Re Sumos
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Objetivos do Tema 4:
Processos de Tradução
Termos e conceitos-chave
Elementos-chave: Alguns destes elementos-chave a professora tirou das vozes da cabeça dela pq
eles não constam em nenhum dos textos que ela enviou. Algumas infos iniciais são da Wikipédia.
- Estratégias gerais de tradução e procedimentos específicos de tradução:
A diferença entre os dois consiste em:
As estratégias gerais de tradução são abordagens amplas que os tradutores usam para traduzir textos de uma
língua para outra. Elas são essenciais para os tradutores, pois através do estudo meticuloso dessas estratégias,
o tradutor adquire métodos de identificação e reconhecimento de problemas de tradução e tem acesso a uma
categorização de soluções e de tratamentos distintos para os mesmos.
Os procedimentos específicos de tradução, por outro lado, referem-se a técnicas mais detalhadas que os
tradutores usam para lidar com problemas específicos de tradução. Por exemplo, como traduzir metáforas,
termos ou expressões dialectais, alusões, inversão de estruturas, questões retóricas; utilização de
estrangeirismos, notas de rodapé ou neologismos.
Eles propuseram uma distinção entre dois grandes tipos de tradução: a tradução direta e a tradução oblíqua.
Na tradução direta, que inclui o empréstimo, o decalque e a tradução literal, observa-se uma maior
proximidade entre as unidades do texto de partida e do texto de chegada a traduzir, devido à existência de
paralelismos estruturais ou metalinguísticos entre elas.
Na tradução oblíqua, por outro lado, os desfasamentos entre as línguas obrigam a ajustes e, logo, a um maior
afastamento, em termos formais, da unidade de tradução de partida. As operações que nela se incluem são a
transposição, a modulação, a equivalência e a adaptação.
- Abordagem linguística da tradução e uso do termo "mudança de tradução" ("translation shift") (Catford,
1965/2000)
A “Abordagem linguística da tradução” é uma teoria proposta por J.C. Catford em 1965. Catford é conhecido
por introduzir o termo “mudança de tradução” (“translation shift”), que se refere a alterações que ocorrem
quando um texto é traduzido de uma língua para outra.
Catford argumentou que a tradução envolve dois níveis de equivalência: equivalência de nível e equivalência
de categoria. A equivalência de nível se refere à tradução de unidades em um nível particular (por exemplo,
gramática, morfologia), enquanto a equivalência de categoria se refere à tradução de unidades em uma
categoria particular (por exemplo, substantivo, verbo).
As “mudanças de tradução” ocorrem quando há uma falta de equivalência direta entre a língua de origem e a
língua alvo. Isso pode acontecer em vários níveis, incluindo mudanças de gramática, palavras e até mesmo
som.
- Enfatização da equivalência a nível do texto, vinculando funções de linguagem aos tipos de textos e
estratégias de tradução
- A teoria da ação tradutiva (Holz-Mänttäri): um processo comunicativo que envolve uma série de atores
Segundo Holz-Mänttäri, a tradução é um processo comunicativo que envolve uma série de atores - não apenas
o tradutor, mas também o autor do texto de origem, o cliente que encomenda a tradução e o público-alvo.
A teoria propõe que o papel do tradutor é produzir um texto de destino cujos propósitos são definidos por
todos os participantes com antecedência. O objetivo da tradução é a criação de um “portador de mensagem”
que cumpra esses propósitos para o público-alvo.
Esta teoria é significativa porque reconhece a tradução como um ato social e colaborativo, em vez de um
processo isolado realizado por um único indivíduo
I. Estudo do texto de George Steiner intitulado "The Hermeneutic
Motion", extraído do Cap. V de After Babel (1975):
1. Conceito de Fidelidade:
2. Polissemia e Ambiguidade:
3. Intenção do Autor:
4. Cultura e Contexto:
1. Literalismo:
2. Paráfrase:
3. Tradução Livre:
2. Paráfrase:
3. Tradução Livre:
4. Proposta Alternativa:
7. Tipos de Texto:
9. Formas Mistas:
Fase de Reverbalização
Na Fase de Reverbalização, a classificação de tipo de texto e variedade de
texto é essencial no processo de tradução, como defendido por Katharina
Reiss. A tese central é que o tipo de texto determina o método geral de
tradução, enquanto a variedade de texto exige consideração para as
convenções de linguagem e estrutura textual.
- Explicitar o implícito
2. Tradução Adaptativa:
3. Equivalência Funcional:
Lembrar de todos os outros pontos que citei acima relativos a esse tema.
Alain descreve a ideia de traduzir um poeta (sim, poet), seja em inglês, latim ou grego, palavra por
palavra, preservando a ordem das palavras até mesmo a métrica e as rimas. Ele reconhece que o
processo pode resultar em uma tradução que parece uma "mosaico de barbarismos", mal unidos e
cimentados, mas com uma força, um lampejo e uma violência. A tradução, segundo Alain, faz com
que a linguagem original abale a linguagem traduzida com toda a sua força libertada.
