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TCC - 26.05 - Akauã

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE – CCBS

Curso de Ciências Biológicas

AKAUÃ TREMONTE MURARI

Avaliação da coleta seletiva de resíduos sólidos urbanos no campus


Higienópolis da Universidade Presbiteriana Mackenzie

São Paulo

2017
AKAUÃ TREMONTE MURARI

Avaliação da coleta seletiva de resíduos sólidos urbanos no campus


Higienópolis da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Centro de Ciências Biológicas e da
Saúde da Universidade Presbiteriana Mackenzie
como requisito parcial à obtenção de grau de
Bacharel em Ciências Biológicas.

Orientadora de TCC: Profa. Dra. Paola Lupianhes Dall Occo

São Paulo

2017
“Para os amigos tudo, para os inimigos a Lei!”

(Venuvaldo Jesus Murari)


Agradecimentos

Agradeço à Universidade Presbiteriana Mackenzie, ao Centro de Ciências


Biológicas e da Saúde e aos meus professores docentes. Em especial à Professora
Paola Lupianhes Dall Occo pela paciência e atenção, e ao Victor Peres e Perez do
Departamento de Sustentabilidade da Universidade Presbiteriana Mackenzie, pela
cooperação e parceria.

Ao meu supervisor de estágio na empresa AmbTri Consultoria Ambiental,


Carlos Henrique Martins Mello pela amizade e companheirismo.

Faço menção exclusiva aos meus avós pelo apoio incondicional, minha tia
Patrícia de Almeida Murari pelo apoio e ajuda com a revisão deste trabalho, minha
família, minha mãe e a cada uma de minhas irmãs, que desempenharam muito bem
sua função.

Sempre serei grato a minha segunda família Darwin pelas risadas,


conselhos e amizade. Em especial ao Time por sempre estarem ao meu lado me
apoiando quando precisei, por toparem os programas inusitados, pelas ideias
desprovidas de bom senso e pelas melhores viagens de última hora.

Agradeço também ao meu melhor amigo, parceiro, guia, mestre e ídolo,


Venuvaldo Jesus Murari por tudo o que representa para mim e por ser um exemplo
de caráter e pessoa.

Todos sempre estarão gravados em mim e em meu coração.


Resumo

O cenário da gestão de resíduos sólido urbanos no Brasil vem sofrendo


transformações nos últimos anos, especialmente com a aprovação da Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei Federal nº 12.305
(BRASIL, 2010). Nela estão estabelecidas as diretrizes relativas à gestão integrada
e gerenciamento de resíduos sólidos, assim como as responsabilidades dos
geradores, do poder público e os instrumentos econômicos aplicáveis. Logo, é cada
vez mais necessário realizar melhorias na eficiência dos serviços de logística,
infraestrutura e melhorar a aplicação de recursos humanos e financeiros para que o
impacto nos cofres públicos seja minimizado (ABRELPE, 2015). Porém, a proposta
de implantação de um programa de redução de resíduos exige uma verdadeira
mudança de disciplina. Consciente de sua missão educacional a Universidade
Presbiteriana Mackenzie (UPM) possui projetos de gestão ambiental e de educação
ambiental, como o Mackenzie Ambientalmente Responsável (MAR), que tem como
uma de suas metas a destinação correta e redução da quantidade dos resíduos
gerados nos campi. O objetivo do presente estudo é avaliar a eficiência do emprego
de educação socioambiental a fim de refinar o descarte, coleta e separação do
resíduo sólido urbano gerado no campus Higienópolis da UPM. Para estimar a
eficácia da foram amostrados cinco conjuntos localizados em cinco pontos distintos
e com grande trânsito de pessoas dentro do campus, durante cinco dias antes e
cinco dias depois da implantação da nova campanha de educação socioambiental.
Verificou-se melhora na porcentagem de resíduos recicláveis, de 42% na primeira
etapa para 60% na segunda etapa, indicando que há espaço para melhorias na
coleta seletiva feita pela UPM. Contudo, a pequena variação na porcentagem de
descartes corretos, de 54,1% na primeira fase para 54,6% na segunda fase, mostra
que apesar de campanhas e projetos já empregados por parte da UPM ainda é
necessário um maior esforço no sentido de melhorar a consciência ambiental por
parte dos frequentadores do campus.

Palavras-Chave: Resíduos sólidos urbanos, Gestão de resíduos, Educação


Socioambiental, UPM, Consciência Ambiental.
Abstract

The scenario of solid urban waste management in Brazil has undergone


transformations in recent years, especially with an approval of the National Solid
Waste Policy (NSWP), established by Federal Law No. 12,305 (BRASIL, 2010). It lay
down guidelines for integrated management and solid waste management, as well as
the responsibilities of generators, public authorities and the applicable economic
instruments. Therefore, it is increasingly necessary to make improvements in the
efficiency of logistics services, infrastructure and improve the application of human
and financial resources so that the impact on public coffers is minimized (ABRELPE,
2015). However, the proposal to implement a waste reduction program requires a
real change of discipline. Aware of its educational mission the Mackenzie
Presbiterian University (MPU) has environmental management and environmental
education projects, such as the Environmentally Responsible Mackenzie (ERM),
which has as one of its goals the correct destination and reduction of the amount of
waste generated on the campi. The objective of the present study is to evaluate the
efficiency of the use of social and environmental education in order to refine the
disposal, collection and separation of solid urban waste generated at the Higienópolis
campus of MPU. In order to estimate the efficacy of the sample, five sets were
located in five different points and with great traffic of people inside the campus,
during five days before and five days after the implementation of the new socio-
environmental education campaign. There was an improvement in the percentage of
recyclable waste, from 42% in the first stage to 60% in the second stage, indicating
that there is room for improvement in the selective collection made by MPU.
However, the small variation in the percentage of correct discards, from 54.1% in the
first phase to 54.6% in the second phase, shows that despite campaigns And
projects already employed by the UPM, a greater effort is still needed to improve
environmental awareness on the part of the campus.

