Contracultura e Diversidade Cultural
Contracultura e Diversidade Cultural
Contracultura e Diversidade Cultural
HISTÓRIA
ADRIANO DUARTE
GABRIEL CORREIA
OSMAR PEREIRA
WILLIAM LIRA
CAUCAIA
2024
COLÉGIO PARQUE ESTUDANTIL GUADALAJARA
CAUCAIA
2024
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................7
2 CONTRACULTURA (1950-1970)........................................................................................8
2.1 Início do movimento
Hippie................................................................................................8 2.2 Início do Punk e seu
decaimento.........................................................................................8 3 INÍCIO DA
CONTRACULTURA NO BRASI..................................................................10 4
ETNOCENTRISMO............................................................................................................11
4.1 Eurocentrismo...................................................................................................................11
4.2 Vira-latismo e o embranquecimento do povo
brasileiro.................................................11 5
Pajubá...................................................................................................................................14
5.1 Enem 2018..........................................................................................................................14
CONCLUSÃO.........................................................................................................................15
REFERÊNCIAS......................................................................................................................16
7
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como finalidade dissertar de forma acessível, fácil e objetiva,
por meio da análise de fontes encontradas na WEB e pesquisa direcionada a alunos e
professores dentro do próprio Colégio Parque Estudantil Guadalajara (CPEG) sobre o tema
“Contracultura e diversidade cultural”.
Contracultura, na atualidade, é movimentos que questionam e que se posicionam
contra um estereótipo de valores e padrões instituídos pela cultura ocidental. É muito comum,
em pesquisas, aulas, debates sobre o tema etc. que as pessoas vejam que contracultura foi um
movimento que aconteceu somente entre 1950 e 1970, mas ela se encontra muito presente em
todas as sociedades há muitos e muitos anos (inclusive na atualidade e não somente ligado à
juventude). Portanto, neste trabalho, será tratado de contracultura como um movimento geral
como uma possível oposição a um “modelo de vida ideal”.
Será, também, dissertado com grande foco sobre preconceitos e estigmas em relação
às culturas e manifestações marginalizadas no Brasil, como Funk, Rap etc.
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2 CONTRACULTURA (1950-1970)
1
Enquanto movimento literário, a Geração Beat representou um momento de contestação e de puro abandono
das ideias tradicionais que permeavam o imaginário norte-americano. Nesse sentido, a expressão ‘beat’ apareceu
em 1948, após uma conversa entre Jack Kerouac e John Clellon Holmes. Todavia, a expressão foi acolhida pelos
jovens escritores na década de 1950. O termo beat era um termo consolidado e que poderia dar-nos vários
significados. Assim, um beat poderia ser um marginal (por estar à margem) e também amante da batida (beat) do
jazz, por exemplo. Ver em: https://conhecimentocientifico.r7.com/geracao-beat/#:~:text=Características%20da
%20Geração%20Beat,Kerouac%20e%20John%20Clellon%20Holmes. Acesso em: 07/03/2024.
9
bandas da época que contavam com o financiamento de empresários. Fazer tudo da forma que
você quiser, roupa, música etc. sem ter ninguém que diga como tem que fazer nos shows ou
na gravação de álbuns.
A forma como eles vestiam-se não eram consideradas “moda”, pois moda e estilo são
uma forma de mercantilização, faz com que todo mundo se vista igual por influência e não
por vontade própria (coisa que o movimento Punk critica). Os punks consideravam estilo
como eles vestiam-se como algo pessoal, cada punk e vestia de maneira diferente.
Mesmo com essas ideologias estes movimentos foram crescendo e não fugiram do
mercado capitalista. Calças jeans rasgadas, muito uso de preto, jaquetas de couro etc. que
antes tinha a intenção de ser agressivo e revolucionário, passou a ser visto como moda, um
objeto de troca e não algo único a um movimento. Quando o mercado se apropria de uma
(contra)cultura, esta já perde completamente seu valor histórico e social e é vista como apenas
comércio.
Patriotic Mohawk 🇺🇸
Fonte: Instagram
Esta imagem mostra perfeitamente esta apropriação. O moicano que antes era visto
como um corte de cabelo que representava revolta, oposição ao modo de se vestir de acordo
com moda, carregando uma grande cultura, agora é visto como apenas um corte, ao ponto
deste homem usar de uma forma “patriota”, coisa que era muito criticada pelo movimento
Punk.
