Trabalho Final - Mecânica - 2015 - 1semestre
Trabalho Final - Mecânica - 2015 - 1semestre
Trabalho Final - Mecânica - 2015 - 1semestre
ENGENHARIA DE SEGURANÇA
Redatores:
Arianne Sanflorian RA: 201021591
Odair Fernandes da Cunha Filho RA: 201023511
ILHA SOLTEIRA – SP
2015
Responsáveis
NR12:
Nome RA A RA T MT
Amanda Alves Silva 201024201
Bruno Della Marta Bertolossi 11052457
Guilherme Padro 200821401
Jorge Yano Egami 201023461
Matheus Nery dos Santos 201024521
Raul Fonseca Pedroso 201023861
Riscos respiratórios:
Nome RA A RA T MT
Arianne Sanflorian 201021591
Bruno Crepaldi Alves 201023781
Josiel Luna Padilha 201021781
Equipamentos de proteção:
Nome RA A RA T MT
Eliseu Escanavez 200912421
João Pedro Soares Dutra 200821621
Thiago Augusto Buozo Bertozo 200913181
Onde:
A: Nota de Apresentação
RA: Nota de Recursos de Apresentação
T: Nota do Trabalho
MT: Média do Trabalho
Sumário de Figuras
Figura 1. Faixas de frequências e suas respectivas características....................................26
Figura 2. Esquemático de uma onda eletromagnética plana monocromática..................27
Figura 3. Constante dielétrica relativa do sangue em função da frequência......................29
Figura 4. Condutividade específica do sangue em função da frequência..........................30
Figura 5. Variação da profundidade de penetração em tecidos com a frequência.............31
Figura 6. Variação da profundidade de penetração em tecidos com a frequência.............32
Figura 7. Incidência dos raios solares nas diferentes camadas da pele..............................33
Figura 8. Termografia de um equipamento elétrico..........................................................34
Figura 9. Termografia de um motor elétrico.....................................................................34
Figura 10. Eficiência relativa espectral por comprimento de onda...................................36
Figura 11. Exemplo de um emissor de radiofrequência....................................................38
Figura 12. Exemplo de um emissor de micro-ondas.........................................................39
Figura 13. Efeitos observados em cobaias para diferentes circunstâncias de exposições de
ELF..................................................................................................................................47
Figura 14. Temperatura retal de equilíbrio em um homem adulto, em função da densidade de
potência a 75 MHz..........................................................................................................48
Figura 15. Parte do sistema respiratório..........................................................................77
Figura 16. Efeitos de alguns gases no corpo humano......................................................78
Figura 17. Anticorpos.......................................................................................................79
Figura 18. DNA com mutação..........................................................................................80
Figura 19. Coletor de poeira do tipo ciclone.....................................................................81
Figura 20. Bomba e tubos colorimétricos.........................................................................82
Figura 21. Cromatógrafo a gás.........................................................................................83
Figura 22. Analisador infravermelho...............................................................................83
Figura 23. Amostrador passivo........................................................................................84
Figura 24. Figura esquemática de um tubulão pneumático..............................................87
Figura 25. Tabela de descompressão para pressões entre 0 e 0,900 kgf/cm²..................89
Figura 26. Tabela de descompressão para tempo de trabalho entre 4 e 6 horas..............89
Figura 27. Mergulhador no mar.......................................................................................93
Figura 28. Mergulhador em esgoto...................................................................................93
Figura 29. Monitoramento do andamento do mergulho..................................................96
Figura 30. Manobra de Valsava........................................................................................98
Figura 31. Barotrauma pulmonar à 40m..........................................................................99
Figura 32. Doenças e Causas............................................................................................101
Sumário de Tabelas
Tabela 1. Onze anexos que tratam de regulamentações específicas para algumas
atividades.........................................................................................................................24
Tabela 2. Efeitos da asfixia por porcentagem de oxigênio...............................................75
Tabela 3. Ação do monóxido de carbono e suas consequências........................................76
Tabela 4. Ação do gás sulfídrico e suas consequências....................................................76
Tabela 5. Quadro referente ao item 4................................................................................97
Tabela 6. Tratamento com oxigênio de doenças descompressivas...................................101
Tabela 7. Tratamento com ar e oxigênio de embolia gasosa.............................................102
Sumário
1. Introdução......................................................................................................................9
2. NR 12.............................................................................................................................9
2.1 Princípios gerais ..............................................................................................9
2.2 Arranjo físico e instalações...............................................................................9
2.3 Instalações e Dispositivos Elétricos..................................................................10
2.4 Dispositivos de Partida, Acionamento e Parada................................................11
2.5 Sistemas de Segurança.....................................................................................11
2.6 Dispositivos de Parada de Emergência.............................................................12
2.7 Meios de Acesso Permanente...........................................................................13
2.8 Componentes Pressurizados.............................................................................13
2.9 Transportadores de Materiais...........................................................................14
2.10 Aspectos Ergonômicos...................................................................................16
2.11 Riscos Adicionais.........................................................................................18
2.12 Manutenção, Inspeção, Preparação, Ajustes e Reparos................................19
2.13 Sinalização...................................................................................................20
2.14 Manuais........................................................................................................20
2.15 Procedimentos de Trabalho e Segurança......................................................21
2.16 Projeto, Fabricação, Importação, Venda, Locação, Leilão, Cessão a Qualquer
Título, Exposição e Utilização.........................................................................................22
2.17 Capacitação..................................................................................................23
2.18 Outros Requisitos Específicos de Segurança................................................24
2.19 Disposições Finais.........................................................................................25
3. RADIAÇÕES NÃO IONIZANTES.............................................................................25
3.1 Conceitos básicos de ondas planas e eletromagnetismo.................................26
3.1.1 Interação entre a Radiação Eletromagnética e a Matéria.................28
3.1.2 Materiais Dielétricos.......................................................................28
3.1.3 Constante Dielétrica dos Tecidos.....................................................29
3.1.4 Condutividade Especifica dos Tecidos............................................30
3.1.5 Efeito Pelicular (Efeito Skin) ..........................................................30
3.1.6 Taxa de Absorção Especifica(SAR)................................................31
3.2 Radiação infravermelha..................................................................................32
3.2.1 Medição da Intensidade de Radiação Infravermelha.......................33
3.3 Radiação ultravioleta......................................................................................34
3.3.1 Medição da Radiação Ultravioleta...................................................35
3.3.2 Valores Recomendados...................................................................35
3.4 Microondas e radiofrequências.......................................................................37
3.5 Efeitos da radiação não-ionizante...................................................................39
3.5.1. Limites de Exposição......................................................................40
3.5.2. Efeitos da Exposição em Ondas até 100KHz..................................40
3.6 Riscos devido a exposição à radiação eletromagnética..................................49
3.6.1 Como Quantificar a Gravidade do Risco.........................................50
3.7 Normas de exposição a radiações eletromagnéticas não-ionizantes..............50
3.7.1 Normas Internacionais.....................................................................43
3.7.2 Normas no Brasil.............................................................................51
4. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA....................................................51
4.1 Capítulo I - política da empresa e responsabilidades..................................53
4.1.1 Preâmbulo........................................................................................53
4.1.2 Política da empresa..........................................................................53
4.1.3 Responsabllidades...........................................................................54
4.2 Capítulo II - Administração do programa de proteção respiratória................54
4.3 Capítulo III - avaliação médica.......................................................................55
4.4 Capítulo IV - Avaliação do nível de exposição do trabalhador......................56
4.5 Capítulo VI - Uso de respiradores..................................................................57
4.6 Capítulo VII – Treinamento............................................................................57
4.7 Capítulo VIII - Ensaio de vedação ( fit test )..................................................58
4.8 Capítulo IX - Inspeção, manutenção e guarda de respiradores.......................58
4.9 Capítulo X - Avaliação do programa..............................................................60
4.10 Capítulo XI - Procedimentos operacionais escritos......................................60
4.11 Capítulo XII – Seleção de respiradores .......................................................60
5 RISCOS RESPIRATÓRIOS ........................................................................................61
5.1 Deficiência de oxigênio..................................................................................62
5.1.1 Causas da deficiência de oxigênio...................................................64
5.2 ACGIH...........................................................................................................64
5.3 Agentes químicos...........................................................................................65
5.4 Contaminantes particulados: classificação física............................................66
5.5 Contaminantes particulados: classes e efeitos sobre o organismo...................68
5.5.1 Particulados inaláveis, oracicos e respiráveis.................................68
5.5.2 Efeitos sobre o organismo..............................................................69
5.5.3 Particulados insolúveis não classificados de outra maneira
(PNOS)............................................................................................................................70
5.5.4 Aerossóis fibogênicos e não fibrogênicos.......................................71
5.5.5 Sílica cristalizada, sílica amorfa, silicatos e silicose......................72
5.5.6 Asbesto e doenças pulmonares........................................................72
5.6 Contaminantes gasosos..................................................................................73
5.6.1 Efeitos dos contaminantes gasosos no organismo...........................75
5.7 Análise da exposição a particulados...............................................................80
5.8 Análise da exposição a gases e vapores..........................................................82
6. TRABALHO SOB PRESSÕES ANORMAIS.............................................................84
6.1 Definições pertinentes....................................................................................85
6.2 Trabalhos em tubulações pneumáticas e túneis pressurizados.......................86
6.3 Descompressão.............................................................................................88
6.4 Condições para trabalhos submersos..............................................................89
6.5 Precauções necessárias por parte das equipes de mergulho............................92
6.5.1 Utilização dos Equipamentos de Mergulho ....................................96
6.6 Doenças Descompressivas e Embolia Gasosa................................................97
6.6.1 Tipos de barotraumas.......................................................................98
6.6.2 Tipos de embolias............................................................................100
6.6.3 Consequências, precauções e instruções.........................................100
6.6.4 Cuidados e considerações finais......................................................102
7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO...........................................................................103
7.1 Responsabilidades..........................................................................................104
7.2 Certificados de Aprovação – CA..................................................................106
7.3 EPI’s..............................................................................................................107
7.3.1 Tipos de equipamantos de proteção individual...............................107
7.4 Da competência do Ministério do Trabalho e Emprego / TEM.....................115
7.5 Anexos............................................................................................................116
7. CONCLUSÃO.............................................................................................................120
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................121
1. INTRODUÇÃO
A Engenharia de Segurança do trabalho é responsável por prevenir riscos à saúde e à
vida do trabalhador, visando assegurar sobretudo sua qualidade de vida. O engenheiro de
segurança do trabalho tem a função de afiançar que o trabalhador não corra risco de acidentes
em sua atividade profissional, sejam eles danos físicos ou psicológicos. É um profissional
habilitado capaz de organizar de forma técnica e eficiente todos os processos referentes à
segurança e higiene do trabalho. Neste trabalho, serão apresentados diversos temas
relacionados à Segurança no Trabalho abordados no dia-a-dia de um profissional da área.
2. NR 12
A NR-12 determina neste item que áreas de circulação devem sempre estar
desobstruídas e que em locais de instalação de máquinas e equipamentos tais áreas devem ser
devidamente demarcadas conforme normas técnicas. Determina também que deve haver espaço
suficiente ao redor das máquinas e equipamentos para garantir a segurança do operador, sua
manutenção, ajuste, limpeza e inspeção e ainda permitir a toda a movimentação necessária.
Os pisos dos locais de trabalho devem ser mantidos sempre limpos e livres de qualquer
material que ofereça risco de acidentes e também obter características que possam prevenir
riscos provenientes de graxas, óleos e outras substâncias ou materiais escorregadios.
As ferramentas dever ser mantidas organizadas e armazenadas ou dispostas em locais
específicos para sua finalidade.
As máquinas, as áreas de circulação, os postos de trabalho e quaisquer outros locais em
que possa haver trabalhadores devem ficar posicionados de modo que não ocorram transporte
e movimentação aérea de matérias sobre os trabalhadores.
10
2.4 Dispositivos de Partida, Acionamento e Parada
11
Os dispositivos de segurança podem ser:
a) Comandos Elétricos ou interfaces de segurança;
b) Dispositivos de intertravamento;
c) Sensores de segurança;
d) Válvulas e blocos de segurança ou sistemas pneumáticos e hidráulicos;
e) Dispositivos mecânicos;
f) Dispositivos de validação.
12
2.7 Meios de Acesso Permanente
As secções: 80, 81, 82 trata-se dos sistemas pressurizados das maquinas, esses devem
possuir meios ou dispositivos destinados para garantir que a pressão máxima de trabalho nos
circuitos não possa ser excedida e que quedas de pressão progressivas ou bruscas não possam
gerar perigo. Quando a fonte de energia das maquina forem isoladas, a pressão residual dos
13
reservatórios, não pode gerar risco de acidentes. Os recipientes contendo gases comprimidos
utilizados em máquinas e equipamentos devem possuir perfeito estado de conservação e devem
ser armazenados em depósitos bem ventilados, protegidos contra quedas, calor e impactos
acidentais.
15
p) Secção 92: Os transportadores contínuos de correia devem possuir dispositivos que
garantam a segurança em caso de falha durante sua operação normal e interrompam seu
funcionamento quando forem atingidos os limites de segurança, conforme especificado em
projeto, e devem contemplar, no mínimo, as seguintes condições:
a. Desalinhamento anormal da correia;
b. Sobrecarga de materiais.
q) Secção 93: Durante o transporte de materiais suspensos devem ser adotadas medidas de
segurança visando a garantir que não haja pessoas sob a carga.
r) Secção 93.1: As medidas de segurança previstas na secção 93 devem priorizar a existência
de áreas exclusivas para a circulação de cargas suspensas devidamente delimitadas e
sinalizadas.
