro). Diferentemente, integram o domínio
privado do Estado bens como: a) imóveis: prédios rústicos e urbanos e direitos a eles inerentes; b) direitos
de arrendamento dos quais ocupe a posição de arrendatário; c) direitos reais; d) bens móveis corpóreos
(com exceção das coisas consumíveis e daquelas que, sem se destruírem imediatamente, se depreciam muito
rapidamente). Estes bens são suscetíveis de comércio privado (cf. art.º 1304º do Código Civil), mas nem
todos eles são comerciáveis, pelo que há que distinguir entre bens do domínio privado disponível e bens do
domínio privado indisponível (art.º 5.º do D.L. 477/80, de 15 de outubro).
Artigo 29.º
Direito de preferência
Nos termos do art.º 11.º, al. m), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de prevenção” são “quaisquer medidas adotadas em resposta a um acontecimento, ato
ou omissão que tenha causado uma ameaça iminente de danos ambientais, destinadas a prevenir ou
minimizar ao máximo esses danos”.
Artigo 30.º
Direito de superfície
Artigo 31.º
Cedência de utilização de bens do domínio privado
Nota 2: Os bens que integram o domínio público podem pertencer ao Estado, às regiões autónomas ou às
autarquias locais (domínio público estadual, domínio público regional e domínio público autárquico). Só
os entes públicos de população e território (ou “de base territorial”) são titulares de bens do domínio
público. Certos bens integram necessariamente, pela sua ligação à soberania do Estado, o domínio público
do Estado, como é o caso do domínio público marítimo e domínio público aéreo. No entanto, os entes
públicos também são titulares de bens do domínio privado, integrem estes o património financeiro
(património privado disponível) ou o património administrativo (património privado indisponível).
Os bens do património financeiro ou bens do património privado disponível estão sujeitos ao regime
jurídico-privado.
Nota 3: O património do Estado é constituído pelos bens do seu domínio público e privado, e ainda pelos
direitos e obrigações com conteúdo económico de que o Estado é titular. Integram o domínio público do
Estado os seguintes bens: “a) águas territoriais com os seus leitos, as águas marítimas interiores com os
seus leitos e margens e a plataforma continental; b) lagos, lagoas e cursos de água navegáveis ou flutuáveis
com os respetivos leitos e margens e, bem assim, os que por lei forem reconhecidos como aproveitáveis
para produção de energia elétrica ou para irrigação; c) barragens de utilidade pública, portos artificiais,
docas, aeroportos, aeródromos de interesse público e outros bens do domínio público hídrico; d) camadas
aéreas, jazigos minerais e petrolíferos, nascentes de águas mineromedicinais, recursos geotérmicos, e outras
riquezas naturais do subsolo, com exclusão dos minerais utilizados na construção; e) linhas férreas de
interesse público, autoestradas, estradas nacionais e acessórios, e obras de arte; f) obras e instalações
militares e zonas territoriais adstritas à defesa militar; g) navios da armada, aeronaves militares, carros de
combate e outro equipamento militar de natureza e durabilidade equivalente; h) linhas telefónicas, cabos
submarinos, obras, canalizações e redes de distribuição pública de energia elétrica; i) palácios,
monumentos, museus, bibliotecas, arquivos e teatros nacionais, e palácios escolhidos pelo Chefe de Estado,
para a Presidência, para sua residência e das pessoas da sua família; j) direitos públicos sobre imóveis
privados classificados ou de uso e fruição sobre quaisquer bens privados; k) servidões administrativas,
restrições de utilidade pública ao direito de propriedade; l) outros bens do Estado sujeitos por lei ao regime
de direito público” (art.º 4.º do D.L. 477/80, de 15 de outubro). Diferentemente, integram o domínio
privado do Estado bens como: a) imóveis: prédios rústicos e urbanos e direitos a eles inerentes; b) direitos
de arrendamento dos quais ocupe a posição de arrendatário; c) direitos reais; d) bens móveis corpóreos
(com exceção das coisas consumíveis e daquelas que, sem se destruírem imediatamente, se depreciam muito
rapidamente). Estes bens são suscetíveis de comércio privado (cf. art.º 1304º do Código Civil), mas nem
todos eles são comerciáveis, pelo que há que distinguir entre bens do domínio privado disponível e bens do
domínio privado indisponível (art.º 5.º do D.L. 477/80, de 15 de outubro).
Artigo 32.º
Concessão da utilização e exploração do domínio público
Nota 1: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define as “infraestruturas urbanas” como “os sistemas técnicos de suporte direto ao
funcionamento dos aglomerados urbanos ou da edificação em conjunto”.
Nota 2: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define “equipamentos de utilização coletiva” como “as edificações e os espaços não edificados
afetos à provisão de bens e serviços destinados à satisfação das necessidades coletivas dos cidadãos,
designadamente nos domínios da saúde, da educação, da cultura e do desporto, da justiça, da segurança
social, da segurança pública e da proteção civil”.
Nota 3: As camadas aéreas superiores ao território, acima do limite reconhecido por lei ao proprietário
ou ao superficiário, pertencem ao domínio público estadual. Assim, pertencem ao domínio público as
camadas aéreas que se situam acima dos imóveis do domínio privado. Mas suscita-se a questão da rigorosa
fixação dos limites da propriedade privada dos imóveis. O art.º 1344.º do Código Civil determina que a
propriedade de imóveis abrange o espaço aéreo correspondente à respetiva superfície. Porém, o legislador
não estabelece os limites superiores da propriedade privada de imóvel. Assim, onde termina a propriedade
privada e se inicia o domínio público aéreo? Sem esta delimitação precisa, suscita-se a questão de saber
quando se verifica intromissão do proprietário no domínio público. A passagem de linhas transporte de
electricidade, nomeadamente as linhas de alta tensão, e de fios de telefone por cima das propriedades
privadas é geralmente considerado como espaço de propriedade privada, razão por que há lugar a
indemnização pelo dano sofrido por servidão pública. Tem-se concluído que não existe um domínio público
aéreo municipal. Este entendimento não é, contudo, sustentável, mesmo face à letra da lei (desde logo o
art.º 84.º da CRP), que parece não deixar dúvidas quanto à sua existência. Também do ponto de vista
dogmático não se vislumbram razões para o não reconhecimento de um domínio público municipal ou
regional. O espaço ocupado pelas linhas referidas ainda é espaço do proprietário, mas acima dele, há um
espaço aéreo do domínio público nacional, regional ou local.
Jurisprudência:
Ac. do TCAN de 26.3.2009 (proc. (00949/06.7BECBR ), no qual se lê: “I. Existe, sem margem para dúvidas, um
domínio público autárquico e, em especial, um domínio público municipal, tanto para mais que a sua existência é
assumida e afirmada em vários diplomas legais e aceite pela doutrina. II. No âmbito do nosso ordenamento existe
efectivamente apenas um domínio público aéreo estadual ou nacional, não havendo um domínio público aéreo
municipal constituído ou correspondente aos respectivos limites territoriais e que comece para lá da altitude onde o
interesse dos proprietários já não chegue. III. Não se pode concluir, todavia, que os municípios não sejam
detentores de espaço aéreo sobrejacente ao seu domínio público, mormente, ao domínio público rodoviário e que
sobre esse espaço os mesmos não possam ou não devam exercer seus poderes de administração, efectivando dessa
forma seus direitos e interesses. IV. Tal é reconhecido pelo próprio legislador ordinário [cfr. art. 19.º, als. b) e c) da
Lei n.º 42/98, de 06/08 - LFL à data dos factos vigente] quando afirma a sua existência e a confere tais poderes
aos municípios. V. Constitui “questão fiscal” para a qual são competentes os tribunais tributários o apurar se assiste
ao Município o direito a exigir de determinados sujeitos o pagamento de certa quantia, acrescida de juros moratórios,
devida a título de taxas pela utilização/ocupação do espaço público aéreo nos termos decorrentes do Regulamento
de Taxas e Licenças daquele Município.”
Moniz, Ana Raquel G.: “O Domínio Público - O critério e o regime jurídico da dominialidade”, págs. 123, 124;
idem, “Domínio Público Local - noção e âmbito”, in: Domínio Público Local, Junho 2006, págs. 07 e segs
Artigo 34.º
Expropriações por utilidade pública
Nota 2: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo (de setembro de 2019)
define as “operações urbanísticas” como “as operações materiais de urbanização, de edificação,
utilização dos edifícios ou do solo desde que, neste último caso, para fins não exclusivamente agrícolas,
pecuários, florestais, mineiros ou de abastecimento público de água”.
Artigo 35.º
Venda forçada
Nota 1: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define “edifício” como “uma construção permanente, dotada de acesso independente, coberta,
limitada por paredes exteriores ou paredes-meeiras que vão das fundações à cobertura, destinada a
utilização humana ou a outros fins”.
Nota 2: O cálculo do valor (do solo) configura a “avaliação” do solo. Esta avaliação tem de ser justa e para
isso deve obedecer a critérios claros e objetivos. Quem avalia está mandatado por lei para determinar e
declara o valor (do solo). À luz da lei e do direito, só há um valor justo. Esta operação de avaliação é
estritamente vinculada, não tendo nada de discricionária, nem. seque se verifica aqui “margens de
avaliação”. A boa administração exige a justiça no caso concreto, que pressupõem clareza e objetividade.
Este raciocínio é, em geral, válido para toda e qualquer avaliação da Administração pública, pois toda a
avaliação consiste precisamente em determinar e declarar o valor. Neste caso do art.º 26.º 0 legislador
determinou os critérios de avaliação. Noutros casos em que o legislador não o tenha feito com tanta clareza
e objetividade, deve o intérprete e aplicador da lei fazê-lo, e essa operação, sendo uma operação de
determinação e declaração da justiça no caso concreto é essencialmente vinculada e, assim, sujeita a um
controlo jurisdicional em princípio pleno, mas que o tribunal pode no caso concreto auto recuar
considerando as circunstâncias do caso concreto. Este é o entendimento que vimos sustentando desde 1987
(mais propriamente desde 1986), quando escrevemos: “A natureza da decisão confòrmadora exige que ela
apenas possa ter lugar através de valorações, prognoses e juízos valorativos da autoridade administrativa.
Só assim a Administração pode reagir, célere e eficazmente, no cumprimento das suas funções. Por isso,
não é aqui possível um amplo controlo jurisdicional, apesar da vinculação da autoridade administrativa à
melhor decisão possível. Isto porque a decisão administrativa não é nestes casos compatível com o controlo
a posteriori de uma instância independente. Mas deste forçoso reconhecimento de recuo do controlo
jurisdicional não se deve concluir que a zona não controlada se transformou por isso em zona discricionária”
(in: SOUSA, A. F. de, A discricionariedade administrativa, Lisboa 1987, p. 332 e seg.). E em 1994
sustentou-se que “a flexibilidade do self-restreint judicial permite ao tribunal adaptar-se permanentemente
às novas situações, aos novos reconhecimentos científicos e às novas técnicas de controlo” (SOUSA, A. F.,
“Conceitos indeterminados” no direito administrativo, Coimbra 1994, p. 238). E ainda: “o juiz, criterioso e
Nota 3: Sobre esta temática, cf. SOUSA, António Francisco de, “Os 'conceitos legais indeterminados' no
direito administrativo alemão”, in: Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro 166 (1986), pág. 276
a 291.
Nota 4: Ver uma panorâmica geral da origem e evolução da “margem de apreciação” e dos problemas que
ela suscita no Estado de direito in: SOUSA, A. F. de, “'Margem de apreciação' e Estado de direito” (in:
Polis, n.º 2, 1995, pág. 7 e segs.). Cf. também idem, 'Conceitos indeterminados' no direito administrativo,
Almedina, Coimbra 1994, espec. pág. 48 e segs e 1 17 e segs.
Nota 4: Segundo a doutrina tradicional portuguesa, a zona da “margem de apreciação” não é
discricionariedade, mas deve ter o mesmo regime de não controlo jurisdicional. Porém, este entendimento
'anula' o direito fundamental do cidadão a uma tutela jurisdicional efetiva. Em sede de avaliação de
desempenho ou de conhecimento de funcionários públicos, o Tribunal Administrativo Federal alemão faz
exigências jurídicas importantes que controla plenamente, como aconteceu no seu recente ac. de de
1.3.2018, onde se lê: “l. A obrigação de tornar plausíveis as avaliações individuais está relacionada com a
faculdade de o funcionário suscitar objeções à sua exatidão ou determinabilidade. Se o funcionário
considerar que a explicação da sua avaliação pela Administração não é suficientemente plausível, sobre ele
recai o ónus de especificar pontos concretos que considere que estão pouco claros ou incorretos. 2. Ao
justificar a avaliação global de uma avaliação, a ponderação dos diferentes elementos individuais deve estar
relacionada com as exigências estatutárias do cargo em causa. A Administração deve assegurar que é
uniforme a ponderação dos elementos individuais de avaliação, no âmbito de aplicação de critérios de
avaliação dentro de um grupo de funcionários abrangidos” (in: BVerwG, ac. de 1.3.2018 BverwG 2 A
10.17).
Artigo 36.º
Arrendamento forçado e disponibilização de prédios na bolsa de terras
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define “edifício” como “uma construção permanente, dotada de acesso independente, coberta,
limitada por paredes exteriores ou paredes-meeiras que vão das fundações à cobertura, destinada a
utilização humana ou a outros fins”.
TÍTULO III
Sistema de gestão territorial
CAPÍTULO I
Gestão territorial
Artigo 37.º
Objetivos da gestão territorial
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. x), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “prevenção” consiste na “adoção de medidas
antes de uma substância, material ou produto assumir a natureza de resíduo, destinadas a reduzir”:
I) a quantidade de resíduos produzidos, designadamente através da reutilização de produtos ou do
prolongamento do tempo de vida dos produtos; II) os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou III) o teor de substâncias nocivas presentes nos materiais e nos
produtos”
Artigo 38.º
Estrutura do sistema de gestão territorial
Artigo 39.º
Ponderação de interesses públicos e privados
Artigo 40.º
Âmbito nacional
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. x), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “prevenção” consiste na “adoção de medidas
antes de uma substância, material ou produto assumir a natureza de resíduo, destinadas a reduzir”:
I) a quantidade de resíduos produzidos, designadamente através da reutilização de produtos ou do
prolongamento do tempo de vida dos produtos; II) os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou III) o teor de substâncias nocivas presentes nos materiais e nos
produtos”
Artigo 41.º
Âmbito regional
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define “equipamentos de utilização coletiva” como “as edificações e os espaços não edificados
afetos à provisão de bens e serviços destinados à satisfação das necessidades coletivas dos cidadãos,
designadamente nos domínios da saúde, da educação, da cultura e do desporto, da justiça, da segurança
social, da segurança pública e da proteção civil”.
Artigo 42.º
Âmbito intermunicipal
Artigo 43.º
Âmbito municipal
1 - Os planos territoriais de âmbito municipal estabelecem, nos termos da Constituição e
da lei, de acordo com as diretrizes estratégicas de âmbito regional, e com opções
próprias de desenvolvimento estratégico local, o regime de uso do solo e a respetiva
execução.
2 - Os planos territoriais de âmbito municipal são o plano diretor municipal, o plano de
urbanização e o plano de pormenor.
3 - O plano diretor municipal é de elaboração obrigatória, salvo se houver um plano
diretor intermunicipal, e estabelece, nomeadamente, a estratégia de desenvolvimento
territorial municipal, o modelo territorial municipal, as opções de localização e de
gestão de equipamentos de utilização coletiva e as relações de interdependência com os
municípios vizinhos.
4 - O plano de urbanização desenvolve e concretiza o plano diretor municipal e estrutura
a ocupação do solo e o seu aproveitamento, definindo a localização das infraestruturas e
dos equipamentos coletivos principais.
5 - O plano de pormenor desenvolve e concretiza o plano diretor municipal, definindo a
implantação e a volumetria das edificações, a forma e organização dos espaços de
utilização coletiva e o traçado das infraestruturas.
Artigo 44.º
Relações entre programas e planos territoriais
Artigo 45.º
Articulação de programas e planos territoriais com os
planos de ordenamento do espaço marítimo
Artigo 46.º
Vinculação
CAPÍTULO II
Formação e dinâmica dos programas e planos territoriais
Artigo 48.º
Elaboração e aprovação
Artigo 49.º
Informação e participação
Artigo 51.º
Ratificação de planos territoriais de âmbito intermunicipal e municipal
CAPÍTULO III
Medidas preventivas e normas provisórias
Artigo 52.º
Medidas preventivas
Artigo 53.º
Normas provisórias
CAPÍTULO IV
Execução dos programas e planos territoriais
Artigo 54.º
Promoção pública da execução
Artigo 55.º
Execução sistemática e não sistemática
Artigo 56.º
Programação da execução
Nota: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo define a “operação de
reabilitação urbana” como “o conjunto articulado de intervenções visando, de forma integrada, a
reabilitação urbana de uma determinada área”.
Artigo 57.º
Monitorização e avaliação
TÍTULO IV
Operações urbanísticas
Artigo 58.º
Controlo administrativo das operações urbanísticas
Nota: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo (de setembro de 2019) define
as “operações urbanísticas” como “as operações materiais de urbanização, de edificação, utilização dos
edifícios ou do solo desde que, neste último caso, para fins não exclusivamente agrícolas, pecuários,
florestais, mineiros ou de abastecimento público de água”.
Artigo 59.º
Regularização de operações urbanísticas
Artigo 60.º
Utilização e conservação do edificado
Artigo 61.º
Reabilitação e regeneração
Nota: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo define a “operação de
reabilitação urbana” como “o conjunto articulado de intervenções visando, de forma integrada, a
reabilitação urbana de uma determinada área”.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. qq), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “valorização” é qualquer operação,
nomeadamente as constantes no anexo ii do presente decreto-lei, cujo resultado principal seja a
transformação dos resíduos de modo a servirem um fim útil, substituindo outros materiais que, caso
contrário, teriam sido utilizados para um fim específico ou a preparação dos resíduos para esse fim na
instalação ou conjunto da economia”.
TÍTULO V
Regime económico e financeiro
CAPÍTULO I
Financiamento de infraestruturas urbanísticas
Página 144 de 651
Artigo 62.º
Princípios gerais
Artigo 63.º
Tributação do património imobiliário
Nota: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo define a “operação de
reabilitação urbana” como “o conjunto articulado de intervenções visando, de forma integrada, a
reabilitação urbana de uma determinada área”.
CAPÍTULO II
Instrumentos equitativos
Artigo 64.º
Redistribuição de benefícios e encargos
Artigo 65.º
Objetivos da redistribuição de benefícios e encargos
Artigo 66.º
Tipos de redistribuição de benefícios e encargos
Artigo 67.º
Âmbito de aplicação
Artigo 68.º
Valor do solo
Artigo 69.º
Critérios gerais para a avaliação do solo
Artigo 70.º
Avaliação do solo rústico
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “edificabilidade” como “a quantidade de edificação que, nos termos das disposições legais e
regulamentares aplicáveis, pode ser realizada numa dada porção do território”.
CAPÍTULO IV
Avaliação de programas e planos territoriais
Artigo 72.º
Relatório sobre o estado do solo, do ordenamento do território e do urbanismo
Artigo 73.º
Acompanhamento da política de solos, de ordenamento do
território e de urbanismo
Artigo 74.º
Publicação e publicitação
Artigo 75.º
Sistema de informação
TÍTULO VII
Disposições transitórias e finais
Artigo 76.º
Registo predial, inscrição matricial cadastral
Artigo 77.º
Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território
Artigo 78.º
Planos especiais
Artigo 79.º
Planos regionais de ordenamento do território
Artigo 80.º
Instrumentos de gestão territorial
Artigo 81.º
Legislação complementar
Artigo 82.º
Norma transitória
Artigo 83.º
Norma revogatória
São revogados:
a) A Lei 48/98, de 11 de agosto, alterada pela Lei n.º 54/2007, de 31 de agosto;
b) O Decreto-Lei n.º 794/76, de 5 de novembro, alterado pelos Decretos-Leis n.º s
313/80, de 19 de agosto, 400/84, de 31 de dezembro, e 307/2009, de 23 de outubro;
c) O Decreto-Lei n.º 181/70, de 28 de abril;
d) O Decreto-Lei n.º 152/82, de 3 de maio, alterado pelo Decreto-Lei n.º 210/83, de 23
de maio.
Artigo 84.º
Início de vigência
A presente lei entra em vigor no prazo de 30 dias após a data da sua publicação.
CAPÍTULO I
Disposições gerais
SECÇÃO I
Disposições gerais relativas ao planeamento territorial
Artigo 1.º
Objeto
Artigo 2.º
Sistema de gestão territorial
Artigo 3.º
Vinculação jurídica
Artigo 4.º
Fundamento técnico
Artigo 5.º
Direito à informação
Artigo 6.º
Direito de participação
Artigo 7.º
Garantias dos particulares
1 - No âmbito dos programas e dos planos territoriais são reconhecidas aos interessados
as garantias gerais dos administrados previstas no Código do Procedimento
Administrativo e no regime de participação procedimental, nomeadamente:
a) O direito de ação popular;
b) O direito de apresentação de queixa ao Provedor de Justiça;
c) O direito de apresentação de queixa ao Ministério Público.
2 - No âmbito dos planos intermunicipais e municipais é, ainda, reconhecido aos
particulares o direito de promover a sua impugnação direta.
SECÇÃO II
Interesses públicos com expressão territorial
SUBSECÇÃO I
Harmonização dos interesses
Artigo 8.º
Princípios gerais
Artigo 9.º
Graduação do interesse público
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. x), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “prevenção” consiste na “adoção de medidas
antes de uma substância, material ou produto assumir a natureza de resíduo, destinadas a reduzir”:
I) a quantidade de resíduos produzidos, designadamente através da reutilização de produtos ou do
prolongamento do tempo de vida dos produtos; II) os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou III) o teor de substâncias nocivas presentes nos materiais e nos
produtos”
Artigo 10.º
Identificação dos recursos territoriais
Artigo 11.º
Defesa nacional, segurança e proteção civil
1 - Sempre que não haja prejuízo para os interesses do Estado, as redes de estruturas, de
infraestruturas e dos sistemas indispensáveis à defesa nacional são identificadas nos
programas e nos planos territoriais.
2 - O conjunto dos equipamentos, infraestruturas e sistemas que asseguram a segurança,
a proteção civil e a prevenção e minimização de riscos, é identificado nos programas e
nos planos territoriais.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. x), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “prevenção” consiste na “adoção de medidas
antes de uma substância, material ou produto assumir a natureza de resíduo, destinadas a reduzir”:
I) a quantidade de resíduos produzidos, designadamente através da reutilização de produtos ou do
prolongamento do tempo de vida dos produtos; II) os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou III) o teor de substâncias nocivas presentes nos materiais e nos
produtos”
Artigo 12.º
Recursos e valores naturais
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “índice de utilização do solo” (Iu) como “o quociente entre a área total de construção (∑Ac) e a
área de solo (As) a que o índice diz respeito”.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. qq), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “valorização” é qualquer operação,
nomeadamente as constantes no anexo ii do presente decreto-lei, cujo resultado principal seja a
transformação dos resíduos de modo a servirem um fim útil, substituindo outros materiais que, caso
contrário, teriam sido utilizados para um fim específico ou a preparação dos resíduos para esse fim na
instalação ou conjunto da economia”.
Artigo 13.º
Áreas perigosas e áreas de risco
Nota 1: A identificação das “áreas perigosas” e das “áreas de risco” situa-se no âmbito jurídico-policial
(de polícia administrativa).
Nota 2: As “áreas perigosas” e as “áreas de risco” situam-se no âmbito jurídico-policial (de polícia
administrativa), onde é necessário adotar medidas preventivas.
Nota 2: A atividade de delimitação das áreas perigosas e de risco e de prevenção e minimização dos riscos
insere-se nas competências de polícia administrativa da Administração pública.
Artigo 15.º
Áreas de exploração de recursos energéticos e geológicos
Artigo 16.º
Estrutura ecológica
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “índice de utilização do solo” (Iu) como “o quociente entre a área total de construção (∑Ac) e a
área de solo (As) a que o índice diz respeito”.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. qq), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “valorização” é qualquer operação,
nomeadamente as constantes no anexo ii do presente decreto-lei, cujo resultado principal seja a
transformação dos resíduos de modo a servirem um fim útil, substituindo outros materiais que, caso
contrário, teriam sido utilizados para um fim específico ou a preparação dos resíduos para esse fim na
instalação ou conjunto da economia”.
Artigo 17.º
Artigo 18.º
Sistema urbano
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “índice de utilização do solo” (Iu) como “o quociente entre a área total de construção (∑Ac) e a
área de solo (As) a que o índice diz respeito”.
Artigo 19.º
Localização e distribuição das atividades económicas
Artigo 20.º
Redes de transporte e mobilidade
Artigo 21.º
Redes de infraestruturas e equipamentos coletivos
SUBSECÇÃO II
Coordenação das intervenções
Artigo 22.º
Princípio geral
Artigo 23.º
Coordenação interna
Artigo 24.º
Coordenação externa
Artigo 25.º
Articulação e compatibilidade dos programas e planos territoriais com os
instrumentos de ordenamento do espaço marítimo nacional
CAPÍTULO II
Sistema de gestão territorial
SECÇÃO I
Relação entre os programas e planos territoriais
Artigo 26.º
Relação entre os programas de âmbito nacional e regional
Artigo 27.º
Relações entre programas e planos territoriais
Artigo 28.º
Atualização dos programas e planos territoriais
Artigo 29.º
A falta de atualização de planos territoriais
1 - A não atualização do plano territorial, no prazo fixado nos termos do n.º 1 do artigo
anterior, determina a suspensão das normas do plano territorial, intermunicipal ou
municipal que deviam ter sido alteradas, não podendo, na área abrangida, haver lugar à
prática de quaisquer atos ou operações que impliquem a ocupação, uso e transformação
do solo.
2 – Após audição da câmara municipal, a realizar até ao 20.º dia útil anterior ao termo do
prazo de atualização do plano territorial, a comissão de coordenação e desenvolvimento
regional territorialmente competente deve, no dia seguinte ao termo do prazo de
atualização, emitir uma declaração, identificando as normas objeto da suspensão prevista
no número anterior, a qual deve ser publicitada no Diário da República e na plataforma
colaborativa de gestão territorial, no prazo de 10 dias.
3 - A suspensão prevista no n.º1 vigora desde o fim do prazo de atualização do plano
territorial até à atualização do mesmo.
4 - A falta de iniciativa, por parte da entidade intermunicipal, da associação de municípios
ou do município, tendente a desencadear o procedimento de atualização do plano
territorial, bem como o atraso da mesma atualização por facto imputável às referidas
entidades, determina a suspensão do respetivo direito de candidatura a apoios financeiros
comunitários e nacionais, até à data da conclusão do processo de atualização, bem como
a não celebração de contratos-programa.
5 - Para efeitos do disposto no número anterior, a comissão de coordenação e
desenvolvimento regional territorialmente competente deve solicitar à entidade
intermunicipal, à associação de municípios ou ao município a apresentação, no prazo de
15 dias, de documentos que comprovem a iniciativa de atualização do plano territorial e
que o atraso deste procedimento não se deve a facto que seja imputável àquelas entidades.
6 - Na falta de apresentação dos documentos previstos no número anterior, a suspensão é
comunicada pela comissão de coordenação e desenvolvimento regional territorialmente
competente às entidades intermunicipais, às associações de municípios ou ao município,
bem como às entidades gestoras de apoios financeiros nacionais e comunitários, para
efeitos da aplicação do disposto no n.º 4.
SECÇÃO II
Âmbito nacional
Artigo 30.º
Noção
Artigo 31.º
Objetivos
Artigo 32.º
Conteúdo material
Artigo 33.º
Conteúdo documental
Artigo 34.º
Elaboração
Artigo 36.º
Concertação
Artigo 37.º
Participação
Artigo 38.º
Aprovação
SUBSECÇÃO II
Programas setoriais e programas especiais
Artigo 39.º
Programas setoriais
Artigo 41.º
Conteúdo documental dos programas setoriais
Artigo 42.º
Programas especiais
Artigo 43.º
Objetivos dos programas especiais
Artigo 44.º
Conteúdo material dos programas especiais
Artigo 45.º
Conteúdo documental dos programas especiais
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. qq), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “valorização” é qualquer operação,
nomeadamente as constantes no anexo ii do presente decreto-lei, cujo resultado principal seja a
transformação dos resíduos de modo a servirem um fim útil, substituindo outros materiais que, caso
Artigo 46.º
Elaboração
Artigo 47.º
Avaliação ambiental
1 - A decisão a que se refere a alínea g) do n.º 1 do artigo anterior pode ser precedida da
consulta prevista no n.º 3 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho,
alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de maio.
2 - Sempre que a entidade responsável pela elaboração do programa solicite pareceres,
nos termos do número anterior, estes devem conter, também, a pronúncia sobre o âmbito
da avaliação ambiental e sobre o alcance da informação a incluir no relatório ambiental,
aplicando-se o disposto no artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de junho,
alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de maio.
3 - Os pareceres solicitados nos termos do presente artigo são emitidos no prazo de 20
dias, sob pena de não serem considerados.
Artigo 48.º
Acompanhamento do programa setorial
Artigo 49.º
Acompanhamento e concertação dos programas especiais
Artigo 50.º
Participação
Artigo 51.º
Aprovação
SECÇÃO III
Âmbito regional
Artigo 52.º
Noção
Artigo 53.º
Objetivos
Artigo 54.º
Conteúdo material
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. qq), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “valorização” é qualquer operação,
nomeadamente as constantes no anexo ii do presente decreto-lei, cujo resultado principal seja a
transformação dos resíduos de modo a servirem um fim útil, substituindo outros materiais que, caso
contrário, teriam sido utilizados para um fim específico ou a preparação dos resíduos para esse fim na
instalação ou conjunto da economia”.
Artigo 55.º
Conteúdo documental
Artigo 56.º
Elaboração
Artigo 57.º
Acompanhamento
Artigo 58.º
Concertação
Artigo 59.º
Participação
Artigo 60.º
Aprovação
SECÇÃO IV
Âmbito intermunicipal e municipal
SUBSECÇÃO I
Programas intermunicipais
Artigo 61.º
Noção
Artigo 62.º
Objetivos
Artigo 63.º
Conteúdo material
Artigo 64.º
Conteúdo documental
Artigo 65.º
Elaboração
Artigo 66.º
Avaliação ambiental
1 - A deliberação a que se refere o n.º 2 do artigo anterior deve indicar se o programa está
sujeito a avaliação ambiental, ou as razões que justificam a inexigibilidade desta,
podendo, para o efeito, ser precedida da consulta prevista no n.º 3 do artigo 3.º do Decreto-
Lei n.º 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de maio.
2 - Sempre que as entidades intermunicipais, as associações de municípios ou os
municípios solicitem pareceres nos termos do número anterior, esses pareceres devem
conter, também, a pronúncia sobre o âmbito da avaliação ambiental e sobre o alcance da
informação a incluir no relatório ambiental, aplicando-se o artigo 5.º do Decreto-Lei n.º
232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de maio.
3 - Os pareceres solicitados ao abrigo do presente artigo são emitidos no prazo de 20 dias,
sob pena de não serem considerados.
Artigo 67.º
Acompanhamento, concertação e participação
Nota 1: Sobre o plano diretor municipal, o plano de urbanização e o plano de pormenor, cf. o art.º 43.º da
Lei de bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo - Lei n.º
31/2014, de 30 de maio .com as alterações introduzidas pela Lei n. 0 74/2017, de 16/08).
Nota 2: Sobre o plano de urbanização, cf. o art.º 43.º da Lei de bases gerais da política pública de solos,
de ordenamento do território e de urbanismo - Lei n.º 31/2014, de 30 de maio .com as alterações
introduzidas pela Lei n.º 74/2017, de 16/08).
Nota 3: Sobre o plano de pormenor, cf. o art.º 43.º da Lei de bases gerais da política pública de solos, de
ordenamento do território e de urbanismo - Lei n.º 31/2014, de 30 de maio .com as alterações introduzidas
pela Lei n.º 74/2017, de 16/08).
Artigo 68.º
Aprovação
SUBSECÇÃO II
Planos intermunicipais e municipais
DIVISÃO I
Disposições gerais
Artigo 69.º
Noção
Artigo 70.º
Regime de uso do solo
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “índice de utilização do solo” (Iu) como “o quociente entre a área total de construção (∑Ac) e a
área de solo (As) a que o índice diz respeito”.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “índice de ocupação do solo” (Iu) como “o quociente entre a área total de implantação (∑Ai) e a
área de solo (As) a que o índice diz respeito, expresso em percentagem”.
Artigo 71.º
Classificação do solo
Artigo 72.º
Reclassificação para solo urbano
1 - A reclassificação do solo rústico para solo urbano tem caráter excecional, sendo
limitada aos casos de inexistência de áreas urbanas disponíveis e comprovadamente
necessárias ao desenvolvimento económico e social e à indispensabilidade de
qualificação urbanística, traduzindo uma opção de planeamento sustentável em termos
ambientais, patrimoniais, económicos e sociais.
2 - Nos termos do disposto no número anterior, a reclassificação do solo como urbano
deve contribuir, de forma inequívoca, para o desenvolvimento sustentável do território,
obrigando à fixação, por via contratual, dos encargos urbanísticos das operações, do
respetivo prazo de execução e das condições de redistribuição de benefícios e encargos,
considerando todos os custos urbanísticos envolvidos.
3 - A demonstração da sustentabilidade económica e financeira da transformação do solo
deve integrar os seguintes elementos:
a) Demonstração da indisponibilidade de solo urbano, na área urbana existente, para a
finalidade em concreto, através, designadamente, dos níveis de oferta e procura de solo
urbano, com diferenciação tipológica quanto ao uso, e dos fluxos demográficos;
b) Demonstração do impacto da carga urbanística proposta, no sistema de infraestruturas
existente, e a previsão dos encargos necessários ao seu reforço, à execução de novas
infraestruturas e à respetiva manutenção;
c) Demonstração da viabilidade económico-financeira da proposta, incluindo a
identificação dos sujeitos responsáveis pelo financiamento, a demonstração das fontes de
financiamento contratualizadas e de investimento público.
4 - A reclassificação do solo processa-se através dos procedimentos de elaboração, de
revisão ou de alteração de planos de pormenor com efeitos registais, acompanhado do
contrato previsto no n.º 2, e nos termos previstos no decreto regulamentar que estabelece
os critérios uniformes de classificação e reclassificação do solo, ou através dos
procedimentos de reclassificação dos solos, previstos nos artigos seguintes.
5 - O plano deve delimitar a área objeto de reclassificação e definir o prazo para execução
das obras de urbanização e das obras de edificação, o qual deve constar expressamente da
certidão do plano a emitir para efeitos de inscrição no registo predial.
6 - A reclassificação do solo que se destine exclusivamente à execução de infraestruturas
e de equipamentos de utilização coletiva obedece aos critérios previstos nos n.º s 1 e 3 e
processa-se através de procedimentos de elaboração, de revisão,de alteração de planos
territoriais, ou através do procedimento de reclassificação dos solos previstos nos artigos
72.º-A e 72.º-B, nos quais é fixado o respetivo prazo de execução.
7 - A reclassificação do solo que se destine à instalação de atividades de natureza
industrial, de armazenagem ou logística e aos respetivos serviços de apoio, pode ser
realizada através da elaboração, revisão ou alteração de plano territorial, de acordo com
Artigo 72.º-A
Procedimento simplificado de reclassificação dos solos
1 - Os municípios podem determinar a reclassificação do solo rústico para urbano, com a
categoria de espaço de atividades económicas, através do procedimento previsto no
presente artigo, quando, cumulativamente:
a) O solo se destine à instalação de atividades industriais, de armazenagem ou logística e
serviços de apoio, ou a portos secos;
b) O espaço não se localize em áreas sensíveis, na Reserva Ecológica Nacional ou na
Reserva Agrícola Nacional.
2 - A proposta de reclassificação é elaborada pela câmara municipal, que promove, em
simultâneo:
a) Uma única consulta pública, com duração mínima de 10 dias;
b) Uma conferência procedimental em que todos os órgãos, serviços e pessoas coletivas
públicas relevantes em função da matéria expressam a sua posição, que fica registada em
ata, aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto no artigo 84.º
3 - A conferência procedimental é convocada simultaneamente com o envio para
publicação do projeto de deliberação e ocorre obrigatoriamente durante o prazo da
consulta pública.
4 - Após a realização da conferência procedimental e decorrido o prazo para consulta
pública, a câmara municipal procede às alterações que entender necessárias e submete a
proposta a aprovação da assembleia municipal, podendo ser convocada uma reunião
extraordinária para o efeito.
5 - A deliberação da assembleia municipal que aprovar a reclassificação dos solos é
publicada na 2.ª série do Diário da República, sendo aplicável o n.º 7 do artigo 191.º
6 - A consulta pública a que se refere a alínea a) do n.º 2 dispensa qualquer outra consulta
pública prevista em legislação especial.
7 - A não realização das operações urbanísticas previstas na deliberação de reclassificação
no prazo de cinco anos a contar da publicação a que se refere o n.º 5 determina,
automaticamente, a caducidade total ou parcial da classificação do solo como urbano.
8 - O prazo referido no número anterior pode ser prorrogado por igual período, por uma
única vez, mediante deliberação da assembleia municipal, sendo obrigatoriamente
prorrogado se as operações urbanísticas possuírem o título necessário à sua realização.
Artigo 72.º-B
Reclassificação do solo rústico para solo urbano com uso habitacional
1 - A reclassificação do solo rústico para solo urbano, sempre que a finalidade prevista
seja habitacional, a propriedade do solo seja exclusivamente pública e o solo esteja
situado na contiguidade de solo urbano, é efetuada através do procedimento de alteração
simplificada consagrado no artigo 123.º, dispensando-se os elementos previstos no n.º 3
do artigo 72.º, desde que a respetiva fundamentação conste:
a) De Estratégia Local de Habitação, nos termos do artigo 30.º do Decreto-Lei n.º
37/2018, de 4 de junho, na sua redação atual; ou
b) De uma carta municipal de habitação ou bolsa de habitação ou habitação a custos
controlados, nos termos da Lei n.º 83/2019, de 3 de setembro.
2 - À alteração simplificada prevista no número anterior não é aplicável o disposto no n.º
6 do artigo 123.º, sem prejuízo da conformidade com as disposições legais e
regulamentares vigentes e da compatibilidade ou conformidade com os programas e os
planos territoriais eficazes.
Artigo 73.º
Reclassificação para solo rústico
A reclassificação do solo urbano como rústico pode ser feita a todo o tempo.
Artigo 74.º
Qualificação do solo
1 - A qualificação do solo define, com respeito pela sua classificação, o conteúdo do seu
aproveitamento, por referência às potencialidades de desenvolvimento do território,
fixando os respetivos usos dominantes e, quando admissível, a edificabilidade.
2 - A qualificação do solo urbano processa-se através da integração em categorias que
conferem a suscetibilidade de urbanização ou de edificação.
3 - A qualificação do solo rústico processa-se através da integração em categorias,
designadamente as seguintes:
a) Espaços agrícolas ou florestais;
b) Espaços de exploração de recursos energéticos e geológicos;
c) Espaços afetos a atividades industriais diretamente ligadas às utilizações referidas nas
alíneas anteriores;
d) Espaços naturais e de valor cultural e paisagístico;
e) Espaços destinados a infraestruturas ou a outros tipos de ocupação humana, como o
turismo, que não impliquem a classificação como solo urbano, designadamente
permitindo usos múltiplos em atividades compatíveis com espaços agrícolas, florestais
ou naturais.
4 - A definição dos usos dominantes referida no n.º 1, bem como das categorias relativas
ao solo urbano e rústico, obedece a critérios uniformes, aplicáveis a todo o território
nacional, a estabelecer por decreto regulamentar.
SUBDIVISÃO I
Disposições gerais
Artigo 75.º
Objetivos
Artigo 76.º
Elaboração
Artigo 77.º
Relatório sobre o estado do ordenamento do território
Artigo 78.º
Avaliação ambiental
Artigo 79.º
Contratos para planeamento
Artigo 80.º
Efeitos do contrato para planeamento
Artigo 81.º
Formação de contratos para planeamento
Artigo 82.º
Objetivos do acompanhamento
Artigo 83.º
Acompanhamento dos planos diretores municipais
Artigo 84.º
Representação na comissão consultiva
Artigo 85.º
Parecer final
Artigo 86.º
Acompanhamento dos planos de urbanização e dos planos de pormenor
1 - (Revogado.)
2 - (Revogado.)
3 - Concluída a elaboração do plano, a câmara municipal apresenta a proposta de plano e
o relatório ambiental à comissão de coordenação e desenvolvimento regional
territorialmente competente que, no prazo de 5 dias, remete a documentação recebida a
todas as entidades representativas dos interesses a ponderar, convocando-as para uma
conferência procedimental, a realizar no prazo de 15 dias a contar da data de expedição
da referida documentação, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto no
artigo 84.º
4 - São convocadas para a conferência procedimental, as entidades às quais, em virtude
das suas responsabilidades ambientais específicas, possam interessar os efeitos
ambientais resultantes da aplicação do plano.
5 - (Revogado.)
Nota 1: Os interesses a ponderar, são ponderados segundo o princípio da “justa ponderação”. A ponderação
consiste numa “operação de pesagem em que se coloca num dos pratos da balança os interesses 'a favor'
(públicos elou privados) e no outro prato da balança os interesses 'contra' (públicos e/ou privados)”
(SOUSA, António Francisco de, A estrutura jurídica.. cit., pág. 31).
Artigo 87.º
Concertação
(Revogado)
Artigo 88.º
Participação
1 - Durante a elaboração dos planos municipais, a câmara municipal deve facultar aos
interessados todos os elementos relevantes, para que estes possam conhecer o estado dos
trabalhos e a evolução da tramitação procedimental, bem como formular sugestões à
autarquia ou à comissão consultiva.
2 - A deliberação que determina a elaboração do plano estabelece um prazo, que não deve
ser inferior a 15 dias, para a formulação de sugestões e para a apresentação de
informações, sobre quaisquer questões que possam ser consideradas no âmbito do
respetivo procedimento de elaboração.
Artigo 90.º
Aprovação
Nota 1: Sobre o plano diretor municipal, o plano de urbanização e o plano de pormenor, cf. o art.º 43.º da
Lei de bases gerais da política pública de solos, de ordenamento do território e de urbanismo - Lei n.º
31/2014, de 30 de maio .com as alterações introduzidas pela Lei n.º 74/2017, de 16/08).
Nota 2: O direito de participação dos “interessados” é reforçado com o dever de ponderação das propostas
apresentadas por parte das autoridades competentes (n.º 4).
Artigo 92.º
Conclusão da elaboração e prazo de publicação
Artigo 93.º
Vigência
Artigo 94.º
Disponibilização da informação
SUBDIVISÃO II
Plano diretor municipal
Artigo 95.º
Objeto
Artigo 96.º
Conteúdo material
Nota 1: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro
de 2019) define “área urbana consolidada” como “uma área de solo urbano que se encontra estabilizada
em termos de morfologia urbana e de infraestruturação e está edificada em, pelo menos, dois terços da área
total do solo destinado a edificação”.
Nota 2: Nos termos do art.º 3.º, al. ee), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “resíduos” são “quaisquer substâncias ou
objetos de que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação de se desfazer”.
Artigo 97.º
Conteúdo documental
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “índice de ocupação do solo” (Iu) como “o quociente entre a área total de implantação (∑Ai) e a
área de solo (As) a que o índice diz respeito, expresso em percentagem”.
SUBDIVISÃO III
Plano de urbanização
Artigo 98.º
Objeto
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “índice de ocupação do solo” (Iu) como “o quociente entre a área total de implantação (∑Ai) e a
área de solo (As) a que o índice diz respeito, expresso em percentagem”.
Artigo 99.º
Artigo 100.º
Conteúdo documental
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “índice de ocupação do solo” (Iu) como “o quociente entre a área total de implantação (∑Ai) e a
área de solo (As) a que o índice diz respeito, expresso em percentagem”.
SUBDIVISÃO IV
Plano de pormenor
Artigo 101.º
Objeto
Artigo 102.º
Conteúdo material
Artigo 103.º
Modalidades específicas
Nota: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo define a “operação de
reabilitação urbana” como “o conjunto articulado de intervenções visando, de forma integrada, a
reabilitação urbana de uma determinada área”.
