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Alfa Pródigo

Angelique Voisen

Fang vive por duas coisas, para foder e lutar.

Saiu de seu bando por perder seu título como Alfa anos atrás,
Fang é agora um lutador ilegal de gaiolas que acaba por se encontrar.

Sua rotina é quebrada quando o homem que poupou sua vida


no passado pede sua ajuda.

Shane passou a última década impedindo seu bando de


desajustados ser dizimado.

Ele está à beira de desmoronar, mas a ajuda improvável vem na


forma de um alfa prodígio.

Os toques e beijos de Fang são capazes de queimá-lo por dentro


e por fora, mas alguns pecados são muito severos para perdoar.

Além disso, eles são dois lobos quebrados, mas juntos, eles
podem se tornar algo formidável.

Quando os inimigos começam a se fechar, os dois homens


podem reconciliar suas diferenças e conseguir sua chance no amor e na
redenção?
Capítulo 1

Dez anos atrás

Fang puxou sua gravata, soltando-a para que pudesse respirar


mais facilmente. Cristo, dava a sensação de estar em uma maldita forca.

Quando isso não ajudou, ele abriu a janela. O ar gelado de


montanha soprava em seu rosto como uma bofetada. A julgar pelos
veículos aglomerados no estacionamento, todos já estavam ali.

Ele fechou os olhos e imaginou todas as pessoas reunidas na


casa da matilha a poucos passos dele. Seus pulmões se estreitaram.
Fang começou a hiperventilar.

Merda. Isso não adiantaria. Todos os predadores ali podiam


sentir o cheiro do suor e do medo dele e chegaram à mesma conclusão,
Fang era um zumbi. O que ele não daria para dar o inferno fora dali,
destino desconhecido, longe de suas obrigações e responsabilidades?

A liberdade tinha um sabor doce em sua língua, exceto pelas


correntes invisíveis o arrastaram para baixo. O filho de um Alfa não
corria, especialmente um Red Mane, mesmo que Fang fosse um lobo
quebrado.
Uma batida na porta do carro o sacudiu dos seus sonhos do dia.
Drake acenou para ele com um sorriso estúpido no seu rosto. Seus
outros quatro melhores amigos ficaram para trás, dando a Fang e Drake
seu momento.

Talon, Joker e Claw pareciam genuinamente satisfeitos em vê-


lo, como se não tivessem se visto em anos, não em dias. Fang sempre
foi um bom juiz de caráter, no entanto. Debaixo de seus sorrisos havia
preocupação e medo. Apenas Razor parecia sombrio, mas Fang também
estaria, se pudesse ver fantasmas.

Fang cresceu com esses caras e conhecia cada um desses


bastardos leais de dentro para fora. Eles ficaram presos por ele, se
afastaram dos valentões que achavam que ele era uma presa fácil.

— Você vai ficar sentado no seu carro a noite toda? — Drake


gritou.

Então isso não demoraria mais. Ele endireitou coisas invisível no


paletó e saiu. Seus tênis trituravam sobre a terra e a grama morta.

Medo se enrolou dentro dele. Como sempre, seu animal interno


permaneceu em silêncio, nunca lá quando Fang poderia usar um impulso
de coragem.

— Eu tenho algo para você. — Drake disse, colocando uma mão


dentro da jaqueta e puxando um frasco.

Drake sempre soube exatamente o que ele precisava, não


escrevia palavras de condolências ou dava sorrisos falsos, mas sim
coragem líquida.
— Drake, você conseguiu mais para o resto de nós? — Joker
disse.

Ter alguma ajuda dos amigos ajudou a aliviar o nó em sua


barriga de alguma forma. Fang aceitou o frasco e murmurou um
"Obrigado". Depois de abrir o frasco, ele tomou um longo gole,
saboreando o álcool descer queimando pela garganta.

— Jesus, diminua a foda. Dê pequenos goles ou seu pai vai


sentir o cheiro na sua respiração. — Drake reclamou.

— Ele vai sentir o cheiro de qualquer maneira. — Fang


respondeu. Ignorando o olhar de Drake, ele bebeu tudo e enxugou os
lábios com a parte de trás da mão. — Mais um pouco?

— Se recomponha, Fang. — Drake sibilou em voz baixa.

Um carro parou atrás do Mustang enferrujado de Fang. Era dois


companheiros membros da matilha. Eles deram ao grupo um olhar seco
antes de desaparecer dentro da casa.

— Cara, vamos entrar ou não? Eles vão começar a falar. —


Talon apontou.

Fang olhou para Drake. Todos eram amigos de infância, mas


Drake era diferente. Drake sempre lhe deu direito, embora Drake
também tivesse suas falhas. Seu primeiro melhor amigo parecia
acreditar que Fang era mais forte do que ele realmente era.

— Me dê direto. — Ele disse, ouvindo a súplica em sua voz e


odiando ao mesmo tempo.
Um futuro Alfa não permitia que nenhuma onda de fraqueza
aparecesse.

Futuro Alfa. Isso era uma piada, uma piada cruel. Como o
primeiro nascido de seu pai, eles esperavam que ele assumisse esse
manto. A incapacidade de Fang mudar para o mortal lobo Red Mane
havia apagado aquela vela de esperança há muito tempo.

— Eles fizeram apostas. — Drake arriscou.

Fang teve medo de perguntar sobre o que. Sua morte pelas


mãos do seu pai, talvez. Fang olhou para a casa da matilha e o que
estava além.

Algumas cabanas, esta montanha, os bosques circundantes e a


cidade ao pé dela constituíam o território Red Mane.

Tudo pertencia a seu pai. Essas terras e a liderança da matilha


teriam passado para seu irmão mais novo, Clay, mas Clay morreu,
sangrando até a morte pelo coven vampiro que havia morado na cidade.

Fang sentiu os outros se aproximarem.

— O que devo fazer?

Apenas Razor tinha uma resposta.

— Vá ver o seu irmão.

— Você... — Fang hesitou. Razor via sua habilidade de ver os


mortos como uma maldição, o que o fazia parecer mais velho do que o
resto deles.
Razor sacudiu a cabeça.

— Eu não vejo o fantasma do Clay andando por aí.

Não restava mais nada a dizer. Ele tinha seus amigos. Se a


merda batesse no ventilador, eles tinham suas costas, exceto que o que
seis adolescentes poderiam fazer contra uma matilha inteira formada por
lobos poderosos e veteranos?

— Vamos acabar com isso. — Fang decidiu.

Na melhor das hipóteses, seu pai o ignoraria e fingiria que Fang


não era seu filho. No pior das hipóteses, seu pai amaldiçoaria sua
existência e o usaria como um saco de pancada. Não seria a primeira
vez. Pelo menos, sua mãe não estava mais aqui para ver como seus
filhos acabaram, um morto e outro logo o seguiria.

Ele caminhou para a casa, mas foi novamente parado por Drake
perto da porta da frente.

— Fang, eu preciso avisá-lo. Shane está lá dentro.

O rosnado de Fang morreu na garganta quando alguém do lado


de dentro abriu a porta. As conversas pararam. Nem todas, mas
algumas. A maioria dos seus companheiros de matilha olhavam para ele
com uma mistura de diversão e desdém.

Agradecido por seu grupo, Fang navegou pelas águas


envenenadas, ignorando olhares fixos, risos e olhares de ódio. Apenas
um homem não olhou para a chegada dele. Oh, seu pai sabia que Fang
tinha chegado, mas o bastardo não reconheceria sua presença.
Seu pai se posicionou em um canto da sala, com a cerveja na
mão enquanto falava em voz baixa com Brody, um dos seus executores.

Fang conhecia todos. Em algum momento da sua vida, todos os


executores por seu pai tentaram fazer dele um homem, um lutador que
era digno de ser filho do Alfa. Todos falharam. Fang estava na
extremidade receptora dos seus punhos e garras. Seu corpo ainda
carregava algumas das suas cicatrizes, e esta noite, ele ganharia novas.

Shane não estava longe de seu pai e Brody, cinco anos a mais e
já era um executor. Todos sempre disseram que Shane seguiria os
passos do seu pai. Ninguém duvidava de Shane da maneira que
julgavam Fang.

Fang se contentaria em viver sua vida longe da matilha, para


esquecer toda a sua educação e fingir ser alguém. Mas seu irmão havia
morrido; a lei da matilha determinava que Fang vingasse seu irmão e
tomasse o lugar do seu pai.

Maldito dever.

Fang não era forte como seu irmão.

Ele morreria lutando com Shane.

Ele ainda queria muito viver.

Drake e os outros recuaram, provavelmente sabendo que ele


precisava fazer isso por conta própria. Seu pai, muitas vezes, o acusou
de se agarrar a seus amigos e ser incapaz de suportar ficar de pé
sozinho. O olhar de Fang se demorou na urna na mesa.
De acordo com Drake, seu pai decidiu cremar Clay em vez de
enterra-lo ao lado do túmulo da sua mãe no cemitério. Naturalmente,
seu pai não havia consultado Fang, tomou essa decisão por conta
própria.

Fang reprimiu a raiva que fervia dentro dele. Todos os


predadores podiam sentir o cheiro da raiva, excitação ou qualquer
emoção intensa. Raiva não o levaria a lugar nenhum em uma sala cheia
de pessoas que podiam vencê-lo sangrentamente.

— Desculpe. — Ele murmurou para seu irmão.

Não que Clay pudesse ouvi-lo. O peito de Fang apertou. Ele não
se sentiu melhor.

Os pelos em seus braços se ergueram, e ele girou, não


querendo um predador em suas costas.

— Então, você voltou. — Seu pai disse com os olhos vazios.

O Alfa Red Manes não precisou erguer a voz, todos ouviram. A


sala ficou silenciosa.

— Eu vim prestar meu respeito a Clay e vingá-lo.

O riso, feio e irritante, veio da garganta cicatrizada do seu pai.

— Você? O que um runt1 pode fazer? Você não pode mudar.

— Eu estou tendo aulas de autodefesa.— Ele respondeu


concisamente.

1
Runt: Um animal menor que a média, especialmente o menor em uma ninhada.
Fang se amaldiçoou um segundo depois por morder a isca. Seu
pai sempre sabia as palavras para desencadear sua ira.

— E daí? Mesmo um lobo submisso da matilha poderia vencê-lo


uma vez que mudasse. — Seu pai resmungou. — Você esqueceu? A
liderança Red Manes não irá passar para você automaticamente porque
você é meu filho.

— Eu sei. Ela passa pelo sangue e dominância. — Fang disse


através dos dentes cerrados. — Você me lembrou milhares de vezes
através da minha infância.

Fang sabia que o golpe estava chegando. Um momento, eles


estavam trocando insultos, e no próximo, seu pai bateu o punho direto
no seu intestino. As costas de Fang atingiram a parede e ele grunhiu,
cuspiu sangue. O Alfa estava com ele em um quarto de segundo.

Seus lobos eram diferentes da maioria das raças, maior, mais


forte e mais difícil de controlar. Muito ruim, seu pai era o último da sua
linhagem a carregar um monstro dentro dele. Fang tinha um lobo; ele
podia sentir o animal arranhando dentro dele o tempo todo. Mas não
importava o quão duro tentasse, ele nunca pode mudar.

Fang recuperou o fôlego e tentou afastar seu pai.

Não adiantava. Lutar contra seu pai era como tropeçar em uma
parede de tijolos.

A mão em sua camisa mudou parcialmente para garras de


ébano longas e irregulares. Ele gemeu quando aquelas armas letais
rasgaram o tecido e rasparam através da sua pele. Um pouco mais
profundo e seu pai alcançaria o osso. Ele ignorou a dor, ou tentou, de
qualquer maneira.

Foda-se, doeu.

— Você é uma pequena merda. Você deveria ter morrido, não


Clay. Clay seria Alfa. — Seu pai sibilou em sua orelha.

As palavras doeram pior do que Fang tinha assumido que iriam.


Ele sabia que seu pai tinha pouco amor por ele, mas dizer a todos que
desejava que Fang tivesse morrido ... isso o quebrou. Qualquer
esperança de que ele conseguiria se redimir e mostrar a essa matilha
que poderia ser forte desmoronado.

— Eu não quero ser Alfa. Me Deixe me vingar por Clay. — Fang


conseguiu dizer uma vez que engoliu o sangue entupindo sua garganta.

Seu pai riu dele, o soltando, então Fang deslizou pela parede.

— Você está dizendo que você está lutando melhor, que você é
forte? Prove. Shane. — Um movimento do seu dedo, e Shane ficou ao
lado do Alfa, olhos verdes ardentes já se tornando ouro por sede de
sangue.

— O que diabos é isso? — Fang exigiu. No fundo, ele sabia o


que seu pai estava lhe fazendo fazer.

Ele perderia para um lutador experiente como Shane. Uma vez


ele teve uma enorme queda por Shane. Isso morreu quando Shane
decidiu tornar a missão de sua vida fazer com que ele se sentisse
miserável o tempo todo.
— Alfa, seu filho não pode mudar. — Brody apontou. Qualquer
outro protesto que Brody tinha preparado morreu quando seu pai soltou
um som ruidoso que ecoou pela sala.

— Do lado de fora. Agora. — Seu pai disse.

O poder cantou nas palavras do Alfa. A matilha não se


incomodou em esperar que Fang se recuperasse. Seus amigos
hesitaram, embora tivessem expressões preocupadas em seus rostos.

Drake começou a ajudá-lo, mas Fang empurrou sua mão. Ele


estava parado sobre pernas bambas. Ao tocar sua camisa desfiada, viu
que a ferida começava a curar.

— Não faça isso, Fang. Vá embora. — Drake disse. — Shane


matará você.

Capítulo 2

Fang sabia que Shane não hesitaria em terminar a sua vida. O


filho da puta o intimidou no passado e, esta noite, viu sua morte
refletida nos olhos de Shane. Mesmo que ele adiasse esse momento,
eventualmente chegaria.

Não precisava ser Shane. Alguém poderia vir depois dele em


outro lugar e hora. Enquanto Fang carregasse o título de filho defeituoso
do Alfa, ele sempre seria alvo. Ninguém ficaria em torno dele.
— Eles vão me marcar com um covarde para sempre. — Ele
disse com uma sacudida de sua cabeça.

— Quem é que se importa?

Todos se sobressaltaram na explosão de Talon.

Os olhos azuis-prateados de Talon ardiam com uma raiva


apenas suprimida.

— Cara, você não precisa provar nada a eles.

— Eu sei, mas preciso enfrentar meu pai e a matilha mais cedo


ou mais tarde. — Ele respondeu.

— Você tem um desejo de morte. — Razor fez parecer uma


declaração.

Fang queria morrer? Estava cansado de lutar. Fang tentou ser o


que seu pai queria que ele fosse: bom filho, futuro Alfa. Ele estava
cansado de falhar e decepcionar a todos, inclusive seus amigos.

A morte era o caminho de um covarde. Parte dele ainda queria


viver, mas sua vida seria incompleta sem encontrar seu companheiro.

— Eu não posso mais me esconder atrás de vocês. — Ele disse.


Eles o deixaram passar, mas ele podia senti-los o seguindo por trás.

Fang sentiu pingos de chuva nos lábios. Ele olhou para ver o
relâmpago no horizonte. Os membros da matilha e aparência sombria
olharam para ele, formando um círculo amplo na clareira. Havia muito
espaço para que Shane e ele brigassem, para estabelecer quem merecia
liderar a Red Manes.
— Fang, faça o seu melhor. — Drake disse.

Seus amigos não puderam mais segui-lo uma vez que ele estava
dentro do círculo de duelo. Seu pai ficou de pé junto a Brock, olhando
ardentes em Fang. Shane já havia se transformado em um brilhante lobo
de pelos prateados, grande e aterrorizante. Se Fang tivesse herdado o
lobo do seu pai, ele teria sido maior em tamanho, mas ele não tinha
nada além de sua inteligência.

Todos sabiam o resultado desta luta. Ainda assim,


desembainhou a faca de caça que guardava ao seu lado, a única arma
que ele pegou antes de dirigir até lá. Ele sabia que haveria problemas,
que ele não estaria apenas levando a Clay seu respeito.

Shane soltou um silvo ao ver sua lâmina e abriu suas


mandíbulas maciças, revelando uma fileira afiada de caninos. Seus
amigos estavam certos. Fang poderia ter se afastado de tudo isso. Mas o
orgulho teimoso não o deixava fugir dessa luta com a cauda dobrada
entre as pernas.

Eles se rodearam cautelosamente.

As provocações, brincadeiras e saudações desapareceram da


sua audição. Tudo que Fang podia ouvir era a batida do seu próprio
coração amedrontado e suas duras respirações. Os pingos de chuva se
transformaram em um aguaceiro, transformando o solo empoeirado em
lama.

Ele mal conseguiu distinguir a forma de pesadelo de Shane


através da chuva batendo. Com um grunhido, Shane entrou em uma
corrida. Caninos afiados passaram pela cortina de água.
Sabendo que as chances de escorregar eram enormes, Fang
caiu no chão voluntariamente e rolou quando Shane saltou sobre ele. Ele
levantou a lâmina, desenhando uma linha de sangue na pele de Shane.
Água enlameada encharcava a camisa e jeans, mas ele não se
importava.

A adrenalina correu através de suas veias. Shane rosnou,


focinho espumante enquanto girava, seus olhos amarelos se estreitaram.
Oh, seu valentão estava bravo agora. Shane foi para a garganta
novamente. Fang o pegou no meio do salto, e eles rolaram.

As garras de Shane rasgaram o tecido e a pele, tirando sangue.


A agonia percorreu seu corpo. As presas de Shane perfuraram o lado do
seu pescoço, mas Fang se recusou a se render.

Fang se curvou e lutou, tentando soltar Shane, mas o outro


lobisomem era implacável. Ele se recusou a pleitear ou implorar
misericórdia, mesmo quando os caninos de Shane foram profundas nos
ossos.

Seu corpo estremeceu.

— Foda-se.— Ele sussurrou.

Aqueles olhos amarelos penetraram nos dele. Fang esperava ver


aversão, autossatisfação, mas nenhuma dessas coisas estava lá.
Chocado com a dor intensa, sua mente poderia de alguma forma
entender o fato de Shane não ter gostado de sua vitória.

Que diabos?
Algo mudou dentro dele. A emoção diferente do ódio, se agitou.
Levou um segundo para entenda-la, era uma esperança cintilando dentro
dele como uma chama moribunda.

— Termine isso. — Alguém rugiu.

— Termine com a vida dele.

Shane não arrancou sua garganta.

Em vez disso, o grande lobo empurrou a cabeça para dentro da


lama. Ele ofegou, fechando os olhos. Então Shane mudou, voltando a ser
humano. Apesar da chuva, ele conseguiu distinguir as palavras que
Shane assobiou para ele com uma voz tão baixa que seus outros
companheiros não iriam ouvir.

— Fique abaixado. Se finja de morto.

Fang mal podia acreditar.

— O ... o que? — Ele murmurou.

— Maldição me obedeça se quiser viver.

Então Shane ergueu a cabeça, a boca ainda coberta pelo sangue


de Fang.

Fang congelou, não se atrevendo a respirar quando um uivo de


triunfo rasgou da garganta de Shane. Os outros lobisomens lhe
responderam com uivos e rosnados próprios, claramente bombeados
pela vitória de Shane.
— Alfa, seu filho está morto. — Shane disse com sua voz
familiar e descuidada.

Fang manteve a cabeça pressionada no chão, mas ele abriu os


olhos em fendas para ver o enorme lobisomem ainda imóvel. A chuva
lavou o sangue e a sujeira nos músculos de Shane, e Fang viu algo que
ele não esperava.

Antigas marcas de caninos e feridas marcavam Shane. Havia


muitas delas no corpo jovem de Shane para ser de batalhas com outros
shifters.

Shane baixou a cabeça e, por um momento, uma silenciosa


compreensão passou entre eles.

Fang não era o único lobo quebrado ali.

Shane ficou com ele.

— Você provou a si mesmo, Shane. — Veio a voz do seu pai.

Ele quase entrou em pânico, sabendo que seu pai entrou no


círculo do desafio. Logo, sua farsa seria descoberta. Shane se levantou,
parecendo calmo, sua máscara arrogante voltou ao lugar. Antes que seu
pai os alcançasse, Shane pegou o corpo de Fang.

