5 Leis Da Vida
5 Leis Da Vida
5 Leis Da Vida
5 LEIS DA VIDA
que podem mudar a sua história
Sérgio Libilo
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5 LEIS DA VIDA
que podem mudar a sua história
Sérgio Libilo
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“Uma reflexão oportuna numa era de liberalismo e relativismo!”
“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma
de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas,
e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.”
(Hebreus 4:12)
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Introdução
A instrução de Cristo não é religiosa e sim, uma verdadeira demanda para questões
humanitárias, é uma palavra certeira, que pretende ser eficaz para doptar o ser
humano de uma mentalidade forte e um coração gracioso. É também uma demanda da
própria evolução.
Tal como o médico conhece a doença do seu paciente, me parece que Cristo sabe
muito bem o que o ser humano precisa para a sua cura espiritual (mental). Os
ensinamentos de Cristo funcionam como se fossem uma prescrição médica. Em vários
diálogos entre Cristo e os seus interlocutores, pode-se constatar o facto de, ainda que
alguém quisesse estabelecer um debate ou forçar um equívoco, tal tentativa ir sempre
por água abaixo, pois, as abordagens de Cristo não são científicas e sim, de vida, e, a
vida é exata. O facto da palavra de Cristo ser inegociável pode soar a autoritarismo,
contudo, as cinco citações abaixo, revelam que, onde há simplicidade, não há
equívocos.
Então ele lhes disse: Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.
E eles, ouvindo isto, maravilharam-se, e, deixando-o, se retiraram.”
(Mateus 22:22)
“Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra
ela.
E, tornando a inclinar-se, escrevia na terra.”
(João 8:7,8)
“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que
conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que
a encontrem.”
(Mateus 7:13,14)
Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja
completo.
O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
(João 15:11,12)
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Diferente da doutrina dos homens, os ensinamentos de Cristo não foram “formatados”
para tirar proveito, afligir e alienar o ser humano, muito pelo contrário, doptam de
autonomia aos que recebem e praticam.
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1º Capítulo
Uma pessoa curada ficará doente outra vez. Se a única e mais próxima condição de
uma pessoa pobre é a riqueza, por outro lado, uma pessoa rica tem como o próximo
ponto, a pobreza, por isso, a luta em permanecer rico muitas vezes é mais renhida do
que a tentativa de enriquecer.
Entretanto, no meio de tudo isto, começam a surgir muitas questões, uma delas, que
pode ser inconsciente, é a seguinte:
A boa notícia é que, para este tipo de problemas existe igualmente uma solução até
mesmo eficaz, pois, em caso de cura, dificilmente haverá uma recaída. A cura destas
doenças se confunde com a própria evolução do ser humano, diferente dos outros
problemas já citados que só fazem evoluir a economia, medicina e outras áreas e
indústrias.
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Não há uma receita específica, não há sessões de tratamento, não se paga nada, não
aflige, não causa mais dor do que a dor da própria doença, é “tiro e queda”.
A cura para as doenças causadas por perguntas sem respostas ou pela ausência de um
sentido da vida está no conhecimento das leis da vida.
Se fisicamente, a maior parte das doenças surgem por infecção, os conflitos internos e
doenças emocionais, são causados por uma mera interação do ser humano com a
atmosfera que o envolve.
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2º Capítulo – Lei I
“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz
à perdição, e muitos são os que entram por ela”
(Mateus 7:13)
Esta lei da vida prevê que o ser humano não devia fugir das adversidades, tal como o
diabo foge da cruz, pois, a facilidade não existe por si só...
Os que ultrapassam uma dificuldade antes ficaram duros, aprendem a viver com a
carência e a fartura, com a dor e o alívio, com a falta ou abundância, com o silêncio e
o barrulho, com a multidão ou simplesmente, com a própria sombra.
O que seria ser duro? Diferente do que o próprio nome sugere, uma rigidez,
uma espécie de super homem, ser duro neste contexto é ser sensível, vulnerável, uma
pessoa que adoece, que fica sem dinheiro, que pode perder membros da família,
inclusive, um ser mortal. Esta percepção faz-nos apreciar o presente do jeito que o
mesmo se apresenta. Percebemos facilmente que temos que ser nós a ajustarmo-
nos aos eventos da vida e não o contrário.
Os seres humanos que procuram uma perfeição fora deles próprios, ou seja, nos
eventos da vida, tornam-se imperfeitos como pessoas e passam a olhar para o mundo
sob o ponto de vista da sua imperfeição.