Artigo 104.º
Plano de intervenção no espaço rústico
Artigo 105.º
Plano de pormenor de reabilitação urbana
Nota 1: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo define a “operação de
reabilitação urbana” como “o conjunto articulado de intervenções visando, de forma integrada, a
reabilitação urbana de uma determinada área”.
Nota 2: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro
de 2019) define “área de reabilitação urbana” como “a área territorialmente delimitada que, em virtude
da insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de
utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere
às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada,
através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor
de reabilitação urbana”. Esta definição corresponde à definição adotada no Decreto-Lei n.º 307/2009, de
23 de outubro.
Nota 3: O Regime jurídico da reabilitação urbana foi aprovado pelo decreto-lei n.º 307/2009, de 23 de
outubro (última alteração dl n.º 66/2019, de 21/05).
Artigo 106.º
Plano de pormenor de salvaguarda
Artigo 107.º
Conteúdo documental
Artigo 108.º
Efeitos registais
Artigo 109.º
Taxas e obras de urbanização
1 - Sempre que outra solução não resulte do plano de pormenor, a emissão da certidão
referida no n.º 1 do artigo anterior depende do prévio pagamento:
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define as obras de urbanização como “as obras de criação e remodelação de infraestruturas destinadas a
servir diretamente os espaços urbanos ou as edificações, designadamente arruamentos viários e pedonais,
redes de esgotos e de abastecimento de água, eletricidade, gás e telecomunicações, e ainda espaços verdes
e outros espaços de utilização coletiva”. Esta definição corresponde à definição dada pelo art.º 2.º, al. h).
do RJUE.
DIVISÃO III
Planos intermunicipais
Artigo 110.º
Regime geral
Artigo 111.º
Elaboração
Artigo 113.º
Planos diretores intermunicipais
Artigo 114.º
Planos de urbanização e de pormenor intermunicipais
Artigo 115.º
Disposições gerais
Artigo 116.º
Alteração dos programas de âmbito nacional e regional
Artigo 117.º
Alteração dos programas intermunicipais
Artigo 118.º
Alteração dos planos intermunicipais e municipais
Os planos intermunicipais e municipais são alterados em função da evolução das
condições ambientais, económicas, sociais e culturais que lhes estão subjacentes ou
sempre que essa alteração seja necessária, em resultado da entrada em vigor de novas leis
ou regulamentos.
Artigo 120.º
Avaliação ambiental
Artigo 121.º
Alteração por adaptação
Artigo 122.º
Correções materiais
1 - As correções materiais dos programas e dos planos territoriais são admissíveis para
efeitos de:
a) Acertos de cartografia, determinados por incorreções de cadastro, de transposição de
escalas, de definição de limites físicos identificáveis no terreno, bem como por
discrepâncias entre plantas de condicionantes e plantas de ordenamento;
b) Correções de erros materiais ou omissões, patentes e manifestos, na representação
cartográfica ou no regulamento;
c) Correções do regulamento ou das plantas, determinadas por incongruência destas peças
entre si;
d) Correção de lapsos gramaticais, ortográficos, de cálculo ou de natureza análoga; ou
e) Correção de erros materiais provenientes de divergências entre o ato original e o ato
efetivamente publicado no Diário da República.
2 - As correções materiais são obrigatórias e podem ser efetuadas a todo o tempo, por
comunicação da entidade responsável pela elaboração do programa ou do plano, sujeita
a publicação e publicitação idênticas às do instrumento de gestão territorial objeto de
correção.
3 - A comunicação referida no número anterior é transmitida previamente ao órgão
competente para a aprovação do programa ou do plano, quando este seja diferente do
órgão responsável pela respetiva elaboração, sendo depois transmitida à comissão de
coordenação e desenvolvimento regional territorialmente competente e remetida para
publicação e depósito, nos termos previstos no presente decreto-lei.
Artigo 123.º
Alteração simplificada
Nota: Segundo Marcelo Caetano a afetação é “o acto ou prática que consagra a coisa à produção efectiva
de utilidade pública” (Direito Administrativo, 1990: 922 e 923). A desafetação (do domínio público) é,
como inverso da afetação, o ato, da lei ou da Administração, de retirar ou subtrair a utilidade pública de
determinada coisa, retirando-a do regime jurídico do domínio público.
Artigo 124.º
Revisão dos programas e planos territoriais
Artigo 125.º
Suspensão dos programas de âmbito nacional e regional
Artigo 126.º
Suspensão dos planos intermunicipais e municipais
Artigo 127.º
Revogação
CAPÍTULO III
Violação dos programas e planos territoriais
Artigo 128.º
Princípio geral
Artigo 129.º
Invalidade dos planos e programas
Artigo 130.º
Invalidade dos atos
Artigo 131.º
Fiscalização e inspeção
Artigo 132.º
Embargo e demolição
1 - Sem prejuízo da coima aplicável e das atribuições de outras entidades nos termos
legais, pode ser determinado o embargo de trabalhos ou a demolição de obras nos
seguintes casos:
a) Pelo presidente da câmara municipal, quando violem plano intermunicipal ou plano
municipal;
b) Pelo inspetor-geral da agricultura, do mar, do ambiente e do ordenamento do território
ou do presidente da comissão de coordenação e desenvolvimento regional territorialmente
Artigo 133.º
Desobediência
O prosseguimento dos trabalhos embargados nos termos do artigo anterior constitui crime
de desobediência nos termos do disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 348.º do Código
Penal.
CAPÍTULO IV
Medidas cautelares
Artigo 134.º
Medidas preventivas
Artigo 135.º
Normas provisórias
Artigo 136.º
Natureza jurídica
Artigo 137.º
Competências
Artigo 139.º
Limite material das medidas cautelares
Artigo 140.º
Âmbito territorial das medidas preventivas e das normas provisórias
1 - A área sujeita às medidas preventivas e às normas provisórias deve ter a extensão que
se mostre adequada à satisfação dos fins a que se destina.
2 - A entidade competente para a aprovação de medidas preventivas ou de normas
provisórias procede à delimitação da área a abranger, devendo os limites dessa área,
quando não possam coincidir, no todo ou em parte, com as divisões administrativas, ser
definidos, sempre que possível, pela referência a elementos físicos facilmente
identificáveis, designadamente vias públicas e linhas de água.
Artigo 141.º
Âmbito temporal das medidas preventivas e das normas provisórias
Artigo 142.º
Dever de indemnização
Artigo 143.º
Invalidade do licenciamento ou comunicação prévia
Artigo 144.º
Embargo e demolição
Artigo 145.º
Suspensão de procedimentos
1 - Nas áreas a abranger por novas regras urbanísticas constantes de plano intermunicipal
ou plano municipal ou da sua revisão, os procedimentos de informação prévia, de
comunicação prévia e de licenciamento ficam suspensos, a partir da data fixada para o
início do período de discussão pública e até à data da entrada em vigor daqueles planos.
2 - Cessando a suspensão do procedimento nos termos do número anterior, este é decidido
de acordo com as novas regras urbanísticas em vigor.
3 - Caso as novas regras urbanísticas não entrem em vigor no prazo de 180 dias desde a
data do início da respetiva discussão pública, cessa a suspensão do procedimento,
devendo neste caso prosseguir a apreciação do pedido até à decisão final de acordo com
as regras urbanísticas em vigor à data da sua prática.
4 - Não se suspende o procedimento nos termos do presente artigo, quando o pedido seja
feito ao abrigo de normas provisórias ou tenha por objeto obras de reconstrução ou de
alteração em edificações existentes, desde que tais obras não originem ou agravem
desconformidade com as normas em vigor ou tenham como resultado a melhoria das
condições de segurança e de salubridade da edificação.
5 - Quando haja lugar à suspensão do procedimento nos termos do presente artigo, os
interessados podem apresentar novo requerimento com referência às regras do plano
colocado à discussão pública, mas a respetiva decisão final fica condicionada à entrada
em vigor das regras urbanísticas que conformam a pretensão.
6 - Caso a versão final do plano aprovado implique alterações ao projeto a que se refere
o número anterior, os interessados podem, querendo, reformular a sua pretensão,
dispondo de idêntica possibilidade aqueles que não tenham feito uso da faculdade prevista
no mesmo número.
CAPÍTULO V
Execução e indemnização
SECÇÃO I
Programação e sistemas de execução
Artigo 146.º
Princípio geral
Artigo 147.º
Sistemas de execução
Artigo 148.º
Delimitação das unidades de execução
Artigo 149.º
Sistema de iniciativa dos interessados
Artigo 150.º
Sistema de cooperação
Artigo 151.º
Sistema de imposição administrativa
Artigo 152.º
Fundo de compensação
SECÇÃO II
Instrumentos de execução dos planos
Artigo 153.º
Domínio do Estado e políticas públicas de solo
Artigo 154.º
Reserva de solo
Artigo 155.º
Direito de preferência
Nota: O Regime jurídico da reabilitação urbana foi aprovado pelo decreto-lei n.º 307/2009, de 23 de
outubro (última alteração dl n.º 66/2019, de 21/05).
Artigo 156.º
Direito de superfície
Artigo 157.º
Demolição de edifícios
Artigo 158.º
Concessão de utilização e exploração do domínio público
Remissões:
Cf. o art.º 88.º da CRP: constitui domínio público aéreo as “camadas aéreas superiores ao território acima
do limite reconhecido ao proprietário ou superficiário”.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define as “infraestruturas urbanas” como “os sistemas técnicos de suporte direto ao funcionamento dos
aglomerados urbanos ou da edificação em conjunto”.
O art. 44.º, n.º 1, do RJUE, que se reporta às “cedências”, estabelece que o “… proprietário e os demais
titulares de direitos reais sobre o prédio a lotear cedem gratuitamente ao município as parcelas para
implantação de espaços verdes públicos e equipamentos de utilização colectiva e as infra-estruturas que,
de acordo com a lei e a licença ou comunicação prévia, devam integrar o domínio municipal …”. Por sua
vez, o n.º 3 do mesmo preceito, determina que as “… parcelas de terreno cedidas ao município integram-
se no domínio municipal com a emissão do alvará ou, nas situações previstas no artigo 34.º, através de
instrumento próprio a realizar pelo notário privativo da câmara municipal no prazo previsto no n.º 1 do
artigo 36.º, devendo a câmara municipal definir no momento da recepção as parcelas afectas aos domínios
público e privado do município …”.
Por sua vez, o art. 19.º da LFL determina os municípios “… podem cobrar taxas por: … b) Concessão de
licenças de loteamento, de licenças de obras de urbanização, de execução de obras particulares, de
ocupação da via pública por motivo de obras e de utilização de edifícios, bem como de obras para
ocupação ou utilização do solo, subsolo e espaço aéreo do domínio público municipal; c) Ocupação ou
utilização do solo, subsolo e espaço aéreo do domínio público municipal e aproveitamento dos bens de
utilidade pública …”.
A CRP faz uma distinção entre domínio público natural, que integra os bens cuja existência e estado
resultam de fenómenos naturais ( art. 84.º, n.º 1, als. a), b) e c) da CRP) e domínio público artificial,
constituído pelos bens cuja existência e estado são produto da intervenção do homem (art. 84.º, n.º 1, als.
d) e e) da CRP).
Nota: Ac. do TCAN de 26.3.2009 (proc. (00949/06.7BECBR ), no qual se lê: “I. Existe, sem margem para
dúvidas, um domínio público autárquico e, em especial, um domínio público municipal, tanto para mais
que a sua existência é assumida e afirmada em vários diplomas legais e aceite pela doutrina. II. No âmbito
do nosso ordenamento existe efectivamente apenas um domínio público aéreo estadual ou nacional,
não havendo um domínio público aéreo municipal constituído ou correspondente aos respectivos limites
territoriais e que comece para lá da altitude onde o interesse dos proprietários já não chegue. III. Não se
pode concluir, todavia, que os municípios não sejam detentores de espaço aéreo sobrejacente ao seu
domínio público, mormente, ao domínio público rodoviário e que sobre esse espaço os mesmos não
possam ou não devam exercer seus poderes de administração, efectivando dessa forma seus direitos e
interesses. IV. Tal é reconhecido pelo próprio legislador ordinário [cfr. art. 19.º, als. b) e c) da Lei n.º 42/98,
de 06/08 - LFL à data dos factos vigente] quando afirma a sua existência e a confere tais poderes aos
municípios. V. Constitui “questão fiscal” para a qual são competentes os tribunais tributários o apurar se
assiste ao Município o direito a exigir de determinados sujeitos o pagamento de certa quantia, acrescida de
juros moratórios, devida a título de taxas pela utilização/ocupação do espaço público aéreo nos termos
decorrentes do Regulamento de Taxas e Licenças daquele Município.”
Artigo 159.º
Expropriação por utilidade pública
Artigo 160.º
Venda forçada
Nota: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo define a “operação de
reabilitação urbana” como “o conjunto articulado de intervenções visando, de forma integrada, a
reabilitação urbana de uma determinada área”.
Nota: O Regime jurídico da reabilitação urbana foi aprovado pelo decreto-lei n.º 307/2009, de 23 de
outubro (última alteração dl n.º 66/2019, de 21/05).
Artigo 162.º
Estruturação da propriedade
Artigo 163.º
Direito à expropriação
Artigo 164.º
Reparcelamento do solo urbano
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “lote” como o “prédio destinado à edificação, constituído ao abrigo de uma operação de loteamento
ou de um plano de pormenor com efeitos registais.”
Artigo 165.º
Procedimento das operações de reparcelamento do solo urbano
Artigo 166.º
Reparcelamento do solo urbano de iniciativa particular
Artigo 168.º
Critérios para o reparcelamento
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “lote” como o “prédio destinado à edificação, constituído ao abrigo de uma operação de loteamento
ou de um plano de pormenor com efeitos registais.”
Artigo 169.º
Efeitos do reparcelamento
SECÇÃO III
Da indemnização
Artigo 171.º
Dever de indemnização
Nota 1: A indemnização no Estado de direito, enquanto Estado de justiça material, tem de ser sempre uma
indemnização justa.
CAPÍTULO VI
Regime económico-financeiro
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 172.º
Princípios gerais
Artigo 173.º
Mecanismos de incentivos
Artigo 175.º
Encargos com as operações urbanísticas
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define as obras de urbanização como “as obras de criação e remodelação de infraestruturas destinadas a
servir diretamente os espaços urbanos ou as edificações, designadamente arruamentos viários e pedonais,
redes de esgotos e de abastecimento de água, eletricidade, gás e telecomunicações, e ainda espaços verdes
e outros espaços de utilização coletiva”. Esta definição corresponde à definição dada pelo art.º 2.º, al. h).
do RJUE.
SECÇÃO II
Redistribuição de benefícios e encargos
Artigo 176.º
Objetivos
Nota 1: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro
de 2019) define a perequação como “a redistribuição equitativa dos benefícios e dos encargos resultantes
da execução de um instrumento de gestão territorial vinculativo dos particulares ou de outro instrumento
de intervenção urbanística a que a lei atribua esse efeito”.
Nota 1: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define “edificabilidade” como “a quantidade de edificação que, nos termos das disposições legais
e regulamentares aplicáveis, pode ser realizada numa dada porção do território”.
Artigo 178.º
Distribuição de benefícios
Artigo 179.º
Compra e venda de edificabilidade
1 - A compensação prevista nos n.º s 5 e 6 do artigo anterior pode ser objeto de contratos
de compra e venda de edificabilidade entre os proprietários ou entre estes e a câmara
municipal.
2 - A compra e venda de edificabilidade pode assumir a forma de créditos de
edificabilidade.
3 - As transações efetuadas ao abrigo do presente artigo são realizadas nos termos do
regulamento do plano, devem ser obrigatoriamente comunicadas à câmara municipal e
estão sujeitas a inscrição no registo predial.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “edificabilidade” como “a quantidade de edificação que, nos termos das disposições legais e
regulamentares aplicáveis, pode ser realizada numa dada porção do território”.
Artigo 180.º
Reserva de edificabilidade
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “edificabilidade” como “a quantidade de edificação que, nos termos das disposições legais e
regulamentares aplicáveis, pode ser realizada numa dada porção do território”.
Artigo 181.º
Cálculo da distribuição perequativa intraplano
Artigo 182.º
Área de cedência média
1 - O plano diretor municipal ou intermunicipal fixa uma área de cedência média para a
instalação de infraestruturas, de equipamentos e espaços urbanos de utilização coletiva,
bem como para habitação pública, a custos controlados ou para arrendamento acessível,
aplicável à perequação intraplano a realizar a nível municipal.
Artigo 183.º
Repartição dos encargos
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro de
2019) define a perequação como “a redistribuição equitativa dos benefícios e dos encargos resultantes da
execução de um instrumento de gestão territorial vinculativo dos particulares ou de outro instrumento de
intervenção urbanística a que a lei atribua esse efeito”.
CAPÍTULO VII
Comissão Nacional do Território
Artigo 184.º
Atribuições
Artigo 185.º
Composição
Artigo 186.º
Funcionamento
CAPÍTULO VIII
Avaliação
Artigo 187.º
Princípios gerais
Artigo 188.º
Propostas de alteração decorrentes da avaliação dos
planos municipais e intermunicipais
A avaliação pode fundamentar propostas de alteração do plano ou dos respetivos
mecanismos de execução, nomeadamente com o objetivo de:
a) Assegurar a concretização dos fins do plano, tanto ao nível da execução como dos
objetivos a médio e longo prazo;
b) Garantir a criação ou alteração coordenada das infraestruturas e dos equipamentos;
c) Corrigir distorções de oferta no mercado imobiliário;
d) Garantir a oferta de terrenos e lotes destinados a edificações, com rendas ou a custos
controlados;
e) Promover a melhoria de qualidade de vida e a defesa dos valores ambientais e
paisagísticos.
Artigo 189.º
Relatórios sobre o estado do ordenamento do território
Artigo 190.º
Sistemas nacionais de informação
Artigo 191.º
Publicação no Diário da República
Artigo 192.º
Outros meios de publicidade
Artigo 193.º
Depósito e consulta
Artigo 194.º
Instrução dos pedidos de depósito
Artigo 195.º
Informação e divulgação
CAPÍTULO X
Disposições finais e transitórias
Artigo 198.º
Planos especiais em vigor
1 - O conteúdo dos planos especiais em vigor deve ser integrado no prazo e nas condições
estabelecidas pelo artigo 78.º da lei bases gerais da política pública de solos, do
ordenamento do território e urbanismo, tendo por objeto as normas identificadas nos
termos do n.º 2 do mesmo artigo, mediante revisão, alteração das disposições do plano
territorial incompatíveis ou alteração por adaptação nos termos do n.º 2 do artigo 121-º
2 - Na transposição dos planos especiais para os planos municipais ou intermunicipais,
deve ser assegurada a conformidade entre os dois planos ao nível dos regulamentos e das
respetivas plantas.
3 - Para efeitos do disposto no presente artigo são aplicáveis as regras previstas no n.º 4
do artigo 3.º e no artigo 91.º, com as necessárias adaptações.
4 - A transposição das normas de plano especial não obsta à sua correção nem à alteração
das mesmas nos territórios dos municípios em que a transposição ainda não tenha
ocorrido, desde que, neste caso, não implique dificuldade acrescida na transposição,
atestada por declaração da câmara municipal competente.
5 - As normas que não devam ser objeto de transposição nos termos do n.º 1 são
consideradas como regulamento próprio, para os efeitos previstos no n.º 3 do artigo 44.º
6 - A transposição a que se referem os n.os 1 e 2 pode ser assegurada, com as devidas
adaptações, com base em programa especial que tenha, entretanto, revogado o plano
especial objeto de transposição.
7 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, no prazo de um ano a partir do final do
prazo estabelecido no n.º 1 do artigo 78.º da lei de bases gerais da política pública de
solos, do ordenamento do território e urbanismo, devem ser aprovados programas
especiais que revoguem os planos especiais ainda vigentes.
Artigo 199.º
Classificação do solo
1 - As regras relativas à classificação dos solos são aplicáveis nos termos do artigo 82.º
da lei bases de política pública de solos, do ordenamento do território e urbanismo.
2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, os planos municipais ou intermunicipais
devem, até 31 de dezembro de 2024, incluir as regras de classificação e qualificação
Artigo 200.º
Instrumentos de gestão territorial
Artigo 201.º
Extinção da Comissão Nacional da Reserva Ecológica Nacional
Artigo 203.º
Regulamentação
Artigo 204.º
Regiões autónomas
Artigo 205.º
Norma revogatória
Artigo 206.º
Entrada em vigor
CAPÍTULO I
Disposições preliminares
Artigo 1.º-A
Construção modular
O presente diploma é ainda aplicável à construção modular de carácter permanente, que
é caracterizada por utilizar elementos ou sistemas construtivos modulares, estruturais ou
não estruturais, parcial ou totalmente produzidos em fábrica, previamente ligados entre si
ou no local de implantação, independentemente da sua natureza amovível ou
transportável.
Artigo 2.º
Definições
Nota 1: A vinculação à linguagem técnica resulta clara, por exemplo, do art.º 128.º, n.º 2, do RJIGT
determina: “2 - Os programas e os planos territoriais são obrigados a aplicar os conceitos técnicos e as
definições nos domínios do ordenamento do território e do urbanismo fixados por decreto regulamentar,
não sendo admissíveis outros conceitos, designações, definições ou abreviaturas para o mesmo
conteúdo e finalidade”. Por outro lado, são muitos os diplomas legais que no direito do urbanismo e no
direito do ambiente procedem à definição dos principais termos técnicos, como acontece, por exemplo, na
Lei de Bases do Ambiente.
Nota 2: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define as obras de urbanização como “as obras de criação e remodelação de infraestruturas
destinadas a servir diretamente os espaços urbanos ou as edificações, designadamente arruamentos viários
e pedonais, redes de esgotos e de abastecimento de água, eletricidade, gás e telecomunicações, e ainda
espaços verdes e outros espaços de utilização coletiva”. Esta definição corresponde à definição dada pelo
art.º 2.º, al. h). do RJUE.
Nota 3: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define “fachada” como “cada uma das faces aparentes do edifício, constituída por uma ou mais
paredes exteriores diretamente relacionadas entre si.” A fachada não se confunde com a empena, que é
definida pelo mesmo Decreto Regulamentar como “cada uma das fachadas laterais de um edifício,
geralmente cega (sem janelas nem portas), através das quais o edifício pode encostar aos edifícios
contíguos”.
Nota 4: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro
de 2019) define “área urbana consolidada” como “uma área de solo urbano que se encontra estabilizada
em termos de morfologia urbana e de infraestruturação e está edificada em, pelo menos, dois terços da área
total do solo destinado a edificação”.
Artigo 3.º
Regulamentos municipais
CAPÍTULO II
Controlo prévio
SECÇÃO I
Âmbito e competência
Artigo 4.º
Licença e comunicação prévia
Nota: O “vocabulário urbanístico” da DGOTU, de 2004, define “cércea”, como a “dimensão vertical da
construção, medida a partir do ponto de cota média do terreno marginal ao alinhamento da fachada até à
linha superior do beirado, platibanda ou guarda do terraço, incluindo andares recuados, mas excluindo
acessórios: chaminés, casa de máquinas de ascensores, depósitos de água, etc.”.
O presente art.º faz uma distinção entre licença e autorização: a licença é reservada para o controlo prévio
de obras de maior relevância jurídico-urbanística, enquanto o termo autorização é reservado para o controlo
prévio que antecede e legitima a utilização. Em geral, o legislador mantém-se fiel a esta dicotomia no
âmbito de todos o RJUE. No entanto, o legislador não adota este critério distintivo em diversos outros
diplomas do direito do urbanismo e ambiente. Alguns exemplos: o art.º 60.º da Lei da Água, que tem por
epígrafe “utilizações do domínio público sujeitas a licença”, determina que “1 - Estão sujeitas a licença
prévia as seguintes utilizações privativas dos recursos hídricos do domínio público: a) A captação de águas;
b) A rejeição de águas residuais; c) A imersão de resíduos, etc.” Também o art.º 62.º, n.º 2, do mesmo
diploma submete a licença prévia de utilização certas atividades, a p. ex. a extração de inertes.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro de
2019) define “área urbana consolidada” como “uma área de solo urbano que se encontra estabilizada em
termos de morfologia urbana e de infraestruturação e está edificada em, pelo menos, dois terços da área
total do solo destinado a edificação”.
Artigo 4.º-A
Modelos de licença, de resposta à comunicação prévia e de atos
São aprovados, por portaria dos membros do Governo responsáveis pelas áreas da
modernização administrativa e da construção, os modelos de utilização obrigatória de
licença, de resposta à comunicação prévia e dos atos a praticar pelos técnicos, ao abrigo
do presente diploma.
Artigo 6.º
Isenção de controlo prévio
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “logradouro” como “um espaço ao ar livre, destinado a funções de estadia, recreio e lazer, privado,
de utilização coletiva ou de utilização comum, e adjacente ou integrado num edifício ou conjunto de
edifícios”.
Nota: O “vocabulário urbanístico” da DGOTU, de 2004, define “cércea”, como a “dimensão vertical da
construção, medida a partir do ponto de cota média do terreno marginal ao alinhamento da fachada até à
linha superior do beirado, platibanda ou guarda do terraço, incluindo andares recuados, mas excluindo
acessórios: chaminés, casa de máquinas de ascensores, depósitos de água, etc.”.
Artigo 6.º-A
Obras de escassa relevância urbanística
Nota: O “vocabulário urbanístico” da DGOTU, de 2004, define “cércea”, como a “dimensão vertical da
construção, medida a partir do ponto de cota média do terreno marginal ao alinhamento da fachada até à
linha superior do beirado, platibanda ou guarda do terraço, incluindo andares recuados, mas excluindo
acessórios: chaminés, casa de máquinas de ascensores, depósitos de água, etc.”.
Artigo 7.º
Operações urbanísticas promovidas pela Administração Pública
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. ee), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “resíduos” são “quaisquer substâncias ou
objetos de que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação de se desfazer”.
SECÇÃO II
Formas de procedimento
SUBSECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 8.º
Procedimento
Artigo 8.º-A
Plataforma Eletrónica dos Procedimentos Urbanísticos
Artigo 8.º-B
Realização de passos e formalidades procedimentais em simultâneo
Sempre que tal contribua para a eficiência, economicidade ou celeridade do
procedimento, o responsável pela direção do mesmo deve promover a realização em
simultâneo de passos e fases do procedimento, evitando a realização sucessiva das
mesmas.
Artigo 9.º
Requerimento e comunicação
1 - Salvo disposição em contrário, os procedimentos previstos no presente diploma
iniciam-se através de requerimento ou comunicação apresentados com recurso a meios
eletrónicos e através do sistema previsto no artigo anterior, dirigidos ao presidente da
câmara municipal, dos quais devem constar a identificação do requerente ou
comunicante, incluindo o domicílio ou sede, bem como a indicação da qualidade de titular
de qualquer direito que lhe confira a faculdade de realizar a operação urbanística.
2 - Do requerimento ou comunicação consta igualmente a indicação do pedido ou objeto
em termos claros e precisos, identificando o tipo de operação urbanística a realizar por
referência ao disposto no artigo 2.º, bem como a respetiva localização.
3 - Quando respeite a mais de um dos tipos de operações urbanísticas referidos no artigo
2.º diretamente relacionadas, devem ser identificadas todas as operações abrangidas,
Artigo 10.º
Termo de responsabilidade
Artigo 11.º
Saneamento e apreciação liminar
Artigo 12.º
Publicidade do pedido
Artigo 12.º-A
Suspensão do procedimento
Artigo 13.º
Disposições gerais sobre a consulta a entidades externas
1 - A consulta às entidades que, nos termos da lei, devam emitir parecer, autorização ou
aprovação sobre o pedido, que não respeitem a aspetos relacionados com a localização, é
promovida pelo gestor do procedimento, e é efetuada em simultâneo, através da
plataforma eletrónica referida no n.º 1 do artigo 8.º-A.
2 - É dispensada a consulta a entidades externas em procedimentos relativos a operações
urbanísticas que já tenham sido objeto de apreciação favorável no âmbito do
procedimento de informação prévia, de aprovação de operações de loteamento urbano ou
de aprovação de planos de pormenor, com exceção dos planos de salvaguarda que
estabeleçam a necessidade dessa consulta.
3 - Nos casos previstos no artigo seguinte, o gestor do procedimento comunica o pedido,
com a identificação das entidades a consultar, à CCDR.
4 - As entidades exteriores ao município pronunciam-se exclusivamente no âmbito das
suas atribuições e competências.
5 - As entidades consultadas devem pronunciar-se no prazo de 20 dias a contar da data de
disponibilização do processo.
6 - Considera-se haver concordância daquelas entidades com a pretensão formulada se os
respetivos pareceres, autorizações ou aprovações não forem recebidos dentro do prazo
fixado no número anterior.
7 - Os pareceres das entidades exteriores ao município só têm caráter vinculativo quando
tal resulte da lei, desde que se fundamentem em condicionamentos legais ou
regulamentares e sejam recebidos dentro do prazo previsto no n.º 5.
8 - Constam de diploma próprio os projetos, estudos e certificações técnicas que carecem
de consulta, de aprovação ou de parecer, interno ou externo, bem como as condições a
que deve obedecer a sua elaboração.
9 - Os projetos de arquitetura e os de especialidades, bem como os pedidos de autorização
de utilização, quando acompanhados por termo de responsabilidade subscrito por técnico
autor de projeto legalmente habilitado nos termos da lei da qualificação profissional
exigível aos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição de projetos, fiscalização
de obra e direção de obra que ateste o cumprimento das normas legais e regulamentares
aplicáveis, incluindo a menção a plano municipal ou intermunicipal de ordenamento do
território em vigor ou licença de loteamento, ficam dispensados da apresentação na
câmara municipal de consultas, certificações, aprovações ou pareceres externos, sem
prejuízo da necessidade da sua obtenção quando legalmente prevista.
10 - A realização de vistoria, certificação, aprovação ou parecer, pelo município ou por
entidade exterior, sobre a conformidade da execução dos projetos das especialidades e
outros estudos com o projeto aprovado ou apresentado é dispensada mediante emissão de
termo de responsabilidade por técnico legalmente habilitado para esse efeito, de acordo
com o respetivo regime legal, que ateste essa conformidade.
11 - (Revogado.)
12 - No termo do prazo fixado para a promoção das consultas, o interessado pode solicitar
a passagem de certidão dessa promoção, a qual é emitida pela câmara municipal no prazo
Artigo 13.º-A
Parecer, aprovação ou autorização em razão da localização
Artigo 13.º-B
Consultas prévias
Artigo 13.º-C
Audiência prévia dos interessados
São admitidas alterações ao projeto, na sequência da audiência prévia dos interessados
quando as mesmas visem a correção das desconformidades detetadas ou se encontrem
com estas conexas.
SUBSECÇÃO II
Informação prévia
Artigo 14.º
Pedido de informação prévia
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “equipamentos de utilização coletiva” como “as edificações e os espaços não edificados afetos à
provisão de bens e serviços destinados à satisfação das necessidades coletivas dos cidadãos,
designadamente nos domínios da saúde, da educação, da cultura e do desporto, da justiça, da segurança
social, da segurança pública e da proteção civil”.
Nota: O “vocabulário urbanístico” da DGOTU, de 2004, define “cércea”, como a “dimensão vertical da
construção, medida a partir do ponto de cota média do terreno marginal ao alinhamento da fachada até à
linha superior do beirado, platibanda ou guarda do terraço, incluindo andares recuados, mas excluindo
acessórios: chaminés, casa de máquinas de ascensores, depósitos de água, etc.”.
Artigo 15.º
Consultas no âmbito do procedimento de informação prévia
Artigo 16.º
Deliberação
Artigo 17.º
Efeitos
SUBSECÇÃO III
Licença
Artigo 18.º
Âmbito
Artigo 19.º
Consultas a entidades exteriores ao município
[Revogado].
Artigo 20.º
Apreciação dos projetos de obras de edificação
1 - A apreciação do projeto de arquitetura, no caso de pedido de licenciamento relativo a
obras previstas nas alíneas c) a f) do n.º 2 do artigo 4.º, incide exclusivamente sobre a sua
conformidade com:
a) Planos municipais ou intermunicipais de ordenamento no território;
b) Medidas preventivas;
c) Área de desenvolvimento urbano prioritário;
d) Área de construção prioritária;
e) Servidões administrativas;
f) Restrições de utilidade pública;
g) O uso proposto;
h) As normas legais e regulamentares relativas ao aspeto exterior e à inserção urbana e
paisagística das edificações, desde que os planos ou regulamentos municipais
densifiquem tais aspetos;
i) A adequação e capacidade das infraestruturas.
2 - Para os efeitos do número anterior, a apreciação da inserção urbana das edificações é
efetuada na perspetiva formal e funcional, tendo em atenção o edificado existente, bem
como o espaço público envolvente e as infraestruturas existentes e previstas.
3 - A câmara municipal delibera sobre o projeto de arquitetura no prazo de 30 dias contado
a partir:
a) Da data da receção do pedido ou dos elementos solicitados nos termos do n.º 3 do artigo
11.º; ou
b) Da data da receção do último dos pareceres, autorizações ou aprovações emitidos pelas
entidades exteriores ao município, quando tenha havido lugar a consultas; ou ainda
c) Do termo do prazo para a receção dos pareceres, autorizações ou aprovações, sempre
que alguma das entidades consultadas não se pronuncie até essa data.
Artigo 21.º
Apreciação dos projetos de loteamento, de obras de
urbanização e trabalhos de remodelação de terrenos
Artigo 22.º
Consulta pública
Artigo 23.º
Deliberação final, prazos e deferimento tácito
Artigo 24.º
Indeferimento do pedido de licenciamento
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “logradouro” como “um espaço ao ar livre, destinado a funções de estadia, recreio e lazer, privado,
de utilização coletiva ou de utilização comum, e adjacente ou integrado num edifício ou conjunto de
edifícios”.
Nota: O “vocabulário urbanístico” da DGOTU, de 2004, define “cércea”, como a “dimensão vertical da
construção, medida a partir do ponto de cota média do terreno marginal ao alinhamento da fachada até à
linha superior do beirado, platibanda ou guarda do terraço, incluindo andares recuados, mas excluindo
acessórios: chaminés, casa de máquinas de ascensores, depósitos de água, etc.”.
Artigo 26.º
Licença
Artigo 27.º
Alterações à licença
SUBSECÇÃO IV
Autorização
Artigo 28.º
Âmbito
[Revogado].
Artigo 29.º
Apreciação liminar
[Revogado].
Artigo 30.º
Decisão final
[Revogado].
Artigo 31.º
Indeferimento do pedido de autorização
[Revogado].
Artigo 32.º
Autorização
[Revogado].
Artigo 33.º
Alterações à autorização
[Revogado].
SUBSECÇÃO V
Comunicação prévia
Artigo 34.º
Âmbito
Artigo 35.º
Regime da comunicação prévia
Artigo 36.º
Rejeição da comunicação prévia
[Revogado].
[Revogado].
SUBSECÇÃO VI
Procedimentos especiais
Artigo 37.º
Operações urbanísticas cujo projecto carece de aprovação da
administração central
[Revogado].
Artigo 38.º
Empreendimentos turísticos
Artigo 39.º
Dispensa de autorização prévia de localização
Sempre que as obras se situem em área que nos termos de plano de urbanização, plano de
pormenor ou licença ou comunicação prévia de loteamento em vigor esteja
expressamente afeta ao uso proposto, é dispensada a autorização prévia de localização
que, nos termos da lei, devesse ser emitida por parte de órgãos da administração central,
sem prejuízo das demais autorizações ou aprovações exigidas por lei relativas a servidões
administrativas ou restrições de utilidade pública.
Artigo 40.º
Licença ou autorização de funcionamento
[Revogado].
Artigo 40.º-A
Acompanhamento policial
Não pode ser exigido acompanhamento policial para a realização de operações
urbanísticas, mesmo quando as mesmas impliquem o corte da via pública.
SECÇÃO III
Condições especiais de licenciamento ou comunicação prévia
SUBSECÇÃO I
Operações de loteamento
Artigo 41.º
Localização
Artigo 42.º
Parecer da CCDR
(Revogado).
Artigo 43.º
Áreas para espaços verdes e de utilização coletiva,
Infraestruturas, equipamentos e habitação
Artigo 44.º
Cedências
1 - O proprietário e os demais titulares de direitos reais sobre o prédio a lotear cedem
gratuitamente ao município as parcelas para implantação de espaços verdes públicos,
habitação pública, a custos controlados ou para arrendamento acessível e equipamentos
de utilização coletiva e as infraestruturas que, de acordo com a lei e a licença ou
comunicação prévia, devam integrar o domínio municipal.
2 - Para os efeitos do número anterior, o requerente deve assinalar as áreas de cedência
ao município em planta a entregar com o pedido de licenciamento ou comunicação prévia.
3 - As parcelas de terreno cedidas ao município integram-se no domínio municipal com
a emissão da licença ou, nas situações previstas nos artigos 6.º e 34.º, através de escritura
pública, documento particular autenticado ou do procedimento especial de transmissão,
oneração e registo imediato de prédio urbano em atendimento presencial único, aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 263-A/2007, de 23 de julho, na sua redação atual, a realizar no prazo
de 20 dias após a receção da comunicação prévia ou no caso de isenção antes do início
dos trabalhos, devendo a câmara municipal ali definir, as parcelas afetas aos domínios
público e privado do município.
4 - Se o prédio a lotear já estiver servido pelas infraestruturas a que se refere a alínea h)
do artigo 2.º ou não se justificar a localização de qualquer equipamento ou espaço verde
públicos no referido prédio ou ainda nos casos referidos no n.º 4 do artigo anterior, não
há lugar a qualquer cedência para esses fins, ficando, no entanto, o proprietário obrigado
ao pagamento de uma compensação ao município, em numerário ou em espécie, nos
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “equipamentos de utilização coletiva” como “as edificações e os espaços não edificados afetos à
provisão de bens e serviços destinados à satisfação das necessidades coletivas dos cidadãos,
designadamente nos domínios da saúde, da educação, da cultura e do desporto, da justiça, da segurança
social, da segurança pública e da proteção civil”.
Artigo 45.º
Reversão
1 - O cedente tem o direito de reversão sobre as parcelas cedidas nos termos do artigo
anterior sempre que estas sejam afetas a fins diversos daqueles para que hajam sido
cedidas.
2 - Para os efeitos previstos no número anterior, considera-se que não existe alteração
de afetação sempre que as parcelas cedidas sejam afetas a um dos fins previstos no n.º 1
do artigo anterior, independentemente das especificações eventualmente constantes do
documento que titula a transmissão.
3 - Ao exercício do direito de reversão previsto no número anterior aplica-se, com as
necessárias adaptações, o disposto no Código das Expropriações.
4 - Em alternativa ao exercício do direito referido no n.º 1 ou no caso do n.º 10, o
cedente pode exigir ao município uma indemnização, a determinar nos termos
estabelecidos no Código das Expropriações com referência ao fim a que se encontre
afeta a parcela, calculada à data em que pudesse haver lugar à reversão.
5 - As parcelas que, nos termos do n.º 1, tenham revertido para o cedente ficam sujeitas
às mesmas finalidades a que deveriam estar afetas aquando da cedência, salvo quando
se trate de parcela a afetar a equipamento de utilização coletiva, devendo nesse caso ser
afeta a espaço verde, procedendo-se ainda ao averbamento desse facto na respetiva
licença ou à sua integração na comunicação prévia.
6 - Os direitos previstos nos n.ºs 1, 3 e 4 podem ser exercidos pelos proprietários de,
pelo menos, um terço dos lotes constituídos em consequência da operação de
loteamento.
7 - Havendo imóveis construídos na parcela revertida, o tribunal pode ordenar a sua
demolição, a requerimento do cedente, nos termos estabelecidos nos artigos 37.º e
seguintes da Lei n.º 15/2002, de 22 de fevereiro.
8 - O município é responsável pelos prejuízos causados aos proprietários dos imóveis
referidos no número anterior, nos termos estabelecidos na Lei n.º 67/2007, de 31 de
dezembro, alterada pela Lei n.º 31/2008, de 17 de julho, em matéria de atos ilícitos.
9 - A demolição prevista no n.º 7 não prejudica os direitos legalmente estabelecidos de
realojamento dos ocupantes.
Artigo 46.º
Gestão das infraestruturas e dos espaços verdes e de utilização coletiva
1 - A gestão das infraestruturas e dos espaços verdes e de utilização coletiva pode ser
confiada a moradores ou a grupos de moradores das zonas loteadas e urbanizadas ou
anetidades previstas no artigo 7.º, mediante a celebração com o município de acordos de
cooperação ou de contratos de concessão do domínio municipal.
2 - Os acordos de cooperação podem incidir, nomeadamente, sobre os seguintes
aspetos:
a) Limpeza e higiene;
b) Conservação de espaços verdes existentes;
c) Manutenção dos equipamentos de recreio e lazer;
d) Vigilância da área, por forma a evitar a sua degradação.
3 - Os contratos de concessão devem ser celebrados sempre que se pretenda realizar
investimentos em equipamentos de utilização coletiva ou em instalações fixas e não
desmontáveis em espaços verdes, ou a manutenção de infraestruturas.
Artigo 47.º
Contrato de concessão
Nota: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo define a “operação de
reabilitação urbana” como “o conjunto articulado de intervenções visando, de forma integrada, a
reabilitação urbana de uma determinada área”.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro de
2019) define “área de reabilitação urbana” como “a área territorialmente delimitada que, em virtude da
insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de
utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere
às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada,
através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor
de reabilitação urbana”. Esta definição corresponde à definição adotada no Decreto-Lei n.º 307/2009, de
23 de outubro.
Artigo 48.º-A
Alterações à operação de loteamento objeto de comunicação prévia
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “lote” como o “prédio destinado à edificação, constituído ao abrigo de uma operação de loteamento
ou de um plano de pormenor com efeitos registais.”
Artigo 50.º
Fracionamento de prédios rústicos
[Revogado].
Artigo 51.º
Informação registral
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “edifício anexo” ou “anexo” como “um edifício destinado a um uso complementar e
funcionalmente dependente do edifício principal.”
Artigo 52.º
Publicidade à alienação
SUBSECÇÃO II
Obras de urbanização
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define as obras de urbanização como “as obras de criação e remodelação de infraestruturas destinadas a
servir diretamente os espaços urbanos ou as edificações, designadamente arruamentos viários e pedonais,
redes de esgotos e de abastecimento de água, eletricidade, gás e telecomunicações, e ainda espaços verdes
e outros espaços de utilização coletiva”. Esta definição corresponde à definição dada pelo art.º 2.º, al. h).
do RJUE.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “lote” como o “prédio destinado à edificação, constituído ao abrigo de uma operação de loteamento
ou de um plano de pormenor com efeitos registais.”
Artigo 54.º
Caução
Artigo 55.º
Contrato de urbanização
Artigo 56.º
Execução por fases
SUBSECÇÃO III
Obras de edificação
Artigo 57.º
Condições de execução
Artigo 59.º
Execução por fases
1 - O requerente pode optar pela execução faseada da obra, devendo para o efeito, em
caso de operação urbanística sujeita a licenciamento, identificar no projeto de arquitetura
os trabalhos incluídos em cada uma das fases e indicar os prazos, a contar da data de
aprovação daquele projeto, em que se propõe requerer a aprovação dos projetos das
especialidades e outros estudos relativos a cada uma dessas fases, podendo a câmara
municipal fixar diferentes prazos por motivo de interesse público devidamente
fundamentado.
2 - Cada fase deve corresponder a uma parte da edificação passível de utilização
autónoma.
3 - Nos casos referidos no n.º 1, o requerimento referido no n.º 4 do artigo 20.º deverá
identificar a fase da obra a que se reporta.
4 - A falta de apresentação do requerimento referido no número anterior dentro dos prazos
previstos no n.º 1 implica a caducidade do ato de aprovação do projeto de arquitetura e o
arquivamento oficioso do processo.
5 - [Revogado].
6 - Admitida a execução por fases, a licença abrange apenas a primeira fase das obras,
implicando cada fase subsequente um aditamento à mesma.
7 - Quando se trate de operação urbanística sujeita a comunicação prévia, o interessado
Artigo 60.º
Edificações existentes
Artigo 61.º
Identificação do diretor de obra
SUBSECÇÃO IV
Utilização de edifícios ou suas frações
Artigo 62.º
Âmbito
(Revogado).
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “edifício” como “uma construção permanente, dotada de acesso independente, coberta, limitada por
paredes exteriores ou paredes-meeiras que vão das fundações à cobertura, destinada a utilização humana
ou a outros fins”.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “edificabilidade” como “a quantidade de edificação que, nos termos das disposições legais e
regulamentares aplicáveis, pode ser realizada numa dada porção do território”.
