X - Alfa Pródigo - RevHM
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Angelique Voisen
Saiu de seu bando por perder seu título como Alfa anos atrás,
Fang é agora um lutador ilegal de gaiolas que acaba por se encontrar.
Além disso, eles são dois lobos quebrados, mas juntos, eles
podem se tornar algo formidável.
Futuro Alfa. Isso era uma piada, uma piada cruel. Como o
primeiro nascido de seu pai, eles esperavam que ele assumisse esse
manto. A incapacidade de Fang mudar para o mortal lobo Red Mane
havia apagado aquela vela de esperança há muito tempo.
Ele caminhou para a casa, mas foi novamente parado por Drake
perto da porta da frente.
Shane não estava longe de seu pai e Brody, cinco anos a mais e
já era um executor. Todos sempre disseram que Shane seguiria os
passos do seu pai. Ninguém duvidava de Shane da maneira que
julgavam Fang.
Maldito dever.
Não que Clay pudesse ouvi-lo. O peito de Fang apertou. Ele não
se sentiu melhor.
1
Runt: Um animal menor que a média, especialmente o menor em uma ninhada.
Fang se amaldiçoou um segundo depois por morder a isca. Seu
pai sempre sabia as palavras para desencadear sua ira.
Não adiantava. Lutar contra seu pai era como tropeçar em uma
parede de tijolos.
Foda-se, doeu.
Seu pai riu dele, o soltando, então Fang deslizou pela parede.
— Você está dizendo que você está lutando melhor, que você é
forte? Prove. Shane. — Um movimento do seu dedo, e Shane ficou ao
lado do Alfa, olhos verdes ardentes já se tornando ouro por sede de
sangue.
Capítulo 2
Fang sentiu pingos de chuva nos lábios. Ele olhou para ver o
relâmpago no horizonte. Os membros da matilha e aparência sombria
olharam para ele, formando um círculo amplo na clareira. Havia muito
espaço para que Shane e ele brigassem, para estabelecer quem merecia
liderar a Red Manes.
— Fang, faça o seu melhor. — Drake disse.
Seus amigos não puderam mais segui-lo uma vez que ele estava
dentro do círculo de duelo. Seu pai ficou de pé junto a Brock, olhando
ardentes em Fang. Shane já havia se transformado em um brilhante lobo
de pelos prateados, grande e aterrorizante. Se Fang tivesse herdado o
lobo do seu pai, ele teria sido maior em tamanho, mas ele não tinha
nada além de sua inteligência.
Que diabos?
Algo mudou dentro dele. A emoção diferente do ódio, se agitou.
Levou um segundo para entenda-la, era uma esperança cintilando dentro
dele como uma chama moribunda.
Segundos passaram.
— Ele vai viver. A força de Fang e o lobo Red Mane estão dentro
dele, mesmo que ele não possa mudar. — Shane disse. — Se certifique
de que ele não morra.
Ainda não.
Fang tentou formar as palavras, mas nada surgiu. Ele queria ver
a expressão no rosto de Shane. Inferno, ele queria algum tempo sozinho
com seu ex-agressor para exigir saber por que ele havia poupado sua
vida quando Fang estava pronto para aceitar a morte.
Não. O lobo dentro dele não queria ir para o outro lado ainda. O
animal ficou perturbado e queria estar perto de Shane novamente. Fang
não conseguiu entender todos esses sentimentos ou compreender por
que seu lobo estava agradecido. Shane pouparia sua vida.
Espere.
Por que ele queria ver Shane depois do que o bastardo tinha
feito com ele?
Ele olhou para baixo para ver todo o seu peito coberto de
curativos. Fang recuou sobre os cobertores que cercavam seu corpo e
olhou para cima, além dos rostos de seus amigos. O céu riscado de
vermelhão e ouro. Nascer do sol.
Liberdade.