É possível alguém ser perfeito? Cristo sugere que sim. Depois de uma série de
exaustivos conceitos sobre a justiça e relacionamento entre as pessoas, o Mestre dos
mestres encerra com a seguinte citação...
"Assim sendo, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos céus."
(Mateus 5:48)
...pressupondo que a perfeição do ser humano vem da opção pelo que é difícil.
O que é difícil? Que porta estreita é esta sugerida por Cristo? Quando
crescemos e apegamo-nos às facilidades teremos a sensação de estarmos a ser
injustiçados, em caso dalguma coisa que não saia de acordo com a nossa vontade ou
previsão. Surgirão muitas perguntas sem respostas, questionaremos a Deus, aliás,
chegaremos a conclusão de que Ele não existe, ainda que no fundo no fundo, não
tenhamos tanta certeza disto, enfim, viveremos de incertezas.
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O dia a dia de uma pessoa que ama as facilidades ou tem a percepção de que tais
facilidades são um direito que ela tem, com certeza constrói memórias que, no futuro
serão um presente de terror e horror. A morte prematura dos pais ou o abandono,
serão para ela um passado injusto, mas ao mesmo tempo, seu principal aliado para
uma vida doente, ela aliar-se-á ao seu passado de dor.
Realmente a porta larga, a percepção de que, tudo tem que estar bem na nossa vida,
que temos que estar "vacinados" contra os problemas, imprevistos e tragédias, nos
leva a perdição, pois, ao longo da vida, esta dinâmica torna-nos pessoas de uma
mentalidade fraca e isso reflete-se no comportamento. O hábito de reclamar do calor e
do frio, mesmo sabendo que, tal reclamação não irá mudar o que o Instituto Nacional
de Meteorologia informa-nos, exatamente para adaptarmo-nos e não para
reclamarmos.
Com esta lei da vida, que prevê a adopção de um estilo de vida abnegado em
detrimento de um estilo de vida apegado ao bem estar, Cristo sugere a cura para a
alma do ser humano. O apego ao bem estar físico, a obsessão pelo sustento e pela
aparência (prestígio) e a penosa busca pela felicidade, estes elementos têm um grande
público cheio de conflitos internos e perguntas sem respostas.
“E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que
a encontrem.”
(Mateus 7:14)
A preocupação exagerada pela vida regalada, pelo que se pode ter, adoece a
alma, ainda que essa busca esteja a ser apelada ao próprio Deus, por isso, quanto
a este dilema, Cristo recomenda:
“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas.”
(Mateus 6:33)
O reino de Deus e a sua justiça prevê que em todo lugar, na terra, no céu, na
lua, debaixo da terra, ainda que seja num buraco, o que importa não é o lugar e sim,
desde que exista a partir de duas pessoas, ou seja, uma interação, um relacionamento,
em tal lugar exista valores de equidade e compensação, que ninguém alcance
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vantagens em detrimento dos mais fraco. A justiça tem que ser um princípio, a base
para um convivência sã e próspera.
"Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio
deles."
(Mateus 18:20)
Igualmente, o reino de Deus prevê que tais pessoas que interagem em qualquer
contexto, sejam responsáveis umas pelas outras, através das várias formas de
trabalho/actividade que possam existir. Estou a falar da cobertura em relação às
necessidades mais elementares do ser humano, mas não só, o afecto, o acolhimento, a
presença e o calor humano.
Amigo leitor, biblicamente justiça não é vingança e sim, uma apetência por equidade,
igualdade no tratamento, predisposição para compensar, acolher e oferecer vantagens.
É de facto uma lei da vida que prevê que ninguém nasceu para si próprio. Fazer coisas
por mim de forma obcecada não contribui para uma vida sã. É um tiro no pé. Nós
temos sempre uma responsabilidade pelas pessoas à nossa volta.
Ir à faculdade a pensar em ganhar e não em dar, é uma opção por portas largas e isso
angustia os jovens desde a formação, pois, optam pelos cursos que convém e não por
aqueles que libertam a sua criatividade, que estampam o sorriso na cara, para além de
estabelecer uma situação de injustiça, pois, tal jovem colherá onde antes não plantou.
“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas.”
(Mateus 6:33)
Por que esta citação termina dizendo que, as demais coisas seriam acrescentadas?
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Isto é até irónico! Tudo que buscamos de forma obcecada, para nós próprios, ao ponto
de prejudicarmos os outros, na visão de Deus, não passa de acréscimos. Algo que
devíamos ter sem sacrifícios, desde que, tal “sacrifício” fosse para amar e estabelecer
a justiça.