Artigo 62.º-A
Artigo 62.º-B
Alteração à utilização de edifícios sem operação urbanística prévia
1 - A alteração da utilização de edifício ou fração ou de alguma informação constante do
título de utilização emitido não precedida de operação urbanística sujeita a controlo
prévio, deve ser objeto de comunicação prévia com prazo.
2 - A comunicação prévia com prazo prevista no número anterior destina-se a:
a) Demonstrar e declarar a conformidade da utilização prevista com as normas legais e
regulamentares que fixam os usos e utilizações admissíveis; e
b) Demonstrar e declarar a idoneidade do edifício ou sua fração autónoma para o fim
pretendido, podendo contemplar utilizações mistas.
Artigo 62.º-C
Utilização de edifícios isentos de controlo prévio urbanístico
A utilização de novas edificações ou novas frações, na sequência de obras de construção
isentas de controlo prévio por força do disposto na alínea a) do n.º 1 do artigo 6.º está
sujeita a comunicação prévia com prazo nos termos do artigo anterior.
Artigo 63.º
Instrução da comunicação prévia com prazo para utilização sem operação
urbanística prévia
Artigo 64.º
Tramitação e efeitos da comunicação prévia com prazo
1 - O edifício ou suas frações autónomas pode ser utilizado para a finalidade pretendida
decorridos 20 dias após a submissão da comunicação prévia com prazo a que se refere o
artigo anterior, salvo na situação prevista no número seguinte.
2 - O presidente da câmara municipal no prazo previsto no número anterior pode
determinar a realização de vistoria, a efetuar nos termos do artigo seguinte, quando se
verifique alguma das seguintes situações:
a) A submissão do termo de responsabilidade não se encontre completo; ou
b) Existirem indícios sérios de que o edifício não é idóneo para o fim pretendido.
3 – (Revogado.)
4 – (Revogado.)
Artigo 65.º
Realização da vistoria
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “edifício” como “uma construção permanente, dotada de acesso independente, coberta, limitada por
paredes exteriores ou paredes-meeiras que vão das fundações à cobertura, destinada a utilização humana
ou a outros fins”.
SECÇÃO IV
Validade e eficácia dos atos de licenciamento e autorização de utilização e efeitos
da comunicação prévia
SUBSECÇÃO I
Validade
Artigo 67.º
Requisitos
A validade das licenças depende da sua conformidade com as normas legais e
regulamentares aplicáveis em vigor à data da sua prática, sem prejuízo do disposto no
artigo 60.º
Artigo 68.º
Nulidades
Cf. o art.º 282.º (abuso de poder) do CP, que diz: “O funcionário que, fora dos casos previstos nos artigos anteriores,
abusar de poderes ou violar deveres inerentes às suas funções, com intenção de obter, para si ou para terceiro,
benefício ilegítimo ou causar prejuízo a outra pessoa, é punido com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa,
se pena mais grave lhe não couber por força de outra disposição legal.”
Cf. o art.º 382.º-A (violação de regras urbanísticas por funcionário), do CP, que diz: “1 - O funcionário que
informe ou decida favoravelmente processo de licenciamento ou de autorização ou preste neste informação falsa
sobre as leis ou regulamentos aplicáveis, consciente da desconformidade da sua conduta com as normas urbanísticas,
é punido com pena de prisão até três anos ou multa. 2 - Se o objecto da licença ou autorização incidir sobre via
pública, terreno da Reserva Ecológica Nacional, Reserva Agrícola Nacional, bem do domínio público ou terreno
especialmente protegido por disposição legal, o agente é punido com pena de prisão até cinco anos ou multa.”
Jurisprudência:
1. Ac. TRC de 27-11-2013 : 1. O crime de abuso de poder constitui um crime de função e, por isso, um crime
próprio, o funcionário que detém determinados poderes funcionais faz uso de tais poderes para um fim diferente
daquele para que a lei os concede; 2. O crime é integrado, no primeiro limite do perímetro da tipicidade, pelo mau
uso ou uso desviante de poderes funcionais, ou por excesso de poderes legais ou por desrespeito de formalidades
essenciais. Mas, com um elemento nuclear: o mau uso dos poderes não resulta de erro ou de mau conhecimento dos
deveres da função, mas tem de ser determinado por uma intenção específica que enquanto fim ou motivo faz parte do
próprio tipo legal.
2. Ac. TC n.º 572/2019, de 17/10: Não julga inconstitucional os artigos 382.º e 28.º, n.º 1, ambos do Código Penal,
na interpretação segundo a qual alguém que não seja funcionário, tal como definido na alínea b) do n.º 1 do artigo
386.º do Código Penal, pode ser condenado pelo crime de abuso de poder, quando essa qualidade de funcionário se
verifique nos seus comparticipantes e lhe seja estendida.”
Matos, Ricardo Jorge Bragança de: “O Crime de violação de regras urbanísticas por funcionário: uma perspectiva
(necessariamente) dirigida ao direito do urbanismo”, in Revista do Centro de Estudos Judiciários, 2013, I, p.89 a 114.
Artigo 70.º
Responsabilidade civil da Administração
a) O titular do órgão administrativo singular que haja praticado os atos ao abrigo dos quais
foram executadas ou desenvolvidas as operações urbanísticas referidas sem que tivesse
sido promovida a consulta de entidades externas ou em desrespeito do parecer,
autorização ou aprovação emitidos, quando vinculativos;
b) Os membros dos órgãos colegiais que tenham votado a favor dos atos referidos na
alínea anterior;
SUBSECÇÃO II
Caducidade e revogação da licença e autorização de utilização e
cessação de efeitos da comunicação prévia
Artigo 71.º
Caducidade
b) Se as obras estiverem suspensas por período superior a seis meses, salvo se a suspensão
decorrer de facto não imputável ao titular da licença ou da comunicação prévia;
c) Se as obras estiverem abandonadas por período superior a seis meses;
d) Se as obras não forem concluídas no prazo fixado na licença ou comunicação prévia,
ou suas prorrogações, contado a partir da data de emissão do alvará ou do pagamento das
taxas no caso da comunicação prévia.
e) [Revogada].
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “equipamentos de utilização coletiva” como “as edificações e os espaços não edificados afetos à
provisão de bens e serviços destinados à satisfação das necessidades coletivas dos cidadãos,
designadamente nos domínios da saúde, da educação, da cultura e do desporto, da justiça, da segurança
social, da segurança pública e da proteção civil”.
Artigo 72.º
Renovação
1 - O titular de licença ou comunicação prévia que haja caducado pode requerer nova
licença ou apresentar nova comunicação prévia.
2 - No caso referido no número anterior, serão utilizados no novo processo os elementos
que instruíram o processo anterior desde que o novo requerimento seja apresentado no
prazo de 18 meses a contar da data da caducidade ou, se este prazo estiver esgotado, não
existirem alterações de facto e de direito que justifiquem nova apresentação.
3 - [Revogado].
Artigo 73.º
Revogação
1 - Sem prejuízo do que se dispõe no número seguinte, a licença só pode ser revogada nos
termos estabelecidos na lei para os atos constitutivos de direitos.
2 - Nos casos a que se refere o n.º 2 do artigo 105.º, a licença pode ser revogada pela
câmara municipal decorrido o prazo de seis meses a contar do termo do prazo estabelecido
de acordo com o n.º 1 do mesmo artigo.
SUBSECÇÃO III
Títulos das operações urbanísticas
Artigo 74.º
Títulos da licença e da comunicação prévia
Artigo 75.º
Competência
(Revogado).
Artigo 76.º
Requerimento
(Revogado).
Artigo 77.º
Especificações
(Revogado).
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “edifício” como “uma construção permanente, dotada de acesso independente, coberta, limitada por
paredes exteriores ou paredes-meeiras que vão das fundações à cobertura, destinada a utilização humana
ou a outros fins”.
Nota: O “vocabulário urbanístico” da DGOTU, de 2004, define “cércea”, como a “dimensão vertical da
construção, medida a partir do ponto de cota média do terreno marginal ao alinhamento da fachada até à
linha superior do beirado, platibanda ou guarda do terraço, incluindo andares recuados, mas excluindo
acessórios: chaminés, casa de máquinas de ascensores, depósitos de água, etc.”.
Artigo 78.º
Publicidade
(Revogado).
CAPÍTULO III
Execução e fiscalização
SECÇÃO I
Início dos trabalhos
Artigo 80.º
Início dos trabalhos
1 - A execução das obras e trabalhos sujeitos a licença nos termos do presente diploma só
pode iniciar-se depois de emitida a respetiva licença, com exceção das situações referidas
no artigo seguinte e salvo o disposto no n.º1 do artigo 23.º.
Artigo 80.º-A
Informação sobre o início dos trabalhos e o responsável pelos mesmos
1 - Até cinco dias antes do início dos trabalhos, o promotor informa a câmara municipal
dessa intenção, comunicando também a identidade da pessoa, singular ou coletiva,
encarregada da execução dos mesmos.
2 - A pessoa encarregada da execução dos trabalhos está obrigada à execução exata dos
projetos e ao respeito pelas condições do licenciamento ou comunicação prévia.
Artigo 81.º
Demolição, escavação e contenção periférica
Artigo 82.º
Ligação às redes públicas
1 – Uma vez efetuado o pagamento das taxas, cujo recibo titula a operação urbanística, o
requerente solicita às entidades gestoras aligação dos sistemas de água, de saneamento,
de gás, de eletricidade e de telecomunicações, podendo os requerentes optar, mediante
autorização das entidades gestoras, pela realização das obras indispensáveis à sua
concretização nas condições regulamentares e técnicas definidas por aquelas entidades.
2 – No caso de obras sujeitas a comunicação prévia, constitui título bastante para os
efeitos previstos no número anterior a apresentação dos documentos referidos no n.º 2 do
SECÇÃO II
Execução dos trabalhos
Artigo 83.º
Alterações durante a execução da obra
Artigo 84.º
Execução das obras pela câmara municipal
Artigo 85.º
Execução das obras de urbanização por terceiro
Artigo 86.º
Limpeza da área e reparação de estragos
Nota 1: Nos termos do art.º 11.º, al. n), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008,
de 29 de julho), “medidas de reparação” são qualquer ação, ou conjunto de ações, incluindo medidas de
carácter provisório, com o objetivo de reparar, reabilitar ou substituir os recursos naturais e os serviços
danificados ou fornecer uma alternativa equivalente a esses recursos ou serviços, tal como previsto no
anexo V ao presente decreto-lei, do qual faz parte integrante”.
Nota 2: Nos termos do art.º 3.º, al. ee), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “resíduos” são “quaisquer substâncias ou
objetos de que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação de se desfazer”.
Artigo 87.º
Receção provisória e definitiva das obras de urbanização
Artigo 88.º
Obras inacabadas
Artigo 88.º-A
Dever de utilização
1 - As edificações devem ser objeto de fiscalização periódica quanto às condições de
habitabilidade, por parte da respetiva câmara municipal.
2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a câmara municipal pode, oficiosamente
ou a requerimento de qualquer interessado, determinar a fiscalização sobre as condições
de utilização do imóvel.
3 - No âmbito da fiscalização é verificado o cumprimento das normas legais relativas às
condições de habitabilidade que constituam situações irregulares de arrendamento ou
subarrendamento habitacional.
4 - Sempre que forem identificadas situações irregulares, a câmara municipal intima o
proprietário para a reposição da utilização nos termos autorizados, ao abrigo dos artigos
102.º e seguintes.
SECÇÃO IV
Utilização e conservação do edificado
Artigo 89.º
Dever de conservação
1 - As edificações devem ser objeto de obras de conservação pelo menos uma vez em
cada período de oito anos, devendo o proprietário, independentemente desse prazo,
realizar todas as obras necessárias à manutenção da sua segurança, salubridade e
arranjo estético.
2 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a câmara municipal pode a todo o
tempo, oficiosamente ou a requerimento de qualquer interessado, determinar a
execução das obras necessárias à correção de más condições de segurança ou de
salubridade ou das obras de conservação necessárias à melhoria do arranjo
estético.
3 - A câmara municipal pode, oficiosamente ou a requerimento de qualquer interessado,
ordenar a demolição total ou parcial das construções que ameacem ruína ou ofereçam
perigo para a saúde pública e para a segurança das pessoas.
4 - A notificação dos atos referidos nos números anteriores é acompanhada da indicação
dos elementos instrutórios necessários para a execução daquelas obras, incluindo a
indicação de medidas urgentes, quando sejam necessárias, bem como o prazo em que os
mesmos devem ser submetidos, sob pena de o notificando incorrer em incumprimento
do ato, designadamente para os efeitos previstos nos artigos 91.º e 100.º
5 - Os atos referidos nos números anteriores são eficazes a partir da sua notificação ao
proprietário, sendo o registo predial da intimação para a execução de obras ou para a
demolição promovido oficiosamente para efeitos de averbamento, servindo de título
para o efeito a certidão passada pelo município competente.
6 - O registo referido no número anterior é cancelado através da exibição de certidão
emitida pela câmara municipal que ateste a conclusão das obras ou o cumprimento da
ordem de demolição, consoante o caso, ou pela junção da autorização de utilização
emitida posteriormente.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “edifício” como “uma construção permanente, dotada de acesso independente, coberta, limitada por
paredes exteriores ou paredes-meeiras que vão das fundações à cobertura, destinada a utilização humana
ou a outros fins”.
Artigo 90.º
Vistoria prévia
Artigo 90.º-A
Obras determinadas pela câmara municipal
1 - Após a entrega dos elementos referidos no n.º 4 do artigo 89.º, é verificada a sua
conformidade com os termos da intimação e com as normas legais e regulamentares em
vigor.
2 - A entrega dos elementos referidos no n.º 4 do artigo 89.º vale como comunicação
prévia.
3 - Durante a execução da obra, a comissão de vistorias que tiver efetuado a vistoria
referida no artigo 90.º, ou quem a substitua, acompanha periodicamente o andamento
dos trabalhos, para garantia do cumprimento integral da notificação inicial, inscrevendo
no livro de obra a data e as conclusões das visitas.
4 - A comissão verifica igualmente, com o proprietário, a necessidade de se proceder a
alterações aos trabalhos inicialmente previstos, em função de alterações supervenientes
detetadas durante a execução da obra e imprevisíveis aquando daquela notificação.
Artigo 91.º
Obras coercivas
1 - Quando o proprietário não iniciar as obras que lhe sejam determinadas nos termos do
artigo 89.º, não apresentar os elementos instrutórios no prazo fixado para o efeito, ou estes
forem objeto de rejeição, ou não concluir aquelas obras dentro dos prazos que para o
efeito lhe forem fixados, pode a câmara municipal tomar posse administrativa do imóvel
para lhes dar execução imediata.
2 - À execução coerciva das obras referidas no número anterior, incluindo todos os atos
preparatórios necessários, como sejam levantamentos, sondagens, realização de estudos
ou projetos, aplica-se, com as devidas adaptações, o disposto nos artigos 107.º, 108.º e
108.º-B.
Artigo 92.º
Despejo administrativo
1 - A câmara municipal pode ordenar o despejo sumário dos prédios ou parte de prédios
nos quais haja de realizar-se as obras referidas nos n.º s 2 e 3 do artigo 89.º, sempre que
tal se mostre necessário à execução das mesmas.
2 - O despejo referido no número anterior pode ser determinado oficiosamente ou, quando
o proprietário pretenda proceder às mesmas, a requerimento deste.
3 - A deliberação que ordene o despejo é eficaz a partir da sua notificação aos ocupantes.
SECÇÃO V
Fiscalização
SUBSECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 93.º
Âmbito
Artigo 94.º
Competência
1 - Sem prejuízo das competências atribuídas por lei a outras entidades, a fiscalização
prevista no artigo anterior compete ao presidente da câmara municipal, com a faculdade
de delegação em qualquer dos vereadores.
2 - Os atos praticados pelo presidente da câmara municipal no exercício dos poderes de
fiscalização previstos no presente diploma e que envolvam um juízo de legalidade de atos
praticados pela câmara municipal respetiva, ou que suspendam ou ponham termo à sua
eficácia, podem ser por esta revogados ou suspensos.
3 - No exercício da atividade de fiscalização, o presidente da câmara municipal é
auxiliado por funcionários municipais com formação adequada, a quem incumbe preparar
e executar as suas decisões.
4 - O presidente da câmara municipal pode ainda solicitar colaboração de quaisquer
autoridades administrativas ou policiais.
5 - A câmara municipal pode contratar com empresas privadas habilitadas a efetuar
fiscalização de obras a realização das inspeções a que se refere o artigo seguinte, bem
como as vistorias referidas no artigo 64.º
6 – (Revogada.)
Nota 1: Quanto aos n.ºs 5 e 6 do art.º 94.º, exemplifica-se aqui com o seguinte anúncio publicado no Jornal
da Madeira em 12.3.2020: “O Conselho do Governo, reunido em plenário, autorizou a abertura do concurso
público inerente à aquisição de serviços “Hospital Central da Madeira – Serviços de Fiscalização e
Coordenação da Obra”, até ao montante de 6,1 milhões de euros, entre os anos de 2020 a 2025, enquanto
decorrer a obra do Hospital Central da Madeira.”
Nota 3: Nos termos do art.º 40.º, n.º 2, do Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da
Biodiversidade (aprovado pelo DL n.º 142/2008, de 24 de julho, última alteração dada pelo DL 42-
A/2016), “a fiscalização compete à autoridade nacional, especialmente através do serviço de vigilantes da
natureza, à Guarda Nacional Republicana, especialmente através do Serviço de Proteção da
Natureza e do Ambiente (SEPNA), às demais autoridades policiais e aos municípios.
Nota 4: Nos termos do art.º 66.º do Regime Geral da Gestão de Resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “a fiscalização do cumprimento do presente
diploma compete às ARR, à Inspeção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território, aos municípios
e às autoridades policiais”.
Nota 5: Nos termos do art.º 13.º, n.º 2, al. a) do Decreto-Lei n.º 228/2012 de 25 de outubro, que aprovou a
orgânica das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, os trabalhadores das CCDR que
exerçam funções de fiscalização e vigilância nas áreas do ambiente e do ordenamento do território possuem
poderes de autoridade e, no exercício dessas funções, podem “solicitar a colaboração das autoridades
policiais quando necessário à imposição de comportamentos legalmente devidos, à prevenção de infrações
à lei ou à salvaguarda da inviolabilidade de bens públicos e interesses gerais no âmbito das atribuições das
CCDR”.
Artigo 95.º
Inspeções
Artigo 96.º
Vistorias
Artigo 97.º
Livro de obra
SUBSECÇÃO II
Sanções
Artigo 98.º
Contraordenações
Artigo 99.º
Sanções acessórias
Artigo 100.º
Responsabilidade criminal
1 - As pessoas jurídicas que violem, com dolo ou negligência, por ação ou omissão, os
deveres inerentes ao exercício da atividade a que estejam obrigados por contrato ou por
norma legal ou regulamentar aplicável são responsáveis pelo ressarcimento dos danos
causados a terceiros e pelos custos e encargos das medidas específicas de reconstituição
da situação que existiria caso a ordem jurídica urbanística não tivesse sido violada.
2 - Relativamente a operações urbanísticas sujeitas a controlo prévio que tenham sido
desenvolvidas em violação das condições previstas na licença, comunicação prévia ou
autorização, consideram-se solidariamente responsáveis os empreiteiros, os diretores da
obra e os responsáveis pela fiscalização, sem prejuízo da responsabilidade dos
promotores e dos donos da obra, nos termos gerais.
3 - Relativamente a operações urbanísticas sujeitas a controlo prévio que tenham sido
realizadas sem tal controlo ou estejam em desconformidade com os seus pressupostos
ou com qualquer das condições previstas na lei para a isenção de controlo prévio,
consideram-se solidariamente responsáveis os promotores e donos da obra, os
responsáveis pelos usos e utilizações existentes, bem como os empreiteiros e os
diretores da obra.
4 - No caso de operações urbanísticas incompatíveis com os instrumentos de gestão
territorial aplicáveis são solidariamente responsáveis:
a) Os autores e coordenadores dos projetos e dos demais documentos técnicos;
b) Os diretores da obra;
c) Os responsáveis pela fiscalização.
5 - Consideram-se promotores, para os efeitos do disposto nos n.º s 2 e 3:
a) A pessoa jurídica, pública ou privada, seja ou não proprietária dos terrenos
relativamente aos quais se refere a operação urbanística, que é responsável pela sua
execução ou desenvolvimento;
b) O proprietário do imóvel no qual foram executadas ou desenvolvidas operações
urbanísticas, quando tenha tido conhecimento das obras, trabalhos, edificações, usos e
utilizações ilícitos, presumindo-se tal conhecimento, salvo prova em contrário, quando o
proprietário tenha permitido, por qualquer ato, ao responsável direto da violação o
acesso à utilização do imóvel.
6 - Considera-se empreiteiro, para os efeitos do disposto nos n.º s 2 e 3, a pessoa
jurídica, pública ou privada, que exerce a atividade de execução das obras de edificação
e urbanização e se encontre devidamente habilitada pelo InCI, I. P.
7 - As pessoas coletivas são responsáveis pelas infrações cometidas pelos seus órgãos,
funcionários e agentes.
8 - Todos os intervenientes na realização de operações urbanísticas respondem
solidariamente quando se verifique a impossibilidade de determinar o autor do dano ou,
havendo concorrência de culpas, não seja possível precisar o grau de intervenção de
cada interveniente no dano produzido.
9 - A aprovação do projeto ou o exercício da fiscalização municipal não isentam os
técnicos responsáveis pela sua fiscalização ou direção, da responsabilidade pela
condução dos trabalhos em estrita observância pelas condições da licença ou da
comunicação prévia.
Artigo 101.º
Responsabilidade dos funcionários e agentes da Administração Pública
Artigo 101.º-A
Legitimidade para a denúncia
1 - Qualquer pessoa tem legitimidade para comunicar à câmara municipal, ao Ministério
Público, às ordens ou associações profissionais, ao InCI, I. P., ou a outras entidades
competentes a violação das normas do presente diploma.
2 - Não são admitidas denúncias anónimas.
SUBSECÇÃO III
Medidas de tutela da legalidade urbanística
Artigo 102.º
Reposição da legalidade urbanística
Artigo 102.º-A
Legalização
1 - Sem prejuízo das competências atribuídas por lei a outras entidades, o presidente da
câmara municipal é competente para embargar obras de urbanização, de edificação ou de
demolição, bem como quaisquer trabalhos de remodelação de terrenos, quando estejam a
ser executadas:
a) Sem a necessária licença ou comunicação prévia;
b) Em desconformidade com o respetivo projeto ou com as condições do licenciamento
ou comunicação prévia, salvo o disposto no artigo 83.º; ou
c) Em violação das normas legais e regulamentares aplicáveis.
2 - A notificação é feita ao responsável pela direção técnica da obra, bem como ao titular
do alvará de licença ou apresentante da comunicação prévia e, quando possível, ao
proprietário do imóvel no qual estejam a ser executadas as obras ou seu representante,
sendo suficiente para obrigar à suspensão dos trabalhos qualquer dessas notificações ou
a de quem se encontre a executar a obra no local.
3 - Após o embargo, é de imediato lavrado o respetivo auto, que contém, obrigatória e
expressamente, a identificação do funcionário municipal responsável pela fiscalização de
obras, das testemunhas e do notificado, a data, a hora e o local da diligência e as razões
de facto e de direito que a justificam, o estado da obra e a indicação da ordem de
suspensão e proibição de prosseguir a obra e do respetivo prazo, bem como as cominações
legais do seu incumprimento.
4 - O auto é redigido em duplicado e assinado pelo funcionário e pelo notificado, ficando
o duplicado na posse deste.
5 - No caso de a ordem de embargo incidir apenas sobre parte da obra, o respetivo auto
faz expressa menção de que o embargo é parcial e identifica claramente qual é a parte da
obra que se encontra embargada.
6 - O auto de embargo é notificado às pessoas identificadas no n.º 2 e disponibilizado no
sistema informático referido no artigo 8.º-A, no prazo de cinco dias úteis.
7 - No caso de as obras estarem a ser executadas por pessoa coletiva, o embargo e o
respetivo auto são ainda comunicados para a respetiva sede social ou representação em
território nacional.
8 - O embargo, assim como a sua cessação ou caducidade, é objeto de registo na
conservatória do registo predial, mediante comunicação do despacho que o determinou,
procedendo-se aos necessários averbamentos.
Artigo 103.º
Efeitos do embargo
Artigo 104.º
Caducidade do embargo
1 - A ordem de embargo caduca logo que for proferida uma decisão que defina a situação
jurídica da obra com caráter definitivo ou no termo do prazo que tiver sido fixado para o
efeito.
2 - Na falta de fixação de prazo para o efeito, a ordem de embargo caduca se não for
proferida uma decisão definitiva no prazo de seis meses, prorrogável uma única vez por
igual período.
Artigo 105.º
Trabalhos de correção ou alteração
Artigo 106.º
Demolição da obra e reposição do terreno
1 - O presidente da câmara municipal pode igualmente, quando for caso disso, ordenar a
demolição total ou parcial da obra ou a reposição do terreno nas condições em que se
encontrava antes da data de início das obras ou trabalhos, fixando um prazo para o efeito.
2 - A demolição pode ser evitada se a obra for suscetível de ser licenciada ou objeto de
comunicação prévia ou se for possível assegurar a sua conformidade com as disposições
legais e regulamentares que lhe são aplicáveis mediante a realização de trabalhos de
correção ou de alteração.
3 - A ordem de demolição ou de reposição a que se refere o n.º 1 é antecedida de audição
do interessado, que dispõe de 15 dias a contar da data da sua notificação para se
pronunciar sobre o conteúdo da mesma.
4 - Decorrido o prazo referido no n.º 1 sem que a ordem de demolição da obra ou de
reposição do terreno se mostre cumprida, o presidente da câmara municipal determina a
demolição da obra ou a reposição do terreno por conta do infrator.
Artigo 108.º
Despesas realizadas com a execução coerciva
Artigo 108.º-A
Intervenção da CCDR
(Revogado)
Artigo 108.º-B
Arrendamento forçado
1 - Findo o prazo previsto no n.º 2 do artigo 108.º sem que se encontrem liquidadas as
quantias devidas pelo proprietário, o município, em alternativa à cobrança judicial da
dívida em processo de execução fiscal, pode optar pelo ressarcimento através do
arrendamento forçado, sendo lavrado auto de posse do imóvel para esse efeito.
2 - O auto é notificado ao proprietário, bem como aos demais titulares de direitos reais,
sendo eficaz a partir da data do ato de transmissão da posse.
3 - Ao arrendamento forçado aplicam-se, em tudo quanto não estiver especialmente
previsto no presente artigo, os artigos 656.º e seguintes do Código Civil, quanto à relação
entre o município e o proprietário do imóvel.
4 - O arrendamento forçado está sujeito a inscrição no registo predial, servindo de título
para o efeito, certidão passada pelo município competente, onde conste a indicação do
valor total da dívida, e implica o cancelamento do registo referido no artigo 89.º, caso
este ainda não tenha sido cancelado.
5 - A câmara municipal procede ao arrendamento forçado do imóvel mediante
procedimento concursal ou através da aplicação de regulamento municipal para a
atribuição de fogos.
6 - Em caso de celebração de novo contrato de arrendamento no prédio urbano ou nas
frações autónomas intervencionadas, a renda a praticar não pode ser inferior a 80 /prct.
do valor mediano das rendas por m2 de novos contratos de arrendamento de
alojamentos familiares no município respetivo, de acordo com a última atualização
divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística, I. P. (INE, I. P.).
7 - Quando a atualização divulgada pelo INE, I. P., se reporte a nível de unidade
territorial para fins estatísticos superior ao concelho, deve ser considerado o valor
relativo à unidade territorial para fins estatísticos de menor amplitude em que o
município esteja integrado.
Artigo 109.º
Cessação da utilização
1 - Sem prejuízo do disposto nos n.º s 1 e 2 do artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 281/99, de 26
de julho, o presidente da câmara municipal é competente para ordenar e fixar prazo para
a cessação da utilização de edifícios ou de suas frações autónomas quando sejam
ocupados sem a necessária autorização de utilização ou quando estejam a ser afetos a fim
diverso do previsto no respetivo alvará.
2 - Quando os ocupantes dos edifícios ou suas frações não cessem a utilização indevida
no prazo fixado, pode a câmara municipal determinar o despejo administrativo,
aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto no artigo 92.º
3 - O despejo determinado nos termos do número anterior deve ser sobrestado quando,
tratando-se de edifício ou sua fração que estejam a ser utilizados para habitação, o
ocupante mostre, por atestado médico, que a execução do mesmo põe em risco de vida,
por razão de doença aguda, a pessoa que se encontre no local.
4 - Na situação referida no número anterior, o despejo não pode prosseguir enquanto a
câmara municipal não providencie pelo realojamento da pessoa em questão, a expensas
do responsável pela utilização indevida, nos termos do artigo anterior.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “edifício” como “uma construção permanente, dotada de acesso independente, coberta, limitada por
paredes exteriores ou paredes-meeiras que vão das fundações à cobertura, destinada a utilização humana
ou a outros fins”.
CAPÍTULO IV
Garantias dos particulares
Artigo 110.º
Direito à informação
1 - Qualquer interessado tem o direito de ser informado pela respetiva câmara municipal:
a) Sobre os instrumentos de desenvolvimento e de gestão territorial em vigor para
determinada área do município, bem como das demais condições gerais a que devem
obedecer as operações urbanísticas a que se refere o presente diploma;
b) Sobre o estado e andamento dos processos que lhes digam diretamente respeito, com
especificação dos atos já praticados e do respetivo conteúdo, e daqueles que ainda devam
sê-lo, bem como dos prazos aplicáveis a estes últimos.
Artigo 111.º
Silêncio da Administração
Artigo 112.º
Intimação judicial para a prática de ato legalmente devido
(Revogado).
Artigo 113.º
Deferimento tácito
(Revogado).
Artigo 114.º
Impugnação administrativa
Artigo 115.º
Ação administrativa especial
1 - A ação administrativa especial dos atos previstos no artigo 106.º tem efeito suspensivo.
2 - Com a citação da petição de recurso, a autoridade administrativa tem o dever de
CAPÍTULO V
Taxas inerentes às operações urbanísticas
Artigo 116.º
Taxa pela realização, manutenção e reforço de infraestruturas urbanísticas
1 – (Revogado.)
2 – (Revogado.)3 - A emissão do alvará de licença e a comunicação prévia de obras de
construção ou ampliação em área não abrangida por operação de loteamento estão
igualmente sujeitas ao pagamento da taxa referida no número anterior.
4 - A emissão do alvará de licença parcial a que se refere o n.º 6 do artigo 23.º está também
sujeita ao pagamento da taxa referida no n.º 1, não havendo lugar à liquidação da mesma
aquando da emissão do alvará definitivo.
5 - Os projetos de regulamento municipal da taxa pela realização, manutenção e reforço
de infraestruturas urbanísticas devem ser acompanhados da fundamentação do cálculo
das taxas previstas, tendo em conta, designadamente, os seguintes elementos:
a) Programa plurianual de investimentos municipais na execução, manutenção e reforço
das infraestruturas gerais, que pode ser definido por áreas geográficas diferenciadas;
b) Diferenciação das taxas aplicáveis em função dos usos e tipologias das edificações e,
eventualmente, da respetiva localização e correspondentes infraestruturas locais.
6 - [Revogado].
Artigo 117.º
Liquidação das taxas
CAPÍTULO VI
Disposições finais e transitórias
Artigo 118.º
Conflitos decorrentes da aplicação dos regulamentos municipais
Artigo 119.º
Relação dos instrumentos de gestão territorial, das servidões e restrições de
utilidade pública e de outros instrumentos relevantes
Artigo 120.º
Dever de informação
Artigo 122.º
Legislação subsidiária
Artigo 123.º
Relação das disposições legais referentes à construção
Até à codificação das normas técnicas de construção, compete aos membros do Governo
responsáveis pelas obras públicas e pelo ordenamento do território promover a publicação
da relação das disposições legais e regulamentares a observar pelos técnicos responsáveis
dos projetos de obras e sua execução, devendo essa relação constar dos sítios na Internet
dos ministérios em causa.
Artigo 124.º
Depósito legal dos projetos
Artigo 125.º
Alvarás anteriores
As alterações aos alvarás emitidos ao abrigo da legislação agora revogada e dos Decretos-
Leis n.º s 166/70, de 15 de abril, 46 673, de 29 de novembro de 1965, 289/73, de 6 de
junho, e 400/84, de 31 de dezembro, regem-se pelo disposto no presente diploma.
Artigo 126.º
Elementos estatísticos
Artigo 127.º
Regiões Autónomas
Artigo 129.º
Revogações
São revogados:
a) O Decreto-Lei n.º 445/91, de 20 de novembro;
b) O Decreto-Lei n.º 448/91, de 29 de novembro;
c) O Decreto-Lei n.º 83/94, de 14 de março;
d) O Decreto-Lei n.º 92/95, de 9 de maio;
e) Os artigos 9.º, 10.º e 165.º a 168.º do Regulamento Geral das Edificações Urbanas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
38 382, de 7 de agosto de 1951.
Artigo 130.º
Entrada em vigor
O presente diploma entra em vigor 120 dias após a data da sua publicação.
Com efeito, numa lógica de flexibilidade e com vista a possibilitar uma mais adequada
resposta em face dos diversos casos concretos verificados, opta-se por permitir a
realização de dois tipos distintos de operação de reabilitação urbana.
No primeiro caso, designado por «operação de reabilitação urbana simples», trata-se de
uma intervenção essencialmente dirigida à reabilitação do edificado, tendo como
objectivo a reabilitação urbana de uma área.
Assim:
No uso da autorização legislativa concedida pela Lei n.º 95-A/2009, de 2 de Setembro, e
nos termos das alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta
o seguinte:
PARTE I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objeto
Artigo 2.º
Definições
d) «Imóvel devoluto» o edifício ou a fração que assim for considerado nos termos dos
artigos 2.º e 3.º do Decreto-Lei n.º 159/2006, de 8 de agosto;
Nota: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo define a “operação de
reabilitação urbana” como “o conjunto articulado de intervenções visando, de forma integrada, a
reabilitação urbana de uma determinada área”.
Nota: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo (de setembro de 2019) define
as “operações urbanísticas” como “as operações materiais de urbanização, de edificação, utilização dos
edifícios ou do solo desde que, neste último caso, para fins não exclusivamente agrícolas, pecuários,
florestais, mineiros ou de abastecimento público de água”.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define as “infraestruturas urbanas” como “os sistemas técnicos de suporte direto ao funcionamento dos
aglomerados urbanos ou da edificação em conjunto”.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “equipamentos de utilização coletiva” como “as edificações e os espaços não edificados afetos à
provisão de bens e serviços destinados à satisfação das necessidades coletivas dos cidadãos,
designadamente nos domínios da saúde, da educação, da cultura e do desporto, da justiça, da segurança
social, da segurança pública e da proteção civil”.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro de
2019) define “área de reabilitação urbana” como “a área territorialmente delimitada que, em virtude da
insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de
utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere
às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada,
através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor
de reabilitação urbana”. Esta definição corresponde à definição adotada no Decreto-Lei n.º 307/2009, de
23 de outubro.
Artigo 3.º
Objetivos
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “equipamentos de utilização coletiva” como “as edificações e os espaços não edificados afetos à
provisão de bens e serviços destinados à satisfação das necessidades coletivas dos cidadãos,
designadamente nos domínios da saúde, da educação, da cultura e do desporto, da justiça, da segurança
social, da segurança pública e da proteção civil”.
Artigo 4.º
Princípios gerais
Artigo 5.º
Dever de promoção da reabilitação urbana
Incumbe ao Estado, às Regiões Autónomas e às autarquias locais assegurar, no
quadro do presente decreto-lei e dos demais regimes jurídicos aplicáveis, a promoção
das medidas necessárias à reabilitação de áreas urbanas que dela careçam.
Artigo 6.º
Dever de reabilitação de edifícios
1 - Os proprietários de edifícios ou frações têm o dever de assegurar a sua
reabilitação, nomeadamente realizando todas as obras necessárias à manutenção ou
reposição da sua segurança, salubridade e arranjo estético, nos termos previstos no
presente decreto-lei.
2 - Os proprietários e os titulares de outros direitos, ónus e encargos sobre edifício ou
frações não podem, dolosa ou negligentemente, provocar ou agravar uma situação
de falta de segurança ou de salubridade, provocar a sua deterioração ou prejudicar
o seu arranjo estético.
PARTE II
Regime da reabilitação urbana em áreas de reabilitação urbana
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 7.º
Áreas de reabilitação urbana
Artigo 8.º
Operações de reabilitação urbana
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro de
2019) define “área de reabilitação urbana” como “a área territorialmente delimitada que, em virtude da
Artigo 9.º
Entidade gestora
As operações de reabilitação urbana são coordenadas e geridas por uma entidade gestora.
Artigo 10.º
Tipos de entidade gestora
Nota: Uma das sociedades de reabilitação urbana mais importantes pela extensão da sua ação é a Lisboa
Ocidental SRU. Outros exemplos: Porto Vivo SRU (Sociedade de Reabilitação Urbana do Porto, E.M.,
S.A.), Coimbra Viva, Viseu Novo SRU.
Nota: As sociedades de reabilitação urbana surgiram com o D.L n.º 104/2004, de 7 de maio, diploma que
entretanto foi revogado pelo atual Regime Jurídico da Reabilitação Urbana.
Artigo 11.º
Modelos de execução das operações de reabilitação urbana
CAPÍTULO II
Regime das áreas de reabilitação urbana
SECÇÃO I
Disposição geral
Artigo 12.º
Objeto das áreas de reabilitação urbana
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define as “infraestruturas urbanas” como “os sistemas técnicos de suporte direto ao funcionamento dos
aglomerados urbanos ou da edificação em conjunto”.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro de
2019) define “área de reabilitação urbana” como “a área territorialmente delimitada que, em virtude da
insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de
utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere
às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada,
através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor
de reabilitação urbana”. Esta definição corresponde à definição adotada no Decreto-Lei n.º 307/2009, de
23 de outubro.
SECÇÃO II
Delimitação de áreas de reabilitação urbana
Artigo 13.º
Aprovação e alteração
Artigo 14.º
Efeitos
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro
de 2019) define “área de reabilitação urbana” como “a área territorialmente delimitada que, em virtude
da insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de
utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere
às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção
integrada, através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano
de pormenor de reabilitação urbana”. Esta definição corresponde à definição adotada no Decreto-Lei n.º
307/2009, de 23 de outubro.
Artigo 15.º
Âmbito temporal
1- No caso de a aprovação da delimitação de uma área de reabilitação urbana não ter lugar
em simultâneo com a aprovação da operação de reabilitação urbana a desenvolver nessa
área, aquela delimitação caduca se, no prazo de três anos, não for aprovada a
correspondente operação de reabilitação.
2-A caducidade prevista no número anterior não produz efeitos relativamente a
proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos sobre os edifícios ou frações,
aos quais tenham sido concedidos benefícios fiscais ao abrigo do artigo 14.º.
SECÇÃO III
Operações de reabilitação urbana
Artigo 16.º
Aprovação das operações de reabilitação urbana
Artigo 17.º
Aprovação de operações de reabilitação urbana através de instrumento próprio
Artigo 18.º
Aprovação de operações de reabilitação urbana através de plano de
pormenor de reabilitação urbana
Artigo 19.º
Efeito
Artigo 20.º
Âmbito temporal
Artigo 20.º-A
Acompanhamento e avaliação da operação de reabilitação urbana
Artigo 20.º-B
Alteração do tipo de operação de reabilitação urbana e dos
instrumentos de programação
SECÇÃO IV
Planos de pormenor de reabilitação urbana
Artigo 21.º
Regime jurídico aplicável aos planos de pormenor de reabilitação urbana
Artigo 22.º
Objeto (conteúdo?) dos planos de pormenor de reabilitação urbana
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “índice de ocupação do solo” (Iu) como “o quociente entre a área total de implantação (∑Ai) e a
área de solo (As) a que o índice diz respeito, expresso em percentagem”.
Artigo 23.º
Âmbito territorial dos planos de pormenor de reabilitação urbana
(Objeto)
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “equipamentos de utilização coletiva” como “as edificações e os espaços não edificados afetos à
provisão de bens e serviços destinados à satisfação das necessidades coletivas dos cidadãos,
designadamente nos domínios da saúde, da educação, da cultura e do desporto, da justiça, da segurança
social, da segurança pública e da proteção civil”.
Artigo 24.º
Conteúdo material dos planos de pormenor de reabilitação urbana
1 - Além do conteúdo material próprio dos planos de pormenor nos termos do artigo
91.º do RJIGT, o plano de pormenor de reabilitação urbana deve adotar um conteúdo
material específico adaptado à finalidade de promoção da reabilitação urbana na
sua área de intervenção, estabelecendo nomeadamente:
a) A delimitação das unidades de execução, para efeitos de programação da execução
do plano;
Página 335 de 651
b) A identificação e articulação, numa perspetiva integrada e sequenciada, dos
principais projetos e ações a desenvolver em cada unidade de execução;
c) Os princípios e as regras de uso do solo e dos edifícios, com vista à:
i) Valorização e proteção dos bens patrimoniais, culturais, naturais e paisagísticos
existentes na sua área de intervenção;
ii) Sua adequação à estratégia de revitalização económica, social e cultural da sua área
de intervenção, em articulação com as demais políticas urbanas do município;
d) A identificação e classificação sistemática dos edifícios, das infraestruturas
urbanas, dos equipamentos e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva de
cada unidade de execução, estabelecendo as suas necessidades e finalidades de
reabilitação e modernização ou prevendo a sua demolição, quando aplicável.
2 - Sem prejuízo do disposto na alínea a) do número anterior, a delimitação ou a
redelimitação das unidades de execução, mesmo que constantes do plano de pormenor
de reabilitação urbana, pode ser feita na fase de execução do plano, por iniciativa da
entidade gestora ou dos proprietários.
3 - Os planos de pormenor de reabilitação urbana cuja área de intervenção contenha ou
coincida com património cultural imóvel classificado ou em vias de classificação, e
respetivas zonas de proteção, prosseguem os objetivos e fins dos planos de pormenor de
salvaguarda de património cultural, tendo também para aquelas áreas o conteúdo deste
plano, consagrando as regras e os princípios de salvaguarda e valorização do património
classificado ou em vias de classificação e respetivas zonas de proteção estabelecidos na
Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro, e respetiva legislação de desenvolvimento.
Artigo 25.º
Conteúdo documental dos planos de pormenor de reabilitação urbana
Artigo 26.º
Elaboração dos planos de pormenor de reabilitação urbana
Artigo 27.º
Acompanhamento da elaboração dos planos de pormenor de reabilitação urbana
Artigo 28.º
Regime dos planos de pormenor de reabilitação urbana em áreas que contêm ou
coincidem com património cultural imóvel classificado ou em vias de classificação
e respetivas zonas de proteção
CAPÍTULO III
Planeamento das operações de reabilitação urbana
SECÇÃO I
Operações de reabilitação urbana simples
Artigo 29.º
Execução das operações de reabilitação urbana simples
Sem prejuízo dos deveres de gestão cometidos à entidade gestora, nos termos do
presente decreto-lei, as ações de reabilitação de edifícios tendentes à execução de uma
operação de reabilitação urbana simples devem ser realizadas preferencialmente pelos
respetivos proprietários e titulares de outros direitos, ónus e encargos.
Artigo 30.º
Estratégia de reabilitação urbana
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro de
2019) define “área de reabilitação urbana” como “a área territorialmente delimitada que, em virtude da
insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de
utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere
às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada,
SECÇÃO II
Operações de reabilitação urbana sistemática
SUBSECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 31.º
Execução das operações de reabilitação urbana sistemática
Artigo 32.º
Aprovação de operação de reabilitação urbana como causa de utilidade pública
SUBSECÇÃO II
Planeamento e programação
Artigo 33.º
Programa estratégico de reabilitação urbana
Artigo 34.º
Unidades de execução ou de intervenção
Artigo 35.º
Iniciativa dos proprietários na delimitação de unidades de
intervenção ou de execução
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro de
2019) define “área de reabilitação urbana” como “a área territorialmente delimitada que, em virtude da
insuficiência, degradação ou obsolescência dos edifícios, das infraestruturas, dos equipamentos de
utilização coletiva e dos espaços urbanos e verdes de utilização coletiva, designadamente no que se refere
às suas condições de uso, solidez, segurança, estética ou salubridade, justifique uma intervenção integrada,
através de uma operação de reabilitação urbana aprovada em instrumento próprio ou em plano de pormenor
de reabilitação urbana”. Esta definição corresponde à definição adotada no Decreto-Lei n.º 307/2009, de
23 de outubro.