Key-words: Urban Solid Waste, Waste Management, Socioenvironmental


Education, MPU, Environmental Awareness.
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................... 8

2. OBJETIVO ............................................................................................. 14

3. MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................... 14

4. RESULTADOS ...................................................................................... 16

5. DISCUSSÃO.......................................................................................... 20

6. CONCLUSÃO ........................................................................................ 26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 27

APÊNDICE A ................................................................................................ 32

APÊNDICE B ................................................................................................ 33

APÊNDICE C ................................................................................................ 34

APÊNDICE D ................................................................................................ 35
8

1. INTRODUÇÃO

O contínuo crescimento populacional em regiões metropolitanas, combinado


às mudanças de comportamento, provoca um acréscimo no consumo de materiais,
que por sua vez, à medida que são produzidos e utilizados, provocam uma geração
cada vez maior de resíduos que, ao serem descartados impropriamente, trazem
grandes prejuízos à saúde pública além de transformações ambientais, tornando-se
um dos maiores desafios da humanidade atualmente (MEDEIROS, 2012). Logo, se
faz necessário dar a devida atenção às questões de gestão e gerenciamento dos
resíduos sólidos urbanos (RSU).

O panorama da gestão de RSU no Brasil vem sofrendo mudanças nos


últimos anos, sobretudo com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), instituída pela Lei Federal nº 12.305 (BRASIL, 2010). Nela estão
determinadas as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de
resíduos sólidos, bem como as responsabilidades dos geradores, do poder público e
os instrumentos econômicos aplicáveis.

Ao ser aprovada, a PNRS estabeleceu metas arrojadas para conduzir os


problemas ambientais e sociais relacionados aos resíduos sólidos. Dentro dessas
metas, duas se destacam: a primeira diz respeito ao destino final dos resíduos
sólidos, em que a legislação federal determinou que a acomodação final
ambientalmente adequada dos rejeitos precisará ser estabelecida em até quatro
anos após a data de publicação dessa Lei, prazo encerrado em agosto de 2014; a
outra se refere à inclusão dos catadores na cadeia reversa dos materiais recicláveis
em todos os municípios do país (TEODÓSIO, DIAS, SANTOS, 2016).

Entretanto, as realidades das regiões e municípios brasileiros são bastante


diferentes em relação ao potencial de investimento na gestão dos resíduos sólidos.
Além do obstáculo financeiro, outros tipos de dificuldades caminham na contramão
da efetiva implantação de um sistema de reciclagem de materiais no Brasil, tais
como a falta de adesão da população à coleta seletiva, pouca participação do setor
industrial no desenvolvimento de um sistema de logística reversa, inexistência de
locais adequados para a triagem dos resíduos, além de longas distâncias entre os
centros geradores de resíduos e as indústrias de processamento e reciclagem
(MANNARINO, FERREIRA, GANDOLLA, 2016).
9

A PNRS (BRASIL, 2010), define resíduo sólido como o material, substância,


ou bem descartado resultante de atividades humanas destinado no estado sólido ou
semissólido, bem como os gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades impossibilitem seu lançamento na rede pública de esgoto ou em
corpos d’água. De acordo com o artigo 13º da PNRS, é possível identificar nove
classes de resíduos quanto à origem, sendo os resíduos sólidos urbanos (RSU)
oriundos das atividades domésticas em residências urbanas e os resíduos de
limpeza urbana, originados da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas, foco
deste trabalho.

A geração total de RSU no Brasil em 2015 foi de aproximadamente 79,9


milhões de toneladas, o que representa um aumento de 1,63% em relação a 2014,
índice superior à taxa de crescimento populacional no país no período, que foi de
0,8%. A quantidade de RSU coletados em 2015 aumentou em todas as regiões do
Brasil, em comparação a 2014, sendo a região Sudeste responsável por 52,6% do
total produzido e pelo maior percentual de cobertura dos serviços de coleta do país.
Em relação à disposição final no âmbito nacional, cerca de 42,6 milhões de
toneladas seguiram para aterros sanitários. Entretanto, também foi registrado um
aumento no volume de resíduos enviados para lixões e aterros controlados, que não
possuem o conjunto de sistemas e medidas necessários para a proteção do meio
ambiente (ABRELPE, 2015). Fato que vai contra a determinação da PNRS que
estipulou o ano de 2014 como data limite para a extinção de lixões e aterros
controlados (BRASIL, 2010).