16
h. A iluminação deve ser adequada e ficar disponível em situações de emergência,
quando necessário o ingresso em seu interior.
b) Secção 95: Os comandos das máquinas e equipamentos devem ser projetados, construídos
para seguir os seguintes aspectos:
a. Localização e distância de forma a permitir manejo fácil e seguro.
b. Instalação dos comandos mais utilizados em posições mais acessíveis ao operador.
c. A visibilidade, identificação e sinalização que permita serem distinguíveis entre si.
d. Instalação dos elementos de acionamento manual ou a pedal de forma a facilitar a
execução da manobra levando em consideração as características biomecânicas e
antropométricas dos operadores.
e. Garantia de manobras seguras e rápidas e proteção de forma a evitar movimentos
involuntários.
c) Secção 96: As Máquinas e equipamentos devem ser projetados, construídos e operados
levando em consideração a necessidade de adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza dos trabalhos a executar,
oferecendo condições de conforto e segurança no trabalho.
d) Secção 97: Os assentos utilizados na operação de máquinas devem possuir estofamento e
ser ajustáveis à natureza do trabalho executado.
e) Secção 98: Os postos de trabalho devem ser projetados para permitir a alternância de
postura e a movimentação adequada dos segmentos corporais, garantindo espaço suficiente
para operação dos controles nele instalados.
f) Secção 99: As superfícies dos postos de trabalho não devem possuir cantos vivos,
superfícies ásperas, cortantes e quinas em ângulos agudos ou rebarbas nos pontos de contato
com segmentos do corpo do operador, e os elementos de fixação, como pregos, rebites e
parafusos, devem ser mantidos de forma a não acrescentar riscos à operação.
g) Secção 100: Os postos de trabalho das máquinas e equipamentos devem permitir o apoio
integral das plantas dos pés no piso.
h) Secção 100.1: Deve ser fornecido apoio para os pés quando os pés do operador não
alcançarem o piso, mesmo após a regulagem do assento.
i) Secção 101: As dimensões dos postos de trabalho das máquinas e equipamentos devem:
a. Atender às características antropométricas e biomecânicas do operador, com
respeito aos alcances dos segmentos corporais e da visão.
17
b. Assegurar a postura adequada, de forma a garantir posições confortáveis dos
segmentos corporais na posição de trabalho.
c. Evitar a flexão e a torção do tronco de forma a respeitar os ângulos e trajetórias
naturais dos movimentos corpóreos, durante a execução das tarefas.
j) Secção 102: Os locais destinados ao manuseio de materiais em processos nas máquinas e
equipamentos devem ter altura e ser posicionados de forma a garantir boas condições de
postura, visualização, movimentação e operação.
k) Secção 103: Os locais de trabalho das máquinas e equipamentos devem possuir sistema de
iluminação permanente que possibilite boa visibilidade dos detalhes do trabalho, para evitar
zonas de sombra ou de penumbra e efeito estroboscópio.
l) Secção 103.1: A iluminação das partes internas das máquinas e equipamentos que
requeiram operações de ajustes, inspeção, manutenção ou outras intervenções periódicas
deve ser adequada e estar disponível em situações de emergência, quando for exigido o
ingresso de pessoas, com observância, ainda das exigências específicas para áreas
classificadas.
m) Secção 104: O ritmo de trabalho e a velocidade das máquinas e equipamentos devem ser
compatíveis com a capacidade física dos operadores, de modo a evitar agravos à saúde.
n) Secção 105: O bocal de abastecimento do tanque de combustível e de outros materiais deve
ser localizado, no máximo, a 1,50 m (um metro e cinquenta centímetros) acima do piso ou
de uma plataforma de apoio para execução da tarefa.
18
e) Ruído;
f) Calor;
g) Combustíveis, inflamáveis, explosivos e substâncias que reagem perigosamente;
h) Superfícies aquecidas acessíveis que apresentem risco de queimaduras causadas pelo
contato com a pele.
Dessa forma devem-se tomar medidas que limitem a emissão ou liberação de agentes
químicos, físicos e biológicos até a sua eliminação. Ou, ao menos, a redução de
emissão/liberação e/ou redução da exposição dos trabalhares.
Máquinas e equipamentos que possam causar incêndios, explosões, queimaduras e
emitam ou liberem substâncias em ambientes confinados devem ter estabelecidos
procedimentos de segurança para garantir a utilização de forma segura pelos trabalhadores.
19
E peças e componentes substituídos devem garantir o mesmo padrão de segurança para
os trabalhadores.
2.13 Sinalização
2.14 Manuais
20
Os manuais das máquinas e equipamentos fabricados ou importados a partir da vigência
desta Norma devem conter, no mínimo, as seguintes informações:
a) Razão social, CNPJ e endereço do fabricante ou importador;
b) Tipo, modelo e capacidade;
c) Número de série ou número de identificação e ano de fabricação;
d) Normas observadas para o projeto e construção da máquina ou equipamento;
e) Descrição detalhada da máquina ou equipamento e seus acessórios;
f) Diagramas, inclusive circuitos elétricos, em especial a representação esquemática das
funções de segurança;
g) Definição da utilização prevista para a máquina ou equipamento;
Riscos a que estão expostos os usuários, com as respectivas avaliações quantitativas de
emissões geradas pela máquina ou equipamento em sua capacidade máxima de utilização;
h) Definição das medidas de segurança existentes e daquelas a serem adotadas pelos usuários;
i) Especificações e limitações técnicas para a sua utilização com segurança;
j) Riscos que podem resultar de adulteração ou supressão de proteções e dispositivos de
segurança;
k) Riscos que podem resultar de utilizações diferentes daquelas previstas no projeto;
l) Procedimentos para utilização da máquina ou equipamento com segurança;
m) Procedimentos e periodicidade para inspeções e manutenção;
n) Procedimentos a serem adotados em situações de emergência;
o) Indicação da vida útil da máquina ou equipamento e dos componentes relacionados com a
segurança.
No caso de máquinas e equipamentos fabricados ou importados antes da vigência desta
Norma, os manuais devem conter, no mínimo, as informações “b”, “e”, “f”, “g”, “i”, “j”, “k",
“l”, “m”, “n” e “o” do item anterior.
21
considerados complementos e não substitutos das medidas de proteção coletivas necessárias
para a garantia da segurança e saúde dos trabalhadores.
Ao início de cada turno de trabalho ou após nova preparação da máquina ou
equipamento, o operador deve efetuar inspeção rotineira das condições de operacionalidade e
segurança e, se constatadas anormalidades que afetem a segurança, as atividades devem ser
interrompidas, com a comunicação ao superior hierárquico.
Os serviços em máquinas e equipamentos que envolvam risco de acidentes de trabalho
devem ser planejados e realizados em conformidade com os procedimentos de trabalho e
segurança, sob supervisão e anuência expressa de profissional habilitado ou qualificado, desde
que autorizados. Devem ser precedidos de ordens de serviço – OS - específicas, contendo, no
mínimo:
a) A descrição do serviço;
b) A data e o local de realização;
c) O nome e a função dos trabalhadores; e
d) Os responsáveis pelo serviço e pela emissão da OS, de acordo com os procedimentos de
trabalho e segurança.
2.16 Projeto, Fabricação, Importação, Venda, Locação, Leilão, Cessão a Qualquer Título,
Exposição e Utilização.
22
Devem ser previstos meios seguros para as atividades de instalação, remoção, desmonte
ou transporte, mesmo que em partes, de máquinas e equipamentos fabricados ou importados
antes da vigência desta Norma.
É proibida a fabricação, importação, comercialização, leilão, locação, cessão a qualquer
título, exposição e utilização de máquinas e equipamentos que não atendam ao disposto nesta
Norma.
2.17 Capacitação
23
g) Exigências mínimas de segurança previstas nesta Norma e na NR 10;
h) Medidas de segurança para injetoras elétricas e hidráulicas de comando manual; e
i) Demonstração prática dos perigos e dispositivos de segurança.
As máquinas injetoras devem receber treinamento diferenciado como trata o Anexo IX.
Tabela 1. Onze anexos que tratam de regulamentações específicas para algumas atividades
Anexo Atividade
I. Distância de segurança e requisitos para o uso de detectores de presença
optoeletrônicos
II. Conteúdo programático da capacitação
III. Meios de acesso permanentes
IV. Glossário
V. Motosserras
VI. Máquinas para panificação e confeitaria
VII. Máquinas para açougue e mercearia
VIII. Prensas e similares
IX. Injetora de materiais plásticos
X. Máquinas para fabricação de calçados e afins
XI. Máquinas e implementos para uso agrícola e florestal
Fonte: Próprio autor
24
2.19 Disposições Finais
As radiações constituem uma forma de energia que, de acordo com a sua capacidade de
interagir com a matéria e considerando sua capacidade de energia, podem subdividir-se em:
● Radiações Ionizantes: As que possuem energia suficiente para ionizar os átomos e
moléculas com as quais interagem, variando entre 2,5 e 25 eV; sendo as mais conhecidas:
- Raios X e raios gama (radiações eletromagnéticas);
- Raios alfa, raios beta, neutrões, protões (radiações corpusculares).
● Radiações Não Ionizantes: São as radiações com comprimento de onda superior a
200nm, possuindo relativamente baixa energia (abaixo de 10eV), incapazes de interagir
atomicamente; embora possam servir de catalizadores na quebra molecular e ligações químicas,
sendo as mais conhecidas:
- Luz visível (400 nm < λ < 700 nm);
- Infravermelhos (100 nm < λ < 1 mm);
- Ultravioletas (15 nm < λ < 400 nm);
- Microondas de aquecimento (λ = 12,2 cm);
- Microondas de rádio telecomunicações (1 mm < λ < 1 m);
- Corrente elétrica (10000 km < λ < 100000 km).
25
Todas as radiações eletromagnéticas têm uma origem comum: a movimentação de
cargas elétricas. Elas variam em frequência, comprimento de onda e nível energético,
produzindo assim diferentes efeitos físicos e biológicos.
As radiações não ionizantes mais conhecidas e utilizadas no meio das engenharias e das
indústrias são:
● A Radiação Infravermelha;
● A Radiação Ultravioleta;
● As Radiações de microondas e Radiofrequências
A Figura (1) exemplifica as variadas faixas de frequência, com suas respectivas
características.
A radiação eletromagnética se comporta como uma onda transversal, de tal forma que
sua oscilação ocorre perpendicularmente à direção de propagação da onda (dada pelo vetor de
poynting, S = E x H), que coincide com a direção de transferência de energia. Um esquemático
de uma onda transversal pode ser vista na Figura (2).
26
Figura 2. Esquemático de uma onda eletromagnética plana monocromática.
Uma onda consiste em sucessivas cristas e vales, e a distância entre duas cristas ou dois
vales adjacentes é chamada o comprimento de onda λ. Ondas do espectro eletromagnético
variam em tamanho, das ondas de rádio muito longos do tamanho de edifícios a raios gama
muito curtos menores do que núcleos de átomos. A frequência é inversamente proporcional ao
comprimento de onda, de acordo com a equação v=λf, em que v é a velocidade da onda
(c=3.10^8 m/s no vácuo, decrescendo em valor em outros meios), f é a frequência e λ é o
comprimento de onda. Quando uma onda eletromagnética passa de um meio para outro, sua
velocidade mudar mas sua frequência permanece constante. As componentes magnéticas e
elétricas dos campos mantém dependência dadas pelo equacionamento de Maxwell, onde
𝐸 = 𝐸0 𝑐𝑜𝑠𝛷ŷ [V/m] e 𝐻 = 𝐻0 𝑐𝑜𝑠𝛷𝑥 [A/m]. Num meio homogêneo qualquer, a razão entre os
campos elétricos e magnéticos chama-se impedância característica do meio, 𝑍 = (𝜇/𝜀)^½;
onde µ é a permeabilidade magnética e ε é a permissividade elétrica do meio. Para o vácuo tem-
se 𝜇0 = 4𝜋10−7 H/m e 𝜀0 = 109 /36𝜋F/m; resultando em Z0 = 377 Ω.
A propagação das ondas é perpendicular aos campos E e H, e é descrita pelo vetor de
poynting: S = E x H. Esta grandeza de fundamental importância representa a densidade de
2
potência da onda, dada por 𝑆 = |𝐸| /𝑍 ou 𝑆 = |𝐻|2 𝑍, com unidade [W/m2] no SI.
Essa mesma grandeza é também conhecida como irradiância, em estudos de
luminosidade, em outra parte do espectro eletromagnético.
A descrição de onda eletromagnética plana não é valida em interações próximas a fontes
de emissão, como transmissores, telefones celulares, etc. Neste caso, a densidade de potência S
é muito variável e complexa, indicando o chamado Campo Próximo. Da mesma forma em todos
os casos em que ocorrem fenômenos de interferência, difração de ondas, ou ondas estacionárias,
esta descrição é incompleta.
27
É importante para qualquer medida de densidade de potência (fluxo de energia), saber-
se que a própria sonda pode seriamente perturbar os resultados das medidas. O grau da interação
depende do tamanho, frequência, forma, orientação, características elétricas da sonda, e da
proximidade de superfícies refletoras.
Em geral a densidade de potência em campos próximos, não é um bom indicador para
determinar riscos destas radiações, pois cálculos baseados nesta grandeza subestimam a
intensidade dos campos.
Tecnologias envolvendo o uso de ondas eletromagnéticas resultaram em imensos
benefícios para a humanidade, modificando a comunicação, a medicina, os negócios, a
manufatura de bens, etc.
