Trabalho de EA Quisito
Trabalho de EA Quisito
Trabalho de EA Quisito
CURSO DE FILOSOFIA
Quelimane
2023
QUISITO JOSÉ SOARES
Quelimane
2023
Índice
Introdução ............................................................................................................................. 3
Metodologia .......................................................................................................................... 3
Conclusão.............................................................................................................................. 9
Referências bibliográficas................................................................................................... 10
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Introdução
O conceito de sustentabilidade vai muito além de explicar a realidade, pois exige
aplicações práticas. Esta discussão teórica apenas revela uma luta disfarçada pelo poder entre
os actores sociais. Para aprofundar-se no conceito é necessário ter uma visão mais ampla,
analisando o passado, o presente e o futuro. Assim, as ações que procuram garantir o futuro de
um lugar, com qualidade de vida, respeito às pessoas e sua cultura, conservação do meio
ambiente, manutenção da biodiversidade, adequação ao território podem ser consideradas
sustentáveis. Neste contexto, embora o consumo de recursos naturais pareça inevitável, faz-se
necessário limitá-lo. Nesta discussão, para o conceito sobre qualidade de vida, entende-se
como aquele que deve abordar uma diversidade de temas específicos, entre eles: saúde, lazer,
habitação, economia, pobreza, educação e tantos outros aspectos que interferem diretamente
na dignidade da vida humana. Desta forma, a sustentabilidade é multidimensional, possui
relações de interdependência entre as variadas dimensões, compondo um sistema complexo,
no qual o ser humano está inserido.
Objectivo geral
Compreender os múltiplos saberes para a construção da sustentabilidade
Objectivos específicos
Descrever as dimensões da sustentabilidade no que diz as abordagens de cada;
Analisar os posicionamento de vários autores sobre a construção da sustentabilidade;
Verificar o enquadramento da sustentabilidade na educação.
Metodologia
Na realização deste trabalho baseou-se a consulta de dados artigos de livro eletrônicos, na
realização optou-se método hermenêutico.
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Como dissemos, Sachs (1993, 1998, in: Stroh, 2009) percebe as diferentes dimensões
da sustentabilidade no âmbito social, económico, ecológico, espacial/geográfico,
cultural e político. Leroy et al. 2002 acrescentam ao tema, outras categorias, como
eficácia, equidade, novos padrões de consumo, auto-suficiência e ética.
Ruscheinsky (2004) acrescenta a ética ambiental como mais uma das premissas para a
sustentabilidade e afirma que, por meio da diversidade dessas abordagens, é possível delinear
suas dimensões, contemplando as propostas metodológicas na análise e nos encaminhamentos,
bem como os seus diferentes níveis e dimensões embutidas nas questões ecológicas. Para ele,
“é exactamente na integração entre essas dimensões que reside o ponto de maior relevância da
sustentabilidade” (op. cit., 2004, p. 7).
Entende-se com essas dimensões da sustentabilidade que se faz necessário instituir uma “nova”
ética, que nos livre dos falsos valores, para que consigamos viver sem ansiedades, com mais
flexibilidade e tolerância. Seria o Princípio da Responsabilidade de Jonas, esta nova ética?
Quanto melhor entendermos a realidade, diz Capra, (1996 p. 16), mais
claramente enxergamos as formas e darmos significado às nossas vidas,
principalmente através do nosso dia-a-dia. Cada acto nosso, por mais simples
que seja, passa a ser vivenciado com uma forte consciência de que ele está
afectando a existência em todos os seus planos mais sutis.