Fang lutou para permanecer quieto. Sua garganta continuava


sangrando e seu pulso batia tão fraco, os outros tinham que ter certeza
de que ele estava morto.

Shane o jogou sobre o ombro como um tipo de prêmio.


— O que você pretende fazer com seu cadáver? — Ele ouviu
seu pai dizer com cautela.

— Fang fez o seu melhor. Vou enterrar seu corpo no bosque ao


lado da sua mãe.

Segundos passaram.

Parecia uma eternidade.

Fang tomou conhecimento do marcado e musculoso ombro de


Shane contra sua virilha. Ele murmurou algum som.

— Muito bem. — O Alfa disse eventualmente. — Depois de


terminar, volte para dentro da casa principal da matilha. Celebraremos
sua vitória.

Uma vez que os últimos passos de sua última audiência


desapareceram, estavam sozinhos, ou assim Fang pensou. Ele sentiu
movimento ao redor deles.

— Você é um filho da puta, eu vou matar você. — Joker gritou.

Quando Shane começou a se mover, a cabeça de Fang girou. Ele


queria vomitar o conteúdo restante no seu estômago. Permanecer
consciente era um esforço, mas queria compreender as ações de Shane.
Fang seria uma ameaça para o futuro de Shane, por que permitir que ele
vivesse?

O arrependimento e a culpa o encheram.

À beira da morte, ele viu além da máscara do homem que o


intimidou a vida toda.
— Onde diabos você está indo? — Razor perguntou.

Seus amigos os seguiram. Eles atravessaram a clareira, longe


de onde o resto dos Red Manes poderiam ouvi-los. Shane parou.

— Me deixe falar com ele Drake.— Joker gritou.

— Calma a foda. Shane... — Drake hesitou. — Por que você não


o matou?

Houve um silêncio chocado.

— Fang está vivo? — Claw sussurrou.

— Mal. — Shane disse. — Leve ele para mim.

Fang sentiu os braços de Shane ao redor dele novamente


quando Shane o colocou de pé, ou tentou, de qualquer maneira. Drake
assumiu o comando. Fang começou a sangrar sobre seu melhor amigo.
Ele olhou para cima e sua visão começou a girar. O rosto de Drake
estava duro como pedra, ilegível.

— Cristo. — Talon murmurou.

— Ele vai viver. A força de Fang e o lobo Red Mane estão dentro
dele, mesmo que ele não possa mudar. — Shane disse. — Se certifique
de que ele não morra.

— Por que você se importa? — Drake exigiu.

— Eu não me importo. Se afaste daqui. — Shane murmurou,


mas a mentira em sua voz era óbvia. — O Alfa começará a suspeitar. Eu
direi que deixei o cadáver de Fang à sua disposição.
Drake segurou Fang em seus braços. Shane estava certo. A
ferida em seu pescoço tinha começado a curar, mas uma mordida
profunda como essa ia deixar cicatriz, mesmo para ele. O aguaceiro
continuava a molhá-los.

— Vamos. — Drake disse aos outros.

Ainda não.

Fang tentou formar as palavras, mas nada surgiu. Ele queria ver
a expressão no rosto de Shane. Inferno, ele queria algum tempo sozinho
com seu ex-agressor para exigir saber por que ele havia poupado sua
vida quando Fang estava pronto para aceitar a morte.

Não. O lobo dentro dele não queria ir para o outro lado ainda. O
animal ficou perturbado e queria estar perto de Shane novamente. Fang
não conseguiu entender todos esses sentimentos ou compreender por
que seu lobo estava agradecido. Shane pouparia sua vida.

Se ele nos matar, ele se matará. Uma voz desconhecida dentro


dele sussurrou. Fang não entendeu. Lhe doeu demais.

— Tudo vai ficar bem, Fang. — Drake disse. — Descanse agora.


Quando você acordar, estaremos aqui.

Seguro com seus amigos, Fang deixou a inconsciência levá-lo.

Quando Fang acordou, ele percebeu que estava em algum tipo


de veículo em movimento. Ele gemeu. Todas as suas dores começaram
de novo, e parecia que alguém tinha disparado contra o pescoço dele.
Ainda assim, seu lobo ficou bravo.
Onde Shane estava?

Espere.

Por que ele queria ver Shane depois do que o bastardo tinha
feito com ele?

Não. Shane lhe mostrou piedade, o deixou viver por algum


motivo.

Ele tentou se sentar, mas uma mão o empurrou de volta.

Abrindo os olhos, viu Razor olhando para ele.

Seu mundo inteiro tremia e vibrava. Ele reconheceu onde


estava, deitado na caçamba da caminhonete de Drake.

Drake, Joker e Claw provavelmente estavam espremidos na


frente.

— Fique calmo. — Talon disse. — Deite de volta. Cure.

Ele olhou para baixo para ver todo o seu peito coberto de
curativos. Fang recuou sobre os cobertores que cercavam seu corpo e
olhou para cima, além dos rostos de seus amigos. O céu riscado de
vermelhão e ouro. Nascer do sol.

Fang abriu a boca e o movimento fez todos os músculos do seu


pescoço protestar. Falar doía.

— Onde estamos indo?

— Longe de Red Manes — Talon disse.


Fang tentou entender a confusão em sua cabeça. Parte dele
ainda não podia acreditar que Shane tinha poupado sua vida, do que?
Porque Shane sentia algo por ele? Uma coisa era certa, e Fang não podia
voltar para casa. Inferno, no momento, sua casa não existia.

Um pensamento lhe ocorreu.

— E quanto a vocês? — Ele perguntou.

Talon e Razor trocaram olhares. Seu coração afundou,


entendendo o que estava acontecendo.

— Fang... — Talon hesitou. — Nós não podemos sair. Nossas


famílias ainda fazem parte da Red Manes com exceção da de Razor.
Razor vai ficar com você até se curar. Nós estamos voltando para não
levantar suspeitas.

Fang sentiu seu lobo dormido dentro dele, inquieto, frustrado.


Ele queria gritar e destruir algo. Talvez Shane salva-lo não era um favor,
mas sim um castigo. Um homem morto não poderia voltar. Eles estavam
dirigindo para Deus sabia onde, e Fang nunca foi para fora de red Manes.

Isso o deixou assustado, mas ao mesmo tempo o libertou.

Passaram por mais árvores em silêncio. Ele moveu o olhar para


a direção de onde eles vieram. Os Red Peaks, as montanhas que
definiam o território da matilha, surgiram no horizonte. Fang nasceu e
cresceu lá, mas nunca esteve em casa.

Ele fechou os olhos, saboreando o vento no rosto.

Liberdade.
A palavra girava em sua cabeça. Shane não merecia suas
maldições. Inferno, Shane tirou seus grilhões. Verdade, Shane também
quase o matou, mas Fang deveria estar agradecido ao outro lobo no
final.

— Ei, Fang? — Talon interrompeu seus pensamentos. — Você


está com raiva de nós?

— Ele está sorrindo. Nunca o vi fazer isso antes. — Razor


comentou.

Ele abriu os olhos e levantou a mão para o céu.

— Não, não estou com raiva. — Fang murmurou.

Quando ele foi ver seu irmão, esperava morrer nas mãos do seu
pai. Toda sua conversa sobre vingar Clay, era uma besteira. Fang nunca
tinha sido forte o suficientemente. Ele nunca pensou em pensar no que
aconteceria depois. Agora ele se tornaria solitário, mas talvez isso não
fosse tão ruim.

Um soluço ficou preso em sua garganta.

Malditamente ótimo. Fang tinha dezoito anos, praticamente um


adulto. Ele não deveria estar chorando, mas a ideia de nunca mais ver
seus amigos novamente o abalou. Os laços entre eles estariam lá para
sempre, mas tudo seria diferente. Fang não podia simplesmente sair
para encontrá-los para o almoço ou qualquer coisa.

— Nós vamos te ver, onde quer que você decida se estabelecer.


— Talon disse, como se estivesse lendo seus pensamentos.
A voz sufocante de Talon o entregou.

— Isso é para o melhor. — Fang disse, colocando força em sua


voz. Ele tocou as marcas cicatrizando na sua garganta. Fang nunca
esqueceria sua fraqueza ou a bondade de Shane. As marcas seriam
lembretes. — Eu juro que vou me fortalecer, Talon. Eu serei alguém de
quem vocês se orgulharão.

— Sobreviva. Isso é tudo o que queremos. — Razor disse.

Ele assentiu com a cabeça, muito fodidamente emocional para


falar. Ele não podia dizer aos outros a verdade.

Quanto mais distância eles cobriam, mais doia respirar, como se


sua alma tivesse sido dividida em duas.

Junto com seus amigos, ele observou o nascer do sol enquanto


a caminhonete de Drake se deslocava por lugares desconhecidos.

Capítulo 3

Presente

Shane desligou o motor de sua pick-up vermelha e olhou para a


casa maciça do outro lado da rua. Um peso familiar se acomodou no
estômago. A aversão a si mesmo não estava longe do pavor.
A casa de estilo vitoriano ficou como um polegar dolorido em
uma cidade como o Red Valley. Também era a única propriedade não-
grafitada na rua.
Humano ou não, ninguém queria mexer com um coven de
vampiros.
Dois filhotes de sangue em ternos idênticos guardavam o
pesado portão de ferro. A pele de Shane coçava; o lobo por baixo
desejava acabar com esses idiotas. Acordo fodido, mas manteve sua
matilha segura.
Ele ergueu uma mão trêmula para a massa de cicatrizes no lado
do pescoço. Ao fechar os olhos, ele pensou em todos os lobos debaixo
dele e suas famílias. Clara acabara de nascer, era apenas um filhotinho.
Seu marido e companheiro, Beck, não estava em condições de
combate logo após a cirurgia cardíaca. Seus melhores lutadores o
abandonaram. Drake desapareceu há uma semana sem nenhuma
palavra ou nota.
Shane poderia imaginar o que o ex-Beta diria - ex porque Drake
claramente não pensou muito em suas habilidades de liderança. Shane
pegou sua lata de cerveja meio vazia e terminou o resto. Gosto seco,
como cinzas na boca.
Nenhuma surpresa, dado o que ele estava prestes a fazer esta
noite.
Ele inclinou a cabeça para trás, mas não saiu mais do líquido
âmbar.
Com um grunhido, fechou a mão com força o suficiente para
dobrar o metal antes de jogá-lo.
Shane deveria ter conduzido por uma loja de conveniência e
abastecer com alguma coragem líquida.
Preparando-se para uma coisa melhor, ele ligou o telefone
relendo todos os e-mails que armazenou ao longo dos anos.
Cartas de Fang para ele.
Ele olhou para a data.
Teria sido tão distante?
Dez anos. Uma década se passou desde que ele havia visto o
filho do velho Alfa.
Fang e Shane não se separaram nos melhores termos, mas Fang
surpreendeu Shane escrevendo para ele.
Eles já eram amigos de canetas desde então, até cinco anos
atrás, depois que Fang anunciou que estava se inscrevendo para as
forças armadas. Ao mesmo tempo, todos eles nesta cidade e a matilha
de Shane tinham ido a merda.
— O que você vai fazer comigo, Fang, se você descobrir o
fracasso que me tornei? — Ele murmurou em voz alta.
Ele mudou de e-mail para o próximo. As primeiras letras eram
nada mais do que as divagações da merda diária. No entanto, se Shane
fechasse os olhos, quase podia imaginar estar ao lado de Fang enquanto
ele navegava em seu novo mundo.
Com que frequência ele imaginava ir atrás de Drake, Fang e
seus amigos, já que tinham afastado da casa da matilha?
As batidas rápidas na janela do carro o fizeram pular. Um rosto
pálido apareceu pela janela, deixando as presas a mostra.
— Foda — silenciou Shane, desligando o telefone.
O vampiro apontou para o relógio de pulso.
— Eu entendi, ele disse com um grunhido.
Os dois sanguessugas trocavam olhares com a aparência
divertida. Ele queria arrancar a garganta. Inferno, Shane queria queimar
o coven inteiro de Magnus se Magnus não tivesse mantido todas as
cartas.
Shane deixou seu telefone no painel, não desejando que
Magnus ou nenhum de seus vampiros lesse seu conteúdo. Empurrando o
velho receio e o medo para longe, ele saiu do carro. Vampiros podiam
cheirar o medo tão bem como os shifters, e ele não podia se dar ao luxo
de ser fraco.
— Não faça o nosso rei esperar, cachorro — disse um novo
vampiro.
Este novo estava vestido com um terno mais caro do que os
outros dois, de pescoço grosso, lustrado e calvo, apesar de aparentar
trinta e poucos anos. O recém-chegado estava prestes a agarrar seu
braço, mas Shane o empurrou com um grunhido de advertência.
Foda-se, mas ele ainda era um Alfa, mesmo sendo o Alfa do Red
Manes um título mais ou menos vazio. Shane ainda segurava os restos
de seu orgulho esfarrapado, porque ele não tinha mais nada para eles.
Em uma inspeção mais próxima sob as luzes da rua, ele
percebeu que conhecia esse vampiro. Normalmente, Seberius, segundo
de Magnus, o conduzia dentro da casa. Seberius honrou os velhos
caminhos. Ele tolerava Seberius, mas Shane não suportava Lucius, o
segundo do coven.
— Tudo bem, seja assim, Alfa. Orgulho não é algo sobre o qual
você deveria estar preocupado. Todo grupo de animais da cidade sabe
que você é a cadela de sangue de Magnus.
Algo dentro de Shane quebrou.
Ele jogou legal, tentou segurar a besta temível dentro dele de
volta para se tornar feral, mas negar que sua sede de sangue de lobo
chegou a um custo doloroso.
Como resultado, Shane tornou-se um Alfa quebrado à beira de
tornar-se feral.
Rosnando, Shane empurrou as mãos em torno da garganta
grossa de Lucius, batendo o vampiro contra seu carro.
Ossos quebraram, mas duas mãos poderosas puxaram-no e os
arrastaram para trás.
Lucius sibilou, as presas brilhando.
— Lembre-se do seu lugar, cachorro. Me ferindo o negócio está
fora.
Um punho o pegou nas costelas, outro a seu lado.
Um terceiro roubou a respiração de seus pulmões. Shane cuspiu
sangue.
O lobo dentro dele revoltou, prometeu violência, mas pensou no
filhotinho de Clara e em todos os lobisomens que estavam sob ele, que
não conseguiriam lutar muito.
Fang riria de seu rosto se ele soubesse que Shane tinha
arrastado a matilha Red Mane, uma vez orgulhosa, para a sujeira? Esta
cidade tinha pertencido a eles - assim como as montanhas e bosques
que cercam o Red Valley.
Agora, Shane mal podia segurar a matilha. Esqueça defender o
seu território.
— Foda-se, — ele conseguiu.
— Desculpe, cachorro. Meus gostos não correm para animais, —
disse Lucius, desfazendo sua gravata.
O presunçoso filhote de sangue enrolou a gravata de seda em
torno de seus punhos. Ao ver o brilho de Shane, o vampiro apenas
sorriu.
— Eu não quero deixar minhas mãos sujas. Vocês dois, segure o
Alfa.
Shane sabia que a luta era inútil.
Ele lutou, mostrou desafio, mas no final, ele precisava ceder a
Magnus e seguir as regras do rei vampiro para evitar a aniquilação de
sua matilha.
Seus olhos ardiam de raiva, com as emoções que não podiam
ser ditas, enquanto ele tomava o soco. Shane não hesitou no primeiro ou
quinto. Quando o vigésimo chegou, ele caiu contra os outros dois
sanguessugas segurando-o.
Foda-se, mas seria uma longa noite à frente dele.

Com o seu bom olho restante, Fang antecipou o chute de seu


oponente, mas ele não esquivou do caminho. Ele tomou o impacto total
do golpe em seu plexo solar, grunhindo com a dor. O leão sorriu e
dirigiu-o para o canto com uma furiosa série de chutes e socos.
Suas costas cicatrizadas e suadas atingiram metal frio.
O ar correu para fora dos pulmões.
Ao redor deles, os espectadores, em voz alta, torcendo para o
leão, vaiando Fang.
Não pela primeira vez, perdeu uma briga na gaiola.
Um apostador já havia dito a Fang que apostar nele era
arriscado. Ele ganhou metade de suas lutas e perdeu a outra metade.
De propósito.
A luta é suposto doer. Por que você está se punindo? Seu
terapeuta mandado pelo tribunal havia perguntado.
Isso foi depois do exército, depois que Fang perdeu seu último
emprego decente em uma agência de segurança de mudanças.
Foda-se seu terapeuta. O Dr. Mitchell sabia tudo sobre o
funcionamento do cérebro. Além disso, ninguém poderia consertar um
lobo quebrado.
As coisas tinham ido para o inferno depois que ele perdeu o
trabalho de segurança. Fang tinha tropeçado de uma luta de gaiola ilegal
para a próxima, inquieto, indo onde a vida o levava.
— Você pode fazer melhor do que isso — sibilou seu oponente,
que piscou para Fang em seu protetor de boca preta.
Hã.
Fang apagou o sangue do canto da boca. O leão carregou-o
novamente. Sobre o ombro do cara, o mar de rostos se fundia em uma
confusão e gritaria. Exceto esta noite, um rosto se destacou - uma
explosão do passado.
Fang piscou, certo de que o leão deve ter conseguido um golpe
de sorte no lado do crânio.
Isso explicaria sua alucinação.
Seu momento de confusão custou quase a luta.
O leão fechou a distância entre eles em um borrão. Antes que
Fang pudesse reagir, o leão atraiu-o para um agarre de submissão.
Uma mão trancada em torno de sua garganta, efetivamente
parando o sangue correndo para seu cérebro. Ele ofegou e martelou no
braço carnudo.
Sem uso.
O leão não desistiu.
Porra.
Dez milhas para baixo no ralo novamente, e Fang precisava de
dinheiro para o aluguel deste mês.