Um material dielétrico não contém cargas livres capazes de se moverem sob a ação de
um campo elétrico externo aplicado. No entanto as cargas positivas e negativas em moléculas
dielétricas podem ser separadas pela ação do campo, e se isso ocorre dizemos que o material
ficou polarizado. A relação entre a intensidade do campo elétrico E, em um material dielétrico
é dado por 𝜀0 𝐸 = (𝐷 − 𝑃); onde ε0 é a permissividade do vácuo, D o vetor deslocamento,
associado com cargas livres e P o vetor polarização, associado com as cargas de polarização.
28
Uma equação similar descreve a relação entre a indução magnética B, num meio
isotrópico, com o campo magnético externo H, dada por 𝐵 = 𝐾𝑚 𝜇0 𝐻; onde Km e μ0 são a
permeabilidade magnética relativa e a do vácuo respectivamente.
Para frequências de 10 kHz a 100 MHz, a constante dielétrica é afetada pela polarização
das membranas; acima de 100 MHz, as membranas perdem sua influência, e se comportam
como curto circuito; acima de 10 GHz a constante dielétrica reflete o conteúdo de água no
sangue.
Nos tecidos gordurosos, a constante dielétrica é baixa, assim, por exemplo, a 900 MHz,
um tecido adiposo com 10% de água possui μr = 4 enquanto com 50% de água o mesmo tecido
possui μr = 12. Devido a esta variação com a concentração de água é difícil predizer o
29
comportamento dielétrico dos tecidos in vivo. A dependência com a temperatura é da ordem de
2% / C.
A condutividade dos tecidos varia de forma significativa com a frequência para valores
acima de 1 GHz, como se vê na Figura (4) para o sangue. Este gráfico de modo geral, tipifica
o comportamento de tecidos com alto conteúdo de água. Em tecidos gordurosos, existe uma
dependência linear entre o conteúdo de água e a condutividade. Assim por exemplo a 900 MHz,
um tecido com 6% de água possui uma condutividade de 4 mS/cm enquanto para outro com
60% de água a condutividade é 40 mS/cm, valores estes que sempre variam com a frequência.
30
Figura 5. Variação da profundidade de penetração em tecidos com a frequência.
31
Figura 6. Variação da profundidade de penetração em tecidos com a frequência.
A exposição à radiação infravermelha poderá sempre ocorrer desde que uma superfície
tenha temperatura mais elevada que o receptor, podendo ser utilizada em qualquer situação em
que se queira promover o aquecimento localizado de uma superfície. Na indústria, este tipo de
radiação poderá ter aplicação nomeadamente na secagem de tintas e vernizes e em processos
de aquecimento de metais. A radiação infravermelha é perceptível como uma sensação de
aquecimento da pele, dependendo do seu comprimento de onda, energia e tempo do exposição;
podendo causar efeitos negativos no organismo como queimaduras da pele, aumento persistente
da pigmentação cutânea e lesões nos olhos.
A Figura (7) retrata a incidência dos raios solares nas camadas da pele.
32
Figura 7. Incidência dos raios solares nas diferentes camadas da pele
A termografia é uma técnica que permite mapear um corpo ou uma região com o intento
de distinguir áreas de diferentes temperaturas, sendo portanto uma técnica que permite a
visualização artificial da luz dentro do espectro infravermelho. A termografia hoje tem um
papel muito importante na área de manutenção preditiva. Através da sua utilização, é possível
eliminar muitos problemas de produção, evitando falhas elétricas, mecânica e fadiga de
materiais.
Embora hoje existam sensores infravermelhos de estado sólido que operem à
temperatura ambiente (os ccd de infravermelho), os primeiros termovisores funcionavam com
nitrogênio líquido (entre 63K e 77K), estando portando numa temperatura baixa para poder
"ler" o calor radiante de qualquer corpo que esteja nas imediações. A câmera de termovisão
transforma uma radiação infravermelha invisível ao olho humano em uma imagem visível. Ela
detecta a energia emitida por um objeto, modifica a frequência da energia recebida e produz
uma imagem correspondente, contudo na faixa visível do espectro eletromagnético.
Assim, a termografia infravermelha é o mapeamento sem contato e análise dos padrões
térmicos da superfície de um objeto. Para formação de uma imagem térmica, devemos ter
diferenças de temperatura. Se tivermos uma superfície com temperatura constante, não se
formará nenhuma imagem. Pode-se observar na Figura (8) uma termografia de um equipamento
elétrico e na Figura (9) uma termografia de um motor elétrico.
33
Figura 8. Termografia de um equipamento elétrico
Fonte: http://www.pollustermovisores.com.br/produtos/prodcategorias/eletrica-2.jpg
Fonte: http://www.manutencaoesuprimentos.com.br/imagens/uma-imagem-criada-por-termografia-e-
chamado-de-termograma.jpg
34
- inflamação dos tecidos do globo ocular, em especial da córnea e da conjuntiva (a
queratoconjuntivite é considerada uma doença que geralmente atingem soldadores); em regra,
a profundidade de penetração é maior de acordo com o aumento do comprimento de onda,
assim, o cristalino e a retina só poderão ser atingidos em casos extremos;
- queimaduras cutâneas, de incidência e gravidade variáveis, de acordo também com a
pigmentação da pele; os ultravioletas produzem envelhecimento precoce da pele e podem
exercer sobre ela, o efeito carcinogênico, em especial nas exposições prolongadas à luz solar;
- foto sensibilização dos tecidos biológicos. A gravidade da inflamação da córnea e
conjuntivo por "queimadura por flash" ou "clarão de soldadura" depende de vários fatores como
a duração da exposição, o comprimento de onda e o nível de energia.
A vigilância de saúde é importante na detecção precoce de alterações nos órgãos-alvo
(por exemplo, nos olhos refere-se a "sensação de areia", intolerância à luz, lacrimejo e inchaço
das pálpebras). De igual forma, é fundamental a formação e informação dos trabalhadores
expostos à radiação ultravioleta de forma a utilizar quotidianamente os procedimentos mais
corretos.
35
1. Para a região do espectro ultravioleta próximo (320 a 400 nm), a irradiação total
incidente sobre os olhos ou pele desprotegidos não deve exceder 1 mw/cm² para períodos
maiores que 10³ segundos (aproximadamente 16 minutos), e para tempo de exposição menor
que 10³ segundos não deve exceder 1 J/cm²
2. Para a região do espectro da ultravioleta actínico (200-315 nm), e exposição à
radiação incidente sobre os olhos ou pele desprotegidos não deverá exceder os valores dados
na Tabela 1, durante um período de 8 horas.”
3. Para determinar a irradiação efetiva de uma fonte, de bandas largas ponderadas em
relação ao pico da curva de efetividade espectral (270 nm), deverá ser utilizada a seguinte
fórmula de ponderação:
𝐸𝑒𝑓 = 𝛴 𝐸𝛾 . 𝑆𝛾 . 𝛥𝛾
Onde:
𝐸𝑒𝑓 é a irradiação efetiva relativa para uma fonte monocromática a 270nm, em
W/cm², 𝐸𝛾 é a irradiação espectral em W/(cm².nm), 𝛥𝛾 é a largura da faixa em nm e 𝑆𝛾 é a
efetividade relativa espectral (Valor adimensional).
A Figura (10) mostra a eficiência relativa espectral por comprimento de onda.
36
4. O tempo de exposição permissível em segundos para exposição à radiação
ultravioleta actínica, incidente sobre a pele ou olhos desprotegidos, pode ser computado
dividindo-se 0,003 𝐽/𝑐𝑚2 por 𝐸𝑒𝑓 em 𝑊/𝑐𝑚2 . O tempo de exposição também pode ser
determinado utilizando-se a Tabela a seguir, a qual relaciona os tempos de exposição e as
irradiações efetivas em μW/cm².
37
efeito. Apesar disso, pesquisas científicas continuam investigando a possibilidade da existência
de efeitos ainda não detectados. Quando expostas a campos eletromagnéticos intensos, algumas
pessoas podem apresentar aumento na temperatura do corpo, mas a população em geral não se
aproxima o suficiente das antenas transmissoras para sentir esses efeitos. O acesso às antenas é
protegido por cercas ou edificações que impossibilitam essa aproximação, principalmente nos
serviços de radiodifusão.
O cumprimento da regulamentação é monitorado por meio das ações de fiscalização
que a Anatel realiza regularmente. Essas ações são previstas em um plano anual de fiscalização
da Agência e visam aferir os níveis dos campos em estações transmissoras de
radiocomunicação. As avaliações feitas em estações transmissoras de telecomunicações, em
diversas localidades brasileiras, têm demonstrado que seus campos eletromagnéticos estão
abaixo dos valores limites adotados. A Anatel, ao estabelecer limites de exposição a campos
eletromagnéticos de radiofrequências e fiscalizar seu atendimento, busca garantir que, em locais
passíveis de ocupação humana, não sejam excedidos os limites de exposição.
Nas Figuras 11 e 12 podemos ver exemplos de emissores de radiofrequência e
microondas, respectivamente.
38
Figura 12. Exemplo de um emissor de micro-ondas
Fonte: http://api.ning.com/files/m9wY6nHswW6wVfvrWQLarAKW2EC288BPg64l0MRvFg
xsuB8FxMM-qalmHQmLdaaJRmTgzNFVdHSFeSAbzbTSOXq59R60Plp6/satelite.jpg, 2015.
39
CEM. Os efeitos diretos resultam da interação direta de campos com o corpo humano, e os
efeitos indiretos envolvem interações com um objeto a um potencial elétrico diferente do corpo.
São apresentadas conclusões de estudos de laboratório e epidemiológicos, critérios
básicos de exposição e níveis referenciais para a avaliação prática de riscos. Ao estabelecer os
limites de exposição, reconhece-se a necessidade de reconciliar diferentes opiniões de
especialistas, considerar a validade de relatórios científicos e extrapolar experiências com
animais, para efeitos nas pessoas. As restrições incluídas nestas diretrizes foram baseadas
somente em dados científicos; entretanto, o conhecimento atualmente disponível, indica que
estas restrições propiciam um nível adequado de proteção contra a exposição a CEM variáveis
no tempo.
Estas diretrizes para limitação da exposição foram desenvolvidas após uma análise
abrangente de toda a literatura científica publicada. A indução de câncer pela exposição de
longa duração a CEM, não foi considerada estabelecida. Por essa razão, estas diretrizes são
baseadas em efeitos na saúde de caráter imediato, em curto prazo, tais como estimulação dos
nervos periféricos e músculos, choques e queimaduras causadas por tocar em objetos
condutores, e elevação de temperatura nos tecidos, resultante da absorção de energia durante
exposição a CEM.
No caso dos efeitos potenciais da exposição em longo prazo, tais como aumento de risco
de câncer, a ICNIRP concluiu que os dados disponíveis são insuficientes para prover uma base
para fixar restrições à exposição, embora pesquisas epidemiológicas tenham produzido
evidências sugestivas, mas não convincentes, de uma associação entre possíveis efeitos
carcinogênicos e a exposição à densidade de fluxo magnético de 50/60 Hz em níveis
substancialmente inferiores aos recomendados nestas diretrizes.
40
Efeitos Diretos da Exposição de Campos Eletromagnéticos
41
publicados (Wertheimer e Leeper 1979; Fulton et al. 1980; Myers et al. 1985; Tomenius 1986;
Savitz et al. 1988; Coleman et al. 1989; London et al. 1991; Feychting and Ahlbom 1993; Olsen
et al 1993; Verkasalo et al 1993; Michaelis et al. 1997; Linet et al. 1997; Tynes e Haldorsen
1997), todos, exceto 5, acusaram estimativas de riscos relativos entre 1,5 e 3,0.
Tanto as medições diretas dos campos magnéticos, quanto as estimativas baseadas na
proximidade de linhas de transmissão são procedimentos imprecisos e substitutos para avaliar
a exposição que ocorreu em várias situações, antes que fossem diagnosticados os casos de
leucemia, e não é claro qual dos dois métodos oferece a estimativa mais válida. Embora os
resultados sugiram que realmente o campo magnético pode representar um papel na associação
com o risco de leucemia, há uma incerteza por causa do pequeno número de amostras e devido
à dependência entre o campo magnético e a proximidade a linhas de transmissão.
42
Estudos em Laboratório: Os parágrafos seguintes proporcionam um sumário e uma
avaliação crítica de estudos em laboratório sobre efeitos biológicos de campos elétricos e
magnéticos, com frequências abaixo de 100 kHz.
Ocorreram pequenas mudanças na função cardíaca de voluntários expostos a campos
elétricos de 60 Hz, combinados com campos magnéticos (9 kV.m-1, 20 μT) (Cook et al. 1992;
Graham et al. 1994). A taxa de batimento cardíaco em repouso foi reduzida de forma leve, mas
significativa (de 3 a 5 batidas por minuto), durante ou imediatamente após a exposição. Esta
resposta não foi encontrada com exposição a campos mais intensos (12 kV.m-1 , 30 μT), ou
mais fracos (6 kV.m-1 , 10 μT), e diminuiu quando a pessoa estava mentalmente alerta.
Nenhuma das pessoas estudadas foi capaz de detectar a presença dos campos, e não houve
nenhum outro resultado consistente, numa grande série de testes sensoriais e perceptivos.
Nenhum efeito fisiológico e psicológico adverso foi observado nos estudos em
laboratório, com pessoas expostas a campos de 50 Hz na faixa de 2 a 5 mT (Sander et al. 1982;
Ruppe et al. 1995). Nos estudos realizados por Sander et al (1982) e Graham et al. (1994) não
foi observada nenhuma mudança na composição química e na contagem de células do sangue,
nos gases sanguíneos, nos níveis de lactato, no eletrocardiograma e eletroencefalograma, na
temperatura da pele, ou nos níveis de hormônios em circulação. Estudos recentes em
voluntários, também não mostraram nenhum efeito da exposição a campos magnéticos de 60
Hz, no nível noturno de melatonina no sangue (Graham et al. 1996, 1997; Selmaoui et al. 1996).