Ao observar estes dados, surge o questionamento sobre qual órgão é


responsável pela coleta dos resíduos gerados diariamente pela sociedade. É válido
lembrar que na PNRS ficou definido que os governos Estadual e Municipal têm
autonomia para criar seus próprios planos de resíduos sólidos desde que também
atendam a PNRS. Assim, a responsabilidade pelo gerenciamento, coleta e
destinação de acordo com cada tipo de resíduo sólido, pode variar em cada região.
A prefeitura de São Paulo, por exemplo, é responsável pela destinação de resíduos
gerados em domicílios, em estabelecimentos comerciais, em locais públicos e é
responsável também por pequenas quantidades (50 kg ou 100 L) de descartes de
construção civil. Já o descarte de outros tipos de resíduos fica a cargo do gerador
(PREFEITURA DE SÃO PAULO, 2017).
10

Segundo a ABRELPE (2015) os municípios da região Sudeste aplicaram em


2015, em média, R$ 12,98 por habitante/mês na coleta de RSU e demais serviços
de limpeza urbana, o que representa um aumento de 1,84% em relação a 2014. Se
utilizarmos estes dados como base, a cidade de São Paulo, que atingiu a marca de
aproximadamente 12,04 milhões de habitantes (IBGE, 2016), gastou cerca de
156.279 milhões de reais com coleta e limpeza urbana no ano de 2016,
representando um gasto altíssimo para os cofres públicos.

Levando em consideração que a geração de resíduos vem crescendo ano


após ano, é cada vez mais necessário realizar melhorias na eficiência dos serviços
de logística, infraestrutura e, principalmente, aprimorar a aplicação de recursos
humanos e financeiros para que o impacto nos cofres públicos seja mitigado
(ABRELPE, 2015). De acordo com Costa (2009), a aceitação e prática de novos
preceitos e hábitos devem ser iniciadas por parte de quem comanda o processo;
depois, de quem trabalha na coleta e separação do descarte; e, em terceiro, da
população em geral. Não obstante, a PNRS determinou como metas, entre outros
objetivos, a não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos
sólidos, bem como disposição final ambientalmente correta dos rejeitos (BRASIL,
2010).

Entretanto, mais do que simplesmente criar novas rotinas e métodos, a


proposta de implantação de um programa de redução de resíduos exige uma
verdadeira mudança de disciplina. Assim, é necessário realizar uma reeducação
ambiental antes, durante e após sua implantação. Fernandes et al. (2003)
consideram que a educação ambiental é uma ferramenta de grande valia na
proteção do meio ambiente e ajuda a reaproximar o homem da natureza, visto que a
educação ambiental age diretamente na formação e conscientização de cidadãos
éticos possibilitando a estes participar e entender de processos inerentes à
preservação ambiental, garantindo um futuro com mais qualidade de vida para
todos, pois desperta maior responsabilidade e respeito dos indivíduos em relação ao
meio ambiente.

Costa (2009) afirma ainda que a primeira descoberta, quando se pensa em


cuidar do próprio lixo, é que não há lixo único, genérico. Existem vários tipos de
resíduos dentro da categoria de RSU, como papéis, plásticos, vidros, metais,
11

isopores, embalagens cartonadas, restos de alimentos e bebidas, entre outros.


Portanto, o descarte consciente deve passar por etapas condizentes com cada tipo
de resíduo encontrado em meio ao RSU gerado em um estabelecimento ou
domicílio. Assim, um descarte limpo, reciclável e sustentável pode ter variadas
destinações, que vão desde a sua doação para projetos sociais até sua reutilização,
como matéria-prima para outros produtos.

Ainda segundo Costa (2009) para se implantar um programa de gestão de


resíduos sólidos é preciso considerar formas de envolvimento da equipe do
estabelecimento numa empreitada desse tipo, pois, na teoria, a ideia do programa é
perfeita e ambientalmente correta. Contudo, na prática, mostra-se trabalhosa,
exigindo participação dedicada, pois todos os componentes da equipe precisam
estar cientes do emprego do programa para que se comprometam de forma integral
com os processos que serão aplicados.

Em estudo realizado por De Conto (2010) foi destacado que os problemas


relacionados aos resíduos em locais com circulação de grande número de pessoas
são diversos, exigindo soluções complexas e sistêmicas, principalmente voltadas à
prevenção da sua geração. É importante analisar as etapas de gerenciamento de
resíduos a serem hierarquicamente desenvolvidas nas instituições. Nas decisões
sobre o que fazer e como fazer, devem ser explicitadas as vantagens e as limitações
dos sistemas adotados para a solução dos problemas que decorrem da geração de
resíduos. Através de esforços multidisciplinares e uma consistente e variada atuação
de diversos campos profissionais as soluções para o processamento de resíduos
podem ser mais rápidas ou facilmente encontradas.

Consciente de sua missão educacional, a Universidade Presbiteriana


Mackenzie (UPM) desenvolve projetos de preservação do meio ambiente e de
educação ambiental. Merece destaque o Programa Mackenzie Ambientalmente
Responsável (MAR), que tem como objetivo a redução nos gastos de compra e
descarte de materiais; a destinação ambientalmente correta e redução da
quantidade dos resíduos gerados nos campi; e a busca por parcerias com ONGs
que desenvolvam a inclusão social e geração de renda por meio do trabalho com
materiais recicláveis (MACKENZIE, 2014).
12

Em 2013, o programa MAR promoveu a coleta de resíduos gerados em


grande volume no campus Higienópolis com doação de 56 toneladas de papel e de
aproximadamente 10 toneladas de sucata metálica para o projeto Reviravolta-
Coorpel. Em paralelo a esta doação foi realizada a venda de 3,5 toneladas de
aparas de papel, destinação de centenas de cartuchos vazios para reutilização e
providenciada a descontaminação de mais de 10 mil lâmpadas fluorescentes
(MACKENZIE, 2014).

