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Modelo Alegacoes Finais Por Memoriais

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA

DE WWWWWW-MG.
CÓ PIA
AUTOS Nº XXXXXXXXXXXX.
XXXXXXXXXXXX, já qualificado nos autos supra, em AÇÃ O DE COBRANÇA, que move em
face de XXXXXXXXXXX, por seu procurador infra-assinado, vem, com o devido respeito, à
presença de V. Exa., em atençã o ao r. despacho de fls. 140, e dentro do prazo legal
apresentar suas:
ALEGAÇÕES FINAIS,
nos seguintes termos:
Primeiramente, gostaria de saliente que no referido memorial, seremos bem sucintos e
objetivo, quanto à s alegaçõ es e fundamentos, já que na inicial, bem como na réplica, foi
bastante demonstrado tanto na doutrina, como na jurisprudência, o direito do autor. O
intuito é apenas relatar sobre os fatos da audiência e seus posteriores desdobramentos.
Douto julgador restou provado, durante a instruçã o do processo, que de fato o autor
prestou o referido serviço, ora objeto da presente açã o. Apesar da tentativa frustrada de
desvirtuar os fatos reais, todas as testemunhas, foram claras em afirmar que o autor de fato
prestou o referido serviço, sendo que em nenhum momento recebeu pelo o mesmo.
I) Do Mérito:
a) Do Depoimento Do Autor:
Excelência, como observado no depoimento pessoal do autor, trata-se de um homem
simples, sem muita instruçã o. Porém, trabalhador e honesto. De mã os calejadas pelo
trabalho duro, busca apenas receber seu suor derramado de forma correta.
Na folha de nº 142, o autor apesar de ter ficado nervoso, já que nunca passou por uma
experiência assim, tentou relatar de forma mais clara a questã o demandada. Relatou quais
foram as pessoas que ele executou o serviço, o que foi confirmado pelas testemunhas,
folhas 146/147, com exceçã o do senhor MMMMMM, que nã o quis permanecer no Fó rum.
Ao final foi tomado o depoimento por parte da advogada da ré, no qual tentou de forma
minguada induzir que os referidos eram apenas orçamentos. Todavia, nã o pró spera por
dois motivos.
Primeiro: foi relatado pelas testemunhas que o conteú do daqueles “orçamentos”, de fato foi
executado pelo autor.
Segundo: a referida palavra nunca existiu nos documentos originais. Dai reforça a
afirmativa do autor de que desconhece aquele escrito nos documentos. Segue anexos os
referidos originais sem a mençã o da palavra “orçamento”.
Nã o devendo por tanto, ser considerado como mero orçamento, já que o serviço foi
prestado e nunca existiu nos originais a referida palavra.
Saliento que como relatado pelo autor, o senhor XXXXXX e ele eram amigos. Por essa razã o
ele esperou o lapso temporal referente à s notinhas e quando foi procurado para prestar o
ultimo serviço, o referido foi feito sob a promessa der ser quitado a divida anterior, já que o
valor da empreitada era de quase MEIO MILHÃO. Acreditando na palavra do HOMEM, fez o
trabalho. Contundo, nã o contou com o destino, que a todos levam sem hora marcada.
Traduzindo em outras palavras o contrato verbal, o que ocorreu, foi uma negociaçã o do
famoso “FIO DE BIGODE”.
A confiança consiste no grau de segurança que existe no consciente da pessoa. Ela tem forte
intimidade com a boa-fé no sentido que aquela afere o sentimento de expectativa de êxito
dessa. Dessa maneira, a confiança surge a partir da consciência da boa-fé, subjetiva, e tem
respaldo e ganha força na incidência jurídica dessa – o que consiste na boa-fé objetiva.
Conforme o conceito de confiança e sua ligaçã o com a boa-fé, Menezes apud Schreiber
(2005, p. 86) explica:
Nas suas manifestaçõ es subjectiva e objectiva, a boa-fé está ligada à confiança: a primeira
dá , desta, o momento essencial; a segunda confere-lhe a base juspositiva necessá ria
quando, para tanto, falte uma disposiçã o legal específica.
Quanto à s decisõ es dos tribunais sobre o referido tipo de contrato, encontrasse pacificada a
existência dos referidos no mundo jurídico.
Assim segue o posicionamento do tribunal Mineiro:
APELAÇÃ O. COBRANÇA. CONTRATO VERBAL DE EMPREITADA. Ô NUS DA PROVA. 1. Em se
tratando de contrato verbal de empreitada, cabe ao autor demonstrar, em juízo, a sua
existência. 2. Havendo prova testemunhal que confirma a celebraçã o do contrato e a
ausência de quitaçã o integral pela parte contratante, deve a parte ré ser condenada a pagar
o valor remanescente.