A palavra girava em sua cabeça. Shane não merecia suas
maldições. Inferno, Shane tirou seus grilhões. Verdade, Shane também
quase o matou, mas Fang deveria estar agradecido ao outro lobo no
final.
Quando ele foi ver seu irmão, esperava morrer nas mãos do seu
pai. Toda sua conversa sobre vingar Clay, era uma besteira. Fang nunca
tinha sido forte o suficientemente. Ele nunca pensou em pensar no que
aconteceria depois. Agora ele se tornaria solitário, mas talvez isso não
fosse tão ruim.
Capítulo 3
Presente
Capítulo 5
Capítulo 6
Às vezes, era difícil acreditar que tudo isso tinha sido escrito
pelo shifter com os olhos e o corpo rígidos de pé na frente dele.
— Fique aí. — Fang praticamente grunhiu as palavras. — Você
está ferido. Se cure primeiro.
Um grunhido veio da garganta.
— Você está me dando ordens agora, Fang?
— Os idiotas feridos devem ficar na cama. — Fang pegou o
último dos papéis. Enquanto ele o estava dobrado, pelo canto do olho
Shane viu um vislumbre das costelas de Fang, planos de músculo duro
por baixo, e um anel de mamilo.
Ele engoliu em seco, desconfortavelmente consciente de que
seu pau estava ficando duro. agradeceu a Deus pelo edredom.
As narinas de Fang alargaram quando ele se aproximou para
olhar para Shane, ainda agarrando os papéis.
Merda. Fang olhou como se quisesse destruir algo. Ao mesmo
tempo, parecia fofo como o inferno.
— Quem lhe deu permissão para mexer nas minhas coisas? —
Perguntou Shane, cruzando os braços.
Fang olhou para os papéis amassados em suas mãos enormes,
como uma criança culpada pega fazendo algo errado.
Com um rosnado, Fang começou a alisar todos eles e espalhá-
los sobre a cama de Shane.
— Eu salvei a sua vida — Fang lembrou, uma vez que ele
terminou sua tarefa.
A vergonha o encheu de novo. Ele desviou o olhar de Fang.
— Deixe os papéis. Eu posso imprimi-los novamente.
— As páginas já estavam amassadas e com orelhas.
— Obrigado por declarar o óbvio — ele murmurou.
— Como se você as tivesse lido muitas vezes.
— Qual é o seu ponto ? — Shane disparou, começando a colocá-
los em uma pilha.
Fang se dirigiu para a janela, com passos pesado. Ele lembrou a
Shane de um grande e desajeitado urso, aparentemente inofensivo, mas
letal quando provocado.
— Eu escrevi mais cartas.
Shane pensou que ele imaginava essas palavras no início.
— O que? Não entendi.
Seu coração inchou.
Não.
Shane se recusou a deixar a emoção tirar o melhor dele.
Ouvindo essa admissão, a porra do seu animal ficou satisfeito. Ver Fang
novamente era surreal. Ele pensou que eles iriam para mais golpes,
palavras irritadas.
Shane nunca esperou essa incomodidade, essa parede invisível
entre eles.
— Nunca as enviou.
Fang olhou pela janela. Shane sabia o que ele olhava, mais
árvores cinzas, pinheiros e terra.
— Por que você veio aqui, Fang? — Ele perguntou. Fang virou-
se, cruzando os braços enquanto o olhava. Todos os músculos no bíceps
e tríceps ficaram rígidos no movimento. Uma tira de pele aparecia por
baixo do jeans baixo-pendurado de Fang.
Shane também não perdeu o pacote entre as pernas de Fang.
Isso era por causa dele? Foda-se. Shane não deveria estar
olhando esse detalhes, não deveria pensar em Fang nesses termos.
Ele havia prejudicado seu companheiro. Eles desenvolveram um
relacionamento fodido à longa distância, e foi isso que aconteceu.
Nada mais do que isso. Shane conhecia sua loucura por Fang.