CAPÍTULO IV
Entidade gestora
Artigo 36.º
Poderes das entidades gestoras
1 - O município, nos termos do n.º 1 do artigo 10.º, pode optar entre assumir
diretamente a gestão de uma operação de reabilitação urbana ou definir como entidade
gestora uma empresa do setor empresarial local.
2 - No caso de a entidade gestora ser uma empresa do setor empresarial local, tal como
previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 10.º, o município delega nesta poderes que lhe
são cometidos, nos termos do presente decreto-lei.
Página 341 de 651
3 - Os atos de delegação de poderes previstos no número anterior devem acompanhar a
estratégia de reabilitação urbana ou do programa estratégico de reabilitação urbana, sem
prejuízo do disposto no número seguinte.
4 - Se a entidade gestora revestir a natureza de sociedade de reabilitação urbana,
presumem-se delegados os poderes previstos no n.º 1 do artigo 45.º e nas alíneas a) e c)
a e) do n.º 1 do artigo 54.º, salvo indicação em contrário constante da estratégia de
reabilitação urbana ou do programa estratégico de reabilitação urbana.
5 - As empresas do setor empresarial local delegatárias consideram-se investidas nas
funções de entidade gestora e nos poderes que lhes sejam delegados, nos termos do
presente artigo, a partir do início da vigência da área de reabilitação urbana.
6 - A empresa do setor empresarial local delegatária está sujeita ao poder da entidade
delegante de emitir diretrizes ou instruções relativamente às operações de reabilitação
urbana, bem como de definir as modalidades de verificação do cumprimento das ordens
ou instruções emitidas.
7 - Nos casos de participação do Estado no capital social de sociedade de reabilitação
urbana, nos termos do n.º 2 do artigo seguinte, os poderes previstos no número anterior
são exercidos em termos a estabelecer em protocolo entre o Estado e o município em
causa.
8 - O disposto no n.º 1 não prejudica a aplicação do n.º 1 do artigo 79.º
Artigo 37.º
Entidades gestoras de tipo empresarial
Nota 3: O património do Estado é constituído pelos bens do seu domínio público e privado, e ainda pelos
direitos e obrigações com conteúdo económico de que o Estado é titular. Integram o domínio público do
Estado os seguintes bens: “a) águas territoriais com os seus leitos, as águas marítimas interiores com os
seus leitos e margens e a plataforma continental; b) lagos, lagoas e cursos de água navegáveis ou flutuáveis
com os respetivos leitos e margens e, bem assim, os que por lei forem reconhecidos como aproveitáveis
para produção de energia elétrica ou para irrigação; c) barragens de utilidade pública, portos artificiais,
docas, aeroportos, aeródromos de interesse público e outros bens do domínio público hídrico; d) camadas
aéreas, jazigos minerais e petrolíferos, nascentes de águas mineromedicinais, recursos geotérmicos, e outras
riquezas naturais do subsolo, com exclusão dos minerais utilizados na construção; e) linhas férreas de
interesse público, autoestradas, estradas nacionais e acessórios, e obras de arte; f) obras e instalações
militares e zonas territoriais adstritas à defesa militar; g) navios da armada, aeronaves militares, carros de
combate e outro equipamento militar de natureza e durabilidade equivalente; h) linhas telefónicas, cabos
submarinos, obras, canalizações e redes de distribuição pública de energia elétrica; i) palácios,
monumentos, museus, bibliotecas, arquivos e teatros nacionais, e palácios escolhidos pelo Chefe de Estado,
para a Presidência, para sua residência e das pessoas da sua família; j) direitos públicos sobre imóveis
privados classificados ou de uso e fruição sobre quaisquer bens privados; k) servidões administrativas,
restrições de utilidade pública ao direito de propriedade; l) outros bens do Estado sujeitos por lei ao regime
de direito público” (art.º 4.º do D.L. 477/80, de 15 de outubro). Diferentemente, integram o domínio
privado do Estado bens como: a) imóveis: prédios rústicos e urbanos e direitos a eles inerentes; b) direitos
de arrendamento dos quais ocupe a posição de arrendatário; c) direitos reais; d) bens móveis corpóreos
(com exceção das coisas consumíveis e daquelas que, sem se destruírem imediatamente, se depreciam muito
rapidamente). Estes bens são suscetíveis de comércio privado (cf. art.º 1304º do Código Civil), mas nem
todos eles são comerciáveis, pelo que há que distinguir entre bens do domínio privado disponível e bens do
domínio privado indisponível (art.º 5.º do D.L. 477/80, de 15 de outubro).
Nota 4: O domínio público municipal é constituído fundamentalmente pelos bens do domínio hídrico e
do domínio de circulação. O domínio de circulação é constituído pelas estradas municipais e pelos caminhos
municipais (domínio público do município); os caminhos vicinais integram domínio público das freguesias.
Também os cemitérios integram o domínio público municipal ou da freguesia, consoante os casos. Integram
ou podem integrar ainda o domínio público municipal, por exemplo, estações de tratamento de águas,
reservatório e poços de abastecimento de água, lagoas, jardins públicos. Diferentemente, integram ou
podem integrar o domínio privado indisponível do município escolas (edifício e terreno), ou equipamentos
de utilização coletiva como parques de campismo, campos de futebol, bibliotecas, recintos desportivos,
mercados, largos, praças, centrais de camionagem (mas se os terrenos de implantação destes equipamentos
tiverem sido cedidos ao domínio público, no âmbito das cedências devidas por operações de loteamento,
esses terrenos integram o domínio público. Integram o domínio privado disponível do município, por
exemplo, lotes de terreno para industria e construção de habitação.
Artigo 38.º
Extinção das sociedades de reabilitação urbana
Artigo 39.º
Execução por iniciativa dos particulares
Artigo 40.º
Administração conjunta
Artigo 41.º
Execução por iniciativa da entidade gestora
Artigo 42.º
Concessão de reabilitação urbana
Artigo 43.º
Contrato de reabilitação urbana
CAPÍTULO VI
Instrumentos de execução de operações de reabilitação urbana
SECÇÃO I
Controlo das operações urbanísticas
SUBSECÇÃO I
Regime geral
Nota: O Decreto Regulamentar que define conceitos técnicos do urbanismo (de setembro de 2019) define
as “operações urbanísticas” como “as operações materiais de urbanização, de edificação, utilização dos
edifícios ou do solo desde que, neste último caso, para fins não exclusivamente agrícolas, pecuários,
florestais, mineiros ou de abastecimento público de água”.
Artigo 45.º
Controlo prévio de operações urbanísticas
Artigo 47.º
Medidas de tutela da legalidade urbanística
São delegáveis na entidade gestora da operação de reabilitação urbana, caso esta não seja
o município, as competências para ordenar e promover, em relação a imóveis localizados
na respetiva área de reabilitação urbana, a adoção de medidas de tutela da legalidade
urbanística, nos termos previstos no RJUE.
Artigo 48.º
Cobrança de taxas e de compensações
São delegáveis na entidade gestora da operação de reabilitação urbana, caso esta não seja
o município, as competências para cobrar as taxas e receber as compensações previstas
nos regulamentos municipais em vigor, sem prejuízo do disposto no artigo 67.º
Artigo 49.º
Isenção de controlo prévio
Artigo 50.º
Consulta a entidades externas
1 - A consulta às entidades que, nos termos da lei, devam emitir parecer, autorização ou
aprovação sobre o pedido formulado em procedimentos de licenciamento e
comunicação prévia de operações urbanísticas segue o disposto no RJUE, com as
especificidades introduzidas pelo presente decreto-lei.
2 - Para efeitos dos procedimentos de licenciamento e comunicação prévia de operações
urbanísticas e de autorização de utilização de edifícios, a entidade gestora pode
Artigo 51.º
Proteção do existente
1 - Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, e para além dos fundamentos previstos
no RJUE, os requerimentos de licenciamento ou as comunicações prévias para a
realização de operações urbanísticas em área de reabilitação urbana podem, ainda, ser
indeferidos ou rejeitadas quando estas operações sejam suscetíveis de causar um prejuízo
manifesto à reabilitação do edifício.
2 - No caso de edifícios compreendidos em área de reabilitação urbana sujeita a operação
de reabilitação urbana sistemática, os requerimentos de licenciamento ou as
comunicações prévias para a realização de operações urbanísticas podem ainda ser
indeferidos ou rejeitadas quando estas operações sejam suscetíveis de causar um prejuízo
manifesto à operação de reabilitação urbana da área em que o mesmo se insere.
Artigo 53.º
Responsabilidade e qualidade da construção
SUBSECÇÃO II
Procedimento simplificado de controlo prévio de operações urbanísticas
Artigo 53.º-A
Âmbito
Artigo 53.º-B
Unidade orgânica flexível
Artigo 53.º-C
Apresentação da comunicação prévia
Artigo 53.º-D
Consultas
Artigo 53.º-E
Rejeição da comunicação prévia
(Revogado.)
Artigo 53.º-F
Proteção do existente
Artigo 53.º-G
Autorização de utilização
SECÇÃO II
Instrumentos de política urbanística
Artigo 54.º
Instrumentos de execução de política urbanística
Artigo 55.º
Obrigação de reabilitar e obras coercivas
Artigo 56.º
Empreitada única
1 - A entidade gestora de uma operação de reabilitação urbana pode promover a
reabilitação de um conjunto de edifícios através de uma empreitada única.
2 - Salvo oposição dos proprietários, a entidade gestora, em representação daqueles,
contrata e gere a empreitada única, a qual pode incluir a elaboração do projeto e a sua
execução, podendo igualmente constituir parte de um contrato de reabilitação.
3 - No caso de os proprietários se oporem à representação pela entidade gestora, devem
contratar com aquela as obrigações a que ficam adstritos no processo de reabilitação
urbana, designadamente quanto à fixação de prazos para efeitos de licenciamento ou
comunicação prévia e para execução das obras.
Artigo 57.º
Demolição de edifícios
Artigo 58.º
Direito de preferência
Artigo 59.º
Arrendamento forçado
1 - Após a conclusão das obras realizadas pela câmara municipal nos termos do disposto
no n.º 4 do artigo 55.º, se o proprietário, no prazo de 20 dias, não proceder ao
ressarcimento integral das despesas incorridas pela entidade gestora, ou, no mesmo
prazo, não propuser outra forma alternativa de extinção da dívida, nomeadamente a
dação em cumprimento ou em função do cumprimento, ou ainda a consignação de
rendimentos do imóvel, nos termos da lei, pode a entidade gestora optar, em alternativa
à cobrança judicial da dívida em processo de execução fiscal, pelo arrendamento
forçado, nos termos previstos no RJUE.
2 - (Revogado.)
3 - O arrendamento previsto neste artigo não afasta o disposto no n.º 3 do artigo 73.º
4 - (Revogado.)
Artigo 60.º
Servidões
Artigo 61.º
Expropriação
Artigo 62.º
Venda forçada
1 - Se os proprietários não cumprirem a obrigação de reabilitar nos termos do
disposto no n.º 1 do artigo 55.º, ou responderem à respetiva notificação alegando que não
podem ou não querem realizar as obras e trabalhos indicados, a entidade gestora pode,
em alternativa à expropriação a que se alude no n.º 2 do artigo anterior, proceder à venda
do edifício ou fração em causa em hasta pública a quem oferecer melhor preço e se
dispuser a cumprir a obrigação de reabilitação no prazo inicialmente estabelecido
para o efeito, contado da data da arrematação.
c) A alienação do bem só pode ocorrer após o possível adquirente ter sido notificado nos
termos da alínea anterior.
7 - Caso o proprietário tenha apresentado contraproposta nos termos previstos no n.º 5
com um valor superior ao valor base do edifício ou fração resultante da avaliação, é
aplicável o disposto nos n.º s 2 a 5 do artigo seguinte, passando o valor base da venda em
hasta pública a ser o valor fixado nos termos das referidas disposições.
8 - A entidade gestora pode decidir iniciar o procedimento de venda em hasta pública,
quando o proprietário estiver de acordo com o valor proposto pela entidade gestora ou
não apresentar contraproposta nos termos previstos no n.º 5.
9 - A decisão de início do procedimento de venda em hasta pública é:
a) Notificada ao interessado, nos termos previstos no Código das Expropriações para a
notificação da declaração de utilidade pública, com as devidas adaptações;
b) Publicitada, nos termos previstos no Decreto-Lei n.º 280/2007, de 7 de agosto, alterado
pelas Leis n.º s 55-A/2010, de 31 de dezembro, e 64-B/2011, de 30 de dezembro, para a
venda de imóveis do Estado e dos institutos públicos em hasta pública, com as devidas
adaptações.
10 - A venda em hasta pública referida no n.º 8 segue o procedimento previsto nos artigos
88.º e seguintes do Decreto-Lei n.º 280/2007, de 7 de agosto, alterado pelas Leis n.º s 55-
A/2010, de 31 de dezembro, e 64-B/2011, de 30 de dezembro, com as devidas adaptações.
11 - A aquisição do bem em hasta pública, ao abrigo do disposto no presente artigo:
a) É titulada pelo auto de arrematação, que constitui título bastante para a inscrição da
aquisição em favor do adjudicatário no registo predial;
b) Obriga à inscrição, no registo predial, de um ónus de não alienação e oneração, que
apenas pode ser cancelado através da exibição de certidão passada pela entidade gestora
que ateste a conclusão das obras.
12 - Se o arrematante ou o adquirente, nos termos do n.º 5, não começar a reabilitação do
edifício ou fração no prazo de seis meses contado da arrematação ou da aquisição, ou,
começando-a, não a concluir no prazo estabelecido:
a) A entidade gestora deve proceder à expropriação do edifício ou fração ou retomar o
Artigo 63.º
Determinação do montante pecuniário a entregar ao
proprietário em caso de venda forçada
1 - Nos casos em que o proprietário esteja de acordo com o valor proposto pela entidade
gestora ou não tenha apresentado contraproposta nos termos previstos no n.º 5 do artigo
anterior, a entidade gestora entrega-lhe o produto da hasta pública, terminado o
respetivo procedimento.
2 - Caso o proprietário tenha apresentado contraproposta, nos termos previstos no n.º 5
do artigo anterior, com um valor superior à proposta de valor base apresentada pela
entidade gestora, esta promove uma tentativa de acordo sobre o valor base da venda em
hasta pública, nos termos previstos no Código das Expropriações para a expropriação
amigável, com as necessárias adaptações.
3 - Na falta de acordo, nos termos do número anterior, é aplicável, com as necessárias
adaptações, o disposto no Código das Expropriações para a expropriação litigiosa,
designadamente sobre a arbitragem, a designação de árbitros, a arguição de
irregularidades e o recurso da decisão arbitral.
4 - Os prazos reportados no Código das Expropriações à declaração de utilidade pública
consideram-se reportados à resolução de promoção da venda forçada, prevista no n.º 4
do artigo anterior.
5 - O proprietário beneficia, relativamente ao valor do bem sujeito a venda forçada, de
todas as garantias conferidas ao expropriado, pelo Código das Expropriações,
relativamente à justa indemnização, designadamente quanto às formas de pagamento,
pagamento dos respetivos juros e atribuição desse valor aos interessados, com as
necessárias adaptações.
6 - Fixado o valor base da venda, nos termos dos números anteriores, a entidade gestora
pode iniciar o procedimento de venda em hasta pública e, findo este, entrega o produto
da venda ao proprietário.
7 - O início das obras de reabilitação do bem não pode ocorrer antes da realização da
vistoria ad perpetuam rei memoriam, nos termos previstos no Código das
Expropriações, com as necessárias adaptações.
Nota 1: Sobre a vistoria ad perpetuam rei memoriam, cf. art.º 20.º , sobretudo art.º 21 .º , e art.º 91 .º,
n.º 5, do CE.
Artigo 64.º
Reestruturação da propriedade
Página 356 de 651
1 - A entidade gestora da operação de reabilitação urbana pode promover a
reestruturação da propriedade de um ou mais imóveis, expropriando por utilidade
pública da operação de reabilitação urbana, ao abrigo do disposto no artigo 61.º,
designadamente:
a) As faixas adjacentes contínuas, com a profundidade prevista nos planos municipais
de ordenamento do território, destinadas a edificações e suas dependências, nos casos de
abertura, alargamento ou regularização de ruas, praças, jardins e outros lugares
públicos;
b) Os terrenos que, após as obras que justifiquem o seu aproveitamento urbano, não
sejam assim aproveitados, sem motivo legítimo, no prazo de 12 meses a contar da
notificação que, para esse fim, seja feita ao respetivo proprietário;
c) Os terrenos destinados a construção adjacentes a vias públicas de aglomerados
urbanos quando os proprietários, notificados para os aproveitarem em edificações, o não
fizerem, sem motivo legítimo, no prazo de 12 meses a contar da notificação;
d) Os prédios urbanos que devam ser reconstruídos ou remodelados, em razão das suas
pequenas dimensões, posição fora do alinhamento ou más condições de salubridade,
segurança ou estética, quando o proprietário não der cumprimento, sem motivo
legítimo, no prazo de 12 meses, à notificação que, para esse fim, lhe seja feita.
2 - Os prazos a que se referem as alíneas b), c) e d) do número anterior são suspensos
com o início do procedimento de licenciamento ou de comunicação prévia, sempre que
estes procedimentos sejam aplicáveis, cessando a suspensão caso a realização da
operação urbanística não seja licenciada ou admitida.
3 - Nos procedimentos de reestruturação da propriedade que abranjam mais que um
edifício ou que um terreno, o procedimento de expropriação deve ser precedido da
apresentação aos proprietários de uma proposta de acordo para estruturação da
compropriedade sobre o ou os edifícios que substituírem os existentes, bem como de,
relativamente aos bens a expropriar que revertam para o domínio público, uma proposta
de aquisição por via do direito privado, sem prejuízo do seu caráter urgente.
SECÇÃO III
Outros instrumentos de política urbanística
Artigo 65.º
Determinação do nível de conservação
Artigo 66.º
Identificação de prédios ou frações devolutos
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define as “infraestruturas urbanas” como “os sistemas técnicos de suporte direto ao funcionamento dos
aglomerados urbanos ou da edificação em conjunto”.
Artigo 68.º
Fundo de compensação
CAPÍTULO VII
Participação e concertação de interesses
Artigo 69.º
Interessados
Artigo 71.º
Organizações representativas dos interesses locais
Artigo 72.º
Concertação de interesses
Artigo 73.º
Direitos dos ocupantes de edifícios ou frações
1 - Quem, de boa fé, habite em edifícios ou frações que sejam objeto de obras coercivas,
nos termos do presente decreto-lei, tem direito a realojamento temporário, a expensas do
proprietário, exceto se dispuser no mesmo concelho ou em concelho limítrofe de outra
habitação que satisfaça adequadamente as necessidades de habitação do seu agregado.
2 - Quem, de boa fé, habite em edifícios ou frações que sejam objeto de reestruturação da
propriedade, expropriação ou venda forçada, nos termos do presente decreto-lei, tem
direito a realojamento equivalente, devendo apenas ser constituído como interessado no
procedimento de determinação de montante indemnizatório se prescindir desse
realojamento.
3 - Os sujeitos referidos nos números anteriores têm preferência nas posteriores
alienações ou locações de edifício ou fração objeto da ação de reabilitação realizada nos
termos do presente decreto-lei.
Artigo 73.º-A
Programa de ação territorial
CAPÍTULO VIII
Financiamento
Artigo 74.º
Apoios do Estado
Artigo 75.º
Apoios dos municípios
Artigo 76.º
Financiamento das entidades gestoras
Artigo 77.º
Fundos de investimento imobiliário
PARTE III
Regime especial da reabilitação urbana
Artigo 77.º-A
Âmbito
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “fachada” como “cada uma das faces aparentes do edifício, constituída por uma ou mais paredes
exteriores diretamente relacionadas entre si.”
Artigo 77.º-B
Regime do controlo prévio de operações urbanísticas
PARTE IV
Disposições sancionatórias
Artigo 77.º-C
Contraordenações
Artigo 77.º-D
Sanções acessórias
Sem prejuízo das competências atribuídas por lei a outras autoridades policiais e
fiscalizadoras, a competência para determinar a instauração dos processos de
contraordenação, para designar o instrutor e para aplicar as coimas e as sanções acessórias
pertence ao presidente da câmara municipal ou, se houver delegação de competências,
aos vereadores.
Artigo 77.º-F
Destino do produto das coimas
Artigo 77.º-G
Responsabilidade criminal
PARTE V
Disposições transitórias e finais
SECÇÃO I
Disposições transitórias
Artigo 78.º
Áreas críticas de recuperação e reconversão urbanística
Artigo 79.º
Sociedades de reabilitação urbana constituídas ao abrigo do
Decreto-Lei n.º 104/2004, de 7 de Maio
Artigo 80.º
Áreas de reabilitação urbana para os efeitos previstos no Regime Extraordinário
de Apoio à Reabilitação Urbana, aprovado pela Lei n.º 67-A/2007, de 31 de
dezembro, ou no artigo 71.º do
Artigo 81.º
Planos de pormenor em elaboração
SECÇÃO II
Disposições finais
Artigo 81.º-A
Constituição da propriedade horizontal
Artigo 82.º
Regiões autónomas
Artigo 83.º
Norma revogatória
Artigo 84.º
Entrada em vigor
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES DE NATUREZA ADMINISTRATIVA
CAPÍTULO I
Generalidades
Artigo 1.º
A execução de novas edificações ou de quaisquer obras de construção civil, a
reconstrução, ampliação, alteração, reparação ou demolição das edificações e obras
existentes, e bem assim os trabalhos que impliquem alteração da topografia local, dentro
do perímetro urbano e das zonas rurais de protecção fixadas para as sedes de concelho e
para as demais localidades sujeitas por lei a plano de urbanização e expansão subordinar-
se-ão às disposições do presente regulamento.
§ único. Fora das zonas e localidades, a que faz referência este artigo, o presente
regulamento aplicar-se-á nas povoações a que seja tornado extensivo por
deliberação municipal e, em todos os casos, às edificações de carácter industrial ou de
utilização colectiva.
Artigo 1.º-A
Construção modular
O presente regulamento é ainda aplicável à construção modular de carácter permanente,
que é caracterizada por utilizar elementos ou sistemas construtivos modulares, estruturais
ou não estruturais, parcial ou totalmente produzidos em fábrica, previamente ligados entre
si ou no local de implantação, independentemente da sua natureza amovível ou
transportável.
Artigo 2.º
(Revogado).
Artigo 3.º
(Revogado).
Artigo 3.º-A
(Revogado).
Artigo 4.º
A concessão da licença para a execução de qualquer obra e o próprio exercício da
fiscalização municipal no seu decurso não isentam o dono da obra, ou o seu
proposto ou comitido, da responsabilidade pela condução dos trabalhos em estrita
concordância com as prescrições regulamentares e não poderão desobrigá-los da
obediência a outros preceitos gerais ou especiais a que a edificação, pela sua
localização ou natureza, haja de subordinar-se.
Artigo 5.º
Artigo 6.º
(Revogado).
Artigo 7.º
(Revogado).
Artigo 8.º
(Revogado).
Artigo 9.º
Artigo 10.º
Artigo 11.º
Poderão ser expropriadas as edificações que, em consequência de deliberação
camarária baseada em prévia vistoria realizada nos termos do §1º do artigo 51.º
do Código Administrativo, devam ser reconstruídas, remodeladas, beneficiadas ou
demolidas, total ou parcialmente, para realização de plano de urbanização geral ou parcial
aprovado.
Artigo 12.º
(Revogado)
Artigo 13.º
(Revogado).
Artigo 14.º
As obras executadas pelos serviços do Estado não carecem de licença municipal,
mas deverão ser submetidas à prévia apreciação das respectivas câmaras
municipais, a fim de se verificar a sua conformidade com o plano geral ou parcial de
urbanização aprovado e com as prescrições regulamentares aplicáveis.
TÍTULO II
CONDIÇÕES GERAIS DAS EDIFICAÇÕES
CAPÍTULO I
Generalidades
Artigo 15.º
Todas as edificações, seja qual for a sua natureza, deverão ser construídas com
perfeita observância das melhores normas da arte de construir e com todos os
requisitos necessários para que lhes fiquem asseguradas, de modo duradouro, as
condições de segurança, salubridade e estética mais adequadas à sua utilização e
às funções educativas que devem exercer.
Artigo 16.º
A qualidade, a natureza e o modo de aplicação dos materiais utilizados na
construção das edificações deverão ser de molde que satisfaçam as condições
estabelecidas no artigo anterior e as especificações oficiais aplicáveis.
Artigo 17.º
1. As edificações devem ser construídas e intervencionadas de modo a garantir a
satisfação das exigências essenciais de resistência mecânica e estabilidade, de
segurança na sua utilização e em caso de incêndio, de higiene, saúde e
protecção do ambiente, de protecção contra o ruído, de economia de energia, de
CAPÍTULO II
Fundações
Artigo 18.º
Artigo 19.º
Quando as condições do terreno e as características da edificação permitam a
fundação contínua, observar-se-ão os seguintes preceitos:
1. Os caboucos penetrarão no terreno firme até à profundidade de 50 centímetros,
pelo menos, excepto quando se trate de rocha dura, onde poderá ser menor.
Esta profundidade deve, em todos os casos, ser suficiente para assegurar a
distribuição quanto possível regular das pressões na base do alicerce;
2. A espessura da base dos alicerces ou a largura das sapatas, quando requeridas, serão
fixadas por forma que a pressão unitária no fundo dos caboucos não exceda a carga de
segurança admissível para o terreno de fundação;
3. Os alicerces serão construídos de tal arte que a humidade do terreno não se
comunique as paredes da edificação, devendo, sempre que necessário,intercalar-se entre
eles e as paredes uma camada hidrófuga.
Na execução dos alicerces e das paredes até 50 centímetros acima do terreno
exterior utilizar-se-á alvenaria hidráulica, resistente e impermeável, fabricada
com materiais rijos e não porosos;
4. Nos alicerces constituídos por camadas de diferentes larguras a saliência de
cada degrau, desde que o contrário se não justifique por cálculos de resistência, não
excederá a sua altura.
Artigo 20.º
Quando o terreno com as características requeridas esteja a profundidade que não
permita fundação contínua, directamente assente sobre ela, adoptar-se-ão
processos especiais adequados de fundação, com observância, além das
disposições aplicáveis do artigo anterior, de quaisquer prescrições especialmente
estabelecidas para garantir a segurança da construção.
Artigo 21.º
As câmaras municipais, atendendo à natureza, importância e demais condições
particulares das obras, poderão exigir que do respectivo projecto conste, quer o
estudo suficientemente pormenorizado do terreno de fundação, de forma a ficarem
definidas com clareza as suas características, quer a justificação pormenorizada dasolução
prevista, ou ambas as coisas.
Artigo 22.º
A compressão do terreno por meios mecânicos, a cravação de estacas ou qualquer
outro processo de construir as fundações por percussão deverão mencionar-se
claramente nos projectos, podendo as câmaras municipais condicionar, ou mesmo
não autorizar, o seu uso sempre que possa afectar construções vizinhas.
CAPÍTULO III
Paredes
Artigo 23.º
As paredes das edificações serão constituídas tendo em vista não só as exigências de
segurança, como também as de salubridade, especialmente no que respeita à protecção
contra a humidade, as variações de temperatura e a propagação de ruídos e vibrações.
Artigo 24.º
Na construção das paredes de edificações de carácter permanente utilizar-se-ão
materiais adequados à natureza, importância, carácter, destino e localização dessas
edificações, os quais devem oferecer, em todos os casos, suficientes condições de
segurança e durabilidade.
CAPÍTULO V
Comunicações verticais
Artigo 45.º
(Revogado).
Artigo 46.º
(Revogado).
Artigo 47.º
(Revogado).
Artigo 48.º
Artigo 49.º
Artigo 50.º
1. Nas edificações para habitação colectiva, quando a altura do último piso
destinado a habitação exceder 11,5m, é obrigatória a instalação de ascensores.
A altura referida é medida a partir da cota mais baixa do arranque dos degraus
ou rampas de acesso do interior do edifício.
2. Os ascensores, no mínimo de dois, serão dimensionados de acordo com o número de
habitantes e com a capacidade mínima correspondente a quatro pessoas e deverão servir
todos os pisos de acesso aos fogos.
3. Nas edificações para habitação colectiva com mais de três pisos e em que a
altura do último piso, destinado à habitação, medida nos termos do n°1 deste
artigo, for inferior a 11,5m deve prever-se espaço para futuro instalação no
mínimo de um ascensor.
Artigo 51.º
(Revogado).
Artigo 52.º
(Revogado).
TÍTULO III
CONDIÇÕES ESPECIAIS RELATIVAS À SALUBRIDADE DAS
CAPÍTULO I
Salubridade dos terrenos
Artigo 53.º
Nenhuma edificação poderá ser construída ou reconstruída em terreno que não seja
reconhecidamente salubre ou sujeito previamente às necessárias obras de
saneamento.
Artigo 54.º
Em terrenos alagadiços ou húmidos a construção ou reconstrução de qualquer
edificação deverá ser precedida das obras necessárias para o enxugar e desviar as
águas pluviais, de modo que o prédio venha a ficar preservado de toda a humidade.
Artigo 55.º
Em terrenos onde se tenham feito depósitos ou despejos de imundícies ou de águas
sujas provenientes de usos domésticos ou de indústrias nocivas à saúde não poderá
executar-se qualquer construção sem previamente se proceder à limpeza e
beneficiação completas do mesmo terreno.
Artigo 56.º
Artigo 57.º
CAPÍTULO II
Da edificação em conjunto
Artigo 58.º
A construção ou reconstrução de qualquer edifício deve executar-se por forma que
fiquem assegurados o arejamento, iluminação natural e exposição prolongada à
acção directa dos raios solares, e bem assim o seu abastecimento de água potável
e a evacuação inofensiva dos esgotos.
§ único. (Revogado)
Artigo 59.º
A altura de qualquer edificação será fixada de forma que em todos os planos
verticais perpendiculares à fachada nenhum dos seus elementos, com excepção de
chaminés e acessórios decorativos, ultrapasse o limite definido pela linha recta a 45º,
traçada em cada um desses planos a partir do alinhamento da edificação
fronteira, definido pela intersecção do seu plano com o terreno exterior.
§ 1º Nas edificações construídas sobre terrenos em declive consentir-se-á, na
parte descendente a partir do referido plano médio, uma tolerância de altura até
ao máximo de 1,50m.
§ 2º Nos edifícios de gaveto formado por dois arruamentos de largura ou de níveis
diferentes, desde que se não imponham soluções especiais, a fachada sobre o
arruamento mais estreito ou mais baixo poderá elevar-se até à altura permitida
para o outro arruamento, na extensão máxima de 15 metros.
§ 3º Nas edificações que ocupem todo o intervalo entre dois arruamentos de
larguras ou níveis diferentes, salvo nos casos que exijam soluções especiais, as
alturas das fachadas obedecerão ao disposto neste artigo.
§ 4º Em caso de simples interrupção de continuidade numa fila de construções
poderá o intervalo entre as duas edificações confinantes ser igual à média das
alturas dessas edificações, sem prejuízo, no entanto, do disposto no artigo 60º.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define “fachada” como “cada uma das faces aparentes do edifício, constituída por uma ou mais paredes
exteriores diretamente relacionadas entre si.”
Artigo 60.º
Independentemente do estabelecido no artigo anterior, a distância mínima entre
fachadas de edificações nas quais existam vãos de compartimentos de habitação
não poderá ser inferior a 10 metros.
§ único. Tratando-se de arruamentos já ladeados, no todo ou na maior parte, por
edificações, as câmaras municipais poderão, sem prejuízo do que esteja previsto
em plano de urbanização aprovado, estabelecer alinhamentos com menor intervalo,
não inferior, contudo, ao definido pelas construções existentes.
Artigo 61.º
Independentemente do disposto nos artigos 59.º e 60.º, e sem prejuízo do que
esteja previsto em plano de urbanização aprovado, as câmaras municipais poderão
estabelecer a obrigatoriedade, generalizada ou circunscrita apenas a arruamentos
Artigo 62.º
As edificações para habitação multifamiliar ou colectiva deverão dispor-se nos
respectivos lotes de forma que o menor intervalo entre fachadas posteriores esteja de
acordo com o estabelecido no artigo 59.º.
§ 1º Para os efeitos do corpo deste artigo, sempre que não tenha sido organizado
logradouro comum que assegure condição nele estabelecida, cada edificação
deverá ser provida de um logradouro próprio, com toda a largura do lote e com
fácil acesso do exterior.
§ 2º O logradouro a que alude o parágrafo anterior deverá ter em todos os seus
pontos profundidade não inferior a metade da altura correspondente da fachada
adjacente, medida na perpendicular a esta fachada no ponto mais desfavorável,
com o mínimo de 6 metros e sem que a área livre e descoberta seja inferior a
40 metros quadrados.
§ 3º Nos prédios de gaveto poderão dispensar-se as condições de largura e
profundidade mínima de logradouro referidas no corpo deste artigo desde que fiquem
satisfatoriamente asseguradas a iluminação, ventilação e insolação da
própria edificação e das contíguas.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “logradouro” como “um espaço ao ar livre, destinado a funções de estadia, recreio e lazer, privado,
de utilização coletiva ou de utilização comum, e adjacente ou integrado num edifício ou conjunto de
edifícios”.
Artigo 63.º
Artigo 64.º
CAPÍTULO III
Disposições interiores das edificações e espaços livres
Artigo 65.º
1. A altura mínima, piso a piso, em edificações destinadas à habitação é de 2,70m
(27M), não podendo ser o pé-direito livre mínimo inferior a 2,40m (24M).
2. Excepcionalmente, em vestíbulos, corredores, instalações sanitárias, despensas
Nota: O pé-direito é uma altura, medida na vertical, entre o pavimento e o teto de um compartimento.
Artigo 66.º
1. Os compartimentos de habitação não poderão ser em número e área inferiores
aos indicados no quadro seguinte:
2. No número de compartimentos acima referidos não se incluem vestíbulos,
instalações sanitárias, arrumos e outros compartimentos de função similar.
3. O suplemento de área obrigatório referido no n°1 não pode dar origem a um
espaço autónomo e encerrado, deve distribuir-se pela cozinha e sala, e terá uma
sua parcela afectada ao tratamento de roupa, na proporção que estiver mais de
acordo com os objectivos da solução do projecto.
4. Quando o tratamento de roupa se fizer em espaço delimitado, a parcela do
suplemento de área referida no n°3, destinada a essa função, não deve ser
inferior a 2m2.
5. O tipo de fogo é definido pelo número de quartos de dormir, e para a sua
identificação utiliza-se o símbolo Tx, em que x representa o número de quartos
de dormir.
6 - Quando não constitua um espaço autónomo, nos casos de kitchenette, cozinha armário
ou cozinha walk through, a área reservada à cozinha pode fundir-se com a de outros
compartimentos, exceto com as instalações sanitárias.
7 - Nos casos referidos no número anterior, a área total dos compartimentos fundidos não
pode ser inferior à soma das áreas definidas no quadro do n.º 1, para a tipologia
correspondente.
Nota: O pé-direito é uma altura, medida na vertical, entre o pavimento e o teto de um compartimento.
Artigo 67.º
1. As áreas brutas dos fogos terão os seguintes valores mínimos:
2. Para os fins do disposto neste regulamento, considera-se:
a) Área bruta (Ab) é a superfície total do fogo, medida pelo perímetro exterior
das paredes exteriores e eixos das paredes separadoras dos fogos, e inclui
varandas privativas, locais acessórios e a quota-parte que lhe corresponda
nas circulações comuns do edifício;
b) Área útil (Au) é a soma das áreas de todos os compartimentos da habitação,
incluindo vestíbulos, circulações interiores, instalações sanitárias, arrumos,
outros compartimentos de função similar e armários nas paredes, e mede-se
pelo perímetro interior das paredes que limitam o fogo, descontando
encalços até 30cm, paredes interiores, divisórias e condutas;
c) Área habitável (Ah) é a soma das áreas dos compartimentos da habitação,
com excepção de vestíbulos, circulações interiores, instalações sanitárias,
Página 379 de 651
arrumos e outros compartimentos de função similar, e mede-se pelo
perímetro interior das paredes que limitam o fogo, descontando encalços até
30 cm, paredes interiores, divisórias e condutas.
Artigo 68.º
1. Nas habitações T(índice 0), T(índice 1) e T(índice 2), a área mínima para instalações
sanitárias é de
3,5m2, sendo o equipamento mínimo definido no n.º5.
2. Nas habitações T3 e T4, a área mínima para instalações sanitárias é de 4,5m2,
subdividida em dois espaços com acesso independente.
3. Nas instalações sanitárias subdivididas há como equipamento mínimo uma
banheira ou duche e um lavatório, num dos espaços; uma bacia de retrete e um
lavatório, no outro espaço.
4. Nas habitações T5 ou com mais de seis compartimentos, a área mínima para
instalações sanitárias é de 6m2, desdobrada em dois espaços com acesso
independente.
5 - Nas instalações sanitárias obrigatórias há como
equipamento mínimo uma banheira ou duche, uma bacia de retrete e um
lavatório.
Artigo 69.º
1. As dimensões dos compartimentos das habitações referidas no n.º 1 do artigo
66.º obedecerão as exigências seguintes:
a) Quando a respectiva área for menor que 9,5m2, a dimensão mínima será
2,10m;
b) Quando a respectiva área for maior ou igual a 9,5m2 e menor que 12m2,
deverá inscrever-se nela um círculo de diâmetro não inferior a 2,40m;
c) Quando a respectiva área for maior ou igual a 12m2 e menor que 15m2,
deverá inscrever-se nela um círculo de diâmetro não inferior a 2,70m;
d) Quando a respectiva área for maior ou igual a 15m2, o comprimento não
poderá exceder o dobro da largura, ressalvando-se as situações em que nas
duas paredes opostas mais afastadas se pratiquem vãos, sem prejuízo de
que possa inscrever-se nessa área um círculo de diâmetro não inferior a
2,70m.
2. Quando um compartimento se articular em dois espaços não autónomos, a
dimensão horizontal que define o seu contacto nunca será inferior a dois terços
da dimensão menor do espaço maior, com o mínimo de 2,10m.
3. Exceptua-se do preceituado no número anterior o compartimento destinado a
cozinha, em que a dimensão mínima admitida será de 1,70m, sem prejuízo de
que a distância mínima livre entre bancadas situadas em paredes opostas seja
de 1,10m.
Artigo 70.º
(Revogado.)
Artigo 71.º
1. Os compartimentos das habitações referidos no n.º 1 do artigo 66° serão
sempre iluminados e ventilados por um ou mais vãos praticados nas paredes,
em comunicação directa com o exterior e cuja área total não será inferior a um
décimo da área do compartimento com o mínimo de 1,08m2 medidos no tosco.
2. Nos casos em que as condições climáticas e de ruído tal justifiquem, será
Artigo 74.º
Sem prejuízo da alínea a) do n.º1 do artigo 6.º-A do RJUE, a ocupação duradoura de
logradouros, pátios ou recantos das edificações com
quaisquer construções, designadamente telheiros e coberturas, e o pejamento dos
mesmos locais com materiais ou volumes de qualquer natureza só podem efectuar-
-se com expressa autorização das câmaras municipais quando se verifique não
advir daí prejuízo para a qualidade arquitetónica e condições de salubridade e segurança
de
todas as edificações directa ou indirectamente afectadas.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “logradouro” como “um espaço ao ar livre, destinado a funções de estadia, recreio e lazer, privado,
de utilização coletiva ou de utilização comum, e adjacente ou integrado num edifício ou conjunto de
edifícios”.
Artigo 75.º
Sempre que nas fachadas sobre logradouros ou pátios haja varandas, alpendres ou
quaisquer outras construções, salientes das paredes, susceptíveis de prejudicar as
condições de iluminação ou ventilação, as distâncias ou dimensões mínimas fixadas no
artigo 73.º serão contadas a partir dos limites extremos dessas construções.
Artigo 76.º
Nos logradouros e outros espaços livres deverá haver ao longo da construção uma
faixa, de pelo menos, 1 metro de largura, revestida de material impermeável ou
outra disposição igualmente eficiente para proteger as paredes contra infiltrações.
A área restante deverá ser ajardinada ou ter outro arranjo condigno.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “logradouro” como “um espaço ao ar livre, destinado a funções de estadia, recreio e lazer, privado,
de utilização coletiva ou de utilização comum, e adjacente ou integrado num edifício ou conjunto de
edifícios”.
Artigo 77.º
1. Só é permitida a construção de caves destinadas a habitação em casos
excecionais, em que a orientação e o desafogo do local permitam assegurar-lhes
boas condições de habitabilidade,
devendo, neste caso, todos os compartimentos satisfazer às condições
especificadas neste Regulamento para os andares de habitação e ainda ao
seguinte:
a) A cave deverá ter, pelo menos, uma parede exterior completamente
desafogada a partir de 0,15m abaixo do nível do pavimento interior;
b) Todos os compartimentos habitáveis referidos no n°1 do artigo 66.º deverão
ser contíguos à fachada completamente desafogada;
c) Serão adoptadas todas as disposições construtivas necessárias para garantir
a defesa da cave contra infiltrações de águas superficiais e contra a humidade telúrica e
para impedir que quaisquer emanações subterrâneas penetrem no seu interior;
d) O escoamento dos esgotos deverá ser conseguido por gravidade.
2. No caso de habitações unifamiliares isoladas que tenham uma fachada
completamente desafogada e, pelo menos, duas outras também desafogadas,
só a partir de 1 metro de altura acima do pavimento interior poderão dispor-se
compartimentos habitacionais contíguos a qualquer das fachadas. Para o caso de
habitações unifamiliares geminadas, exigir-se-á, para este efeito, além de uma fachada
completamente desafogada, apenas uma outra desafogada, nos termos já referidos para a
outra hipótese.
3. Se da construção da cave resultar a possibilidade de se abrirem janelas sobre as ruas
ou sobre o terreno circundante, não poderão aquelas, em regra, ter os seus peitoris a
menos de 0,40m acima do nível exterior.
Artigo 78.º
Poderá autorizar-se a construção de caves que sirvam exclusivamente de
arrecadação para uso dos inquilinos do próprio prédio ou de armazém ou
arrecadação de estabelecimentos comerciais ou industriais existentes no mesmo
prédio. Neste caso o pé-direito mínimo será de 2,20m e as caves deverão ser
suficientemente arejadas e protegidas contra a humidade e não possuir qualquer
comunicação directa com a parte do prédio destinada a habitação.
§ único. As câmaras municipais poderão ainda fixar outras disposições especiais a
que devam obedecer as arrecadações nas caves, tendentes a impedir a sua
utilização eventual para fins de habitação.
Nota: O pé-direito é uma altura, medida na vertical, entre o pavimento e o teto de um compartimento.
Artigo 79.º
Nota: O pé-direito é uma altura, medida na vertical, entre o pavimento e o teto de um compartimento.
Artigo 80.º
As caves, sótãos, águas-furtadas e mansardas só poderão ter acesso pela escada
principal da edificação ou por elevador quando satisfaçam as condições mínimas de
habitabilidade fixadas neste regulamento. É interdita a construção de cozinhas ou
retretes nestes locais quando não reúnam as demais condições de habitabilidade.
Artigo 81.º
As câmaras municipais poderão estabelecer nos seus regulamentos a
obrigatoriedade de adopção, em zonas infestadas pelos ratos, de disposições
construtivas especiais tendo por fim impossibilitar o acesso destes animais ao
interior das edificações.
Artigo 82.º
As câmaras municipais, nas regiões sezonáticas ou infestadas por moscas,
mosquitos e outros insectos prejudiciais à saúde, poderão determinar que os vãos
das portas e janelas sejam convenientemente protegidos com caixilhos fixos ou
adequadamente mobilizáveis, com rede mosquiteira ou com outras modalidades
construtivas de adequada eficiência.
CAPÍTULO IV
Instalações sanitárias e esgotos
Artigo 83.º
Todas as edificações serão providas de instalações sanitárias adequadas ao destino e
utilização efectiva da construção e reconhecidamente salubres, tendo em
atenção, além das disposições deste regulamento, as do Regulamento Geral das
Canalizações de Esgoto.