Figura 1 – Modelo de lixeiras para a coleta seletiva, instaladas no campus Higienópolis da UPM.
Fonte: Departamento de Sustentabilidade da UPM.

Apesar de a UPM possuir projetos socioambientais como o MAR, assim


como relatórios de sustentabilidade, informações sobre as quantidades totais de
RSU gerados nos campi da UPM não existem, visto que por muitas vezes o descarte
realizado pelos frequentadores do campus é inadequado, tornando a contabilização
pouco precisa e a destinação adequada de todo o resíduo oriundo da UPM pouco
efetiva do ponto de vista ambiental. Por conta disso, um novo modelo de lixeiras foi
adotado em meados de Abril de 2016 e instalado em alguns pontos do campus a fim
de melhorar a qualidade do descarte de resíduos (figura 1).
13

Como é possível observar na figura 1 cada recipiente da lixeira é identificado


com um adesivo de acordo com o tipo de resíduo que ali deveria ser descartado
(Reciclável ou Orgânico). Contudo, cerca de um ano após sua instalação os
adesivos se encontravam praticamente ilegíveis (figura 2) tanto pela descoloração
por conta da ação climática, quanto pela prática de frequentadores fumantes de
apagar o cigarro nos adesivos, resultando numa identificação ineficaz que gera o
descarte equivocado e em um resíduo de má qualidade encaminhado para a
reciclagem.

Figura 2: Adesivos danificados. Fonte: Próprio autor.

Tendo isso em vista, para melhorar a eficácia da coleta seletiva foi elaborada
uma nova proposta de educação socioambiental pela UPM que consiste na troca
dos adesivos antigos e danificados por um novo adesivo com cores vívidas (figura 3)
que será aplicado na parte superior das lixeiras e que contém informações
importantes sobre o ciclo do resíduo sólido de modo a facilitar a identificação dos
recipientes e reforçar a consciência ambiental dos frequentadores do campus a fim
de aprimorar o descarte de resíduos.
14

Figura 3 - Novo adesivo adotado pela UPM. Fonte: Departamento de Sustentabilidade da UPM.
Conjunto com novo adesivo aplicado. Fonte: Próprio autor.

2. OBJETIVO

Avaliar a eficiência do emprego de educação socioambiental a fim de refinar


o descarte, coleta e separação do resíduo sólido urbano gerado no campus
Higienópolis da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

O campus Higienópolis da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM)


possui métodos de coleta seletiva que se iniciam diretamente nas lixeiras, sendo
disponibilizados dois coletores em uma mesma lixeira, sendo um para descarte de
resíduo reciclável (RR) e outro para o descarte de resíduo orgânico (RO). São
encontrados 20 conjuntos iguais aos mostrados nas figuras 1 e 3. O resíduo
descartado nestas lixeiras é coletado várias vezes ao dia, sendo concentrado na
Central de Resíduos da UPM localizada próximo ao prédio 35. A cada dois dias o
RO coletado é encaminhado para a destinação final no aterro sanitário e
semanalmente o RR recolhido é destinado para a cooperativa Reviravolta, para que
produtos recicláveis sejam separados e vendidos.

Para avaliar a eficiência da proposta e da adesão dos frequentadores da


UPM foram amostrados cinco conjuntos localizados em cinco pontos distintos e com
15

grande trânsito de pessoas dentro do campus Higienópolis da UPM, durante cinco


dias antes e cinco dias depois da implantação da nova campanha de educação
socioambiental.

A coleta dos resíduos das lixeiras foi realizada pelos funcionários da


empresa de limpeza contratada pela UPM, que foram orientados a colocar o resíduo
descartado no coletor para RO em sacos verdes fechados dentro dos sacos
transparentes, junto com o resíduo que foi descartado no coletor destinado para RR
e encaminhá-los à área reservada para armazenamento de resíduos que seguiriam
para a cooperativa na Central de Resíduos.

A partir daí, os sacos foram separados manualmente em dois grupos:


coletores orgânicos (CO) e coletores recicláveis (CR). Após essa separação a coleta
de dados era iniciada. Inicialmente foi contabilizado o peso bruto total dos resíduos,
que consistia em uma pesagem bruta dos sacos oriundos dos COs e uma pesagem
bruta dos sacos oriundos dos CRs. Depois, cada grupo de sacos era aberto e tinha
seus resíduos divididos em dois novos grupos: descarte correto e descarte incorreto.
Cada novo grupo era pesado novamente para determinar, posteriormente, o
percentual de rejeitos em cada tipo de saco.

Feito isso, o resíduo orgânico era descartado junto ao lixo que seguiria para
o aterro sanitário e era realizada a gravimetria do resíduo reciclável restante, ainda
dividido em dois grupos: resíduo reciclável coletor orgânico (RRCO) e coletor
reciclável (RRCR), onde os resíduos recicláveis de cada grupo foram separados de
acordo com seu material de composição (papel, vidro, metal, plástico, isopor,
embalagens cartonadas) e pesados novamente para mensurar qual tipo de resíduo
era o mais descartado.