Não demorou para descobrir que Drake encontrou Fang e o
trouxe aqui, junto com os outros.
Ele não viu Talon, Claw, Razor e Joker depois que os bastardos
deixaram a matilha, um por um. Não poderia culpá-los, não depois da
última luta ter terminado com todas as suas famílias e amigos mortos. O
pai de Fang tinha feito o chamado, mas foi Shane que sentiu o peso
daquela terrível decisão, no entanto.
— Eu vim para você — Fang respondeu finalmente. — Quase
que eu não vinha, apesar da argumentação convincente de Drake.
Ok, Shane merecia isso, mesmo que doesse um pouco saber
que Fang tinha hesitado.
— Então, o que, fez você mudar de ideia?
— Eu queria voltar a vê-lo. — Fang queria ver Shane, não como
Shane estava lidando com a matilha ou a bagunça da cidade.
Antes que se inchasse de orgulho, Shane conseguiu se controlar.
Antes que ele pudesse formular uma resposta decente, Fang
continuou.
— Shane, que diabos você estava pensando? Vampiros?
— Não esqueça as hienas que se estabeleceram aqui também.
Hienas em motos. — Shane deixou sair uma risada áspera. Fang não
parecia divertido. — O que você quer de mim, uma desculpa? Desculpa
eu falhei.
— Você não me deve nada. Eu sou apenas um exilado, um
estranho. Eu não me importo como você dirigiu sua matilha. Eu
simplesmente não queria que você morresse.
Shane piscou, dedilhando o edredom.
— Você fez o seu trabalho. O que você vai fazer a seguir?
Ele esperou pelo golpe doloroso, quando Fang dissesse que iria
partir em breve. Quando Shane
veria Fang novamente? Nunca? Isso o enfureceu por algum
motivo, embora ele não tivesse direito à raiva.
— Pare de me afastar. Eu vou ficar aqui até você melhorar. Você
não está em condições para defender seus lobos — murmurou Fang. —
Eu vou deixá-lo agora.
Shane viu Fang puxar a porta com tanta força, que estava certo
de que iria soltar a madeira da dobradiça. Ele sentiu outro homem no
corredor. Drake, a julgar pelo cheiro.
— Onde você está indo? — Drake exigiu.
— Sair para uma corrida. Preciso de ar.
Drake apareceu em sua linha de visão, franzindo o cenho para
Shane.
— Você voltou e trouxe-o — disse Shane, sem saber o que dizer
a seu Beta. Nunca tinham sido amigos. Aliados eram uma palavra
melhor. Quando Drake partiu, Shane sentiu-se traído. Agora, ele não
tinha certeza sobre Drake. Um bastardo de coração frio o teria deixado
nesta bagunça, e não pediria ajuda externa.
— Eu sei que não deveria ter agido pelas suas costas, deveria
ter conversado com você primeiro, mas eu sabia que você não permitiria
…
Shane cortou sua explicação.
— Estou feliz que você o tenha feito.
Drake franziu a testa.
— Você está?
— Os outros estão aqui também, posso ouvir os bastardos
ruidosos — Shane disse. As vozes altas, eram ouvidas no quarto. Ele
podia ouvir Kit discutindo com Claw.
— Sim. Claw e Talon estão com os outros. Eles voltaram para
você, você sabe. Mesmo Clara. Shane recostou-se contra os travesseiros.
— Eu não mereço sua lealdade.
— Pare de se culpar, deixe de sentir pena de si mesmo. Você fez
o seu melhor.
— O melhor não foi o suficiente.
— Qualquer um deles se quebraria sob a pressão. Você
manteve o bando unido — Drake disparou. Normalmente, o Beta era
polido e calmo. Shane nunca o tinha visto assim.
— Drake, você está me elogiando?
— Cala a boca, Alfa. — Shane olhou para as cartas em sua
cama. Drake seguiu seu olhar, sem comentar quando Shane reuniu- as
na mesa de cabeceira ao lado dele.