Artigo 84.º
1. (Revogado).
2. Em cada cozinha é obrigatória a instalação de um lava-loiça e uma saída de
esgoto através de um ramal de ligação com 50 mm de diâmetro e construída
com materiais que permitam o escoamento a temperaturas até 70ºC, sem
alteração no tempo das características físicas das tubagens desse ramal.
Artigo 85.º
As instalações sanitárias das habitações serão normalmente incorporadas no
perímetro da construção, em locais iluminados e arejados. Quando seja impossível
ou inconveniente fazê-lo e, especialmente, tratando-se de prédios já existentes, as
Artigo 86.º
As retretes não deverão normalmente ter qualquer comunicação directa com os
compartimentos de habitação. Poderá, todavia, consentir-se tal comunicação
quando se adoptem as disposições necessárias para que desse facto não resulte
difusão de maus cheiros nem prejuízo para a salubridade dos compartimentos
comunicantes e estes não sejam a sala de refeições, cozinha, copa ou despensa.
Artigo 87.º
1. As instalações sanitárias terão iluminação e renovação permanente de ar
asseguradas directamente do exterior da edificação, e a área total envidraçada
do vão ou vãos abertos na parede, em contacto directo com o exterior, não
poderá ser inferior a 0,54m2, medida no tosco, devendo a parte de abrir ter,
pelo menos, 0,36m2.
2. Em casos especiais, justificados por características próprias da edificação, no seu
conjunto, poderá exceptuar-se o disposto no número anterior, desde que
fique eficazmente assegurada a renovação constante e suficiente do ar, por
ventilação natural ou forçada, desde que o respectivo sistema obedeça ao
condicionalismo previsto no artigo 17°.
3. Em caso algum será prevista a utilização de aparelhos de combustão,
designadamente esquentador a gás, nas instalações sanitárias.
Artigo 88.º
Todas as retretes serão providas de uma bacia munida de sifão e de um dispositivo
para a sua lavagem. Onde exista rede pública de distribuição de água será
obrigatória a instalação de autoclismo de capacidade conveniente ou de outro
dispositivo que assegure a rápida remoção das matérias depositadas na bacia.
Artigo 89.º
Serão aplicáveis aos urinóis as disposições deste regulamento relativas as
condições de salubridade das retretes.
Artigo 90.º
As canalizações de esgoto dos prédios serão delineadas e estabelecidas de maneira
a assegurar em todas as circunstâncias a boa evacuação das matérias recebidas.
Deverão ser acessíveis e facilmente inspeccionáveis, tanto quanto possível, em toda a sua
extensão, sem prejuízo do bom aspecto exterior da edificação. Nas
canalizações dos prédios é interdito o emprego de tubagem de barro comum,
mesmo vidrada.
Artigo 91.º
Será assegurado o rápido e completo escoamento das águas pluviais caídas em
qualquer local do prédio. Os tubos de queda das águas pluviais serão
independentes dos tubos de queda destinados ao esgoto de dejectos e águas
servidas.
Artigo 92.º
Artigo 93.º
Serão adoptadas todas as precauções tendentes a assegurar a ventilação das
canalizações de esgoto e a impedir o esvaziamento, mesmo temporário, dos sifões
e a consequente descontinuidade da vedação hidráulica.
§ 1º Os tubos de queda dos dejectos e águas servidas dos prédios serão sempre
prolongados além da ramificação mais elevada, sem diminuição de secção, abrindo
livremente na atmosfera a, pelo menos, 50 centímetros acima do telhado ou, quando a
cobertura formar terraço, a 2 metros acima do seu nível e a 1 metro acima de qualquer
vão ou simples abertura em comunicação com os locais de habitação, quando situados a
uma distância horizontal inferior a 4 metros da desembocadura do tubo.
§ 2º Nas edificações com instalações sanitárias distribuídas por mais de um piso é ainda
obrigatória a instalação de um tubo geral de ventilação, de secção útil
constante, adequada à sua extensão e ao número e natureza dos aparelhos servidos. Este
tubo, a que se ligarão os ramais da ventilação dos sifões ou grupos de sifões a ventilar,
poderá inserir-se no tubo de queda 1 metro acima da última ramificação ou abrir-se
livremente na atmosfera nas condições estabelecidas para os tubos de queda.
Inferiormente o tubo geral de ventilação será inserido no tubo de queda a jusante da
ligação do primeiro ramal de descarga.
Artigo 94.º
Os dejectos e águas servidas deverão ser afastados dos prédios prontamente e por
forma tal que não possam originar quaisquer condições de insalubridade.
§ único. Toda a edificação existente ou a construir será obrigatoriamente ligada à rede
pública de esgotos por um ou mais ramais, em regra privativos da edificação, que sirvam
para a evacuação dos seus esgotos.
Artigo 95.º
Nos locais ainda não servidos por colector público acessível os esgotos dos prédios serão
dirigidos para instalações cujos efluentes sejam suficientemente depurados. É interdita a
utilização de poços perdidos ou outros dispositivos susceptíveis de poluir o subsolo ou
estabelecidos em condições de causarem quaisquer outros danos à salubridade pública.
§ único. As instalações referidas neste artigo não poderão continuar a ser
utilizadas logo que aos prédios respectivos for assegurado esgoto para colector
público e, ao cessar a sua utilização, serão demolidas ou entulhadas, depois de
cuidadosamente limpas e desinfectadas.
Artigo 96.º
É proibido o escoamento, mesmo temporário, para cursos de água, lagos ou para o
mar dos dejectos ou águas servidas de qualquer natureza não sujeitos a tratamento prévio
conveniente, quando daí possam advir condições de insalubridade ou prejuízo público.
Artigo 97.º
CAPÍTULO V
Abastecimento de água potável
Artigo 101.º
As habitações deverão normalmente ter assegurado o seu abastecimento de água
potável na quantidade bastante para a alimentação e higiene dos seus ocupantes.
§ único. Salvo nos casos de isenção legal, os prédios situados em locais servidos
por rede pública de abastecimento de água serão providos de sistemas de canalizações
interiores de distribuição, ligadas aquela rede por meio de ramais
privativos, devendo dar-se a uns e outros traçados e dimensões tais que permitam
o abastecimento directo e contínuo de todos os inquilinos.
Artigo 103.º
As instalações de distribuição de água potável devem estabelecer-se de modo que
ela siga directamente da origem do abastecimento do prédio até aos dispositivos de
utilização, sem retenção prolongada em quaisquer reservatórios.
§ único. Quando seja manifestamente indispensável o emprego de depósitos de
água potável, terão estes, disposições que facilitem o seu esvaziamento total e
limpeza frequentes. Serão instalados em locais salubres e arejados, distantes das
embocaduras dos tubos de ventilação dos esgotos e protegidos contra o calor.
Quando necessário, serão ventilados, mas sempre protegidos eficazmente contra a
entrada de mosquitos, de poeiras ou de outras matérias estranhas.
Artigo 104.º
Os poços e cisternas deverão ficar afastados de origens de possíveis conspurcações de
água. Tomar-se-ão, além disso, as precauções necessárias para impedir a infiltração de
águas superficiais, assegurar conveniente ventilação e opor-se à entrada de mosquitos,
poeiras ou de quaisquer outras matérias nocivas. Para extrair a água apenas se poderão
utilizar sistemas que não possam ocasionar a sua inquinação.
Artigo 105.º
As paredes dos poços serão guarnecidas de revestimento impermeável nos seus
primeiros metros e elevar-se-ão acima do terreno no mínimo de 0,50m, devendo
evitar-se, em todos os casos, a infiltração de águas sujas, protegendo o terreno
adjacente ao perímetro da boca numa faixa de largura não inferior a 1,50m e com
declive para a periferia. As coberturas dos poços serão sempre estanques. Qualquer
abertura de ventilação deve obedecer as exigências mencionadas na última parte do §
único do artigo 103.º.
Artigo 106.º
As cisternas deverão ser providas de dispositivos eficazes que impeçam a recolha
das primeiras águas caídas nas coberturas do prédio e que retenham a todo o
momento quaisquer matérias sólidas das arrastadas pela água recolhida.
Terão sempre cobertura rigorosamente estanque e qualquer abertura para arejamento
deverá ser protegida contra a entrada de mosquitos, poeiras ou outras matérias estranhas.
CAPÍTULO VI
Evacuação dos fumos e gases
Artigo 108.º
Os compartimentos das habitações e quaisquer outros destinados à permanência de
pessoas nos quais se preveja que venham a funcionar aparelhos de aquecimento
por combustão serão providos dos dispositivos necessários para a sua ventilação e
completa evacuação dos gases ou fumos susceptíveis de prejudicar a saúde ou o
bem-estar dos ocupantes.
§ único. (Revogado.)
Artigo 109.º
As cozinhas serão sempre providas de dispositivos eficientes para evacuação de
fumos e gases e eliminação dos maus cheiros.
§ único. Quando nelas se instalar chaminé com lareira, esta terá sempre
profundidade de 0,50m, pelo menos, e conduta privativa para a evacuação do fumo
e eliminação dos maus cheiros.
Artigo 110.º
1. As condutas de fumo que sirvam chaminés, fogões de aquecimento, caloríferos e
outras origens de fumo semelhantes serão independentes.
2. No entanto, poderão ser aplicadas soluções de execução de condutas colectivas
a que se ligam, com desfasamento de um piso, as fugas individuais.
3. É indispensável, como complemento às soluções definidas no n°2, instalação nas
saídas das chaminés de exaustores estáticos, convenientemente conformados e
dimensionados.
Artigo 111.º
As chaminés de cozinha ou de aparelhos de aquecimento e as condutas de fumo
serão construídas com materiais incombustíveis e ficarão afastadas, pelo menos,
0,20m de qualquer peça de madeira ou de outro material combustível. As condutas
de fumo, quando agrupadas, deverão ficar separadas umas das outras por panos de
material incombustível, de espessura conveniente e sem quaisquer aberturas. As
embocaduras das chaminés e as condutas de fumo terão superfícies interiores lisas
e desempenadas. Os registos das condutas de fumo, quando previstos, não deverão poder
interceptar por completo a secção de evacuação.
Artigo 112.º
As condutas de fumo deverão formar com a vertical um ângulo não superior a 30º.
A sua secção será a necessária para assegurar boa tiragem até ao capelo, porém
sem descer a menos de 4 decímetros quadrados e sem que a maior dimensão exceda três
vezes a menor.
Artigo 113.º
Artigo 114.º
As chaminés de instalações cujo funcionamento possa constituir causa de insalubridade
ou de outros prejuízos para as edificações vizinhas serão providas de dispositivos
necessários para remediar estes inconvenientes.
CAPÍTULO VII
Alojamento de animais
Artigo 115.º
As instalações para alojamento de animais somente poderão ser consentidas nas
áreas habitadas ou suas imediações quando construídas e exploradas em condições
de não originarem, directa ou indirectamente, qualquer prejuízo para a salubridade e
conforto das habitações.
Os anexos para alojamento de animais domésticos construídos nos logradouros dos
prédios, quando expressamente autorizados, não poderão ocupar mais do que 1/15
da área destes logradouros.
§ único. As câmaras municipais poderão interditar a construção ou utilização de
anexos para instalação de animais nos logradouros ou terrenos vizinhos dos prédios
situados em zonas urbanas quando as condições locais de aglomeração de
habitações não permitirem a exploração desses anexos sem risco para a saúde e
comodidade dos habitantes.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “logradouro” como “um espaço ao ar livre, destinado a funções de estadia, recreio e lazer, privado,
de utilização coletiva ou de utilização comum, e adjacente ou integrado num edifício ou conjunto de
edifícios”.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “edifício anexo” ou “anexo” como “um edifício destinado a um uso complementar e
funcionalmente dependente do edifício principal.”
Artigo 116.º
As instalações para alojamento de animais constituirão, em regra, construções
distintas das de habitação e afastadas delas. Quando tal, porém, não seja possível serão,
pelo menos, separadas das habitações por paredes cheias ou pavimentos contínuos que
dêem garantia de isolamento perfeito. Qualquer comunicação directa com os
compartimentos das habitações será sempre interdita.
Artigo 117.º
As cavalariças, vacarias, currais e instalações semelhantes serão convenientemente
iluminados e providos de meios eficazes de ventilação permanente, devendo na sua
construção ter-se em atenção, além das disposições do presente regulamento, as
constantes da legislação especial aplicável.
Artigo 118.º
As paredes das cavalariças, vacarias, currais e instalações semelhantes serão
revestidas interiormente, até á altura mínima de 1,50m acima do pavimento, de
material resistente, impermeável e com superfície lisa que permita facilmente
Página 389 de 651
frequentes lavagens. Os tectos e as paredes acima desta altura serão rebocados e
pintados ou, pelo menos, caiados, desde que a caiação seja mantida em condições
de eficácia. O revestimento do solo será sempre estabelecido de forma a impedir a
infiltração ou a estagnação dos líquidos e a assegurar a sua pronta drenagem para
a caleira de escoamento, ligada por intermédio de um sifão à tubagem de evacuação dos
esgotos do prédio.
§ único. Quando, nas zonas rurais, haja em vista o ulterior aproveitamento dos
líquidos acima referidos, o seu escoamento poderá fazer-se para depósitos
distantes das habitações, solidamente construídos e perfeitamente estanques, cuja
exploração só será permitida em condições de rigorosa garantia da salubridade
pública e quando não haja dano para os moradores dos prédios vizinhos.
Artigo 119.º
Os estrumes produzidos nas cavalariças, vacarias, currais e instalações
semelhantes serão tirados com frequência e prontamente conduzidos para longe
das áreas habitadas, dos arruamentos e logradouros públicos e bem assim das
nascentes, poços, cisternas ou outras origens ou depósitos de águas potáveis e das
respectivas condutas.
§ único. Nas zonas rurais pode autorizar-se o depósito dos estrumes em
estrumeiras ou nitreiras, desde que não haja prejuízo para a salubridade pública.
As estrumeiras ou nitreiras devem ficar afastadas das habitações ou locais públicos e serão
construídas de modo que delas não possam advir infiltrações prejudiciais no terreno e
fiquem asseguradas, em condições inofensivas, a evacuação e eliminação dos líquidos
exsudados ou a recolha destes em fossas que satisfaçam as condições especificadas no §
único do artigo anterior.
Artigo 120.º
Serão sempre tomadas precauções rigorosas para impedir que as instalações
ocupadas por animais e as estrumeiras ou nitreiras possam favorecer a propagação
de moscas ou mosquitos.
TÍTULO IV
CAPÍTULO ÚNICO
Artigo 121.º
As construções em zonas urbanas ou rurais, seja qual for a sua natureza e o fim a
que se destinem, deverão ser delineadas, executadas e mantidas de forma que
contribuam para dignificação e valorização estética do conjunto em que venham a
integrar-se. Não poderão erigir-se quaisquer construções susceptíveis de
comprometerem, pela localização, aparência ou proporções, o aspecto das
povoações ou dos conjuntos arquitectónicos, edifícios e locais de reconhecido
interesse histórico ou artístico ou de prejudicar a beleza das paisagens.
Artigo 122.º
O disposto no artigo anterior aplica-se integralmente as obras de conservação,
reconstrução ou transformação de construções existentes.
Artigo 123.º
(Revogado).Artigo 124.º
Não são autorizáveis quaisquer alterações em construções ou elementos naturais
classificados como valores concelhios nos termos da Lei n.º 2032, quando delas
possam resultar prejuízos para esses valores.
Artigo 126.º
As árvores ou os maciços de arborização que, embora situados em logradouros de
edificações ou outros terrenos particulares, constituam, pelo seu porte, beleza e
condições de exposição, elementos de manifesto interesse público, e como tais
oficialmente classificados, não poderão ser suprimidos, salvo em casos de perigo
iminente, ou precedendo licença municipal, em casos de reconhecido prejuízo para
a salubridade ou segurança dos edifícios vizinhos.
Artigo 127.º
(Revogado).
TÍTULO V
CONDIÇÕES ESPECIAIS RELATIVAS À SEGURANÇA DAS EDIFICAÇÕES
CAPÍTULO I
Solidez das edificações
Artigo 128.º
As edificações serão delineadas e construídas de forma a ficar sempre assegurada a sua
solidez, e serão permanentemente mantidas em estado de não poderem constituir
perigo para a segurança pública e dos seus ocupantes ou para a dos
prédios vizinhos.
Artigo 129.º
As disposições do artigo anterior são aplicáveis às obras de reconstrução ou
transformação de edificações existentes. Quando se trate de ampliação ou outra
transformação de que resulte aumento das cargas transmitidas aos elementos não
transformados da edificação ou as fundações, não podem as obras ser iniciadas
sem termo de responsabilidade do autor do projeto que certifique que a edificação
suportará com segurança o acréscimo de
solicitação resultante da obra projectada.
Artigo 130.º
Artigo 131.º
Quando as edificações, no todo ou em parte, se destinem a aplicações que
envolvam sobrecargas consideráveis, deverá ser afixada de forma bem visível em
cada pavimento a indicação da sobrecarga máxima de utilização admissível.
Artigo 132.º
Os materiais de que forem construídos os elementos das edificações deverão ser
sempre de boa qualidade e de natureza adequada as condições da sua utilização.
Todos os elementos activos das edificações e respectivas fundações deverão ser
estabelecidos de forma que possam suportar, com toda a segurança e sem
deformações inconvenientes, as máximas solicitações a que sejam submetidos.
As tensões limites correspondentes à solicitação mais desfavorável em ponto algum
deverão ultrapassar valores deduzidos dos limites de resistência dos materiais
constituintes, por aplicação de coeficientes de segurança convenientemente
fixados.
Artigo 133.º
Antes da execução das obras ou no seu decurso, especialmente quando se trate de
edificações de grande importância ou destinadas a suportar cargas elevadas, ou
ainda quando se utilizem materiais ou processo de construção não correntes,
poderá ser exigida a execução de ensaios para demonstração das qualidades dos
terrenos ou dos materiais, ou para justificação dos limites de tensão admitidos.
Igualmente poderá exigir-se que tais edificações sejam submetidas a provas, antes
de utilizadas, com o fim de se verificar directamente a sua solidez.
Artigo 134.º
Nas zonas sujeitas a sismos violentos deverão ser fixadas condições restritivas
especiais para as edificações, ajustadas à máxima violência provável dos abalos e
incidindo especialmente sobre a altura máxima permitida para as edificações, a
estrutura destas e a constituição dos seus elementos, as sobrecargas adicionais que se
devam considerar, os valores dos coeficientes de segurança e a continuidade e
homogeneidade do terreno de fundação.
CAPÍTULO II
Segurança pública e dos operários no decurso das obras
Artigo 135.º
Durante a execução de obras de qualquer natureza serão obrigatoriamente adoptadas as
precauções e as disposições necessárias para garantir a segurança do público e dos
operários, para salvaguardar, quanto possível, as condições normais do trânsito na via
publica e, bem assim, para evitar danos materiais, mormente os
que possam afectar os bens do domínio público do estado ou dos municípios, as
instalações de serviços públicos e os imóveis de valor histórico ou artístico.
Serão interditos quaisquer processos de trabalho susceptíveis de comprometer o
exacto cumprimento do disposto neste artigo.
Artigo 137.º
Os andaimes, escadas e pontes de serviço, passadiços, aparelhos de elevação de
materiais e, de um modo geral, todas as construções ou instalações acessórias e
dispositivos de trabalho utilizados para a execução das obras deverão ser construídos e
conservados em condições de perfeita segurança dos operários e do
público e de forma que constituam o menor embaraço possível para o trânsito.
§ único. As câmaras municipais poderão exigir disposições especiais, no que se
refere à constituição e modo de utilização dos andaimes e outros dispositivos em
instalações acessórias das obras, tendo em vista a salvaguarda do trânsito nas
artérias mais importantes.
Artigo 138.º
Na execução de terraplanagens, abertura de poços, galerias, valas e caboucos, ou
outros trabalhos de natureza semelhante, os revestimentos e escoramentos
deverão ser cuidadosamente construídos e conservados, adoptando-se as demais
disposições necessárias para impedir qualquer acidente, tendo em atenção a
natureza do terreno, as condições de trabalho do pessoal e a localização da obra
em relação aos prédios vizinhos.
Artigo 139.º
Além das medidas de segurança referidas no presente capítulo, poderão as câmaras
municipais, tendo em vista a comodidade e a higiene públicas e dos operários, impor
outras relativas à organização dos estaleiros.
CAPÍTULO III
Segurança contra incêndios
Artigo 140.º
(Revogado)
Artigo 141.º
(Revogado)
Artigo 142.º
(Revogado)
Artigo 143.º
(Revogado)
Artigo 144.º
(Revogado)
Artigo 145.º
(Revogado)
TÍTULO VI
SANÇÕES E DISPOSIÇÕES DIVERSAS
CAPÍTULO ÚNICO
Artigo 160.º
As câmaras municipais terão competência para cominar, nos seus regulamentos, as
penalidades aplicáveis aos infractores do presente diploma, dentro dos limites
assinados nos artigos seguintes, bem como poderão tomar as demais medidas
adiante enunciadas, a fim de dar execução aos seus preceitos.
Artigo 161.º
Constituem contra-ordenações a violação do disposto no presente Regulamento e
nos regulamentos municipais neste previstos, competindo aos serviços de
fiscalização da câmara municipal competente a instrução do respectivo processo,
sem prejuízo das competências de fiscalização das autoridades policiais,
cumulativamente.
Artigo 162.º
A execução de quaisquer obras em violação das disposições deste Regulamento,
que não seja já objecto de sanção por via do disposto no Decreto-Lei nº445/91, de
Artigo 163.º
Quando as coimas forem aplicadas a pessoas colectivas os mínimos fixados no
artigo anterior são elevados para o dobro, podendo os máximos atingir os limites
fixados no artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro.
Artigo 164.º
A negligência é sempre punida.
Artigo 165.º
(Revogado)
Artigo 166.º
(Revogado)
Artigo 167.º
(Revogado)
Artigo 168.º
(Revogado)
Artigo 169.º
Os serviços do Estado e das autarquias locais, as Misericórdias, os organismos
corporativos e de coordenação económica e, de uma maneira geral, todas as
entidades que promovam a distribuição de casas para pobres, casas para
pescadores, casas económicas, de renda económica ou de renda limitada,
comunicarão às câmaras, antes de efectuada a sua ocupação, os nomes e as
moradas dos respectivos beneficiários, para que verifiquem, em relação as casas
por eles desocupadas, a conformidade com as licenças concedidas e as condições
de habitabilidade e possam agir de harmonia com as disposições do presente
regulamento.
Artigo 1.º
É aprovado o Código das Expropriações, que se publica em anexo à presente lei e que
dela faz parte integrante.
Artigo 2.º
Artigo 3.º
Artigo 4.º
TÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Admissibilidade das expropriações
Os bens imóveis e os direitos a eles inerentes podem ser expropriados por causa de
utilidade pública compreendida nas atribuições, fins ou objecto da entidade
expropriante, mediante o pagamento contemporâneo de uma justa indemnização nos
termos do presente Código.
Artigo 3.º
Limite da expropriação
Artigo 4.º
Expropriação por zonas ou lanços
Artigo 5.º
Direito de reversão
Nota 1: Sobre a reversão dos bens expropriados, cf. art.º 75.º e segs. do CE e o art.º 45.º do RJUE.
Artigo 6.º
Afectação dos bens do domínio público
Nota: Ac. do TCAN de 26.3.2009 (proc. (00949/06.7BECBR ), no qual se lê: “I. Existe,
sem margem para dúvidas, um domínio público autárquico e, em especial, um domínio
público municipal, tanto para mais que a sua existência é assumida e afirmada em vários
diplomas legais e aceite pela doutrina. II. No âmbito do nosso ordenamento existe
efectivamente apenas um domínio público aéreo estadual ou nacional, não havendo
um domínio público aéreo municipal constituído ou correspondente aos respectivos
limites territoriais e que comece para lá da altitude onde o interesse dos proprietários já
não chegue. III. Não se pode concluir, todavia, que os municípios não sejam
detentores de espaço aéreo sobrejacente ao seu domínio público, mormente, ao
domínio público rodoviário e que sobre esse espaço os mesmos não possam ou não
devam exercer seus poderes de administração, efectivando dessa forma seus direitos e
interesses. IV. Tal é reconhecido pelo próprio legislador ordinário [cfr. art. 19.º, als. b) e
c) da Lei n.º 42/98, de 06/08 - LFL à data dos factos vigente] quando afirma a sua
existência e a confere tais poderes aos municípios. V. Constitui “questão fiscal” para
a qual são competentes os tribunais tributários o apurar se assiste ao Município o direito
a exigir de determinados sujeitos o pagamento de certa quantia, acrescida de juros
moratórios, devida a título de taxas pela utilização/ocupação do espaço público aéreo
nos termos decorrentes do Regulamento de Taxas e Licenças daquele Município.”
Artigo 7.º
Expropriação de bens ou direitos relativos a concessões e privilégios
Artigo 8.º
Constituição de servidões administrativas
Artigo 9.º
Conceito de interessados
TÍTULO II
Da declaração de utilidade pública e da autorização de posse administrativa
Artigo 10.º
Resolução de expropriar
Artigo 11.º
Aquisição por via de direito privado
Artigo 12.º
Remessa do requerimento
Artigo 13.º
Declaração de utilidade pública
Artigo 14.º
Competência para a declaração de utilidade pública
Artigo 15.º
Atribuição do carácter de urgência
Artigo 16.º
Expropriação urgentíssima
Artigo 17.º
Publicação da declaração de utilidade pública
1 - O acto declarativo da utilidade pública e a sua renovação são sempre publicados, por
extracto, na 2.ª série do Diário da República e notificados ao expropriado e aos demais
interessados conhecidos por carta ou ofício sob registo com aviso de recepção, devendo
ser averbados no registo predial.
2 - Se o expropriado ou demais interessados forem desconhecidos é aplicável o disposto
no n.º 4 do artigo 11.º
3 - A publicação da declaração de utilidade pública deve identificar sucintamente os
bens sujeitos a expropriação, com referência à descrição predial e à inscrição matricial,
mencionar os direitos, ónus ou encargos que sobre eles incidem e os nomes dos
respectivos titulares e indicar o fim da expropriação.
4 - A identificação referida no número anterior pode ser substituída por planta, em
escala adequada e graficamente representada, que permita a delimitação legível do bem
necessário ao fim de utilidade pública.
5 - Quando se trate de expropriação por zonas ou lanços, da publicação do acto
declarativo consta a área total a expropriar, a sua divisão de acordo com o faseamento,
os prazos e a ordem de aquisição.
6 - São conjuntamente publicadas, por conta das empresas requerentes a que se refere o
n.º 2 do artigo 14.º, as plantas dos bens abrangidos pela declaração de utilidade pública,
cumprindo-lhes promover a sua afixação na sede do município ou dos municípios do
lugar em que aqueles se situam.
7 - A declaração de utilidade pública é também publicitada pela entidade expropriante
mediante aviso afixado na entrada principal do prédio, quando exista.
Artigo 17.º-A
Dever de comunicação
Artigo 19.º
Posse administrativa
Artigo 20.º
Condições de efectivação da posse administrativa
1 - A investidura administrativa na posse dos bens não pode efectivar-se sem que
previamente tenham sido:
a) Notificados os actos de declaração de utilidade pública e de autorização da posse
administrativa;
b) Efectuado o depósito da quantia mencionada no n.º 4 do artigo 10.º em instituição
bancária do lugar do domicílio ou sede da entidade expropriante, à ordem do
Artigo 21.º
Vistoria ad perpetuam rei memoriam
Artigo 22.º
Auto de posse administrativa
Artigo 23.º
Justa indemnização
Artigo 24.º
Cálculo do montante da indemnização
Artigo 25.º
Classificação dos solos
Artigo 26.º
Cálculo do valor do solo apto para a construção
1 - O valor do solo apto para a construção calcula-se por referência à construção que
nele seria possível efectuar se não tivesse sido sujeito a expropriação, num
aproveitamento económico normal, de acordo com as leis e os regulamentos em vigor,
nos termos dos números seguintes e sem prejuízo do disposto no n.º 5 do artigo 23.º
2 - O valor do solo apto para construção será o resultante da média aritmética
actualizada entre os preços unitários de aquisições, ou avaliações fiscais que corrijam os
valores declarados, efectuadas na mesma freguesia e nas freguesias limítrofes nos três
anos, de entre os últimos cinco, com média anual mais elevada, relativamente a prédios
com idênticas características, atendendo aos parâmetros fixados em instrumento de
planeamento territorial, corrigido por ponderação da envolvente urbana do bem
expropriado, nomeadamente no que diz respeito ao tipo de construção existente, numa
percentagem máxima de 10%.
3 - Para os efeitos previstos no número anterior, os serviços competentes do Ministério
das Finanças deverão fornecer, a solicitação da entidade expropriante, a lista das
transacções e das avaliações fiscais que corrijam os valores declarados efectuadas na
zona e os respectivos valores.
4 - Caso não se revele possível aplicar o critério estabelecido no n.º 2, por falta de
elementos, o valor do solo apto para a construção calcula-se em função do custo da
construção, em condições normais de mercado, nos termos dos números seguintes.
Artigo 27.º
Cálculo do valor do solo para outros fins
Artigo 28.º
Cálculo do valor de edifícios ou construções e das
respectivas áreas de implantação e logradouros
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define o “logradouro” como “um espaço ao ar livre, destinado a funções de estadia, recreio e lazer, privado,
de utilização coletiva ou de utilização comum, e adjacente ou integrado num edifício ou conjunto de
edifícios”.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de 2019),
define as “infraestruturas urbanas” como “os sistemas técnicos de suporte direto ao funcionamento dos
aglomerados urbanos ou da edificação em conjunto”.
Artigo 30.º
Indemnização respeitante ao arrendamento
Artigo 31.º
Indemnização pela interrupção da actividade comercial,
industrial, liberal ou agrícola
1 - Nos casos em que o proprietário do prédio nele exerça qualquer actividade prevista
no n.º 4 do artigo anterior, à indemnização pelo valor do prédio acresce a que
corresponder aos prejuízos da cessação inevitável ou da interrupção e transferência
Artigo 32.º
Indemnização pela expropriação de direitos diversos da
propriedade plena
CAPÍTULO I
Expropriação amigável
Artigo 33.º
Tentativa de acordo
Artigo 34.º
Objecto do acordo
Artigo 35.º
Proposta da entidade expropriante
Artigo 36.º
Formalização do acordo por escritura ou auto
Artigo 37.º
Conteúdo da escritura ou do auto
1 - O auto ou a escritura serão lavrados dentro dos oito dias subsequentes àquele em que
o acordo estabelecido for comunicado pela entidade expropriante ao notário, oficial
público ou funcionário designado nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo anterior, em
conformidade com o disposto no Código do Notariado.
2 - Do auto ou escritura deverão ainda constar:
a) A indemnização acordada e a forma de pagamento;
b) A data e o número do Diário da República em que foi publicada a declaração de
utilidade pública da expropriação;
c) O extracto da planta parcelar.
3 - A indemnização acordada pode ser atribuída a cada um dos interessados ou fixada
globalmente.
4 - Não havendo acordo entre os interessados sobre a partilha da indemnização global
que tiver sido acordada, é esta entregue àquele que por todos for designado ou
consignada em depósito no lugar do domicílio da entidade expropriante, à ordem do juiz
de direito da comarca do lugar da situação dos bens ou da maior extensão deles,
efectuando-se a partilha nos termos do Código de Processo Civil.
5 - Salvo no caso de dolo ou culpa grave por parte da entidade expropriante, o
aparecimento de interessados desconhecidos à data da celebração da escritura ou do
auto apenas dá lugar à reconstituição da situação que existiria se tivessem participado
no acordo, nos termos em que este foi concluído.
6 - A entidade expropriante deve facultar ao expropriado e aos demais interessados
cópia autenticada do auto ou da escritura de expropriação amigável, quando solicitada.
SECÇÃO I
Disposições introdutórias
Artigo 38.º
Arbitragem
1 - Na falta de acordo sobre o valor da indemnização, é este fixado por arbitragem, com
recurso para os tribunais comuns.
2 - O valor do processo, para efeitos de admissibilidade de recurso, nos termos do
Código de Processo Civil, corresponde ao maior dos seguintes:
a) Decréscimo da indemnização pedida no recurso da entidade expropriante ou
acréscimo global das indemnizações pedidas nos recursos do expropriado e dos demais
interessados, a que se refere o número seguinte;
b) Diferença entre os valores de indemnização constantes do recurso da entidade
expropriante e o valor global das indemnizações pedidas pelo expropriado e pelos
demais interessados nos respectivos recursos, a que se refere o número seguinte.
3 - Da decisão arbitral cabe sempre recurso com efeito meramente devolutivo para o
tribunal do lugar da situação dos bens ou da sua maior extensão.
Nota: Ac. do Tribunal de Conflitos, Conflito n.º 26/16: São da competência material da
ordem dos tribunais judiciais as acções que têm como objecto o arbitramento da justa
indemnização devida ao proprietário pela oneração do seu direito, determinante da
desvalorização do bem pela constituição lícita de uma servidão administrativa por acto
de entidade concessionária de serviço público, decorrente de um precedente processo
expropriativo.
Artigo 39.º
Autuação
Artigo 40.º
Legitimidade
Artigo 41.º
Suspensão da instância e nomeação de curador provisório
SUBSECÇÃO I
Arbitragem
Artigo 42.º
Promoção da arbitragem
Artigo 43.º
Petições a apresentar no tribunal
1 - As petições a que se referem o n.º 2 do artigo 41.º, o n.º 3 do artigo anterior, o n.º 2
do artigo 51.º e a parte final do n.º 2 do artigo 54.º são apresentadas directamente na
secretaria do tribunal competente para o processo de expropriação litigiosa.
2 - Os processos originados pelas petições referidas no número anterior são dependência
do processo de expropriação; o juiz a quem este for distribuído determinará que aqueles
processos lhe sejam remetidos, ficando com competência exclusiva para os respectivos
Artigo 44.º
Natureza dos processos litigiosos
Os processos de expropriação litigiosa, bem como os que deles são dependentes, não
têm carácter urgente, sem prejuízo de os actos relativos à adjudicação da propriedade e
da posse e sua notificação aos interessados deverem ser praticados mesmo durante as
férias judiciais.
Artigo 45.º
Designação dos árbitros
Artigo 46.º
Designação de grupos de árbitros
Artigo 47.º
Notificação da designação dos árbitros
Artigo 48.º
Apresentação de quesitos
Artigo 49.º
Decisão arbitral
Nota 1: Os laudos referidos no n.º 2, são os pareceres técnicos, os textos que contêm a opinião do
técnico (louvado. isto é, do técnico indicado para avaliar) ou do árbitro.
Nota 2: Os laudos, também chamados laudos periciais são os relato dos técnicos designado para proceder
à avaliação.
Artigo 50.º
Honorários
Artigo 51.º
Remessa do processo
Artigo 52.º
Recurso
Artigo 53.º
Dúvidas sobre a titularidade de direitos
SUBSECÇÃO II
Arguição de irregularidades
Artigo 54.º
Reclamação
1 - O expropriado, a entidade expropriante nos casos em que lhe não seja imputável ou
os demais interessados podem reclamar, no prazo de 10 dias a contar do seu
conhecimento, contra qualquer irregularidade cometida no procedimento administrativo,
nomeadamente na convocação ou na realização da vistoria ad perpetuam rei memoriam,
bem como na constituição ou no funcionamento da arbitragem ou nos laudos ou acórdão
dos árbitros, designadamente por falta de cumprimento dos prazos fixados na lei,
oferecendo logo as provas que tiverem por convenientes e que não constem já do
processo.
2 - Recebida a reclamação, o perito ou o árbitro presidente, conforme for o caso, exara
informação sobre a tempestividade, os fundamentos e as provas oferecidas, devendo o
processo ser remetido pela entidade expropriante ao juiz de direito da comarca da
situação dos bens ou da sua maior extensão no prazo de 10 dias a contar da apresentação
da reclamação, sob pena de avocação imediata do procedimento pelo tribunal, mediante
participação do reclamante, instruída com cópia da reclamação contendo nota de
recepção com menção da respectiva data.
3 - O juiz decide com base nas provas oferecidas que entenda úteis à decisão do
incidente e nos elementos fornecidos pelo procedimento, podendo solicitar
esclarecimentos ou provas complementares.
4 - Sendo a reclamação julgada improcedente, o juiz manda devolver imediatamente o
Nota 1: Sobre a vistoria ad perpetuam rei memoriam, cf. art.º 20.º , sobretudo art.º 21 .º , e art. 0 91 .º,
n.º 5, do CE.
SUBSECÇÃO III
Pedido de expropriação total
Artigo 55.º
Requerimento
Artigo 56.º
Improcedência do pedido
SUBSECÇÃO IV
Recurso da arbitragem
Artigo 58.º
Requerimento
Artigo 59.º
Admissão do recurso
Artigo 60.º
Resposta
Artigo 61.º
Diligências instrutórias
Artigo 62.º
Designação e nomeação dos peritos
Artigo 63.º
Notificação para o acto de avaliação
Artigo 64.º
Alegações
Artigo 65.º
Prazo de decisão
TÍTULO V
Do pagamento das indemnizações
Artigo 67.º
Formas de pagamento
Artigo 68.º
Quantias em dívida
Artigo 69.º
Cedência de bens ou direitos
Artigo 71.º
Depósito da indemnização
Artigo 72.º
Impugnação dos montantes depositados
TÍTULO VI
Da reversão dos bens expropriados
Artigo 74.º
Requerimento
1 - A reversão a que se refere o artigo 5.º é requerida à entidade que houver declarado a
utilidade pública da expropriação ou que haja sucedido na respectiva competência.
2 - Se o direito de reversão só puder ser utilmente exercido em conjunto com outro ou
outros interessados, o requerente da reversão pode solicitar a notificação judicial destes
para, no prazo de 60 dias a contar da notificação, requererem a reversão dos respectivos
bens, nos termos do n.º 1, sob cominação de, não o fazendo algum ou alguns deles, a
reversão dos mesmos se operar a favor dos que a requeiram.
3 - O pedido de expropriação total, nos termos do n.º 2 do artigo 3.º não prejudica a
reversão da totalidade do prédio.
4 - Se não for notificado de decisão favorável no prazo de 90 dias a contar da data do
requerimento, o interessado pode fazer valer o direito de reversão no prazo de um ano,
mediante acção administrativa comum a propor no tribunal administrativo de círculo da
situação do prédio ou da sua maior extensão.
5 - Na acção prevista no número anterior, é cumulado o pedido de adjudicação,
instruído com os documentos mencionados no artigo 77.º, que o tribunal aprecia,
seguindo os trâmites dos artigos 78.º e 79.º, no caso de reconhecer o direito de reversão.
Nota: Sobre a reversão, cf. o art.º 45.º do RJUE: direito de reversão em caso de as parcelas cedidas serem
afetas a fins diversos daqueles para que hajam sido cedidas.
Nota: Cf. ainda ao cf. art.º 5.º do Código das Expropriações (direito de reversão no caso de os bens
expropriados não serem aplicados, no prazo de dois anos, ao fim que determinou a expropriação ou se,
entretanto, tiverem cessado as finalidades da expropriação. Sobre como se processa a reversão no caso de
expropriação, cf. 74.º e segs. do CE.
Artigo 75.º
Audiência da entidade e de outros interessados
Artigo 76.º
Publicidade da decisão
Artigo 76.º-A
Acordo de reversão
Nota 2: Sobre a reversão dos bens expropriados, cf. art.º 74.º e segs. do CE e o art.º 45.º do RJUE.
Nota 3: Nos termos do art.º 45.º , n.º 1, do RJUE, “O cedente tem o direito de reversão sobre as parcelas
cedidas (...) sempre que estas sejam afetas a fins diversos daqueles para que hajam sido cedidas.” E, nos
termos do n.º 4, deste preceito, em alternativa ao exercício do direito de reversão, o cedente pode exigir
ao município uma indemnização.
Artigo 77.º
Pedido de adjudicação
Artigo 78.º
Oposição do expropriante
Artigo 79.º
Adjudicação
TÍTULO VII
Da requisição
Nota 1: a requisição de imóveis (e de direitos a eles inerentes) faz parte do poder policial das autoridades
administrativas (polícia administrativa). Também aqui estamos no âmbito da vinculação social da
propriedade privada, a qual admite a ingerência da autoridade por razões de interesse público e sempre
mediante justa indemnização, O art.º 80.º refere-se a situações de “urgente necessidade”, de interesse
público, de interesse nacional, requisitos que associa a um (falso) “pode”. A verificação destes requisitos
no caso concreto está sujeita ao controlo jurisdicional pleno, não se verificando neste âmbito qualquer
discricionariedade. Assim, perante uma situação de urgente necessidade a Administração pode, melhor,
deve requisitar o imóvel particular, por exemplo para “hospital de campanha”, para estacionamento, para
colocação de uma grua.
Nota 2: a “urgente necessidade” desencadeia o dever de ação, o dever de exercer a competência. Esta
situação assemelha-se à prevista no art.º 89.º, n.º 3, do RJUE, que diz: “A câmara municipal pode,
oficiosamente ou a requerimento de qualquer interessado, ordenar a demolição total ou parcial das
construções que ameacem ruína ou ofereçam perigo para a saúde pública. É também o que resultada
do 92.º, n.º 1, do mesmo diploma, que diz: “A câmara municipal pode ordenar o despejo sumário dos
prédios ou parte de prédios nos quais haja de realizar-se as obras... , sempre que tal se mostre necessário
à execução das mesmas.” Veja-se ainda o art.º 92.º, n.º 4, do mesmo diploma, que diz: “O despejo deve
executar-se .., salvo quando houver risco iminente de desmoronamento ou grave perigo para a saúde
pública, em que poderá executar-se imediatamente.” Neste caso, a intenção de vinculação do legislador
é evidente, não obstante ele ter recorrido, inexplicavelmente, a um “poderá”, em vez de um “terá”. O
“poderá” é inequivocamente um deverá, sempre que se verifique a situação de “risco iminente de
desmoronamento ou grave perigo para a saúde pública”. Em todos estes casos, a competência é vinculada,
há dever de agir, sendo esta uma competência de urgência de polícia administrativa (prevenção da boa
ordem).
Artigo 81.º
Uso dos imóveis requisitados
Artigo 82.º
Acto de requisição
Artigo 83.º
Instrução do pedido de requisição
Artigo 84.º
Indemnização
Nota 1: No Estado de direito só lugar para uma indemnização: a justa indemnização. E Estado de direito
é ipso facto Estado de justiça. Assim, toda a indemnização pela restrição ao direito fundamental à
propriedade privada tem de ser sempre justa, sob pena de ser inconstitucional e ilegal.
Nota 2: Nos termos do art.º 62.º , n.º 2, da CRP, “2. A requisição e a expropriação por utilidade pública
só podem ser efetuadas com base na lei e mediante o pagamento de justa indemnização.”
Artigo 85.º
Obrigações do beneficiário
Artigo 86.º
Direitos e deveres do proprietário
Artigo 87.º
Recurso contencioso
Do acto de requisição cabe recurso para os tribunais administrativos, nos termos da lei.
TÍTULO VIII
Disposições finais
Artigo 88.º
Desistência da expropriação
1 - Nas expropriações por utilidade pública é lícito à entidade expropriante desistir total
ou parcialmente da expropriação enquanto não for investido na propriedade dos bens a
expropriar.
2 - No caso de desistência, o expropriado e demais interessados são indemnizados nos
termos gerais de direito, considerando-se, para o efeito, iniciada a expropriação a partir
da publicação no Diário da República do acto declarativo da utilidade pública.
3 - Se a desistência da expropriação se verificar após a investidura da entidade
expropriante na posse dos bens a expropriar, as partes podem converter, por acordo, o
processo litigioso em processo de reversão, previsto nos artigos 74.º e seguintes, através
de requerimento conjunto a apresentar em juízo.
4 - Sendo o acordo requerido admissível, o tribunal notifica a entidade que declarou a
utilidade pública, para informar os autos se autoriza a reversão pretendida pelas partes,
ordenando, em caso afirmativo, a sua conversão.
Artigo 89.º
Lista de peritos
Enquanto não forem publicadas as listas a que se refere o n.º 3 do artigo 62.º deste
Código, mantêm-se transitoriamente em vigor as actuais.
Artigo 90.º
Regiões Autónomas
Artigo 91.º
Expropriação de bens móveis
Nota 1: Sobre a vistoria ad perpetuam rei memoriam, cf. art.º 20.º , sobretudo art.º 21 .º , e art.º 91 .º,
n.º 5, do CE.