- Foucault e a ideia de um "descarrilamento" da língua da tradução,
por via da própria tradução
Foucault distingue entre dois métodos de tradução. Um preserva algo idêntico (significado, valor
estético) ao passar para outra língua, indo "do semelhante para o mesmo". O outro método é mais
radical, lançando uma língua contra a outra, tratando a língua traduzida como um alvo. Essa
abordagem não busca levar o significado de volta a si mesmo ou a qualquer outro lugar, mas sim
usar a língua traduzida para desviar a língua tradutora. Foucault destaca a necessidade de refletir
sobre o objetivo ético da tradução, recebendo o estrangeiro como estrangeiro.
Ao descrever as traduções que lançam uma língua contra outra, Foucault usa a metáfora de tratar o
texto original como um "projétil" e a língua traduzida como um "alvo". Nesse contexto, a tradução
não é vista como uma simples transferência de significado, mas como um ato mais agressivo que
visa impactar e alterar a própria língua da tradução.
A função dessas traduções mais radicais não é restaurar ou preservar o significado, mas sim desviar a
língua da tradução. O objetivo é causar uma perturbação na língua que está sendo usada para
traduzir, interrompendo seu curso usual e introduzindo elementos disruptivos.
Em resumo, Foucault sugere que a prática de tradução não é homogênea e que algumas traduções
têm o propósito deliberado de "descarrilar" a língua da tradução, perturbando-a e desafiando suas
convenções habituais. Essa abordagem destaca a diversidade de intenções e efeitos possíveis na
atividade de tradução.
A "naturalização" na tradução representa uma abordagem oposta, onde a ênfase recai na tornar a
obra estrangeira mais familiar ou alinhada com a língua receptora. Isso pode envolver suavizar a
estranheza, simplificar a linguagem ou adaptar a obra para se adequar mais aos padrões culturais e
linguísticos da língua de chegada.
Oposição Radical:
Ética da Tradução:
A discussão sobre a "naturalização" levanta questões éticas, especialmente quando consideramos o
propósito da tradução. Antoine Berman destaca a necessidade de uma reflexão ética sobre o
objetivo da tradução, argumentando que a "naturalização" pode representar uma negação do
estrangeiro, ao invés de um verdadeiro encontro com o outro.
Ainda ao concluir suas análises sobre as tendências deformantes, o autor constata que as
mesmas conduzem a uma produção de textos traduzidos que, muitas vezes, são percebidos como
mais claros, elegantes e puros quando comparados com os originais, o que seria, nas palavras de
Berman, "They are the destruction of the letter in favor of meaning" (Berman, 1985, p.297), algo
como “Elas são a destruição da forma em prol do sentido”. Aqui, “letter” transpassa a ideia de letras
do alfabeto, mas refere-se à forma específica, estilo e expressão, quiçá essência, encontrados no
texto original. A "destruction of the letter" indica a perda dessa forma e da expressão original do
texto, enquanto "in favor of meaning" demonstra que tal perda ocorre em benefício da transmissão
do significado.
Berman não considera as ideias respaldadas pela tradição filosófica como erradas, mas
propõe discutir se a única tarefa da tradução seria a da restituição do significado. Neste contexto,
introduz a ideia de “tradução literal", no sentido de ater-se também à letra/forma (letter) das obras,
reconhecendo-a como uma parte fundamental do processo de tradução. Isso não apenas restauraria
o processo específico de significação das obras, que vai além do significado, mas também
desempenharia um papel crucial na própria transformação da linguagem de tradução (Berman,
1985. p. 297).
O sentido "cartesiano" refere-se a uma análise detalhada e sistemática das forças de deformação
presentes em cada tradução. É uma abordagem que busca identificar e compreender as tendências
que desviam a tradução de seu objetivo essencial, semelhante a uma análise cartesiana que busca
examinar um sistema de maneira lógica e estruturada.