— Eu entendo que os outros voltaram por Fang. Quando eles
saíram ... Eu não acho que posso fazer isso mais. Tudo está ferrado,
Drake.
Drake franziu o cenho, os olhos se estreitaram.
— O que você está dizendo?
— Todo mundo me deixa. Eu mereço isso, eu sei. Eu não queria
que as coisas se tornassem assim.
Drake aproximou-se da cama com cautela e sentou-se na
beirada.
— Dez anos atrás, eu poupei a vida de Fang, esperando que ele
voltasse quando fosse forte o suficiente para me desafiar novamente.
Fang deveria se tornar Alfa e provar para o seu pai que ele estava
errado. Em vez disso, ele nunca voltou. O antigo Alfa levou a matilha
próximo a extinção, deixando-nos ter que juntar os pedaços. Eu nunca
quis liderar.
Drake respirou fundo.
Sentia-se bem por poder desabafar a verdade finalmente,
mesmo que Shane não tivesse a coragem de contar Fang.
Drake esfregou o rosto.
— Você realmente quis dizer isso?
— Você é seu melhor amigo, Drake. Parte de você queria que
Fang tomasse o que lhe pertencia legitimamente.
Drake sacudiu a cabeça, parecendo um pouco pálido.
— Fang mudou. A guerra mudou-o. Ele está um pouco ...
— Quebrado — Shane terminou. — Eu também. Este território,
esta matilha, está condenada, Drake. Eu gostei que você voltou.
Ele não viu o punho de Drake vir em sua direção, até que sentiu
o osso rachar e um dor lancinante subir pelo seu crânio. Mexendo a
mandíbula, ele tocou seu queixo quebrado olhou para Drake, mostrando
suas presas.
— Pare com isso. Eu trouxe Fang de volta aqui, para que você
possa consertá-lo. Corrigir um ao outro, depois trabalhar na
reconstrução da matilha. — O aço encheu a voz de Drake.
Shane tentou pensar além de sua irritação e dor.
— Você não tem idéia do que você está falando.
— Eu sei. Os outros também acreditam nisso. Fang e você
podem estar mais distante, mas você dois juntos podem ser uma força a
ser contada. Eu estava lá, Shane. Há dez anos, você salvou sua vida, e
não foi para humilhar ou fazê-lo viver com a vergonha. Você o poupou
porque sabia que Fang era seu companheiro.
Shane procurou as palavras certas.
— Você sabia?
— Me levou algum tempo descobrir, mas sim, eu sabia. Fang
entra a cada noite na gaiola, lutando pela diversão da multidão, não só
por causa dos pesadelos da guerra. Ele se sente excitado.
Shane rosnou.
— Que gaiola? — Ele segurou a manga da camisa de Drake,
recusando-se a soltar a seu Beta, não antes de receber suas respostas.
O desespero e a necessidade de saber mais sobre Fang o levou a
implorar. — Conte-me tudo sobre Fang. Por favor.
Ao lado de fora da janela de Shane, Fang sentiu-se como um
perseguidor.
Valeu a pena, porém, porque ouvira as palavras que Shane
tinha pretendido falar somente para os os ouvidos de Drake.
A confissão de Shane o atordoou.
Mesmo como um adulto, ele sempre se perguntou o que tinha
conduzido o outro homem para salvá-lo todos aqueles anos atrás. Shane
esperava que ele voltasse para ocupar seu lugar, mas ele nunca voltou.
— Você espera muito de mim — murmurou Fang, olhando para
o convidativo bosque de árvores que avançavam para dentro da floresta.
Seu lobo coçava sob sua pele humana, desejando estar livre. Ser um
shifter na cidade era difícil. Não havia terra para correr livremente, para
caçar soltar a sua besta. Aqui era diferente.
