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DIREITO DO TRABALHO

Férias
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FÉRIAS

As férias são essenciais para preservar a saúde física e mental do trabalhador.

Regra

Constituição Federal (CF)

Art. 7º (…)
XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;

Consolidação das Leis do Trabalho (CLT)

Art. 129. Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem
prejuízo da remuneração.

 Obs.: as férias são uma espécie de interrupção do contrato de trabalho, pois o trabalhador
deixa de prestar o serviço mas permanece recebendo a remuneração.

Tempo de férias e período aquisitivo

CLT

Art. 130. Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o
empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I – 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;
II – 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14 (quatorze) faltas;
III – 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e três) faltas;
IV – 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32 (trinta e duas) faltas.
§ 1º É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao serviço.
§ 2º O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço.

• Serão consideradas apenas as faltas injustificadas.


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• A proporcionalidade prevista pela CLT deve ser respeitada (ela admite uma certa quan-
tidade de faltas injustificadas).

DIRETO DO CONCURSO
1. (FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO/2017) José, vendedor em loja de confecções, solicitou
ao empregador Marcelo, dez dias antes do término do respectivo período aquisitivo, a
conversão de 1/3 do período de férias em abono pecuniário. Por sua vez, em momento
posterior e com antecedência de sessenta dias, Marcelo informou a José a respeito do
período designado para o respectivo gozo de férias. O pagamento de férias acrescidas
do terço constitucional foi efetuado ao trabalhador no primeiro dia após o início das fé-
rias. Marcelo não pagou o abono pecuniário, por entender indevida no caso concreto a
conversão parcial, diante da data de solicitação da providência. Considere que, durante
o período aquisitivo, José havia faltado sete vezes ao serviço, de forma injustifi-
cada, tendo havido desconto salarial. Além disso, no mesmo período aquisitivo, José
ausentou-se do trabalho, de modo justificado, por vinte e quatro dias não consecu-
tivos. Nesta situação hipotética,
a. José não faz jus à fruição de férias, pois possuiu mais de trinta e duas faltas no perí-
odo aquisitivo.

COMENTÁRIO
Serão consideradas apenas as faltas injustificadas de José (as sete faltas).
5m

Regime de tempo parcial

CLT

Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais,
ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibi-
lidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais. (Redação dada pela Lei
n. 13.467, de 2017)
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• O período em que o trabalhador, que presta um serviço de até 30 (trinta) horas sema-
nais, já excedeu 26 (vinte e seis) horas semanais é considerado como regime de
tempo parcial.
• 26 < X ≤ 30horas horas semanais (x = regime de tempo parcial). Lembre-se que nesse
caso o trabalhador não faz horas extras.
• x ≤ 26 horas semanais com até 6 (seis) horas extras (x = regime de tempo parcial).

§ 7º As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta
Consolidação. (Incluído pela Lei n. 13.467, de 2017)

Regime de tempo parcial no trabalho doméstico

LC 150/15

Art. 3º Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não
exceda 25 (vinte e cinco) horas semanais.

 Obs.: se o trabalhador doméstico trabalhar até 25 (vinte e cinco) horas semanais, ele estará
no regime de tempo parcial.

§ 3º Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de 12 (doze) meses


de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I – 18 (dezoito) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 22 (vinte e duas)
horas, até 25 (vinte e cinco) horas;
II – 16 (dezesseis) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 20 (vinte) horas,
até 22 (vinte e duas) horas;
III – 14 (quatorze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 15 (quinze) horas,
até 20 (vinte) horas;
IV – 12 (doze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 10 (dez) horas, até
15 (quinze) horas;
V – 10 (dez) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 5 (cinco) horas, até 10
(dez) horas;
VI – 8 (oito) dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a 5 (cinco) horas.
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Faltas e influência nas férias

• Lembre-se que essas faltas são referentes ao período aquisitivo das férias.
• Período aquisitivo de férias é aquele em que o trabalhador adquire o direito às férias
quando completar o período de doze meses.

CLT

Art. 131. Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo anterior, a
ausência do empregado:
10m
I – nos casos referidos no art. 473;

Obs.: o art. 473 expõe sobre situações em que o funcionário não trabalha mas continua
recebendo o salário. Assim, a ausência dele não pode ser considerada injustificada
(não exerce influência no período de férias).

Il – durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de maternidade ou


aborto, observados os requisitos para percepção do salário-maternidade custeado pela Pre-
vidência Social;
III – por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto Nacio-
nal do Seguro Social – INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133;

 Obs.: se houver um afastamento inferior a 6 (seis) meses, em virtude de acidente de traba-


lho ou enfermidade atestada pelo INSS, as faltas não afetarão as férias.

Ex.: o Danilo contraiu dengue e recebeu o auxílio-doença pelo período de 4 (quatro)


meses e 20 (vinte) dias. A ausência dele não afetou o período das férias, pois ele estava aco-
metido por uma enfermidade que foi atestada pelo INSS.
IV – justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver determinado o des-
conto do correspondente salário;

 Obs.: se houve uma falta injustificada e o empregador não promoveu o desconto salarial,
considera-se que a falta foi abonada (foi considerada irrelevante). Logo, para que a
falta seja considerada injustificada é necessário que haja o efetivo desconto.
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V – durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo ou de


prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e
Ex.: um trabalhador teve uma prisão provisória decretada contra ele (prisão preventiva).
Assim, ele permaneceu preso durante 45 (quarenta e cinco) dias. Porém, posteriormente ele
foi absolvido. Nesse contexto, as faltas serão consideradas justificadas.
15m
VI – nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III do art. 133.