Campos magnéticos ELF suficientemente intensos, podem provocar o estímulo direto de nervos
periféricos e do tecido muscular, e pulsos curtos de campo magnético têm sido usados
clinicamente para estimular nervos nos membros e conferir a integridade de vias neurais.
Finalmente, muitos estudos relatam que voluntários experimentaram fracas sensações
visuais oscilatórias, conhecidas como fosfenos magnéticos, durante a exposição a campos
magnéticos ELF acima de 3-5 mT (Silny 1986). Estes efeitos visuais podem também ser
induzidos pela aplicação direta de correntes elétricas fracas na cabeça. Em 20 Hz, têm sido
estimadas densidades de corrente de cerca de 10 mA.m-2 na retina, como limiar para indução
de fosfenos, o que está acima das densidades de corrente endógenas típicas, em tecidos
eletricamente excitáveis.
Um aspecto importante na avaliação dos efeitos de campos eletromagnéticos é a
possibilidade de efeitos no desenvolvimento. Com base em evidências científicas publicadas, é
improvável que campos de frequências baixas tenham efeitos adversos em mamíferos, no
desenvolvimento embrionário e logo após o nascimento. Além do mais, evidências atualmente
43
disponíveis indicam que mutações somáticas e efeitos genéticos são resultados improváveis da
exposição a campos elétricos e magnéticos de frequências abaixo de 100 kHz. Não há nenhuma
evidência que campos ELF alterem a estrutura do DNA e cromatina, e não são esperados efeitos
mutacionais e de transformação neoplásica. Isto é sustentado por resultados de estudos em
laboratório, projetados para detectar danos no DNA e em cromossomos, mutações e aumento
na frequência de transformação, devidos à exposição a campo ELF. A falta de efeitos na
estrutura dos cromossomos sugere que campos ELF, se é que têm algum efeito no processo de
carcinogênese, é mais provável que ajam como promotores do que como iniciadores,
promovendo a proliferação de células geneticamente alteradas, mais do que propriamente
causando lesão inicial em DNA ou cromatina.
44
Exposição em Ondas de 100khz até 300GHz
Efeitos sobre a reprodução: Dois estudos extensos, realizados com mulheres tratadas
com diatermia de microondas para aliviar a dor das contrações uterinas durante o parto, não
acharam nenhuma evidência de efeitos prejudiciais ao feto (Daels 1973, 1976). Todavia, sete
estudos sobre consequências na gravidez, entre trabalhadoras expostas ocupacionalmente a
radiação de microondas e sobre defeitos de nascimento entre suas proles, produziram tanto
resultados positivos quanto negativos. Em alguns dos mais extensos estudos epidemiológicos,
com operadoras de máquinas seladoras de plásticos por radiofrequência e fisioterapeutas
trabalhando com aparelhos de diatermia por ondas curtas, não foram achados efeitos
estatisticamente significativos sobre índices de aborto ou má formação do feto. Como contraste,
outros estudos sobre populações semelhante, de mulheres trabalhadoras, acharam um aumento
de risco de aborto e defeitos de nascimento (Larsen et al. 1991; Ouellet-Hellstron e Stewart
1993). Um estudo sobre trabalhadores em instalações de radar não achou nenhuma associação
entre exposição a microondas e risco de síndrome de Down em sua descendência.
Em geral, os estudos sobre consequências na reprodução, relacionadas com a exposição
a microondas, são imprecisos na avaliação da exposição e representam um número muito
pequeno de casos. Apesar dos resultados destes estudos serem geralmente negativos, será difícil
chegar a conclusões seguras sobre riscos na reprodução, sem mais dados epidemiológicos
relacionados com indivíduos altamente expostos e sem uma avaliação mais precisa da
exposição.
45
Estudos em Células e Animais: Há vários relatórios sobre respostas comportamentais
e fisiológicas de animais de laboratório, inclusive roedores, cachorros e primatas não humanos,
a fenômenos térmicos relacionados com CEM em frequências acima de 10 MHz. Respostas,
tanto na termosensibilidade, como na termoregulação, são associadas com o hipotálamo e com
receptores térmicos localizados na pele e nas partes internas do corpo. Sinais aferentes
refletindo mudanças de temperatura convergem ao sistema nervoso central e modificam a
atividade dos principais sistemas de controle neuroendócrino, disparando as respostas
fisiológicas e de comportamento necessárias à manutenção da temperatura corporal. A
exposição de animais de laboratório, a CEM, resultando numa absorção de energia superior a
4 W.kg-1, revelou um modelo característico de resposta termoreguladora, segundo a qual a
temperatura do corpo aumenta inicialmente e em seguida se estabiliza, a partir da ativação de
mecanismos termoreguladores (Michaelson 1983). A fase inicial desta resposta é acompanhada
por um aumento do volume de sangue, devido ao movimento de fluido extracelular para a
circulação e por aumentos na taxa de batida cardíaca e na pressão sanguínea intraventricular.
Vários estudos com roedores e macacos, demonstraram também uma componente
comportamental nas respostas termoreguladoras. Foi observada uma queda no desempenho de
tarefas por macacos e ratos, para valores de SAR entre 1 e 3 W.kg-1 (Stern et al. 1979; Adair e
Adams 1980; de Lorge e Ezell 1980; D'Andrea et al. 1986). Nos macacos, as alterações no
comportamento termoregulador começam quando a temperatura na região do hipotálamo
aumenta apenas 0,2 - 0,3oC .
Sob condições de exposição parcial do corpo a CEM intensos, pode ocorrer um dano
térmico significativo em tecidos sensíveis, tais como encontrados nos olhos e nos testículos.
Cataratas nos olhos de coelhos resultaram da exposição a microondas,com 2-3 horas de duração
e SAR de 100-140W.kg-1, causando temperaturas lenticulares de 41-43 ºC. Nenhum caso de
catarata foi observado em macacos expostos a campos de microondas com intensidades
similares ou mais altas, possivelmente por causa de diferenças nas formas de absorção de
energia nos olhos dos macacos e dos coelhos. Nas frequências muito altas (10-300 GHz), a
absorção de energia eletromagnética ocorre principalmente nas camadas epidérmicas da pele,
nos tecidos subcutâneos e na parte externa do olho. A Figura (13) mostra os efeitos observados
em cobaias para diferentes circunstâncias de exposições de ELF.
46
Figura 13. Efeitos observados em cobaias para diferentes circunstâncias de exposições de ELF
47
Figura 14. Temperatura retal de equilíbrio em um homem adulto, em função da densidade de potência a
75 MHz
48
3.6 Riscos devido a exposição à radiação eletromagnética
49
3.6.1 Como Quantificar a Gravidade do Risco
50
toda a vida ativa de trabalhador. Não pode ser esperado que o público em geral, tome qualquer
precaução em relação a sua exposição às radiações, e por isso devem ser adotados Limites de
Exposição mais baixos para este público do que para os grupos de indivíduos ocupacionalmente
expostos.
51
contribuições recebidas em decorrência de duas consultas públicas realizadas em abril e maio
de 2001. Os limites não sofreram alteração em relação aos valores determinados pela ICNIRP.
Ao nível de municípios, alguns deles, como Campinas (Lei No 9580 de 22/12/1997,
alterada pela Lei No 9891 de 26/10/1998 e regulamentada pelo Decreto No 13261 de
28/10/1999), São José dos Campos (Lei No 5646 de 31/05/2000 e Decretos No 9854 de
07/01/2000 e No 10323/01 de 08/08/2001) e Porto Alegre (Lei No 8463 de 19/01/2000), já
estabeleceram legislação relativa à emissão de RNI pelas antenas emissoras, incluindo as ERB’s
(Estações Rádio-Base) para telefonia celular.
52
4. PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
4.1.1 Preâmbulo
Segundo a Portaria número 1 de 11 de Abril de 1994, emitida pelo Ministério do Trabalho, cujo
conteúdo estabelece um regulamento técnico sobre uso de equipamentos de proteção respiratória,
todo empregador deverá adotar um conjunto de medidas com a finalidade de adequar a utilização
de equipamentos de proteção respiratória - EPR, quando necessário para complementar as
medidas de proteção eletivas implementadas, ou com a finalidade de garantir uma completa
proteção ao trabalhador contra os riscos existentes nos ambientes de trabalho.
53
4.1.3 Responsabllidades
1. Diretoria da Empresa
2. Gerência e Supervisão
É responsabilidade da Gerência / Supervisão de cada área, assegurar que todas as pessoas sob
seu controle estão informadas sobre a necessidade do uso de EPR para execução das atividades
que a requerem o uso de tais equipamentos, conforme determinado no capitulo Seleção de
Respiradores. Devem ainda assegurar que seus subordinados sigam rigorosamente todas as
determinações do programa de proteção respiratória, incluindo inspeção e manutenção dos
respiradores. É também responsabilidade da Gerência, Supervisão estabelecer medidas
disciplinares para aqueles que não atenderem estas determinações.
3. Usuários de respiradores
É de responsabilidade dos trabalhadores das áreas atividades que necessitem o uso de EPRs,
que utilizem corretamente o respirador indicado, seguindo as instruções fornecidas durante o
treinamento. É também sua responsabilidade a manutenção, guarda e limpeza do equipamento,
mantendo-o sempre em boas condições de uso. A Empresa proverá os meios para que essa
manutenção seja realizada.
54
departamentos operacionais e de serviços deverão ser cooperativos no sentido de se conseguir
a completa eficácia do programa suas responsabilidades incluem: medições, estimativas ou
informações atualizadas sobre a concentração do contaminante na área trabalho; manutenção
de registros e procedimentos escritos de tal maneira, que o programa fique documentado e
permita uma avaliação de sua eficácia; a avaliação da sua eficácia, através de um auditor. A
planilha de controle do PPR é a ferramenta básica para coleta e checagem dos dados do PPR e
será mantida sempre atualizada.
A função do auditor do PPR é zelar para que o PPR seja cumprido em sua íntegra,
relatando à direção da empresa qualquer irregularidade que possa comprometer o andamento
do programa ou a integridade da empresa. Suas inspeções devem ser periódicas e seguidas de
um relatório de conformidade.
55
4.4 Capítulo IV - Avaliação do nível de exposição do trabalhador
56
4.5 Capítulo VI - Uso de respiradores
57
4.7 Capítulo VIII - Ensaio de vedação ( fit test )
Devem ser realizadas manutenções periódicas nos respiradores para que eles
mantenham sua eficiência original através de inspeções, reparos, limpezas e guarda adequadas.
1.Inspeção
58
2. Reparos
3. Limpeza
Todos os respiradores (exceto aqueles destinados ao uso por um único turno) deverão ser
limpos diariamente (ou após cada uso no caso de respiradores que não são de utilização diária),
de acordo com as instruções do fabricante, pelo próprio usuário ou pelo responsável pela
Administração do Programa de Proteção Respiratória. Será determinado pelo Supervisor do
trabalhador o local, tempo e fornecido o material necessário par fazer esta limpeza.
4. Guarda
Os respiradores que não forem descartados após o turno de trabalho deverão ser guardados
em local próprio longe da área contaminada e protegido da luz do sol, poeiras, calor, frio,
umidade e produtos químicos agressivos. Quando possível, estes respiradores deverão ser
marcados e guardados de forma a assegurar que sejam utilizados apenas por um trabalhador.
Se utilizado por mais de um trabalhador, o respirador deverá ser limpo após cada uso.
5. Sistemas de ar comprimido
59
4.9 Capítulo X - Avaliação do programa
Este programa deverá ser revisto e avaliado a cada 2 meses. Será elaborado um relatório
escrito desta avaliação Para cada deficiência encontrada. Será elaborada uma ação corretiva, o
auditor do programa observará os seguintes tópicos em sua avaliação:
a) Administração do programa;
b) Treinamento;
c) Avaliação médica;
d) Ensaios de vedação;
e) Amostragem do ar e classificação do risco;
f) Seleção e distribuição dos respiradores;
g) Forma de uso dos respiradores;
h) Limpeza, manutenção e inspeção;
i) Fontes de ar respirável;
j) Guarda dos respiradores;
k) Prontidão para emergências;
l) Problemas especiais.
A empresa estabelecerá procedimentos operacionais que deverão ser seguidos por todos
os usuários e seus superiores, para determinar como serão utilizados cada tipo de respirador.
Esses procedimentos terão a assinatura de concordância e adesão de cada pessoa envolvida com
o uso de respiradores. Ver anexos.
60
Respiratória desta empresa, que reconhece sua validade e se compromete a acatar suas
recomendações e revisa-las quando houver alterações futuras.
5. RISCOS RESPIRATÓRIOS
61
No caso onde trabalhos são realizados em espaços confinados, como definido acima, o
risco respiratório pode estar associado ao risco de explosão, pois geralmente têm vapores ou
gases misturados com o ar em concentrações capazes de provocar a combustão. Os riscos
podem ser afastados com uso apropriado de ventilação diluidora, exaustora, ou da diluição com
gases inertes.
Os trabalhos de manutenção neste tipo de lugar exigem que os envolvidos conheçam as
precauções e procedimentos de segurança, assim como devem existir procedimentos escritos
para a liberação e entrada no local para realização dos trabalhos.
A asfixia está relacionada com a pressão parcial de oxigênio, pois o máximo teor que a
hemoglobina pode transportar é função da pp𝑂2 que existe no fim da troca gasosa. Na nossa
atmosfera normal, a pp𝑂2 é de 110mmHg. A curva de dissociação oxigênio-hemoglobina indica
o nível de saturação e permite verificar que a medida que a concentração de oxigênio no
ambiente diminui, a pp𝑂2 também diminui e consequentemente a saturação da hemoglobina
também.