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2
Racionais MC’s, Capítulo 4 Versículo 3. 1997. Ver em: https://www.youtube.com/watch?v=2LQSFLTiwS8.
Acesso: 19/03/2024.
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4 ETNOCENTRISMO
4.1 Eurocentrismo
Esta visão que quase todo mundo tem de “ser civilizado” veio do Imperialismo do séc.
XIX (dezenove), que tinha exatamente o propósito de levar a Cultura Europeia para “povos
bárbaros”, ou seja, “civilizar os incivilizados” como povos africanos que vestiam-se com
poucas roupas, pintavam o corpo (assim como os povos indígenas no Brasil que ainda,
infelizmente, sofrem preconceitos), qualquer coisa que fugia do ponto de vista europeu.
Frases como “Brasileiro não sabe português” ou “so em Portugal se fala bem
português” são exemplos de duas opiniões que carregam o mesmo sentido do complexo de
Vira-Lata
O Brasil não é um país de “raça pura”, portanto não falará uma “língua pura”, nosso
país é uma grande mistura, para muitos, ruim, de etnias e cores, das quais duas delas, negra e
indígena, são “inferiores” em relação ao branco europeu.
Além disto, tem um grande estereótipo de que a gramática normativa3 representa toda
a língua portuguesa e que tudo que foge dela é “errado” e que os portugueses nunca fogem da
“belíssima gramatica normativa”. Porém, em Portugal também há variação linguística (que
está presente em toda língua viva)
O Português, aquele prescrito nas gramáticas normativas, nunca saberá o que é fubá,
dengo, moleque, dendê, ou peso da palavra cafuné. Esta gramática serve somente para
segregar classes. Assim como, na Índia, somente os sacerdotes tinham acesso ao estudo da
gramática, na Idade média, somente o clero tinha este acesso, na idade contemporânea,
somente a burguesia tem acesso (fora outros casos como universitários).
3
O termo “gramática normativa” está se referindo à gramática que reprime a forma de se
expressar, como na frase “Me dá um beijo” ou “Ele assistiu o jogo”, que é vista errada pela
gramática, somente as formas “Dê-me um beijo” ou “Ele assistiu ao jogo”, pouquíssimas
usadas, é vista com “certa”, porque “não se pode começar uma frase com pronome obliquou”
e “quando o verbo assistir tem intenção de ver tem que usar a preposição a/ao”
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A Redenção de Cam
Na obra “A
Redenção de Cam” do
espanhol Modesto Brocos,
é mostrado uma avó negra
agradecendo a Deus por
uma neta branquíssima,
sua filha com pele um
pouco mais clara e um
homem branco.
O autor fez esta
obra um tempo depois da
abolição da escravidão, no
Brasil, e instituição da
república com a intenção
de mostrar o caminho para
o suposto “progresso”. O
Brasil adotava a Europa
como referência de um
lugar “civilizado”.,
O doutorando em
Música pela USP, Thiago
Santos, também conhecido
como Thiagson, afirma que
“Bum Bum Tam Tam é
mais complexo que Bach”.
“Para você chegar nesse nível de produção que envolve os fluxos e as festas, você
precisa ter muitos anos de tecnologia. O Bum Bum Tam Tam é mais complexo por várias
questões", diz Thiago.
O mesmo diz que a música clássica foi feita num tempo do qual não existia nem
eletricidade, que música eletrônica como funk é, por natureza, muito mais complexa, pois não
tem como reproduzi-las de forma natural fazendo cordas vibrarem esticando-as e tocando ou
friccionando-as com crina de cavalo, por exemplo.
"Há muitos timbres ali que quando você vai passar para a partitura, é muito difícil. É
mais difícil que colocar uma música do Bach na partitura, por exemplo" afirma Thiagson
numa entrevista ao jornal Brasil de Fato.
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5 PAJUBÁ
A língua é um dos principais recursos em relação a formação de uma cultura. Uma
mesma cultura pode ter vários tipos de variação linguística, como em São Paulo que é mais
presente o uso do pronome “você” ao invés de “tu” que já é mais presente no Norte e
Nordeste, principalmente no Maranhão e Pará e também em alguns estados mais ao Sul, como
Rio Grande do Sul. Esta variação é formada pela diferença de influência entre seus
colonizadores, mas principalmente entre três principais fatores: classe social, localidade e
idade.