Através da gaiola, Drake olhou para ele, a boca virada para


baixo em uma careta.
Seu amigo de infância olhou para ele como se Fang fosse um
estranho. Sem surpresa, dado que Fang cortou todos os laços com
Drake, Shane e os outros depois de sua unidade ter voado para o
deserto.
OK.
Drake definitivamente não era uma ilusão.
Vendo Drake acordara a besta adormecida dentro de Fang.
Um grunhido veio de sua garganta. A adrenalina correu através
de suas veias. Resolvido a não perder essa luta, Fang atacou uma perna,
trancou-a sobre a panturrilha esquerda do leão e administrou um rápido
lance de judô.
O cara caiu no chão, choque no rosto. Fang o montou, fechando
as pernas sobre o leão, e forçou seu braço sobre as artérias no pescoço
do leão. O árbitro começou a contagem regressiva. Esta era uma briga
ilegal de gaiolas, mas havia algumas regras que os lutadores
respeitavam.
Uma vez que o leão desistiu, Fang o soltou.
— Vencedor, a Besta, — o árbitro anunciou, segurando o braço
de Fang quando ele se levantou.
A mesma multidão que aplaudiu o nome do leão gritou Fang
agora. Alguns lutadores desejavam a vitória acima de qualquer coisa.
Fang não tinha prazer em ganhar.
Ele começou a lutar porque precisava de uma maneira de
ganhar a vida e, ao mesmo tempo, saciar a necessidade de violência de
seu lobo.
No deserto, Fang percebeu que tinha um talento para acabar
com vidas, mas matar apenas enviou seu animal fora de controle.
A matança apenas o quebrou.
Ele não ouviu a multidão. Fang pegou o olhar de Drake e
empurrou a cabeça para a entrada que levava aos vestiários.
Precisando de algum tempo sozinho, tomou um banho quente. A
água lavou todas as dores. Qualquer dano que ele tenha sofrido
começou a curar. Um benefício de lutadores shifters, ele supôs. Eles se
curavam para continuar.
Ao fechar os olhos, ele pousou a testa contra os azulejos.
Cinco anos.
Fang não falou com todos de casa por tanto tempo. Parte dele
esperava que o esquecessem e seguissem em frente.
Foda, como Drake o encontrou, afinal? Depois que Fang desistiu
dos militares, tentou desaparecer.
Por último que ele já ouviu falar, Drake lutou na matilha Red
Manes e tornou-se o Beta de Shane. Ainda se sentia como uma traição,
pensando quando Drake lhe deu as notícias no telefone há cinco anos.
— Shane. — Ele sussurrou o outro como uma maldição, mas
também havia melancolia lá.
Qualquer amizade de longa distância que Shane e ele tiveram só
poderia ser definida como fodida. Ele escreveu para Shane pela primeira
vez como um capricho, sem esperar que Shane escrevesse.
O que Drake queria agora?
Ele não podia demorar no banho. Fang não era um covarde.
Esse menino fraco havia morrido e alguém o substituiu.
Colocou um jeans e uma camisa e ficou cara a cara com Drake.
— O que você está fazendo aqui? — Foram as primeiras palavras
de sua boca.
Drake o observou por alguns segundos.
— Eu quase não reconheci você. Não podia acreditar que era
você lá fora.
Fang esfregou suas têmporas, começando a cuidar de uma dor
de cabeça. Normalmente, depois de uma briga, ele afugentava suas
dores com álcool e uma foda rápida. Não nesta noite.
— Já faz um tempo. — Fang dificilmente se reconheceu
também. Às vezes, quando ele olhava para o espelho, ele se perguntava
quem era o maldito estranho com medo de olhar para ele.
— Drake. O que você quer?
Capítulo 4

Drake pensou ter conhecido o seu melhor amigo. Este estranho


tatuado e rasgado, ele não reconheceu.
Seu lobo também não gostou do aroma da fera de Fang.
A guerra alterou Fang, empurrou o lobo para o ponto de
ruptura.
Todos os cabelos de seu braço subiram na presença dominante
de Fang. Sentia-se difícil de respirar ao redor de Fang, como se Drake
estivesse na presença de um poderoso com alto poder de mudança.
Bom.
Era isso que ele buscava, certo?
Rumores de Fang, da Besta, eram difíceis de derrubar.
Vicioso no ringue e no quarto, Fang ganhou uma reputação no
submundo da cidade. Drake seguiu as fofocas como um cão de caça em
uma trilha de sangue, incrédulo, este poderia ser o mesmo melhor amigo
com quem crescera.
Fang virou-se, como se a discussão tivesse terminado.
O fato de ele deixar as costas expostas mostrou quanta
confiança Fang teve. Ele não achava que Drake era uma ameaça.
— Ouça-me — Drake começou. A raiva provocou dentro dele.
Ele começou a agarrar o ombro de Fang, mas o outro se moveu tão
rápido que a próxima coisa que Drake sabia era que suas costas estavam
batendo na parede. Uma grande mão entalhada fechou em volta da
garganta. Ele ofegou.
Fang sacudiu a cabeça, parecendo um pouco confuso, antes de
deixá-lo ir.
—Não é seguro estar ao meu redor — disse Fang, culpado.
— Shane precisa de você — Drake deixou escapar.
Atirar as armas grandes imediatamente pode não ser a melhor
decisão, mas Fang dirigiu a cabeça para direção de Drake.
Os olhos de seu melhor amigo ficaram vermelhos, fazendo
Drake respirar fundo. Ele não tinha visto aqueles olhos em anos.
Somente o pai de Fang, o antigo Alfa e qualquer lobo da linhagem
possuíam esses olhos de demônio.
— O Alfa atual do Red Manes precisa de mim? — Perguntou
Fang com uma voz zombeteira.
— Você nunca foi cruel, Fang, —Drake sussurrou.
— O menino que você conheceu morreu há muito tempo.
Drake mordeu o lábio.
Ele sabia disso.
Um encontro com Fang era tudo o que ele precisava para
afirmar esse fato.
— Você sabia sobre a ascensão de Shane para Alfa. Você não se
importou com a última vez que conversamos.
— As feridas não curadas aumentam.
Jesus. Fang estava mais longe do que Drake pensou?
— Eu liguei para a velha gangue, — ele continuou. Drake não
perderia a esperança. Fang viraria. Ele tinha que acreditar que seu amigo
leal ainda estava lá de alguma forma.
— O que?
— Talon, Claw e Razor estão de regresso a Red Valley, —
afirmou.
— Fang, as Garras Viciosas e um coven de vampiros assumiram
o nosso território.
Fang praguejou em voz baixa.
— Por que diabos devo me importar? As Garras Viciosas
mataram Clay, e meu pai era estúpido o suficiente para fazer guerra
contra eles.
Drake cerrou as mãos nos punhos.
— Todo mundo está morto. Seu pai, todos os antigos
responsáveis. Somente os membros mais fracos forão deixados, e Shane
mal mantem as coisas juntas.
Resmungando, Fang começou a voltar para a porta.
— Eles te chamam de Besta. Eles dizem que seu lobo é
incontrolável, — afirmou Drake. Ele teve um último trunfo para jogar. —
As pessoas dizem que você está procurando por oponentes fortes para
lutar, esperando que eles um dia rasguem sua garganta.
Fang fez uma pausa, e Drake sabia que ele estava ganhando
essa rodada.
Doeu-o a pensar que seu melhor amigo estava perto de se
tornar feral.
Os shifters que deixam seu lado animal assumir se tornaram um
perigo para si próprios e para a sociedade e foram afastados.
— Shane é o mesmo. Seu lobo está quebrado, assim como o
seu, mas ele ainda luta para sobreviver. Se você vier comigo, você pode
lutar contra muitos oponentes fortes, pode até ser capaz de lhe dar a
morte que você anseia tanto.
Isso só teve um riso feio e irregular de seu melhor amigo.
Não, seu melhor amigo se foi e este monstro louco o substituiu.
— Eu vou para o aeroporto esta noite. O meu voo é às oito.
Tenho um bilhete extra comigo. Eu vou esperar por você.
Fang continuou andando, mas Drake ainda não desistiu de ter
esperança.

Shane chamou a atenção da matilha. Ele se perguntou se ainda


poderia usar essa palavra quando era mais uma reunião de cinco
pessoas.
Ele olhou a ninhada debaixo dele e arranhou a grossa atadura
no pescoço. Apesar de suas habilidades regenerativas, a ferida nunca
teve a chance de curar.
O rei vampiro sempre o mordia no mesmo lugar toda vez.
Shane sabia o porquê. O sanguessuga queria que ele se
lembrasse.
Cada vez que Shane olhava a massa de cicatrizes em seu
pescoço, ele se lembraria do fato de Magnus possuí-lo.
Que tipo de Alfa se permitia ser um alimentador para um
vampiro?
Ele balançou sua cabeça.
Shane precisava de concentração para realizar esta reunião.
Os Red Manes já haviam sido uma força a ser contada na
cidade. Este grupo patético foi o que eles foram reduzidos.
Uma vez, cada membro do bando havia morado nesta
propriedade.
Agora, Shane tinha as cabines abandonadas e o salão principal
para si mesmo.
A maioria dos membros da matilha permaneceu na cidade por
conveniência. Eles tinham empregos e escola lá. Ele deslocou sua
atenção para a equipe dele. Com exceção de Drake, nenhum deles era
lutador.
Clara e Beck sentaram-se em um canto. Clara balançou Will de
três meses em seus braços. O casal não precisava dirigir até as
montanhas para a reunião, mas ele apreciava sua presença.
Kit e Gray eram novos membros, irmãos recentemente
mordidos, abandonados pelo criador e com nenhum lugar para ir. Eles se
aproximaram de Shane para pedir ajuda, e ele tentou orientá-los para
suas novas vidas como lobos.
Isso ainda o irritava, como alguns irresponsáveis podiam ser
quando se tratava de transformar seres humanos normais em monstros.
O último de seu pequeno grupo triste era Dave, um lobo
submisso cujos irmãos e pai haviam sido mortos junto com o ex-Alfa e
seus responsáveis.
— Tudo bem, parece que todos estão aqui, — disse ele, parecido
com negociador eficiente. Parte de Shane ainda estava desapontada. Ele
continuou esperando que Drake entrasse e se desculpasse por sair.
Mas, por que motivo Drake teve que ficar?
Drake tinha ficado perto dele, mesmo depois do que Shane
tinha feito com Fang, todos aqueles anos atrás.
Eles não eram amigos, não exatamente, mas eles entendiam a
lealdade aos seus bons momentos e mal.
Bem, até que Drake tivesse decidido deixá-lo depois da noite
bêbada, Shane confessou por que ele deixou Fang partir a dez anos, em
vez de matá-lo.
Pensando em Fang apenas convocou dores antigas.
Quem sabia onde o fodido Fang estava agora?
Cinco anos podem mudar um homem. Fang poderia pertencer a
outra matilha agora, ou ele poderia estar morto.
Não, o último não poderia ser verdade. Shane poderia sentir
isso.
Afinal, Fang era seu companheiro.
O rugido distante de motores rompeu seu pensamento. Os
membros do grupo trocaram olhares preocupados. Shane podia provar
seu medo e odiar-se novamente.
Um Alfa liderava pelo exemplo, e, no entanto, seu lobo se
acalmou dentro dele quando pegou o cheiro familiar de sanguessugas.
Mesmo o cheiro de cinzas e pinheiros não conseguiu se livrar do
cheiro da morte que se prolongava em torno dos vampiros. Eles não
tinham o direito de estar em terra firme.
Se a matilha tivesse os números e a força, os vampiros não
teriam pensado em pisar na montanha, sabendo que enfrentariam uma
certa extinção.
Shane poderia segurar o seu próprio em uma luta.
Ele usava as cicatrizes na pele para provar isso, mas contra um
coven inteiro? Seu lobo contou pelo menos seis vampiros lá fora,
incluindo Magnus.
O suor escorreu por suas costas.
A morte não o assustou. Ver os membros restantes do bando
ferido machucou muito mais.
Como Alfa, ele tinha o dever de oferecer a proteção de seus
companheiros de matilha.
— Shane, o que o coven está fazendo aqui? — Perguntou Dave,
parecendo pálido como um cadáver. O lobo submisso esfregou as mãos
nervosamente, observando o curativo no pescoço de Shane.
Shane não anunciou exatamente o fato dele ser sangrado pelo
rei dos vampiros. O tópico nunca saiu diretamente em reuniões da
matilha. Não há dúvida de esconder isso. Todos sabiam sobre sua
vergonha, sua penitência. Ele suspeitava que a culpa era o motivo pelo
qual não haviam saído dele.
— Eu vou lidar com eles. Enquanto isso, eu quero que todos
saiam daqui, — disse Shane, feliz que sua voz estivesse firme.
Lobos existiam no topo da cadeia alimentar. Ele não devia ter
medo de enfrentar vampiros, mas cada vez que Magnus afundava os
dentes no pescoço, o rei vampiro segurava o poder da vida e da morte
sobre Shane. Ao longo dos últimos meses, Magnus conseguiu lembrar a
Shane como era o medo.
Ele não tinha ilusões de que o coven não causaria estragos para
os membros sobreviventes do Red Manes.
Os vampiros não podiam ser confiáveis, especialmente não as
sanguessugas sob um bastardo sádico como Magnus. Eles haviam
quebrado o acordo para ficar fora das terras, mas Shane só teve a culpa.
Por que ele esperava que os vampiros tivessem o lado da
barganha?
Os vampiros não bateram na porta ou derrubaram-na, ainda
não, de qualquer maneira. O rei vampiro adorava brincar, e ele conhecia
bem Shane. Mais cedo ou mais tarde, o Alfa dos Red Manes se deslocaria
em uma última incerteza de desafio.
— Nós vamos ficar — disse Kit, levantando-se do assento.
Quando Shane começou a protestar, Kit o interrompeu. — Alfa, eles vão
te deixar em pedaços.
Melhor Shane do que o resto deles.
— Eu vou ficar também, — disse Beck. Ao lado dele, Clara
parecia assustada. O pequeno Will começou a berrar e ela tentou
acalmá-lo.
— Não. Beck, sua responsabilidade é para com sua
companheira. Tire sua esposa e seu filho daqui. Isso é um ordem. —
Shane certificou-se de que a autoridade tocava sua voz.
Beck mordeu o lábio e assentiu bruscamente. Ele puxou Clara
para se levantar e começou a empurrá-la para a porta dos fundos. Clara
parou pela entrada. Will acalmou-se e fechou os olhos, começando a
adormecer novamente.
— Alfa, obrigado por tudo o que você fez. Eu só quero deixar
você saber que é uma honra, fazer parte da sua matilha, — murmurou
Clara.
Shane segurou o desejo de chorar.
Ele tinha sido criado em um bando que se orgulhava de ter o
título mais forte. Homens reais, reais Red Manes, não derramavam
lágrimas. No final, toda essa arrogância empurrou o Red Manes para
uma extinção virtual.
— Continue. Will representa o futuro — ele disse a ela em vez
disso.
Com um aceno de cabeça, o casal desapareceu. Ele pegou Dave
se esgueirando atrás deles, mas ele não culpou o lobo submisso.
— Fodido covarde. Volte aqui, Dave — sibilou Kit, os punhos
apertados. — Fique com a gente.
Orgulhoso de Kit por ficar perto dele, apesar das probabilidades
que enfrentavam, ele caminhou até eles. Era Gray, ele olhou embora. O
mais velho dos irmãos Caldwell não falou muito. Ele podia sentir o lobo
de Grey na superfície, ansioso para afundar seus caninos nas gargantas
dos vampiros lá fora. O lobo de Gray sempre se sentiu instável, sem
tensão, como se Gray tivesse um controle fraco.
Outras matilhas nunca levariam um lobisomem como Gray, mas
Kit tinha vindo a Shane há um ano e disse-lhe que eles estavam em um
par. Shane não podia levar um irmão e recusar o segundo.
— Gray, pegue Kit. É seu trabalho garantir que Dave, Clara e
Will escapem com segurança, — ele disse a Gray, cujas narinas se
inflamaram.
— Você tem certeza? — Gray disse com aquela voz grunhindo.
— Sim.
— Não me ignore, — Kit gritou.
Ele balançou sua cabeça.
— Esta é a minha última ordem como Alfa. Kit, você e seu irmão
farão boas adições a alguma outra matilha um dia.
— Você não entende. — Kit agarrou seu braço. — Antes de
você, ninguém nos queria. Ninguém teve paciência para nos ensinar a
controlar nossos animais. Um olhar para Gray e eles veem uma ameaça
que eles precisavam matar.
Shane removeu a mão de Kit gentilmente.
— Gray, leve seu irmão.
A marca de ancinho no lado esquerdo do rosto de Gray se
contraiu, mas ele liderou um Kit em protesto para parte de trás. Shane
se perguntou como ele conseguiu ganhar a lealdade desses dois.
Esquadrando os ombros, ele desviou o olhar pelas janelas.
Os vampiros ficaram ao lado de seus carros, conversando entre
si. Somente Magnus se separou, silencioso, seu olhar carmesim zerou
em Shane.
Ele tocou a marca no pescoço dele.
Os lábios cruéis de Magnus curvaram-se em um sorriso
conhecido.
Ofegando suavemente, Shane decidiu que não queria dar a
esses idiotas uma chance.
Ele levaria dois ou três sanguessugas para o inferno com ele.
Seu lobo explodiu de sua pele, triturando roupas no processo.
Ele correu no coven, uma força imparável da natureza. A
madeira apodrecida da porta da frente se estilhaçou quando ele
empurrou um ombro para dentro.
Os vampiros pararam de falar quando ele escolheu seu primeiro
alvo.
Lucius rangeu, sibilando quando Shane derrubou o vampiro na
sujeira.
O vampiro cintilou as presas, arranhando-o.
O bastardo merecia uma morte dolorosa, mas Shane não teve o
luxo do tempo.
Ele foi pela garganta de Lucius, arrancando-o e soltando um
uivo triunfante, antes de se mover para a próxima matança.

Capítulo 5

Shane provava cobre e pele morta na boca. Seu pêlo estava


emaranhado de sangue, um pouco dele, mas principalmente dos seus
inimigos.
Sua fúria não durou muito. Artilharia explodiu no ar.
Ele girou apenas para sentir o impacto da bala.
A dor irritou seu âmago. Ele deu um passo vacilante em direção
a Magnus. Hora de acabar com o rei. Assim que Magnus morresse, seu
coven se espalharia. As sanguessugas deixaria a sua cidade em paz.
— Atire novamente — Magnus disse com uma voz irritada.
Outra bala acertou a sua pata esquerda. Ele perdeu o equilíbrio
e seu focinho provava a sujeira. A chuva começou a cair. Ele se lembrou,
como há dez anos, chovia como uma puta quando ele tomou a pior
decisão de sua vida.
Ao combater Fang, ele salvou seu companheiro, exceto que o
rasgou por dentro ter que ferir o outro homem.
Shane sabia desde o início que o filho do Alfa era a sua metade.
Quando ele voltava a pensar nisso, percebia o quanto tinha sido
estúpido, era jovem e ficou aterrorizado em dar voz ao que seu animal
lhe dizia o tempo todo.
Ele se tornou um valentão em vez disso, porque sabia que se
não tivesse intensificado esse papel horrível, alguém teria.
Somente Shane poderia machucar Fang. Lógica louca para isso,
mas era verdade.
Finalmente observou atentamente Fang crescendo.
Se ele pudesse voltar o tempo, ele teria oferecido uma mão
para Fang. Eles teriam andado
longe dessa luta. Demasiado tarde para mudar as coisas agora,
encontrar Fang e pedir desculpas por todos os seus erros.
As mãos pálidas empurraram ele, arrastando-o para o rei
vampiro.
Esgotado, Shane deixou. Ele caiu aos pé de um sapatos de
couro, sem dúvida de Magnus, cobertos de sangue e lama. Shane sentiu
como um louco, a ponto de quebrar.
Ele estava tão cansado.
Cansado de manter sua matilha unida, de manter o nome de
Red Manes.
Todos eles voltaram para a sujeira - o antigo Alfa, seu pai e os
shifters com os quais ele cresceu.
Pelo menos Fang ainda estava lá em algum lugar, respirando,
vivendo.
Magnus deu um chute direto em suas costelas feridas, fazendo-
o uivar.
— Olhe para você, Alfa. Que bagunça. O que você diz, nós te
liquidamos? Você fará uma adição perfeita à minha coleção de escravos
de sangue. — Magnus plantou um pé ao lado dele.
Como o inferno. Shane preferiria morrer aqui como um cachorro
do que ser reduzido a esse estado de vida.
Ele tinha visto o harém de alimentadores de Magnus, os
humanos de olhos vazios e os Shifters fracos que exibiam marcas de
mordida por toda parte de seus corpos. Shane jurou que nunca acabaria
como um deles.
Seis meses de suportar essa sanguessuga sugando lentamente
a vida dele, o levou até a borda. Um homem não podia suportar tanto.
Algo chocou-se dentro dele.
Shane respondeu abrindo os maxilares para dar uma enorme
mordida na perna esquerda do rei vampiro. Magnus sibilou de dor,
tentando sacudi-lo, mas Shane se manteve obstinadamente.
— Tire esse animal de mim — Magnus gritou com seus
vampiros. As mãos agarraram um punhado de sua camisa, afastando-o.
Um grito agudo ecoou dos bosques próximos. Os vampiros
pararam. Magnus agarrou sua orelha esquerda e olhou nos
olhos de Shane.
— Eu cheiro a animais. A quem você pediu ajuda? — Magnus o
dominou, jogando Shane no chão. Preocupado, o rei vampiro se
aprumou e sibilou-o como uma cobra, mostrando as presas.
Shane viu que o outro vampiro desapareceu no bosque,
provavelmente para verificar a fonte
do grito.
Ajuda? Shane já não tinha aliados.
Ele implorou a outros grupos de shifters da região por ajuda.
Todos deram as costas para ele depois da dizimação da maioria dos Red
Manes.
Eles eram leais enquanto a força da matilha dos Red Manes
estava no pico, mas depois quando não tinham mais nada para oferecer,
eles os abandonaram.
— Morra, Alfa. — Magnus golpeou seu pescoço, onde o vampiro
estava bebendo de Shane todo esse tempo. Como a ferida nunca curou
corretamente, era o ponto vulnerável de Shane. As presas rasgaram
camadas de pêlo.
Doeu, ainda mais do que todas as outras vezes. Desta vez,
parecia que o rei planejava sugar Shane até que a última gota de sangue
deixasse o seu corpo.
Shane lutou para usar suas garras, mas agora não tinha a força
inicial para lutar.
Ele rezou para Deus, para que o resto de seu bando, tivessem
conseguido, cobrir algum terreno antes que os vampiros fossem atrás
deles.
Eles saberiam o que fazer - continuariam correndo até que o sol
subisse acima de suas cabeças. Até então, os Vampiros precisaria ir
abaixo do solo. A matilha estaria a salvo então.
Sua visão começou a falhar. Todoo os músculos em seu corpo
começou a ficar rígido. Seu pescoço sangrou como uma cadela.
O sangue escorreu por seu pêlo. Deve ter parado de chover a
algum tempo, porque ele já não provava gotas de água na língua.
Em momentos como esse, Shane lutou com o seu
arrependimento.
Talvez morrer seria o melhor.
Droga, ele queria ver Fang uma última vez.
Shane desesperadamente decidiu lidar com os fodidos vampiros.
Depois deixaria a matilha nas mãos de Drake e ia procurar por
Fang.
Nunca realizaria o seu desejo.
Viu pelo canto do olho algo vermelho e rápido, borrado. Esse
mesmo monstro veio para Magnus, que não estava esperando tanta
fúria.
Derrubou Magnus e o libertou das garras do vampiro.
Não, não podia ser, pensou Shane.
Um arrepio deslizou por sua coluna. A criatura era maciça,
maior do que qualquer lobisomem que ele já tenha visto.
Uma sensação de déjà vu apareceu sobre ele.
Este era um fantasma, deveria ser. Um verdadeiro lobo de Red
Mane, exceto que este não tinha prata pontilhando as bordas de seu pêlo
vermelho.
O coração de Shane saltou em seu peito.
Não poderia ser. Por que Fang voltou para salvá-lo?
Além disso, Fang não podia mudar, certo? Deveria estar
delirando. Caos choveu ao redor deles. Sons de vampiros gritando e com
raiva, rosnados misturados se tornando uma sinfonia sanguinária. O lobo
monstro estalou as mandíbulas de Magnus.
Pela primeira vez, o rosto do rei vampiro formou uma máscara
de medo. Parecendo mais pálido do que o habitual, Magnus se arrastou
se afastando do enorme lobo cuidadosamente.
Fang soltou um grunhido de advertência, mas apesar de seu
estado enfraquecido, Shane viu sangue dentro dos olhos amarelos de
Fang.
Ótimo ele tinha se transformado em um monstro.
Este lobo estava selvagem, ansioso para destruir qualquer coisa
em seu caminho. Muito pouca humanidade olhou por trás desses olhos,
dizendo a Shane que o humano tinha controle mínimo sobre a besta.
— Fang, Shane vai sangrar até a morte se não fizermos algo —
gritou Drake.
Seu fugitivo Beta estava no limite da floresta, o corpo pintado
em carmesim. Mais lobos saíram de entre as árvores, os focinhos
sangrentos, os olhos brilhando com o triunfo. Shane conhecia a todos,
daquela vez, quando ele havia poupado a vida do filho do antigo Alfa,
mas estava bastante seguro de que ainda estavam bravos com ele por
assumir a posição de Alfa de Fang. Com um uivo poderoso que abalou a
terra, Fang se afastou do rei vampiro que fugia. Fang apertou Shane e,
por um segundo, ele estava certo de que Fang terminaria o trabalho.
Fúria dançava naqueles olhos dourados. Apenas um escorregão de
humanidade olhou para ele, estava desafiadoramente duro, mais frio,
mas era o seu Fang.
Apesar de todo o seu corpo parecer que estava em chamas,
Shane alcançou sua pele humana. Se ele não sobrevivesse a isso hoje a
noite, ele queria morrer como humano, e não como animal. Fang
descansou um focinho no peito, sentiu um pouco pesado. Shane
enroscou seus dedos tremendo através do pêlo grosso de Fang e
sussurrou:
— O que te levou? — Os outros se aglomeraram ao redor dele.
Shane sabia que o lugar parecia o local de algum campo de batalha, mas
não se importava. O nascer do sol sangrou sobre as árvores,
derramando ouro e amarelo em todos os lugares, afugentando a
escuridão.
Shane tinha seu companheiro e seus antigos companheiros de
matilha ao seu redor.
Ele caiu inconsciente, pensando que este era o melhor sonho
que ele já tinha tido.