62
A deficiência de oxigênio não se caracteriza apenas pela concentração de oxigênio, mas
também pela pressão ambiente. A maioria dos fisiologistas afirmam que os sintomas se tornam
evidentes quando a pp𝑂2 atinge 60mmHg ao nível do mar, onde a concentração de oxigênio é
de 14,5%. Por essa razão que os regulamentos adotam um valor fixado em 18%, onde os
sintomas são mais suaves e há uma margem de segurança.
De uma forma geral, a frequência respiratória não aumenta de forma significativa até
2400 metros de altitude, até 4800 metros o aumento ocorre de forma gradativa, quando então a
ventilação pulmonar atinge 65% acima do normal. Com altitudes acima de 3600 metros, os
efeitos da falta de oxigênio alveolar são sonolência, lassidão, fadiga mental, e às vezes podem
ocorrer cefaléia, náuseas e euforia. Observa-se que a maioria dos sintomas apresentados se
intensificam com a altitude: a cefaléia acentua-se, e os sintomas podem progredir para
contrações ou convulsão, terminando em coma quando atingem altitudes superiores a 7000
metros, para individuos não aclimatados.
Um dos efeitos mais importantes da hipoxia é a baixa acuidade mental, que provoca
diminuição no poder de julgamento, da memória e da realização de movimentos motores
discretos. Geralmente, essas habilidades se mantêm normais até altitudes em torno de 2700
metros e podem assim permanecer até 4500 metros, porém por curto período de exposição.
Quando há períodos longos, como no caso dos pilotos de aviões, a acuidade mental, através de
experimentos, pode diminuir para 80% do normal, mesmo com altitudes em torno de 3000
metros.
Portanto, é importante ressaltar que na realização de trabalhos em ambientes com pp𝑂2
reduzida pode requerer o enclausuramento do local, além de outras medidas. Um exemplo disso
são as cabinas de avião, onde as portas e janelas são herméticas e o aumento da pressão
ambiente são aceitáveis. Quando voam acima de 4000 metros, aviões com passageiros devem
ser pressurizados com a utilização do ar externo, onde sempre terá 20,9% de oxigênio.
Em ambientes com pressões reduzidas, outro recurso importante é a aclimatação, que é
a capacidade que o corpo humano possui para se ambientar em um novo meio, com algumas
modificações. Dessa forma, se um indivíduo permanecer em grandes altitudes por dias, semanas
ou anos, gradualmente seu organismo se adaptará a baixas pressões, sofrendo menos com os
efeitos citados anteriormente.
63
5.1.1 Causas da deficiência de oxigênio
Três podem ser as causas que diminuem a porcentagem de oxigênio num local, são elas:
consumo, diluição e adsorção.
O consumo ocorre tanto na combustão, quando o oxigênio do ar reage com material
combustível (incêndios) como na oxidação de metais (superfícies internas de reservatórios,
equipamentos de provesso de aço-carbono sem pintura e fechados, etc). Estruturas metálicas,
como escadas de aço em poços localizados abaixo do nível do solo, quando perdem a pintura
protetora e estão há muito tempo sem ser visitados podem gerar atmosferas deficientes de
oxigênio e oferecer risco de morte ao primeiro visitante do local.
A diluição ocorre quando gases inertes como o dióxido de carbono e o nitrogênio são
utilizados na inertização de tanques ou de equipamentos que vão sofrer manutenção. Esses
gases deslocam o ar, diluindo-o ou expulsando-o totalmente. Assim como ocorre com o metano
e o dióxido de carbono, produzidos pela putrefação da matéria orgânica em locais fechados ou
pouco ventilados, estes gases deslocam o ar ou se misturam com ele , acarretando situações de
deficiência de oxigênio.
A adsorção do oxigênio do ar pode ocorrer em leitos de carvão ativo no interior de
reatores ou câmaras, tornando as operações de inspeção, recarga ou manutenção um tanto
quanto perigosas.
Mesmo nos ambientes com 21% de oxigênio, a deficiência pode ocorrer em nível
celular, devido à inalação de certos contaminantes que diminuem a capacidade das células do
sangue se combinarem quimicamente com as moléculos de oxigênio. Um exemplo comum é
quando alguém inala monóxido de carbono, as moléculas desse gás combinam-se centenas de
vezes mais rapidamente com as moléculas de hemoglobina, sendo assim, impedem o transporte
de oxigênio. O ácido cianídrico também impede o recebimento de oxigênio pelas moléculas,
portanto, quando agentes asfixiantes bioquímicos estão presentes, respiradores purificadores de
ar não são recomendados.
5.2 ACGIH
A ACGIH é uma associação científica. A ACGIH não é um órgão que estabelece
padrões. Na condição de entidade científica, conta com comitês que analisam e compilam dados
publicados na literatura científica.
ACGIH publica guias de orientação, denominadas Threshold Limit Values (TLVs) e
Biological Exposure Índices (Bels), para a utilização por higienistas ocupacionais na tomada
64
de decisões em relação a níveis de exposição seguros de vários agentes químicos e físicos
encontrados no ambiente de trabalho.
TLVs definidos - termo TLV é uma marca registrada da ACGIH. Ele é definido como
a concentração de contaminante na qual se acredita que a maioria dos trabalhadores podem
estar repetidamente expostos, dia após dia, sem desenvolver efeitos adversos à saúde. E
importante entender que o TLV não é uma linha divisória entre o seguro e o inseguro. Devido
às diferenças fisiológicas, metabólicas e bioquímicas entre indivíduos, alguns trabalhadores
podem desenvolver efeitos adversos mesmo em concentrações abaixo do TLV, enquanto outros
podem não ser afetados mesmo em concentrações acima do TLV.
65
5.4 Contaminantes particulados: classificação física
Podem ser classificados de acordo com o seu estado físico e propriedades ou de acordo
com as reações que o organismo humano apresenta quando são inalados.
O “diâmetro aerodinâmico” representa a dimensão de uma partícula imaginária de
formato esférico com densidade unitária e que tem o mesmo comportamento aerodinâmico, isto
é, velocidade de deposição da partícula real, de geometria irregular.
Os aerossóis, partículas em suspensão no ar e possuem diâmetro na faixa de 0,01 μm a
100 μm, podem-se apresentar como poeiras, névoas, fumos, neblinas, fumaça e radionuclídeos.
A concentração de aerossóis é expressa geralmente em mg/m³. No caso do asbesto, é usual a
unidade fibras/m³, devido a natureza do asbesto.
Algumas palavras devem ser compreendidas e utilizadas corretamente com o objetivo de
aplicar os critérios de seleção de filtros químicos e para particulados contidos no programa de
proteção respiratória, assim como para preparar os procedimentos de segurança, compra de
equipamentos de proteção.
Poeira
É uma suspensão de partículas no ar, formadas mecânicamene, constituída por partículas
sólidas.
As poeiras são geradas no manuseio de sólidos a granel, como grãos; na forma de pó,
como oxido de zinco ou negro de fumo; na britagem ou moagem de minérios; na detonação
para desmonte de rochas; no corte de madeira por serra circular; no lixamento de madeira ou
concreto, etc.
A maior parte das poeiras na indústria é formada por partículas de tamanho muito variado,
prevalecendo as menores, embora sejam percebidas apenas as de maior tamanho. Se um
trabalho como a detonação de rochas na escavação de poços gera partículas que permanecem
por muito tempo no ar, é sinal que as partículas menores prevalecem, com isso deve-se aguardar
mais tempo para continuar o serviço.
Névoa
Névoa é a suspensão de partículas líquidas no ar, formadas por ruptura mecânica de um
líquido. Aparecem em atividades como pintura spray, que utilizam tinta com solvente orgânico,
a névoa é formada pelas gotículas do solvente orgânico. Aplicação de agrotóxicos por
nebulização, as partículas liquidas contém o agente ativo que é pouco volátil, acompanhado do
66
líquido utilizado como veículo de dispersão. Em processos eletrolíticos a nevoa pode ser gerada
por bolhas de gás, que se desprendem durante a passagem da corrente elétrica e, ao chegarem
à superfície do liquido, rompem-se formando partículas líquidas. Ainda podemos citar a
utilização de fluidos de corte em operações de usinagem, entre outros.
As nevoas são sempre acompanhadas pelo vapor do liquido que a constitui, pois as
gotículas, com grande área superficial, geram vapor.
Fumos
São partículas sólidas, aerodispersóides gerados termicamente, formadas por
condensação de vapores, formados após a volatilização de substância sólida fundida.As
partículas existentes nos fumos são extremamente pequenas. Os fumos metálicos são gerados
em operações de solda, metalização a quente, fundição etc. No caso das soldagem para se fazer
uma análise correta devemos levar em conta a composição, quantidade da liga soldada, o
processo, eletrodo e outros.
Neblina
É a suspensão de partículas líquidas no ar, geradas por condensação de um vapor de um
líquido volátil. Na indústria, isso e muito raro, pois a condensação do vapor só ocorre quando
o ambiente ficar saturado de um liquido, seguido da diminuição da temperatura do ar.
Um exemplo doméstico é a neblina formada no banheiro durante um banho quente
prolongado. Inicialmente, o vapor gerado é incorporado pelo ar até o ponto de saturação, e,
posteriormente, obrigando a sua condensação.
Fumaça
Mistura formada por partículas suspensas no ar, gases e vapores resultantes da combustão
incompleta de materiais. Contém partículas sólidas de carbono, assim como partículas líquidas
provenientes da condensação de vapores de hidrocarbonetos com massa molecular elevada.
Radionuclídeos
São materiais que devido a sua estrutura atômica são capazes de emitir radiação ionizante.
As radiações emitidas são de tipo e energia para cada espécie de radionuclídeo.
67
5.5 Contaminantes particulados: classes e efeitos sobre o organismo
A deposição de partículas é função do diâmetro aerodinâmico e os principais mecanismos
que contribuem para deposição das partículas no trato respiratório são a inércia, a sedimentação,
a interceptação direta e o movimento browniano(difusão).
A “fração inalável” é a fração das partículas que podem se depositar em qualquer uma
das regiões do trato respiratório, com diâmetro de corte para 50% da massa das partículas igual
a 100 μm . A “fração torácica” pode se depositar nas vias aéreas (região traqueobrônquica), e
na região de troca gasosa (alvéolos), com diâmetro de corte de 50% da massa das partículas
igual a 10 μm. Por fim a “fração respirável” é a que atinge a região alveolar e tem diâmetro de
corte para 50% da massa das partículas igual a 4 μm.
Para haver penetração de partículas nos pulmões, é necessário que seu diâmetro esteja
na faixa de tamanhos que constitui a fração respirável.
A deposição de partículas no trato respiratório varia com as condições fisiológicas da
respiração do indivíduo e da região do trato respiratório.
68
5.5.2 Efeitos sobre o organismo
Os efeitos dependem da natureza das partículas, da sua toxidade e da atuação dos
mecanismos de defesa, podendo ser diversos e incluindo doenças pulmonares, efeitos
sistêmicos, câncer, irritação, mutação e alterações genéticas.
Doenças pulmonares
As partículas depositam-se no trato respiratório e podem provocar reações no próprio
local, indo desde uma irritação aguda das vias aéreas até uma reação pulmonar por
hipersensibilidade, dependendo da atividade biológica da substancia invasora e dos seus
contaminantes.
Exemplos de doenças causadas por particulados incluem a fibrose, a bronquite (produção
excessiva de muco), a asma (constrição dos dutos bronquiais) e o câncer.
As reações a partículas de poeiras inorgânicas, dependem de muito fatores como a
natureza, dose e tempo de exposição, entre outros fatores.
Segundo a ACGIH as partículas inertes, inócuas ou incomodas, denominadas atóxicas,
como estanho, ferro, carbono puro e bário, deixam a estrutura alveolar intacta e a reação do
organismo é potencialmente reversível.
Vários dos agentes orgânicos podem provocar doenças por sensibilização. Para a
ocorrência de uma reação alérgica, o agente químico combina-se com as proteínas do
organismo, formando um complexo denominado antígeno, que ao ser absorvido leva a
produção de anticorpos que demoram algum tempo para ser detectados. Os sintomas mais
comuns são dermatite, urticária, conjuntivite, inchaço das membranas, espirro, dificuldade de
respirar e diminuição da ventilação pela produção excessiva de muco (bronquite) ou a formação
de anticorpos que levam a constrição dos dutos bronquiais (asma), e em alguns casos, morte
resultante de choque anafilático.
Há ainda o caso de que pessoas apresentam uma reatividade excessiva a um alérgeno, ou
seja, uma extrema sensibilidade a doses baixas e outras apresentam uma reação extremamente
baixa a altas doses.
Em alguns indivíduos, a reação do organismo produz alterações nas células dos pulmões
que, após um período latente, transforma-se em câncer, como no caso do asbesto, cromatos,
níquel, poeiras de madeira duras, partículas radioativas.
Febre
A inalação de fumos, recém gerados de zinco, magnésio e cobre, produz calafrios
69
seguidos de febre.
Efeitos sistêmicos
Ocorrem quando o sangue absorve componentes das partículas depositadas nos alvéolos
que produzem danos em órgãos do corpo humano. Algumas substancias podem gerar câncer.
Essas substancias, solúveis nos fluidos corpóreos, acabam na corrente sanguínea, sendo
transportadas para todo o corpo humano.
Irritação
Certos contaminantes produzem irritação química, inflamação e ulceração do trato
respiratório superior. Alguns particulados podem produzir danos instantâneos, reações lentas
ou somente deposição sobre o tecido.
Mutação genética
Algumas substâncias como mercúrio, causam mudança ou mutação no material genético
de uma célula viva.