(TJ-MG - AC: 10024101841153001 MG , Relator: Wagner Wilson, Data de Julgamento:
08/07/2013, Câ maras Cíveis / 16ª CÂ MARA CÍVEL, Data de Publicaçã o: 19/07/2013)
CONTRATO DE EMPREITADA - COBRANÇA PELA REALIZAÇÃ O DE SERVIÇOS EXTRAS QUE
NÃ O CONTARAM COM AUTORIZAÇÃ O POR ESCRITO PARA SUA REALIZAÇÃ O - PERÍCIA
TÉ CNICA - CONSTATAÇÃ O DA CONCRETIZAÇÃ O DE ALGUNS DESSES SERVIÇOS -
PAGAMENTO DEVIDO A ausência de autorizaçã o, por escrito, do empreitante para
realizaçã o de serviços complementares, nã o elide sua obrigaçã o de pagar por aqueles
comprovados pela prova pericial, de maneira a evitar injustiças, permitindo o
locupletamento de uma das partes em detrimento de outra.
(TJ-MG, Relator: KILDARE CARVALHO, Data de Julgamento: 23/02/2000)
COBRANÇA - EMPREITADA - CONTRATO VERBAL - EXECUÇÃ O DE OBRA - PROVA. É devido
o pagamento dos serviços prestados na execuçã o do trabalho de empreitada pactuado
verbalmente, tendo em vista convicçã o a partir da prova colhida na instruçã o processual.
(TJ-MG, Relator: JOSÉ ANTÔ NIO BRAGA, Data de Julgamento: 25/09/2007)
Assim como nos tribunais de nosso Pais, segue procedente os julgados procedentes ao
pagamento de contratos verbalmente pactuados.
Assim sã o:
AÇÃ O DE COBRANÇA. PRESTAÇÃ O DE SERVIÇO. CONTRATO VERBAL. PROVAS. Havendo
firme demonstraçã o da ocorrência de acordo verbal quanto à prestaçã o de serviços, bem
como quanto ao nã o pagamento integral, a açã o de cobrança deve ser julgada procedente
para adimplir o contrato. (TJ-RO; APL 0015317-95.2009.8.22.0014; Rel. Des. Raduan
Miguel Filho; Julg. 14/02/2012; DJERO 27/02/2012; Pá g. 59)
PRESTAÇÃ O DE SERVIÇOS. AÇÃ O DE INDENIZAÇÃ O. CONTRATO VERBAL PARA ENTREGA
E DISTRIBUIÇÃ O DE MERCADORIAS. RESCISÃ O UNILATERAL E DESMOTIVADA. Prejuízos
da autora que tinha a ré como sua principal fonte de receita. Aviso prévio. Necessidade.
Sentença mantida. Apelaçã o desprovida. (TJ-SP; APL 9196959-15.2005.8.26.0000; Ac.
5555622; Sã o Paulo; Trigésima Quarta Câ mara de Direito Privado; Relª Desª Cristina
Zucchi; Julg. 21/11/2011; DJESP 14/02/2012)
Nossos tribunais sã o firmes na posiçã o de reconhecer os contratos verbais. E no caso em
tela, se enquadra perfeitamente nos julgados acima, já que as testemunhas arroladas,
afirmar a prestaçã o de serviço.
Por fim, observe Excelência, na assinatura do autor, comprovando a base de sua
simplicidade. Pode ter certeza que tudo que por ele foi dito é a mais pura verdade. Por essa
razã o que peço a procedência do pedido nos termos da inicial.
b) Do Depoimento Da Ré:
O depoimento de folhas 144 da ré encontrasse muita contradiçã o e omissã o. Vejamos: ela
relata que namorou com o senhor XXXXXXX por cinco anos e apenas meses antes de sua
morte que conviveu com ele, ate ai excelência eu poderia achar normal, agora, pensemos
juntos: se ela conviveu em relacionamento de “namoro” no qual teve DUAS filhas, por um
período de cinco anos, nã o seria normal ela ter mais informaçõ es da vida do senhor XXXXX?
Principalmente porque moravam na mesma cidade, nã o é estranho?
Como ela afirmar a existência de duas empresas distintas, porem, nã o sabe a localizaçã o?