Ainda não se sentia completamente em casa. Alguma coisa
estava faltando, mas essas árvores o chamavam, mesmo que elas
também trouxessem memórias ruins. Ele pensou em todos aqueles anos
confusos que passara com raiva, mas incapaz de interromper sua
comunicação com Shane. Perderam muito tempo, presos ao que
aconteceu há dez anos. Ninguém podia mudar o passado, mas ele
poderia fazer algo sobre o presente.
Percebendo que não estava sozinho, Fang estreitou os olhos e
encontrou Razor de pé nas mesmas árvores que ele estava observando
minutos atrás. Não só Shane cresceu. O resto de seus amigos também
tinham.
Razor costumava ser magro como uma lâmina, mas agora tinha
desenvolvido músculo como os outros. Fang se aproximou de seu amigo
de infância.
Cinco anos.
Ele mergulhou no exército, e se perdeu dos seus companheiros,
lutou na gaiola para experimentar dor. Fang nunca esperara encontrar a
si mesmo e a todos os seus amigos de volta à sua cidade natal. Os olhos
verdes brilhantes de Razor pareciam desfocados, como se ele visse algo
que Fang não podia.
Fantasmas, talvez.
— Eles ainda estão aqui? — Ele perguntou em voz baixa. Razor
fechou os olhos.
— Eu preciso de uma corrida, e de uma bebida. — Isso
respondeu sua pergunta bem o suficiente.
— Não me importo com a companhia — disse Fang, balançando
a cabeça para a floresta.
— Ninguém queimou seus ossos — disse Razor estranhamente.
— Eles estão tão irritados, Fang. Estavam gritando mais cedo, mas eles
se acalmam quando você está perto. — Fang sabia ao que Razor estava
se referindo. — Não foi culpa de Shane. Meu pai os levou todos a morte.
— Os mortos não podem distinguir a diferença. — Ele assustou
Fang, sabendo que fantasmas de lobisomens mortos observavam essas
árvores. Sabendo que deveria ser pior para Razor, ele tomou uma
decisão. Drake e os outros sempre foram um pouco desconfiados de
Razor, mas Fang e Razor sempre se entenderam.
Há dez anos, quando seus amigos haviam carregado seu corpo
meio morto e expulsado de Red Valley, Razor tinha ficado ao seu lado até
que ele estivesse forte o bastante para se mover sozinho. Então, Razor
desapareceu para lidar com sua própria merda.
Fang havia perdido contato com todos eles.
Ele não perguntou a Razor o que ele estava fazendo nos últimos
anos. Fang não se importou com os segredos. Todos tinham direito a
eles.
— Vamos fazer isso juntos. Reúna os ossos para queimá-los —
disse Fang.
Razor parecia aliviado.
— Eu aprecio isso, mas há mais trabalho a ser feito aqui. —
Fang olhou para a casa da matilha, onde todos estavam. Ele precisava de
algum tempo, e talvez a pele do lobo lhe desse mais clareza. — Vamos
voltar com o jantar.
Shane teria dormido até então.
Sem precisar de palavras, eles descartaram suas roupas. Como
sempre, a mudança causava muita dor, pior do que qualquer coisa que
ele já suportou. Ele sempre atribuiu a dor a todos aqueles anos em que
ele não poderia chamar seu lobo na sua juventude.
Uma vez que suas patas atingiram a terra, Fang entrou em uma
corrida. Essas árvores já o haviam assustado, especialmente no tempo
em que seu pai continuava tentando maneiras de fazê-lo mudar. Seu pai
já o havia deixado no meio da floresta, apenas com suas roupas.
Recordava-se de que Shane o encontrou, desidratado, morrendo de fome
e meio selvagem, mas ainda humano, para o desapontamento de seu
pai.
Fang empurrou essas lembranças de lado e colou tudo de volta,
dentro da caixa em sua cabeça, onde guardava toda a merda
desagradável. Se Shane soubesse o quão fodido ele realmente era,
nunca teria dito a Drake que esperava que Fang ainda pegasse o manto
de Alfa algum dia. Empurrando-se mais forte, ele pegou velocidade.