Alterações genéticas
Teratógeno é o termo que se aplica a qualquer substância que possa causar malformações
não-hereditárias. Certos materiais inalados por trabalhadoras grávidas podem causar defeito no
desenvolvimento do embrião ou feto como as poeiras e fumos de chumbo.
70
Alguns particulados PNOS podem provocar depósitos opacos nos pulmões, visíveis em exames
de raio-x, mas não provocando reações nos tecidos, a menos que sua exposição seja severa. As
pneumoconioses provocadas por partículas PNOS são potencialmente reversíveis.
71
5.5.5 Sílica cristalizada, sílica amorfa, silicatos e silicose
A sílica, ou o dióxido de silício contém átomos de oxigênio e silício, arranjados de
maneiras diferentes formando diversas substâncias químicas.São as substâncias químicas
naturais menos reativas e os mais insolúveis. Representa cerca de 60% da crosta terreste.
Existe sob forma cristalina(quartzo, cristobalita e tridimita), criptocristalina(calcedônia,
jaspe, sílex) e amorfa. Outra classifcação divide entre sílica combinada e cristalina livre. A
sílica combinada está ligada quimicamente a óxidos de metais como alumínio, magnésio, ferro
e outros, constituindo os silicatos. A sílica cristalina livre não está ligada a outras substâncias.
A sílica amorfa é uma forma não cristalina e praticamente não apresenta ação tóxica
para os pulmões. Nos silicatos, cátions e ânios como Na, Mg, Al, K, Ca, Fe, F, OH, etc, estão
ligados à estrutura da sílica cristalizada.
A silicose é uma doença pulmonar atribuída à inalação de várias formas de sílica livre
e cristalizada que produz uma reação fibrosa no tecido alveolar. É uma doença crônica
fibrogência, de evolução em geral uma lenta, progressivamente e erreversível que provoca
insuficiência pulmonar. O risco da silicose é maior nas indústrias de cerâmica e abrasivos, na
mineração, na fundição de ferro e no jateamento de areia. Poeiras mistas, ou seja, poeiras
contendo sílica livre abaixo de 10% associada a poeiras menos fibrogênicas, como o ferro,
óxidosde alumínio, silicatos como o caolim, as micas, a carvão mineral e até as PNOS,
apresentam poder fibrogênico diminuído.
Alguns silicatos apresentam riscos variáveis de pneumoconiose, mas geralmente, não
têm efeito patogênico. Assim, por exemplo, o talco geralmente não é fibrogênico, mas quando
contaminado por sílica cristalizada ou asbesto, pode ser causa da silicose ou asbesto. A sílica
cristalina, por enquanto, é considerada como suspeita de cancerígena para o ser humano.
72
As princiais patologias por exposição à poeira de amianto são: asbesto, pneumoconiose
que se deselvolve geralmente cinco ou mais anos após a exposição ao abesto; cancêr de pulmão,
devido às propriedades carcinogênicas encontradas em quase todos os tipos de amianto; e o
mesotelioma, neoplasia difusa da pleura que se origina do mesotélio.
Além do câncer de pulmão e do mesotelioma de pleura, grande número de outros
cânceres é hoje associado à exposição ao asbesto, como o cancêr de laringe e faringe, assim
como uma variedade de cânceres gastrintestinais, incluindo esôfago, estômago, cólon e reto.
Todos os tipos de fibras de asbesto têm sido implicados como na potencialidade cancerígena
com relação aos mesoteliomas, que dependem da dimensão da fibra de asbesto.
A fibrose pulmonar geralmente se desenvolve após vários anos de exposição, em
ambientes de trabalho que apresentam concentrações superiores ao limite de tolerância.
Abestose é o acumulo de partículas nos pulmões e as reações do tecido à sua presença. O câncer
do pulmão é uma complicação da asbestose. Não existe nível de exposição abaixo do grau de
risco. O mesoteolima é um tumor maligno raro que acomete a pleura e o peritônio, a grande
maioria de mesoteolima encontrado, houve exposição ao asbesto.
Orgânicos
Os gases e vapores orgânicos contêm carbono em sua estrutura molecular. Por sua
facilidade de se combinar com outros átomos, existem milhares de compostos orgânicos.
Existem os formados somente por hidrogênio e carbono, como o etano e metano, e os formados
por outros compostos químicos além do carbono, como por exemplo as cetonas e os ácidos. Os
compostos organometálicos são aqueles que possuem metais em suas moléculas, como o
chumbo tetraetila.
Ácidos
Os contaminantes gasosos ácidos contêm hidrogênio na molécula e quando são dissolvidos
em água produzem íon hidrogênio, o qual é responsável pelo pH ácido, que se situa entre 0 e 7.
Dentre suas características podem-se citar:
Sabor ácido;
Corrosivo ao tecido humano;
Reagem com metal produzindo hidrogênio gasoso e sal;
Reagem com substâncias alcalinas gerando sais.
Podem ser fortes, quando sua reação com metal libera hidrogênio rapidamente ou fracos, se
esta reação for lenta. O dióxido de enxofre é um exemplo de ácido forte e o dióxido de carbono
um exemplo de ácido fraco. A toxicidade não depende se ele é forte ou fraco.
Alcalinos
São aqueles que reagem com água, resultando em uma base. Essas substâncias em meio
aquoso formam íons hidroxila, responsáveis pela solução com pH básico de 7 a 14. Dentre suas
características podem-se citar:
Sabor amargo;
Algumas são corrosivas ao tecido humano.
Podem ser álcalis fortes quando produzem facilmente íons hidroxila na água e reagem
rapidamente com outra substância. Caso contrário, são fracos. Como nos ácidos, sua toxicidade
não depende se eles são fracos ou fortes.
74
Inertes
Não reagem quimicamente com outras nas condições normais de temperatura e pressão.
Quando estão em altas concentrações no ambiente podem gerar deficiência de oxigênio. Dentre
eles podem-se citar: nitrogênio e dióxido de carbono. Alguns deles, se em uma certa
concentração, podem gerar riscos de explosão, como o metano e o butano.
Especiais
São os compostos que exigem filtros especiais, como monóxido de carbono e mercúrio.
Asfixia
Ocorre do bloqueio dos processos vitais pela falta de oxigênio. Os gases inertes em
grande quantidade diluem o oxigênio do ar, provocando uma atmosfera com deficiência de
oxigênio, levando a pessoa à asfixia. A Tabela (2) mostra os efeitos da asfixia por porcentagem
de oxigênio.
39 8 horas Nenhum.
Irritação
Algumas substâncias corrosivas lesam os tecidos e causam inflamação das mucosas das
vias aéreas. O local e a intensidade dessa inflamação dependem da solubilidade e da
concentração da substância.
Os agentes irritantes podem ser divididos em:
76
Irritantes primários: Ação é local e imediata. Se a solubilidade do agente em água é alta,
a irritação ocorre na cavidade nasal e na garganta. Exemplos são: ácido clorídrico, ácido
sulfúrico, amônia. Se a solubilidade é moderada, a irritação é quase uniforme em todas
as vias respiratórias, mas terá efeito principal nos brônquios. Exemplos são: Cloro, iodo.
Quando os contaminantes são insolúveis ou pouco solúveis, a irritação é muito menor,
podendo atingir a parte mais profunda do sistema respiratório: os bronquíolos terminais
e os alvéolos. Exemplos são: dióxido de nitrogênio e ozônio.
Irritantes secundários: A ação é local e sistêmica. Exemplos são: gás sulfídrico e a
fosfina.
Efeitos sistêmicos
Os efeitos da inalação de alguns gases atacam órgãos e sistemas do corpo humano
diferentes dos pulmões. A Figura (16) mostra efeitos de alguns gases no corpo humano.
77
Figura 16. Efeitos de alguns gases no corpo humano
Sistema nervoso
Ossos - Fósforo
mercúrio, anilina,
benzeno, nitritos
Gás sulfídrico
Rins Paralisia Respiratória
mercúrio, clorofórmio,
tetracloreto de carbono
78
A ação narcótica é dada por inconsciência e muitas pessoas apresentam os mesmos sintomas
da asfixia. Em doses baixas, ambos exercem sua ação principal sem efeitos sistêmicos graves,
mas em altas doses podem causar morte.
Sensibilizantes
Certos gases quando inalados podem causar a formação de anticorpos, levando a um
aumento da probabilidade de reações, como asma ocupacional, que é uma obstrução das vias
aéreas e é causada também pela inalação de particulados. A Figura (17) mostra anticorpos.
Câncer
Quando inalados, alguns componentes podem produzir ou acelerar o aparecimento de
câncer após um certo período de latência, como níquel e benzidina. Uma substância é
carcinogênea quando pode induzir o aparecimento de um tumor maligno após uma certa
exposição. Podem-se citar diversos fatores relacionados ao aparecimento do câncer:
Genéticos;
Vírus;
Radiação;
Desequilíbrio hormonal;
Certos agentes químicos.
79
Não deve ser permitido nenhum contato ou exposição com as substâncias cancerígenas,
pois não existe limite de exposição.
Mutação genética
Certas substâncias causam mudanças no DNA de uma célula viva, causando danos aos
cromossomos. Podem ser hereditárias se forem nos óvulos e espermatozoides. Quando ocorrem
em outras células podem levar ao desenvolvimento de tumores malignos ou benignos.
Exemplos: Benzeno e benzidina. A Figura (18) mostra um DNA com mutação.
Alteração genética
Certos materiais podem causar defeito no desenvolvimento do embrião quando a mulher
grávida é exposta a eles. A deformação varia com o tipo de substância e as deformações não
são hereditárias. Teratógeno é aplicado a qualquer substância que pode causar malformações
não hereditárias. Exemplos: Talidomida, esteroides e mercúrio.
81
5.8 Análise da exposição a gases e vapores
Os danos ao organismo por exposição a gases e vapores dependem de:
Concentração: Deve-se usar aparelhagem adequada e a amostra deve ser representativa.
Devem ser coletadas amostras em diferentes pontos de um local de trabalho, tendo
assim várias concentrações diferentes;
Tempo de exposição: Deve-se calcular a exposição média ponderada, verificar se os
picos estão dentro dos limites máximos calculados a partir do fator de desvio ou
compará-los com os limites de exposição-valor teto;
Características físico-químicas do agente;
Suscetibilidade pessoal.
Instrumentos de leitura
Aparelhos de leitura direta: Coletam e analisam a amostra dentro do próprio instrumento
no local de trabalho. Existem os colorímetricos, que utilizam métodos químicos,
mostrando a concentração do local de trabalho por meio da alteração de cor. São baratos,
mas podem induzir erros de até 25%. Por essa razão, seu emprego é limitado aos casos
em que a concentração está muito acima ou abaixo do Limite de Exposição do agente
químico. Os analisadores infravermelho e os cromatógrafos a gás utilizam métodos
físicos. A indicação da concentração é dada por deflexão do ponteiro ou leitura digital.
As Figuras (20), (21) e (22), respectivamente, mostram a bomba e os tubos
colorimétricos, cromatógrafo a gás e analisador infravermelho.
82
Figura 21. Cromatógrafo a gás
Duas etapas:
Coleta do agente em amostradores: Podem ser transportados pelo próprio
trabalhador. Nos ativos, os gases são retidos num meio de coleta. Nos
passivos, as moléculas do contaminante movem-se por difusão até a
camada de adsorvente onde são retidas. A Figura (23) mostra um
amostrador passivo;
83
Figura 23. Amostrador passivo
Fonte: Amostrador Passivo SKC para Vapores Orgânicos, Carvão Ativado 350 mg, 5 um, 2015
Análise em laboratório.
84
Nesse tipo de serviço, o trabalhador é submetido a uma pressão maior do que a
atmosférica. A transição entre a pressão de trabalho e a atmosférica deve seguir um
procedimento cuidadoso de descompressão, conforme as tabelas anexas.