Resíduos que potencialmente seriam recicláveis e que se encontravam


ainda com muito material orgânico, onde não havia a possibilidade de separação do
material reciclável do material orgânico foram considerados como resíduos
orgânicos e descartados de acordo. O peso dos resíduos foi medido em uma
balança da marca Toledo modelo 2098 C com capacidade máxima de 300 quilos e
aferição mínima de 1 quilo (e=d=0,05kg).
16

4. RESULTADOS

Na amostragem anterior a implantação da nova campanha de educação


socioambiental foi aferido um total de 25,05 quilos de resíduos, sendo 14,45 kg de
resíduos orgânicos e 10,6 kg de resíduos recicláveis (figura 4).

10,6 kg
Resíduo Reciclável
14,45 kg 42%
Resíduo Orgânico
58%

Figura 4 – Quantidade dos resíduos coletados nos recipientes antes da implantação da nova
campanha de educação socioambiental.

A gravimetria dos recicláveis coletados na primeira etapa (figura 5) revelou


que papéis, plásticos e metais são os principais resíduos descartados nas lixeiras
amostradas no campus Higienópolis da UPM. Sozinhas estas três classes de
resíduos somaram 8,7 quilos, cerca de 82,07%, do total de resíduos recicláveis.

Recicláveis coletados pré ação socioambiental


4
3,5
3
2,5
Peso em Quilos

2
1,5
1
0,5
0
Embal.
Vidro Papel Plástico Metal Isopor Cartonad
a
Coletor Reciclável 0 0,75 3,35 1,1 0,65 0,6
Coletor Orgânico 0,15 0,65 1,95 0,9 0,25 0,25

Figura 5 - Comparativo dos resíduos recicláveis coletados nos recipientes antes da implantação da
nova campanha de educação socioambiental.
17

A relação entre o descarte correto e incorreto, elaborada com os dados


obtidos na primeira fase, torna possível observar que os 11,5 quilos medidos no
descarte incorreto ficam próximos aos 13,55 quilos aferidos no descarte correto
(figura 6).

Qualidade do descarte pré ação socioambiental

14
12
Peso em quilos

10
8
6
4
2
0
Coletor Coletor Total
Orgânico Reciclável
Descarte Correto 7,1 6,45 13,55
Descarte Incorreto 4,15 7,35 11,5

Figura 6 – Comparativo da qualidade do descarte nos coletores orgânicos e recicláveis antes da


implantação da nova campanha socioambiental.

Posteriormente a aplicação dos novos adesivos formulados foram coletados


ao todo 39,20 quilos de resíduos, sendo 15,75 quilos de resíduos orgânicos e 23,45
quilos de resíduos recicláveis.

15,75 kg
Resíduo Reciclável
40% 23,45 kg
Resíduo Orgânico
60%

Figura 7 - Percentual dos resíduos coletados nos recipientes depois da implantação da nova campanha
de educação socioambiental.
18

Assim como na primeira etapa, a pesagem realizada após a gravimetria dos


resíduos recicláveis coletados em cada recipiente (figura 8) mostrou que papéis,
plásticos e metais continuaram como os principais resíduos descartados nas lixeiras
amostradas somando 19,60 quilos, cerca de 83,6%, do total.

Recicláveis pós ação socioambiental

6,00

5,00
Peso em Quilos

4,00

3,00

2,00

1,00

0,00
Embal.
Vidro Papel Plástico Metal Isopor
Cartonada
Coletor Reciclável 0,30 4,20 4,85 1,55 1,45 0,40
Coletor Orgânico 0,30 1,35 4,80 2,85 1,05 0,35

Figura 8 - Comparativo dos resíduos recicláveis coletados nos recipientes depois da implantação da
nova campanha de educação socioambiental.

Contudo, apesar de ter sido obtido um percentual de 60% de resíduos


recicláveis coletados e a quantidade de papéis ter aumentado no coletor reciclável
um pouco mais de cinco vezes da primeira (0,75 quilos) para a segunda etapa (4,2
quilos), as quantidades de descarte certo e errado posteriormente a aplicação do
adesivo (figura 9) mantiveram uma proporção parecida com a primeira fase.
19

Qualidade do descarte pós ação ambiental

25,00

20,00
Peso em quilos

15,00

10,00

5,00

0,00
Coletor Coletor Total
Orgânico Reciclável
Descarte Correto 8,65 12,75 21,40
Descarte Incorreto 10,70 7,10 17,80

Figura 9 - Comparativo da qualidade do descarte nos coletores orgânicos e recicláveis depois da


implantação da nova campanha socioambiental.

Portanto, para se traçar um paralelo entre o descarte em ambas as etapas, a


fim de se avaliar a qualidade desse descarte, os valores totais de acertos e erros
foram compilados na figura 10.

Comparativo entre acertos e erros pré e pós


60
54,1% 54,6%
50 45,9% 45,4%
40

30

20

10

0
Descarte Correto 1º Descarte Correto 2º Descarte Incorreto 1º Descarte Incorreto 2º
etapa etapa etapa etapa

Figura 10 - Comparativo da taxa de descarte correto e incorreto entre a primeira e segunda etapa.
20

5. DISCUSSÃO

O aumento na expectativa de vida, no número de pessoas no planeta, no


crescimento do consumo de novas tecnologias aliados a um modelo econômico
baseado no consumismo desenfreado e em uma globalização em ascensão
provocam a produção de imensas quantidades de resíduos e rejeitos sem
destinação correta, sendo o equacionamento dessa situação um dos maiores
desafios da sociedade moderna (JACOBI; BESEN, 2011; SIMONS, 2013). Seguindo
esta tendência os principais resíduos descartados nas lixeiras amostradas no
campus Higienópolis da UPM são papéis, plásticos e metais, materiais que
compõem a maioria das embalagens descartáveis (figura 5 e 8) dos mais variados
produtos e bens de consumo comercializados atualmente (figura 11).