- Clarificação
- Expansão
- Enobrecimento e popularização
- Empobrecimento qualitativo
- Empobrecimento quantitativo
- Destruição de ritmos
- Destruição de idiomatismos
Durante sua análise, Berman identificou doze tendências deformantes da tradução, com
enfoque na análise da tradução de textos do tipo prosa, onde algumas fazem-se mais presentes em
determinados contextos tempo-culturais e outras são mais acentuadas em determinados espaços
linguístico-culturais. Essas tendências são: racionalização, uma das tendências deformantes da
tradução que atinge principalmente as estruturas sintáticas e tende a anular elementos e
imperfeições que são, muitas vezes, condições existentes nos textos originais; clarificação, tendência
que opera no nível da clareza de palavras e expressões, tornando-se perniciosa na possibilidade de
tornar muito claros elementos que podem parecer indefinidos ou ambíguos no texto original
expansão, Berman observa que toda tradução tende a ser mais longa que o original, principalmente
devido às tendências de racionalização e clarificação; enobrecimento, que envolve a reescrita do
estilo do texto original numa busca do tradutor por elementos como elegância e refinamento;
empobrecimento qualitativo e quantitativo, referem-se, simultaneamente, à perda de riqueza
sonora e semântica ocorridas pela tradução; destruição de ritmos, trata da importância do ritmo do
texto original como elemento de sua essência e como o mesmo pode ser afetado negativamente
através da tradução; destruição de redes subjacentes de significação, refere-se às perdas de
conexões significativas entre palavras e termos que formam redes ou padrões mais profundos ou
mais recorrentes dentro da obra original; destruição de padrões linguísticos, fala sobre a perda ou
alteração dos padrões específicos de linguagem presentes na obra original durante o processo de
tradução; destruição de redes vernaculares ou sua exotização, ocorre quando características
vernaculares são eliminadas, perdendo-se autenticidade e determinadas nuances das culturas locais,
ou são exageradas de forma estereotipada, resultando em uma representação distorcida e
caricatural do original; destruição de expressões e idiomas, refere-se ao fenômeno em que o
processo de tradução falha em preservar expressões idiomáticas, modismos e provérbios presentes
no texto original; e o apagamento da superposição de idiomas, que aborda a dificuldade presente de
preservar elementos em obras que contêm mais de uma língua ou dialeto e a sobreposição dos
mesmos (Berman, 1985, p.288-295).
Todas essas tendências representam diferentes maneiras pelas quais a tradução pode
alterar, distorcer ou perder elementos presentes no texto original e, segundo Berman (1985, p.295),
todas essas tendências estão presentes na tradução ocidental. Esta é caracterizada por uma
restituição embelezadora do significado e influenciada por ideias filosóficas platônicas que separam
espírito e letra, sentido e palavra, conteúdo e forma, o sensível e o não sensível.
Preferência pelo Ponto de Vista da Receção: Toury demonstra uma preferência pelo ponto
de vista da recepção, sugerindo que o foco deve estar na compreensão das normas e práticas de
tradução na língua/cultura de chegada. Isso implica uma ênfase na resposta do público alvo às
traduções.
Isso implica uma orientação mais centrada no texto de origem, onde o foco está na
reprodução fiel das características do texto original, mesmo que isso possa resultar
em diferenças culturais ou linguísticas percebidas no texto traduzido.
2. Aceitabilidade (Acceptability):
Normas Preliminares: Dizem respeito a considerações iniciais que afetam a escolha e a política de
tradução. Isso inclui fatores como a existência e natureza de uma política de tradução, que governa
a seleção de tipos de texto a serem traduzidos em uma cultura ou língua em um determinado
momento. Outra consideração nas normas preliminares é a direção da tradução, abordando se é
permitida a tradução direta de outras línguas ou se há restrições e preferências quanto às línguas de
origem.
Normas Operacionais: Referem-se às decisões tomadas durante o ato de tradução em si. Elas
influenciam a estrutura do texto traduzido, a distribuição de material linguístico, bem como a
formulação verbal. As normas operacionais direcionam as relações entre o texto de chegada e o
texto de origem, determinando o que permanecerá inalterado durante a transformação e o que será
modificado. Isso inclui decisões sobre o grau de fidelidade ao texto original (adequação) em
comparação com a adaptação às normas da cultura de chegada (aceitabilidade).
Operacionais – Durante
- Normas matriciais
Normas matriciais, também conhecidas como "regras", influenciam a presença e a distribuição do
material na língua de chegada, afetando o quão completo é o processo de tradução, onde o material
é colocado no texto e como ocorre a segmentação textual. Decisões sobre omissões, adições,
mudanças de localização e manipulações de segmentação são moldadas por essas normas, embora
uma possa ocorrer sem a outra. As fronteiras entre esses fenômenos matriciais não são claras, com
grandes omissões frequentemente envolvendo alterações na segmentação, e mudanças de
localização sendo explicadas como omissões compensadas por adições em outros lugares. A
descrição desses eventos visa fornecer explicações plausíveis, mesmo que a verdade exata seja difícil
de determinar.
- Normas linguístico-textuais
As normas linguístico-textuais referem-se a padrões e regras que influenciam a seleção do material
linguístico utilizado na tradução e sua organização no texto. Essas normas orientam a escolha de
expressões linguísticas, estrutura de frases e outros elementos textuais, garantindo que a tradução
seja linguisticamente adequada e coesa. Elas desempenham um papel fundamental na
conformidade da tradução com as expectativas e convenções linguísticas da língua de chegada.
Fontes Extratextuais:
Formulações Semi-Teóricas ou Críticas: Incluem teorias prescritivas de
tradução, declarações feitas por tradutores, editores, e outras pessoas
ligadas à atividade, bem como avaliações críticas de traduções individuais ou
de uma escola de tradutores.