a) Câmara de Trabalho
É o espaço ou compartimento sob ar comprimido, no interior da qual o trabalho está
sendo realizado;
b) Câmara de Recompressão
É uma câmara que, independentemente da câmara de trabalho,
é usada para tratamento de indivíduos que adquirem doença descompressiva ou embolia
e é diretamente supervisionada por médico qualificado;
c) Campânula
É uma câmara através da qual o trabalhador passa do ar livre para a câmara de trabalho
do tubulão e vice-versa;
d) Eclusa de Pessoal
É uma câmara através da qual o trabalhador passa do ar livre para a câmara de trabalho
do túnel e vice-versa;
e) Encarregado de Ar Comprimido
É o profissional treinado e conhecedor das diversas técnicas empregadas nos trabalhos
sob ar comprimido, designado pelo empregador como o responsável imediato pelos
trabalhadores;
f) Médico Qualificado
É o médico do trabalho com conhecimentos comprovados em Medicina Hiperbárica,
responsável pela supervisão e pelo programa médico;
85
g) Operador de Eclusa ou de Campânula
É o indivíduo previamente treinado nas manobras de compressão e descompressã
o das eclusas ou campânulas, responsável pelo controle dapressão no seu interior;
h) Período de Trabalho
É o tempo durante o qual o trabalhador fica submetido a pressão maior que a
do ar atmosférico excluindo-se o período de descompressão;
i) Pressão de Trabalho
j) Túnel Pressurizado
É uma escavação, abaixo da superfície do solo, cujo maior eixo faz um ângulo não
superior a 45° (quarenta e cinco graus) com a horizontal, fechado nas duas extremidades, em
cujo interior haja pressão superior a uma atmosfera;
l) Tubulão de Ar Comprimido
É uma estrutura vertical que se estende abaixo da superfície da água ou solo, atravéas
da qual os trabalhadores devem descer, entrando pela campânula, para uma pressão maior que
a atmosférica. A atmosfera pressurizada opõe-se à pressão da água e permite que os homens
trabalhem em seu interior. [3]
86
Figura 24. Figura esquemática de um tubulão pneumático
iii) A duração do período de trabalho sob ar comprimido não poderá ser superior a 8 (
oito) horas, em pressões de trabalho de 0 a 1,0 kgf/cm2; a 6 (seis) horas em press
87
ões de trabalho de1,1 a 2,5 kgf/cm2; e a 4 (quatro) horas, em pressão de trabalho
de 2,6 a 3,4 kgf/cm2;
iv) Após a descompressão, os trabalhadores serão obrigados a permanecer, no mínim
o, por 2 (duas) horas, no canteiro de obra, cumprindo um período de observação
médica; O local adequado para o cumprimento do período de observação deverá
ser designado pelo médico responsável;
v) Em relação à supervisão médica para o trabalho sob ar comprimido, deverã
o ser observadas as seguintes condições:
a) sempre que houver trabalho sob ar comprimido, deverá ser providenciada a assistência p
or médico qualificado, bem como local apropriado para atendimento médico;
b) todo empregado que trabalhe sob ar comprimido deverá ter uma ficha médica, onde deve
rão ser registrados os dados relativos aos exames realizados;
c) Nenhum empregado poderá trabalhar sob ar comprimido, antes de ser examinado por um
médico qualificado, que atestará, na ficha individual, estar essa pessoa apta para o trabalho;
d) o candidato considerado inapto não poderá exercer a função, enquanto permanecer sua
inaptidão para esse trabalho;
e) o atestado de aptidão terá validade por 6 (seis) meses;
f) em caso de ausência ao trabalho por mais de 10 (dez) dias ou afastamento por doença,
o empregado, ao retornar, deverá ser submetido a novo exame médico.[3]
6.3 Descompressão
88
Figura 25. Tabela de descompressão para pressões entre 0 e 0,900 kgf/cm²
A NR15 define:
I - Águas Abrigadas: toda massa líquida que, pela existência de proteção natural ou
artificial, não estiver sujeita ao embate de ondas, nem correntezas superiores a 1 (um) nó;
89
II - Câmara Hiperbárica: um vaso de pressão especialmente projetado para a ocupação
humana, no qual os ocupantes podem ser submetidos a condições hiperbáricas;
III - Câmara de Superfície: uma câmara hiperbárica especialmente projetada para ser
utilizada na descompressão dos mergulhadores, requerida pela operação ou pelo tratamento
hiperbárico;
IV - Câmara Submersível de Pressão Atmosférica: uma câmara resistente à pressão
externa, especialmente projetada para uso submerso, na qual os seus ocupantes permanecem
submetidos à pressão atmosférica;
V - Câmara Terapêutica: a câmara de superfície destinada exclusivamente ao tratamento
hiperbárico;
VI - Comandante da Embarcação: o responsável pela embarcação que serve de apoio
aos trabalhos submersos;
VII - Condição Hiperbárica: qualquer condição em que a pressão ambiente seja maior
que a atmosférica;
VIII - Condições Perigosas: situações em que uma operação de mergulho envolva riscos
adicionais ou condições adversas, tais como:
a) uso e manuseio de explosivos;
b) trabalhos submersos de corte e solda;
c) trabalhos em mar aberto;
d) correntezas superiores a 2 (dois) nós;
e) estado de mar superior a "mar de pequenas vagas" (altura máxima das ondas de
2,00m).
f) manobras de peso ou trabalhos com ferramentas que impossibilitem o controle da
flutuabilidade do mergulhador;
g) trabalhos noturnos;
h) trabalhos em ambientes confinados.
IX - Contratante: pessoa física ou jurídica que contrata os serviços de mergulho ou para
quem esses serviços são prestados.
X - Descompressão: o conjunto de procedimentos, através do qual um mergulhador
elimina do seu organismo o excesso de gases inertes absorvidos durante determinadas
condições hiperbáricas, sendo tais procedimentos absolutamente necessários, no seu retorno à
pressão atmosférica, para a preservação da sua integridade física;
90
XI - Emergência: qualquer condição anormal capaz de afetar a saúde do mergulhador
ou a segurança da operação de mergulho;
XII - Empregador: pessoa física ou jurídica, responsável pela prestação dos serviços, de
quem os mergulhadores são empregados;
XIII - Equipamento Autônomo de Mergulho: aquele em que o suprimento de mistura
respiratória é levado pelo próprio mergulhador e utilizado como sua única fonte;
XIV- Linha de Vida: um cabo, manobrado do local de onde é conduzido o mergulho,
que, conectado ao mergulhador, permite recuperá-lo e içá-lo da água, com seu equipamento;
XV - Mar Aberto: toda área que se encontra sobre influência direta do mar alto;
XVI - Médico Hiperbárico: médico com curso de medicina hiperbárica com currículo
aprovado pela SSMT/MTb, responsável pela realização dos exames psicofísicos admissional,
periódico e demissional de conformidade com os Anexos A e B e a NR 7.
XVII - Mergulhador: o profissional qualificado e legalmente habilitado para utilização
de equipamentos de mergulho, submersos;
XVIII - Mergulho de Intervenção: o mergulho caracterizado pelas seguintes condições:
a) utilização de misturas respiratórias artificiais;
b) tempo de trabalho, no fundo, limitado a valores que não incidam no emprego de
técnica de saturação.
XIX - Misturas Respiratórias Artificiais: misturas de oxigênio, hélio ou outros gases,
apropriadas à respiração durante os trabalhos submersos, quando não seja indicado o uso do ar
natural;
XX - Operação de Mergulho: toda aquela que envolve trabalhos submersos e que se
estende desde os procedimentos iniciais de preparação até o final do período de observação;
91
XXV - Regras de Segurança: os procedimentos básicos que devem ser observados nas
operações de mergulho, de forma a garantir sua execução em perfeita segurança e assegurar a
integridade física dos mergulhadores; XXVI - Sino Aberto: campânula com a parte inferior
aberta e provida de estrado, de modo a abrigar e permitir o transporte de, no mínimo, 2 (dois)
mergulhadores, da superfície ao local de trabalho, devendo possuir sistema próprio de
comunicação, suprimento de gases de emergência e vigias que permitam a observação de seu
exterior;
XXVII - Sino de Mergulho: uma câmara hiperbárica, especialmente projetada para ser
utilizada em trabalhos submersos;
XXVIII - Sistema de Mergulho: o conjunto de equipamentos necessários à execução de
operações de mergulho, dentro das normas de segurança;
XXIX - Supervisor de Mergulho: o mergulhador, qualificado e legalmente habilitado,
designado pelo empregador para supervisionar a operação de mergulho;
XXX - Técnicas de Saturação: os procedimentos pelos quais um mergulhador evita
repetidas descompressões para a pressão atmosférica, permanecendo submetido à pressão
ambiente maior que aquela, de tal forma que seu organismo se mantenha saturado com os gases
inertes das misturas respiratórias;
XXXI - Técnico de Saturação: o profissional devidamente qualificado para aplicação
das técnicas adequadas às operações em saturação;
XXXII - Trabalho Submerso: qualquer trabalho realizado ou conduzido por um mergulhador
em meio líquido;
XXXIII - Umbilical: o conjunto de linha de vida, mangueira de suprimento respiratório
e outros componentes que se façam necessários à execução segura do mergulho, de acordo com
a sua complexidade.
92
NR 15. As Figuras (27) e (28) mostram, respectivamente, mergulhador no mar e o mergulhador
em esgoto.
Figura 27. Mergulhador no mar
93
1) Quanto ao Planejamento: Antes de iniciar a atividade do mergulho propriamente
dita, algumas condições são necessárias de serem observadas:
a) Condições meteorológicas;
b) Condições de mar;
c) Movimentação de embarcações;
d) Perigos submarinos, incluindo ralos, bombas de sucção ou locais onde a diferença de
pressão hidrostática possa criar uma situação de perigo para os mergulhadores;
e) Profundidade e tipo de operação a ser executada;
f) Adequação dos equipamentos;
g) Disponibilidade e qualificação do pessoal;
h) Exposição a quedas da pressão atmosférica causadas por transporte aéreo, após o
mergulho;
i) Operações de mergulho simultâneas.
a) obtenção, junto aos responsáveis, pela condução de quaisquer atividades que, na área,
possam interferir com a operação, de informações que possam interessar à sua segurança;
b) seleção dos equipamentos e misturas respiratórias;
c) verificação dos sistemas e equipamentos;
d) distribuição das tarefas entre os membros da equipe;
e) habilitação dos mergulhadores para a realização do trabalho;
f) procedimentos de sinalização;
g) precauções contra possíveis perigos no local de trabalho.
3) Quanto à execução:
94
d) locais de onde poderá ser conduzida a operação;
e) operações relacionadas com câmaras de compressão submersíveis;
f) identificação e características dos locais de trabalho;
g) utilização de ferramentas e outros equipamentos pelos mergulhadores;
h) limites de profundidade e tempo de trabalho;
i) descida, subida e resgate da câmara de compressão submersível e dos mergulhadores;
j) tabelas de descompressão, inclusive as de tratamento e de correção;
l) controle das alterações das condições iniciais;
m) período de observação;
n) manutenção dos registros de mergulho.
a) sinalização;
b) assistência na água e na superfície;
c) disponibilidade de câmara de superfície ou terapêutica;
d) primeiros socorros;
e) assistência médica especializada;
f) comunicação e transporte para os serviços e equipamentos de emergência;
g) eventual necessidade de evacuação dos locais de trabalho;
h) suprimentos diversos para atender às emergências.
95
Figura 29. Monitoramento do andamento do mergulho
Fonte: http://www.techdiving.com.br/Abyss/manual/Image4.gif
96
a) qualquer alteração ou reparo tiver sido efetuado no sistema ou equipamento de forma
a alterar suas características originais;
b) vencidos os períodos estabelecidos no quadro abaixo para os testes de vazamento e
testes de ruptura.
A Tabela (5) mostra o quadro referente ao item 4.
Existem várias doenças que podem ser causadas devido ao trabalho em condições
hiperbáricas. Podem ser barotraumas, devido às oscilações da pressão atmosférica sobre os
gases cavitários do organismo humano, ou embolias, que são causadas devido à prática de
atividades sob pressões anormais.
97
6.6.1 Tipos de barotraumas
No ouvido médio
Quando o ouvido, normalmente ajustado à pressão da superfície, é exposto a um
aumento de pressão durante o mergulho, o tímpano do ouvido médio pode se sentir incomodado
por uma dor. Nesse caso, utilizamos a manobra de Valsalva para equilibrar a pressão. A
manobra de Valsalva consiste em forçar o ar para fora enquanto seguramos o nariz entre os
dedos e mantemos a boca fechada. Esta ação força o ar para o ouvido médio através do tubo de
Eustáquio. Entretanto, deve se ter cuidado para não forçar demais, evitando assim danos devido
à pressurização excessiva. Métodos mais suaves incluem engolir ou bocejar longamente.
A Figura (30) mostra a manobra de valsava.
Seios da face
98
a pressão faz com que os capilares se partam, causando sangramento na área dos seios da face
que se une à garganta.
Pulmão
Além do ouvido e outros espaços corporais que contém ar, em condições hiperbáricas,
ocorrem mudanças na composição de gases dos pulmões. No caso do oxigênio, por exemplo,
quanto maior a pressão deste gás no pulmão, maior quantidade será absorvida pelo sangue e
dissolvida em todos os líquidos do corpo. Uma estrutura rígida, a traquéia, vai se ramificando
em ramos cada vez menores até que bronquíolos terminam e formam os sacos alveolares.
Estes mantêm grande quantidade de ar no tecido pulmonar, que é bastante elástico. Na
pressurização o pulmão é comprimido, se o indivíduo estiver com a respiração contida (apnéia)
e a pressão for excessiva, podem ocorrer lesões ao pulmão, caracterizando o barotrauma
pulmonar.
A 40m, mesmo estando comprimidos à 1/5 do seu tamanho normal, pulmões flexíveis
podem experimentar o barotrauma. Isto acontece devido ao fenômeno conhecido como
“vazamento sanguíneo”, no qual o sangue vaza para certas áreas do corpo devido à pressão. A
Figura (31) mostra um barotrauma pulmonar à 40 metros.
99
6.6.2 Tipos de embolias
Embolia pulmonar
A NR15 nos fornece algumas tabelas com informações sobre as diversas doenças
causadas por exposição à ambientes hiperbáricos. A Figura (32) mostra doenças e causas.
100
Figura 32. Doenças e Causas
As duas tabelas abaixo indicam o tipo de tratamento que deve ser realizado para cada
tipo de doença causada por trabalho em condições de alta pressão. A Tabela (5) mostra
Tratamento com oxigênio de doenças descompressivas e a Tabela (6) mostra o Tratamento com
ar e oxigênio de embolia gasosa.
101
Tabela 7. Tratamento com ar e oxigênio de embolia gasosa
102
7. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
É OBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR:
1. Fornecer EPI’s adequados aos riscos aos quais os funcionários poderão estar expostos;
2. Providenciar treinamento aos servidores quanto à utilização, higienização e guarda dos
EPI’s;
3. Registrar a participação dos funcionários em treinamentos;
4. Registrar o fornecimento dos EPI’s em ficha de controle devidamente assinada,
indicando o respectivo CA do equipamento fornecido;
5. Exigir e monitorar o uso adequado dos EPI’s; e
6. Adotar medidas administrativas caso o trabalhador que, sem motivo justificado, recusar-
se a usar o EPI necessários à sua atividade.