Múltiplas trajetórias
De facto, de acordo com Leroy (2002), o debate sobre sustentabilidade tem acionado
diferentes eixos de reflexão, apontando para múltiplas trajectórias de elaboração colectiva da
mudança. Muitos e distintos valores de referência se destacam. Entre eles:
Eficiência - novos padrões tecnológicos que projectem a racionalidade económica para
o conjunto dos recursos planetários de modo a torná-los duradouros, assegurando os
meios materiais requeridos para a continuidade do desenvolvimento económico e
social;
Equidade – consideram-se as relações intrínsecas entre desigualdade social e
degradação ambiental questões que não podem ser analisadas em separado, por terem
raízes comuns. Esta compreensão remete a um tratamento conjunto e articulado dos
propósitos de erradicação da pobreza e de proteção ambiental;
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Os princípios da sustentabilidade
Para Guimarães (2003), os princípios da sustentabilidade de uma sociedade assim
definida, seriam: obter uma taxa de exploração igual ou menor que a taxa de regeneração dos
recursos naturais (como água, animais, vegetais, solo, etc.); substituir os recursos não
renováveis ou que têm um estoque limitado (como o petróleo), por renováveis; recursos não
renováveis utilizados devem ser aqueles que possam ser reciclados e reutilizados para que se
diminua a taxa de extração e de dispersão dos resíduos; aqueles contaminados que podem ser
biodegradados e reintegrados aos ciclos naturais devem ter sua taxa de emissão igual ou menor
que a sua taxa de assimilação; contaminações que não são biodegradáveis nem se reintegram
aos ciclos de matéria e que se acumulam indefinidamente (como contaminação radioativa e
algumas químicas) devem ter proibida sua emissão.
Finalmente, deve haver uma selecção de tecnologias segundo sua eficiência. Deve haver
também um princípio geral de precaução tecnológica (dada à complexidade dos processos,
inter-relações e efeitos).
Mauro Guimarães (2003) por sua vez, apresenta princípios mais práticos, no entanto, todos
eles, de perspectivas diferentes enfocam a possibilidade de uma sustentabilidade que priorize
a vida de todos. De formas diversas apostam no ser humano individual e colectivo como agente
principal para começar uma mudança de hábitos e de posturas que garanta uma sobrevida
digna, para todos os seres vivos do planeta, conforme os postulados de Jonas.
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Conclusão
Conceito de sustentabilidade que transcende as concepções de preservação dos
recursos naturais e da viabilidade de um desenvolvimento sem agressão ao meio ambiente. O
conceito inclui ao conceito de sustentabilidade, de maneira holística, o equilíbrio consigo
mesmo, com o planeta e com o universo. Ademais, ser sustentável inclui questões filosóficas,
o próprio sentido do que somos, de onde viemos e para onde vamos como seres humanos.
Atrelado a isso, Boff estabelece que o conceito de desenvolvimento sustentável é limitado a
uma visão antropocêntrica, que não inclui outros seres vivos que também necessitam da
sustentabilidade para a sua sobrevivência. Para o autor a interdependência entre todos os seres
vivos, biomas, microrganismos com o homem não é exposta nesse conceito, e frente a isso, o
mesmo propõe um conceito mais amplo, que sustenta todos os seres e a continuidade do
processo evolutivo. A sustentabilidade é toda acção destinada a manter as condições
energéticas, informacionais, físico-químicas que sustentam todos os seres, especialmente a
Terra viva, a comunidade de vida e a vida humana, visando sua continuidade e ainda atender
as necessidades da geração presente e das futuras, de tal forma que o capital natural seja
mantido e enriquecido em sua capacidade de regeneração, reprodução e coevolução.
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Referências bibliográficas
Boff, L. (2012). Sustentabilidade Ambiental: o que é, o que não é. Petrópolis, RJ: Vozes.
Guimarães, R. P. & Feichas, S. A. Q. (2009). Desafios na construção de indicadores de
sustentabilidade. Ambiente & Sociedade.
Jacobi, P. R.; Raufflet, E.; Arruda, M. P. (2011). A educação para a sustentabilidade nos
cursos de Administração: reflexão sobre paradigmas e práticas. Revista de Administração
Mackenzie, v. 12, n. 3, p. 21-50,
Lima, G. F. da C. (2002). Educação e sustentabilidade: Possibilidades e Falácias de um
Discurso. In: Encontro da Associação de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade,
Indaiatuba-SP.
Rodrigues, K. F.; Rippel, R. (2015). Desenvolvimento Sustentável e técnicas de mensuração.
Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, v. 4, set/dez.
Sachs, I. (1993). Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio
ambiente. São Paulo: Nobel / FUNDAP.