Capítulo 6

Fortes batidas e barulho de objetos sendo lançados ao chão


acordaram Shane.
Não.
Ele não queria acordar e perceber que tudo não foi mais que um
sonho.
Shane se moveu, alarmado com os lençóis macios. Um dos
escravos de sangue de Magnus o colocou no quarto de hóspedes de
novo?
Estava entorpecido, com dificuldade para se mexer. O corpo
inteiro doeu.
As feridas não cicatrizadas, o fizeram lembrar que ele poderia
morrer a qualquer hora.
Isso sempre irritou Shane.
Abriu os olhos, surpreso ao ver que estava de volta ao seu
antigo quarto na casa da sua matilha. Quando ele se tornou Alfa, seus
companheiros o incentivaram a ficar com o maior quarto na ala principal.
Shane recusou e manteve seu próprio quarto, por penitência,
talvez, ou lealdade a Fang.
Um enorme homem estava encostado na mesa. Normalmente, o
lobo dominante nele não gostava de outro predador na sala.
Mas era Fang, no entanto.
Seu lobo se acomodou completamente em paz.
Shane limpou a garganta.
— Você ficou em forma.
Fang endireitou-se e virou-se.
Ele não disse nada. Olhos escuros fixos no dele.
Pareceu a Shane que mesmo que tenha crescido com Fang, não
sabia nada sobre esse estranho.
Claro, trocaram cartas antes que Fang tivesse parado de
escrever.
Shane sempre se lembrou dele, a imagem que ele sempre
guardou foi de um cara alto e incômodo, não esse enorme estranho
gritava perigo.
Se seu animal interno não tivesse reconhecido Fang como seu
companheiro, eles teriam lutado para ver quem era mais dominante.
Fang manteve o cabelo negros curto, usava uma camisa branca
lisa e jeans.
Na pele exposta, beijada de sol, era visíveis as tatuagens e
velhas cicatrizes. Fang abriu os dedos. Shane percebeu que eles tinham
cicatrizes também, como se Fang estivesse em uma quantidade
extraordinária de lutas.
A tensão encheu o quarto. Ao ver Fang em carne e osso,
provocou memórias antigas, boas e más.
— Você conseguiu despertar o seu lobo. Quando? — Perguntou.
Uma estranha sensação de arrependimento o encheu. Ele
desejou ter estado ao lado de Fang quando seu lobo finalmente
despertou. O pai de Fang afirmou que seu filho estava com defeito, mas
Shane nunca acreditou.
— Depois de me juntar a unidades de paranormal especiais no
exército. — A voz de Fang também soava mais profunda, rude.
Shane olhou para a pequena cicatriz no lábio inferior de Fang.
Ele não queria arriscar olhar mais para baixo.
Finalmente, Shane notou o que Fang fazia antes dele acordar.
Estava na sua mesa parecendo um pouco irritado, quase defensivo.
Shane entendeu o porquê. O vento entrou pela janela, tocando
alguns dos papéis em sua mesa - todos eles eram cópias das cartas que
trocaram ao longo dos anos.
— Foda — sibilou Fang, tentando segurar as cartas no lugar.
Shane tirou as pernas da cama para ajudar. Sua visão aguçada
vislumbrou as palavras que ele tinha memorizado de cor.

“Eu costumava ser capaz de ver o mundo como um lugar


escuro, até eu começar a ansiar pelas cartas que você me enviou…
Eu queria que você estivesse perto. Não precisamos falar sobre
a merda que aconteceu há anos. Simplesmente estar ao seu lado,
desfrutando do silêncio já é o suficiente.
Em alguns dias eu imaginava se nós tivéssemos abandonado a
matilha juntos, como seria, então eu não precisaria navegar neste novo
mundo sozinho ...”

Às vezes, era difícil acreditar que tudo isso tinha sido escrito
pelo shifter com os olhos e o corpo rígidos de pé na frente dele.
— Fique aí. — Fang praticamente grunhiu as palavras. — Você
está ferido. Se cure primeiro.
Um grunhido veio da garganta.
— Você está me dando ordens agora, Fang?
— Os idiotas feridos devem ficar na cama. — Fang pegou o
último dos papéis. Enquanto ele o estava dobrado, pelo canto do olho
Shane viu um vislumbre das costelas de Fang, planos de músculo duro
por baixo, e um anel de mamilo.
Ele engoliu em seco, desconfortavelmente consciente de que
seu pau estava ficando duro. agradeceu a Deus pelo edredom.
As narinas de Fang alargaram quando ele se aproximou para
olhar para Shane, ainda agarrando os papéis.
Merda. Fang olhou como se quisesse destruir algo. Ao mesmo
tempo, parecia fofo como o inferno.
— Quem lhe deu permissão para mexer nas minhas coisas? —
Perguntou Shane, cruzando os braços.
Fang olhou para os papéis amassados em suas mãos enormes,
como uma criança culpada pega fazendo algo errado.
Com um rosnado, Fang começou a alisar todos eles e espalhá-
los sobre a cama de Shane.
— Eu salvei a sua vida — Fang lembrou, uma vez que ele
terminou sua tarefa.
A vergonha o encheu de novo. Ele desviou o olhar de Fang.
— Deixe os papéis. Eu posso imprimi-los novamente.
— As páginas já estavam amassadas e com orelhas.
— Obrigado por declarar o óbvio — ele murmurou.
— Como se você as tivesse lido muitas vezes.
— Qual é o seu ponto ? — Shane disparou, começando a colocá-
los em uma pilha.
Fang se dirigiu para a janela, com passos pesado. Ele lembrou a
Shane de um grande e desajeitado urso, aparentemente inofensivo, mas
letal quando provocado.
— Eu escrevi mais cartas.
Shane pensou que ele imaginava essas palavras no início.
— O que? Não entendi.
Seu coração inchou.
Não.
Shane se recusou a deixar a emoção tirar o melhor dele.
Ouvindo essa admissão, a porra do seu animal ficou satisfeito. Ver Fang
novamente era surreal. Ele pensou que eles iriam para mais golpes,
palavras irritadas.
Shane nunca esperou essa incomodidade, essa parede invisível
entre eles.
— Nunca as enviou.
Fang olhou pela janela. Shane sabia o que ele olhava, mais
árvores cinzas, pinheiros e terra.
— Por que você veio aqui, Fang? — Ele perguntou. Fang virou-
se, cruzando os braços enquanto o olhava. Todos os músculos no bíceps
e tríceps ficaram rígidos no movimento. Uma tira de pele aparecia por
baixo do jeans baixo-pendurado de Fang.
Shane também não perdeu o pacote entre as pernas de Fang.
Isso era por causa dele? Foda-se. Shane não deveria estar
olhando esse detalhes, não deveria pensar em Fang nesses termos.
Ele havia prejudicado seu companheiro. Eles desenvolveram um
relacionamento fodido à longa distância, e foi isso que aconteceu.
Nada mais do que isso. Shane conhecia sua loucura por Fang.
Não demorou para descobrir que Drake encontrou Fang e o
trouxe aqui, junto com os outros.
Ele não viu Talon, Claw, Razor e Joker depois que os bastardos
deixaram a matilha, um por um. Não poderia culpá-los, não depois da
última luta ter terminado com todas as suas famílias e amigos mortos. O
pai de Fang tinha feito o chamado, mas foi Shane que sentiu o peso
daquela terrível decisão, no entanto.
— Eu vim para você — Fang respondeu finalmente. — Quase
que eu não vinha, apesar da argumentação convincente de Drake.
Ok, Shane merecia isso, mesmo que doesse um pouco saber
que Fang tinha hesitado.
— Então, o que, fez você mudar de ideia?
— Eu queria voltar a vê-lo. — Fang queria ver Shane, não como
Shane estava lidando com a matilha ou a bagunça da cidade.
Antes que se inchasse de orgulho, Shane conseguiu se controlar.
Antes que ele pudesse formular uma resposta decente, Fang
continuou.
— Shane, que diabos você estava pensando? Vampiros?
— Não esqueça as hienas que se estabeleceram aqui também.
Hienas em motos. — Shane deixou sair uma risada áspera. Fang não
parecia divertido. — O que você quer de mim, uma desculpa? Desculpa
eu falhei.
— Você não me deve nada. Eu sou apenas um exilado, um
estranho. Eu não me importo como você dirigiu sua matilha. Eu
simplesmente não queria que você morresse.
Shane piscou, dedilhando o edredom.
— Você fez o seu trabalho. O que você vai fazer a seguir?
Ele esperou pelo golpe doloroso, quando Fang dissesse que iria
partir em breve. Quando Shane
veria Fang novamente? Nunca? Isso o enfureceu por algum
motivo, embora ele não tivesse direito à raiva.
— Pare de me afastar. Eu vou ficar aqui até você melhorar. Você
não está em condições para defender seus lobos — murmurou Fang. —
Eu vou deixá-lo agora.
Shane viu Fang puxar a porta com tanta força, que estava certo
de que iria soltar a madeira da dobradiça. Ele sentiu outro homem no
corredor. Drake, a julgar pelo cheiro.
— Onde você está indo? — Drake exigiu.
— Sair para uma corrida. Preciso de ar.
Drake apareceu em sua linha de visão, franzindo o cenho para
Shane.
— Você voltou e trouxe-o — disse Shane, sem saber o que dizer
a seu Beta. Nunca tinham sido amigos. Aliados eram uma palavra
melhor. Quando Drake partiu, Shane sentiu-se traído. Agora, ele não
tinha certeza sobre Drake. Um bastardo de coração frio o teria deixado
nesta bagunça, e não pediria ajuda externa.
— Eu sei que não deveria ter agido pelas suas costas, deveria
ter conversado com você primeiro, mas eu sabia que você não permitiria