No depoimento de folhas 146 do senhor XXXXX, o mesmo afirma que pagou por uma
empreitada 470.000,00 (quatrocentos e setenta mil reais). Agora, somente uma empresa
consolidada conseguiria obter um serviço de valor, nã o é mesmo? Essa empresa tem que
ter sede. No mesmo depoimento da testemunha ele afirma que TODOS os dias o senhor
XXXXX estava na referida empresa, na parte da manha, além do endereço ser o da empresa,
ele afirma que a senhora XXXXXX, já havia o procurado pra tratar de assuntos relacionados
a pagamento, por meio de um deposito.
Se nã o bastasse ambas as testemunhas foram claras no que se refere ao envolvimento do
senhor XXXXXX na empresa. Uma afirma que todos os dias ele lá estava, o outro, afirma que
inclusive já locou maquinas dele no referido estabelecimento no ano de 2011.
As testemunhas que prestaram depoimento, sem exceçã o, confirmaram a prestaçã o de
serviço, bem como a atuaçã o do senhor XXXXX na referida empresa, sendo de fato só cio
oculto da mesma, se nã o vejamos:
No depoimento do senhor Fá bio de folhas 147, a testemunha afirma que o autor prestou o
referido serviço e que o senhor XXXXXXXera de fato dono da empresa, pois, era com ele que
tratava de assuntos no referido estabelecimento. Chamo atençã o Excelência, pois, essa
narrativa se deu no ano de 2011. Naquela época a Senhora YYYYYYY já estava com o
referido, posto que, ele já estava atuando na empresa, como se dele fosse, já que negociava
direto com o referido dentro da empresa, alugando maquinas e contratando serviços.
Com o depoimento da testemunha, cai por terra à afirmativa que a ré nada tinha com o
senhor XXXXXX, e que só viveu com ele meses antes de sua morte.
Por fim, devo ressaltar que no referido depoimento, a testemunha alega que alugava
equipamentos de construçã o de ambos os proprietá rios, ou seja, YYYYYY e XXXXXX.
Quanto à pergunta indeferida no evento da folha 144, creio que Vossa Excelência nã o tenha
tido o mesmo entendimento que o nosso. O intuito da pergunta é questionar a aquisiçã o
dos bens, posto que, se ela afirma nã o ter condiçõ es de arcar com custas processuais, bem
como nã o tem renda suficiente. Como ela aparece com tantos bens? Se observar no
depoimento de folhas 146, a testemunha afirma através de contrato firmado com o senhor
Everaldo, a existência de pagamento no valor de R$ 470.000,00, (quatrocentos e setenta
mil reais), isso pouco antes de sua morte. Agora, nã o é estranho nã o ter bens em nome do
senhor XXXXXX? Com tanto dinheiro, porque nã o existiam bens de valor considerá vel em
seu nome?
É claro que os referidos foram comprados pelo senhor XXXXXX, esposo e proprietá rio de
fato da empresa. Tudo que ele fazia, colocava em nome da ré. O relato acima confirma a
existência do senhor XXXXX na direçã o da empresa, ao contrario, esse dinheiro estaria em
uma conta do referido e a ré nã o teria tantos bens, já que afirma, em sua contestaçã o,
possuir apenas (05), cinco maquinas de aluguel.
Se observar no referido caso, a omissã o é clara a ré falta com a verdade! O que nã o pode é a
justiça permitir que ela saia vencedora. Por essa razã o, requer pela ordem, a procedência
do pedido da inicial.
c) Das Testemunhas Do Autor:
Em ambos os depoimentos, tanto o de folhas 146, quanto do de folhas 147, todos os
depoentes, foram claros em dizer que o senhor WWWWWW, havia prestado serviço em
suas obras, a pedido do senhor Everaldo.
Também foi confirmado que todo o pagamento foi direcionado ao senhor XXXXXX, que
apesar de o autor de executado todo trabalho, o pagamento nã o foi feito a ele, já que o
Everaldo é que havia pegado a empreitada para a construçã o dos imó veis.
É importante frisar que em ambos os depoimentos, foram afirmados que, por um depoente,
senhor DDDDDD, que todas as manhas o senhor XXXXXX estava na empresa. O que
confirma a versã o do autor. Bem sabemos que o chefe é aquele que esta a frente
impulsionando o negocio. Se ele nã o exercia nenhuma funçã o na referida empresa, o que
ele fazia lá todas as manhas?
Notasse, o relato desmente o depoimento da ré folhas 144, na qual ela afirma que ele nã o
atuava e nem negociava no estabelecimento. Mas entã o, o que ele fazia lá ? Principio da
primazia da realidade.