No contexto religioso, muitos acham que podem tirar Deus do seu trono para
dar-lhes um carro, casas, dinheiro... Este pensamento é um equívoco, pois, um carro é
apenas um acréscimo, não pode ser buscado e sim, esperado, sem ansiedade. Da
mesma forma, os bens materiais não deviam ser usados para pressupor que Deus é
poderoso e manifesta-se desta forma, pois, Deus manifesta-se de forma soberana no
amor.
Os acréscimos da vida não deviam causar sofrimento, nem sequer era necessário
buscar-se nas igrejas, bastava apenas que trocássemos essa busca obcecada por bens,
pela predisposição em dar, doarmo-nos e fazer evoluir.
"Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros;
e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas?"
(Mateus 6:26)
Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim,
achá-la-á.
(Mateus 10:39)
Não nos esqueçamos que Cristo representa o nosso semelhante que depende das
nossas acções e trabalho para o seu bem estar, para as necessidades mais elementares
da vida, assim como nós dependemos dele.
“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí
por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; Porque tive
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fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e
hospedastes-me; Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e
foste me ver. Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com
fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? E quando te vimos
estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te vimos enfermo, ou
na prisão, e fomos ver-te? E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que
quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.”
(Mateus 25:34-40)
“Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a
mim o fizestes.”
É mais fácil ter um encontro com Deus olhando para os lados e não para cima.
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3º Capítulo – Lei II
“Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há-de salgar? Para nada
mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens.”
(Mateus 5:13)
Não andeis cuidadosos, quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que
haveis de beber, nem, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o
mantimento, e o corpo mais do que o vestido?
(Mateus 6:25)
Ser o sal da terra é dar sabor a vida de outrem, é acrescentar valor, agregar,
contribuir, enfim, influenciar no bom sentido.
O que faz o sal servir para alguma coisa são as suas propriedades ou atributos, aquilo
que é próprio do sal.
É próprio dos pássaros voar. É próprio do sal salgar. É próprio do ser humano
contribuir. Um pássaro que não voa não pode servir como uma galinha. O sal sem
sabor não pode ser salgado.
O que faz o ser humano servir para alguma coisa é o mesmo que faz o sal ser útil, os
atributos.
Frutificar e Multiplicar são os dois principais atributos do homem.
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Até aqui podemos concluir que a vida é feita do seguinte triângulo:
ATRIBUTOS!
VIDA!
FRUTIFICAÇÃO! MULTIPLICAÇÃO!
2. Frutificação – Usar os atributos para contribuir, ser útil, ativar, viabilizar, doar-se...
Quando uma comida não tem sabor, recorremos ao sal. Quando é o próprio sal que
não tem sabor, o que dará sabor ao sal?
Tal como Cristo diz, “Para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado
pelos homens.”
Há seres humanos sem valor, entretanto, a falta desse valor não parte da visão de
nenhum outro ser humano, é algo subjectivo, é a sensação de não sentir-se importante,
não ter valor em si mesmo. Este sentimento que pode superabundar até no homem
mais poderoso do mundo.
O poder está no acto de “ser” e não no “ter”. Sobre isto falaremos nos próximos
capítulos.
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O ser humano sem valor em si mesmo e não na visão de outra pessoa é
todo aquele que não contribui, que não salga a vida do outro. Esta subjectiva falta de
valor traduz-se na dificuldade de identificar um sentido da vida.
A compulsão por adquirir bens, muitas vezes é um indício da busca incessante por
sentir-se importante. O desapego a bens materiais também não deixa de ser um
indício da autoestima que o ser humano tem pelo facto de estar a salgar a vida dos
outros.
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4º Capítulo – Lei III
“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem
para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.”
(João 3:8)
Quantas vezes não usamos a designação “antes ou depois de Cristo” como uma mera
referência para situarmos momentos importantes no tempo? Contudo, dizer antes ou
depois de Cristo é muito mais que uma calendarização.
“Antes e depois de Cristo”, é o mesmo que falar de duas distintas atmosferas da vida,
tudo isto representado pelo antigo e novo testamento. Com recurso a própria bíblia
sagrada, pode-se constatar que, na era antes de Cristo, o ser humano foi
espiritualmente cego, como uma condição e não opção, um ser incapaz de conectar-se
a Deus sem representações alegóricas, promessas, rituais, enfim, sinais. Imagine uma
pessoa cega, com certeza ela não será diferente de uma pessoa que enxerga, a única
inevitável diferença estará no tratamento, na linguagem a usar-se para a comunicação.
Deus comunicou com homens sobejamente conhecidos por todos nós, através de
sinais e promessas. É o caso de Abraão que teve filhos mesmo depois de velho,
Moisés que abriu o mar vermelho, e, David, exímio guerreiro que venceu sozinho, o
inimigo mais temido por todos os soldados de Israel.