Ao longo do caminho, deixou Razor para trás, que também
tinha seus demônios para enfrentar.
Sem perceber, ele se dirigiu ao mesmo caminho que tomou
depois que seu pai o deixou no bosque. Ele se viu aos oito anos,
tropeçando ao longo da margem do rio, sem um sapato, enfrentando
todos os ramos, riscados por pequenos arranhões. Subindo rio acima,
acabou na beira do penhasco, parou por um tempo. Shane o encontrou,
contemplando a derrota.
O suicídio.
Demorou muito tempo para descobrir que Shane fingira ser um
valentão, mas, na realidade, o estava observado discretamente.
Fang não sabia nada sobre liderar um grupo de pessoas. Mesmo
no exército, ele estava satisfeito em receber ordens. Dando a tomada de
decisão para alguém. Exceto que agora Shane precisava dele.
Lembrando da feia e grossa cicatriz no pescoço de Shane, provocava a
sua fúria, jurou caçar cada um desses sanguessugas.
Se arrependeu de não ter acabado com o rei, mas Shane estava
muito mal, perdendo muito sangue.
Fang não sabia nada sobre ser Alfa, mas ele poderia ficar aqui
por um tempo, vigiar Shane do mesmo modo que tinha feito há tantos
anos atrás com ele.
Sozinho sem ninguém para ouvi-lo, seu lobo sussurrou a palavra
que ele estava aterrorizado para reconhecer em toda a sua vida.
Companheiro de Shane.
Mas os homens como Fang não mereceram amor.
Se Shane o conhecesse de verdade acabaria correndo?
As últimas luzes do pôr-do-sol desapareceram no horizonte. O
ar frio da noite de outono arrepiou seu pêlo, mas ele mal podia sentir o
frio.
O que ele estava fazendo aqui sozinho, quando ele podia estar
aconchegado perto de Shane, compensando o tempo perdido?
Quando Shane ficasse mais forte, eles poderiam correr, os
pelos se tocando um contra o outro. Ficariam neste local observando o
pôr do sol. Se Fang estivesse em forma humana, ele soltaria uma risada.
Viu Shane por um dia e já estava se tornando um idiota
sentimental.
Praguejando, voltou para a casa.
Razor deve ter percebido sua necessidade de espaço, porque
seu amigo ergueu a cauda esperando. Fang parou, percebendo que
Razor tinha uma lebre recém-capturada no focinho e decidiu não pedir.
Ele também precisava de uma caça?
Porra. Isso era ridículo, mas a parte competitiva dele não
queria retornar com as mãos vazias.
O que Shane pensaria dele?
Razor esperou que Fang caçasse a sua presa. Levou mais do
que o esperado. Fang queria ignorar os divertidos olhos amarelos de
Razor quando uma lebre entrou entre suas patas e fugiu.
Demorou mais de uma hora para pegar outra. Com um coelho
gordo e suculento em sua boca, eles voltaram. Todas as luzes estavam
acesas.
O riso borbulhou da área da casa principal, Fang se deleitou
com isso. Crescendo aqui, sorrisos e piadas haviam sido raros. O cheiro
de agressão e violência sempre estava no ar.
Fang cuspiu sua presa. Ele voltou para o ser humano e vestiu as
roupas, de onde um pedaço de papel caía no chão. Razor disparou e
mostrou-lhe a mensagem.
Foi escrita na caligrafia de Talon:
Depois que os bastardos acabarem de ensanguentar na
floresta, entre. Nós pedimos pizza.
Razor e ele trocaram olhares.
— Por quanto tempo vocês dois idiotas vão ficar lá — A voz de
Talon soou. Fang não pôde evitar. Com seu jantar fresco, eles se
encolheram no caminho.
Talon cheirou, depois se virou, olhando-os.