Já o segundo depoente, o senhor ZZZZZZ, folhas 147, afirma que sempre negociou dentro da
empresa com o senhor XXXXXXX, alugando maquinas, inclusive já alugou da senhora
YYYYYY.
d) Das Testemunhas Do Réu:
Se nã o bastasse a forte omissã o que ocorreu por parte da ré, a mesma juntou rol de
testemunha, que nada sabia sobre a referida açã o, folhas 141, com intuito de macular a
decisã o de Vossa Excelência. Fato este comprovado em audiência, já que uma das
testemunhas foi advertida e quase saiu presa da audiência. Tamanho desrespeito com a
justiça e seus servidores.
Além do que nas folhas 148/149, consta uma conversa entre a ré que aparece conversando
supostamente com sua advogada e as testemunhas, sobre o que falar e como falar. De fato a
narrativa se comprova, pela dispensa da oitiva do restante das testemunhas. Porque ela
nã o quis ouvir mais nenhuma testemunha?
Conclusão:
Apó s os apontamentos acima, gostaríamos de finalizar de forma objetiva, solicitando a
Vossa Excelência, em seu impar conhecimento, que nã o deixe em desamparo aquele que lhe
busque socorro. Onde a fumaça, ocorreu fogo! E no caso em tela, o vasto sinal pode ser
reconhecido.
Sabemos que os contratos verbais, bem como os só cios “ocultos ou de fato”, sempre
existiram e, no presente caso, ficou provado à atuaçã o do senhor XXXXXX na empresa da
requerida, como se proprietá rio fosse.
Como se observa do relato do autor e das testemunhas, ele de fato foi proprietá rio,
enquanto vida o que se resume a primazia da realidade dos fatos.
De acordo com Schreiber (2005, p. 79), a boa-fé objetiva consiste num "princípio geral de
cooperaçã o e lealdade recíproca entre as partes" e representa "expressã o da solidariedade
social no campo das relaçõ es privadas". Ela difere da boa-fé subjetiva, conforme Farias
&Rosenvald (2010, p. 80) no sentido que "a boa-fé objetiva é a boa-fé de comportamento,
enquanto a subjetiva é a boa-fé de conhecimento", e, ainda, "deve ser compreendida como
estado (a subjetiva), enquanto a boa-fé objetiva deve ser encarada como dever de conduta".
Assim, o princípio da boa-fé objetiva é aquele que comanda o comportamento dos sujeitos
de uma relaçã o jurídica, ou, ainda, a forma como esses devem efetivamente agir em
decorrência da relaçã o. Além disso, complementa Schreiber (2005, p. 80):
Sob o ponto de vista dogmá tico, tem-se, por toda parte, atribuído à boa-fé objetiva uma
tríplice funçã o no sistema jurídico, a saber: (i) a funçã o de câ none interpretativo dos
negó cios jurídicos; (ii) a funçã o criadora de deveres anexos ou acessó rios à prestaçã o
principal; e (iii) a funçã o restritiva do exercício de direitos.
Da mesma maneira, a partir do princípio da boa-fé, deve haver consensualismo entre os
envolvidos na relaçã o jurídica, sendo ilícita a vantagem por um deles que implique lesã o ao
outro sob o pretexto da existência de um acordo pré-estabelecido e aceito por todos.
A finalidade desse princípio nã o é outra senã o a dignidade da pessoa humana, norteadora
das relaçõ es jurídicas e fundamento constitucional da Repú blica Federativa do Brasil, uma
vez que o bem comum corresponde ao bem de cada um e vice-versa.
Agora, se caso persistir duvida sobre essa afirmativa, invoco humildemente que Vossa
Excelência use de seu ativismo judicial para sanas qualquer duvida a respeito, pois,
sabemos que a cidade de QQQQQQ é pequena e todo mundo conhece todo mundo.
Por fim, acreditando na seriedade deste juízo, requer a procedência do pedido contido na
inicial, condenando a ré ao pagamento dos serviços prestados pelo autor, já que foi
devidamente comprovada sua execuçã o.
II) Dos Pedidos:
Diante ao exposto, requer:
A) A procedência da Açã o, com a condenaçã o da ré nos termos da inicial.
B) Requer ainda a improcedência de todos os pedidos formulados pela parte ré.
Termos em que,
Pede deferimento.
Cariacica-ES. 25 de abril de 2017.
Péricles Demó stenes Dias Pinto.
OAB-ES- 23.403

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