Ex.:

• Casos em que o empregador emenda o feriado com outros dias não serão considera-
dos como faltas injustificadas.
• Exceto:

II – deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em virtude
de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa;

CLT

Art. 132. O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para serviço militar
obrigatório será computado no período aquisitivo, desde que ele compareça ao estabeleci-
mento dentro de 90 (noventa) dias da data em que se verificar a respectiva baixa.

Perda do direito a férias

CLT

Art. 133. Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:
I – deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias subsequentes à
sua saída;
Ex.: o Danilo trabalhou durante 2 (dois) meses e pediu demissão. Ele foi contratado nova-
mente pela empresa após 60 (sessenta) dias da demissão. Nesse caso, os dois meses que
ele havia trabalhado não serão considerados para período aquisitivo do novo contrato.
20m

II – permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (trinta) dias;
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Ex.: um trabalhador foi contratado no dia primeiro de março e trabalhou até o dia 30
(trinta) de abril. Ele recebeu uma licença salário – sem trabalhar – por mais de trinta dias. No
dia 15 (quinze) de julho ele voltou a trabalhar. Nesse caso, o período em que ele recebeu sem
trabalhar não será considerado para o calculo das férias.

§ 2º Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o imple-


mento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.

 Obs.: essa licença remunerada não elimina o direito ao terço de férias, conforme já decidi-
do pelo TST.

LICENÇA REMUNERADA SUPERIOR A 30 DIAS. PAGAMENTO DO TERÇO CONS-


TITUCIONAL. DEVIDO. Recurso calcado em divergência jurisprudencial. O entendimento
desta Corte é no sentido de que: a licença remunerada por mais de trinta dias (artigo 133, II,
da CLT) não elide o direito à percepção do terço constitucional (art. 7º, XVII, da CF), porque
à época em que editado o Decreto-Lei 1.535/77, que conferiu nova redação à aludida regra
legal, era assegurado ao trabalhador o direito tão somente às férias anuais remuneradas,
sem a vantagem pecuniária (terço constitucional). Assim, o art. 133 da CLT não retira o direito
ao terço constitucional. Precedentes da SBDI-1. Recurso conhecido por divergência juris-
prudencial e provido. CONCLUSÃO: Recurso de revista integralmente conhecido e provido.
(ARR – 131800 – 73.2002.5.02.0464, Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra Belmonte,
3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/06/2016)
Ex.: uma pessoa foi contratada no dia primeiro de janeiro. Ela trabalhou até o dia 30
(trinta) de novembro. Porém, o empregador concede uma licença remunerada a esse traba-
lhador no mês de dezembro (trinta e um dias de licença remunerada). Nesse caso, o empre-
gador não será isento de pagar o terço das férias ao trabalhador.
25m
III – deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta) dias, em vir-
tude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e
Ex.: uma indústria decide paralisar os serviços durante 40 (quarenta) dias devido ao acúmulo
de estoque. Nesse caso, o trabalhador continuará recebendo o salário normalmente. Porém, se
o período de paralisação exceder 30 (trinta) dias, o trabalhador perderá o direito às férias.
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Se o trabalhador começou a prestar serviço no dia primeiro de fevereiro de 2022 (dois mil
e vinte e dois) e trabalhou até o dia 31 (trinta e um) de julho de 2022 (dois mil e vinte e dois).
Após esse período, a empresa realizou uma paralisação de 40 (quarenta) dias (mantendo a
remuneração do trabalhador). O período trabalhado antes da paralisação não será contabili-
zado para as férias.
§ 2º Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o imple-
mento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.
IV – tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxí-
liodoença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
§ 1º A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira de Trabalho
e Previdência Social.
§ 2º Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o imple-
mento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.
§ 3º Para os fins previstos no inciso III deste artigo a empresa comunicará ao órgão
local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de
início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo,
comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional, bem
como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho.
Art. 132. O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para serviço militar
obrigatório será computado no período aquisitivo, desde que ele compareça ao estabeleci-
mento dentro de 90 (noventa) dias da data em que se verificar a respectiva baixa.
Ex.: um trabalhador prestou serviço durante 7 (sete) meses para uma empresa. Após esse
período, ele foi convocado para o serviço militar obrigatório e trabalhou durante 1 (um) ano.
Caso o trabalhador retorne para a empresa em até 90 (noventa) dias após dar a baixa no serviço
militar, o período trabalhado antes da convocação será considerado para o cálculo das férias.
30m

Época e concessão

O período de concessivo consiste nos doze meses subsequentes ao período aquisitivo.


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CLT (reforma trabalhista)

Art. 134. As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos
12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
§ 1º Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas
em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos
e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um. (Redação dada pela
Lei n. 13.467, de 2017)
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei n. 13.467, de 2017)
§ 3º É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia
de repouso semanal remunerado. (Incluído pela Lei n. 13.467, de 2017)

Férias do empregado doméstico

LC n. 150/2015

Art. 17. O empregado doméstico terá direito a férias anuais remuneradas de 30


(trinta) dias, salvo o disposto no § 3º do art. 3º, com acréscimo de, pelo menos, um terço do
salário normal, após cada período de 12 (doze) meses de trabalho prestado à mesma
pessoa ou família.
§ 2º O período de férias poderá, a critério do empregador, ser fracionado em até 2
(dois) períodos, sendo 1 (um) deles de, no mínimo, 14 (quatorze) dias corridos.
§ 5º É lícito ao empregado que reside no local de trabalho nele permanecer durante
as férias.
§ 6º As férias serão concedidas pelo empregador nos 12 (doze) meses subsequentes
à data em que o empregado tiver adquirido o direito.

GABARITO
1. E

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Concursos, de acordo com a aula pre-
parada e ministrada pelo professor José Gervásio Meireles.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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