Artigo 92.º
Aplicação subsidiária do processo de expropriação
1 - Sempre que a lei mande aplicar o processo de expropriação para determinar o valor
de um bem, designadamente no caso de não aceitação do preço convencionado de
acordo com o regime do direito legal de preferência, aplica-se, com as necessárias
adaptações, o disposto nos artigos 42.º e seguintes do presente Código, sem precedência
de declaração de utilidade pública, valendo como tal, para efeitos de contagem de
prazos, o requerimento a que se refere o n.º 3 do artigo 42.º
2 - Salvo no caso de o exercício do direito legal de preferência se encontrar associado à
existência de medidas preventivas, legalmente estabelecidas, a não aceitação do preço
convencionado só é possível quando o valor do terreno, de acordo com avaliação
preliminar efectuada por perito da lista oficial, de livre escolha do preferente, seja
inferior àquele em, pelo menos, 20%.
3 - Qualquer das partes do negócio projectado pode desistir deste; a notificação da
desistência ao preferente faz cessar o respectivo direito.
4 - Pode também o preferente desistir do seu direito, mediante notificação às partes do
negócio projectado.
Artigo 93.º
Áreas de desenvolvimento urbano prioritário e de construção prioritária
Artigo 94.º
Expropriação para fins de composição urbana
Artigo 95.º
Áreas com construções não licenciadas
Artigo 96.º
Expropriação requerida pelo proprietário
Artigo 97.º
Dever de informação
Artigo 98.º
Contagem de prazos não judiciais
Constituição Portuguesa
Legislação ambiental da UE
Artigo 11.º
As exigências em matéria de proteção do ambiente devem ser integradas na definição e
execução das políticas e ações da União, em especial com o objetivo de promover um
desenvolvimento sustentável.
TÍTULO XX
O AMBIENTE
Artigo 191.º
(ex-artigo 174.ºTCE)
Artigo 192.º
(ex-artigo 175.ºTCE)
Artigo 193.º
(ex-artigo 176.ºTCE)
As medidas de proteção adotadas por força do artigo 192.º não obstam a que cada
Estado-Membro mantenha ou introduza medidas de proteção reforçadas. Essas
medidas devem ser compatíveis com os Tratados e serão notificadas à Comissão.
CAPÍTULO I
Âmbito, objetivos e princípios gerais da política de ambiente
Artigo 1.º
Âmbito
Artigo 2.º
Objetivos da política de ambiente
Notas: A Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano, de 1972, dispõe no seu princípio 1: “O
homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas,
em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-estar e é
portador solene de obrigação de proteger e melhorar o meio ambiente, para as gerações presentes e futuras.”
Artigo 3.º
Princípios materiais de ambiente
1
Sobre o princípio da precaução, concluiu o STJ, no seu ac. de 28.3.2919: “Princípio da Precaução.
1) O anexo III da Diretiva 2008/98/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de novembro de 2008,
relativa aos resíduos e que revoga certas diretivas, conforme alterada pelo Regulamento (UE) n.° 1357/2014
da Comissão, de 18 de dezembro de 2014, bem como do anexo, rubrica intitulada «Avaliação e
classificação», n.° 2, da Decisão 2000/532/CE da Comissão, de 3 de maio de 2000, que substitui a Decisão
94/3/CE, que estabelece uma lista de resíduos em conformidade com a alínea a) do artigo 1.° da Diretiva
75/442/CEE do Conselho relativa aos resíduos, e a Decisão 94/904/CE do Conselho, que estabelece uma
lista de resíduos perigosos em conformidade com n.° 4 do artigo 1.° da Diretiva 91/689/CEE do Conselho
relativa aos resíduos perigosos, conforme alterada pela Decisão 2014/955/UE da Comissão, de 18 de
dezembro de 2014, devem ser interpretados no sentido de que o detentor de um resíduo suscetível de ser
classificado mediante códigos espelho, mas cuja composição não é desde logo conhecida, deve, com vista
a esta classificação, determinar a referida composição e procurar as substâncias perigosas que nele podem
razoavelmente ser encontradas para estabelecer se esse resíduo apresenta características de perigosidade, e
pode, para o efeito, utilizar a amostragem, as análises químicas e os ensaios previstos no Regulamento (CE)
n.° 440/2008 da Comissão, de 30 de maio de 2008, que estabelece métodos de ensaio nos termos do
Regulamento (CE) n.° 1907/2006, do Parlamento Europeu e do Conselho, relativo ao registo, avaliação,
autorização e restrição dos produtos químicos (REACH), ou qualquer outra amostragem, análise química e
ensaio internacionalmente reconhecidos. 2) O princípio da precaução deve ser interpretado no sentido de
que quando, após uma avaliação dos riscos tão completa quanto possível tendo em conta as circunstâncias
particulares do caso concreto, o detentor de um resíduo suscetível de ser classificado quer em códigos
correspondentes a resíduos perigosos, quer em códigos correspondentes a resíduos não perigosos, está na
impossibilidade prática de determinar a presença de substâncias perigosas ou de avaliar as características
de perigosidade apresentadas pelo referido resíduo, devendo este último ser classificado como resíduo
perigoso.
Nota 1: Quando na al. c) se fala em “perigos imediatos e concretos como em face de riscos futuros e
incertos” e em “perigos ou riscos” estamos no âmbito de competências jurídico-policiais, de poder
vinculado e não discricionário.
Nota 2: Sobre o “princípio da solidariedade intergeracional”, cf. também o art.º 8.º do regime jurídico dos
instrumentos de gestão territorial, que impõe a “harmonização dos vários interesses públicos com
expressão territorial”. Cf. art.º 12.º, n.º 2, do mesmo diploma e o art.º 10.º, al. c), da Lei de Bases do
Ambiente.
Nota 3: Nos termos do art.º 3.º, al. x), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “prevenção” consiste na “adoção de medidas
antes de uma substância, material ou produto assumir a natureza de resíduo, destinadas a reduzir”:
I) a quantidade de resíduos produzidos, designadamente através da reutilização de produtos ou do
prolongamento do tempo de vida dos produtos; II) os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou III) o teor de substâncias nocivas presentes nos materiais e nos
produtos”
Nos termos do art.º 11.º, al. m), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de prevenção” são “quaisquer medidas adotadas em resposta a um acontecimento, ato
ou omissão que tenha causado uma ameaça iminente de danos ambientais, destinadas a prevenir ou
minimizar ao máximo esses danos”.
Artigo 4.º
Princípios das políticas públicas ambientais
Nota 1: a educação ambiental referida na al. d), acentua o caráter cultural do direito do ambiente. O respeito
pela natureza e pelo ambiente são valências que devem fazer parte da formação escolar.
Nota 2: o art.º 66.º, n.º 1, da CRP), determina: “Todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio
e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender.” E de saudar que, neste caso, a Constituição
portuguesa tenha associado um direito fundamental a um dever fundamental, exemplo que deveria ser
alargados a muitos outros direitos e liberdades fundamentais.
Nota 3: O ambiente necessita de uma proteção nacional, mas também internacional, pois a poluição e os
danos à natureza não conhecem frequentemente fronteiras. Como se sustentou, “o individual alia-se ao
coletivo, ao comum a todos os seres humanos, ao povo mundial, na sua unidade e diversidade, com as suas
tradições e vivências no tempo e no espaço, com as suas aspirações criadoras, portanto, orientadas para o
futuro; a união dos povos e a autoridade, a legitimidade e a responsabilidade que dela emana para a
realização da vontade coletiva, sempre renovada, dos cidadãos do mundo (We, the citizens of the world)”
(in: “Constituição universal como cultura prolegómenos para um tribunal constitucional internacional para
a democracia na sociedade da informação”, 2018, in: www.hotto os.com convenit29 index.htlïY
CAPÍTULO II
Direitos e deveres ambientais
Artigo 5.º
Direito ao ambiente
Nota 1: o art.º 66.º , n.º 1, da CRI), determina: “Todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio
e ecologicamente equilibrado e o dever de o defender.” E de saudar que, neste caso, a Constituição
portuguesa tenha associado um direito fundamental a um dever fundamental, exemplo que deveria ser
alargados a muitos outros direitos e liberdades fundamentais.
Nota 2: O ambiente necessita de uma proteção nacional, mas também internacional, pois a poluição e os
danos à natureza não conhecem frequentemente fronteiras. Como se sustentou, “o individual alia-se ao
coletivo, ao comum a todos os seres humanos, ao povo mundial, na sua unidade e diversidade, com as suas
tradições e vivências no tempo e no espaço, com as suas aspirações criadoras, portanto, orientadas para o
futuro; a união dos povos e a autoridade, a legitimidade e a responsabilidade que dela emana para a
realização da vontade coletiva, sempre renovada, dos cidadãos do mundo (We, the citizens of the world)”
(in: “Constituição universal como cultura prolegómenos para um tribunal constitucional internacional para
a democracia na sociedade da informação”, 2018, in: www.hotto os.com convenit29 index.htlïY
Artigo 6.º
Direitos procedimentais em matéria de ambiente
Artigo 7.º
Direitos processuais em matéria de ambiente
1 - A todos é reconhecido o direito à tutela plena e efetiva dos seus direitos e interesses
legalmente protegidos em matéria de ambiente.
2 - Em especial, os referidos direitos processuais incluem, nomeadamente:
a) O direito de ação para defesa de direitos subjetivos e interesses legalmente
protegidos, assim como para o exercício do direito de ação pública e de ação popular;
b) O direito a promover a prevenção, a cessação e a reparação de violações de bens e
valores ambientais da forma mais célere possível;
c) O direito a pedir a cessação imediata da atividade causadora de ameaça ou dano ao
ambiente, bem como a reposição da situação anterior e o pagamento da respetiva
indemnização, nos termos da lei.
Nota 1: Nos termos dos art.º 2.º, n.º 1, do CPTAF, “o princípio da tutela jurisdicional efetiva compreende
o direito de obter, em prazo razoável, e mediante um processo equitativo, uma decisão judicial que aprecie,
com força de caso julgado, cada pretensão regularmente deduzida em juízo, bem como a possibilidade de
a fazer executar e de obter as providências cautelares, antecipatórias ou conservatórias, destinadas a
assegurar o efeito útil da decisão.”
Nota 2: Nos termos do art.º 9.º , n.º 2, do CPTAF, têm legitimidade ativa “independentemente de ter
interesse pessoal na demanda, qualquer pessoa, bem como as associações e fundações defensoras dos
interesses em causa, as autarquias locais e o Ministério Público têm legitimidade para propor e intervir,
nos termos previstos na lei, em processos principais e cautelares destinados à defesa de valores e bens
constitucionalmente protegidos, como a saúde pública, o ambiente o urbanismo o ordenamento do território
a qualidade de vida o património cultural e os bens do Estado, das Regiões Autónomas e das autarquias
locais, assim como para promover a execução das correspondentes decisões jurisdicionais.”
Nota 3: Nos termos do art.º 3.º, al. x), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “prevenção” consiste na “adoção de medidas
antes de uma substância, material ou produto assumir a natureza de resíduo, destinadas a reduzir”:
I) a quantidade de resíduos produzidos, designadamente através da reutilização de produtos ou do
prolongamento do tempo de vida dos produtos; II) os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou III) o teor de substâncias nocivas presentes nos materiais e nos
produtos”
Artigo 8.º
Deveres ambientais
Artigo 9.º
Componentes
Artigo 10.º
Componentes ambientais naturais
A política de ambiente tem por objeto os componentes ambientais naturais, como o ar, a
água e o mar, a biodiversidade, o solo e o subsolo, a paisagem, e reconhece e valoriza a
importância dos recursos naturais e dos bens e serviços dos ecossistemas,
designadamente nos seguintes termos:
a) A gestão do ar visa preservar e melhorar a respetiva qualidade no meio ambiente,
garantir a sua boa qualidade no interior dos edifícios e reduzir e prevenir as disfunções
ambientais, de forma a minimizar os efeitos adversos para a saúde humana e para o
ambiente;
b) A proteção e a gestão dos recursos hídricos compreendem as águas superficiais e as
águas subterrâneas, os leitos e as margens, as zonas adjacentes, as zonas de infiltração
máxima e as zonas protegidas, e têm como objetivo alcançar o seu estado ótimo,
promovendo uma utilização sustentável baseada na salvaguarda do equilíbrio ecológico
dos recursos, seu aproveitamento e reutilização e considerando o valor social, ambiental
e económico da água, procurando, ainda, mitigar os efeitos das cheias e das secas
através do planeamento e da gestão dos recursos hídricos e hidrogeológicos. A proteção
e a gestão dos recursos hídricos visam também salvaguardar o direito humano,
consagrado pelas Nações Unidas, de acesso a água potável segura, bem como o acesso
universal ao saneamento, fundamental para a dignidade humana e um dos principais
mecanismos de proteção da qualidade dos recursos hídricos, assegurando ainda o
princípio da solidariedade intergeracional.
c) A política para o meio marinho, abrangendo a coluna de água, o solo e o subsolo
marinho, deve assegurar a sua gestão integrada, em estreita articulação com a gestão da
zona costeira, garantindo a proteção dos recursos e ecossistemas marinhos, o que
implica o condicionamento dos usos do mar suscetíveis de afetarem de forma nociva o
equilíbrio ecológico ou que impliquem risco ou dano grave para o ambiente, pessoas e
bens;
d) A conservação da natureza e da biodiversidade como dimensão fundamental do
desenvolvimento sustentável impõe a adoção das medidas necessárias para travar a
perda da biodiversidade, através da preservação dos habitats naturais e da fauna e da
flora no conjunto do território nacional, a proteção de zonas vulneráveis, bem como
através da rede fundamental de áreas protegidas, de importância estratégica neste
domínio;
e) A gestão do solo e do subsolo impõe a preservação da sua capacidade de uso, por
forma a desempenhar as respetivas funções ambientais, biológicas, económicas, sociais,
científicas e culturais, mediante a adoção de medidas que limitem ou que reduzam o
impacte das atividades antrópicas nos solos, que previnam a sua contaminação e
degradação e que promovam a sua recuperação, bem como que combatam e, se
Nota: A expressão “risco ou dano grave para o ambiente” é uma cláusula que integra do direito de polícia
administrativa cuja interpretação e aplicação cai sob o controlo jurisdicional pleno.
Artigo 11.º
Componentes associados a comportamentos humanos
Nota: A “perigosidade” dos resíduos situa-se no âmbito das matérias jurídico-policiais, cuja apreciação é
um poder vinculado e não discricionário. A “A avaliação e gestão do risco” referida na al. c) faz-se no
exercício de poderes vinculados e não discricionários.
Nos termos do art.º 11.º, al. m), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de prevenção” são “quaisquer medidas adotadas em resposta a um acontecimento, ato
ou omissão que tenha causado uma ameaça iminente de danos ambientais, destinadas a prevenir ou
minimizar ao máximo esses danos”.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. xx) do regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para o
ar (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 39/2018, de 11 de junho) “resíduos” são “quaisquer substâncias ou
objetos de que o detentor se desfaz ou tem a intenção ou a obrigação de se desfazer”.
Artigo 12.º
Execução da política de ambiente
Página 444 de 651
A política de ambiente deve estabelecer legislação específica para cada um dos
componentes identificados nos artigos anteriores, consentânea com as políticas
europeias e internacionais aplicáveis em cada domínio, com vista à definição de
objetivos e à aplicação de medidas específicas.
CAPÍTULO IV
Conciliação da política de ambiente com outras políticas sectoriais
Artigo 13.º
Transversalidade e integração
Capítulo V
Instrumentos da política de ambiente
Artigo 14.º
Instrumentos da política de ambiente
Artigo 15.º
Informação ambiental
Artigo 16.º
Instrumentos de planeamento
Artigo 17.º
Instrumentos económicos e financeiros
Nota 1: O princípio da responsabilidade ambiental foi desenvolvido por Hans JONAS, em 1979, in: Das
Prinzip Verantwort.ung, Versuch einer Ethik fiir die technologische Zivilisation, Frankfurt/M. O autor
definiu, na pág. 36, o princípio da responsabilidade ambiental nos seguintes termos: “age de maneira a que
as tuas ações não comprometam a existência de uma vida humana autêntica sobre a Terra”.
Artigo 18.º
Instrumentos de avaliação
Artigo 19.º
Artigo 20.º
Instrumentos de desempenho ambiental
Artigo 21.º
Controlo, fiscalização e inspeção
Artigo 22.º
Outros instrumentos
CAPÍTULO VI
Disposições finais
Artigo 23.º
Relatório e livro branco sobre o estado do ambiente
Artigo 24.º
Norma revogatória
Responsabilidade ambiental2
Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de julho
2
Nota 1: O princípio da responsabilidade ambiental foi desenvolvido por Hans JONAS, em 1979, in: Das
Prinzip Verantwort.ung, Versuch einer Ethik fiir die technologische Zivilisation, Frankfurt/M. O autor
definiu, na pág. 36, o princípio da responsabilidade ambiental nos seguintes termos: “age de maneira a que
as tuas ações não comprometam a existência de uma vida humana autêntica sobre a Terra”.
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Nos termos do art.º 11.º, al. n), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de reparação” são qualquer ação, ou conjunto de ações, incluindo medidas de carácter
provisório, com o objetivo de reparar, reabilitar ou substituir os recursos naturais e os serviços danificados
ou fornecer uma alternativa equivalente a esses recursos ou serviços, tal como previsto no anexo V ao
presente decreto-lei, do qual faz parte integrante”
Artigo 2.º
Âmbito de aplicação
Artigo 3.º
Responsabilidade das pessoas colectivas
Artigo 4.º
Comparticipação
Artigo 5.º
Nexo de causalidade
Artigo 6.º
Poluição de carácter difuso
As obrigações decorrentes dos artigos anteriores são aplicáveis aos danos causados em
virtude de uma lesão ambiental causada por poluição de carácter difuso quando seja
possível estabelecer um nexo de causalidade entre os danos e as actividades lesivas.
CAPÍTULO II
Responsabilidade civil
Artigo 7.º
Responsabilidade objectiva
Artigo 8.º
Quem, com dolo ou mera culpa, ofender direitos ou interesses alheios por via da lesão
de um componente ambiental fica obrigado a reparar os danos resultantes dessa ofensa.
Artigo 9.º
Culpa do lesado
A reparação a que haja lugar nos termos dos artigos anteriores pode ser reduzida ou
excluída, tendo em conta as circunstâncias do caso, quando um facto culposo do lesado
tiver concorrido para a produção ou agravamento do dano.
Nos termos do art.º 11.º, al. n), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de reparação” são qualquer ação, ou conjunto de ações, incluindo medidas de carácter
provisório, com o objetivo de reparar, reabilitar ou substituir os recursos naturais e os serviços danificados
ou fornecer uma alternativa equivalente a esses recursos ou serviços, tal como previsto no anexo V ao
presente decreto-lei, do qual faz parte integrante”
Artigo 10.º
Dupla reparação
1 — Os lesados referidos nos artigos anteriores não podem exigir reparação nem
indemnização pelos danos que invoquem na medida em que esses danos sejam reparados
nos termos do capítulo seguinte.
2 — As reclamações dos lesados em quaisquer processos ou procedimentos não exoneram
o operador responsável da adopção plena e efectiva das medidas de prevenção ou de
reparação que resultem da aplicação do presente decreto-lei nem impede a actuação
das autoridades administrativas para esse efeito.
Nos termos do art.º 11.º, al. n), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de reparação” são qualquer ação, ou conjunto de ações, incluindo medidas de carácter
provisório, com o objetivo de reparar, reabilitar ou substituir os recursos naturais e os serviços danificados
ou fornecer uma alternativa equivalente a esses recursos ou serviços, tal como previsto no anexo V ao
presente decreto-lei, do qual faz parte integrante”
CAPÍTULO III
Responsabilidade administrativa pela prevenção e
reparação de danos ambientais
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 11.º
Definições
Nos termos do art.º 3.º, al. m), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de setembro,
última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “eliminação” consiste em “qualquer operação que não
seja de valorização, nomeadamente as incluídas no anexo i do presente decreto-lei, ainda que se verifique
como consequência secundária a recuperação de substâncias ou de energia”.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. x), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “prevenção” consiste na “adoção de medidas
antes de uma substância, material ou produto assumir a natureza de resíduo, destinadas a reduzir”:
I) a quantidade de resíduos produzidos, designadamente através da reutilização de produtos ou do
prolongamento do tempo de vida dos produtos; II) os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou III) o teor de substâncias nocivas presentes nos materiais e nos
produtos”
SECÇÃO II
Obrigações de prevenção e reparação dos danos ambientais
Artigo 12.º
Responsabilidade objectiva
Nos termos do art.º 11.º, al. m), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de prevenção” são “quaisquer medidas adotadas em resposta a um acontecimento, ato
ou omissão que tenha causado uma ameaça iminente de danos ambientais, destinadas a prevenir ou
minimizar ao máximo esses danos”.
Nos termos do art.º 11.º, al. n), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de reparação” são qualquer ação, ou conjunto de ações, incluindo medidas de carácter
provisório, com o objetivo de reparar, reabilitar ou substituir os recursos naturais e os serviços danificados
ou fornecer uma alternativa equivalente a esses recursos ou serviços, tal como previsto no anexo V ao
presente decreto-lei, do qual faz parte integrante”
Artigo 13.º
Responsabilidade subjectiva
Artigo 14.º
Medidas de prevenção
Nos termos do art.º 11.º, al. m), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de prevenção” são “quaisquer medidas adotadas em resposta a um acontecimento, ato
ou omissão que tenha causado uma ameaça iminente de danos ambientais, destinadas a prevenir ou
minimizar ao máximo esses danos”.
Artigo 15.º
Medidas de reparação
1 — Sempre que ocorram danos ambientais, o operador responsável nos termos dos
artigos 12.º e 13.º do presente decreto-lei:
a) Informa obrigatoriamente e no prazo máximo de vinte e quatro horas a autoridade
competente de todos os factos relevantes dessa ocorrência e mantém actualizada a
informação prestada;
b) Adopta imediatamente e sem necessidade de notificação ou acto administrativo
prévio todas as medidas viáveis para imediatamente controlar, conter, eliminar ou
gerir os elementos contaminantes pertinentes e quaisquer outros factores danosos,
de forma a limitar ou prevenir novos danos ambientais, efeitos adversos para a
saúde humana ou novos danos aos serviços;
c) Adopta as medidas de reparação necessárias, de acordo com o disposto no artigo
seguinte.
2 — A adopção das medidas de reparação exigíveis nos termos do presente decreto-lei
é obrigatória, mesmo quando não hajam sido cumpridas as obrigações de prevenção
estabelecidas no artigo anterior.
3 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, a autoridade competente pode, em
qualquer momento:
a) Exigir que o operador forneça informações suplementares sobre os danos ocorridos;
b) Recolher, mediante uma inspecção, um inquérito ou qualquer outro meio adequado, as
informações necessárias para uma análise completa do acidente ao nível técnico,
organizativo e de gestão, com a colaboração de outras entidades públicas com atribuições
no domínio do ambiente, sempre que necessário;
c) Adoptar, dar instruções ou exigir ao operador que adopte todas as medidas viáveis para
imediatamente controlar, conter, eliminar ou de outra forma gerir os elementos
contaminantes pertinentes e quaisquer outros factores danosos, para limitar ou prevenir
novos danos ambientais e efeitos adversos para a saúde humana ou novos danos aos
serviços;
d) Exigir que o operador adopte as medidas de reparação necessárias;
e) Dar instruções obrigatórias ao operador quanto às medidas de reparação necessárias;
f) Executar subsidiariamente, a expensas do sujeito responsável, as medidas de reparação
necessárias quando a gravidade e as consequências dos danos assim o exijam.
Nos termos do art.º 11.º, al. n), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de reparação” são qualquer ação, ou conjunto de ações, incluindo medidas de carácter
provisório, com o objetivo de reparar, reabilitar ou substituir os recursos naturais e os serviços danificados
Artigo 16.º
Determinação das medidas de reparação
Nos termos do art.º 11.º, al. n), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de reparação” são qualquer ação, ou conjunto de ações, incluindo medidas de carácter
provisório, com o objetivo de reparar, reabilitar ou substituir os recursos naturais e os serviços danificados
ou fornecer uma alternativa equivalente a esses recursos ou serviços, tal como previsto no anexo V ao
presente decreto-lei, do qual faz parte integrante”
Artigo 17.º
Actuação directa da autoridade competente
Artigo 18.º
Artigo 19.º
Custos das medidas de prevenção e reparação
Nos termos do art.º 11.º, al. m), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de prevenção” são “quaisquer medidas adotadas em resposta a um acontecimento, ato
ou omissão que tenha causado uma ameaça iminente de danos ambientais, destinadas a prevenir ou
minimizar ao máximo esses danos”.
Artigo 20.º
Exclusão da obrigação de pagamento
1 — O operador não está obrigado ao pagamento dos custos das medidas de prevenção
ou de reparação adoptadas nos termos do presente decreto-lei, quando demonstre que o
dano ambiental ou a ameaça iminente desse dano:
a) Tenha sido causado por terceiros e ocorrido apesar de terem sido adoptadas as medidas
de segurança adequadas; ou
b) Resulte do cumprimento de uma ordem ou instrução emanadas de uma autoridade
pública que não seja uma ordem ou instrução resultante de uma emissão ou incidente
causado pela actividade do operador.
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o operador fica obrigado a adoptar e
executar as medidas de prevenção e reparação dos danos ambientais nos termos do
presente decreto-lei, gozando de direito de regresso, conforme o caso, sobre o terceiro
responsável ou sobre a entidade administrativa que tenha dado a ordem ou instrução.
3 — O operador não está ainda obrigado ao pagamento dos custos das medidas de
prevenção ou de reparação adoptadas nos termos do presente decreto-lei se demonstrar,
cumulativamente, que:
a) Não houve dolo ou negligência da sua parte;
b) O dano ambiental foi causado por:
i) Uma emissão ou um facto expressamente permitido ao abrigo de um dos actos
autorizadores identificados no anexo III ao presente decreto -lei e que respeitou as
condições estabelecidas para o efeito nesse acto autorizador e no regime jurídico aplicável
no momento da emissão ou facto causador do dano ao abrigo do qual o acto administrativo
é emitido ou conferido; ou
ii) Uma emissão, actividade ou qualquer forma de utilização de um produto no decurso
de uma actividade que não sejam consideradas susceptíveis de causar danos ambientais
de acordo com o estado do conhecimento científico e técnico no momento em que se
produziu a emissão ou se realizou a actividade.
Artigo 21.º
Prática de actos por meios electrónicos
SECÇÃO III
Garantias financeiras
Artigo 22.º
Garantia financeira obrigatória
Artigo 23.º
Fundo de Intervenção Ambiental
SECÇÃO IV
Danos transfronteiriços
Artigo 24.º
Danos transfronteiriços
1 — Sempre que ocorra um dano ambiental que afecte ou seja susceptível de afectar o
território de um outro Estado membro da União Europeia, a autoridade competente
informa imediatamente os membros do Governo responsáveis pelas áreas dos negócios
estrangeiros, do ambiente e, quando se justifique, da saúde.2 — Nos casos a que se refere
o número anterior, compete ao membro do Governo responsável pela área do ambiente,
em colaboração com a autoridade competente e através dos serviços competentes do
Ministério dos Negócios Estrangeiros, adoptar as seguintes medidas:
a) Facultar às autoridades competentes dos Estados membros afectados toda a informação
relevante para que estes possam adoptar as medidas que considerem oportunas;
b) Estabelecer os mecanismos de articulação com as autoridades competentes de outros
Estados membros, para facilitar a adopção de todas as medidas de prevenção e reparação
dos danos ambientais.
3 — Sempre que seja identificada em território nacional a ocorrência de um dano
ambiental, ou ameaça iminente do mesmo, que tenha origem em território de outro Estado
membro, compete à autoridade competente adoptar as seguintes medidas:
a) Informar a Comissão Europeia, bem como os demais Estados membros interessados;
b) Formular recomendações de medidas de prevenção ou reparação dirigidas às
autoridades competentes do Estado membro no qual se verifique a origem do dano ou da
ameaça iminente do mesmo;
c) Iniciar procedimento de recuperação dos custos gerados pela adopção das medidas de
prevenção ou reparação em conformidade com o disposto no presente decreto-lei.
Nos termos do art.º 11.º, al. m), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de prevenção” são “quaisquer medidas adotadas em resposta a um acontecimento, ato
ou omissão que tenha causado uma ameaça iminente de danos ambientais, destinadas a prevenir ou
minimizar ao máximo esses danos”.
CAPÍTULO IV
Fiscalização e regime contraordenacional
Artigo 25.º
Fiscalização
Nota: no caso do n.º 2, deste art.º 25.º, as autoridades policiais (leia-se: forças policiais) são chamadas
como órgãos auxiliares de execução coativa, pelo seu especial treino, equipamento e permanente
disponvilidade (as 24h do dia). Neste caso, em geral, as forças policiais atuam sob a direção da autoridade
solicitante, salvo quanto à forma técnica de intervir, domínio em que as forças policiais têm autonomia. Cf.
também o art.º 13.º, n.º 2, al. a), do Regime jurídico das CCDRs.
Artigo 26.º
Contraordenações
Nos termos do art.º 11.º, al. m), da Lei da responsabilidade ambiental (Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de
julho), “medidas de prevenção” são “quaisquer medidas adotadas em resposta a um acontecimento, ato
ou omissão que tenha causado uma ameaça iminente de danos ambientais, destinadas a prevenir ou
minimizar ao máximo esses danos”.
Artigo 27.º
Sanções acessórias e apreensão cautelar
Artigo 28.º
Instrução dos processos e aplicação das coimas
CAPÍTULO V
Disposições complementares, finais e transitórias
Artigo 29.º
Autoridade competente
Artigo 30.º
Prevalência
Artigo 31.º
Relatório
Artigo 32.º
Contagem dos prazos
Artigo 33.º
Prescrição
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. p) do regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para o ar
(aprovado pelo Decreto-Lei n.º 39/2018, de 11 de junho) “emissão” consiste na “descarga na atmosfera de
substâncias provenientes de fontes pontuais ou difusas com origem numa instalação”.
Artigo 34.º
Exigibilidade da garantia financeira obrigatória
Artigo 35.º
Aplicação no tempo
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. p) do regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para o ar
(aprovado pelo Decreto-Lei n.º 39/2018, de 11 de junho) “emissão” consiste na “descarga na atmosfera de
substâncias provenientes de fontes pontuais ou difusas com origem numa instalação”.
Artigo 36.º
Regiões Autónomas
O presente decreto-lei aplica -se às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, sem
prejuízo das necessárias adaptações à estrutura própria dos órgãos das respectivas
administrações regionais.
Artigo 37.º
Entrada em vigor
O presente decreto -lei entra em vigor no 1.º dia útil do mês seguinte ao da sua publicação.
Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 5 de Junho de 2008. — José Sócrates
Carvalho Pinto de Sousa — Luís Filipe Marques Amado — Fernando Teixeira dos Santos
— Alberto Bernardes Costa — Francisco Carlos da Graça Nunes Correia —Manuel
António Gomes de Almeida de Pinho — Ana Maria Teodoro Jorge.
Promulgado em 15 de Julho de 2008.Publique -se.
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA.
Referendado em 18 de Julho de 2008.
O Primeiro -Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa.
REGIME DE ACESSO À
Lei n.º 26/2016, de 22 de agosto (última alteração: Lei n.º 68/2021, de 26 de agosto)
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objeto
Artigo 2.º
Princípio da administração aberta
Artigo 3.º
Definições
Artigo 4.º
Âmbito de aplicação subjectivo
Artigo 5.º
Direito de acesso
1 - Todos, sem necessidade de enunciar qualquer interesse, têm direito de acesso aos
documentos administrativos, o qual compreende os direitos de consulta, de reprodução e
Artigo 6.º
Restrições ao direito de acesso
Artigo 7.º
Acesso e comunicação de dados de saúde
1 - O acesso à informação de saúde por parte do seu titular, ou de terceiros com o seu
consentimento ou nos termos da lei, é exercido por intermédio de médico se o titular da
informação o solicitar, com respeito pelo disposto na Lei n.º 12/2005, de 26 de janeiro.
2 - Na impossibilidade de apuramento da vontade do titular quanto ao acesso, o mesmo é
sempre realizado com intermediação de médico.
3 - No caso de acesso por terceiros mediante consentimento do titular dos dados, deve ser
comunicada apenas a informação expressamente abrangida pelo instrumento de
consentimento.
4 - Nos demais casos de acesso por terceiros, só pode ser transmitida a informação
estritamente necessária à realização do interesse direto, pessoal, legítimo e
constitucionalmente protegido que fundamenta o acesso.
Artigo 8.º
Uso ilegítimo de informações
Artigo 9.º
Responsável pelo acesso
Cada órgão ou entidade referida no n.º 1 do artigo 4.º deve designar um responsável pelo
cumprimento das disposições da presente lei, a quem compete nomeadamente organizar
e promover as obrigações de divulgação ativa de informação a que está vinculado o órgão
ou a entidade, acompanhar a tramitação dos pedidos de acesso e reutilização e estabelecer
Artigo 10.º
Divulgação ativa de informação
1 - Os órgãos e entidades a quem se aplica a presente lei publicitam nos seus sítios na
Internet, de forma periódica e atualizada, no mínimo semestralmente:
a) Os documentos administrativos, dados ou listas que os inventariem que entendam
disponibilizar livremente para acesso e reutilização nos termos da presente lei, sem
prejuízo do regime legal de proteção de dados pessoais;
b) O endereço eletrónico, local e horário para consulta presencial, modelo de
requerimento ou outro meio adequado através do qual podem ser remetidos os pedidos
de acesso e reutilização da informação e documentos abrangidos pela presente lei;
c) A informação cujo conhecimento seja relevante para garantir a transparência da
atividade relacionada com o seu funcionamento, pelo menos, a seguinte:
i) Planos de atividades, orçamentos, relatórios de atividades e contas, balanço social e
outros instrumentos de gestão similares;
ii) Composição dos seus órgãos de direção e fiscalização, organograma ou outro modelo
de orgânica interna;
iii) Todos os documentos, designadamente despachos normativos internos, circulares e
orientações, que comportem enquadramento estratégico da atividade administrativa;
iv) A enunciação de todos os documentos que comportem interpretação generalizadora
de direito positivo ou descrição genérica de procedimento administrativo, mencionando
designadamente o seu título, matéria, data, origem e local onde podem ser consultados.
d) As regras e as condições de reutilização da informação aplicáveis em cada caso.
2 - A informação administrativa disponível nos sítios na Internet a que se refere o
número anterior é indexada no sistema de pesquisa online de informação pública, nos
termos do artigo 49.º do Decreto-Lei n.º 135/99, de 22 de abril, alterado pelos Decretos-
Leis n.º s 29/2000, de 13 de março, 72-A/2010, de 18 de junho, e 73/2014, de 13 de
maio.
3 - A informação referida no presente artigo deve ser disponibilizada em formato aberto
e em termos que permitam o acesso aos conteúdos de forma não condicionada,
privilegiando-se a disponibilização em formatos legíveis por máquina, que permitam o
seu ulterior tratamento automatizado.
4 - A informação administrativa referida na alínea c) do n.º 1 deve permanecer
disponível durante dois anos ou, no caso das autarquias locais, pelo período
correspondente à duração de cada mandato, excluindo o período de vigência, quando
seja o caso, ou durante o tempo adequado à divulgação satisfatória dos seus conteúdos,
se superior.
5 - A divulgação ativa da informação deve acautelar o respeito pelas restrições de
acesso previstas na presente lei, devendo ter lugar a divulgação parcial sempre que seja
possível expurgar a informação relativa à matéria reservada.
6 - A aplicação do disposto no presente artigo é facultativa para as freguesias com
menos de 10 000 eleitores, com exceção do previsto na alínea c) do n.º 1.
Artigo 11.º
Divulgação ativa de informação relativa ao ambiente
CAPÍTULO II
Exercício do direito de acesso e de reutilização dos documentos administrativos
SECÇÃO I
Direito de acesso
Artigo 12.º
Pedido de acesso
1 - O acesso aos documentos administrativos deve ser solicitado por escrito, através de
requerimento que contenha os elementos essenciais à identificação do requerente,
designadamente o nome, dados de identificação pessoal ou coletiva, dados de contacto e
assinatura.
2 - O modelo de requerimento de pedido de acesso deve ser disponibilizado pelas
entidades no seu sítio na Internet.
3 - A entidade requerida pode também aceitar pedidos verbais, devendo fazê-lo nos
casos em que a lei o determine expressamente.
4 - A apresentação de queixa à CADA, nos termos da presente lei, pressupõe pedido
escrito de acesso ou, pelo menos, a formalização por escrito do indeferimento de pedido
verbal.
5 - Aos órgãos e entidades a quem se aplica a presente lei incumbe prestar assistência ao
público na identificação dos documentos e dados pretendidos, nomeadamente
Artigo 15.º
Resposta ao pedido de acesso
1 - A entidade a quem foi dirigido o requerimento de acesso a um documento
administrativo deve, no prazo de 10 dias:
a) Comunicar a data, local e modo para se efetivar a consulta, se requerida;
b) Emitir a reprodução ou certidão requeridas;
c) Comunicar por escrito as razões da recusa, total ou parcial, do acesso ao documento,
bem como quais as garantias de recurso administrativo e contencioso de que dispõe o
requerente contra essa decisão, nomeadamente a apresentação de queixa junto da
CADA e a intimação judicial da entidade requerida;
d) Informar que não possui o documento e, se souber qual a entidade que o detém,
remeter-lhe o requerimento, com conhecimento ao requerente;
e) Expor à CADA quaisquer dúvidas que tenha sobre a decisão a proferir, a fim de esta
entidade emitir parecer.
2 - No caso da alínea e) do número anterior, a entidade requerida deve informar o
requerente e enviar à CADA cópia do requerimento e de todas as informações e
Artigo 19.º-A
Artigo 20.º
Documentos excluídos
Não podem ser objeto de reutilização os documentos:
a) Decorrentes do exercício de uma atividade de gestão privada da entidade em causa;
b) Cujos direitos de propriedade intelectual sejam detidos por terceiros ou cuja
reprodução, difusão ou utilização possam configurar práticas de concorrência desleal;
c) Nominativos, salvo autorização do titular, disposição legal que a preveja
expressamente, fundamento legal ao abrigo da legislação aplicável em matéria de dados
pessoais para o seu tratamento ou quando os dados pessoais possam ser anonimizados
sem possibilidade de reversão, devendo nesse caso prever-se, no âmbito da autorização
concedida e nos termos do n.º 1 do artigo 23.º, medidas especiais de segurança
destinadas a proteger as categorias especiais dados, e em geral aqueles cujo acesso ou
reutilização seja excluído ou restrito por força do regime legal de proteção de dados
pessoais;
d) Que contenham apenas logótipos, brasões e insígnias;
e) Na posse de empresas públicas quando relacionados com atividades diretamente
expostas à concorrência;
f) Que contenham categorias especiais de dados em razão de:
i) Proteção da segurança interna ou defesa nacional;
ii) Confidencialidade de dados estatísticos;
iii) Confidencialidade de dados comerciais, nomeadamente, segredos comerciais,
profissionais ou empresariais;
g) Na posse de instituições culturais, exceto bibliotecas, incluindo bibliotecas de
estabelecimentos de ensino superior, museus e arquivos;
h) Na posse de estabelecimentos de educação de ensino básico e secundário, de
estabelecimentos de ensino superior e de estabelecimentos de investigação, incluindo
organizações criadas com vista à transferência de resultados de investigação, salvo
documentos de investigação, nos termos do artigo 27.º-B.
Artigo 21.º
Pedido de reutilização
Artigo 23.º
Condições de reutilização
Artigo 24.º
Publicidade
1 - As condições de reutilização e as taxas aplicáveis, incluindo o prazo, montante e
forma de pagamento e eventuais reduções ou isenções previstas, são preestabelecidas e
publicitadas, sempre que possível por via eletrónica, devendo ser indicada a base de
cálculo dos valores a cobrar, bem como os meios de tutela ao dispor do requerente no
caso de recusa da reutilização do documento.
2 - Os órgãos e entidades a quem se aplica a presente lei devem publicar no seu sítio na
Internet e afixar em lugar acessível ao público uma lista das taxas que cobram pelas
reproduções e certidões de documentos administrativos, bem como informação sobre as
isenções, reduções ou dispensas de pagamento aplicáveis.
3 - Nos casos em que a informação cuja reutilização seja requerida determinar, pela sua
relativa indisponibilidade, natureza ou complexidade, a aplicação de taxas que não
estejam predeterminadas, a entidade requerida informa previamente o requerente dos
fatores que são tidos em conta no cálculo dos valores a cobrar.
4 - Quando não tenham sido fixadas, predeterminadas ou publicitadas as taxas a aplicar,
e enquanto não o forem, a reutilização considera-se gratuita.
Artigo 25.º
Acordos de exclusividade
CAPÍTULO III
Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos
Artigo 28.º
Natureza
1 - A CADA é uma entidade administrativa independente, que funciona junto da
Assembleia da República, e a quem cabe zelar pelo cumprimento das disposições da
presente lei.
Artigo 37.º
Contraordenações
1 - Praticam contraordenação punível com coima as pessoas singulares ou coletivas que:
a) Reutilizem documentos do setor público sem autorização da entidade competente;
b) Reutilizem documentos do setor público sem observar as condições de reutilização
estabelecidas no n.º 1 do artigo 23.º;
c) Reutilizem documentos do setor público sem que tenham procedido ao pagamento do
valor previsto no n.º 2 do artigo 23.º
2 - As infrações previstas nas alíneas a) e c) do número anterior são puníveis com as
seguintes coimas:
a) Tratando-se de pessoa singular, no mínimo de 300 (euro) e no máximo de 3500 (euro);
b) Tratando-se de pessoa coletiva, no mínimo de 2500 (euro) e no máximo de 25 000
(euro).
3 - A infração prevista na alínea b) do n.º 1 é punível com as seguintes coimas:
a) Tratando-se de pessoa singular, no mínimo de 150 (euro) e no máximo de 1750 (euro);
b) Tratando-se de pessoa coletiva, no mínimo de 1250 (euro) e no máximo de 12 500
(euro).
4 - A tentativa é punível.
Artigo 38.º
Artigo 39.º
Destino das receitas cobradas
O montante das importâncias cobradas, em resultado da aplicação das coimas, reverte:
a) Em 40 % para a CADA;
Artigo 40.º
Omissão de dever
Sempre que a contraordenação resulte da omissão de um dever, a aplicação da sanção e
o pagamento da coima não dispensam o infrator do seu cumprimento, se este ainda for
possível.
Artigo 41.º
Impugnação Judicial
CONTRAORDENAÇÕES AMBIENTAIS
PARTE I
Da contraordenação e da coima
TÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Âmbito
1 - A presente lei estabelece o regime aplicável às contraordenações ambientais e do
ordenamento do território.
2 - Constitui contraordenação ambiental todo o facto ilícito e censurável que preencha
um tipo legal correspondente à violação de disposições legais e regulamentares
relativas ao ambiente que consagrem direitos ou imponham deveres, para o qual se
comine uma coima.
3 - Para efeitos do número anterior, considera-se como legislação e regulamentação
ambiental toda a que diga respeito às componentes ambientais naturais e humanas, tal
como enumeradas na Lei de Bases do Ambiente.
4 - Constitui contraordenação do ordenamento do território a violação dos planos
municipais e intermunicipais e das medidas preventivas, como tal previstas no título
V da parte I.
5 - Sem prejuízo do disposto no número anterior, a violação dos regulamentos de gestão
dos programas especiais constitui a prática de uma contraordenação ambiental, como tal
previstas nos respetivos regimes legais especiais.
Artigo 2.º
Regime
Artigo 3.º
Princípio da legalidade
Só é punido como contraordenação o facto descrito e declarado passível de coima por lei
anterior ao momento da sua prática.
Artigo 4.º
Aplicação no tempo
Artigo 5.º
Aplicação no espaço
Artigo 6.º
Momento da prática do facto
O facto considera-se praticado no momento em que o agente atuou ou, no caso de
omissão, deveria ter atuado, independentemente do momento em que o resultado típico
se tenha produzido.
Artigo 7.º
Lugar da prática do facto
Artigo 8.º
Responsabilidade pelas contraordenações
Artigo 9.º
Punibilidade por dolo e negligência
Artigo 10.º
Punibilidade da tentativa
Artigo 11.º
Responsabilidade solidária
Artigo 12.º
Erro sobre a ilicitude
1 - Age sem culpa quem atua sem consciência da ilicitude do facto, se o erro lhe não for
censurável.