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“És tu maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele,
e os seus filhos, e o seu gado?”
(João 4:12)
Para a esmagadora maioria da raça humana, a instrução não é mais importante que os
sinais, por isso, diariamente, os líderes em várias áreas, incluindo na religião, induzem
os seus seguidores a buscar por sinais.
“Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue
não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”
(João 8:12)
Pelos relatos bíblicos, podemos constatar que o maior desafio de Cristo, foi
“convencer” ao povo que o procurava, a entender que, o que ele tinha de melhor e
mais importante, não eram os milagres e sim, a própria instrução.
“Jesus respondeu-lhes e disse: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não
pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.
Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida
eterna, a qual o Filho do homem vos dará; porque a este o Pai, Deus, o selou.
Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus?
Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele
enviou.”
(João 6:26-28)
Dois cenários podemos traçar quando Cristo diz, “Na verdade, na verdade vos digo
que me buscais, não pelos sinais que vistes...”
Ou Cristo fala dos sinais dos tempos, ou seja, da necessidade de interpretação sobre o
“antes e depois de Cristo”, da nova era da lucidez e evolução que opõem-se
totalmente a era dos atrativos materiais, um espécie de adestramento...
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Ou Cristo refere-se ao facto de, para além dos próprios sinais alegóricos, ainda existir
uma barreira para o homem alcançar a lucidez, neste caso, a comida (sustento).
“Disseram-lhe, pois: Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti?
Que operas tu?”
(João 6:30)
E não param por aqui, ainda deixam bem claro em quem eles acreditam, exatamente
por causa da comida:
“Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o
pão do céu.”
(João 6:31)
“Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo: Moisés não vos deu o pão
do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele
que desce do céu e dá vida ao mundo.”
(João 6:32)
Vida não é o sustento, tão pouco os bens materiais, o próprio Cristo deixa isso bem
claro, numa comunicação que já é conhecida por nós:
“Portanto, vos afirmo: não andeis preocupados com a vossa própria vida, quanto ao
que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir.
Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as roupas? Contemplai
as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem armazenam em celeiros; contudo,
vosso Pai celestial as sustenta. Não tendes vós muito mais valor do que as aves?”
(Mateus 6:25,26)
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O que marca a diferença nesta exposição aparentemente confusa é a palavra
“própria”, pressupondo que, vida não é a minha própria vida representada pela
roupa, comida e bebida. Vida é a vida de todos, o bem estar de todos.
Cristo recusava de forma categórica uma abordagem entre ele e qualquer interlocutor,
que tinha como pressupostos, os sinais e maravilhas. Vamos constatar juntos?
Um homem nobre, era príncipe e também mestre em Israel foi ter com Cristo e
disse o seguinte:
“...bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes
sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.”
(João 3:2)
É o mesmo que dizer, aquele que permanecer no antigo testamento não pode entender
nada do reino dos céus. Interpreta-se o antigo testamento a partir do novo
testamento. Assim como os antigos, "os da era antes de Cristo" jamais entenderiam o
novo testamento a partir do novo testamento, por isso, para eles foi-lhes dito “dente
por dente, olho por olho”, para nós, "os da era depois de Cristo" foi-nos dito amar e
perdoar o inimigo. Realidades diferentes, tratamentos distintos em termos de
linguagem, mas com o mesmo objectivo, a justiça que compensa os mais
vulneráveis!
Eis a resposta: “E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de
Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior.”
(Lucas 17:20)
O reino de Deus não vem com aparência exterior, nem pelo carro, nem pela casa, nem
por anjos vestidos de branco, nem por homem algum, o reino de Deus é apenas um
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ideal de instrução a justiça (equidade). Por isso, Cristo ainda orienta a Nicodemos
dizendo algo que é na verdade a terceira lei da vida selecionada por mim para 4º
capítulo:
“O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem
para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.”
(João 3:8)
Alguém já viu o vento, sabe de onde vem e para onde vai? Não, contudo, nós estamos
convictos da existência do vento. Assim tem que ser o novo homem, tem que ser
sensível e inteligente.
“E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem
vejam, e os que vêem sejam cegos.”
(João 9:39)
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O que o ser humano devia buscar hoje, tendo como modelo de vida, Jesus Cristo e
não Abraão ou qualquer outro patriarca?
“Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja
completo. O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu
vos amei.”
(João 15:11,12)
Quanto mais busco ser exímio no que faço, para atender, providenciar,
solucionar, apoiar, resolver os problemas dos outros, isto sim, representa um
verdadeiro culto a Deus.