Shane cortou sua explicação.
— Estou feliz que você o tenha feito.
Drake franziu a testa.
— Você está?
— Os outros estão aqui também, posso ouvir os bastardos
ruidosos — Shane disse. As vozes altas, eram ouvidas no quarto. Ele
podia ouvir Kit discutindo com Claw.
— Sim. Claw e Talon estão com os outros. Eles voltaram para
você, você sabe. Mesmo Clara. Shane recostou-se contra os travesseiros.
— Eu não mereço sua lealdade.
— Pare de se culpar, deixe de sentir pena de si mesmo. Você fez
o seu melhor.
— O melhor não foi o suficiente.
— Qualquer um deles se quebraria sob a pressão. Você
manteve o bando unido — Drake disparou. Normalmente, o Beta era
polido e calmo. Shane nunca o tinha visto assim.
— Drake, você está me elogiando?
— Cala a boca, Alfa. — Shane olhou para as cartas em sua
cama. Drake seguiu seu olhar, sem comentar quando Shane reuniu- as
na mesa de cabeceira ao lado dele.
— Eu entendo que os outros voltaram por Fang. Quando eles
saíram ... Eu não acho que posso fazer isso mais. Tudo está ferrado,
Drake.
Drake franziu o cenho, os olhos se estreitaram.
— O que você está dizendo?
— Todo mundo me deixa. Eu mereço isso, eu sei. Eu não queria
que as coisas se tornassem assim.
Drake aproximou-se da cama com cautela e sentou-se na
beirada.
— Dez anos atrás, eu poupei a vida de Fang, esperando que ele
voltasse quando fosse forte o suficiente para me desafiar novamente.
Fang deveria se tornar Alfa e provar para o seu pai que ele estava
errado. Em vez disso, ele nunca voltou. O antigo Alfa levou a matilha
próximo a extinção, deixando-nos ter que juntar os pedaços. Eu nunca
quis liderar.
Drake respirou fundo.
Sentia-se bem por poder desabafar a verdade finalmente,
mesmo que Shane não tivesse a coragem de contar Fang.
Drake esfregou o rosto.
— Você realmente quis dizer isso?
— Você é seu melhor amigo, Drake. Parte de você queria que
Fang tomasse o que lhe pertencia legitimamente.
Drake sacudiu a cabeça, parecendo um pouco pálido.
— Fang mudou. A guerra mudou-o. Ele está um pouco ...
— Quebrado — Shane terminou. — Eu também. Este território,
esta matilha, está condenada, Drake. Eu gostei que você voltou.
Ele não viu o punho de Drake vir em sua direção, até que sentiu
o osso rachar e um dor lancinante subir pelo seu crânio. Mexendo a
mandíbula, ele tocou seu queixo quebrado olhou para Drake, mostrando
suas presas.
— Pare com isso. Eu trouxe Fang de volta aqui, para que você
possa consertá-lo. Corrigir um ao outro, depois trabalhar na
reconstrução da matilha. — O aço encheu a voz de Drake.
Shane tentou pensar além de sua irritação e dor.
— Você não tem idéia do que você está falando.
— Eu sei. Os outros também acreditam nisso. Fang e você
podem estar mais distante, mas você dois juntos podem ser uma força a
ser contada. Eu estava lá, Shane. Há dez anos, você salvou sua vida, e
não foi para humilhar ou fazê-lo viver com a vergonha. Você o poupou
porque sabia que Fang era seu companheiro.
Shane procurou as palavras certas.
— Você sabia?
— Me levou algum tempo descobrir, mas sim, eu sabia. Fang
entra a cada noite na gaiola, lutando pela diversão da multidão, não só
por causa dos pesadelos da guerra. Ele se sente excitado.
Shane rosnou.
— Que gaiola? — Ele segurou a manga da camisa de Drake,
recusando-se a soltar a seu Beta, não antes de receber suas respostas.
O desespero e a necessidade de saber mais sobre Fang o levou a
implorar. — Conte-me tudo sobre Fang. Por favor.
Ao lado de fora da janela de Shane, Fang sentiu-se como um
perseguidor.
Valeu a pena, porém, porque ouvira as palavras que Shane
tinha pretendido falar somente para os os ouvidos de Drake.
A confissão de Shane o atordoou.
Mesmo como um adulto, ele sempre se perguntou o que tinha
conduzido o outro homem para salvá-lo todos aqueles anos atrás. Shane
esperava que ele voltasse para ocupar seu lugar, mas ele nunca voltou.
— Você espera muito de mim — murmurou Fang, olhando para
o convidativo bosque de árvores que avançavam para dentro da floresta.
Seu lobo coçava sob sua pele humana, desejando estar livre. Ser um
shifter na cidade era difícil. Não havia terra para correr livremente, para
caçar soltar a sua besta. Aqui era diferente.
Ainda não se sentia completamente em casa. Alguma coisa
estava faltando, mas essas árvores o chamavam, mesmo que elas
também trouxessem memórias ruins. Ele pensou em todos aqueles anos
confusos que passara com raiva, mas incapaz de interromper sua
comunicação com Shane. Perderam muito tempo, presos ao que
aconteceu há dez anos. Ninguém podia mudar o passado, mas ele
poderia fazer algo sobre o presente.
Percebendo que não estava sozinho, Fang estreitou os olhos e
encontrou Razor de pé nas mesmas árvores que ele estava observando
minutos atrás. Não só Shane cresceu. O resto de seus amigos também
tinham.
Razor costumava ser magro como uma lâmina, mas agora tinha
desenvolvido músculo como os outros. Fang se aproximou de seu amigo
de infância.
Cinco anos.
Ele mergulhou no exército, e se perdeu dos seus companheiros,
lutou na gaiola para experimentar dor. Fang nunca esperara encontrar a
si mesmo e a todos os seus amigos de volta à sua cidade natal. Os olhos
verdes brilhantes de Razor pareciam desfocados, como se ele visse algo
que Fang não podia.
Fantasmas, talvez.
— Eles ainda estão aqui? — Ele perguntou em voz baixa. Razor
fechou os olhos.
— Eu preciso de uma corrida, e de uma bebida. — Isso
respondeu sua pergunta bem o suficiente.
— Não me importo com a companhia — disse Fang, balançando
a cabeça para a floresta.
— Ninguém queimou seus ossos — disse Razor estranhamente.
— Eles estão tão irritados, Fang. Estavam gritando mais cedo, mas eles
se acalmam quando você está perto. — Fang sabia ao que Razor estava
se referindo. — Não foi culpa de Shane. Meu pai os levou todos a morte.
— Os mortos não podem distinguir a diferença. — Ele assustou
Fang, sabendo que fantasmas de lobisomens mortos observavam essas
árvores. Sabendo que deveria ser pior para Razor, ele tomou uma
decisão. Drake e os outros sempre foram um pouco desconfiados de
Razor, mas Fang e Razor sempre se entenderam.
Há dez anos, quando seus amigos haviam carregado seu corpo
meio morto e expulsado de Red Valley, Razor tinha ficado ao seu lado até
que ele estivesse forte o bastante para se mover sozinho. Então, Razor
desapareceu para lidar com sua própria merda.
Fang havia perdido contato com todos eles.
Ele não perguntou a Razor o que ele estava fazendo nos últimos
anos. Fang não se importou com os segredos. Todos tinham direito a
eles.
— Vamos fazer isso juntos. Reúna os ossos para queimá-los —
disse Fang.
Razor parecia aliviado.
— Eu aprecio isso, mas há mais trabalho a ser feito aqui. —
Fang olhou para a casa da matilha, onde todos estavam. Ele precisava de
algum tempo, e talvez a pele do lobo lhe desse mais clareza. — Vamos
voltar com o jantar.
Shane teria dormido até então.
Sem precisar de palavras, eles descartaram suas roupas. Como
sempre, a mudança causava muita dor, pior do que qualquer coisa que
ele já suportou. Ele sempre atribuiu a dor a todos aqueles anos em que
ele não poderia chamar seu lobo na sua juventude.
Uma vez que suas patas atingiram a terra, Fang entrou em uma
corrida. Essas árvores já o haviam assustado, especialmente no tempo
em que seu pai continuava tentando maneiras de fazê-lo mudar. Seu pai
já o havia deixado no meio da floresta, apenas com suas roupas.
Recordava-se de que Shane o encontrou, desidratado, morrendo de fome
e meio selvagem, mas ainda humano, para o desapontamento de seu
pai.
Fang empurrou essas lembranças de lado e colou tudo de volta,
dentro da caixa em sua cabeça, onde guardava toda a merda
desagradável. Se Shane soubesse o quão fodido ele realmente era,
nunca teria dito a Drake que esperava que Fang ainda pegasse o manto
de Alfa algum dia. Empurrando-se mais forte, ele pegou velocidade.
Ao longo do caminho, deixou Razor para trás, que também
tinha seus demônios para enfrentar.
Sem perceber, ele se dirigiu ao mesmo caminho que tomou
depois que seu pai o deixou no bosque. Ele se viu aos oito anos,
tropeçando ao longo da margem do rio, sem um sapato, enfrentando
todos os ramos, riscados por pequenos arranhões. Subindo rio acima,
acabou na beira do penhasco, parou por um tempo. Shane o encontrou,
contemplando a derrota.
O suicídio.
Demorou muito tempo para descobrir que Shane fingira ser um
valentão, mas, na realidade, o estava observado discretamente.
Fang não sabia nada sobre liderar um grupo de pessoas. Mesmo
no exército, ele estava satisfeito em receber ordens. Dando a tomada de
decisão para alguém. Exceto que agora Shane precisava dele.
Lembrando da feia e grossa cicatriz no pescoço de Shane, provocava a
sua fúria, jurou caçar cada um desses sanguessugas.
Se arrependeu de não ter acabado com o rei, mas Shane estava
muito mal, perdendo muito sangue.
Fang não sabia nada sobre ser Alfa, mas ele poderia ficar aqui
por um tempo, vigiar Shane do mesmo modo que tinha feito há tantos
anos atrás com ele.
Sozinho sem ninguém para ouvi-lo, seu lobo sussurrou a palavra
que ele estava aterrorizado para reconhecer em toda a sua vida.
Companheiro de Shane.
Mas os homens como Fang não mereceram amor.
Se Shane o conhecesse de verdade acabaria correndo?
As últimas luzes do pôr-do-sol desapareceram no horizonte. O
ar frio da noite de outono arrepiou seu pêlo, mas ele mal podia sentir o
frio.
O que ele estava fazendo aqui sozinho, quando ele podia estar
aconchegado perto de Shane, compensando o tempo perdido?
Quando Shane ficasse mais forte, eles poderiam correr, os
pelos se tocando um contra o outro. Ficariam neste local observando o
pôr do sol. Se Fang estivesse em forma humana, ele soltaria uma risada.
Viu Shane por um dia e já estava se tornando um idiota
sentimental.
Praguejando, voltou para a casa.
Razor deve ter percebido sua necessidade de espaço, porque
seu amigo ergueu a cauda esperando. Fang parou, percebendo que
Razor tinha uma lebre recém-capturada no focinho e decidiu não pedir.
Ele também precisava de uma caça?
Porra. Isso era ridículo, mas a parte competitiva dele não
queria retornar com as mãos vazias.
O que Shane pensaria dele?
Razor esperou que Fang caçasse a sua presa. Levou mais do
que o esperado. Fang queria ignorar os divertidos olhos amarelos de
Razor quando uma lebre entrou entre suas patas e fugiu.
Demorou mais de uma hora para pegar outra. Com um coelho
gordo e suculento em sua boca, eles voltaram. Todas as luzes estavam
acesas.
O riso borbulhou da área da casa principal, Fang se deleitou
com isso. Crescendo aqui, sorrisos e piadas haviam sido raros. O cheiro
de agressão e violência sempre estava no ar.
Fang cuspiu sua presa. Ele voltou para o ser humano e vestiu as
roupas, de onde um pedaço de papel caía no chão. Razor disparou e
mostrou-lhe a mensagem.
Foi escrita na caligrafia de Talon:
Depois que os bastardos acabarem de ensanguentar na
floresta, entre. Nós pedimos pizza.
Razor e ele trocaram olhares.
— Por quanto tempo vocês dois idiotas vão ficar lá — A voz de
Talon soou. Fang não pôde evitar. Com seu jantar fresco, eles se
encolheram no caminho.
Talon cheirou, depois se virou, olhando-os.
— Cara, são esses coelhos? — Razor enfiou a caça na mão de
Talon. Fang fez o mesmo. Talon quase os deixou cair, enrugando o nariz.
— Ei pessoal. Mesmo? Nós temos frango frito e pizza. Fang olhou para
ele. Razor parecia que queria matar Talon.
Isso certamente trouxe de volta aos velhos tempos. Mesmo
quando eram meninos, Razor e Talon sempre haviam lutado pelas coisas
mais difíceis. A equipe estava de volta. Talon deu uma pancada no
ombro.
— O que foi isso, idiota? — Fang exigiu.
— Bem-vindo em casa, Fang — disse Talon. Com um sorriso
amplo no rosto.

Capítulo 7

As vozes discutiam para frente e para trás.


— Quem diabos são essas pessoas, Drake? — Exigiu Kit.
— Essas pessoas, como você nos chama, salvaram seus
malditos traseiros. — Replicou Claw. Era Claw ou Jax? Shane não podia
mais contar.
— Kit, conversamos sobre isso. — Disse Clara calmamente.
— Sim, você nos deu um sermão sobre quem são essas
pessoas. Vocês são todos ex-Red Manes, certo? Por que vocês só vieram
agora, quando tudo é atingido pelo inferno? — Argumentou Kit, mas não
terminou. — Olhe para Dave. Está escondido em um canto porque
conhece os novos caras que você trouxe, Drake, são psicopatas. —
Gritou.
— Nós viemos por Fang e Shane, por causa da amizade. Isso é
tudo. — Disse Talon sem ajuda. — Você é novo aqui, filhote. Você não
entende nada.
— Não sou um puto filhote. Tenho vinte e três anos. Não me
fale assim. O que você quer dizer com isso? Você saiu de Red Valley,
voltou e está indo novamente?
Alguém deixou escapar um riso contido. Soou como Razor, mas
o último que Shane se lembrou, o lobo louco estava esfolando os
coelhos.
— Não há nada em Red Valley que valha a pena salvar, a menos
que alguém diga o contrário. — Disse Claw.
— Bastante luta. — Drake interrompeu, mas foi abafado pelos
outros novamente.
Shane fechou os olhos e tentou sintonizá-los. Rosnados e um
show de dentes e garras não estavam muito atrás, Shane sabia. Não
ajudou a sua cabeça latejante. Deixaria cada um brigar. Uma vez que
gastassem energia de lutar, interviria.
— Você deveria estar na cama. — A voz de Fang fez com que
abrisse os olhos.
Fang mergulhou no espaço ao lado dele no sofá sem
perguntar. Dado que ambos não eram homens pequenos, não havia
espaço para se mover.
Felizmente, Fang colocou um jeans, mas parecia ter se
esquecido de vestir uma camisa. Porra. Agora, tudo o que Shane poderia
pensar era a pele suada Fang que estava contra a sua camisa.
Metal brilhava sob a luz. Shane se esqueceu do anel de mamilo
de ouro de Fang. Isso o deixaria louco, pensando nessa coisa. Se
puxasse o metal, Fang faria um gemido revoltante? Seus dedos se
contraíram, mas os manteve imóveis.
Shane suprimiu o desejo de lamber seus lábios. Em sua mente,
imaginou o choque impressionante de Fang e o abdômen que agitaria
quando Fang apertou suas coxas para afundar seu pau dentro do traseiro
de Shane.
Santo inferno. Isso não era bom.
— Você não deveria se juntar ao debate? — Perguntou Shane,
mudando o tópico.
— Zero interesse. — Fang friamente olhou para a ereção em vez
disso. Então, novamente, Shane supôs que Fang nunca teve maneiras
para começar. Aparentemente, Fang estava mais interessado em Shane,
não que Shane se queixasse. — Isso é para mim?
Shane rosnou.
— O que você acha?
— Bruto. Vão conseguir um quarto? — Disse Talon.
Ótimo. Agora todos estavam olhando para eles. E amaldiçoou o
homem-lobo superior ouvindo em momentos como estes.
Shane limpou a garganta. Fang começou a desenhar círculos na
coxa esquerda de Shane, sem ajudar em nada. Por que Shane se sentiu
tão calmo com Fang ao lado dele? Devia afastar Fang, dizer a ele para
encontrar outro assento, porque havia bastante. Mas seu ego foi
animado porque Fang escolheu sentar-se ao lado dele, como se Fang
soubesse que pertencia lá o tempo todo.
— Do que estávamos falando? — Perguntou Shane, virando-se
para Drake, que ergueu uma sobrancelha para ele.
— Enquanto vocês dois estavam se olhando mutuamente,
começaram a discutir e decidiram que precisamos verificar a casa do
coven. — Respondeu Drake.
— Sou voluntário. — Disse Fang antes que Shane pudesse
argumentar.
O que diabos?
— Eu vou com você. — Disse Shane, olhando para Fang.
— Lobos feridos devem ficar de cama. — Fang praticamente
grunhiu as palavras.
— Estou curando bem. E serei perfeito e curado, venha amanhã
de manhã. — Fang parecia que estava prestes a protestar, mas Shane o
interrompeu. — Além disso, você é o reforço. Você está dizendo que isso
não é suficiente?
— Ooh, tensão. — Brincou Talon. Shane queria esmagar suas
bolas.
— É o suficiente. — Fang grunhiu, olhando para longe. Shane
pensou que a conversa terminou, mas Fang deu um aperto à sua coxa e
limpou a garganta antes de continuar. — Talvez possamos almoçar
depois de matar alguns vampiros.
Shane olhou fixamente. O silêncio encheu a sala.
Alguém deixou uma risada inadequada. Provavelmente Talon.
— Fang, você está me chamando para um encontro? —
Perguntou Shane.
Fang empurrou-o com irritação. Dado que não havia muito
espaço para manobrar, Shane não foi a lugar nenhum. Os ombros deles
simplesmente se tocaram.
— Um almoço. — Disse Fang. — Não é um encontro.
— Tudo bem, isso parece que o incomoda. — Disse Jax.
— Você está dizendo não? — Perguntou Fang, parecendo de
repente irritado.
— Estou apenas surpreso. Está resolvido, então.
Fang assentiu, parecendo satisfeito. Levantou-se, com as mãos
na parte de trás do pescoço.
— Fang, não terminamos. — Chamou Drake, mas Fang apenas
lhe deu o dedo e continuou caminhando.
— Ok. — Shane soltou um suspiro.
Já se sentiu muito melhor. Esta noite era um pouco surreal. Ele
imaginou que Fang o pedisse para sair? Fang parecia fofo. Nunca em um
milhão de anos, Shane esperava esse lado de Fang.
Olhou para Drake, decidindo tomar as coisas mais a sério
agora. A estrutura de poder na cidade tinha sido sacudida quando se
livrou do coven vampiro. Havia as hienas e outros grupos de vampiros
desonestos menores para lidar.
— Shane, esses caras ficam? — Perguntou Kit.
— Por agora. Precisamos de sua ajuda. — Confirmou
Shane. Não havia certezas quando se tratava do futuro, mas ele poderia
viver um dia por vez. — Drake, o que vem depois?

Fang desligou o motor de seu Raptor e olhou para o seu GPS.


— Esta é a localização?
Shane parecia espaçado. Ainda assim, mesmo depois de toda a
viagem das montanhas e da cidade. Ele puxou os dedos para Shane, que
piscou. As narinas de Fang brilharam, espiando o medo de Shane.
Não gostou disso.
Seu olhar caiu para as velhas cicatrizes no pescoço de Shane, e
sua raiva aumentou. Saber o que Shane tinha feito para que sua matilha
pudesse sobreviver o deixava furioso. Shane era forte, um bom líder, e a
fera de Shane era uma força a ser contada.
O companheiro de Fang não deveria se sentir assustado, não
devia temer essas sanguessugas doentias.
— Foda. — Sibilou, estalando os dedos.
Shane piscou e depois espiou as janelas nos portões de
ferro. Eles estavam abertos, nem guardas, assim Fang assumiu que os
vampiros restantes haviam fugido.
— Estamos aqui. — Confirmou Shane. — Desculpe, fiquei
distraído.
— Se aproxime. — Disse Fang, debatendo se batia o ombro de
Shane, então pensou melhor nisso.
Os companheiros faziam isso, mas Fang não queria que Shane
fosse seu companheiro. Não mais. Queria confortá-lo. Em vez disso,
roçou a mão contra restolho de Shane e se inclinou para um beijo.
Quando Shane não se afastou nem protestou, Fang escovou a boca
contra Shane, tentativa, sentindo a reação de Shane.
Shane agarrou a gola da camisa, puxando-os mais perto.
O calor explodiu entre eles. O pau de Fang se contraiu no
jeans. Normalmente, não baixaria sua guarda em território inimigo, mas
era a luz do dia. Segurou a sua bochecha, fez com que o pulso de Shane
acelerasse. Seu corpo derreteu. O beijo tornou-se áspero, duro o
suficiente para tirar sangue, mas só o excitou.
Até então, Fang não sabia que um beijo poderia destruí-lo. Suas
línguas e dentes se enroscaram. Fang empurrou a língua para baixo da
garganta de Shane. Um som retumbante rasgou do peito de Fang
quando eles se separaram. Shane já não parecia com os olhos em
branco ou derrotado: a luxúria ardia nos olhos.
Fang desabotoou seu cinto. Queria vê-lo, o rosto de Shane
parecia lânguido, relaxado. Se aproximou e soltou o botão do seu jeans
e o abriu.
Shane fechou a mão sobre o pulso.
— O que você está fazendo?
— Ajudando você a relaxar. — Shane soltou, mas ainda parecia
incerto. Tirou o pau de Shane de seus boxes e achou que já estava
engrossando. Lambeu os lábios, recostou-se e lambeu o pre-sêmem da
ponta brilhante.
— Deus, Fang.
Oh, gostava de Shane pronunciando seu nome assim. Com
prazer, não chateado ou o maldizendo. Fang tocou a fenda, curvou sua
mão na base do pau de Shane. Passou a língua mais baixa, sobre os
cumes de Shane, saboreando o seu gosto.
Fang raramente chupava o pau de outro homem, mas isso era
diferente. Este era Shane, fantasiava ter dado uma chupada a Shane
desde sempre. Abrindo a boca, deslizou os seus lábios sobre o seu
pênis. Demorou um tempo, mas, eventualmente, Fang acostumou-se ao
seu perímetro.
Shane abriu os dedos nos cabelos e o empurrou para uma boa
sucção. Shane provava seda esticada sobre o aço aquecido na boca. Uma
vez que a ponta de Shane chegou à parte de trás da garganta, Fang
puxou e repetiu o movimento.
— Sua boca parece excitante. — Shane conseguiu dizer a ele.
Shane começou a brincar, e seus gemidos soavam como música
para os ouvidos de Fang. Fang preferiria um ambiente mais íntimo,
talvez algum lugar agradável. Shane merecia, não era como todos
aqueles homens sem rosto que aqueceram a cama de Fang. Antes serviu
para diminuir sua solidão, mas essa solução havia sido temporária.
O lobo de Fang sempre desejava alguém.
Havia dado seu coração a outro garoto há muito tempo.
— Estou perto de gozar... — Shane gritou, puxou seu cabelo,
mas Fang continuou chupar teimosamente. Quando Shane atingiu o
clímax, Fang engoliu todo o sêmem e não derrubou uma gota. Sugou o
pênis amaciando de Shane, limpou-o e sentou-se ereto, lambeu os
lábios.
Shane olhou para ele de baixo dos olhos de meio fechados, e
Fang queria preservar a imagem para sempre. Quando Shane assumiu o
papel de Alfa e dirigiu-se aos seus companheiros de matilha, estava com
os olhos duros, implacável. Assim, em particular, Shane era algo
vulnerável, cru. Dele.
— Você parece um gato auto-satisfeito. — Shane resmungou,
fechando o jeans. — retornarei o favor mais tarde.
— Ansioso por isso. — Saíram do carro. Fang notou com
aprovação que Shane parecia com os olhos afiados e alerta
novamente. — Feliz lobo?
Shane franziu o cenho para ele.
— Você é uma distração letal, Fang.
— Bom. Melhor do que qualquer outro boquete que você teve?
— Perguntou Fang.
— Espere um segundo. — Começou Shane. — Percebo uma nota
de ciúme na sua voz?
Atravessaram os portões de ferro. O cheiro cheio de rosas fez
Fang enrugar seu nariz. Vampiros estúpidos e seu amor pelas flores.
Fang não respondeu, chateado, até que Shane deu um beijo na
bochecha. Foi rápido, um selo, mas o aqueceu instantaneamente. Seu
lobo interior soltou um rosnado feliz.
— O melhor. — Disse Shane.
Passado o caminho, Fang percebeu que a porta da frente
também estava pendurada, assim como o portão. Seu animal disse que
não havia nenhum vampiro por dentro. Os sanguessugas cheiravam
diferente de outros paranormais de sangue quente.
— Você está apenas dizendo isso por querer mais. — Disse Fang
com um resmungo, empurrando a porta para abrir mais.
Esperava algum tipo de surpresa nojenta por dentro, mas o
lugar estava silencioso. Todos os móveis, mesmo o tapete, espalhados,
como se um furacão tivesse varrido.
— Fang, vou cumprimentá-lo mais tarde. Preciso me concentrar.
—Fang cruzou os braços. Shane parou e suspirou. — Você está me
distraindo. Não posso pensar isso claramente quando falamos de sexo.
Bom bastante para Fang. Não queria que Shane pensasse em
outro homem enquanto estava aqui. Foda, Fang se certificaria de que
Shane nunca quis ninguém, além dele.
— Vamos nos separar. — Disse Shane. — Vamos cobrir mais
terreno dessa forma.
— Mandão. — Apontou Fang. Não se importou. Fang havia dito
isso para obter uma reação de Shane, mas parecia que o outro homem
não estava comprando.
— Tenho a impressão de que você gosta de dar ordens. — Disse
Shane.
Fang lançou-lhe um vislumbre de seus dentes brancos e
afiados.
— Não no quarto.
Shane gemeu.
— Sério? Vamos terminar de procurar o lugar para que
possamos almoçar.
— Bem. Vou subir no andar de cima. — Este lugar era maior do
que o que Fang pensava inicialmente. Cheirar um ninho de vampiro não
era parte de seu plano para fazer de Shane dele, mas era a única
maneira que poderia sair desse lugar.
Cada quarto que Fang passou estava no mesmo, vazio. Vagou
pela cozinha e até o porão. O cheiro do sangue antigo permaneceu
aqui. Se estivesse em forma de lobo, teria levantado os pêlos. Cheirou
Shane aqui embaixo.
O cheiro da morte e a persistente violência eram insuportáveis.
Mentalmente se esforçou para o pior.
Capítulo 8