Pajubá — tema principal deste capítulo — significa “fofoca”, “noticia”, “novidade”.
Surgiu no séc. XIX, com mais foco no cenário de Ditadura Militar, por mulheres trans, gays e
travestis, no Brasil, num momento onde era (ainda é) muito comum o homicídio desta
população que já era marginalizada e tinham que viver nas ruas prostituindo-se e passou a ser
usado como um modo de enfrentar a repressão policial e despistar a presença de pessoas
indesejadas.
Este dialeto recebe baste influência Iorubá do candomblé, pois como a parte da
sociedade responsável pelos assassinatos em massa da comunidade LGBT e de pessoas de
religiões de matrizes africanas é cristã, estes dois grupos receberam apoio um do outro.
5.1 Enem 2018
“Acuenda o Pajubá”: conheça o “dialeto secreto” utilizado por gays e travestis
Com origem no iorubá, linguagem foi adotada por travestis e ganhou a comunidade
“Nhaí, amapô! Não faça a loka e pague meu acué, deixe de equê se não eu puxo teu picumã!”
Entendeu as palavras dessa frase? Se sim, é porque você manja alguma coisa de pajubá, o
“dialeto secreto” dos gays e travestis.
Adepto do uso das expressões, mesmo nos ambientes mais formais, um advogado afirma: “É
claro que eu não vou falar durante uma audiência ou numa reunião, mas na firma, com meus
colegas de trabalho, eu falo de ‘acué’ o tempo inteiro”, brinca. “A gente tem que ter cuidado
de falar outras palavras porque hoje o pessoal já entende, né? Tá na internet, tem até
dicionário…”, comenta.
O dicionário a que ele se refere é o Aurélia, a dicionária da Ungua afíada, lançado no ano de
2006 e escrito pelo jornalista Angelo Vip e por Fred Libi. Na obra, há mais de 1 300 verbetes
revelando o significado das palavras do pajubá.
Não se sabe ao certo quando essa linguagem surgiu, mas sabe-se que há claramente uma
relação entre o pajubá e a cultura africana, numa costura iniciada ainda na época do Brasil
colonial.
Disponível em: www.midiamax.com.br. Acesso em: 4 abr. 2017 (adaptado)
b) ter palavras diferentes de uma linguagem secreta. d) ser utilizado por advogados em situações
formais.
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Conclusão
Ao longo deste trabalho, exploramos a contracultura em diferentes contextos
temporais e geográficos, desde seu surgimento nos movimentos Beatnik e Hippie nos Estados
Unidos, até sua manifestação no Brasil, permeando gêneros musicais como Reggae, Funk,
Rap e Punk. Observamos como esses movimentos questionam os valores e padrões
estabelecidos pela cultura dominante, buscando formas alternativas de expressão e vivência.
Além disto, discutimos o papel do etnocentrismo e do eurocentrismo na perpetuação
de preconceitos e estigmas culturais. Demonstramos como a comparação entre culturas e a
valorização de uma em detrimento da outra podem resultar em visões distorcidas e
hierarquizadas da sociedade.
Refletimos sobre o complexo de inferioridade e o embranquecimento do povo
brasileiro, evidenciando como essas ideias foram historicamente perpetuadas e como ainda
influenciam as percepções contemporâneas. Analisamos exemplos que desafiam essas
concepções preconceituosas, como a complexidade da música brasileira em comparação com
a música clássica europeia.
O preconceito em relação a diversidade cultural, principalmente as marginalizadas,
tem de ser combatido imediatamente. A leitura, o estudo destes assuntos têm de ser
ferramenta principal, ainda mais num país onde grande parte é analfabeto-funcional e não tem
costume de ler pelo simples motivo de não ter tempo e ter de sobreviver, numa sociedade que
os oprime e não tem projetos políticos para mudar isto.
A educação é a fonte primária para a construção de uma sociedade verdadeiramente
justa em relação a culturas diversas, para que estas não sejam reprimidas, humilhadas,
desumanizadas ou superestimadas taxadas como “superior”.
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REFERÊNCIAS
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