É OBRIGAÇÃO DO SERVIDOR:
104
É OBRIGAÇÃO DO FABRICANTE NACIONAL OU IMPORTADOR:
105
7.2 Certificados de Aprovação – CA
1. De 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham
sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO;
2. Do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando
for o caso;
3. De 2 (dois) anos, quando não existirem normas técnicas nacionais ou internacionais,
oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para realização dos ensaios, sendo
que nesses casos os EPI’s terão sua aprovação pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante apresentação e análise do Termo de
Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de fabricação, podendo ser
renovado por 24 (vinte e quatro) meses, quando se expirarão os prazos concedidos; e
4. De 2 (dois) anos, renováveis por igual período, quando não existirem normas técnicas
nacionais ou internacionais, oficialmente reconhecidas, ou laboratório capacitado para
realização dos ensaios, caso em que os EPI’s serão aprovados pelo órgão nacional
competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, mediante apresentação e
análise do Termo de Responsabilidade Técnica e da especificação técnica de fabricação.
** Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da
empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o
nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA.
106
7.3 EPI’s
1. Proteção da cabeça;
2. Proteção auditiva;
3. Proteção respiratória;
4. Proteção do tronco;
5. Proteção dos membros superiores;
6. Proteção dos membros inferiores;
7. Proteção do corpo inteiro; e
8. Proteção contra quedas com diferença de nível.
Protetores para a cabeça, propriamente ditos, que são protetores usados para crânio e
rosto (Ex.: capacetes, máscaras);
Protetores para os órgãos nela localizados, que são os protetores para os órgãos da visão
e audição.
107
Protetores para o crânio
Os capacetes de segurança são usados para proteger o crânio contra: quedas de objetos
provenientes de níveis elevados; impactos e partículas projetadas; projeção de produtos
químicos; fogo e calor; eletricidade;
Encontramos no mercado os capacetes com aba total, que é uma parte integrante do
casco e tem a função de proteger a face, o pescoço e os ombros. O outro tipo de capacete
comercial é o que tem aba frontal, também chamado de boné, o mais utilizado na construção
civil.
O casco do capacete é suportado por uma suspensão que compreende todo o conjunto
de tiras internas, mantendo o casco no mínimo 32mm acima do contato direto com o crânio.
Esta suspensão tem a função de amortecer qualquer impacto e, para que isto ocorra, ela deve
estar ajustada para cumprir sua função.
São conhecidos pelo nome genérico de "protetor facial". Sua finalidade é proteger o
rosto contra o impacto de partículas, contra respingos de produtos químicos e contra a ação de
radiações nocivas e excesso de luminosidade.
De certa forma, também protegem os olhos, mas não servem como único equipamento
de proteção para o órgão da visão, como poderemos observar adiante.
Os protetores para rosto podem ser divididos em:
Protetor com visor plástico: possui visor de acetato de celulose ou acrílico; deve ser
transparente e sem ondulações. Se tiver função de proteção contra radiação luminosa,
o visor deverá ter a tonalidade adequada;
Protetor com anteparo aluminizado: dotado de visor de plástico, aluminizado na
face externa. Serve para proteger a face contra impactos e diminui a ação da radiação
luminosa;
Protetor com visor de tela: o visor é feito de tela de malha pequena, tornando-a
transparente. Tem como função proteger o funcionário contra riscos de impacto por
estilhaços e diminui o efeito do calor radiante; e
108
Máscara para soldador: é de uso específico dos soldadores de solda elétrica. Além
de proteger contra a radiação calorífica e luminosa produzidas durante a soldagem,
protege também contra respingos do metal fundente e das fagulhas da solda.
A proteção dos olhos é um dos pontos mais importantes da prevenção de acidentes; eles
devem ser protegidos contra impactos de estilhaços, partículas, fagulhas, respingos de
produtos químicos e metais fundidos, assim como, contra radiações e luminosidade. Para
proteção dos olhos, normalmente, são usados óculos que variam de forma e aplicação.
Óculos para soldador – solda a gás: tem como finalidade proteger o trabalhador
contra as radiações e luminosidade, e contra os respingos e fagulhas de solda. Sua armação
possui a forma de duas conchas. As lentes são removíveis, possibilitando o uso da tonalidade
adequada de acordo com as necessidades do serviço.
Proteção auditiva
Proteção auditiva só deve ser usada como último recurso. Apesar de existir algum
desacordo, a máxima intensidade de som ao qual o ouvido humano pode estar sujeito sem
dano à audição, considera-se estar na faixa de 90 a 100 decibéis. Se uma pessoa deve
trabalhar por longos períodos exposto a níveis (pressões) de som superiores a
aproximadamente 85 decibéis (para cada oitava acima de 300 ciclos/segundo) deve usar
alguma forma de proteção auditiva.
Um simples decibel representa a menor troca de volume de som que pode ser detectado
pelo ouvido humano. Um som de 130 decibéis é tão intenso que reproduz sensação de dor no
ouvido.
É necessário equipamento especializado e homens treinados para analisar uma
exposição ao barulho. É necessário um médico ou departamento médico da companhia para
aprovar tipos de proteção ao ouvido que serão mais efetivos.
109
Protetores de inserção
Os materiais mais utilizados são a borracha, plástico macio, cera e algodão. Os tipos de
borracha e plástico são populares porque são fáceis de se manter limpos, são baratos e têm
bom desempenho.
Tipo concha
Este protetor deve cobrir o ouvido externo para promover uma barreira acústica efetiva.
É um dos tipos e mais completos. Pelo fato de abranger toda a concha auditiva, deve ser feito
em material macio, confortável e de fácil higienização.
Proteção respiratória
Sua finalidade é impedir que as vias respiratórias sejam atingidas por gases ou outras
substâncias nocivas ao organismo.
A máscara é a peça básica do protetor respiratório. É chamada semifacial quando cobre
parcialmente o rosto, mais precisamente, nariz e boca. É chamada facial quando cobre todo o
rosto, havendo, nesse caso, um visor. A máscara semifacial ou facial deve permitir vedação
perfeita nas áreas de contato com o rosto.
110
Máscaras com suprimento de ar
São dispositivos de proteção que purificam o ar, fazendo-o passar através de uma caixa
com substâncias químicas que absorvem os contaminantes. É necessário ter em mente que as
máscaras deste tipo não proporcionam proteção onde há deficiência de oxigênio.
Proteção de tronco
Normalmente usado por soldadores. É usado também contra riscos de cortes e atritos
que podem ocorrer no manuseio de chapas grandes com arestas cortantes.
Avental de lona
Usado para trabalhos secos em que não haja risco de pegar fogo e contra riscos leves de
cortes e atritos.
Avental de amianto
Usado para trabalhos quentes. Não é inflamável, mas oferece algumas desvantagens
porque é pouco resistente ao atrito e é muito pesado.
111
Avental de plástico
Para manuseio de ácidos ou outros produtos químicos. Evita que os mesmos penetrem
na roupa.
Nos membros superiores, situam-se as partes do corpo onde, com maior frequência,
ocorrem lesões: as mãos. Grande parte dessas lesões pode ser evitada através do uso de luvas.
As luvas impedem, portanto, um contato direto com materiais cortantes, abrasivos, aquecidos,
ou com substâncias corrosivas e irritantes da pele. Há luvas especiais para os variados tipos de
trabalho:
Devem ser utilizadas luvas de couro, muito resistentes ao atrito. Vaqueta ou vaqueta
bufalada são usadas para confecção dessas luvas, normalmente com reforço e palma dupla.
Devem utilizar luvas de lona, desde que os líquidos manuseados não sejam nocivos à
pele.
Devem ser utilizadas luvas de borracha especial, são as que têm maior responsabilidade
na proteção do trabalhador, pois protegem a vida do indivíduo contra eletrocussão. Não
devem ter quaisquer defeitos, arranhaduras, perfurações ou desgastes. Para evitar tudo isso,
elas devem ser usadas, obrigatoriamente, com luvas de pelica ou outro couro macio,
sobrepostas, e examinadas toda vez que forem utilizadas (teste de sopro).
Mangotes
Proteção para os braços na realização de operações que possam causar alguma lesão
como: raspões, queimaduras, batidas, etc.
Sapatos de Segurança
113
Botas de borracha ou plástico
Perneiras
São usadas para a proteção das pernas. De acordo com o risco, as perneiras cobrem só a
perna ou podem chegar até a coxa. Perneiras de raspa de couro são usadas para soldadores e
fundidores.
Macacão
Conjunto
Formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros
superiores e inferiores contra agentes térmicos;
Formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros
superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos;
Formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros
superiores e inferiores contra umidade proveniente de operações com uso de água;
Formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros
superiores e inferiores contra chamas.
114
Vestimenta de corpo inteiro
É um cinto largo e reforçado, de couro ou lona, com uma ou duas fivelas, conforme o
tipo. O travessão é preso por dois anéis colocados de maneira que fique um de cada lado do
corpo do usuário.
Este tipo de cinto possui suspensório e, em alguns casos, até tiras de assento como os
cintos de paraquedistas.
115
5. Fiscalizar a qualidade do EPI;
6. Suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e,
7. Cancelar o CA.
7.5 Anexos
116
117
118
119
8. CONCLUSÃO
É fato que se deve sempre prezar pelo bem estar do trabalhador. É importante
sempre agir na direção de diminuição e eliminação dos fatores de risco. O trabalhador sempre
deve ter em mãos os EPI’s e orientações de forma de trabalho. Assim, o jeito mais eficaz de
impedir o acidente é conhecer os riscos e controlá-los. É neste sentido que existem políticas de
segurança e saúde dos trabalhadores que tenham por base a ação de profissionais
especializados, antecipando, reconhecendo, avaliando e controlando todo o risco existente.
120
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] ESPECTOGRAMA. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Espectrograma> .
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[4] Sejam bem vindos à MNC Fisioterapia!. Disponível em:
<https://mncfisioterapia.wordpress.com/>. Acesso en 02 de março de 2015.
[5] Disponível em:<http://www.pollustermovisores.com.br/produtos/prodcategorias/eletrica-
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[6] Disponível em: <http://www.netwire.com.br/wp-content/uploads/2012/10/celuar.jpg.>
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[7] Disponível em:<
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Acesso em 02 de março de 2015.
[8] Torloni, M. , Viera, A.V., Manual de proteção respiratória. São Paulo, ABHO, 2003.
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[10] NESTE INVERNO, FIQUE LONGE DO “ATCHIM”!. Disponível em:<
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fevereiro de 2015.
[11] ANTICORPOS. Disponível em:<
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[13] UNIPHOS ® ASP-21 .Disponível em:< http://www.faxsa.com.mx/Uniphos/ASP-
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[14] INSTRUMENTACION. Disponível em: < http://gsite.univ-
provence.fr/gsite/document.php?pagendx=6863&project=lcp-ira> . Acesso em 15 de fevereiro
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[15] VECTUS IMPORTATUM INSTRUMENTOS DE PRECISÃO LTDA. Disponível em: <
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[16] Amostrador Passivo SKC para Vapores Orgânicos, Carvão Ativado 350 mg, 5 um.
Disponível em: < http://www.fasteronline.com.br/products/amostrador-passivo-para-vapores-
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[17] Guia Trabalhista, Disponível em:<
http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nrs.htm>. Acesso em 24 de fevereiro de 2015.
[18] Legislação Comentada: NR 15 - Atividades e Operações Insalubres, Disponível em:<
http://pro-
sst1.sesi.org.br/portal/lumis/portal/file/fileDownload.jsp?fileId=8A90152A2A15F2A8012A3
443F9571CB5>. Acesso em 24 de fevereiro de 2015.
[19] Norma Regulamentadora 15. Disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr15_anexoVI.htm> . Acesso em 24 de
fevereiro de 2015.
[20] PINI, Infraestrutura Urbana. Disponível em:<
http://infraestruturaurbana.pini.com.br/solucoes-tecnicas/20/imagens/i358500.jpg>. Acesso
em 24 de fevereiro de 2015.
[21] NR15, Anexo VI. Disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr15_anexoVI.htm.> Acesso em 24 de
fevereiro de 2015.
[22] Disponível em: <http://mundocrux.com.br/wp-content/uploads/2012/03/Fernando-de-
Noronha.jpg>. Acesso em 24 de fevereiro de 2015.
[23] Disponível em: <http://brejo.com/wp-
content/uploads/2014/09/mergulhador_de_esgoto_3.jpg>. Acesso em 24 de fevereiro de 2015.
[24] Disponível em: <http://www.techdiving.com.br/Abyss/manual/Image4.gif>. Acesso em
24 de fevereiro de 2015.
[25] Fisiologia Submarina. Disponível em: <http://pt.net-diver.org/selftraining/manual/p69-
2.htm>. Acesso em 24 de fevereiro de 2015.
122
[26] Segurança e Medicina do Trabalho, 2ed edição, editora Saraiva, 2012.
[27] ANEXO II PROCEDIMENTO PARA UTILIZAÇÃO DE: EQUIPAMENTOS DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPIS . Disponível em:
<http://fisio.icb.usp.br:4882/seguranca/Procedimentos%20EPI%20ICB.pdf>. Acesso em 15 de
março de 2015.
[28] NORMA REGULAMENTADORA 6 - NR 6. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL – EPI. Disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr6.htm> . Acesso em 15 de março de 2015.
[29] DADOS GLOBAIS. Disponível em:
<http://www.segurancanotrabalho.eng.br/estatisticas/estacidmundo.pdf>. Acesso em 15 de
março de 2015.
[30] EPI/EPC – A SEGURANÇA AO SEU ALCANCE. DISPONÍVEL EM:
<http://www.eliteengenharia.com/noticias/noticia-1/>. Acesso em 15 de março de 2015.
123