Se o andar de cima era espaçoso, o andar de baixo era ainda


maior. O porão abrigava gaiolas. O cheiro de decaimento atingiu o nariz
de imediato.
Resmungou em voz baixa, quase tropeçou nas costas largas de
Shane. Shane virou-se, os olhos brilhando dourado, mas relaxou ao ver
que era apenas Fang.
— Nada lá em cima. — Relatou Fang. Ainda não havia cheiro de
vida aqui.
— Limparam tudo. — Disse Shane, acenando com a cabeça para
as gaiolas vazias. — Mesmo os alimentadores humanos.
— Você acha que os vampiros os mataram? — Perguntou Fang.
O pensamento apertou seu interior, mas tinha visto muitas
coisas terríveis durante seu tempo no exército. Ao ver os ombros de
Shane tremerem, Fang aproximou-se de seu companheiro e o puxou em
seu abraço. A tensão desapareceu. Fang percorreu o caminho entre os
ombros de Shane e beijou sua nuca.
— As sanguessugas se foram para o bem. Vamos sair daqui. —
Sugeriu Fang. — Estou faminto.
— Sim. Eu também.
Shane não disse uma palavra quando Fang juntou as mãos e o
levou de volta para o andar de cima. Uma vez que estavam de volta ao
carro, sentiu-se mais fácil de respirar. Shane ligou o rádio e abriu a
janela. Fang dirigiu o carro para a cidade propriamente dita. A essa
altura, muitos cafés pequenos serviam o café reforçado.
Ao subir a montanha, Fang não teve tempo de verificar se todos
os locais de brincadeiras de infância ainda estavam lá. Agora
desacelerou, passando o antigo cinema que Drake e ele costumavam se
esgueirar para fazer seus lanches. Precisava de um novo trabalho de
pintura e o sinal de néon perdeu algumas letras, mas viu os últimos
cartazes de filmes lá fora. Hã. Então, ainda estava aberto para negócios,
assim como algumas das lojas da cidade.
— Red Valley parece exatamente como o deixei. — Ele
comentou para conversar.
— Isso mudou pouco. Quando os vampiros e as hienas se
mudaram, alguns negócios fecharam. Uma vez que souberem que os
sanguessugas se foram, as pessoas cessarão de ter medo. — Observou
Shane.
Fang notou que não havia vestígio de culpa no tom de Shane,
apenas observação. Eles passaram por mais lojas e músicos na calçada,
que pareciam vagamente familiares, mas envelhecidos pelo tempo.
Em sua vida adulta, Fang estava em todos os lugares, mas
nunca se sentira em casa em nenhum desses lugares.
— Dez anos atrás, jurei para Drake e para os outros que
voltaria.
— Esperei por você.
— Eu sei.
Shane xingou.
— Você ouviu Drake e eu conversando?
— Sim. — Fang ainda se sentiu culpado por isso.
— Por que você não voltou? Este lugar foi tão repulsivo para
você?
— Você conhece a resposta para isso. — Fang contou a Shane
com bastante frequência em suas cartas o quanto temia voltar para
enfrentar seu pai.
— Foram todas as suas lembranças do Red Valley ruins?
— Não todas. Onde você quer comer?
— Bonnie's está bem.
Fang não conseguiu esconder sua surpresa.
— Esse restaurante ainda funciona?
— O filho de Bonnie, Ben, é o chefe agora, mas sim.
Fang ainda sabia o caminho. Tinha ido para Bonnie junto com
Drake e os outros quando era mais novo, lambendo suas feridas e tendo
suas rapidinhas. Seus amigos nunca haviam falado sobre os olhos
negros ou hematomas. Falaram sobre coisas estúpidas, coisas para
adolescentes, sobre hambúrgueres e encontros. Ocasionalmente, veria
Shane e os meninos mais velhos lá. Os outros ocasionalmente o
provocaram, mas nunca Shane.
— Às vezes andava até aqui para ver se você estava aqui. —
Disse Fang, estacionando o carro em um local vazio.
— Mesmo?
— Você estava sempre com alguém, amigo, amante. — Fang
saiu do carro. Shane riu, fazendo-o franzir a testa. — O que é tão
engraçado?
— Fiz a mesma coisa. Os outros rapazes odiaram vir para
Bonnie's. Preferiam sair no estacionamento da Millie's General Store ou
Blackboot's Bar.
— O que aconteceu com todos esses lobos? — Perguntou
Fang. A expressão no rosto de Shane escureceu. Ele interveio
rapidamente. — Desculpe, esqueça que perguntei.
— Não há nada para se desculpar. Não há quem culpa, Fang. O
velho Alfa fez uma escolha ruim, e não posso fazer nada sobre o
passado.
Dor revestia as palavras de Shane. Sentiu que Fang havia
tomado várias rodadas brutais na gaiola.
— Deveria ter estado lá. — Afirmou.
Shane empurrou-o contra o carro até as costas de Fang
estivessem contra o aço e vidro. Quando um oponente fez isso no
ringue, Fang respondeu com violência, ou se sentiu abaixado, aceitou a
dor.
Faria o mesmo por Shane, absorveria os socos de Shane se isso
fizesse com que seu companheiro se sentisse melhor. Em vez disso,
Shane descansou sua testa contra Fang e enganchou os dedos nos laços
do cinto de Fang. Shane fechou os olhos, e Fang queria perguntar onde
se machucou para que pudesse corrigi-lo.
— Poderia ter parado e tentado te procurar. Não use mais
acusações . Quero um novo começo, Fang. Podemos ter isso? — Shane
abriu os olhos novamente.
Fang não sabia como responder. Nunca tinha sido bom com as
palavras, então deixou que suas ações falassem por si
mesmas. Inclinando a boca sobre Shane, o beijou com avidez.
Não imaginava a química explosiva entre eles. Shane entrelaçou
os dedos nos cabelos e mordeu de volta, esfregando o corpo contra o
dele, deixando Fang sentir sua ereção.
Fang apertou uma mão sobre o peito de Shane e separou-
os. Com dificuldade, Shane olhou para ele, parecendo intrigado.
— Comer primeiro. Pegue um pouco de energia em seu
corpo. Quero-te bem e todo curado para mais tarde. — Respondeu Fang.
— O que vai acontecer mais tarde? — Perguntou Shane.
Fang acariciou o pescoço de Shane, gostando do seu arrepio.
— Eu vou te fazer meu.
Esperava que Shane entendesse as implicações dessas palavras.
Shane deu um passo para trás, os olhos dourados e excitados com
luxúria, mas desapareceu um pouco quando houve mais distância entre
eles.
— Fang... — Shane vacilou. — Estou entendendo isso
corretamente? Se nos reivindicarmos, isso significa que você fica?
— Nunca pertenci ao deserto ou a gaiola. Dirigi com Drake aqui
com pressa, esperando que não estivéssemos muito atrasados. Mesmo
assim, minha besta entendeu.
— O quê? — Shane perguntou em um sussurro.
— Que ambos anseiam por casa, um pelo outro.
Shane abriu a boca e depois a fechou.
— Isso é real, certo? Não estou sonhando?
Fang o beijou de novo.
— Nunca quis ser o Alfa, mas quero ser digno de ser seu
companheiro.
— Isso é bom o suficiente para mim.
Fang sorriu. Seu coração disparou, ouvindo essas palavras.
— Bastante merda. Estou com fome de comida, então de você.
— Tudo para arruinar o momento, seu bastardo sexy. —
Murmurou Shane.
Se Fang tivesse seus ouvidos de lobo, eles teriam se animado.
— Você me chamou de sexy.
— Cale-se. Todo mundo no restaurante está olhando para nós.
— Os deixe.

— Os cheeseburger de bacon duplo ainda são tão grandes


quanto eu lembro? — Perguntou Fang, olhando pelo cardápio de plástico
sujo.
A cabeça de Shane não estava inteiramente no
presente. Continuou pensando sobre a casa do coven e suas
implicações. Estava livre. Da obrigação aos vampiros, para reivindicar
seu companheiro. Parecia um sonho, mas ali estava o perigo.
A experiência pessoal ensinou Shane a que a felicidade podia
ser tirada a qualquer momento. Ele não conseguiu se lembrar da última
vez que ele sentiu assim despreocupado, feliz.
— Shane.
Ele piscou. Fang colocou o cardápio para baixo, seu olhar
intenso e as sobrancelhas franzidas.
— Os hambúrgueres têm o mesmo tamanho. — Confirmou.
— Você está bem?
— Sim.
— Que pobre mentiroso se tornou agora.
— Pronto para pedir? Shane, quem é esse com você? — Uma
garçonete de cabelos grisalhos em seus 50 anos de idade apareceu em
sua mesa. Shane conhecia a Sra. Graham desde criança. Fang parecia
mais desconfortável no segundo quando a Sra. Graham entrelaçou os
olhos para ele. A velha ofegou. — Fang?
— Você me reconhece? — Fang parecia que queria a habilidade
de se tornar invisível. Altamente impossível, dado o volume musculoso
de Fang, as tatuagens e as cicatrizes eram difíceis de perder.
— Você parece exatamente com seu pai. — Disse a Sra. Graham
pensativamente.
Shane não perdeu a maneira como Fang se encolheu com essas
palavras. Sabia que a Sra. Graham não quis trazer más recordações,
mas ela cravou em velhas feridas.
— Mas você é diferente dele. Olhos são mais belos. — Ela
terminou.
— Podemos pedir? — Perguntou Shane, limpando a garganta.
— É claro querido.
— Fang? — Shane perguntou, e não foi surpreendido quando
Fang ordenou quatro hambúrgueres, com batatas fritas extras e dois
milkshake. — Vou querer o mesmo.
— Volto logo com seu pedido, meninos. — A Sra. Graham fez
uma pausa. — Shane, é verdade sobre os vampiros?
O restaurante ficou quieto de repente.
— O que você ouviu? — Perguntou.
— Que a casa do coven está vazia. De acordo com o Sr. Jackson
do outro lado da rua, saíram com pressa à noite anterior, junto com seus
alimentadores.
— Fang e seus amigos nos ajudaram a persegui-los. — Disse ele
com sinceridade. — Parece que se foram para o bem.
Fang saltou quando ela deu a um ombro uma bofetada.
— Bom para seus meninos. — Prazer iluminou o rosto e a
voz. — Voltarei com seus pedidos. Fang, você ainda gosta de mistura
com chocolate e baunilha?
Fang grunhiu quando ela balançou o cabelo e se afastou. Em
voz baixa, ele murmurou:
— Não posso acreditar que ela ainda esteja trabalhando aqui.
— Algumas coisas na cidade não mudam.
— Você não precisou contar a ela sobre mim e os outros. —
Disse Fang, mexendo com o recipiente do guardanapo e depois xingando
quando a tampa quebrou. — Porra. Quebro tudo o que toco.
Shane colocou a mão sobre o Fang.
— Não, você não quebra. Deixe-me.
Fang deixou-o consertar o suporte, sem dizer nada por alguns
segundos.
— Você não pode voltar com suas palavras. Prometeu-me que
ficaria, por nós. — Disse Shane.
Estava com medo de pequenas coisas como a Sra. Graham
conversando com Fang que o faria correr. Se seu companheiro
desaparecesse pela segunda vez, Shane não sabia o que diabos
faria. Estava ciente de quão carente soava, mas não se importava com
esse ponto. Com o Kit e os outros, Shane teve que usar sua máscara de
Alfa o tempo todo, fingir ser forte, mas Fang era o único homem que
poderia mostrar o seu verdadeiro eu.
Fang inclinou-se contra o estande e olhou através das janelas
para fora. Shane deixou que juntasse seus pensamentos. Muitas coisas
pareciam passar na mente de Fang agora.
Finalmente, Fang o olhou. A determinação que afligiram todos
os medos de Shane fora da água.
— Não vou correr, se é isso que você está pensando. Fiz muito
disso na minha vida.

Capítulo 9

— Só preciso acostumar com as pessoas me olhado novamente,


— concluiu Fang.

— Ouvi falar de Drake, que você recebeu muita atenção da


cidade.

Fang deu um olhar cauteloso.

— Você ouviu falar sobre isso?

Shane cruzou os braços.

— Não se preocupe. Eles não significavam nada para mim. Para


eles, era apenas uma conquista. Você é meu companheiro e você pode
dizer tudo para mim.

Fang parecia novamente envergonhado. Para um estranho, Fang


parecia o mesmo, mas Shane podia ler seu companheiro melhor agora.
— Acredito em você.

Por sorte, sua comida chegou. Shane olhou por alguns segundos
quando Fang começou a comer o hambúrguer como um homem das
cavernas. Fang começou a comer de devagar e colocou um par de
batatas fritas em sua boca.

— O quê? — Fang falou. — Como muito quando estou nervoso.

— Isso é fofo.

— Não sou fofo.

Fang atirou uma batata frita nele.

Shane franziu o cenho.

— Isso é realmente maduro.

— Ooh. Olhe quem está aqui Drake. — Uma voz familiar disse.

Shane não podia acreditar em seus olhos: Talon estava


arrastando um Drake relutante para a mesa deles.

— Foda, a mesa está ocupada — disse Fang automaticamente.

Talon não ouviu. Muitos poucos homens tiveram a coragem de ir


contra Fang. Suspirando, Shane deixou espaço para Drake.

— Sra. Graham, — Talon chamou alto. — Dois pratos dessas


fodidas batatas fritas.

— Posso fazer sem a essa maldição, jovem—, lembrou a Sra.


Graham.

Talon usava seu olhar de nojo. Mesmo quando eles eram


crianças, Talon era o único membro da família de Fang que poderia
encantar qualquer pessoa.
— Então, que dia que vai ser? — Perguntou Talon.

— Talon, tem uma mesa vaga ali, — apontou Drake, dando a


Shane um olhar de desculpas.

— Não é um encontro, — disse Fang. Então ele olhou para


Shane antes de comer seu segundo hambúrguer.

— Os vampiros estão limpos, — disse Shane. — Mas, de


qualquer maneira, os informamos.

— Os vampiros, — disse Talon com um resmungo. — Não


estamos preocupados com um monte de Sanguessugas.

— Com o que vocês então preocupados então? — Perguntou


Shane.

— Fang, — Drake começou. — Precisamos saber o que você vai


fazer. Qual será o próximo passo? Claw e Jax planejaram partir amanhã.
Eles também têm vidas.

— Bem. Eles podem fazer o que quiserem. Vou ficar.

Shane nunca ficaria cansado de ouvir essas palavras.

— De verdade? — Perguntou Talon, parecendo atordoado como


Drake.

— Tenho uma razão para ficar, — disse Fang, desta vez olhando
para Shane e depois de volta em Talon. — E você?

— Não sei, cara. Foi muito barulhento desde que deixei o Red
Valley, mas ultimamente, vendo vocês dois idiotas estranhos ser
estabelecendo, parece que deveria fazer o mesmo. Encontrar um
companheiro bonito.
Fang riu alto.

Shane balançou a cabeça.

— Fang, isso é grosseiro.

Talon pareceu machucado e apertou o ombro de Fang, depois


amaldiçoou.

— Você fez, certo? Você é difícil e mal-humorado, Fang. Se


você pode encontrar um companheiro, também posso.

— Continuarei servindo como seu segundo ou terceiro, — disse


Drake, olhando para trás e para frente entre Shane e Fang.

— Não quero ser Alfa. Serei terrível nisso. Shane é uma escolha
melhor, — disse Fang.

Shane discordou, mas ser Alfa significava que Fang estaria


ficando, então ele poderia viver com essa decisão.

— Este não é o caminho para a casa da matilha, — observou


Fang.

— Estamos fazendo um desvio. Quero mostrar uma coisa, —


respondeu Shane. Shane estava com um brilho malicioso em seu olhar.
Isso intrigou Fang. Antes de se separarem de Drake e Talon, Drake o
tinha levado de lado e confessou que não tinha visto Shane sorrir em
anos. Esse foi um grande impulso do ego.

Quando Shane dirigia, Fang fez uma nota mental para explorar
a totalidade do território Red Mane, para fazer seu trabalho como
segundo ou terceiro de Shane. O lobo dentro dele precisava lutar contra
Drake para estabelecer a ordem na matilha, mas o homem não se
importava.

Fazia muito tempo que Fang ficou separado de Shane.

Voltando ao Red Valley, ele tinha dado uma certa clareza nos
acontecimentos. O tempo nas forças armadas tinha deixado com
temperamento de aço, mas tirar vidas e perder amigos também
tomaram muito dele. Lutar na gaiola o ajudou a esquecer, mas não tinha
sido uma solução.

Ele pensou que nunca teria essa chance. Agora, com Shane ao
seu lado, Fang nunca deixaria ele ir. Shane afirmou que ele precisava de
Fang, e ele tinha o mesmo sentimento. Shane era sua nova razão para
viver, seu propósito. Fang não se preocupava com o legado de seu pai,
mas isso não significava que ele não lutaria para proteger seus amigos e
os novos lobos de Shane.

Fang nunca tinha pensado que ele poderia encontrar seu


companheiro e família aqui, mas ele tinha.

Foda-se, era isso que era a felicidade?

— Você parece estar pensando profundamente, — observou


Shane.

— Sou capaz disso, — disse Fang, fingindo soar insultado.


Shane riu.

— Estava pensando, antes de chegar aqui, senti que tinha vivido


pela metade. — Fang não sabia por que ele poderia falar com Shane
naturalmente, quando de outra forma, as palavras teriam sido
embaraçosas. Talvez ele estivesse se tornando suave, mas saber que ele
ainda era capaz de amar não era uma fraqueza. Era uma revelação.

— Sei o que você quer dizer.

Shane dirigiu o carro para uma estrada estreita, depois de


alguns quilometro parou. Eles estavam em uma clareira.

— Vamos. Vamos correr um pouco.

Fang não precisava de persuasão. O pensamento de ser capaz


de correr lado a lado com Shane em forma de lobo, tinha sido uma de
suas fantasias quando era criança.

— Espere, — Shane começou quando Fang tirou a camisa.

— O quê? — Fang gostou quando Shane olhou para ele como se


ele fosse um pedaço de carne. Fang admirava seu físico o tempo todo,
pois ele costumava chamar a atenção. Quando Shane fazia isso, o
estômago de Fang fazia vibrações.

— Está me deixando louco, mas o que acontece com seu anel de


mamilo quando você muda?

— Continua, mesmo quando mudo. Você não gosta disso? —


Perguntou Fang.

— Isso é gostoso. — Shane aproximou-se dele, arrastou um


dedo por seu peitoral esquerdo e foi para o pico do peito e puxou.
Fang grunhiu com a sensação. O sorriso voltou aos lábios de
Shane.

— Isso seria divertido de jogar.

Imaginando que Shane jogasse com seu anel, provocando-o,


fazendo o pau de Fang endurecer. Shane rastreou o metal com uma
unha, parecendo fascinado.

— Posso ter o outro perfurado. Então você teria dois para jogar,
— ofereceu Fang.

As pupilas de Shane tornaram-se de ouro brilhante.

— Porra. Não tente. É injusto.

Ele franziu a testa.

— Não estou provocando.

Shane olhou para ele como se estivesse louco. Fang saiu de


seus jeans e cueca. Foda-se, ele não podia acreditar que seu pau já
estava ereto. Por um lado, ele estava além de excitado, mas ele queria
correr com Shane também.

— Estamos correndo ou o quê? — Ele perguntou.

Shane cruzou os braços.

— Desafie-me a te pegar.

Fang franziu as sobrancelhas. Ele não sabia que Shane gostava


de jogos.

— Bem. Estamos agindo como filhotes.

Ele alcançou o lobo dele. A mudança veio facilmente. O pelo


fluiu sobre a pele, os ossos quebraram e suas patas atingiram folhas
secas e sujeira. Ele queria sentir a pele de Shane contra a dele. Talvez
ele pudesse apertar os ombros de Shane.