“E Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.”
(João 5:16,17)
O culto a Deus está no trabalho orientado para a outra pessoa e não para mim mesmo.
Eventualmente, alguém que até esta altura do campeonato, ainda não foi sensibilizado
a pensar nos outros, esteja agora a questionar:
Muito simples, num barco prestes a afundar, só nos salvamos quando todos
estabilizamos o barco e não quando cada um luta por si.
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Isto não é apenas uma forma de filantrópica ou algo do género, Cristo aborda sobre
questões que têm a ver com uma clara estratégia de vida, é a lei da vida, é uma
questão humanitária.
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5º Capítulo – Lei IV
Não se pode evitar uma tempestade!
“Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si
mesmo. Basta a cada dia o seu mal.”
(Mateus 6:34)
Quem são os que vivem aflitos por causa da iminência característica do dia a dia?
Com certeza são todos aqueles que acham que têm poder para impedir uma
tempestade que vem sob forma de um divórcio ou traição, uma falência, doença,
desemprego e outros contratempos. Entretanto, porque ninguém tem este poder de
evitar uma tempestade, muitos optam por não mergulhar na vida, não avançam em
relacionamentos amorosos, os que já avançaram, permanecem em relacionamentos
onde são sistematicamente violentados de todas as formas possíveis, sendo a mais
flagrante, a agressão física, outros, para evitar uma eventual queda, continuam em
pequenos empreendimentos, achando que, o estrago será menor em caso de falência,
outros ainda, permanecem em empregos humilhantes onde não são respeitados, por
pensarem numa possível falta de emprego que terão que enfrentar.
A iminência (ameaça) em relação aos aspectos que têm a ver com o que podemos
TER, quando bem aproveitada, causa a eminência (poder) em relação ao que
podemos SER, como pessoas.
É por falta desse poder causado pela adrenalina da iminência, que pessoas
abandonadas pelos conjugues ou namorados, milionários falidos, pessoas visitadas
! 20!
por doenças graves, enfim, pessoas surpreendidas por uma grande contrariedade, são
capazes de cometer o suicídio.
Quem mergulha sem medo nesta vida cheia de problemas, vive mais, tem um coração
que bate mais forte e mais rápido, tem mais emoções, a vida tem mais graça, enquanto
outros, passam a vida a viver com cautela, com medo de errar ou de não dar certo.
O problema acontece fora de nós. A crise acontece dentro de nós. Quem tem um
problema encontra uma solução. Quem entra em crise, visualiza problemas até
mesmo onde há oportunidades.
Para além de ser relativamente fácil de resolver, os problemas trazem soluções, não
apenas do lado de fora, da mesma forma, a mente que resolve um problema, evolui e
nunca mais volta ao mesmo lugar.
Com certeza o mais difícil de resolver é a crise, pois, para além de caracterizar-nos
emocionalmente e mentalmente, a crise é resultado da fuga, da ideia de que, não
tínhamos que passar por problemas.
Uma pessoa altruísta resolve problemas dos outros e tem como resultado, os seus
problemas resolvidos. Uma pessoa com alguma tendência egoísta, vive em crises,
ainda que tenha os seus próprios problemas afugentados e não resolvidos, pois,
! 21!
ninguém resolve os seus próprios problemas sem antes resolver os problemas dos
outros.
"Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente
que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, transbordaram os rios,
sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus
alicerces na rocha.
Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que
construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram
os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda".
(Mateus 7:24-27)
Construir a casa sobre a rocha é o mesmo que procurar instrução nas mais variadas
áreas do conhecimento. Se for na vida, busca-se instrução no autor da vida. Se for no
trabalho e emprego, busca-se instrução na formação (ciência). Se for num
relacionamento amoroso, busca-se instrução nos conselheiros.
Uma pessoa instruída é firme nos seus propósitos, pois, não anda preocupado em
impedir as tempestades e sim, usa o conhecimento que tem, para resolver os
problemas do dia a dia.
! 22!
6º Capítulo – Lei V
No geral nesta fase derradeira refletiremos sobre a corrupção à luz do livro mais
subversivo de todos os tempos, a Bíblia Sagrada.
“Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.”
(Mateus 5:6)
Impossível não encontrar na citação acima elementos que têm a ver com a corrupção!
Da mesma forma, quando Cristo disse que seria melhor o homem optar por ser
eunuco, ou seja, castrar os seus próprios órgãos sexuais por causa do reino dos céus...
Quem diria que, naquela época, Cristo estivesse a proteger as mulheres de forma
incisiva, para que não fossem encaradas pelos homens como objectos sexuais e
descartáveis?
“Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.”
Ou seja, o único caminho para a prosperidade dos povos é a justiça.
Justiça não é vingança, tão pouco é aplicável em apenas uma pessoa. Cristo fala da
justiça como um princípio, um valor. Toda a luta diária e outras providências até
mesmo religiosas que têm como objectivo, fazer o crente alcançar bens para si
próprio, é um verdadeiro equívoco. É tão equivocado ao ponto de serem eleitos nesses
rituais, nomes dos homens do antigo testamento, pois, Cristo não pode ser referência
para esta doutrina. Ele não disse bem aventurados os que têm fome e sede de fartura...
colocou o elemento prosperidade como resultado e não objectivo.
Para Cristo, o que tem que se buscar como algo vital é a JUSTIÇA.
“Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.”
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Esta lei que elegi para esta última reflexão não tem nada de diferente com a lei que
diz o seguinte:
“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas.”
(Mateus 6:33)
A citação acima constitui a parte final de uma orientação do próprio Jesus Cristo que
já é bastante familiar entre nós e diz o seguinte:
“Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de
comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de
vestir. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário?”
(Mateus 6:25)
A comida, bebida e roupas são elementos que fazem parte da base da “Pirâmide de
Maslow”. Para quem não conhece, “ A pirâmide de Maslow trata-se de um conceito
muito interessante que explica as necessidades humanas.
! 24!
para a sobrevivência, enquanto as mais complexas são necessárias para alcançar a
satisfação pessoal e profissional.”
A busca desesperada pelo que posso ter (para mim), instala a injustiça.
Como é que a injustiça é tratada por Cristo? Como tentação. Com certeza esta
afirmação causará um susto aos incautos que sempre foram ensinados que, tentação é
uma mulher nua, (considero isto um desrespeito às mulheres) ou ainda, tentação é
uma garrafa de cerveja (um verdadeiro equívoco) e outros elementos supervalorizados
para dar corpo ao pecado que não mata e deixar de abordar o verdadeiro pecado, que é
a injustiça que tira a vida.
“"Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do
endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a
justiça, a misericórdia e a fidelidade. Vocês devem praticar estas coisas, sem omitir
aquelas. Guias cegos! Vocês coam um mosquito e engolem um camelo.”
(Mateus 23:23,24)
Coar o mosquito e engolir o camelo é preocupar-se com o que provoca menos dano e
desvalorizar o que é de facto, o problema.
Palestrante, qual é a referência bíblica que comprova o que acabou de escrever? Será
que tentação é o mesmo que corrupção?
! 25!
Antes de irmos buscar esta referência, precisamos concordar que, só existe corrupção
onde alguém pode usar de um privilégio para obter benefício de forma fácil ou
fraudulenta, e, para que isso aconteça pressupõe-se que se abuse do poder... Que se
abuse do poder de ter dinheiro, que se abuse do poder de ter um cargo importante, que
se abuse do poder de pertencer a uma determinada casta (família), que se abuse do
“poder de ser bonito”, do “poder de ser homem ou mulher”, que se abuse o poder de
ser branco ou preto e quem sabe, que se abuse do poder de ser filho de Deus...
É isso mesmo, o tentador usou esta última prerrogativa para induzir a Cristo, a usar
esse poder de ser filho de Deus e transformar pedras em pães com o objectivo de
matar a própria fome.
“E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas
pedras se tornem em pães.”
(Mateus 4:3)
Se realmente Cristo tivesse usado o poder de ser filho de Deus em seu próprio
benefício ele não poderia mais tarde, instruir os seus discípulos sobre essas matérias
sem ser hipócrita, pois, Cristo incita os seus alunos a adoptar um estilo de vida
incorruptível na oração do pai nosso:
(Mateus 6:13)
É nesta instrução onde podemos constatar que, ao fazer referência à tentação, Cristo
fala da corrupção/abuso do poder. Para tal basta fazermos uma pergunta:
Por que não cair em tentação? Ou seja, por que não corromper? Por que não usar o
poder para alcançar vantagens?
(Mateus 6:13)
No reino dos céus (reino da justiça) que no início da “oração do pai nosso” está bem
explícito que pode ser aqui na terra ou no céu, o poder não é dos homens, tão pouco
está a serviço de quem foi investido tal poder.
! 26!
Em qualquer lugar onde há justiça, os que são grandes servem. Os pequenos são
servidos.
“Jesus lhes disse: "Os reis das nações dominam sobre elas; e os que exercem
autoridade sobre elas são chamados benfeitores. Mas, vocês não serão assim. Pelo
contrário, o maior entre vocês deverá ser como o mais jovem, e aquele que governa
como o que serve.