Figura 11 – Principais resíduos descartados nas lixeiras do campus Higienópolis da UPM. Fonte:
Próprio autor.

A pesagem realizada antes da nova campanha socioambiental apontou que


foram descartados incorretamente no coletor reciclável 7, 35 quilos e no coletor
orgânico 4,15 quilos, totalizando 11,5 quilos de descarte incorreto frente a 13,55
quilos de descarte correto (figura 6). A partir dos resultados obtidos é possível
afirmar que uma grande quantidade dos resíduos descartados é de recicláveis
(42%), o que de acordo com Da Paixão, Dias e Do Prado (2012) deve-se a
características muito comuns entre os alunos universitários como maus hábitos
alimentares, da praticidade de alimentos contidos em embalagens recicláveis e falta
de tempo.
21

Esta elevada quantidade de resíduos descartados erroneamente pode ser


explicada pela má identificação por conta do adesivo avariado (figura 2) tanto pela
descoloração por conta da ação climática, pela prática de frequentadores fumantes
de apagar o cigarro nos adesivos e pela contaminação de resíduos recicláveis por
resíduos orgânicos.

É interessante ressaltar que durante a separação de recicláveis e orgânicos


realizada nas pesagens o volume de rejeitos orgânicos continham poucos rejeitos
como cascas de frutas ou restos de lanches (figura 12), sendo a grande parte do
volume composta por materiais recicláveis contaminados por sobras de sucos, milk-
shakes, cafés, refrigerantes, entre outros líquidos, que acabam por serem
absorvidos por todo o resíduo que não seja impermeável como plásticos e metais.

Figura 12 - Bandejas com rejeitos recicláveis não contaminados e contaminados por rejeitos
orgânicos. Fonte: Próprio autor.

Segundo Bringhenti (2004), infelizmente, ao ser descartado em meio aos


resíduos sólidos urbanos, o material reciclável perde qualidade, por conta da
contaminação oriunda de outros componentes do lixo (materiais orgânicos e
inorgânicos), contribuindo para a redução do seu potencial de recuperação e sua
destinação para aterros sanitários ao invés de serem reciclados ou reaproveitados.

Levando-se em conta que o lixo produzido nas cidades é cada vez mais
composto de elementos recicláveis, os catadores desempenham um papel
significativo, pois além da geração de renda para os trabalhadores envolvidos, há
22

contribuição à saúde pública e ao sistema de saneamento; o fornecimento de


material reciclável de baixo custo à indústria; a redução nos gastos municipais e a
contribuição à sustentabilidade do meio ambiente, tanto pela diminuição de matéria-
prima primária utilizada, que conserva recursos e energia, como pela diminuição da
necessidade de terrenos a serem utilizados como lixões e aterros sanitários
(WIEGO, 2009; DE PAULA; SOUZA-PINTO; DE SOUZA, 2010).

Contudo, estes trabalhadores encontram-se expostos a condições de


trabalho insalubres, enfrentam a exclusão social e o entorno social hostil, pois são
vistos com desprezo, confundidos com mendigos e infratores, mesmo representando
um elo importante da cadeia de reciclagem, o trabalho dos catadores é tido pela
sociedade, e mesmo pelos próprios catadores, como destituído de importância
(WEIGO, 2009).

Logo, a proposição de um programa de educação ambiental na universidade


origina-se na necessidade de explicar e sensibilizar os frequentadores do campus,
representados por alunos, professores, administradores, terceirizados, locatários e
fornecedores, sobre a responsabilidade socioambiental de cada indivíduo. Para
tanto, é essencial que a informação passada pelo programa seja de qualidade e
atemporal para que a educação ambiental seja efetiva, o que segundo De Conto
(2010), depende da união de forças multidisciplinares e com uma sólida e variada
atuação de diversos campos profissionais, as soluções para os crescentes
problemas ambientais podem ser facilmente encontradas.

Seguindo por este caminho, a UPM desenvolve projetos de preservação


ambiental, sendo o mais importante o MAR, que tem como objetivo a redução nos
gastos de compra e descarte de materiais; a destinação ambientalmente correta e
redução da quantidade dos resíduos gerados nos campi; e a busca por parcerias
com ONGs que desenvolvam a inclusão social e geração de renda por meio do
trabalho com materiais recicláveis (MACKENZIE, 2014).

Por conta disso, utilizando estratégias oriundas do marketing verde que tem
como cerne a educação ambiental e a ênfase de uma característica benéfica de um
produto, de modo que ele seja percebido como valor significativo pelos
consumidores (GONZAGA, 2005), foi desenvolvido pelo Departamento de Marketing
da UPM um novo adesivo, abrangendo informações sobre gestão integrada de
23

resíduos sólidos com a finalidade de estimular a consciência ambiental dos


frequentadores do campus, melhorar a visualização e identificação dos recipientes,
de modo a aprimorar o descarte de resíduos nas lixeiras.