2 - Se o erro lhe for censurável, a coima pode ser especialmente atenuada.
Artigo 13.º
Inimputabilidade em razão da idade
Artigo 14.º
Inimputabilidade em razão de anomalia psíquica
Artigo 15.º
Autoria
É punível como autor quem executar o facto, por si mesmo ou por intermédio de outrem,
ou tomar parte direta na sua execução, por acordo ou juntamente com outro ou outros, e
ainda quem, dolosamente, determinar outra pessoa à prática do facto, desde que haja
execução ou começo de execução.
Artigo 16.º
Cumplicidade
1 - É punível como cúmplice quem, dolosamente e por qualquer forma, prestar auxílio
material ou moral à prática por outrem de um facto doloso.
2 - É aplicável ao cúmplice a sanção fixada para o autor, especialmente atenuada.
Artigo 17.º
Comparticipação
1 - Se vários agentes comparticiparam no facto, qualquer deles incorre em
responsabilidade por contraordenação mesmo que a ilicitude ou o grau de ilicitude do
facto dependam de certas qualidades ou relações especiais do agente e estas só existam
num dos comparticipantes.
2 - Cada comparticipante é punido segundo a sua culpa, independentemente da punição
ou do grau de culpa dos outros comparticipantes.
TÍTULO II
Do direito de acesso e dos embargos administrativos
Artigo 18.º
Direito de acesso
Nota: no caso do n.º 2, al. a), as autoridades policiais (leia-se: forças policiais) são chamadas como
órgãos auxiliares de execução coativa, pelo seu especial treino, equipamento e permanente disponvilidade
(as 24h do dia). Neste caso, em geral, as forças policiais atuam sob a direção da autoridade solicitante,
salvo quanto à forma técnica de intervir, domínio em que as forças policiais têm autonomia.
Artigo 19.º
Embargos administrativos
TÍTULO III
Das coimas e das sanções acessórias
CAPÍTULO I
Da sanção aplicável
Artigo 20.º
Sanção aplicável
Artigo 20.º-A
Suspensão da sanção
Nota: A Lei Quadro das Contraordenações Ambientais (Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto, última
alteração dada pela Lei n.º 25/2019, de 26/03) define a contraordenação ambiental como “todo o facto
ilícito e censurável que preencha um tipo legal correspondente à violação de disposições legais e
regulamentares relativas ao ambiente que consagrem direitos ou imponham deveres, para o qual se comine
uma coima”.
CAPÍTULO II
Coimas
Artigo 21.º
Classificação das contraordenações
Nota: Jurisprudência
1. Acórdão da Relação de Lisboa de 17-02-2011
CONTRA-ORDENAÇÃO AMBIENTAL. ARMAZENAGEM DE RESÍDUOS.
RECOLHA DE RESÍDUOS. REENVIO PREJUDICIAL.
I - O conceito de armazenagem não pode ser coincidente com o de recolha, isto é, tem
que entender-se que a preparação de resíduos para o seu transporte, ainda que implique
deposição, mistura e mudança de transporte, não constitui armazenamento.
II - Armazenamento sujeito à licença é a deposição temporária e controlada de resíduos,
Artigo 22.º
Montantes das coimas
Nota: Nota: A Lei Quadro das Contra-Ordenações Ambientais (Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto, última
alteração dada pela Lei n.º 25/2019, de 26/03) define a contraordenação ambiental como “todo o facto
ilícito e censurável que preencha um tipo legal correspondente à violação de disposições legais e
regulamentares relativas ao ambiente que consagrem direitos ou imponham deveres, para o qual se
comine uma coima”.
Artigo 23.º
Critérios especiais de medida da coima
Artigo 23.º-A
Atenuação especial da coima
Artigo 23.º-B
Termos da atenuação especial
Sempre que houver lugar à atenuação especial da coima, os limites mínimos e máximos
da coima são reduzidos a metade.
Artigo 24.º
Cumprimento do dever omitido
Artigo 25.º
Ordens da autoridade administrativa
Artigo 26.º
Reincidência
1 - É punido como reincidente quem cometer uma infração muito grave ou grave,
depois de ter sido condenado por uma infração muito grave ou grave.
2 - (Revogado).
3 - A infração pela qual o agente tenha sido condenado não releva para efeitos de
reincidência se entre as duas infrações tiver decorrido o prazo de prescrição da primeira.
Artigo 27.º
Concurso de contraordenações
1 - Quem tiver praticado várias contraordenações é punido com uma coima cujo limite
máximo resulta da soma das coimas concretamente aplicadas às infrações em concurso.
2 - A coima a aplicar não pode exceder o dobro do limite máximo mais elevado das
contraordenações em concurso.
3 - A coima a aplicar não pode ser inferior à mais elevada das coimas concretamente
aplicadas às várias contraordenações.
Artigo 28.º
Concurso de infracções
CAPÍTULO III
Sanções acessórias
Artigo 29.º
Procedimento
Artigo 30.º
Sanções acessórias
Artigo 31.º
Pressupostos da aplicação das sanções acessórias
Artigo 32.º
Interdição e inibição do exercício da actividade
Artigo 33.º
Perda de objectos
Artigo 34.º
Perda do valor
Artigo 35.º
Efeitos da perda
Artigo 36.º
Perda independente de coima
Artigo 37.º
Objetos pertencentes a terceiro
Artigo 38.º
Publicidade da condenação
Artigo 39.º
Suspensão da sanção
(Revogado).
TÍTULO IV
Da prescrição
Artigo 40.º
Prescrição
TÍTULO V
Contraordenações do ordenamento do território
Artigo 40.º-A
Contraordenações por violação de planos territoriais
Artigo 40.º-B
Contraordenações por violação de programas especiais
Artigo 40.º-C
Competências para a fiscalização
Artigo 40.º-D
Competências para a instauração e decisão
TÍTULO I
Das medidas cautelares
Artigo 41.º
Determinação das medidas cautelares
Artigo 42.º
Apreensão cautelar
TÍTULO II
Do processo
CAPÍTULO I
Das notificações
Artigo 43.º
Notificações
Artigo 44.º
Notificações ao mandatário
1 - As notificações aos arguidos que tenham constituído mandatário são, sempre que
possível, feitas na pessoa deste e no seu domicílio profissional.
2 - Quando a notificação tenha em vista a convocação de testemunhas ou peritos, além
da notificação destes é ainda notificado o mandatário, indicando-se a data, o local e o
motivo da comparência.
3 - Para os efeitos do número anterior, o arguido, sempre que arrolar testemunhas, deve
fornecer todos os elementos necessários à sua notificação, designadamente indicar
corretamente a morada e o respetivo código postal relativo a cada uma delas.
4 - As notificações referidas nos números anteriores são feitas por carta registada, com
aviso de receção, aplicando-se às mesmas o disposto nos n.º s 3, 4 e 5 do artigo anterior.
CAPÍTULO II
Processamento
Artigo 45.º
Auto de notícia ou participação
Artigo 46.º
Elementos do auto de notícia e da participação
Artigo 47.º
Identificação pelas autoridades administrativas
Artigo 47.º-A
Advertência
Nota: A Lei Quadro das Contra-Ordenações Ambientais (Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto, última alteração
dada pela Lei n.º 25/2019, de 26/03) define a contraordenação ambiental como “todo o facto ilícito e
censurável que preencha um tipo legal correspondente à violação de disposições legais e regulamentares
relativas ao ambiente que consagrem direitos ou imponham deveres, para o qual se comine uma coima”.
Artigo 48.º
Instrução
Artigo 49.º
Direito de audiência e defesa do arguido
Artigo 49.º-A
Redução da coima
1 - No prazo máximo de 15 dias úteis após a notificação efetuada nos termos do n.º 1 do
artigo anterior, o arguido pode requerer a redução da coima relativa a contraordenações
leves e graves até 25 /prct. do montante mínimo legal.
2 - No prazo previsto no número anterior, o arguido pode requerer, também, o
pagamento faseado da coima até quatro prestações mensais, desde que comprove que a
sua situação económica não permite o pagamento da coima numa prestação única.
3 - A redução da coima e o pagamento faseado da coima só podem ter lugar se o
arguido comprovar, cumulativamente, as seguintes condições:
a) Que cessou a conduta ilícita, por ação ou omissão, objeto da contraordenação ou
contraordenações cuja prática lhe foi imputada;
b) Que não é reincidente.
4 - Para efeitos do n.º 1, é considerado como montante mínimo da coima o estabelecido
para os casos de negligência.
5 - Quando sejam apresentados pedidos nos termos dos n.º s 1 e 2, compete à autoridade
administrativa determinar o montante da redução da coima e o pagamento em
prestações, em função da situação económica do arguido.
6 - A coima deve ser paga nos 10 dias úteis posteriores à notificação para pagamento,
sob pena do respetivo procedimento contraordenacional prosseguir os seus trâmites
legais.
7 - O pagamento da coima nos termos do presente artigo equivale a condenação para
efeitos de reincidência, não excluindo a possibilidade de aplicação de sanções
acessórias.
8 - O não pagamento de qualquer das prestações, que tenham sido definidas em
conformidade com o disposto no presente artigo, dá lugar à prossecução do respetivo
procedimento contraordenacional.
9 - A apresentação do requerimento nos termos do n.º 1 não suspende o prazo previsto
no n.º 1 do artigo anterior.
1 - Quando se verifique que a coima ou as custas não foram pagas, decorrido o prazo
legal de pagamento, contado a partir da data em que a decisão se tornou definitiva, é
extraída certidão de dívida com base nos elementos constantes do processo de
contraordenação.
2 - A certidão de dívida contém os seguintes elementos:
a) Identificação do agente da infração, incluindo o nome completo ou denominação
social, a residência e o número do documento legal de identificação ou, quando se trate
de pessoa coletiva, o número de identificação fiscal e o domicílio fiscal;
b) Descrição da infração, incluindo dia, hora e local em que foi cometida;
c) Número do processo de contraordenação;
d) Proveniência da dívida e seu montante, especificando o montante da coima e o das
custas;
e) A data da decisão condenatória da coima ou custas, a data da sua notificação ao
devedor e a data em que a decisão condenatória se tornou definitiva;
f) Quaisquer outras indicações úteis para o eficaz seguimento da execução.
3 - A assinatura da certidão de dívida pode ser efetuada por assinatura autógrafa
autenticada com selo branco ou por assinatura digital qualificada com certificado
digital.
4 - A certidão de dívida serve de base à instrução do processo de execução a promover
pelos tribunais competentes, nos termos do regime geral das contraordenações.
Artigo 50.º
Comparência de testemunhas e peritos
Artigo 51.º
Ausência do arguido, das testemunhas e peritos
A falta de comparência do arguido, das testemunhas e peritos, devidamente notificados,
não obsta a que o processo de contraordenação siga os seus termos.
Artigo 52.º-A
Preclusão da impugnação
Artigo 53.º
Juros
Artigo 54.º
Pagamento voluntário da coima
Artigo 54.º-A
Pagamento da coima a prestações
TÍTULO III
Processo sumaríssimo
Artigo 56.º
Processo sumaríssimo
(Revogado).
TÍTULO IV
Custas
Artigo 57.º
Princípios gerais
Artigo 58.º
Encargos
Artigo 59.º
Impugnação das custas
Artigo 60.º
Execução de custas
Artigo 61.º
Prescrição do crédito de custas
PARTE III
Cadastro nacional
Artigo 62.º
Princípios
Artigo 63.º
Objeto
1 - O cadastro nacional tem por objeto o registo e o tratamento das sanções principais e
acessórias, bem como das medidas cautelares aplicadas em processo de contraordenação
e das decisões judiciais, relacionadas com aqueles processos, após decisão definitiva ou
trânsito em julgado.
2 - Estão ainda sujeitas a registo:
a) A suspensão das sanções;
b) A prorrogação da suspensão das sanções;
c) A revogação da decisão tomada no processo de contraordenação;
d) A advertência.
3 - O cadastro nacional é organizado em ficheiro central informatizado, dele devendo
constar:
a) A identificação da entidade que proferiu a decisão;
b) A identificação do arguido;
c) A data e a forma da decisão;
d) O conteúdo da decisão e dos preceitos aplicados;
e) O pagamento da coima e das custas do processo;
f) A eventual execução da coima e das custas do processo.
Artigo 64.º
Entidade responsável pelo cadastro nacional
Artigo 65.º
Registo individual
Artigo 66.º
Envio de dados
Artigo 67.º
Certificado de cadastro ambiental
1 - Todas as entidades que possam aceder aos dados constantes do cadastro devem
efetuar o seu pedido junto da Inspeção-Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e
Ordenamento do Território que, para o efeito, emite o certificado de cadastro ambiental
onde constem todas as informações de acordo com o artigo 63.º
2 - Pela emissão do certificado de cadastro ambiental é devida uma taxa nos termos a
definir por decreto-lei e cujo montante é fixado por portaria do ministro responsável
pela área do ambiente.
Artigo 68.º
Cancelamento definitivo
PARTE IV
Fundo de Intervenção Ambiental
Artigo 69.º
Criação
(Revogado.)
Artigo 70.º
Fundo Ambiental
O Fundo Ambiental arrecada parte das receitas provenientes das coimas aplicadas, nos
termos definidos no artigo 73.º, que se destinam à prossecução dos objetivos
estabelecidos no artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 42-A/2016, de 12 de agosto.
PARTE V
Disposições finais
Artigo 71.º-A
Instrução genérica de processos e aplicação de sanções
Quando a entidade autuante não tenha competência para instruir o processo o mesmo é
instruído e decidido pela Inspeção-Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento
do Território.
Artigo 72.º
Atualização das coimas
(Revogado).
Artigo 73.º
Destino das coimas
Artigo 74.º
Autoridade administrativa
Artigo 75.º
Reformatio in pejus
Artigo 75.º-A
Impugnação judicial de contraordenações
Caso o mesmo facto dê origem à aplicação, pela mesma entidade, de decisão por
contraordenação do ordenamento do território, prevista na presente lei, e por
contraordenação por violação de normas constantes do Regime Jurídico da Urbanização
e Edificação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, a apreciação da
impugnação judicial da decisão adotada pela autoridade administrativa compete aos
tribunais administrativos
Artigo 76.º
Salvaguarda do regime das contraordenações no âmbito do meio marinho
Artigo 77.º
Disposição transitória
(Revogado)
Artigo 1.º
Âmbito
Artigo 2.º
Domínio público hídrico
Artigo 3.º
Domínio público marítimo
Artigo 4.º
Titularidade do domínio público marítimo
Artigo 5.º
Domínio público lacustre e fluvial
Artigo 6.º
Titularidade do domínio público lacustre e fluvial
1 - O domínio público lacustre e fluvial pertence ao Estado ou, nas regiões autónomas,
à respetiva região.
2 - Sem prejuízo do domínio público do Estado e das regiões autónomas, pertencem ainda:
a) Ao domínio público hídrico do município os lagos e lagoas situados integralmente
em terrenos municipais ou em terrenos baldios e de logradouro comum municipal;
b) Ao domínio público hídrico das freguesias os lagos e lagoas situados integralmente
em terrenos das freguesias ou em terrenos baldios e de logradouro comum paroquiais.
3 - O disposto nos números anteriores deve entender-se sem prejuízo dos direitos
reconhecidos nas alíneas d), e) e f) do n.º 1 do artigo 1386.º e no artigo 1387.º do Código
Civil.
Nota 1: A Lei n.º 68/93, de 4 de setembro, define, no seu art.º 1.º, n.º 1, baldios como “os terrenos possuídos
e geridos por comunidades locais”. Estas comunidades locais são constituídas pelos respetivos universos
de compartes. E o n.º 3, do art.º 1.º, determina que os compartes, como “moradores de uma ou mais
freguesias ou parte delas, segundo os usos e costumes, têm direito ao uso e fruição do baldio”.
Nota 2: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define o “logradouro” como “um espaço ao ar livre, destinado a funções de estadia, recreio e lazer,
privado, de utilização coletiva ou de utilização comum, e adjacente ou integrado num edifício ou conjunto
de edifícios”.
Artigo 7.º
Domínio público hídrico das restantes águas
Artigo 8.º
Titularidade do domínio público hídrico das restantes águas
1 - O domínio público hídrico das restantes águas pertence ao Estado ou, nas regiões
autónomas, à região, no caso de os terrenos públicos mencionados nas alíneas a) e c) do
artigo anterior pertencerem ao Estado ou à região, ou no caso de ter cabido ao Estado
ou à região a construção das fontes públicas.
Nota: A Lei n.º 68/93, de 4 de setembro, define, no seu art.º 1.º, n.º 1, baldios como “os terrenos possuídos
e geridos por comunidades locais”. Estas comunidades locais são constituídas pelos respetivos universos
de compartes. E o n.º 3, do art.º 1.º, determina que os compartes, como “moradores de uma ou mais
freguesias ou parte delas, segundo os usos e costumes, têm direito ao uso e fruição do baldio”.
Artigo 9.º
Administração do domínio público hídrico
1 - O domínio público hídrico pode ser afeto por lei à administração de entidades de
direito público encarregadas da prossecução de atribuições de interesse público a que
ficam afetos, sem prejuízo da jurisdição da autoridade nacional da água.
2 - A gestão de bens do domínio público hídrico por entidades de direito privado só
pode ser desenvolvida ao abrigo de um título de utilização, emitido pela autoridade
pública competente para o respetivo licenciamento.
Artigo 10.º
Noção de leito; seus limites
1 - Entende-se por leito o terreno coberto pelas águas quando não influenciadas por cheias
extraordinárias, inundações ou tempestades. No leito compreendem-se os mouchões,
lodeiros e areais nele formados por deposição aluvial.
2 - O leito das águas do mar, bem como das demais águas sujeitas à influência das marés,
é limitado pela linha da máxima preia-mar de águas vivas equinociais. Essa linha é
definida, para cada local, em função do espraiamento das vagas em condições médias de
agitação do mar, no primeiro caso, e em condições de cheias médias, no segundo.
3 - O leito das restantes águas é limitado pela linha que corresponder à estrema dos
terrenos que as águas cobrem em condições de cheias médias, sem transbordar para o solo
natural, habitualmente enxuto. Essa linha é definida, conforme os casos, pela aresta ou
crista superior do talude marginal ou pelo alinhamento da aresta ou crista do talude
molhado das motas, cômoros, valados, tapadas ou muros marginais.
1 - Entende-se por margem uma faixa de terreno contígua ou sobranceira à linha que
limita o leito das águas.
2 - A margem das águas do mar, bem como a das águas navegáveis ou flutuáveis
sujeitas à jurisdição dos órgãos locais da Direção-Geral da Autoridade Marítima ou das
autoridades portuárias, tem a largura de 50 m.
3 - A margem das restantes águas navegáveis ou flutuáveis, bem como das albufeiras
públicas de serviço público, tem a largura de 30 m.
4 - A margem das águas não navegáveis nem flutuáveis, nomeadamente torrentes,
barrancos e córregos de caudal descontínuo, tem a largura de 10 m.
5 - Quando tiver natureza de praia em extensão superior à estabelecida nos números
anteriores, a margem estende-se até onde o terreno apresentar tal natureza.
6 - A largura da margem conta-se a partir da linha limite do leito. Se, porém, esta linha
atingir arribas alcantiladas, a largura da margem é contada a partir da crista do alcantil.
7 - Nas regiões autónomas, se a margem atingir uma estrada regional ou municipal
existente, a sua largura só se estende até essa via.
Artigo 12.º
Leitos e margens privados de águas públicas
Nota: A desafetação corresponde à cessação da utilidade pública e do regime jurídico do domínio público.
A desafetação é, por vezes, (impropriamente) designada de desclassificação. Porém, a desclassificação é
mais abrangente, na medida em que corresponde ao ato inverso da classificação de uma coisa (como de
valor histórico, de valor arquitetónico, de valor monumental, etc.). O ato da lei ou da Administração que
desclassifica um a coisa declara que essa coisa deixou de possuir as caraterísticas próprios da categoria de
bens dominiais a que pertencia. A desclassificação pode ser explícita ou implícita.
Artigo 13.º
Recuo das águas
Os leitos dominiais que forem abandonados pelas águas, ou lhes forem conquistados, não
acrescem às parcelas privadas da margem que porventura lhes sejam contíguas,
Artigo 14.º
Avanço das águas
Artigo 15.º
Reconhecimento de direitos adquiridos por particulares sobre
parcelas de leitos e margens públicos
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos técnicos para a área do urbanismo (de setembro de
2019) define “área urbana consolidada” como “uma área de solo urbano que se encontra estabilizada em
termos de morfologia urbana e de infraestruturação e está edificada em, pelo menos, dois terços da área
total do solo destinado a edificação”.
Artigo 16.º
Constituição de propriedade pública sobre parcelas
privadas de leitos e margens de águas públicas
1 - Em caso de alienação, voluntária ou forçada, por ato entre vivos, de quaisquer parcelas
privadas de leitos ou margens públicos, o Estado ou as regiões autónomas gozam do
direito de preferência, nos termos dos artigos 416.º a 418.º e 1410.º do Código Civil,
podendo a preferência exercer-se, sendo caso disso, apenas sobre a fração do prédio que
se integre no leito ou na margem.
2 - O Estado ou as regiões autónomas podem proceder à expropriação por utilidade
pública de quaisquer parcelas privadas de leitos ou margens públicos sempre que isso se
mostre necessário para submeter ao regime da dominialidade pública todas as parcelas
privadas existentes em certa zona.
3 - Os terrenos adquiridos pelo Estado ou pelas regiões autónomas de harmonia com o
disposto neste artigo ficam automaticamente integrados no seu domínio público.
Artigo 17.º
Delimitação
Artigo 18.º
Águas patrimoniais e águas particulares
1 - Todos os recursos hídricos que não pertencerem ao domínio público podem ser
objeto do comércio jurídico privado e são regulados pela lei civil, designando-se como
águas ou recursos hídricos patrimoniais.
2 - Os recursos hídricos patrimoniais podem pertencer, de acordo com a lei civil, a
entes públicos ou privados, designando-se neste último caso como águas ou recursos
hídricos particulares.
3 - Constituem designadamente recursos hídricos particulares aqueles que, nos termos
da lei civil, assim sejam caracterizados, salvo se, por força dos preceitos anteriores,
deverem considerar-se integrados no domínio público.
Artigo 19.º
Desafetação
Mediante despacho dos membros do Governo responsáveis pela área das finanças, pela
área a que o imóvel está afeto e pela área da defesa nacional, podeser desafetada do
domínio público qualquer parcela do leito ou da margem que deva deixar de ser afeto
exclusivamente ao interesse público do uso das águas que serve, passando a mesma, por
esse facto, a integrar o património do ente público a que estava afeto.
Nota 1: Segundo Marcelo Caetano a afetação é “o acto ou prática que consagra a coisa à produção
efectiva de utilidade pública” (Direito Administrativo, 1990: 922 e 923). A desafetação (do domínio
público) é, como inverso da afetação, o ato, da lei ou da Administração, de retirar ou subtrair a utilidade
pública de determinada coisa, retirando-a do regime jurídico do domínio público.
Artigo 20.º
Classificação e registo
Artigo 21.º
Servidões administrativas sobre parcelas privadas de leitos e
margens de águas públicas
Artigo 22.º
Zonas ameaçadas pelo mar
1 - Sempre que se preveja tecnicamente o avanço das águas do mar sobre terrenos
particulares situados além da margem, pode o Governo, por iniciativa da autoridade
nacional da água, ou do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, I. P., no
caso de áreas classificadas ou sujeitas ao regime florestal, ou os Governos Regionais das
respetivas regiões autónomas, classificar a área em causa como zona adjacente.
2 - A classificação de uma área ameaçada pelo mar como zona adjacente é feita por
portaria do membro do Governo responsável pelas áreas do ambiente e da conservação
da natureza, ouvidos os órgãos locais da Direção-Geral da Autoridade Marítima em
Artigo 23.º
Zonas ameaçadas pelas cheias
Artigo 24.º
Zonas adjacentes
1 - Entende-se por zona adjacente às águas públicas toda a área contígua à margem que
como tal seja classificada por se encontrar ameaçada pelo mar ou pelas cheias.
2 - As zonas adjacentes estendem-se desde o limite da margem até uma linha
convencional definida para cada caso no diploma de classificação, que corresponde à
linha alcançada pela maior cheia, com período de retorno de 100 anos, ou à maior cheia
conhecida, no caso de não existirem dados que permitam identificar a anterior.
3 - As zonas adjacentes mantêm-se sobre propriedade privada ainda que sujeitas a
restrições de utilidade pública.
4 - O ónus real resultante da classificação de uma área como zona adjacente é sujeito a
registo, nos termos e para efeitos do Código do Registo Predial.
5 - Nas regiões autónomas, se a linha limite do leito atingir uma estrada regional ou
municipal, a zona adjacente estende-se desde o limite do leito até à linha convencional
definida no decreto de classificação.
1 - Nas zonas adjacentes pode o diploma que procede à classificação definir áreas de
ocupação edificada proibida e ou áreas de ocupação edificada condicionada, devendo
neste último caso definir as regras a observar pela ocupação edificada.
2 - Nas áreas delimitadas como zona de ocupação edificada proibida é interdito:
a) Destruir o revestimento vegetal ou alterar o relevo natural, com exceção da prática de
culturas tradicionalmente integradas em explorações agrícolas;
b) Instalar vazadouros, lixeiras, parques de sucata ou quaisquer outros depósitos de
materiais;
c) Realizar construções, construir edifícios ou executar obras suscetíveis de constituir
obstrução à livre passagem das águas;
d) Dividir a propriedade em áreas inferiores à unidade mínima de cultura.
3 - Nas áreas referidas no número anterior, a implantação de infraestruturas
indispensáveis, ou a realização de obras de correção hidráulica, depende de licença
concedida pela autoridade a quem cabe o licenciamento da utilização dos recursos
hídricos na área em causa.
4 - Podem as áreas referidas no n.º 1 ser utilizadas para instalação de equipamentos de
lazer desde que não impliquem a construção de edifícios, mediante autorização de
utilização concedida pela autoridade a quem cabe o licenciamento da utilização dos
recursos hídricos na área em causa.
5 - Nas áreas delimitadas como zonas de ocupação edificada condicionada só é
permitida a construção de edifícios mediante autorização de utilização dos recursos
hídricos afetados e desde que:
a) Tais edifícios constituam complemento indispensável de outros já existentes e
devidamente licenciados ou que se encontrem inseridos em planos já aprovados; e, além
disso,
b) Os efeitos das cheias sejam minimizados através de normas específicas, sistemas de
proteção e drenagem e medidas para a manutenção e recuperação de condições de
permeabilidade dos solos.
6 - As cotas dos pisos inferiores dos edifícios construídos nas áreas referidas no número
anterior devem ser sempre superiores às cotas previstas para a cheia com período de
retorno de 100 anos, devendo este requisito ser expressamente referido no respetivo
processo de licenciamento.
7 - São nulos e de nenhum efeito todos os atos ou licenciamentos que desrespeitem
o regime referido nos números anteriores.
8 - As ações de fiscalização e a execução de obras de conservação e regularização a
realizar nas zonas adjacentes podem ser efetuadas pelas autarquias, ou pelas
autoridades marítimas ou portuárias, a solicitação e por delegação das autoridades
competentes para a fiscalização da utilização dos recursos hídricos.
9 - A aprovação de planos de urbanização ou de contratos de urbanização bem como o
licenciamento de quaisquer operações urbanísticas ou de loteamento urbano, ou de
quaisquer obras ou edificações relativas a áreas contíguas ao mar ou a cursos de água
que não estejam ainda classificadas como zonas adjacentes, carecem de parecer
favorável da autoridade competente para o licenciamento de utilização de recursos
hídricos quando estejam dentro do limite da cheia com período de retorno de 100 anos
ou de uma faixa de 100 m para cada lado da linha da margem do curso de água quando
se desconheça aquele limite.
10 - A autoridade competente para o licenciamento do uso de recursos hídricos na
Artigo 26.º
Contraordenações
1 - A violação do disposto no artigo 25.º por parte dos proprietários, dos titulares de
outros direitos reais de uso e fruição sobre os prédios, ou dos arrendatários, seus
comissários ou mandatários, é punível como contraordenação, cabendo à autoridade
competente para o licenciamento de utilização dos recursos hídricos na área em causa a
instrução do processo, o levantamento dos autos e a aplicação das coimas.
2 - O montante das coimas é graduado entre o mínimo e o máximo fixados pela Lei da
Água.
3 - O produto das coimas aplicadas ao abrigo da presente lei é repartido da seguinte
forma:
a) 55 /prct. para o Estado;
b) 35 /prct. para a autoridade que a aplique;
c) 10 /prct. para a entidade autuante.
4 - A tentativa e a negligência são sempre puníveis.
Artigo 27.º
Expropriações
Artigo 28.º
Aplicação nas regiões autónomas
Artigo 29.º
Norma revogatória
São revogados o artigo 1.º do Decreto n.º 5787-IIII, de 18 de maio de 1919, e os capítulos
I e II do Decreto-Lei n.º 468/71, de 5 de novembro.
Artigo 30.º
Entrada em vigor
LEI DA ÁGUA
(Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, na última versão dada pela
Lei n.º 82/2023, de 29/12)
Aprova a Lei da Água, transpondo para a ordem jurídica nacional a Directiva n.º
2000/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 23 de Outubro, e
estabelecendo as bases e o quadro institucional para a gestão sustentável das águas.
A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da
Constituição, o seguinte:
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objetivos
1 - A presente lei estabelece o enquadramento para a gestão das águas superficiais,
designadamente as águas interiores, de transição e costeiras, e das águas subterrâneas,
de forma a:
a) Evitar a continuação da degradação e proteger e melhorar o estado dos
ecossistemas aquáticos e também dos ecossistemas terrestres e zonas húmidas
diretamente dependentes dos ecossistemas aquáticos, no que respeita às suas
necessidades de água;
b) Promover uma utilização sustentável de água, baseada numa proteção a longo
Nota: A Agência Portuguesa do Ambiente, I. P., tem por missão, “propor, desenvolver e acompanhar a
gestão integrada e participada das políticas de ambiente e de desenvolvimento sustentável”. Ela exerce,
nomeadamente, funções de Autoridade Nacional da Água, de Autoridade Nacional de Segurança de
Barragens, de Autoridade Nacional de Resíduos, de Autoridade Nacional para a Prevenção e Controlo
Integrados da Poluição, de Autoridade Nacional de Avaliação de Impacte Ambiental e de Autoridade de
Avaliação Ambiental Estratégica de Planos e Programas, de autoridade competente para o regime de
responsabilidade ambiental.
Artigo 8.º
Autoridade nacional da água
1 - À autoridade nacional da água compete assegurar a nível nacional a gestão das águas
e garantir a consecução dos objetivos da presente lei, além de garantir a representação
internacional do Estado neste domínio.
2 - Compete, nomeadamente, à autoridade nacional da água:
a) Promover a proteção e o planeamento das águas, através da elaboração e execução
do plano nacional da água, dos planos de gestão de bacia hidrográfica e dos planos
específicos de gestão de águas, e assegurar a sua revisão periódica;
b) Promover o ordenamento adequado dos usos das águas através da elaboração e
execução dos planos de ordenamento das albufeiras de águas públicas, dos planos de
ordenamento dos estuários e dos planos de ordenamento da orla costeira, e assegurar a
sua revisão periódica;
c) Garantir a monitorização a nível nacional, coordenando tecnicamente os
procedimentos e as metodologias a observar;
d) Promover e avaliar os projetos de infraestruturas hidráulicas;
e) Inventariar as infraestruturas hidráulicas existentes que possam ser qualificadas como
empreendimentos de fins múltiplos e propor o modelo a adotar para o seu financiamento
e gestão;
f) Assegurar que a realização dos objetivos ambientais e dos programas de medidas
especificadas nos planos de gestão de bacia hidrográfica seja coordenada para a
totalidade de cada região hidrográfica;
Página 541 de 651
g) Definir a metodologia e garantir a realização de análise das características de cada
região hidrográfica e assegurar a sua revisão periódica;
h) Definir a metodologia e garantir a realização de análise das incidências das atividades
humanas sobre o estado das águas e garantir a sua revisão periódica;
i) Definir a metodologia e garantir a realização de análise económica das utilizações da
água, assegurar a sua revisão periódica e garantir a sua observância nos planos de gestão
de bacia hidrográfica;
j) Garantir que se proceda ao registo das zonas protegidas em cada região hidrográfica e
garantir a sua revisão periódica;
k) Instituir e manter atualizado o sistema nacional de informação dos recursos
hídricos;
l) Garantir a aplicação do regime económico e financeiro dos recursos hídricos;
m) Pronunciar-se sobre programas específicos de prevenção e combate a acidentes
graves de poluição, em articulação com a Autoridade Nacional de Proteção Civil e
outras entidades competentes;
n) Declarar a situação de alerta em caso de seca e iniciar, em articulação com as
entidades competentes e os principais utilizadores, as medidas de informação e atuação
recomendadas;
o) Promover o uso eficiente da água através da implementação de um programa de
medidas preventivas aplicáveis em situação normal e medidas imperativas aplicáveis em
situação de secas;
p) Aplicar medidas para redução de caudais de cheia e criar sistemas de alerta para
salvaguarda de pessoas e bens;
q) Estabelecer critérios e procedimentos normativos a adotar para a regularização de
caudais ao longo das linhas de águas em situações normais e extremas, através das
necessárias infraestruturas;
r) Inventariar e manter o registo do domínio público hídrico;
s) Decidir sobre a emissão e emitir títulos de utilização dos recursos hídricos e fiscalizar
essa utilização;
t) Promover a requalificação e valorização dos recursos hídricos e a sistematização
fluvial;
u) Aprovar os programas de segurança de barragens, delimitar as zonas de risco e
garantir a aplicação do Regulamento de Segurança de Barragens;
v) Promover a divulgação junto das entidades públicas, incluindo as entidades regionais
a que se refere o artigo 101.º, de toda a informação necessária ao cumprimento do
disposto na presente lei, nomeadamente toda a informação necessária a assegurar o
cumprimento das obrigações impostas pela Diretiva n.º 2000/60/CE, do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 23 de outubro.
3 - A autoridade nacional da água, na medida em que tal se revele necessário ao
cumprimento das suas obrigações como garante da aplicação da presente lei, deve:
a) (Revogada.)
b) (Revogada.)
c) Solicitar aos restantes organismos públicos dotados de atribuições no domínio hídrico
informação sobre o desempenho das competências dos seus órgãos com vista à
aplicação da presente lei;
d) (Revogada.)
e) (Revogada.)
Página 542 de 651
f) (Revogada.)
g) Propor ao Governo a aprovação dos atos legislativos e regulamentares que se revelem
necessários ou convenientes;
h) Celebrar com outros organismos públicos e com utilizadores dos recursos hídricos os
contratos-programa necessários à prossecução das suas atribuições;
i) Definir uma estratégia e critérios para o estabelecimento de parcerias no setor dos
recursos hídricos, incluindo os mecanismos de aplicação e acompanhamento.
4 - Podem ser delegadas total ou parcialmente pela APA, I. P., através do seu órgão
diretivo, nos termos da lei, as seguintes competências nos órgãos das entidades a seguir
indicadas, mediante a prévia celebração de protocolos ou contratos de parceria:
a) Nas autarquias, poderes de licenciamento e fiscalização de utilização de águas e
poderes para elaboração e execução de planos específicos de gestão das águas ou
programas de medidas previstas nos artigos 30.º e 32.º;
b) Nas associações de utilizadores e em concessionários de utilização de recursos
hídricos, poderes para elaboração e execução de planos específicos de gestão das águas
ou para a elaboração e execução de programas de medidas previstas nos artigos 30.º e
32.º
5 - A APA, I. P., pode celebrar contratos-programa com qualquer das entidades
indicadas no número anterior com vista a garantir a execução das medidas previstas nos
artigos 30.º e 32.º que tais entidades hajam acordado executar por delegação da APA, I.
P.
Artigo 9.º
Administrações das regiões hidrográficas
(Revogado.)
Artigo 10.º
Comissões de coordenação e desenvolvimento regional
1 - As CCDR são os órgãos desconcentrados do Ministério da Agricultura, do Mar, do
Ambiente e do Ordenamento do Território a quem cabe, em termos regionais:
a) A proteção e valorização das componentes ambientais das águas integradas na
ponderação global de tais componentes através dos instrumentos de gestão territorial;
b) O exercício das competências coordenadoras que lhe são atribuídas por lei no
domínio da prevenção e controlo integrados da poluição.
2 - Para os efeitos previstos no número anterior, as CCDR contam com a necessária
colaboração técnica da autoridade nacional da água.
Artigo 11.º
Conselho Nacional da Água
1 - O CNA é o órgão de consulta do Governo no domínio das águas, no qual estão
representados os organismos da Administração Pública e as organizações profissionais,
científicas, sectoriais e não governamentais mais representativas e relacionadas com a
matéria da água.
2 - Ao CNA cabe em geral apreciar e acompanhar a elaboração do Plano Nacional da
Água, dos planos de gestão de bacia hidrográfica e outros planos e projetos relevantes
para as águas, formular ou apreciar opções estratégicas para a gestão sustentável das
SECÇÃO I
Disposições gerais
Artigo 14.º
Princípio
1 - O ordenamento e planeamento dos recursos hídricos visam compatibilizar, de forma
integrada, a utilização sustentável desses recursos com a sua proteção e valorização,
bem como com a proteção de pessoas e bens contra fenómenos extremos associados às
águas.
2 - Devem ser planeadas e reguladas as utilizações dos recursos hídricos das zonas que
com eles confinam de modo a proteger a quantidade e a qualidade das águas, os
ecossistemas aquáticos e os recursos sedimentológicos.
Artigo 15.º
Âmbito de intervenção
Nos termos do art.º 3.º, al. j), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de setembro,
última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “descontaminação de solos” consiste no “o
procedimento de remoção da fonte de contaminação e o confinamento, tratamento, in situ ou ex situ,
conducente à remoção e ou à redução de agentes poluentes nos solos, bem como à eliminação ou
diminuição dos efeitos por estes causados”.
Artigo 21.º
Planos de ordenamento da orla costeira
1 - Os Planos de ordenamento da orla costeira têm por objeto as águas marítimas
costeiras e interiores e os respetivos leitos e margens, assim como as faixas de proteção
marítima e terrestre, definidas em legislação específica ou no âmbito de cada plano.
2 - Os planos de ordenamento da orla costeira estabelecem opções estratégicas para a
proteção e integridade biofísica da área envolvida, com a valorização dos recursos
naturais e a conservação dos seus valores ambientais e paisagísticos, e, nomeadamente:
a) Ordenam os diferentes usos e atividades específicas da orla costeira;
b) Classificam as praias e disciplinam o uso das praias especificamente vocacionadas
para uso balnear;
c) Valorizam e qualificam as praias, dunas e falésias consideradas estratégicas por
motivos ambientais e turísticos;
d) Enquadram o desenvolvimento das atividades específicas da orla costeira e o
respetivo saneamento básico;
e) Asseguram os equilíbrios morfodinâmicos e a defesa e conservação dos ecossistemas
litorais.
3 - Os planos de ordenamento da orla costeira são regulados por legislação específica.
Artigo 22.º
Planos de ordenamento dos estuários
1 - Os planos de ordenamento dos estuários visam a proteção das suas águas, leitos e
margens e dos ecossistemas que as habitam, assim como a valorização social,
económica e ambiental da orla terrestre envolvente, e, nomeadamente:
a) Asseguram a gestão integrada das águas de transição com as águas interiores e
costeiras confinantes, bem como dos respetivos sedimentos;
b) Preservam e recuperam as espécies aquáticas e ribeirinhas protegidas e os respetivos
habitats;
c) Ordenam a ocupação da orla estuarina e salvaguardam os locais de especial interesse
urbano, recreativo, turístico e paisagístico;
d) Indicam os usos permitidos e as condições a respeitar pelas várias atividades
industriais e de transportes implantadas em torno do estuário.
Nota: O Decreto Regulamentar que define os conceitos fundamentais do urbanismo (de setembro de
2019), define o “índice de utilização do solo” (Iu) como “o quociente entre a área total de construção
(∑Ac) e a área de solo (As) a que o índice diz respeito”.
Artigo 44.º
Estado de emergência ambiental
1 - Em caso de catástrofes naturais ou acidentes provocados pelo homem que
danifiquem ou causem um perigo muito significativo de danificação grave e irreparável,
da saúde humana, da segurança de pessoas e bens e do estado de qualidade das águas,
pode o Primeiro-Ministro declarar, em todo ou em parte do território nacional, o estado
de emergência ambiental, sob proposta do membro do Governo responsável pela área
do ambiente, se não for possível repor o estado anterior pelos meios normais.
Página 561 de 651
2 - Caso seja declarado o estado de emergência ambiental nos termos do número
anterior, é criado um conselho de emergência ambiental, presidido pelo membro do
Governo responsável pela área do ambiente, composto pelas entidades por este
nomeadas que, em função das circunstâncias excecionais verificadas, possam contribuir
para a reposição do estado ecológico anterior ou para a diminuição dos riscos e danos
criados.
3 - No período de vigência do estado de emergência ambiental, a autoridade nacional da
água pode:
a) Suspender a execução de instrumentos de planeamento das águas;
b) Suspender atos que autorizam utilizações dos recursos hídricos;
c) Modificar, no respeito pelo princípio da proporcionalidade e atendendo à duração do
estado de emergência ambiental, o conteúdo dos atos que autorizam utilizações dos
recursos hídricos;
d) Definir prioridades de utilização dos recursos hídricos, derrogando a hierarquia
estabelecida na lei ou nos instrumentos de planeamento das águas;
e) Impor comportamentos ou aplicar medidas cautelares de resposta aos riscos
ecológicos;
f) Apresentar recomendações aos utilizadores dos recursos hídricos e informar o público
acerca da evolução do risco.
4 - Os atos de emergência ambiental referidos no número anterior devem ser ratificados
pelo membro do Governo responsável pela área do ambiente.
5 - O estado de emergência ambiental tem a duração máxima de três meses.
CAPÍTULO IV
Objetivos ambientais e monitorização das águas
Artigo 45.º
Objetivos ambientais
1 - Os objetivos ambientais para as águas superficiais e subterrâneas e para as zonas
protegidas são prosseguidos através da aplicação dos programas de medidas
especificados nos planos de gestão de bacias hidrográficas.
2 - Os programas de medidas devem permitir alcançar os objetivos ambientais definidos
referentes ao bom estado e bom potencial das massas de água, o mais tarde até 2015,
sem prejuízo das prorrogações e derrogações previstas nos artigos 50.º e 51.º
3 - No caso de massas de água transfronteiriças, a definição dos objetivos ambientais é
coordenada com as entidades responsáveis do Reino de Espanha, no contexto de gestão
coordenada da região hidrográfica internacional.
4 - No caso de mais de um objetivo ser estabelecido para uma mesma massa de água,
prevalece o que for mais exigente.
5 - O estado da água adequado aos vários tipos de usos considerados na presente lei é
determinado, tendo em conta os fins e os objetivos enunciados, através das normas de
qualidade previstas:
a) Na presente lei e respetivas disposições complementares;
b) Nos planos de gestão de bacia hidrográfica e restantes instrumentos de planeamento
das águas;
Artigo 54.º
Monitorização do estado das águas de superfície e subterrâneas e zonas protegidas
1 - Devem ser definidas para cada região hidrográfica redes de recolha de dados para
monitorização de variáveis biológicas, hidrológicas e climatológicas, físico-químicas,
de sedimentos e da qualidade química e ecológica da água.
2 - Deve estar operacional até 2006 um programa nacional de monitorização do estado
das águas superficiais e subterrâneas e das zonas protegidas que permita uma análise
coerente e exaustiva desse estado em cada região hidrográfica, assegurando a
homogeneidade e o controlo de qualidade e a proteção de dados e a operacionalidade e
atualização da informação colhida pelas redes de monitorização.
3 - Para as águas superficiais o programa deve incluir:
a) O volume e o nível de água ou o caudal na medida em que seja relevante para a
definição do estado ecológico e químico e do potencial ecológico;
b) Os parâmetros de caracterização do estado ecológico, do estado químico e do
potencial ecológico.
4 - Para as águas subterrâneas o programa deve incluir a monitorização do estado
químico e do estado quantitativo.