Pois quem é maior: o que está à mesa, ou o que serve? Não é o que está à mesa?
(Lucas 22:25-27)
(Mateus 3:1,2)
Isto lembra-me aqueles homens com pedras nas mãos prontos para lincharem uma
mulher adúltera. Conhecendo Cristo a sua condição de pessoas envolvidas pela justiça
que ele mesmo apregoava, ou seja, homens evoluídos, nem sequer olhou em seus
olhos, com a cabeça baixa escrevia no chão, dando-lhes autonomia de apedrejar ou
não apedrejar, Cristo ainda disse-lhes:
“"Se algum de vocês estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela".”
(João 8:7)
O senso de justiça falou mais forte e aqueles homens optaram por não descompensar
aquela mulher. Um por um, desde o mais velho até o mais novo, soltaram as pedras e
sumiram daquele lugar, deixando a mulher ali sozinha e viva, diante de Cristo.
! 27!
É a introspecção e consciência justa que dá vida, compensa, acolhe, pensa nos outros
e não nas próprias demandas materiais e religiosas, pois, aqueles homens pretendiam
acabar com a vida daquela mulher, por uma sugestão religiosa e histórica.
(João 8:15)
A injustiça mora na diferença. A injustiça está na relação entre os que têm algum
poder e os que são governados, o grande e o pequeno, a mulher e o homem, o preto e
o branco, o heterossexual e o homossexual, “o moçambicano e o sul africano”, enfim,
o ponto crítico está na diferença em termos de privilégios. Os que acham que têm
poder, ainda que tal poder seja subjectivo, sufocarão o mais vulneráveis.
“Jesus lhes disse: "Os reis das nações dominam sobre elas; e os que exercem
autoridade sobre elas são chamados benfeitores.”
(Lucas 22:25)
“É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no
Reino de Deus".”
(Marcos 10:25)
! 28!
É de uma brutalidade mental impressionante pensar que os ricos vão para o inferno,
diga-se de passagem.
Na verdade a citação acima fala de ricos injustos que são pessoas cegas, insensíveis,
irredutíveis, só com uma solução milagrosa conseguem entrar no reino da justiça,
onde precisarão promover a equidade e oportunidade para todos.
Uma vez alcançada a riqueza, é muito difícil para o ser humano estar aberto a justiça,
pois, a riqueza/poder só piora a sua condição, caso seja injusto.
“É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no
Reino de Deus".”
Por isso que, Cristo traz uma solução eficaz que contrapõe a “impossibilidade” do
rico promover a justiça:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas
aos pobres...”
(Lucas 4:18)
Esta comunicação não é exatamente uma apologia a pobreza, muito pelo contrário,
constitui-se numa ruptura, pelo facto de, os pobres serem mais sensíveis a entender e
acolher o ideal do reino dos céus que é a justiça, pois, não têm nada a perder.
“Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.”
Por que num ambiente injusto há carência? Muito simples, porque não há uma
distribuição equitativa, quase tudo fica na mão dos que têm privilégios.
Havia pelo menos algo bom neste homem, não conhecia nenhuma doutrina deturpada
sobre a vida, era o oposto de Nicodemos, que era príncipe e religioso, ao ir ter com
Cristo, já tinha pré-concebido tudo sobre quem era Cristo, um detalhe, foi escondido.
! 29!
Zaqueu não estava apegado a nenhuma categoria religiosa, era curioso e demonstrava
interesse por lucidez, a avaliar pelo seu comportamento de criança.
“E procurava ver quem era Jesus, e não podia, por causa da multidão, pois era de
pequena estatura.
E, correndo adiante, subiu a uma figueira brava, para o ver; porque havia de passar
por ali.”
(Lucas 19:3,4)
Apesar de praticar hábitos injustos, este homem rico, baixinho e sem compromisso
com uma determinada doutrina religiosa, tinha algo típico de pessoas justas:
Zaqueu não era uma pessoa preocupada com o que os outros dizem. Era livre de
comportar-se como uma criança, livre de andar a pé, livre de não ter carro para ter
uma casa, livre de não ter roupa de marca, livre de usar cabelo natural apesar das
perucas estarem na moda, livre de poupar e comer em restaurante barato, enfim, livre
de não dar um passo maior que a perna, livre também de gastar e presentear-se com o
que a alma deseja, caso tenha condições e tal não implique ter que abdicar de coisas
importantes. Livre de ter e não ter, sem compromisso com a sociedade padronizada.