De acordo com Mesquita Júnior (2007), o conceito de gestão integrada atua


na origem do processo de produção de um produto e o envolve como um todo. A
gestão integrada é um processo e deve ser entendido e conduzido de forma coesa,
tendo como pano de fundo e razão das ações tomadas os resíduos sólidos e suas
diversas implicações. Nela, devem ser definidas estratégias, ações e procedimentos
que busquem o consumo responsável, a minimização da geração de resíduos e a
promoção do trabalho dentro de princípios que orientem para um gerenciamento
adequado e sustentável, com a participação dos diversos segmentos da sociedade.

Posteriormente a instalação dos novos adesivos nas lixeiras, houve


mudança na proporção de resíduos recicláveis e orgânicos em relação aos dados
obtidos na primeira etapa, uma vez que os recicláveis que representavam 42% do
total (figura 4) passaram a representar na segunda etapa 60% (figura 7). De maneira
similar, também há o indicativo de que houve um maior cuidado no momento do
descarte por parte dos frequentadores da universidade, uma vez que, após a
aplicação dos adesivos os papéis se encontravam em quantidade muito maior no
coletor reciclável (4,2 kg), do que no coletor orgânico (1,35 kg), números muito
diferentes da primeira etapa onde os valores foram 0,75 e 0,65 quilos para o coletor
reciclável e coletor orgânico, respectivamente (figura 5).

Entretanto, levando-se em conta que a porcentagem de descartes corretos e


incorretos variaram apenas 0,5% entre as etapas (figura 10), pode-se afirmar que a
estratégia que emprega o novo adesivo foi ineficaz, uma vez que o intuito da
comunicação é convencer um terceiro a participar da ação proposta, agregando
valores e criando necessidades, através de estratégias e técnicas verbais (do texto)
e não verbais (da imagem). Logo, a comunicação vai além da simples informação,
há um discurso que impõe modelos e ideias, conceitos e comportamentos
(SCATOLIM, 2008).

Contudo, a ineficiência da nova ação socioambiental pode ter origem no


método de comunicação fornecido pelo adesivo, uma vez que o indivíduo tem que
chegar à informação o que caracteriza uma comunicação passiva (MONTES, 2016).
24

Assim, é possível que se houvessem campanhas de educação ambiental com maior


proatividade como eventos em datas comemorativas ao meio ambiente, palestras,
workshops, treinamento de professores para que sejam repassadas as informações
em sala de aula, a taxa de acertos poderia ser aumentada.

Durante o período de coleta, houve ocasiões em que os funcionários


terceirizados erraram na cor dos sacos colocados nas lixeiras, colocando sacos
verdes e pretos ao invés de sacos transparentes e verdes (figura 13b), também na
ordem de colocação dos sacos de lixo, colocando sacos verdes no coletor reciclável
e os sacos transparentes no coletor orgânico (figura 13a) ou quando ambos os
casos aconteciam (figura 13c).

Além disso, em um determinado momento um funcionário foi visto


depositando os resíduos do coletor de recicláveis e do coletor de orgânicos num
mesmo saco que posteriormente foi destinado ao aterro sanitário. Portanto, a
qualidade da coleta seletiva foi afetada também pela deficiência no recolhimento dos
resíduos das lixeiras. Portanto, segundo Donaire (1999) o desempenho de uma
empresa na implantação de um sistema de gestão ambiental está intimamente
relacionado à qualidade de seus recursos humanos, de modo que seus
colaboradores podem se revelar como o maior potencial ou como o principal
obstáculo para que os objetivos sejam alcançados.

Figura 13 – Erros cometidos pela equipe de limpeza na manutenção das lixeiras. A)Ordem dos sacos
invertida. B) Cores dos sacos erradas. C) Ordem invertida e cores erradas.

Portanto, a inclusão de treinamentos regulares voltados a conscientização e


educação ambiental nos programas de treinamento preexistentes na organização
25

pode fornecer uma maneira mais adequada para que os funcionários percebam a
questão ambiental como fundamental no processo de tomada de decisão.

Outra questão que se coloca é a manutenção dos adesivos dos coletores,


visto que anteriormente os adesivos estavam completamente danificados pela ação
do tempo e pelo costume de indivíduos fumantes de apagar suas bitucas de cigarro
na identificação. Os novos adesivos foram instalados no dia 02 de Maio de 2017, e
exatamente sete dias após a aplicação já se pôde notar marcas de cigarro em
diversas lixeiras (figura 14).

Figura 14 – Adesivo danificado pelo apagamento de bitucas por fumantes. Fonte: Próprio autor.

Na tentativa de sanar o problema é sugerida a instalação de bituqueiras ao


lado de todas as lixeiras e em outros pontos onde há grande concentração e
frequência de pessoas fumantes, pois de acordo com Fleming e Almeida (2013) em
estudo realizado sobre o descarte e reciclagem na Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP) foi observado que o coletor de bitucas, popularmente
conhecido como bituqueiras, é eficaz no combate inapropriado de bitucas e cinzas.
26

6. CONCLUSÃO

A melhora na porcentagem de resíduos recicláveis observada, de 42% na


primeira etapa para 60% na segunda etapa, indica que há espaço para melhorias na
coleta seletiva feita pela UPM.

