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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR – UCSal
FACULDADE DE DIREITO
FELIPE ALMEIDA MATOS DE SOUZA
DIREITO PROCESSUAL PENAL
Relatório da Audiência de Custódia On Line
Salvador 2024 RELATÓRIO
I. AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE
O tema da audiência trata-se de uma prisão e apreensão de drogas em
flagrante, a substância encontrada foi identificada como cocaína decorrente de uma reação do complexo de alcaloides com o scott, a qual o perito analisou e confirmou a reação do produto através da cor azul.
II. LARISSA CRISTINA OLIVEIRA CANDIDO
A audiência se inicia com a autuada Larissa, a qual reforça que quando
foi presa estava em sua residência, tomando um banho. Apesar de comentar sobre o desconforto de ter sua privacidade violada, a mesma afirma que não houve violência policial (a rispidez por parte de alguns é citada pela autuada). Larissa solicitou que sua prisão fosse comunicada ao seu pai, de nome Gedeão de Oliveira. Disse que possuía bronquite asmática, utilizava broncodilatador. A autuada afirmou que havia duas filhas que dependiam de seu sustento, ambas menores de idade (uma de 10 e uma de 4 anos). Larissa a todo momento afirmava que a substância encontrada não era de sua posse, direcionando a culpa para Flávio. A mesma possui empreso lícito e residência fixa.
III. FLÁVIO JOÃO CORREA MOURA
O segundo autuado é Flávio, o mesmo reforça desde o início que
houve violência policial durante toda a operação de prisão e apreensão. O autuado cita diversas formas de agressão, dentre socos e chutes. Pelas palavras de Flávio, a violência teria sido por parte da guarda municipal e a abordagem foi de forma vexatória. O autuado cita que foram no total 8 policiais que o agrediu, apesar disso, não soube identificá-los por nome, afirmando que podia reconhecê-los pessoalmente. Flávio disse que sua mão estava fraturada e suas costas doloridas, devido a agressão. O mesmo possui empreso lícito, porém não possui residência fixa.
IV. MINISTÉRIO PÚBLICO
O Ministério Público solicitou a homologação do flagrante e,
fundamentado na representação da autoridade policial, requereu a decretação da prisão preventiva dos dois acusados, com o intuito de preservar a ordem pública.
V. DEFESA
A Defensoria Pública expressou interesse na concessão de liberdade
provisória sem fiança. Em relação à autuada e flagrada Larissa, a defesa solicitou o relaxamento do flagrante devido à violação do requisito de comunicação da prisão aos familiares, um direito previsto na Constituição Federal e no Código de Processo Penal. Quanto à necessidade de medida cautelar de segregação, foi requerida a liberdade provisória sem fiança, com base em suas condições pessoais parcialmente favoráveis, como emprego regular e residência fixa. No caso do autuado e flagrado Flávio, a defesa solicitou encaminhamento para exames de corpo de delito, a fim de verificar qualquer lesão em sua mão direita, e pleiteou a concessão de liberdade provisória sem fiança, considerando suas condições pessoais parcialmente favoráveis, incluindo emprego regular.
VI. JUIZ
O juiz afirmou que o flagrante estava formalmente em conformidade.
Houve indícios da autoria e prova da materialidade da infração atribuída aos detidos. Contrariando a alegação da Defensoria Pública, não é cabível o relaxamento da prisão de Larissa. Mesmo que ela não tenha tido a oportunidade de informar alguém de sua família sobre sua prisão, o que não pode ser confirmado neste momento, essa irregularidade não invalida a custódia nem justifica sua libertação. Especialmente porque, nesta data, ela identificou quem deseja avisar sobre a prisão e seu pedido será atendido. Por essa razão, o flagrante foi homologado. Em conformidade com o artigo 310 do Código de Processo Penal, o juiz passa a proferir decisão sobre a manutenção da custódia cautelar ou a concessão do direito de liberdade ao conduzido. De acordo com o artigo 313 do Código de Processo Penal, a prisão preventiva é admitida nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade superior a 4 (quatro) anos, bem como se já houver.