“E, quando Jesus chegou àquele lugar, olhando para cima viu-o e disse-lhe: Zaqueu,
desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa. E, apressando-se,
desceu e recebeu-o, gostoso.”
(Lucas 19:5,6)
Zaqueu tinha a barreira do facto de ser importante, contudo, quebrou esta barreira e de
forma caricata foi lá e expos a sua sede por lucidez. Igualmente, Zaqueu tinha a
barreira da estatura, quebrou da mesma forma (poderia ter caído da árvore), ou seja, é
o risco que muitos temem e desistem, e por fim, e como veremos adiante, tinha a
barreira do preconceito. Os que se achavam mais justos, diziam que pessoas como
Zaqueu (mundano) não podia conviver com eles, o baixinho quebrou essa ideia
mesquinha.
Pessoas com algum senso de justiça são livres e simples, são felizes, não devem nada
a ninguém.
“E, vendo isto murmuravam, dizendo que entrara para ser hóspede de um homem
pecador.”
(Lucas 19:7)
! 30!
O que os acusadores injustos que olham para as aparências não sabiam, é que Zaqueu
era muito mais do que aparentava ser:
“E, levantando-se Zaqueu, disse ao Senhor: Senhor eis que dou aos pobres metade
dos meus bens; e, se nalguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo
quadruplicado.”
(Lucas 19:8)
Agora gostaria que o amigo leitor prestasse abastante atenção no que Cristo irá dizer,
principalmente os leitores que eventualmente, tenham sido ensinados a relacionar
Deus ao sustento, prosperidade, carros, casas...
“E disse-lhe Jesus: Hoje veio salvação a esta casa, pois também este é filho de
Abraão.”
(Lucas 19:9)
Cristo usa a referência de patriarcas como Abraão para falar da justiça, e não
pelo facto dele ter tido filhos na velhice. A religião valoriza este facto em detrimento
da contribuição que Abraão deu para o estabelecimento do senso de justiça na raça
humana. Abraão estabeleceu a terra onde mais tarde, foram criadas as leis que
visaram proteger os mais fracos.
“Não matarás” esta afirmação como lei, é um refrigério para os que eram chacinados
por causa de despojos. É isso mesmo, era assim como pessoas do tempo de Abraão
viviam, como animais, matar para comer.
“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna,
por Cristo Jesus nosso Senhor.”
(Romanos 6:23)
A quem Cristo considera filho de Abraão? Aos justos. Zaqueu e todo aquele que tem
uma consciência justa faz parte daquelas incontáveis estrelas que Deus mostrou a
Abraão, quando através dele (Abraão), começou a materializar um projecto ambicioso
e mais importante depois da criação do mundo e dos homens, o Reino dos Céus e a
sua Justiça.
! 31!
Podemos agora constatar que não há problema com os ricos e sim, com os que amam
a riqueza, pois, jamais darão o braço a torcer em benefício dos mais vulneráveis,
muito pelo contrário, irão aproveitar-se do poder que têm para alcançar mais
vantagens em detrimento dos pobres.
(I Timóteo 6:10)
“Então Jesus perguntou: "Com que se parece o Reino de Deus? Com que o
compararei?
É como um grão de mostarda que um homem semeou em sua horta. Ele cresceu e se
tornou uma árvore, e as aves do céu se fizeram ninhos em seus ramos".”
(Lucas 13:18,19)
Pode-se subtender nas palavras acima que o processo de crescimento de tudo que é
pequeno, transforma toda uma cadeia de valor. O pequeno é deveras influente, é
carregado de princípios de evolução e equidade, desde que o mesmo esteja inserido
numa plataforma de crescimento. Qualquer grupo, seja familiar, social, económico e
ao mais alto nível, qualquer nação que foge da pequenez em debandada, perde a
oportunidade de crescer, a formação e o profissionalismo transformam-se em etapas a
serem descartadas. A “cadeia de valor” fica fragilizada e consequentemente, os
princípios de equidade e evolução ficam minados.
! 32!
Alguns comentários dos seguidores da página do Palestrante Sérgio Libilo:
www.facebook.com/apaixonadopelasalmas
“Obrigado por descortinar a religiosidade e nos fazer vislumbrar a verdade que vem
nos libertando.”
Joaquim Dário
“Quero ter tanta certeza da existência de Deus como do seu poder e sua
manifestação, assim como tenho do vento.”
Rosa Abel
Nota do autor:
A única forma que o amigo leitor tem para agradecer pelo meu esforço em fazer
chegar este texto às suas mãos, é passando para os outros.
! 33!
Fontes:
Bíblia Sagrada
https://www.sbcoaching.com.br/blog/piramide-de-maslow/
! 34!