Contudo, a pequena variação na porcentagem de descartes corretos, de


54,1% na primeira fase para 54,6% na segunda fase, mostra que apesar de
campanhas e projetos já empregados por parte da UPM ainda é necessário um
maior esforço no sentido de melhorar a consciência ambiental por parte dos
frequentadores do campus, sejam eles colaboradores administrativos, alunos,
professores ou fornecedores, uma vez que há uma grande quantidade de resíduos
potencialmente recicláveis sendo contaminados por resíduos orgânicos e, portanto,
não sendo reaproveitados pela cooperativa, sendo destinados a aterros sanitários.

Assim, os resultados obtidos pelo presente estudo revelaram que a troca de


adesivos não resultou na melhora significativa da qualidade do descarte e, por
consequência, na coleta seletiva realizada atualmente.
27

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32

APÊNDICE A

Tabela 1 - Pesagem bruta, coletor reciclável pré-ação socioambiental. Fonte: Próprio autor.

Resíduo Reciclável Resíduo Orgânico


Dia Total (kg)
(kg) (kg)

22/fev 1,75 1,65 3,40

23/fev 1,10 1,80 2,90

24/fev 1,35 1,30 2,65

03/mar 1,00 1,50 2,50

04/mar 1,25 1,10 2,35

Total (kg) 6,45 7,35 13,80

Tabela 2 - Pesagem bruta, coletor orgânico pré-ação ambiental. Fonte: Próprio autor.

Resíduo Reciclável Resíduo Orgânico


Dia Total (kg)
(kg) (kg)

22/fev 1,05 1,90 3,00

23/fev 1,00 2,30 3,10

24/fev 0,80 1,40 2,25

03/mar 0,50 1,10 1,60

04/mar 0,80 0,40 1,20

Total (kg) 4,15 7,10 11,15


33

APÊNDICE B

Tabela 3 – Pesagem de recicláveis, coletor reciclável pré-ação socioambiental. Fonte: Próprio autor.

Embalagem
Dia Vidro Papel Plástico Metal Isopor
Cartonada

22/fev 0,00 0,10 0,95 0,15 0,10 0,20

23/fev 0,00 0,10 0,50 0,35 0,20 0,00

24/fev 0,00 0,15 0,70 0,15 0,15 0,20

03/mar 0,00 0,20 0,60 0,20 0,10 0,10

04/mar 0,00 0,20 0,60 0,25 0,10 0,10

Total
0,00 0,75 3,35 1,10 0,65 0,60
(kg)

Tabela 4 – Pesagem de recicláveis, coletor orgânico pré-ação socioambiental. Fonte: Próprio autor.

Embalagem
Dia Vidro Papel Plástico Metal Isopor
Cartonada

22/fev 0,00 0,15 0,50 0,25 0,05 0,10

23/fev 0,00 0,15 0,40 0,30 0,10 0,05

24/fev 0,15 0,10 0,45 0,10 0,00 0,00

03/mar 0,00 0,05 0,20 0,15 0,05 0,05

04/mar 0,00 0,20 0,40 0,10 0,05 0,05

Total
0,15 0,65 1,950 0,90 0,250 0,25
(kg)
34

APÊNDICE C

Tabela 5 - Pesagem bruta, coletor reciclável prós-ação socioambiental. Fonte: Próprio autor.

Peso R. Reciclável Peso R. Orgânico


Dia Total (kg)
(kg) (kg)

11/mai 4,25 0,9 5,15

12/mai 3,1 2,65 5,75

13/mai 2,85 1,7 4,55

15/mai 1,55 1,1 2,65

17/mai 1,0 0,75 1,75

TOTAL (kg) 12,75 7,1 19,85

Tabela 6 - Pesagem bruta, coletor orgânico pós-ação ambiental. Fonte: Próprio autor.

Peso R. Reciclável Peso R. Orgânico


Dia Total (kg)
(kg) (kg)

11/mai 2,00 1,15 3,15

12/mai 4,70 3,65 8,35

13/mai 2,15 1,50 3,65

15/mai 1,35 1,00 2,35

17/mai 0,50 1,35 1,85

TOTAL (kg) 10,70 8,65 19,35


35

APÊNDICE D

Tabela 7 - Pesagem de recicláveis, coletor reciclável pós-ação socioambiental. Fonte: Próprio autor.

Embalagem
Dia Vidro Papel Plástico Metal Isopor
Cartonada

11/mai 0,00 2,85 0,75 0,35 0,15 0,15

12/mai 0,00 0,60 1,40 0,60 0,45 0,05

13/mai 0,30 0,40 1,35 0,20 0,40 0,20

15/mai 0,00 0,25 0,90 0,10 0,30 0,00

17/mai 0,00 0,10 0,45 0,30 0,15 0,00

Total (kg) 0,30 4,20 4,85 1,55 1,45 0,40

Tabela 8 - Pesagem recicláveis, coletor orgânico pré-ação socioambiental. Fonte: Próprio autor.

Embalagem
Dia Vidro Papel Plástico Metal Isopor
Cartonada

11/mai 0,00 0,40 0,80 0,45 0,25 0,10

12/mai 0,00 0,60 1,90 1,60 0,45 0,15

13/mai 0,30 0,15 1,15 0,30 0,20 0,05

15/mai 0,00 0,10 0,75 0,40 0,10 0,00

17/mai 0,00 0,10 0,20 0,10 0,05 0,05

Total (kg) 0,30 1,35 4,80 2,85 1,05 0,35

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