— Se pegar você, você me deixará fazer o que quiser com você,


— Shane gritou quando Fang foi para a árvores mais próxima.

Fang estava começando a gostar desse jogo. Se ele tivesse com


uma boca humana, ele teria sorrido da maldição de Shane.

— Injusto, Fang, não disse que poderia começar, — Shane


gritou atrás dele.

Que pena. Shane precisava pegar Fang primeiro, mas talvez ele
não se importasse de ser pego.

— Aquele filho da puta me enganou, — Shane murmurou em


voz baixa.

Ele quase tropeçou sobre o jeans, tirando os sapatos. Ao ver


que Fang tinha acabado de abandonar suas coisas no chão, Shane
passou e colocou seus pertences de volta no carro.

Não importava. Shane conhecia esses bosques na palma de sua


mão, todos os atalhos e rotas. Fang não tinha chance. Rugindo para si
mesmo, Shane deixou seu lobo transformar. O vento bateu no rosto
quando ele correu.

Antes, ele correu para escapar de seus problemas. Ele fugiu da


memória de Magnus afundando suas presas no lado do pescoço dele.

Ele não se divertiu antes como agora que estava fazendo.

Em primeiro lugar, Fang não tinha nenhuma direção em mente.


Shane reconheceu o caminho que Fang levou para o Red Valley Falls.
Fang costumava ir lá quando eram crianças, seu próprio pequeno local
secreto, mas Fang não sabia que Shane costumava segui-lo de longe.

Ele observou Fang tantas vezes. Tinha demorado horas para


Fang chegar ao seu destino porque ele estava caminhado em forma
humana. Shane tinha perseguido e observado Fang pacientemente,
sentindo-se culpado da mesma forma.

Enquanto corria, o som da água aproximou-se. O ar ficou mais


limpo aqui de alguma forma. Poucos humanos ou paranormais ousaram
aventurar-se até a floresta. O caminho tornou-se estreito, traiçoeiro.
Eventualmente, a terra sob suas patas se transformou em areia fina. Ele
descobriu que Fang tinha deixado seu cheiro ao longo do caminho.
Shane parou, contente em observar que Fang estava na água.

Fang encontrou seu olhar, como se soubesse que Shane estava


lá o tempo todo.

— Quanto tempo você vai ficar aí?

Shane se transformou. A água esfriou sua pele, mas quanto


mais Shane estava submerso, menos sentia a temperatura.

— Pensei que demoraria mais tempo para descobrir onde tinha


ido, — observou Fang.

Eles estavam perto um do outro agora. O pau de Shane tinha


engrossado, e ele não precisava olhar para baixo para ver o pau de Fang
estava ereto.

— Costumava te assistir quando éramos crianças, — admitiu


Shane.

Fang não pareceu irritado. Ele até deixou Shane rastejar os


dedos pela sua clavícula para o anel de metal perfurado na pele. Prata,
ele percebeu. Foi por isso que a ferida nunca tinha fechado.

— Pervertido, — disse Fang, fazendo-o rir. Shane deu um puxão,


que Fang gritou.

Fang fechou os dedos sobre o pau de Shane, fazendo-o gemer.

— Somente eu que posso te tocar.

— Ainda estamos jogando um jogo? — Perguntou Shane,


arrastando a mão pela trilha de cabelos finos, e depois para seu pau
duro.

— Não. Nunca mais. — Fang deu um aperto em seu pau,


fazendo Shane gemer.

— Preciso estar dentro de você, — gritou Shane. Um rosnado


escorria de seus lábios. — Preciso fazer você meu agora ou ficarei louco.

Seu lobo interior resmungou de acordo. Ele sempre se


perguntou se Fang ficaria com ele. Ainda mais doce, se Fang
respondesse a sua aspereza com eventual aquiescência, e cederia a
Shane.

— Pegue-me. — Os olhos de Fang brilhavam com desafio.

Shane agarrou-o pelo ombro, girou-o para que ficasse de


costas.

— Foda, — Shane sussurrou contra a parte de trás do pescoço


de Fang. Ele pressionou um beijo naquele lugar, incapaz de acreditar que
Fang se submeteria voluntariamente a ele. Ele amaldiçoou novamente,
esfregando seu pau na entrada de Fang, e ele abriu mais as pernas.

— Isso é tudo o que você pode fazer? — Exigiu Fang.


— Cale a boca, — disse Shane com carinho, alcançando
novamente o anel de mamilo de Fang. — Você gosta de alguma dor para
seu prazer, não é?

—Você sabe o que preciso. — A resposta de Fang era apenas um


sussurro. — Sim faço.

Capítulo 10

Shane continuou jogando com o anel, amando cada gemido de


Fang. Ele usou a outra mão para separar as nadegas de Fang. Ele
empurrou um dedo dentro da entrada de Fang. Com a água que os
rodeava, havia pouca resistência.

Fang ficou tenso, mas não por muito tempo. Shane adicionou
um segundo dedo e começou a fazer movimentos de torção. Ele sabia
que ele não era pequeno, e que Fang poderia levá-lo e provavelmente
sentiria dor, mas ele não queria machucar seu companheiro. Shane
acariciava a entrada Fang, a julgar pela mudança repentina da respiração
dele, ele tinha atingido sua próstata.

— Quero a sua boca agora, — ele ordenou.

Fang virou a cabeça e ofereceu sua boca para que Shane


pudesse beijar ele. Quando ele sentiu o pênis de Fang, ele encontrou
Fang duro como aço, sem dúvida, perto de gozar.
Shane puxou a boca para dizer: — Não goze agora, a menos
que autorize.

Fang rosnou, mas não disse nada. Shane puxou os dedos para
fora e posicionou seu pênis na entrada de Fang.

—Vou te foder sem sentido agora. — Shane disse as palavras


para oferecer a Fang uma última saída, mas Fang não parecia
interessado em mudar de ideia. — Espalhe as pernas.

Fang obedeceu, e Shane guiou seu pau para entrada dele.


Shane grunhiu quando os músculos internos de Fang se fecharam em
torno de seu pau.

— Respire, — ele ordenou.

Os músculos se afrouxaram um pouco. Uma vez que ele passou


pelo anel grosso dos músculos, ele se empurrou, até que suas bolas
tocasse a curva do traseiro de Fang.

— Shane. — Fang pronunciou seu nome com tanta suavidade e


ternura, as palavras colocaram cada nervo em seu corpo disparando.

O sangue correu para o pênis.

— Pronto? — Perguntou Shane, beliscando o pescoço de Fang,


marcando o local onde ele colocaria sua marca.

— Sim.

Shane agarrou sua cintura, as unhas cavando na pele, mas isso


só parecia irritar-se. Ele começou a entrar e sair de Fang. Com cada
empurrão, ele estava mais rápido, mais profundo.

— Toque-se, — ele disse, e sentiu Fang chegar para acariciar


seu pau. Porra. Isso era tão quente. A essa altura, Shane soprava. Ele
diminuiu um pouco e, a julgar pelo grunhido frustrado de Fang, ele não
era o único impaciente com o seu acasalamento.

— Você não imagina quantas vezes sonhei com isso, enterrado


tão profundamente dentro de você, que não podia respirar.

Fang gemeu com suas palavras. Shane pegou o ritmo


novamente, até que o som da água que batia e seus corpos se tapando
juntas encheram suas orelhas. Ele também podia ouvir seus batimentos
cardíacos, e de Fang, assumindo um ritmo acelerado.

— Shane, não conseguirei me segurar, — Fang confessou, voz


cheia de necessidade.

— Apenas um pouco mais. — Shane rolou seus quadris, mudou


de ângulo e soube que ele teria atingido a próstata de Fang quando Fang
soltou um suspiro surpreso. Com cada golpe, ele atingiu repetidamente o
doce ponto de Fang. Ele estava perto de atingir o orgasmo também.

— Dê-me, Fang. Você se rende, — disse ele. Fang soltou um


suspiro de alívio. Shane se aproximou e deu um aperto à ponta de Fang,
empurrando Fang para a borda.

Shane empurrou dentro de Fang várias vezes mais, cruzando os


dedos pelos cabelos de Fang. Aparentemente sabendo o que fazer, Fang
descobriu seu pescoço na submissão.

Com um grunhido triunfante, Shane empurrou para dentro uma


última vez. A pressão que construiu nele quebrou quando ele gozou seu
sêmen dentro de Fang. Abaixando suas presas, ele mergulhou
profundamente no ombro de Fang.
— Minha vez, — disse Fang quando Shane afastou os dentes.

Shane puxou o pau e Fang virou-se em seus braços. Ele sentiu


Fang afundando os dentes no peitoral esquerdo, a área perto de seu
coração. Shane não pôde deixar de sorrir. Quão apropriado, dado que
Fang sempre teve metade de seu coração.

Selando a ligação do companheiro, Fang afastou os dentes e


apoiou a cabeça contra a curva do ombro de Shane. Shane acariciou o
cabelo de Fang. Ficaram assim por alguns momentos, sem falar.

Eventualmente, depois que eles recuperaram a respiração e se


lavaram, Shane deu um beijo nos lábios de Fang.

— Vamos sair da água.

O sangue encheu a boca. Shane podia sentir o acasalamento de


seus animais internos, tornar-se uma força vital. Fang provou como
poder em sua boca, força pura. Além disso, eles não eram nada
separados, mas juntos, podiam ser algo incrível.

Ele sentiu algo que ele não tinha em muito tempo, os laços que
o conectavam aos outros membros de sua matilha. Shane sentiu Drake
ficar surpreso e depois os outros. Pararam de tudo o que estavam
fazendo. Todos estavam na casa da matilha, com Drake.

Eles não sabiam o que estava acontecendo, o que provocou esse


pulso metafísico, mas sentiram a vida entrar nos laços invisíveis que
ligavam seus lobos ao Alfa.

Shane não esperava que a reação se espalhasse para os outros


lobos que estavam longe de casa, Ele sentiu novamente os lobos de
Talon, Jax e Razor. Shane não tinha certeza de onde eles estavam, mas
ele se perguntou se eles iriam jurar a matilha quando sentiram a força
dos títulos.

Eles acabaram no banco, com Fang deitado no colo. Shane


fechou os olhos. Tudo parecia diferente, era um cliché, mas era verdade.

—Você sentiu isso, os outros quando o mordi? — Perguntou


Shane.

— Sim. — Fang estendeu a mão e juntou os dedos.

Shane percebeu que poderia ficar aqui para sempre, com Fang
no colo, escondido do resto do mundo. Distante, ele sabia que eles
tinham uma confusão para limpar e uma matilha para construir. Não era
importante por enquanto.

Não muito tempo atrás, as imensas responsabilidades teriam


cambaleado Shane, o pesaram, mas não mais. Drake se perguntou mais
cedo naquela manhã se ele culpava Fang por ter saído, mas como
poderia Shane, quando a matilha tinha afastado Fang?

Levaram algum tempo para se reunir, perceber que seus


caminhos divergiam e convergiam novamente, para descobrir que o que
eles estavam procurando era exatamente onde tudo começou.

Shane passou um dedo sobre a mordida no pescoço de Fang.


Uma onda de possessividade o encheu. Uma vez que eles voltaram para
a casa da matilha, ele cuidaria da ferida.

— Você é meu, — ele disse, surpreso quando Fang se virou, ele


olhou para Shane.

— Sempre fui.

A garganta de Shane se estreitou antes que ele sentiu um


palpite repentino na cabeça, como se tivesse sido atacado com um
objeto contundente. Fang grunhiu em seu colo. Ele sentiu isso também?

Shane esfregou suas têmporas. O lobo dele disse que


alcançasse os novos laços formados e, quando o fazia, sentiu medo e
fúria na outra extremidade. Fang levantou-se e ofereceu uma mão. As
palavras não eram necessárias. A matilha estava em perigo.

— Vampiros? — Fang perguntou, as sobrancelhas franzidas.

— Ainda não tenho certeza, mas precisamos apressar. — Shane


alcançou o lobo e Fang fez o mesmo.

Juntos, eles voltaram para a floresta. O céu noturno sangrou


estrelas acima deles. As arvorss já não se sentiam seguras; em vez
disso, eles cheiram mal de alguma forma, como se seu lobo soubesse
que seu território tinha sido invadido por inimigos. Dirigiram-se direto
para a casa da matilha.

O cheiro de madeira em chamas atingiu o nariz, seguido do


grito de uma mulher. Clara. A raiva provocou dentro de Shane. Como se
atrevem a atacar uma mãe? Fumaça subiu da linha de árvores.

Ele sentiu o cheiro agora, o cheiro da decadência que se


demorava em vampiros e algo de pele.

Os motores de moto retumbaram, misturados com o som de


risada.

A confusão mexeu com sua mente por um momento.

Shane viu a parte de trás de um homem com uma jaqueta de


couro indo para a casa da matilha, com a espingarda na mão. Um
esqueleto de risada empoleirado em uma moto junto com as palavras
Laughing Corpse MC tinha sido costurado nas costas do idiota.

Os vampiros sobreviventes se aliaram com as Hienas na cidade


Double Fuck. Ele ficou com raiva, mas uma mordida em sua orelha fez
Shane se acalmar. Ele viu Fang ao lado dele, olhando para ele com
preocupação.

Shane já não tinha que suportar esse fardo sozinho. Quando os


vampiros vieram para ele, ele estava pronto para morrer. Agora, tudo o
que ele queria era viver. Era seu trabalho certificar que sua matilha
sobrevivesse esta noite.

Capítulo 11

Shane compartilhou um olhar com Fang e empurrou a cabeça


para a esquerda, depois para a direita. Fang entendeu que tinham que
se separar. Sem hesitação, Fang correu para a esquerda.
Shane ouviu o grito surpreendido de um homem um segundo
depois, e o grunhido de Fang. Ele sabia que Fang poderia cuidar de si
mesmo.
Shane se livrou do hiena com a arma. Um para baixo, mas
quantos mais para ir?
Saber que andar na luta de forma cega sem analisar a situação
não era a melhor solução, Shane usou os arbustos para a camuflagem.
Ele lembrou-se de como os laços do bando tinham pulsado a
vida quando ele acasalou com Fang. Drake e os outros ainda estavam na
casa principal, presos e encurralados?
Shane roçou os laços e provou seu medo e pânico. Drake estava
com eles, e ele confiou em seu Beta para manter seus atacantes fora até
chegar.
Os vampiros e as hienas devem ter tido alguém espionado na
casa. Eles atacaram quando sua matilha estava mais vulnerável,
enquanto Shane, Fang e os outros lutadores estavam ausentes. Quanto
tempo eles tiveram antes de toda a casa do bando ser queimada em
cinzas?
Até agora, as autoridades locais veriam a fumaça subindo do
vale. Eles chegariam tarde demais.
Enraivecido, Shane revelou-se.
Um vampiro voou para ele, olhos vermelhos brilhantes, dentes
pingando de sangue. O sanguessuga e ele colidiu. Shane rosnou quando
o vampiro envolveu seus braços ao redor de seu pescoço. Ele sacudiu o
sanguessuga, prestes a acabar com sua vida miserável quando uma
hiena veio dele de seu lado cego.
O animal colidiu com ele, dentes na garganta. Shane lutou com
uma ferocidade que ele não tinha percebido que existia mais nele. Talvez
estar com Fang lembrou-lhe da vida, do futuro que poderiam construir
juntos.
Rosnando, ele raspou e arranhou a hiena. Outro saltou, e um
terceiro. Quantas dessas pragas estavam lá?
Um quarto deixou escapar esse estranho barulho que as hienas
poderiam fazer.
Estes malditos estavam certos de sua vitória, mas um uivo lobo
veio das árvores. Um lobo com pele cinzenta e manchada pulou na
hiena.
Outro com uma pele branca pura levou o vampiro correndo para
ele com uma arma na mão. Razor também chegou, focinho e pele
sangrenta.
Um rugido veio perto da entrada da casa do bando. Fang
atravessou um grupo de vampiros que guardavam a porta da frente e
explodiram.
Ao ver Talon, Razor e Jax enviaram adrenalina em suas veias.
Eles também devem ter cheirado a fumaça. Os três lobos olharam para
ele por direção. Shane entrou na casa em chamas e soltou um rugido.
Os outros responderam.
Ele bateu atrás de seu companheiro. As chamas lamberam o
rosto e a pele, mas Shane empurrou para trás o desconforto. Vampiros
abriram o caminho novamente. Motores de moto começaram. Algumas
das hienas começaram a sair, o que significava menos inimigos para
lutar.
—Volte, seus animais imundos. Tinhamos um acordo — gritou
um vampiro.
Shane pegou aquele primeiro, arrancando a garganta e depois
entrando na casa. A temperatura era pior dentro. A fumaça entupiu os
pulmões. Os tapetes e os antigos troféus de caça na parede queimavam.
Um grito rasgou da área da sala de estar.
Ele viu Fang emaranhado com um vampiro, e Kit em forma de
lobo, feridos e sangrando. Além de Fang, ele viu Drake e Gray lutando
contra mais vampiros e as hienas restantes.
Shane sentiu os outros atrás dele, entrando na casa. Ele correu
na direção do grito, a cozinha, sabendo que os outros lobos tinham suas
costas.
E congelou na entrada, vendo Magnus com as mãos enroladas
na garganta de um filhote lobo inconsciente.
Ele abriu os dentes, mas não conseguiu dar um passo. A porta
traseira que levava fora foi aberta, mas ele sabia que Clara não deixaria
o companheiro e a criança para trás.
Clara estava no chão, seu rosto rasgado de lágrimas machucado
e sangrando. Ela segurou um lobo banhado de sangue com uma pata
torcida por baixo, o osso quebrado e espreitando através da pele. Beck.
Vendo o desmaio e a queda do peito de Beck o tranquilizaram, Beck
estava vivo.
—Finalmente, o Alfa chega — Magnus cantou com uma voz
dramática. O rei dos vampiros parecia um desgaste, com marcas de
garras correndo todo o lado esquerdo do rosto e da garganta. O trabalho
de Fang, ele sabia. —Mude, Alfa, ou vou arrancar a garganta do
cachorrinho.
Clara soltou um suspiro, e em seu colo, Beck soltou um
grunhido fraco de protesto.
Fazer uma jogada errada poderia custar a sua vida. Shane
voltou para humano.
—Deixe o filhote fora disso, Magnus. Ele não fez nada errado.
Magnus soltou uma risada.
—Nada de errado? Olhe para o meu rosto, meu cachorro. Veja o
que você fez no meu coven. Nós costumávamos ser uma dúzia forte,
com os passarinhos para aumentar nossa força.
—Você cometeu um erro ao escolher essa cidade — afirmou
Shane. Ele sentiu uma cabeça peluda tropeçar nas costas dele. Mesmo
sem virar, ele sabia que era Fang. Alcançando atrás dele, ele apoiou a
mão na cabeça de Fang, pedindo-lhe que não se movesse ainda.
Os olhos carmesins de Magnus se estreitaram e Shane espiou
loucura que não tinha estado lá antes.
Eles se entenderam.
Afinal, Shane passara muitas noites com os dentes do vampiro
enterrados no pescoço.
Para Magnus, Shane não era meramente comida, Magnus se
deleitava com a humilhação de Shane. Magnus não era imprudente ou
estúpido; Algo abalou o rei vampiro, afastou-o da borda.
—Você esquece seu lugar, cachorro. Agindo todo alto e poderoso
agora, só porque seus amigos estão de volta? —Magnus zombou. —Não
se engane. Nós dois sabemos o que você é. Você odiava vir para mim no
início, mas no final, parte de você desejava que eu terminasse com sua
vida miserável.
Fang sibilou atrás dele. Shane puxou uma orelha em alerta. Ele
desejou que Fang não estivesse ouvindo tudo isso. Então percebeu que
não precisava ter medo do julgamento de seu companheiro.
—Isso não é sobre mim. Deixe ele ir. —Havia uma verdade nas
palavras de Magnus, uma verdade que Shane se recusou a admitir. Ele
considerava suas doações de sangue como obrigação, sacrifício de si
mesmo, para que seu bando pudesse viver. Parte dele também abraçou a
dor.
—Porque eu faria isso? Você tirou tudo de mim. Eu vou fazer o
mesmo. Olhe para este pequeno filhote. Ele representa a próxima
geração do seu bando patético. Muito ruim, ele não verá a próxima luz
do dia. —Magnus agarrou o pêlo de Will.
A raiva cintilou dentro de Shane, misturada com impotência. Até
Fang ficou silencioso atrás dele, tenso. Nenhum deles poderia fazer
nada. Magnus sabia onde atacar. Se Will pereceu, Shane nunca poderia
se perdoar.
Porra. Will era inocente.
Espere, o lobo dentro dele sussurrou.
O filhote se agitou, abrindo os olhos. Ao ver o vampiro, Will
começou a lutar, apertar os dentes sobre o braço de Magnus. Shane
prendeu a respiração.
Gritando, Magnus lançou Will fora. Clara se moveu, pegando seu
filho. Shane abordou Magnus no chão.
—Clara, vá embora com Will. Fang tirará Beck — ele gritou.
Shane preocupou-se de que Fang não obedecesse seu comando,
que o instinto de ajudar em breve viria em primeiro lugar. Rosnando,
Fang voltou para humano e abraçou Beck em seus braços. Ao ver Fang
seguir Clara, a casa o encheu de alívio. O vinculo do bando dizia que os
outros estavam correndo para fora da casa em chamas também.
Este lugar precisava ser queimado até cinzas de qualquer
maneira. O bando precisava fechar a porta para o passado e começar um
novo capítulo.
—Apenas você e eu, quão apropriado — disse Magnus. O
vampiro inverteu suas posições e estava em cima dele agora.
Shane atacou, desejando suas mãos para virar as garras, mas
Magnus pegou seus pulsos e arrancou-os para baixo. A agonia ondulava
por ele enquanto o osso quebrou. Suas mãos caíram no chão
inutilmente.
Shane tentou pensar além da dor. Magnus não tinha acabado de
quebrar os ossos, mas esmagou-os. Levaria algum tempo para que sua
cura sobrenatural pudesse entrar, para começar a reparar o dano. Porra.
As imagens dele achando seu pescoço para Magnus começaram
a se repetir em sua cabeça. Shane podia saborear o sangue rico em sua
boca - e percebeu que estas não eram suas memórias, mas Magnus
forçando-as a fazê-lo, fazendo-o sentir o que Magnus sentia. Inferno.
Essa era a idéia de tortura do vampiro?
Shane estava enfraquecido, muito ferido para afastar o ataque
mental de Magnus.
O vampiro rei fechou os dedos em volta da garganta, o aperto
desumanamente forte.
Shane alcançou seu lobo, mas Magnus apertou seu
estrangulamento, desabilitando o fluxo de oxigênio em seu cérebro.
Chutar contra o vampiro não fez muito. Magnus era mais forte do que
seus outros tenentes e submissos.
As unhas acentuadas cavaram em sua pele, rasgando para
baixo.
—Você é meu, cachorro.— Magnus usava um sorriso triunfante.
Sua visão ficou confusa.
Magnus bateu, afundando as presas diretamente sobre o
peitoral esquerdo, enquanto apertava seu pescoço. Shane percebeu que
o vampiro do rei deveria estar indo por seu coração, mas ele não tinha
forças para afastá-lo, fazer qualquer coisa.
Um rugido furioso veio de algum lugar e o lobo de sangue de
Fang bateu em Magnus, jogando o rei vampiro fora de Shane. Shane
lutou para se levantar, mas a náusea o atingiu. Ele podia sentir os ossos
em seus pulsos começando a realinhar. Isso foi tudo o que ele poderia
fazer por enquanto, concentrando-se na cura.
Fang era uma força selvagem da natureza, rasgando suas garras
e dentes violentamente em Magnus. O vampiro gritou. Fang pausou, as
mandíbulas já estavam presas na garganta de Magnus.
—Fang, ele está usando seus poderes mentais em você. Luta, —
ele sussurrou.
Suas palavras devem ter atingido Fang, porque Fang lentamente
abaixou, os dentes rasgando a pele.
Shane inclinou-se contra o balcão da cozinha. Ele estava
vagamente consciente de que a madeira se desabava umas das outras.
Em breve, toda a casa do bando cairá. Tudo parecia uma sombra de
laranja e vermelho. Parecia que eles estavam em um maldito inferno.
Chamas beijaram sua pele.
Deus. Ele estava tão exausto.
Ele fechou os olhos.
Em breve tornou-se difícil de respirar, mas Shane lutou para
permanecer acordado. Fang empurrou o nariz contra o rosto dele,
lambeu-o.
Shane abriu os olhos e viu a cabeça de Magnus literalmente
arrancada de seu corpo. Ele soltou uma risada, que surgiu como uma
tosse. Seus dedos se contraíram. Ele poderia mexer os pulsos
novamente, mas foda, era difícil.
—Mesmo um rei vampiro não vai ressuscitar disso — ele
conseguiu estrangular.
Shane não sabia onde ele achou a força para envolver seus
braços ao redor de Fang. Fang correu, arrastando Shane com ele.
Ele não pensou que eles fariam isso. As vigas que sustentavam
o telhado estavam por todo o lado. Shane viu a porta à frente deles. O
ar fresco bateu no rosto. As mãos o arrastaram para longe do calor.
Sua pele já não queimou. Shane estava deitado na grama, o céu
noturno se espalhou por cima dele. As estrelas pareciam absurdas de
lindas esta noite.
Ele estava morto? As dores no corpo dele diziam que não.
Caras interessadas olhavam para eles. Ele contou. Todos
estavam lá, feridos, cobertos de cinza, mas milagrosamente vivos. Will
nos braços de sua mãe, os feridos também estavam na grama, mas
Shane sabia que eles se recuperariam.
Shane procurou Fang e encontrou um punhado de pele de Fang,
ele soltou um suspiro. Fang ergueu a cabeça e pousou no peito, olhos
amarelos aborrecidos no dele.
—Você é pesado — ele sussurrou. Sua garganta sentiu-se seca,
mas sentiu-se que Fang ouviu.
Os outros começaram a falar entre si, mas Shane quase não os
ouviu.
Shane estendeu a mão para esfregar as orelhas de Fang. Seu
companheiro soltou um som ruidoso.
—Está tudo acabado agora — ele sussurrou. Ele não conseguiu
parar de tocar a pele de Fang. Isso foi real. Todos estavam vivos. Ele
pensou que imaginou Fang se transformando, fechando as mãos sobre
as dele.
—Descanse agora — disse Fang. —Quando você acordar, eu
estarei aqui. Todos estarão esperando por você.
Com essas palavras, Shane cedeu a sua exaustão.
Capítulo 12