— Cara, são esses coelhos? — Razor enfiou a caça na mão de
Talon. Fang fez o mesmo. Talon quase os deixou cair, enrugando o nariz.
— Ei pessoal. Mesmo? Nós temos frango frito e pizza. Fang olhou para
ele. Razor parecia que queria matar Talon.
Isso certamente trouxe de volta aos velhos tempos. Mesmo
quando eram meninos, Razor e Talon sempre haviam lutado pelas coisas
mais difíceis. A equipe estava de volta. Talon deu uma pancada no
ombro.
— O que foi isso, idiota? — Fang exigiu.
— Bem-vindo em casa, Fang — disse Talon. Com um sorriso
amplo no rosto.
Capítulo 7
Capítulo 9
Por sorte, sua comida chegou. Shane olhou por alguns segundos
quando Fang começou a comer o hambúrguer como um homem das
cavernas. Fang começou a comer de devagar e colocou um par de
batatas fritas em sua boca.
— Isso é fofo.
— Ooh. Olhe quem está aqui Drake. — Uma voz familiar disse.
— Tenho uma razão para ficar, — disse Fang, desta vez olhando
para Shane e depois de volta em Talon. — E você?
— Não sei, cara. Foi muito barulhento desde que deixei o Red
Valley, mas ultimamente, vendo vocês dois idiotas estranhos ser
estabelecendo, parece que deveria fazer o mesmo. Encontrar um
companheiro bonito.
Fang riu alto.
— Não quero ser Alfa. Serei terrível nisso. Shane é uma escolha
melhor, — disse Fang.
Quando Shane dirigia, Fang fez uma nota mental para explorar
a totalidade do território Red Mane, para fazer seu trabalho como
segundo ou terceiro de Shane. O lobo dentro dele precisava lutar contra
Drake para estabelecer a ordem na matilha, mas o homem não se
importava.
Voltando ao Red Valley, ele tinha dado uma certa clareza nos
acontecimentos. O tempo nas forças armadas tinha deixado com
temperamento de aço, mas tirar vidas e perder amigos também
tomaram muito dele. Lutar na gaiola o ajudou a esquecer, mas não tinha
sido uma solução.
Ele pensou que nunca teria essa chance. Agora, com Shane ao
seu lado, Fang nunca deixaria ele ir. Shane afirmou que ele precisava de
Fang, e ele tinha o mesmo sentimento. Shane era sua nova razão para
viver, seu propósito. Fang não se preocupava com o legado de seu pai,
mas isso não significava que ele não lutaria para proteger seus amigos e
os novos lobos de Shane.
— Posso ter o outro perfurado. Então você teria dois para jogar,
— ofereceu Fang.
— Desafie-me a te pegar.
Que pena. Shane precisava pegar Fang primeiro, mas talvez ele
não se importasse de ser pego.
Capítulo 10
Fang ficou tenso, mas não por muito tempo. Shane adicionou
um segundo dedo e começou a fazer movimentos de torção. Ele sabia
que ele não era pequeno, e que Fang poderia levá-lo e provavelmente
sentiria dor, mas ele não queria machucar seu companheiro. Shane
acariciava a entrada Fang, a julgar pela mudança repentina da respiração
dele, ele tinha atingido sua próstata.
Fang rosnou, mas não disse nada. Shane puxou os dedos para
fora e posicionou seu pênis na entrada de Fang.
— Sim.
Ele sentiu algo que ele não tinha em muito tempo, os laços que
o conectavam aos outros membros de sua matilha. Shane sentiu Drake
ficar surpreso e depois os outros. Pararam de tudo o que estavam
fazendo. Todos estavam na casa da matilha, com Drake.
Shane percebeu que poderia ficar aqui para sempre, com Fang
no colo, escondido do resto do mundo. Distante, ele sabia que eles
tinham uma confusão para limpar e uma matilha para construir. Não era
importante por enquanto.
— Sempre fui.
Capítulo 11
FIM