5 - Para as zonas protegidas o programa é complementado pelas especificações
Artigo 58.º
Utilização comum dos recursos hídricos do domínio público
Os recursos hídricos do domínio público são de uso e fruição comum, nomeadamente nas
suas funções de recreio, estadia e abeberamento, não estando este uso e fruição sujeito a
título de utilização, desde que seja feito no respeito da lei geral e dos condicionamentos
definidos nos planos aplicáveis e não produza alteração significativa da qualidade e da
quantidade da água.
Nota: 1- O domínio público compreende os bens incomerciáveis afetados a um fim de utilidade pública
pertencentes a um ente de população e território, incomerciáveis. O domínio público pode ser terrestre, de
subsolo (incluindo jazigos minerais e lençóis freáticos), aquático e aéreo. Também construções sobre o solo
podem integrar o domínio público, como portos, aeroportos, barragens, caminhos de ferro, estradas,
edifícios (incluindo instalações militares), direitos públicos sobre imóveis (incluindo servidões prediais).
Artigo 59.º
Utilização privativa dos recursos hídricos do domínio público
1 - Considera-se utilização privativa dos recursos hídricos do domínio público aquela
em que alguém obtiver para si a reserva de um maior aproveitamento desses recursos do
que a generalidade dos utentes ou aquela que implicar alteração no estado dos mesmos
recursos ou colocar esse estado em perigo.
2 - O direito de utilização privativa de domínio público só pode ser atribuído por licença
ou por concessão qualquer que seja a natureza e a forma jurídica do seu titular, não
podendo ser adquirido por usucapião ou por qualquer outro título.
Artigo 60.º
Utilizações do domínio público sujeitas a licença
1 - Estão sujeitas a licença prévia as seguintes utilizações privativas dos recursos
hídricos do domínio público:
a) A captação de águas;
b) A rejeição de águas residuais;
c) A imersão de resíduos;
d) A ocupação temporária para a construção ou alteração de instalações, fixas ou
desmontáveis, apoios de praia ou similares e infraestruturas e equipamentos de apoio à
circulação rodoviária, incluindo estacionamentos e acessos ao domínio público hídrico;
e) A implantação de instalações e equipamentos referidos na alínea anterior;
f) A ocupação temporária para construção ou alteração de infraestruturas hidráulicas;
g) A implantação de infraestruturas hidráulicas;
h) A recarga de praias e assoreamentos artificiais e a recarga e injeção artificial em
águas subterrâneas;
i) As competições desportivas e a navegação, bem como as respetivas infraestruturas e
equipamentos de apoio;
Artigo 91.º
Sujeição a medidas de inspeção e fiscalização
1 - Em geral, estão sujeitas a medidas de inspeção e fiscalização todas as entidades
públicas e privadas, singulares ou coletivas, que exerçam atividades suscetíveis de
causarem impacte negativo no estado das massas de água.
2 - Estão especialmente sujeitos a medidas de inspeção e fiscalização:
a) Os titulares de autorizações, licenças ou concessões de utilização dos recursos
hídricos;
b) Os proprietários e operadores das instalações cuja construção ou operação seja
regulada pela presente lei;
c) As entidades gestoras de sistemas de abastecimento público de água para consumo
humano e de tratamento de águas residuais;
d) Os proprietários e possuidores de produtos, instalações ou meios de transportes
suscetíveis de causar risco aos bens protegidos na presente lei;
e) As pessoas que desenvolvam atividades suscetíveis de pôr em risco bens protegidos
pela presente lei ou que tenham requerido título de utilização para desenvolver tais
atividades.
Artigo 92.º
Planos de inspeção e de fiscalização
1 - No âmbito da aplicação do princípio da precaução e prevenção, a autoridade
nacional da água, conjuntamente com as entidades licenciadoras, de inspeção e de
fiscalização competentes, deve promover a elaboração de planos de inspeção e de
fiscalização, dos quais devem constar o âmbito espacial, temporal e material, os
programas e procedimentos adotados e o modo de coordenação das entidades
competentes em matéria de fiscalização e de inspeção.
2 - Os planos de inspeção e de fiscalização são públicos, devendo ser objeto de
divulgação nas componentes que não comprometam a sua eficácia.
Artigo 93.º
Acesso a instalações, à documentação e à informação
1 - No exercício das suas funções, deve ser facultada às entidades com competência de
inspeção e de fiscalização devidamente identificadas a entrada livre nas instalações
onde se exercem as atividades sujeitas a medidas de fiscalização ou de inspeção.
2 - Os responsáveis pelas instalações sujeitas a medidas de inspeção ou de fiscalização
são obrigados a facultar a entrada e a permanência às entidades referidas no número
anterior e a prestar-lhes a assistência necessária, nomeadamente através da apresentação
de documentação, livros ou registos solicitados, da abertura de contentores e da garantia
de acessibilidade a equipamentos.
3 - No âmbito da ação inspetiva ou fiscalizadora, o respetivo pessoal pode recolher
A Lei n.º 11/87, de 7 de Abril, que define as bases da política de ambiente, enquadrou,
nos últimos 20 anos, toda a legislação produzida sobre conservação da natureza e da
biodiversidade. Dela emanou, designadamente, a Estratégia Nacional de Conservação
da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB), adoptada pela Resolução do Conselho de
Ministros n.º 152/2001, de 11 de Outubro. A ENCNB formula 10 opções estratégicas
para a política de conservação da natureza e da biodiversidade, de entre as quais avulta a
opção n.º 2, relativa à constituição da Rede Fundamental de Conservação da Natureza
(RFCN) e do Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC), integrando neste a
Rede Nacional de Áreas Protegidas (RNAP), criada pelo Decreto-Lei n.º 19/93, de 23
de Janeiro.
Concretizando a referida opção, o presente decreto-lei cria a RFCN, a qual é composta
pelas áreas nucleares de conservação da natureza e da biodiversidade integradas no
SNAC e pelas áreas de reserva ecológica nacional, de reserva agrícola nacional e do
domínio público hídrico enquanto áreas de continuidade que estabelecem ou
salvaguardam a ligação e o intercâmbio genético de populações de espécies selvagens
entre as diferentes áreas nucleares de conservação, contribuindo para uma adequada
protecção dos recursos naturais e para a promoção da continuidade espacial, da
coerência ecológica das áreas classificadas e da conectividade das componentes da
biodiversidade em todo o território, bem como para uma adequada integração e
desenvolvimento das actividades humanas.
Ainda em concretização da mesma opção estratégica, o presente decreto-lei estrutura o
SNAC, constituído pela RNAP, pelas áreas classificadas que integram a Rede Natura
2000 e pelas demais áreas classificadas ao abrigo de compromissos internacionais
assumidos pelo Estado Português, assegurando a integração e a regulamentação
harmoniosa dessas áreas já sujeitas a estatutos ambientais de protecção. Ao nível da
RNAP, com o objectivo de clarificar e actualizar o regime actual, o presente decreto-lei
dispõe sobre as categorias e tipologias de áreas protegidas - prevendo no nosso
ordenamento jurídico, expressamente, a possibilidade da existência de parques
nacionais nas Regiões Autónomas -, os respectivos regimes de gestão e estrutura
CAPÍTULO I
Disposições gerais, princípios e enquadramento institucional
Artigo 1.º
Objeto
O presente decreto-lei estabelece o regime jurídico da conservação da natureza e da
biodiversidade.
Artigo 2.º
Âmbito
1 - O regime jurídico estabelecido no presente decreto-lei é aplicável ao conjunto dos
valores e recursos naturais presentes no território nacional e nas águas sob jurisdição
nacional.
2 - O disposto no presente decreto-lei não prejudica a aplicação de regimes especiais,
designadamente os relativos à classificação e gestão de áreas marinhas protegidas para
além do mar territorial, à reserva ecológica nacional, ao domínio público hídrico, à
reserva agrícola nacional e aos recursos florestais, fitogenéticos, agrícolas, cinegéticos,
pesqueiros e aquícolas das águas interiores.
Artigo 3.º
Definições
Para os efeitos do disposto no presente decreto-lei, entende-se por:
a) «Áreas classificadas» as áreas definidas e delimitadas cartograficamente do território
nacional e das águas sob jurisdição nacional que, em função da sua relevância para a
conservação da natureza e da biodiversidade, são objeto de regulamentação específica;
b) «Biodiversidade» a variedade das formas de vida e dos processos que as relacionam,
incluindo todos os organismos vivos, as diferenças genéticas entre eles e as
comunidades e ecossistemas em que ocorrem;
c) «Conservação da natureza e da biodiversidade» o conjunto das intervenções
físicas, ecológicas, sociológicas ou económicas orientadas para a manutenção ou
recuperação dos valores naturais e para a valorização e uso sustentável dos recursos
naturais;
d) «Conservação ex situ» a conservação de espécies da fauna e da flora selvagens fora
dos seus habitats naturais;
e) «Conservação in situ» a conservação de espécies da fauna e da flora selvagens nos
seus habitats naturais;
f) «Ecossistemas» os complexos dinâmicos constituídos por comunidades vegetais,
animais e de microrganismos, relacionados entre si e com o meio envolvente,
considerados como uma unidade funcional;
g) «Espécies» o conjunto de indivíduos inter-reprodutores com a mesma morfologia
hereditária e um ciclo de vida comum, incluindo quaisquer subespécies ou suas
populações geograficamente isoladas;
CAPÍTULO II
Sistema Nacional de Áreas Classificadas
Artigo 9.º
Âmbito do Sistema Nacional de Áreas Classificadas
1 - O Sistema Nacional de Áreas Classificadas, abreviadamente designado por SNAC, é
constituído pela Rede Nacional de Áreas Protegidas, pelas áreas classificadas integradas
na Rede Natura 2000 e pelas demais áreas classificadas ao abrigo de compromissos
SECÇÃO I
Rede Nacional de Áreas Protegidas
Secção I
Rede Nacional de Áreas Protegidas
Artigo 10.º
Constituição
Nota 1: Os bens que integram o domínio público podem pertencer ao Estado, às regiões autónomas ou às
autarquias locais (domínio público estadual, domínio público regional e domínio público autárquico). Só
os entes públicos de população e território (ou “de base territorial”) são titulares de bens do domínio
público. Certos bens integram necessariamente, pela sua ligação à soberania do Estado, o domínio público
do Estado, como é o caso do domínio público marítimo e domínio público aéreo. No entanto, os entes
públicos também são titulares de bens do domínio privado, integrem estes o património financeiro
(património privado disponível) ou o património administrativo (património privado indisponível).
Nota 2: O património do Estado é constituído pelos bens do seu domínio público e privado, e ainda pelos
direitos e obrigações com conteúdo económico de que o Estado é titular. Integram o domínio público do
Estado os seguintes bens: “a) águas territoriais com os seus leitos, as águas marítimas interiores com os
seus leitos e margens e a plataforma continental; b) lagos, lagoas e cursos de água navegáveis ou flutuáveis
com os respetivos leitos e margens e, bem assim, os que por lei forem reconhecidos como aproveitáveis
para produção de energia elétrica ou para irrigação; c) barragens de utilidade pública, portos artificiais,
docas, aeroportos, aeródromos de interesse público e outros bens do domínio público hídrico; d) camadas
aéreas, jazigos minerais e petrolíferos, nascentes de águas mineromedicinais, recursos geotérmicos, e outras
riquezas naturais do subsolo, com exclusão dos minerais utilizados na construção; e) linhas férreas de
interesse público, autoestradas, estradas nacionais e acessórios, e obras de arte; f) obras e instalações
militares e zonas territoriais adstritas à defesa militar; g) navios da armada, aeronaves militares, carros de
combate e outro equipamento militar de natureza e durabilidade equivalente; h) linhas telefónicas, cabos
submarinos, obras, canalizações e redes de distribuição pública de energia elétrica; i) palácios,
monumentos, museus, bibliotecas, arquivos e teatros nacionais, e palácios escolhidos pelo Chefe de Estado,
para a Presidência, para sua residência e das pessoas da sua família; j) direitos públicos sobre imóveis
privados classificados ou de uso e fruição sobre quaisquer bens privados; k) servidões administrativas,
restrições de utilidade pública ao direito de propriedade; l) outros bens do Estado sujeitos por lei ao regime
de direito público” (art.º 4.º do D.L. 477/80, de 15 de outubro). Diferentemente, integram o domínio
privado do Estado bens como: a) imóveis: prédios rústicos e urbanos e direitos a eles inerentes; b) direitos
de arrendamento dos quais ocupe a posição de arrendatário; c) direitos reais; d) bens móveis corpóreos
(com exceção das coisas consumíveis e daquelas que, sem se destruírem imediatamente, se depreciam muito
rapidamente). Estes bens são suscetíveis de comércio privado (cf. art.º 1304º do Código Civil), mas nem
todos eles são comerciáveis, pelo que há que distinguir entre bens do domínio privado disponível e bens do
domínio privado indisponível (art.º 5.º do D.L. 477/80, de 15 de outubro).
Artigo 11.º
Categorias e tipologias de áreas protegidas
Artigo 12.º
Objectivos da classificação
Artigo 13.º
Gestão das áreas protegidas
Artigo 14.º
Classificação de áreas protegidas de âmbito nacional
Artigo 15.º
Classificação de áreas protegidas de âmbito regional ou local
Artigo 16.º
Parque nacional
Artigo 17.º
Parque natural
Artigo 18.º
Reserva natural
1 - Entende-se por reserva natural uma área que contenha características ecológicas,
geológicas e fisiográficas, ou outro tipo de atributos com valor científico, ecológico ou
educativo, e que não se encontre habitada de forma permanente ou significativa.
2 - A classificação de uma reserva natural visa a protecção dos valores naturais
existentes, assegurando que as gerações futuras terão oportunidade de desfrutar e
compreender o valor das zonas que permaneceram pouco alteradas pela actividade
humana durante um prolongado período de tempo, e a adopção de medidas compatíveis
com os objectivos da sua classificação, designadamente:
a) A execução das acções necessárias para a manutenção e recuperação das espécies,
dos habitats e dos geossítios em estado de conservação favorável;
b) O condicionamento da visitação a um regime que garanta níveis mínimos de
perturbação do ambiente natural;
c) A limitação da utilização dos recursos, assegurando a manutenção dos atributos e das
qualidades naturais essenciais da área objecto de classificação.
Artigo 19.º
Paisagem protegida
Artigo 21.º
Áreas protegidas de estatuto privado
Artigo 22.º
Delimitações especiais
Artigo 23.º
Programas especiais das áreas protegidas
Artigo 23.º-A
Áreas sujeitas a regimes de proteção
Artigo 23.º-B
Atividades condicionadas
Artigo 24.º
Sinalização
[Revogado]
SECÇÃO II
Rede Natura 2000
Artigo 25.º
Âmbito
1 - A Rede Natura 2000 é uma rede ecológica de âmbito europeu resultante da aplicação
da Diretiva n.º 79/409/CEE, do Conselho, de 2 de abril (Diretiva Aves), alterada pelas
Diretivas n.º s 91/244/CEE, da Comissão, de 6 de março, 94/24/CE, do Conselho, de 8
de junho, e 97/49/CE, da Comissão, de 29 de junho, bem como da Diretiva n.º
92/43/CEE, do Conselho, de 21 de maio (Diretiva Habitats), com as alterações que lhe
foram introduzidas pela Diretiva n.º 97/62/CE, do Conselho, de 27 de outubro.
2 - A Rede Natura 2000 compreende as áreas classificadas como zona especial de
conservação (ZEC) e as áreas classificadas como zona de proteção especial (ZPE),
constando o respetivo regime de diploma próprio.
SECÇÃO III
Outras áreas classificadas
Artigo 26.º
Áreas protegidas transfronteiriças
1 - Por via da celebração de acordos ou convenções internacionais com outros Estados,
podem ser classificados espaços naturais protegidos de caráter transfronteiriço,
designados «áreas protegidas transfronteiriças».
CAPÍTULO IV
Conservação de espécies e habitats
SECÇÃO I
Conservação in situ
Artigo 31.º
Regimes decorrentes de instrumentos jurídicos internacionais
1 - Decorrentes de instrumentos jurídicos internacionais, constam igualmente de
diplomas próprios:
a) O regime do comércio internacional de espécies da fauna e da flora selvagens
ameaçadas de extinção, no âmbito da Convenção sobre o Comércio Internacional das
Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção, adotada em
Washington em 3 de março de 1973, complementado pelo disposto nos regulamentos
comunitários aplicáveis;
b) O regime de proteção de espécies inscritas no âmbito da Convenção Relativa à
Conservação da Vida Selvagem e dos Habitats Naturais da Europa (Convenção de
Berna), adotada em Berna em 19 de setembro de 1979.
2 - Para além dos diplomas referidos no artigo e número anteriores, assume ainda
particular relevância para a conservação e proteção de espécies a participação de
Portugal nos instrumentos jurídicos internacionais referidos no n.º 2 do artigo 27.º e nos
seguidamente identificados, sem prejuízo de outros:
a) Convenção sobre a Conservação das Espécies Migradoras Pertencentes à Fauna
Selvagem (Convenção de Bona), adotada em Bona em 23 de junho de 1979;
b) Convenção das Nações Unidas sobre a Diversidade Biológica, adotada no Rio de
Janeiro em 5 de junho de 1992.
Artigo 32.º
Proteção de espécies e habitats ao abrigo de legislação comunitária
Sem prejuízo do disposto nos artigos anteriores, o regime de proteção de espécies
selvagens e de habitats naturais e seminaturais ao abrigo de legislação comunitária,
designadamente da Diretiva Aves e da Diretiva Habitats, consta de diploma próprio.
SECÇÃO II
Conservação ex situ
Artigo 34.º
Espécies ameaçadas inscritas no Cadastro
1 - Relativamente a espécies ameaçadas inscritas no Cadastro, a autoridade nacional
promove, sempre que adequado, a cooperação com e entre autoridades públicas e
privadas, designadamente organizações não governamentais de ambiente, jardins
botânicos e zoológicos e universidades, tendo em vista o desenvolvimento de programas
de criação em cativeiro ou de propagação fora do respetivo habitat.
2 - A autoridade nacional colabora ainda na criação de bancos de tecidos biológicos e
germoplasma, com o objetivo de garantir uma reserva de recursos genéticos de espécies
selvagens, de variedades cultivares, de raças autóctones e dos parentes selvagens de
espécies domésticas.
CAPÍTULO V
Regime económico e financeiro da conservação da natureza e da biodiversidade
Artigo 35.º
Instrumentos contratuais
1 - A autoridade nacional promove a participação das autarquias locais, do setor
privado, das organizações representativas da sociedade civil e de outras entidades
públicas no exercício de ações de conservação ativa e de suporte e no financiamento do
SNAC, sempre que essa participação se mostre possível, adequada e útil à prossecução
dos objetivos de conservação fixados no presente decreto-lei.
2 - A participação a que se refere o número anterior pode ser realizada por recurso a
parcerias, acordos, contratos de gestão e de concessão ou por meio de quaisquer outros
instrumentos contratuais, cabendo à autoridade nacional fiscalizar o respetivo
cumprimento e assegurar a correta prossecução dos objetivos de conservação da
natureza e da biodiversidade.
3 - A autoridade nacional, desde que estejam em causa parcerias público-privadas
excluídas da aplicação do regime jurídico das parcerias público-privadas,
Artigo 36.º
Instrumentos de compensação ambiental
1 - A conservação da natureza e da biodiversidade pode ser promovida através de
instrumentos de compensação ambiental que visam garantir a satisfação das condições
ou requisitos legais ou regulamentares de que esteja dependente a execução de projetos
ou ações, nomeadamente decorrentes do regime jurídico da avaliação de impacte
ambiental ou do regime jurídico da Rede Natura 2000.
2 - Sem prejuízo do disposto no número seguinte, a compensação ambiental concretiza-
se pela realização de projetos ou ações pelo próprio interessado, previamente aprovados
e posteriormente certificados pela autoridade nacional, que produzam um benefício
ambiental equivalente ao custo ambiental causado.
3 - Mediante iniciativa e financiamento pelo interessado, dependente de acordo com a
autoridade nacional, a compensação ambiental pode também ser concretizada através da
realização de projetos ou ações pela autoridade nacional.
4 - Sempre que nos termos do número anterior haja lugar a financiamento pelo
interessado de projetos ou ações a realizar pela autoridade nacional, os pagamentos em
causa ficam obrigatoriamente adstritos às finalidades de compensação ambiental que
lhes subjazem.
Artigo 37.º
Fundo para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade
(Revogado.)
Artigo 38.º
Taxas
1 - A autoridade nacional pode cobrar taxas pelo acesso e visita às áreas integradas no
SNAC que sejam da titularidade do Estado e que se encontrem sob a sua gestão,
destinadas a contribuir para o financiamento da conservação da natureza e
biodiversidade e para regular naquelas áreas o impacte da presença humana.
CAPÍTULO VI
Fiscalização e inspecção
Artigo 40.º
Inspeção e fiscalização
1 - A verificação do cumprimento do disposto no presente decreto-lei e na legislação em
vigor aplicável aos valores naturais classificados pode revestir a forma de:
a) Fiscalização, a desenvolver de forma sistemática pelas autoridades competentes, no
cumprimento da obrigação geral de vigilância que lhes está cometida, e de forma
pontual em função das queixas e denúncias recebidas;
b) Inspeção, a efetuar pelas entidades dotadas de competência para o efeito, de forma
casuística e aleatória ou em execução de um plano de inspeção previamente aprovado,
ou ainda no apuramento do alcance e das responsabilidades por acidentes que afetem
valores naturais classificados.
2 - A fiscalização compete à autoridade nacional, especialmente através do serviço de
vigilantes da natureza, à Guarda Nacional Republicana, especialmente através do
Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), às demais autoridades
policiais e aos municípios.
3 - O disposto no número anterior não prejudica o exercício dos poderes de fiscalização
e polícia que, em razão da matéria, competem às demais autoridades públicas,
Nota: Cf. o art.º 90.º, n.º 3, da Lei da Água (Lei n.º 58/2005, de 29 de dezembro, na última versão dada
pela Lei n.º 44/2017, de 19/06), segundo o qual, “colaboram na ação fiscalizadora as autoridades
policiais ou administrativas com jurisdição na área, devendo prevenir as infrações ao disposto nesta
lei e participar as transgressões de que tenham conhecimento”.
Nota: Nos termos do art.º 40.º, n.º 2, do Regime Jurídico da Conservação da Natureza e da Biodiversidade
(aprovado pelo DL n.º 142/2008, de 24 de julho, última alteração dada pelo DL 42-A/2016), “a fiscalização
compete à autoridade nacional, especialmente através do serviço de vigilantes da natureza, à Guarda
Nacional Republicana, especialmente através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente
(SEPNA), às demais autoridades policiais e aos municípios.
Artigo 41.º
Planos de inspeção e de fiscalização
1 - No âmbito da aplicação dos princípios da precaução, da proteção e da prevenção, a
autoridade nacional, conjuntamente com as restantes entidades de inspeção e
fiscalização competentes, deve promover a elaboração de planos de inspeção e
fiscalização, dos quais deve constar o âmbito espacial, temporal e material, os
programas e procedimentos adotados e o modo de coordenação das entidades
envolvidas.
2 - Os planos de inspeção e de fiscalização são públicos, devendo ser objeto de
divulgação nas componentes que não comprometam a eficácia das ações a desenvolver.
Artigo 42.º
Direito de acesso e embargos administrativos
Nos termos estabelecidos nos artigos 18.º e 19.º da Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto:
a) É facultada às autoridades administrativas no exercício das funções de inspeção e
fiscalização a entrada livre nas instalações e locais onde se exerçam as atividades a
inspecionar ou a fiscalizar;
b) As autoridades administrativas no exercício das funções de inspeção e fiscalização
podem determinar, dentro da sua área de atuação geográfica, o embargo de quaisquer
construções em áreas de ocupação proibida ou condicionada em zonas de proteção
estabelecidas por lei ou em contravenção à lei, aos regulamentos ou às condições de
licenciamento ou autorização.
CAPÍTULO VII
Regime contraordenacional e sanções
Artigo 43.º
Contraordenações em áreas protegidas
1 - Constitui contraordenação ambiental muito grave, punível nos termos da Lei n.º
50/2006, de 29 de agosto, a prática dos seguintes atos e atividades quando previstos
como proibidos ou interditos nos regulamentos de gestão das áreas protegidas:
a) A alteração à morfologia do solo, excetuando as atividades previstas no âmbito do
Nota: A Lei Quadro das Contra-Ordenações Ambientais (Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto, última
alteração dada pela Lei n.º 25/2019, de 26/03) define a contraordenação ambiental como “todo o facto
ilícito e censurável que preencha um tipo legal correspondente à violação de disposições legais e
regulamentares relativas ao ambiente que consagrem direitos ou imponham deveres, para o qual se
comine uma coima”.
Artigo 44.º
Outras contraordenações ambientais
1 - Para além do disposto no artigo anterior e em diplomas legais relativos à
conservação ou proteção da natureza e da biodiversidade, a colheita, captura, apanha,
abate, detenção, transporte ou comercialização de indivíduos ou parte de indivíduos de
quaisquer espécies vegetais ou animais, em qualquer fase do seu ciclo biológico,
incluindo a destruição de ninhos ou a apanha de ovos, a perturbação ou a destruição dos
seus habitats, constitui contraordenação ambiental, punível nos termos da Lei n.º
50/2006, de 29 de agosto:
a) Muito grave, quando a espécie em causa esteja inscrita no Cadastro com a categoria
de ameaça «criticamente em perigo»;
b) Grave, quando a espécie em causa esteja inscrita no Cadastro com a categoria de
ameaça «em perigo»;
c) Leve, quando a espécie em causa esteja inscrita no Cadastro com a categoria de
ameaça «vulnerável».
2 - [Revogado].
3 - A prática das ações referidas no n.º 1 não constitui contraordenação desde que
autorizada pela autoridade nacional.
Artigo 45.º
Instrução de processos e aplicação de sanções
1 - Sem prejuízo do disposto nos números seguintes, compete à autoridade nacional ou à
IGAMAOT instruir os respetivos processos contraordenacionais e decidir da aplicação
da coima e sanções acessórias.
PREVENÇÃO E CONTROLO
DAS
A revisão da política da União Europeia para o ar, vertida no Programa «Ar mais limpo
para a Europa» publicada em dezembro de 2013 pela Comissão Europeia, veio atualizar
os objetivos em matéria de qualidade do ar para 2020 e 2030, visando alcançar o pleno
cumprimento das normas adotadas em matéria de qualidade do ar e criar condições para
que a União Europeia não exceda, a longo prazo, os valores-guia da Organização Mundial
de Saúde para a saúde humana, bem como as cargas e níveis críticos que definem os
limites de tolerância dos ecossistemas.
Esta revisão, para além de reforçar a implementação dos instrumentos já existentes, prevê
a adoção de medidas adicionais de redução de emissões de poluentes atmosféricos, tendo
em vista reduzir a mortalidade e os danos nos ecossistemas. Entre essas medidas, assume
particular relevância a adoção da Diretiva n.º (UE) 2015/2193, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 25 de novembro de 2015, relativa às médias instalações de combustão.
Com efeito, esta diretiva veio colmatar uma lacuna no quadro do direito da União
Europeia, regulando as emissões de poluentes provenientes da queima de combustíveis
em médias instalações de combustão, por contribuírem cada vez mais para a poluição
atmosférica.
Neste contexto, a diretiva que ora se transpõe prevê um conjunto de normas relativas ao
controlo de emissões para a atmosfera provenientes destas instalações, que são
transversais a vários setores da atividade económica, determinando que o exercício da sua
atividade está dependente da obtenção de uma licença, com base em informações
transmitidas pelo operador, para além da criação de um sistema de acompanhamento e de
verificação do cumprimento dos requisitos que lhe são impostos.
Ao nível do direito interno, para além de se assegurar a transposição, aproveita-se a
oportunidade para atualizar e simplificar o regime jurídico aplicável, procedendo-se,
desde logo, à integração da emissão do Título de Emissões para o Ar no âmbito do Regime
de Licenciamento Único de Ambiente, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 75/2015, de 11 de
maio, na sua redação atual.
No quadro do programa de simplificação e consolidação legislativa que o Governo tem
vindo a promover, o presente decreto-lei procede à revisão do regime jurídico atualmente
em vigor, adequando-o ao conhecimento e ao progresso técnico, promovendo a
atualização dos procedimentos administrativos definidos, apostando na simplificação de
procedimentos e prevenindo o aumento dos custos de contexto para as pessoas e para as
empresas.
A revisão que ora se opera permite incluir num único diploma as obrigações decorrentes
do Decreto-Lei n.º 78/2004, de 3 de abril, que estabelece o regime jurídico em vigor no
domínio da prevenção e controlo das emissões atmosféricas e das portarias que garantem
a sua regulamentação, que ora se revogam, bem como o regime aplicável às médias
instalações de combustão.
Assim:
Nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 198.º da Constituição, o Governo decreta o
seguinte:
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objeto
1 - O presente decreto-lei estabelece o regime da prevenção e controlo das emissões de
poluentes para o ar, transpondo para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º (UE)
2015/2193, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de novembro de 2015, relativa
à limitação das emissões para a atmosfera de certos poluentes provenientes de médias
instalações de combustão.
2 - O presente decreto-lei procede ainda:
a) À primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 75/2015, de 11 de maio, que aprova o
Regime de Licenciamento Único de Ambiente (LUA);
b) À terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 169/2012, de 1 de agosto, que aprova o
Sistema de Indústria Responsável (SIR).
Artigo 3.º
Definições
Para efeitos do presente decreto-lei, entende-se por:
a) «Aerossóis», partículas sólidas ou líquidas em suspensão num meio gasoso, com
uma velocidade de queda irrelevante e com uma dimensão que excede a de um coloide,
Artigo 6.º
Tramitação do procedimento do título de emissões para o ar
1 - O pedido de TEAR é apresentado pelo operador junto da entidade coordenadora do
processo de licenciamento da atividade.
2 - O pedido de emissão do TEAR deve ser efetuado até 60 dias antes do termo dos
prazos estabelecidos nos n.os 1 a 4 do artigo 42.º
3 - A entidade coordenadora prevista no n.º 1 remete o pedido de TEAR à entidade
competente, no prazo de 5 dias, nos termos do artigo 4.º
4 - A entidade competente verifica, no prazo de 10 dias, se o pedido de TEAR se
encontra devidamente instruído e decide:
a) Solicitar ao operador, via entidade coordenadora, por uma única vez, a prestação das
retificações necessárias e dos elementos em falta ou das informações complementares;
b) Indeferir liminarmente o pedido, com a consequente extinção do procedimento, no
caso de deficiente instrução do pedido de TEAR, que não seja suscetível de suprimento
ou correção;
c) Dar prosseguimento ao procedimento, nos termos dos números seguintes.
5 - O operador deve enviar as informações solicitadas, nos termos do disposto na alínea
a) do número anterior, no prazo de 45 dias, sem prejuízo dos prazos previstos nos
regimes específicos do exercício da respetiva atividade económica, sob pena de
indeferimento liminar do pedido a emitir pela entidade competente.
6 - Não se verificando o indeferimento liminar do pedido, a entidade competente
assegura a avaliação técnica e decisão do pedido de emissão do TEAR.
7 - A decisão sobre o pedido ou alteração de TEAR é emitida pela entidade competente,
nos termos do disposto do artigo 4.º, no prazo de 30 dias a contar da data da receção
pela entidade coordenadora do pedido, sem prejuízo de outros prazos resultantes de
outros procedimentos administrativos de controlo prévio.
8 - O prazo para emissão do TEAR suspende-se com o pedido de informações ou
elementos complementares até à receção pela entidade competente de todos os
elementos adicionais solicitados.
9 - A tramitação de procedimento para emissão ou alteração do TEAR é efetuada nos
termos do presente artigo, em conjugação com as portarias de regulamentação do
regime do LUA.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. p) do regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para o
ar (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 39/2018, de 11 de junho) “emissão” consiste na “descarga na atmosfera
de substâncias provenientes de fontes pontuais ou difusas com origem numa instalação”.
Artigo 7.º
Plataforma eletrónica única de comunicação de dados
1 - A comunicação de dados por parte dos operadores e dos laboratórios, no âmbito do
autocontrolo das emissões atmosféricas, deve ser efetuada de forma desmaterializada,
CAPÍTULO IV
Valores limite de emissão
Artigo 17.º
Regras de cálculo
1 - Para efeitos de verificação do cumprimento dos VLE, as concentrações medidas
devem ser corrigidas para terem em conta as condições normalizadas de pressão e
temperatura e o teor de oxigénio de referência, quando aplicável e expressos nas
unidades do Sistema Internacional (SI).
2 - Os valores de caudal mássico obtidos devem ser corrigidos para as condições
normalizadas de pressão e temperatura e expressos nas unidades do Sistema
Internacional (SI), para efeitos de comparação com os limiares previstos na Parte 1 do
anexo II ao presente decreto-lei.
3 - Nos cálculos efetuados para obtenção dos valores referidos no número anterior, o
arredondamento só deve ser efetuado uma única vez e no final recorrendo à regra
comercial de arredondamento.
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. p) do regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para o
ar (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 39/2018, de 11 de junho) “emissão” consiste na “descarga na atmosfera
de substâncias provenientes de fontes pontuais ou difusas com origem numa instalação”.
Artigo 18.º
Valores limite de emissão
1 - Os VLE aplicáveis às novas fontes de emissão das MIC são os fixados no n.º 3 da
parte 1 do anexo III ao presente decreto-lei.
2 - Os VLE aplicáveis às MIC existentes são os fixados no n.º 2 da parte 1 do anexo III
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. p) do regime da prevenção e controlo das emissões de poluentes para o ar
(aprovado pelo Decreto-Lei n.º 39/2018, de 11 de junho) “emissão” consiste na “descarga na atmosfera de
substâncias provenientes de fontes pontuais ou difusas com origem numa instalação”.
CAPÍTULO V
Controlo do equipamento de medição
Artigo 25.º
Sistemas de medição automáticos
1 - Os equipamentos de medição utilizados para efeitos de monitorização em contínuo
são submetidos ao controlo metrológico, com periodicidade mínima anual, recorrendo a
laboratórios acreditados pelo IPAC, I. P., para cada ensaio realizado.
2 - Os equipamentos referidos no número anterior devem ser acompanhados de uma
ficha técnica atualizada da realização das operações de verificação ou calibração com a
indicação dos procedimentos utilizados para assegurar a rastreabilidade e a exatidão dos
resultados das medições, que devem ser sempre disponibilizados às entidades que
exercem funções de fiscalização e de inspeção.
3 - Os operadores devem utilizar sistemas de medição automáticos adequados à gama de
valores a medir, à incerteza associada e aos parâmetros de desempenho definidos na
legislação aplicável.
4 - Os sistemas de aquisição de dados associados ao sistema de medição automático
devem recolher informação adequada dos equipamentos de medição, garantindo um
intervalo de consulta igual ou inferior a um minuto.
CAPÍTULO VII
Disposições complementares, transitórias e finais
SECÇÃO I
Fiscalização e regime contraordenacional e sancionatório
Artigo 28.º
Fiscalização
1 - A fiscalização do cumprimento do disposto no presente decreto-lei compete à
Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território
(IGAMAOT) e às CCDR.
2 - O disposto no número anterior não prejudica o exercício dos poderes de fiscalização
e polícia que competem às demais autoridades públicas, nomeadamente às entidades
coordenadoras do licenciamento ou de autorização da respetiva atividade.
Artigo 29.º
Contraordenações
1 - Constitui contraordenação ambiental leve, punível nos termos da Lei n.º 50/2006, de
29 de agosto, que aprovou a Lei-Quadro das Contraordenações Ambientais, a prática
dos seguintes atos:
Artigo 30.º
Sanções acessórias e apreensão cautelar
1 - Sempre que a gravidade da infração o justifique, pode a autoridade competente,
simultaneamente com a coima, determinar a aplicação das sanções acessórias que se
mostrem adequadas, nos termos da Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto, que aprovou a Lei-
Quadro das Contraordenações Ambientais, consoante o tipo de contraordenação em
causa.
2 - As entidades referidas no artigo 28.º podem ainda, sempre que necessário,
determinar a apreensão provisória de bens e documentos, nos termos do artigo 42.º da
Lei-Quadro das Contraordenações Ambientais.
3 - A aplicação de sanções acessórias ao abrigo do presente artigo deve ser comunicada
à entidade coordenadora do licenciamento ou de autorização da respetiva atividade.
Artigo 31.º
Instrução e decisão dos processos
1 - A instauração e a instrução dos processos relativos às contraordenações referidas no
artigo 29.º é da competência da IGAMAOT e das CCDR, nas áreas sob a sua jurisdição.
2 - Compete ao dirigente máximo da entidade que assegura a instrução do processo de
contraordenação a decisão sobre a aplicação de coimas e de sanções acessórias.
Artigo 32.º
Produto das coimas
A afetação do produto das coimas resultante da aplicação das contraordenações
ambientais previstas no presente decreto-lei é feita, nos termos do artigo 73.º da Lei-
Quadro das Contraordenações Ambientais.
Artigo 33.º
Medidas cautelares
Decreto-Lei n.º 38/2013. D.R. n.º 53, Série I de 2013-03-15 - Regula o regime de
comércio de licenças de emissão de gases com efeito de estufa a partir de 2013,
concluindo a transposição da Diretiva n.º 2009/29/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 23 de abril de 2009, a fim de melhorar e alargar o regime comunitário de
comércio de licenças de emissão de gases com efeito de estufa.
(Lei n.º 35/98 - última alteração dada pela Lei n.º 36/2021, de 14/06 )
CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 1.º
Objecto
Artigo 2.º
Definição
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. qq), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), “valorização” é qualquer operação,
nomeadamente as constantes no anexo ii do presente decreto-lei, cujo resultado principal seja a
transformação dos resíduos de modo a servirem um fim útil, substituindo outros materiais que, caso
contrário, teriam sido utilizados para um fim específico ou a preparação dos resíduos para esse fim na
instalação ou conjunto da economia”.
CAPÍTULO II
Estatuto das ONGA
Artigo 3.º
Atribuição do estatuto
O estatuto concedido às ONGA pela presente lei depende do respectivo registo, nos
termos dos artigos 17.º e seguintes.
Artigo 5.º
Acesso à informação
1 - As ONGA gozam, nos termos da lei, do direito de consulta e informação junto dos
órgãos da Administração Pública sobre documentos ou decisões administrativas com
incidência no ambiente, nomeadamente em matéria de:
a) Planos e projectos de política de ambiente, incluindo projectos de ordenamento ou
fomento florestal, agrícola ou cinegético;
b) Planos sectoriais com repercussões no ambiente;
c) Planos regionais, municipais e especiais de ordenamento do território e instrumentos
de planeamento urbanístico;
d) Planos e decisões abrangidos pelo disposto no artigo 4.º da Lei n.º 83/95, de 31 de
Agosto;
e) Criação de áreas protegidas e classificação de património natural e cultural;
f) Processos de avaliação de impacte ambiental;
g) Medidas de conservação de espécies e habitats;
h) Processos de auditoria ambiental, certificação empresarial e atribuição de rotulagem
ecológica.
2 - A consulta referida no número anterior é gratuita, regendo-se o acesso aos
documentos administrativos, nomeadamente a sua reprodução e passagem de certidões,
pelo disposto na lei geral.
3 - As ONGA têm legitimidade para pedir, nos termos da lei, a intimação judicial das
autoridades públicas no sentido de facultarem a consulta de documentos ou processos e
de passarem as devidas certidões.
Artigo 6.º
Direito de participação
Artigo 7.º
Direito de representação
Artigo 8.º
Estatuto dos dirigentes das ONGA
1 - Os dirigentes e outros membros das ONGA que forem designados para exercer
funções de representação, nos termos do artigo 7.º, gozam dos direitos consagrados nos
números seguintes.
2 - Para o exercício das funções referidas no número anterior, os dirigentes das ONGA
que sejam trabalhadores por conta de outrem têm direito a usufruir de um horário
de trabalho flexível, em termos a acordar com a entidade patronal, sempre que a
natureza da respectiva actividade laboral o permita.
3 - Os períodos de faltas dados por motivo de comparência em reuniões dos órgãos em
que os dirigentes exerçam representação ou com membros de órgãos de soberania são
considerados justificados, para todos os efeitos legais, até ao máximo acumulado de
10 dias de trabalho por ano e não implicam a perda das remunerações e regalias
devidas.
4 - Os dirigentes das ONGA referidos no n.º 1 e que sejam estudantes gozam de
prerrogativas idênticas às previstas no Decreto-Lei n.º 152/91, de 23 de Abril, com as
necessárias adaptações.
Artigo 9.º
Meios e procedimentos administrativos
1 - As ONGA têm legitimidade para promover junto das entidades competentes os meios
administrativos de defesa do ambiente, bem como para iniciar o procedimento
administrativo e intervir nele, nos termos e para os efeitos do disposto na Lei n.º 11/87,
de 7 de Abril, no Decreto-Lei n.º 442/91, de 15 de Novembro, e na Lei n.º 83/95, de 31
de Agosto.
2 - As ONGA podem solicitar aos laboratórios públicos competentes, por requerimento
devidamente fundamentado, a realização de análises sobre a composição ou o estado de
quaisquer componentes do ambiente e divulgar os correspondentes resultados, sendo
estes pedidos submetidos a parecer da autoridade administrativa competente em razão da
matéria e atendidos antes de quaisquer outros, salvo os urgentes ou das entidades públicas.
Artigo 10.º
Legitimidade processual
Nota: Nos termos do art.º 3.º, al. x), do regime geral da gestão de resíduos (DL n.º 178/2006, de 5 de
setembro, última alteração: DL n.º 152-D/2017, de 11/1), a “prevenção” consiste na “adoção de medidas
antes de uma substância, material ou produto assumir a natureza de resíduo, destinadas a reduzir”:
I) a quantidade de resíduos produzidos, designadamente através da reutilização de produtos ou do
prolongamento do tempo de vida dos produtos; II) os impactes adversos no ambiente e na saúde humana
resultantes dos resíduos produzidos; ou III) o teor de substâncias nocivas presentes nos materiais e nos
produtos”
Artigo 11.º
Isenção de emolumentos e custas
Artigo 12.º
Isenções fiscais
(Revogado).
Artigo 13.º
Mecenato ambiental
Artigo 14.º
Apoios
Artigo 15.º
Direito de antena
1 - As ONGA têm direito de antena na rádio e na televisão, nos mesmos termos das
associações profissionais.
2 - O exercício do direito de antena pelas ONGA que resultem do agrupamento de
Artigo 16.º
Dever de colaboração
CAPÍTULO III
Registo e fiscalização
Artigo 17.º
Registo
Nota. A ONGAs também podem ser constituídas pelo método “associação na hora”. O
RNOG pode ser consultado em: https://onga.apambiente.pt/
Artigo 18.º
Actualização do registo
Artigo 20.º
Fiscalização
CAPÍTULO IV
Disposições transitórias e finais
Artigo 21.º
Transição de registos
Artigo 22.º
Regulamentação
A presente lei será objecto de regulamentação no prazo de 90 dias após a data da sua
publicação.
Artigo 23.º
Revogação
Artigo 24.º
Entrada em vigor
1 - Na parte que não necessita de regulamentação esta lei entra imediatamente em vigor.
2 - As disposições da presente lei não abrangidas pelo número anterior entram em vigor
com a publicação da respectiva regulamentação.
LEGISLAÇÃO DO AMBIENTE
O Programa Nacional para as Alterações Climáticas 2020/2030 (PNAC 2020/2030)
“visa garantir o cumprimento das metas nacionais em matéria de alterações climáticas
dentro das áreas transversais e de intervenção integrada tendo em vista uma organização
das medidas mais vocacionada para a sua implementação. É considerado um plano de
“2.ª geração” que aposta na integração da política climática nas políticas setoriais e uma
maior responsabilização dos setores alicerçado no nível de maturidade alcançado pela
política nacional de clima.”
Decreto-Lei n.º 38/2013 de 15 de março, que “transpõe para a ordem jurídica nacional a
Diretiva n.º 2003/87/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de outubro de
2003, relativa à criação de um regime de comércio de licenças de emissão de gases com
efeito de estufa na Comunidade e que altera a Diretiva n.º 96/61/CE, do Conselho,
alterada pela Diretiva n.º 2004/101/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de
outubro de 2004, no que diz respeito aos mecanismos baseados em projetos do Protocolo
de Quioto, pelo Regulamento (CE) n.º 219/2009, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 11 de março de 2009, e pela Diretiva n.º 2009/29/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 23 de abril de 2009, a fim de melhorar e alargar o regime comunitário de
comércio de licenças de emissão de gases com efeito de estufa, doravante designado
regime CELE”