Duas semanas depois

— O que você fez dessa reunião? — Perguntou Drake.


Shane rolou pela janela para deixar a brisa entrar. Ele fechou os
olhos, curtindo a sensação de vento no rosto. Depois de ficar preso por
quatro horas em uma sala cheia de shifters, a paz e tranquilidade foi um
refúgio bem-vindo.
— Alfa?
Shane suspirou, esfregando as únicas cicatrizes em seu
pescoço. Ele se sentiu um pouco culpado, deixando Drake lidar com as
negociações, mas Drake era bom nisso, mantendo a paz.
— Nós esperávamos que isso acontecesse. Uma vez que
dirigimos os vampiros restantes e o grupo de hiena para fora de Red
Valley, os grupos menores viriam a nós pedindo ajuda ou aliança.
— Não é nosso trabalho resolver seus problemas domésticos —
apontou Drake. — Você pode ter mais interesse na política paranormal
da cidade?
— Nós diremos a eles na próxima vez. Drake, sinta o vento.
Relaxe. Você está sempre tão estressado — observou Shane.
Ele sabia que precisavam estabelecer ordem na cidade. Com os
vampiros e as hienas desaparecidas, os outros grupos mais fracos
olhariam em direção a eles para direção. Oh, Shane tinha certeza de que
as hienas e os vampiros sobreviventes apareceriam na cidade algum dia.
A vingança era um ciclo interminável, mas quando acontecesse, Shane e
seus lobos iriam lidar com eles.
Drake franziu a testa, fitou-se na estrada de terra à frente
deles. Eles estavam se aproximando da casa do bando agora - bem, os
restos disso, de qualquer maneira. O bando estava despejando todas as
suas energias para renovar e reconstruir o espaço, mas, por enquanto,
eles tinham feito um acampamento temporário em suas terras.
— Fang estava me dizendo esta manhã como você deveria
tentar ... eu não sei, namorar mais? Talvez encontrar um companheiro?
— Sugeriu Shane.
— Fang deveria se importar com o seu próprio negócio —
murmurou Drake.
— Ele está apenas preocupado .
— Ele deveria começar um serviço de combinação de casais
então. Jax se queixa que Fang continua batendo Kit — observou Drake.
— O meu companheiro está pensando.
— Não ele não está. Quando quis dizer batendo, eu queria dizer
ameaças. Kit e os outros ainda tem medo dele, assim como a maioria
dos habitantes da cidade .
— Bem, eles logo descobrirão o Fang verdadeiro. Debaixo de
tudo, ele é apenas incompreendido e estranho, mas também pode ser
doce .
Drake resmungou nisso.
— Claro que você diria isso, Fang é seu companheiro .
Finalmente, Drake puxou para o caminho principal que levava à
área do bando. Shane saiu uma vez que Drake desligou. Ele examinou as
florestas que cercavam a terra. Algumas das árvores se incendiaram,
mas os bombeiros locais chegaram a tempo de conter a propagação.
A sede principal do bando Red Manes parecia uma pilha de
cinzas e sujeira no momento, mas estava em casa.
— Toda vez que vejo isso, fico deprimido — comentou Drake.
— Não. Nós conversamos sobre a reconstrução da casa do
bando de qualquer maneira, como isso nos lembrou muito da geração
anterior — disse Shane.
— Sim, mas eu não queria ver a história queimar — Drake
resmungou.
— Oh, por favor. Você secretamente gosta do fato de todos
termos esse novo projeto para trabalhar, que nos aproximou .
Drake levantou uma sobrancelha.
— Então, impostor. Quem é você e o que você fez com o Alfa
real e sombrio?
— Tente olhar para o lado positivo da vida de vez em quando.
— Bom que Shane tinha falado com Talon sobre melhorar o humor de
Drake.
Alguns de seus companheiros de bando ainda estavam ocupados
no trabalho. Talon, Jax, Razor. E Fang teve alguma experiência com a
construção. Então, Drake e ele, o que salvou o custo de contratação de
pessoal para consertar o lugar.
— Diga-me que vocês trouxeram o almoço — gritou Talon,
tirando o chapéu duro ao aproximar.
— CheersBurgers e batatas fritas estão no banco de trás —
Drake disse alto demais para que o resto ouvisse.
— Oh, certo. Alfa, fiz o que você pediu. — Talon piscou para
Drake, que estreitou os olhos.
— O que você quer dizer? — Drake perguntou quando Shane
não disse nada.
Talon puxou o telefone do bolso para trás e mostrou-lhes uma
página.
— Eu o inscrevi no MateMatch.com. É um serviço de encontro
para shifters. Olá, Kit também está aqui.
Vendo Kit chegando para provavelmente almoçar, Talon acenou
o lobo mais novo.
— Yoo-hoo, Kit. Eu tenho algo para lhe mostrar. Você gosta de
pessoas que fazem malhação como passatempo? — Gritou Talon, rindo
do olhar confuso de Kit.
— Eu vou matar você — Drake grunhiu, prestes a deslizar o
telefone, mas Talon o arrebatou e, com uma expressão infantil, mostrou
sua língua.
— Pegue-me primeiro — disse Talon, afastando-se.
— Seu idiota. — Drake mudou-se para o lobo, sem se importar
de que a mudança rasgasse suas roupas, e seus pertences pessoais
flutuassem no chão.
— Merda, cara. É brincadeira. — O lobo de Talon explodiu de
sua pele, e os dois começaram a brigar.
— É um dia normal, não é? — Disse Jax, pegando uma bolsa
marrom para fora do assento traseiro. — Você me pegou mais queijo?
— Drake não esquece um pedido — disse Shane.
— Você não vai parar esses dois? — Perguntou Kit preocupado.
— Porquê, Kit? Preocupado por Drake? — Jax provocou.
— De jeito nenhum no inferno — gritou Kit. — Não me importo
que esses dois se matem .
— Eu cheiro uma mentira — Razor disse com um tom sério.
— Alfa — começou Kit. — Pare eles .
O olhar de Shane instantaneamente zerou em Fang. A camisa
de Fang estava agarrada contra suas costas e as pernas musculosas de
Fang foram moldadas por um par de jeans desbotados. Muito agradável.
Shane lambeu os lábios, lembrando como apenas ontem à noite, ele
tinha dormido com seu pau enterrado dentro de Fang. Seu companheiro
parou no meio de martelar, como se soubesse que Shane o observava.
— Oh, filhote. Shane já se foi. — Jax sorriu.
— Você está morto, Jax — Kit voltou.
— Hah. Talvez em alguns anos — respondeu Jax.
Mais grunhidos encheram o ar. Isso era normal. Seus lobos
precisavam estabelecer a ordem no bando.
Ignorando seus membros imaturos, ele caminhou até Fang. Seu
bando podia ser composto por um monte de inadaptados que lutaram e
se sangraram a maior parte do tempo, mas Shane não se importou.
O bando ficou finalmente completo. Este era o único lugar na
terra que desejava estar.
— Você está sorrindo. Alguma coisa boa aconteceu? —
Perguntou Fang.
— Eu senti sua falta — Shane disse honestamente.
Fang franziu as sobrancelhas.
— Nós transamos ontem à noite .
Seu homem poderia ser grosseiro às vezes, mas Shane o amava
em pedaços.
— Ah, por sinal, também tenho uma surpresa para você —
acrescentou Fang. — Eu também viajei para a cidade .
Shane curvou os lábios para um sorriso.
— Você tem um presente para mim?
— Estou com fome primeiro — afirmou Fang.
— É melhor você se mover rápido então ou os hambúrgueres
desaparecerão — disse Shane, olhando o resto de seus companheiros de
bando. Kit e Jax ainda discutiam, e parecia que eles estavam prestes a
ficar furiosos também. Drake e Talon estavam em algum lugar na
floresta, ainda lutando a julgar pelos ruídos que eles fizeram. Gray e
Razor comeram batatas fritas como se estivessem assistindo um filme.
Fang agarrou seu ombro e pegou seus lábios. O beijo incinerou
Shane, agitou seu pau a vida.
— Estou com fome de algo mais — disse Fang.
— Vamos ao nosso trailer — sugeriu Shane. Fang já começou a
puxá-lo para lá. — Gray, Razor cuidem desses bastardos — gritou Shane
antes de deixar Fang arrastá-lo para o trailer de dupla largura. Fang
trancou a porta atrás dele. Havia outros trailers estacionados perto
deles, as casas temporárias do bando até que terminassem a casa.
Fang olhou para a camisa suada de suor.
— Eu deveria tomar banho primeiro.
— Não, eu gosto de você todo suado — disse Shane, com a
camisa de Fang. Ele empurrou Fang contra o balcão da cozinha e agarrou
a bainha.
Fang deixou-o despir a camisa. Por um momento, Shane se
perguntou por que Fang o olhou ansiosamente, e então descobriu o
porquê. Deixando escapar uma respiração, passou os dedos pelo novo
anel no peito direito de Fang.
Shane gemeu. Seu pênis se esticou contra o zíper de seu jeans.
— Porra.
— Bom ou maldito ?— Fang perguntou quando Shane rastreou
o anel. — Ainda é novo, seja gentil .
Shane sorriu.
— Par sexy. Tudo o que eu poderia pensar durante a reunião foi
você .
Um grunhido ruidoso veio de Fang quando Shane roçou o metal
para frente e para trás. Ele arrastou a outra mão para baixo para
trabalhar o pau de Fang fora do jeans.
Shane tirou o pré-sêmen da fenda de Fang com uma unha,
fazendo seu companheiro gemer. Passando seus dedos em torno do pau
de Fang, ele aplicou a pressão certa e começou a atacar Fang para cima
e para baixo, observando sua reação.
— Eu também senti sua falta — admitiu Fang.
— Eu ou do meu pau?
— Todo você — Fang confirmou, bloqueando uma mão na parte
de trás do pescoço de Shane.
Suas línguas e dentes se chocaram. Shane deixou Fang enfiar a
língua pela garganta e sugou-o com força. Em sua mão, Fang ficou duro
em momentos.
O sangue subiu para o pênis. Fang passar as mãos debaixo da
camisa e sobre sua pele acendia cada nervo em seu corpo. Eles puxaram
a boca para longe, e Fang poderia tirar a camisa. Seus peitos tocaram, e
a sensação do metal frio dos anéis de mamilo de Fang era um bom
contraste contra a pele febril de Shane.
— Preciso estar dentro de você agora — disse Shane, puxando
a mão do eixo de Fang.
Seu companheiro soltou um grunhido frustrado.
Shane girou Fang, inclinou-o no balcão e manteve as mãos
presas nas costas. Sabendo que Fang gostou de um pouco de tempero
para o sexo, Shane tirou o cinto . Ele enrolou o couro em torno dos
pulsos de Fang e certificou-se de que a restrição estava apertada, mas
não cortou a circulação de Fang.
Ele deu um passo para trás, admirando seu poderoso
companheiro em submissão. Os músculos e os braços nas costas de
Fang se destacaram, e ele passou a mão pela espinha tatuada de Fang.
Às vezes, eles misturaram as coisas e Shane se submetia para Fang.
Shane tinha pensado que o calor entre eles se desvaneceria à
medida que o tempo passasse, mas só se fortaleceu.
— Você foda-se. Eu vou fazer você pagar por isso — gritou
Fang.
Shane riu.
— Estou ansioso por isso.
Juntando os dedos nas alças do cinto de Fang, ele puxou o jeans
de Fang para baixo e expôs seu traseiro. Foda, Shane sabia que não
duraria muito. Com as gargalhadas de Fang, ele tirou seu pau do jeans e
esfregou a cabeça brilhante e inchada.
— Que merda você está esperando? — Exigiu Fang.
— Seja paciente. — Shane agarrou o lubrificante de sua
carteira e trabalhou uma quantidade generosa na entrada de Fang,
depois adicionou o resto sobre seu pênis.
Precisando estar dentro de seu companheiro, Shane agarrou os
quadris de Fang e entrou nele com um rápido impulso. Fang se curvou,
gemendo quando Shane enterrou-se até o punho.
— Foda, tão bom, querido.
Shane gostou de ouvir esse termo carinhoso de Fang. Ele
permaneceu dentro de Fang mais alguns segundos, esticando seu canal.
Os músculos internos de Fang apertaram seu eixo, criando fricção
deliciosa quando se moveu um pouco.
Shane entrou e saiu de Fang. Com cada impulso, ele foi mais
profundo. Inclinando seu corpo sobre as costas de Fang, ele pegou a
boca de Fang novamente, saboreando o sabor e o calor de seu
companheiro. Shane mudou o ângulo para a próstata de Fang. Seu
companheiro engasgou debaixo dele enquanto ele se assegurava de
atingir o ponto doce de Fang com cada impulso.
Ambos estavam próximos agora. A primeira rodada foi apenas
uma prévia: Shane ficaria na próxima vez ou Fang poderia fazer as
honras.
— Você está perto? — Ele perguntou, alcançando para tocar o
pau de Fang novamente.
O gemido de assentimento de Fang foi suficiente. O próximo
impulso de Shane enviou Fang sobre a borda. Com um rosnado, Fang
derramou em seus dedos.
O clímax de Shane não estava muito longe. Quando ele entrou
em seu companheiro várias vezes mais, a construção da pressão dentro
de Shane quebrou. Ele disparou sua carga dentro de Fang, gritando seu
nome.
Longos segundos mais tarde, Shane se recuperou e liberou as
mãos de Fang. Fang moveu suas posições. As costas de Shane atingiram
a parede enquanto as mãos de Fang vinham de cada lado da cabeça
dele.
— Te amo — Shane sussurrou.
Fang deu um enorme sorriso.
— E eu amo fodidamente também .
— Eu sei — Shane disse com satisfação. — Então, pronto para
a segunda rodada?

FIM

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